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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO CONCEITOS INICIAIS .......................................................................................................................................... 8 CONCEITO, OBJETO, OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ............................................ 8 BASE NORMATIVA ......................................................................................................................................... 9 RAMOS DA CONTABILIDADE ....................................................................................................................... 10 TÉCNICAS CONTÁBEIS .................................................................................................................................. 11 CONTABILIDADE TEÓRICA E CONTABILIDADE PRÁTICA .............................................................................. 11 QUESTÃO COMENTADA .............................................................................................................................. 12 CPC 00 – RELATÓRIOS FINANCEIROS DE PROPÓSITO GERAL E CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................................................................. 14 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................................................ 14 USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ..................................................................................................... 14 USUÁRIOS INTERNOS ............................................................................................................................... 14 USUÁRIOS EXTERNOS .............................................................................................................................. 14 RELATÓRIOS FINANCEIROS DE PRÓPOSITO GERAL ..................................................................................... 15 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL ................................................................ 15 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS ................................................................................ 16 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA ................................................................................... 17 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................................................................................... 18 CONCEITO ................................................................................................................................................ 18 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ................................................................................................................ 19 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS ..................................................................................... 20 QUESTÃO COMENTADA .............................................................................................................................. 20 PATRIMÔNIO. ATIVO, PASSIVO E PL. ............................................................................................................... 22 CONCEITO DE PATRIMÔNIO .................................................................................................................... 22 ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................... 22 ATIVO ....................................................................................................................................................... 22 PASSIVO ................................................................................................................................................... 23 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ............................................................................................................................ 24 EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO ............................................................................................. 24 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO ............................................................................................. 25 EXEMPLOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................................................... 26 EXERCÍCIO SOCIAL ....................................................................................................................................... 27 DIVISÃO DO ATIVO ...................................................................................................................................... 27 ATIVO CIRCULANTE .................................................................................................................................. 28 ATIVO NÃO-CIRCULANTE ......................................................................................................................... 29 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 DIVISÃO DO PASSIVO EXIGÍVEL ................................................................................................................... 31 PASSIVO CIRCULANTE .............................................................................................................................. 31 PASSIVO NÃO-CIRCULANTE ..................................................................................................................... 32 COMPONENTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................ 32 COMPONENTES POSITIVOS DO PL ........................................................................................................... 33 COMPONENTES NEGATIVOS DO PL ......................................................................................................... 33 EXEMPLOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................................................... 34 QUESTÃO COMENTADA .............................................................................................................................. 37 RESULTADO. RECEITAS E DESPESAS. REGIMES DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA............................................... 40 RESULTADO.............................................................................................................................................. 40 RELAÇÃO ENTRE RESULTADO E PATRIMÔNIO......................................................................................... 40 RECEITAS ...................................................................................................................................................... 40 CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS ................................................................................................................ 41 DESPESAS ..................................................................................................................................................... 41 CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS ............................................................................................................... 42 REGIMES DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA ..................................................................................................... 44 REGIME DE CAIXA .................................................................................................................................... 44 REGIME DE COMPETÊNCIA ...................................................................................................................... 45 RECEITAS E DESPESAS DIFERIDAS OU ANTECIPADAS .............................................................................. 46 EXEMPLOS DE FIXAÇÃO ...............................................................................................................................47 QUESTÃO COMENTADA .............................................................................................................................. 48 CONTAS CONTÁBEIS ........................................................................................................................................ 50 CONCEITO DE CONTA CONTÁBIL ................................................................................................................. 50 CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS ................................................................................................... 50 CONTAS PATRIMONIAIS .......................................................................................................................... 50 CONTAS DE RESULTADO .......................................................................................................................... 54 CONTAS DE COMPENSAÇÃO ................................................................................................................... 56 CONTAS SINTÉTICAS E CONTAS ANALÍTICAS ............................................................................................... 57 ELEMENTOS DAS CONTAS ........................................................................................................................... 58 PLANO DE CONTAS ...................................................................................................................................... 58 NATUREZA DAS CONTAS.............................................................................................................................. 60 CONTAS DEVEDORAS ............................................................................................................................... 60 CONTAS CREDORAS ................................................................................................................................. 61 CONTAS MISTAS ...................................................................................................................................... 61 RESUMO SOBRE CONTAS DEVEDORAS E CREDORAS .............................................................................. 62 CONTAS UNILATERAIS E CONTAS BILATERAIS ............................................................................................. 62 QUESTÃO COMENTADA .............................................................................................................................. 63 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 ATOS ADMINISTRATIVOS E FATOS CONTÁBEIS. LANÇAMENTO CONTÁBIL. ................................................... 65 ATOS ADMINISTRATIVOS E FATOS CONTÁBEIS ........................................................................................... 65 ATOS ADMINISTRATIVOS OU ATOS CONTÁBEIS ...................................................................................... 65 FATOS CONTÁBEIS OU FATOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................. 65 LANÇAMENTO CONTÁBIL ............................................................................................................................ 68 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO ................................................................................................................. 68 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO LANÇAMENTO ........................................................................................... 69 EXEMPLOS DE LANÇAMENTOS .................................................................................................................... 70 FÓRMULAS DE LANÇAMENTO ..................................................................................................................... 73 MNEMÔNICO PARA GUARDAR AS FÓRMULAS DE LANÇAMENTO .......................................................... 74 RETIFICAÇÃO DE LANÇAMENTOS ................................................................................................................ 75 ESTORNO ................................................................................................................................................. 75 COMPLEMENTAÇÃO ................................................................................................................................ 76 TRANSFERÊNCIA ...................................................................................................................................... 76 QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................................... 77 RAZONETES. BALANCETES DE VERIFICAÇÃO. LIVROS DE ESCRITURAÇÃO. ..................................................... 80 RAZONETES .................................................................................................................................................. 80 EXEMPLOS DE RAZONETES ...................................................................................................................... 80 BALANCETES DE VERIFICAÇÃO .................................................................................................................... 82 MODELO DE BALANCETE DE DUAS COLUNAS ......................................................................................... 82 MODELO DE BALANCETE DE SEIS COLUNAS ............................................................................................ 83 MODELO DE BALANCETE DE OITO COLUNAS .......................................................................................... 84 ERROS DETECTÁVEIS POR MEIO DE BALANCETES DE VERIFICAÇÃO ....................................................... 84 EXEMPLO PRÁTICO .................................................................................................................................. 85 LIVROS DE ESCRITURAÇÃO .......................................................................................................................... 85 CATEGORIAS DOS LIVROS DE ESCRITURAÇÃO ......................................................................................... 86 LIVROS CONTÁBEIS .................................................................................................................................. 87 LIVROS CONTÁBEIS EM ESPÉCIE .............................................................................................................. 88 EXIGÊNCIAS OU FORMALIDADES DO LIVRO DIÁRIO ................................................................................ 89 QUESTÃO COMENTADA .............................................................................................................................. 90 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO .................................................................................................. 92 DEPRECIAÇÃO .............................................................................................................................................. 92 CONCEITO DE DEPRECIAÇÃO ................................................................................................................... 92 VEDAÇÕES................................................................................................................................................ 92 BASE DE CÁLCULO ................................................................................................................................... 92 VALOR DA DEPRECIAÇÃO ANUAL ............................................................................................................ 93 VALOR RESIDUAL ..................................................................................................................................... 93 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO .........................................................................................................................93 VIDA ÚTIL ................................................................................................................................................. 93 VALOR LÍQUIDO CONTÁBIL ...................................................................................................................... 94 MÉTODOS DE CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO ............................................................................................. 94 CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO ....................................................................................................... 95 EXEMPLOS PRÁTICOS .............................................................................................................................. 96 DEPRECIAÇÃO ACELERADA ...................................................................................................................... 97 BAIXA DE BEM DEPRECIADO ................................................................................................................... 98 CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO PELO MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS .................................................. 100 DEPRECIAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS USADOS ..................................................................................... 102 DEPRECIAÇÃO DE EDIFICAÇÕES............................................................................................................. 103 AMORTIZAÇÃO .......................................................................................................................................... 103 CONCEITO DE AMORTIZAÇÃO ............................................................................................................... 103 REQUISITOS PARA AMORTIZAÇÃO ........................................................................................................ 103 TAXA DE AMORTIZAÇÃO........................................................................................................................ 104 FORMA DE CÁLCULO ............................................................................................................................. 104 CONTABILIZAÇÃO .................................................................................................................................. 104 EXEMPLOS PRÁTICOS ............................................................................................................................ 105 EXAUSTÃO ................................................................................................................................................. 106 CONCEITO DE EXAUSTÃO ...................................................................................................................... 106 CONTABILIZAÇÃO DA EXAUSTÃO .......................................................................................................... 107 CÁLCULO DA EXAUSTÃO ........................................................................................................................ 107 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 108 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ................................................................................................................. 111 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 111 CONCEITOS INICIAIS .................................................................................................................................. 111 TRIBUTOS CUMULATIVOS E NÃO CUMULATIVOS ..................................................................................... 113 COMPRAS .................................................................................................................................................. 115 COMPRAS DE MERCADORIAS SEM TRIBUTOS ....................................................................................... 115 COMPRAS DE MERCADORIAS COM TRIBUTOS ...................................................................................... 116 COMPRAS BRUTAS E COMPRAS LÍQUIDAS ............................................................................................ 120 MERCADORIAS DISPONÍVEIS PARA VENDA ........................................................................................... 122 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS ..................................................................................................... 122 MÉTODOS DE CÁLCULO DO CMV .......................................................................................................... 123 CÁLCULO DO CMV PELO INVENTÁRIO PERIÓDICO ................................................................................ 123 CÁLCULO DO CMV PELO INVENTÁRIO PERMANENTE ........................................................................... 125 MÉTODO DO CUSTO ESPECÍFICO ........................................................................................................... 128 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 MÉTODO PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA É O PRIMEIRO A SAIR ............................................................ 128 MÉTODO UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA, É O PRIMEIRO QUE SAI ........................................................... 130 MÉTODO DO CUSTO MÉDIO MÓVEL ..................................................................................................... 131 VENDAS ...................................................................................................................................................... 132 VENDAS BRUTAS .................................................................................................................................... 133 VENDAS LÍQUIDAS ................................................................................................................................. 133 RESULTADO COM MERCADORIAS ......................................................................................................... 134 CONTABILIZAÇÃO DE VENDAS ............................................................................................................... 135 AJUSTE A VALOR PRESENTE DE COMPRAS E VENDAS A PRAZO ................................................................ 137 CONCEITO E OBRIGATORIEDADE ........................................................................................................... 137 CONTABILIZAÇÃO .................................................................................................................................. 138 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 140 OPERAÇÕES COM PESSOAL ........................................................................................................................... 143 CONCEITO DE OPERAÇÕES COM PESSOAL ................................................................................................ 143 CONCEITOS IMPORTANTES ....................................................................................................................... 143 APROPRIAÇÃO DE DESPESAS COM SALÁRIOS ........................................................................................... 145 ADIANTAMENTOS DE SALÁRIOS ................................................................................................................ 145 INSS A RECOLHER....................................................................................................................................... 147 IRRF A RECOLHER ....................................................................................................................................... 148 FGTS ...........................................................................................................................................................149 SALÁRIO-FAMÍLIA ...................................................................................................................................... 150 SALÁRIO-MATERNIDADE ........................................................................................................................... 150 CONTABILIZAÇÃO DE 13º SALÁRIO ............................................................................................................ 151 CONTABILIZAÇÃO DE FÉRIAS ..................................................................................................................... 153 EXEMPLO COMPLETO DE CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES COM PESSOAL ........................................... 154 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 157 OPERAÇÕES COM DUPLICATAS ..................................................................................................................... 160 CONCEITO DE DUPLICATA ......................................................................................................................... 160 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA DUPLICATA ................................................................................................... 160 INTERVENIENTES NA DUPLICATA .............................................................................................................. 160 PRINCIPAIS ATOS JURÍDICOS ENVOLVENDO DUPLICATAS ........................................................................ 161 EMISSÃO DE DUPLICATAS .......................................................................................................................... 162 REGISTRO DA OPERAÇÃO DE DESCONTO .................................................................................................. 162 PAGAMENTO DA DUPLICATA PELO CLIENTE ............................................................................................. 165 VENCIMENTO DA DUPLICATA SEM PAGAMENTO PELO CLIENTE .............................................................. 165 BAIXA DE DUPLICATA INCOBRÁVEL ........................................................................................................... 165 RESUMO DAS OPERAÇÕES ENVOLVENDO DESCONTO DE DUPLICATAS ................................................... 167 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 EXEMPLO COMPLETO ENVOLVENDO DESCONTO DE DUPLICATAS ........................................................... 167 COBRANÇA SIMPLES DE DUPLICATAS ....................................................................................................... 169 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 169 RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS. OPERAÇÕES COM SEGUROS. PROVISÕES. PASSIVOS CONTINGENTES. PERDAS ESTIMADAS DO ATIVO. .................................................................................................................... 171 RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS ........................................................................................................ 171 RECEITAS ANTECIPADAS ........................................................................................................................ 171 DESPESAS ANTECIPADAS ....................................................................................................................... 172 OPERAÇÕES COM SEGUROS ...................................................................................................................... 173 CONCEITOS IMPORTANTES.................................................................................................................... 173 RECONHECIMENTO E CONTABILIZAÇÃO ............................................................................................... 174 PROVISÕES ................................................................................................................................................. 176 CONDIÇÕES PARA RECONHECIMENTO DE UMA PROVISÃO ................................................................. 176 CONSTITUIÇÃO DE PROVISÕES .............................................................................................................. 177 REALIZAÇÃO DE PROVISÕES .................................................................................................................. 178 REVERSÃO DE PROVISÕES ..................................................................................................................... 178 PASSIVOS CONTINGENTES ......................................................................................................................... 179 CONCEITO .............................................................................................................................................. 179 TRATAMENTO CONTÁBIL....................................................................................................................... 179 COMPARAÇÃO ENTRE PASSIVOS, PROVISÕES E PASSIVOS CONTINGENTES......................................... 179 ATIVOS CONTINGENTES............................................................................................................................. 180 PERDAS ESTIMADAS DO ATIVO ................................................................................................................. 180 PERDA ESTIMADA EM CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA - PECLD ................................................ 181 PERDA ESTIMADA EM ESTOQUES - PEE................................................................................................. 184 PERDA POR REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL ................................................................................. 184 VARIAÇÕES CAMBIAIS ............................................................................................................................... 188 CONTABILIZAÇÃO DAS VARIAÇÕES CAMBIAIS ...................................................................................... 188 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 189 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................................................................................................................... 191 CONCEITO E DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 191 DEMONSTRAÇÕES OBRIGATÓRIAS ............................................................................................................ 192 RITO DE APROVAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ....................................................................... 193 REGRAS GERAIS PARA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................... 194 NOTAS EXPLICATIVAS ................................................................................................................................ 194 BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................................................... 195 MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................................. 195 ORDEM DE APRESENTAÇÃO DOS ATIVOS E PASSIVOS NO BALANÇO ................................................... 196 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .................................................................................... 196 CÁLCULO DO IRPJ E CSLL A PAGAR ........................................................................................................ 199 CÁLCULO DAS PARTICIPAÇÕES ..............................................................................................................204 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 208 DESTINAÇÃO DO LUCRO DO EXERCÍCIO ........................................................................................................ 210 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 210 APURAÇÃO DO RESULTADO ...................................................................................................................... 210 DESTINAÇÃO DO LUCRO DO EXERCÍCIO .................................................................................................... 212 DESTINAÇÃO A RESERVA DE LUCROS .................................................................................................... 213 DESTINAÇÃO A DIVIDENDOS ................................................................................................................. 217 DESTINAÇÃO A AUMENTO DE CAPITAL ................................................................................................. 218 EXEMPLO DE DESTINAÇÃO DO LUCRO .................................................................................................. 218 DESTINAÇÃO DO PREJUÍZO DO EXERCÍCIO ................................................................................................ 219 DEMONSTRAÇÃO DA DESTINAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS .................................... 222 QUESTÃO COMENTADA ............................................................................................................................ 223 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 8 CONCEITOS INICIAIS CONCEITO, OBJETO, OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE Entre os diversos conceitos que podem ser dadas para a Contabilidade, podemos defini- la como o ramo das Ciências Sociais que tem por objetivo estudar, registrar e controlar as variações quantitativas e qualitativas que acontecem no patrimônio de uma entidade. O patrimônio das entidades é considerado o objeto da Contabilidade, uma vez que é sobre ele que a Contabilidade se debruçará, para controlá-lo e estudá-lo. Por sua vez, o objetivo ou finalidade da Contabilidade é fornecer sobre o patrimônio das entidades – antigamente chamadas de aziendas – aos usuários em geral, que podem ser internos (sócios e administradores) ou externos (investidores, credores, Governo, etc.). A Contabilidade existe para fornecer informações sobre o patrimônio das entidades, e não para administrá-lo. Quem toma decisões sobre o que fazer com o patrimônio são os administradores, que se valem principalmente da ciência da Administração. O campo de aplicação da Contabilidade alcança todas as entidades que possuam patrimônio, sejam físicas ou jurídicas, com fins lucrativos ou não, formalizadas ou informais. Deve-se observar que embora normalmente a contabilidade seja aplicada especialmente pelas empresas, seu campo de aplicação é muito mais amplo, porque as empresas são somente as pessoas jurídicas com fins lucrativos, não abarcando as entidades sem fins lucrativos e muitos menos as pessoas físicas. Por isso que é tecnicamente mais correto dizer que a contabilidade controle o patrimônio das entidades – e não só das empresas – em geral. O quadro abaixo resume essas informações: CONTABILIDADE CONCEITO: ramo das ciências contábeis que tem por objetivo estudar, registrar e controlar as variações qualitativas e quantitativas que acontecem no patrimônio de uma entidade. OBJETO: patrimônio das entidades. OBJETIVO OU FINALIDADE: fornecer informações sobre o partrimônio aos usuários da informação contábil. CAMPO DE APLICAÇÃO: todas as entidades, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, com ou sem fins econômicos, formalizadas juridicamente ou não. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 9 BASE NORMATIVA A base normativa da Contabilidade tem a ver com as regras que a Contabilidade deve obedecer, no exercício de sua função. No Brasil, as principais fontes de normas da Contabilidade são as leis e, principalmente, as resoluções do Conselho Federal de Contabilidade - CFC. Na verdade, embora a lei seja a mais importante fonte de normas jurídicas, no Brasil poucos dispositivos legais tratam sobre o assunto, deixando a maior parte da regulamentação a cargo do CFC. Lei 6.404/76 A principal lei que traz disposições aplicáveis à Contabilidade das empresas em geral é a Lei 6.404/76, conhecida como “Lei das S/A”, a qual deve ser obedecida: • Pelas sociedades anônimas, tanto as de capital aberto (autorizadas a negociar títulos na bolsa de valores), como as de capital fechado (que não estão autorizadas a isso); • Pelas demais sociedades de grande porte, assim consideradas aqueles que tiverem, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) – art. 3º da Lei 11.638/2007. A Lei das S/A, embora trate também de outros assuntos, como a organização das sociedades anônimas, traz regras contábeis que devem ser obedecidas por elas, como a obediência ao regime de competência e a obrigatoriedade, apresentação e o conteúdo das demonstrações contábeis. Lei 4.320/64 A Lei 4.320/64 traz normas aplicáveis somente à chamada Contabilidade Pública, a qual preocupa-se com o controle e estudo do patrimônio público, não sendo aplicável às empresas em geral, às quais se submetem à Lei 6.404/76 e às resoluções do CFC. Resoluções do CFC No Brasil, o principal órgão produtor de normas contábeis é o Conselho Federal de Contabilidade, o qual tem por objetivo, entre outros, regulamentar e fiscalizar o exercício da atividade de contabilista em todo o país. O CFC manifesta-se especialmente por meio de resoluções, as quais devem ser obedecidas por todos os profissionais da área contábil. Nos últimos anos, tem havido um grande esforço do CFC para adequar as normas contábeis brasileiras às normas internacionais, visando uma melhor inserção das empresas e dos profissionais de contabilidade brasileiros no cenário global, além de facilitar o entendimento das informações geradas por empresas brasileiras por parte de investidores estrangeiros. Esse esforço tem-se traduzido principalmente na adoção das regras definidas pelo IASB –International Accounting Standards Board (Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade), que produz os chamados IFRS - International Financial Reporting Standards, ou Normas Internacionais de Informação Financeira. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 10 Comitê de Pronunciamentos Contábeis Além do CFC, outra entidade importante na regulamentação da atividade contábil no Brasil é o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Criado em 2005 e formado por representantes de várias entidades e órgãos públicos – inclusive do CFC – o CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Os pronunciamentos do CPC costumam ser indicados pela sigla CPC acompanhada do número do pronunciamento, cada um tratando de um assunto diferente. Assim, por exemplo, temos: o CPC 00, que traz a estrutura conceitual para as demonstrações contábeis; o CPC 01, que trata sobre a redução ao valor recuperável de ativos; o CPC 02, que trata sobre os efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis; o CPC 03,que trata sobre a demonstração de fluxos de caixa, e assim sucessivamente. IMPORTANTE Os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis somente passam a ser de observância obrigatória a partir da sua aprovação por resolução do Conselho Federal de Contabilidade, uma vez que somente este tem poder normativo, de acordo com a lei. Normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários As sociedades anônimas de capital aberto devem obedecer – além das normas legais e resoluções do CFC, às normas expedidas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, sob pena de sanções, que podem variar de multas à cassação da autorização para fazer ofertas públicias de títulos. RAMOS DA CONTABILIDADE A Contabilidade, embora seja considerada uma só ciência, divide-se em dois grandes ramos, como forma de facilitar seu estudo e compreensão, especialmente para os profissionais de cada área. As duas grandes divisões são: Contabilidade Empresarial (também chamada de Societária) e Contabilidade Pública. A Contabilidade Empresarial busca estudar o patrimônio das entidades privadas, tenham fins lucrativos ou não, e por sua vez divide-se em outros sub-ramos: como contabilidade geral, de custos, financeira, etc. Já a Contabilidade Pública – que o CFC hoje em dia prefere chamar de Contabilidade Aplicada ao Setor Público –, preocupa-se com o controle e divulgação de informações sobre o patrimônio público e das entidades do setor público (União, Estados, DF, Municípios e suas autarquias e fundações), e normalmente segue as disposições da Lei 4.320/64, das resoluções do CFC nessa área e orientações dos órgãos de governo, especialmente as consubstanciadas no MCASP – Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, editado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Recentemente tem-se buscando cada vez mais a convergência entre as normas contábeis aplicáveis ao setor privado – a Contabilidade Empresarial – e aquelas relacionadas ao setor público. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 11 TÉCNICAS CONTÁBEIS As técnicas contábeis são, na verdade, os diversos procedimentos dos quais a Contabilidade utiliza-se para cumprir sua função. São elas: escrituração, demonstração, auditoria e análise. Escrituração: consiste no registro dos diversos fatos que interferem ou podem interferir no patrimônio das entidades. É através da escrituração são controladas todas as alterações ocorridas no patrimônio. É feita por meio dos chamados lançamentos contábeis, os quais devem sempre obedecer ao método das partidas dobradas. Demonstração: tem por objetivo apresentar aos diversos usuários, as informações patrimoniais da entidade, seguindo alguns padrões e recomendações expedidos pelo CFC. É através das demonstrações que os usuários, especialmente os externos, terão acesso às informações contábeis que foram escrituradas. Entre os exemplos de demonstrações contábeis temos: balanço patrimonial (BP), demonstração do resultado do exercício (DRE), demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) e demonstração dos fluxos de caixa (DFC). Auditoria: esta técnica tem por objetivo verificar a correção dos procedimentos de escrituração e de demonstração, se foram de forma apropriada e seguindo as normas legais e contábeis. A auditoria pode ser interna, quando feita por pessoas da própria instituição, ou independente, também chamada de externa, quando realizada por profissionais contratados especificamente para isto. Análise: busca comparar as informações fornecidas nas demonstrações e mensurar índices que evidenciem a situação financeira e patrimonial da entidade, bem como compará-la com as de outras empresas do mesmo ramo. CONTABILIDADE TEÓRICA E CONTABILIDADE PRÁTICA Costuma-se dividir a ciência da Contabilidade em duas vertentes: prática e teórica. A contabilidade prática consiste no registro das operações de determinada entidade em livros mantidos para essa finalidade. Ou seja, é a contabilidade que é praticada no dia-a-dia pelos contabilistas. Já A contabilidade teórica estabelece princípios e regras de conduta a serem seguidas pelos profissionais da área contábil, com o objetivo de aprimorar e uniformizar os procedimentos por eles adotados. É exercida, por exemplo, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e pelo Conselho Federal de Contabilidade. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 12 QUESTÃO COMENTADA (VUNESP – Perito Criminal) A finalidade da contabilidade é assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades econômicas desenvolvidas. Analise a seguinte frase: A contabilidade é a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das ____________, com fins lucrativos ou não. Complete a frase com a alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto. a) entidades b) sociedades civis c) empresas d) sociedades de economia privada e) organizações não governamentais GABARITO: A SOLUÇÃO RÁPIDA A contabilidade estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades em geral, com fins lucrativos ou não, As demais alternativas estão erradas porque restringem o campo de atuação da contabilidade. Assim, por exemplo, a expressão “empresas” abrange, no direito brasileiro, somente entidades com fins lucrativos. Já as “sociedades civis” e as “organizações não governamentais” não possuem. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 13 SOLUÇÃO COMPLETA O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, assim entendido como o conjunto de seus bens, direitos e obrigações. Esse patrimônio deve ser controlado e divulgado pela entidade, seguindo padrões estabelecidos, que visam uniformizar essas informações. Qualquer entidade, seja física ou jurídica, pública ou governamental, empresa ou não, pode e deve utilizar-se das normas e técnicas da contabilidade para controlar seu patrimônio. No que se refere às pessoas jurídicas, as entidades podem ser sociedades empresárias ou não empresárias. Uma sociedade empresária é aquela que, nos termos do art. 966 do Código Civil, exerce habitualmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por “atividade econômica” entenda-se a atividade de busca do lucro, ou seja, uma sociedade empresária sempre tem objetivos lucrativos. As sociedades não empresárias, por sua vez, também chamadas de sociedades simples, são aquelas que não têm objetivo de lucro. Antigamente, em contabilidade, usava-se o termo de origem italiana “azienda” para designar o patrimônio de uma entidade que estava sujeito a ser controlado pela Contabilidade. No entanto, ele designava um conceito mais amplo do que o patrimônio, porque também se referia ao elemento humano que administrava a sociedade. Ou seja, pode-se dizer que o termo “azienda” referia-se à entidade no seu todo, englobando o patrimônio e um responsável por administrar esse patrimônio. Assim como ocorre com as entidades hoje, falava-se em aziendas com fins econômicos e com fins sociais. Deve-se sempre ter em mente que a Contabilidade se preocupa com o controle do patrimônio, e não com sua administração, pois esta compete a outra classe de profissionais, que são os administradores da entidade. Assim, a contabilidade não toma decisões sobre a gestão do patrimônio da entidade, mas fornece informações que serão úteis à tomada de decisões sobre este patrimônio. Por isso, não é o contabilista que decidirá se uma outra empresa deverá ou não ser comprada, ou se um ativo deverá ou não ser vendido, mas sim os sócios, acionistas ou os diretores. Por isso que se costuma dizer que a atuação da contabilidade auxilia e é complementada pelos estudos da Administração e da Economia.https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 14 CPC 00 – RELATÓRIOS FINANCEIROS DE PROPÓSITO GERAL E CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS CONSIDERAÇÕES INICIAIS Já vimos que a finalidade da Contabilidade é fornecer informações aos usuários da informação contábil. O CPC 00 trata sobre a estrutura conceitual para relatório financeiro, ou seja, traz diversos conceitos que deverão ser observados quando da elaboração das demonstrações contábeis. Apesar de sua importância, o próprio texto do CPC estabelece que ele não é um pronunciamento propriamente dito, e que nada nele contido se sobrepõe a qualquer pronunciamento ou qualquer requisito em pronunciamento. Ou seja, o CPC 00 funciona como uma introdução às demonstrações contábeis, trazendo conceitos importantes, mas que são genéricos, devendo ser observados os pronunciamentos específicos, quando for o caso. O CPC 00 busca auxiliar na aplicação das IFRS no Brasil. Embora seja importante tratarmos sobre o CPC 00 logo no início, é natural que a primeira leitura do CPC 00 por quem ainda não está minimamente familiarizado com os conceitos contábeis traga alguma dificuldade de compreensão. Por isso recomenda-se que, se este é o seu caso, que posteriormente releia este capítulo com mais calma, para melhor fixação de suas disposições. USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL Usuários da informação contábil são todos aqueles que possuem interesse legítimo nas informações relativas ao patrimônio de uma entidade. A teoria costuma dividi-los em usuários internos e usuários externos. USUÁRIOS INTERNOS Usuários internos são aqueles que estão diretamente relacionados à atividade rotineira da empresa e utilizam os dados contábeis em sua atividade profissional. Dentre eles, temos: os administradores da entidade; os proprietários, os acionistas; os contadores e auditores internos; e funcionários em geral. USUÁRIOS EXTERNOS Os usuários externos das informações contábeis são aqueles que se interessam pelos dados contábeis, mas não participam ativamente dos processos rotineiros da entidade. Dentre eles, podemos citar o Governo, bancos (especialmente na hora de decidir sobre concessão de crédito à entidade), fornecedores (especialmente para decidir sobre o fornecimento de bens e mercadorias a prazo para a entidade); e acionistas potenciais. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 15 Os usuários externos podem ser divididos em primários e secundários. Os primários são os investidores e credores. Já os secundários são os órgãos governamentais e reguladores, como o CFC, a CVM, a SUSEP - Superintendência de Seguros Privados, etc. O esquema abaixo resume essa classificação: RELATÓRIOS FINANCEIROS DE PRÓPOSITO GERAL Os chamados “relatórios financeiros de propósito geral”, ou “relatórios financeiros para fins gerais”, buscam, de acordo com o CPC 00, fornecer informações financeiras sobre a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade. Na verdade, pela definição do CPC 00 fica evidente que os relatórios financeiros de propósito geral são voltados especialmente aos usuários externos, e em especial aos primários. Isso porque os usuários internos, como os administradores e os acionistas, têm muito mais facilidade para obter as informações que necessitam de forma personalizada, através de relatórios específicos. Também os usuários externos secundários, que são os órgãos reguladores governamentais podem obter outras informações que necessitam por meio de requisição direta à entidade, embora normalmente também se aproveitem das informações constantes dos relatórios financeiros para fins gerais. Apesar disso, os relatórios financeiros para fins gerais, de acordo com o próprio CPC 00, não fornecem nem podem fornecer todas as informações de que necessitam investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais. Esses usuários precisam considerar informações pertinentes de outras fontes, como, por exemplo, condições e expectativas econômicas gerais, eventos políticos e ambiente político e perspectivas do setor e da empresa. Os relatórios financeiros para fins gerais não se destinam a apresentar o valor da entidade que reporta, mas fornecem informações para auxiliar investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, a estimar o valor da entidade. Ainda de acordo como o CPC 00, em grande medida, relatórios financeiros baseiam-se em estimativas, julgamentos e modelos e, não, em representações exatas, como ocorre, por exemplo, com as estimativas de perdas ou de valor de mercado dos ativos da entidade. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL De acordo com o CPC 00, as características qualitativas das informações contábeis permitem que as mesmas sejam úteis aos usuários da informação contábil. Isso porque não basta fornecer as informações, mas as mesmas devem obedecer a determinados critérios e exigências, para que possam ser consideradas úteis pelos usuários. O CPC 00 divide as características qualitativas da informação contábil em características qualitativas fundamentais e características qualitativas de melhoria Usuários da Informação Contábil Internos: acionistas, administradores e funcionários Externos: demais Primários: investidores e credores Secundários: órgãos reguladores e Governo https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 16 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS As características qualitativas fundamentais são relevância e representação fidedigna. De acordo com o CPC 00, as características qualitativas de melhoria devem ser maximizadas tanto quanto possível. Contudo, as características qualitativas de melhoria, seja individualmente ou como grupo, não podem tornar informações úteis se essas informações forem irrelevantes ou não fornecerem representação fidedigna do que pretendem representar. a) Relevância: de acordo com o CPC 00, informações financeiras relevantes são aquelas capazes de fazer diferença nas decisões tomadas pelos usuários, ainda que alguns deles optem por não tirar vantagem delas ou já tenham conhecimento delas a partir de outras fontes. Uma informação, para ser relevante, precisa ter valor preditivo ou confirmatório, ou ambos. Informações financeiras têm valor preditivo se podem ser utilizadas como informações em processos empregados pelos usuários para prever resultados futuros. Informações financeiras têm valor confirmatório se fornecem feedback sobre (confirmam ou alteram) avaliações anteriores. Os valores preditivo e confirmatório das informações financeiras estão inter- relacionados. Informações que possuem valor preditivo frequentemente possuem também valor confirmatório. Por exemplo, informações sobre receitas para o ano corrente, que podem ser utilizadas como base para prever receitas em anos futuros, também podem ser comparadas a previsões de receitas para o ano corrente que tenham sido feitas em anos anteriores. Os resultados dessas comparações podem ajudar o usuário a corrigir e a melhorar os processos que foram utilizados para fazer essas previsões anteriores. Ligado ao conceito de relevância, temos o conceito de materialidade. De acordo com o CPC 00, a informação é material se a sua omissão, distorção ou obscuridade puder influenciar, razoavelmente, as decisões que os principais usuários de relatórios financeiros para fins gerais tomam com base nesses relatórios. Em outras palavras, materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade com base na natureza ou magnitude, ou ambas, dos itens aos quais as informações se referem no contexto do relatório financeiro da entidade individual. Desta forma, não se pode especificar um limite quantitativouniforme para materialidade ou predeterminar o que pode ser material em uma situação específica, porque isso dependerá do caso concreto. Por exemplo, em uma pequena empresa que já teve problemas sérios com o Fisco anteriormente, por conta de não pagamento de tributos, a informação sobre um pequeno valor que esteja sendo cobrado pela Receita Federal pode ser material, ao passo que o mesmo pode não ser material em uma grande empresa que nunca enfrentou cobranças tributárias. b) Representação Fidedigna: a representação fidedigna tem a ver com a representação adequada da realidade. De acordo com o CPC 00, para ser representação perfeitamente fidedigna, a informação contábil deve ter três características: deve ser completa, neutra e isenta de erros. A representação completa inclui todas as informações necessárias para que o usuário compreenda os fenômenos que estão sendo representados, inclusive todas as descrições e explicações necessárias. Por exemplo, a representação completa de grupo de ativos inclui, no mínimo, a descrição da natureza dos ativos do grupo, a representação numérica de todos os ativos do grupo e a descrição daquilo que a representação numérica retrata (por exemplo, custo histórico ou valor justo). Para alguns itens, uma representação completa pode envolver também explicações de fatos significativos sobre a qualidade e natureza do item, fatores e https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 17 circunstâncias que podem afetar sua qualidade e natureza e o processo utilizado para determinar a representação numérica. A representação neutra não é tendenciosa na seleção ou na apresentação de informações financeiras. A representação neutra não possui inclinações, não é parcial, não é enfatizada ou deixa de ser enfatizada, nem é, de outro modo, manipulada para aumentar a probabilidade de que as informações financeiras serão recebidas de forma favorável ou desfavorável pelos usuários. Informações neutras não significam informações sem nenhum propósito ou sem nenhuma influência sobre o comportamento. Livre de erros significa que não há erros ou omissões na descrição do fenômeno e que o processo utilizado para produzir as informações apresentadas foi selecionado e aplicado sem equívocos, intencionais ou não, no processo. Assim, livre de erros não significa perfeitamente precisa em todos os aspectos. Por exemplo, a entidade pode ter que fazer estimativas, em algumas situações, como ocorre no caso de preços de ativos da entidade pouco encontrados no mercado, por exemplo. Contudo, a representação dessa estimativa pode ser fidedigna se o valor for descrito de forma clara e precisa como sendo a estimativa, se a natureza e as limitações do processo de estimativa forem explicadas e se nenhum erro tiver sido cometido na escolha e na aplicação do processo apropriado para o desenvolvimento da estimativa. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA As características qualitativas, de acordo com o CPC 00, são a comparabilidade, a capacidade de verificação, a tempestividade e a compreensibilidade. a) Comparabilidade: é a característica qualitativa que permite aos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens dos relatórios financeiros, seja em relação a outras entidades do mesmo setor, seja em relação à mesma entidade em períodos anteriores. Diferentemente das outras características qualitativas, a comparabilidade não se refere a um único item. A comparação exige, no mínimo, dois itens. O CPC 00 deixa claro que comparabilidade não exatamente o mesmo que consistência nem que uniformidade. Consistência refere-se ao uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, seja de período a período na entidade que reporta ou em um único período para diferentes entidades. Comparabilidade é a meta; a consistência ajuda a atingir essa meta. Comparabilidade não é uniformidade, de acordo com o pronunciamento, porque para que informações sejam comparáveis, coisas similares devem parecer similares e coisas diferentes devem parecer diferentes. A comparabilidade de informações financeiras, ainda de acordo com as palavras do CPC 00, não é aumentada fazendo-se que coisas diferentes pareçam similares, tanto quanto se fazendo que coisas similares pareçam diferentes. b) Capacidade de Verificação: capacidade de verificação significa que diferentes observadores bem informados e independentes podem chegar ao consenso, embora não a acordo necessariamente completo, de que a representação específica é representação fidedigna. A capacidade de verificação ajuda a garantir aos usuários que as informações representem de forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem representar. Para que isso ocorra, é importante que as informações contábeis estejam baseadas em documentos e estimativas devidamente explicadas. A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar o valor ou outra representação por meio de observação direta, por exemplo, contando-se dinheiro. Verificação indireta significa verificar os dados de entrada de modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os dados de saída utilizando a mesma metodologia. Um exemplo é verificar o valor contábil do estoque, checando as informações (quantidades e custos) e recalculando o estoque final, utilizando a mesma premissa de fluxo de custo (por exemplo, utilizando o método primeiro a entrar, primeiro a sair). https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 18 c) Tempestividade: tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. De modo geral, quanto mais antiga a informação, menos útil ela é. Contudo, algumas informações podem continuar a ser tempestivas por muito tempo após o final do período de relatório porque, por exemplo, alguns usuários podem precisar identificar e avaliar tendências. A entidade, no entanto, deve tomar cuidado para somente divulgar a informação após ter feito as devidas checagens sobre sua representação fidedigna e relevância, evitando precipitar-se e divulgando informações que não sejam verdadeiras, por exemplo. d) Compreensibilidade: a compreensibilidade faz com que todos os usuários que tenham conhecimento razoável das atividades comerciais e econômicas e que revisam e analisam as informações de modo diligente possam compreendê-las adequadamente. De acordo com o CPC 00, classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e conciso as torna compreensíveis. Alguns fenômenos são inerentemente complexos e pode não ser possível tornar a sua compreensão fácil. Excluir informações sobre esses fenômenos dos relatórios financeiros pode tornar mais fácil a compreensão das informações contidas nesses relatórios financeiros. Contudo, deve-se tomar cuidado para que esses relatórios podem não sejam por conta disso incompletos e, portanto, possivelmente distorcidos. Resumindo o que foi visto sobre as características qualitativas das informações contábeis, temos: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONCEITO O CPC 00 considera as demonstrações contábeis como um tipo específico de relatório financeiro para fins gerais. De acordo com o referido pronunciamento, o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade que reporta que sejam úteis aos usuários das demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas para futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade que reporta e na avaliação da gestão de recursos da administração sobre os recursos econômicos da entidade. Características Qualitativas da Informação Contábil Fundamentais Relevância: deve ser capaz de influenciar decisões. Representação Fidedigna: completa, neutra e livre de erro. De Melhoria Comparabilidade: permite identificar e similaridades e diferenças entreitens. Capacidade de Verificação: permite checagem da informação, com base em documentos. Tempestividade: informação disponibilizada a tempo de ser útil ao usuário. Compreensibilidade: usuários conseguem entender o conteúdo das informações. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 19 As demonstrações contábeis são elaboradas para um período de tempo específico (normalmente anual). Para ajudar os usuários das demonstrações contábeis a identificarem e avaliarem mudanças e tendências, as demonstrações contábeis também fornecem informações comparativas de, pelo menos, um período de relatório anterior. Assim, por exemplo, se a entidade está divulgando uma demonstração relativa ao ano de 2020, deve trazer também as mesmas informações (normalmente em uma coluna ao lado) relativas ao ano de 2019. IMPORTANTE A Lei 6.404/76 estabelece a obrigatoriedade das seguintes demonstrações contábeis para as sociedades anônimas de capital aberto, as quais devem ser elaboradas e divulgadas anualmente: ▪ Balanço Patrimonial (BP): demonstra a posição patrimonial da entidade em um determinado momento. ▪ Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): demonstra o lucro ou prejuízo que a entidade obteve em um período. ▪ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): demonstra as entradas e saídas de disponibilidades (dinheiro e equivalentes) ocorridas no patrimônio da entidade no período. ▪ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): tem como função apresentar as alterações ocorridas nas contas do patrimônio líquido da entidade. Para sociedades anônimas de capital fechado (que não vendem títulos na bolsa de valores), a DMPL pode ser substituída pela DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados – que é mais resumida. ▪ Demonstração do Valor Adicionado (DVA): tem como objetivo evidenciar a criação de riqueza durante o período, e a forma que ela foi distribuída entre funcionários, fornecedores, agentes financiadores, acionistas e governo, PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE De acordo com o CPC 00, as demonstrações contábeis são normalmente elaboradas com base na suposição de que a entidade que reporta está em continuidade operacional e continuará em operação no futuro previsível. Assim, presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar em liquidação ou deixar de negociar. Se existe essa intenção ou necessidade, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas em base diferente. Exemplo: se os sócios pretendem extinguir a entidade, ou percebem que ela pode vir à falência, no próximo ano, devem elaborar as demonstrações contábeis com isso em mente, o que pode, por exemplo, influenciar nos valores dos ativos e passivos da mesma. No entanto, se não houver nenhuma razão para pensar na descontinuidade da entidade, as demonstrações devem ser feitas pensando-se que a mesma permanecerá em atividade por prazo indeterminado. Isso representa a aplicação do antigo princípio da continuidade, o qual, embora não exista mais formalmente, ainda mantém sua obrigatoriedade. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 20 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONSOLIDADAS De acordo com o CPC 00, se uma entidade for controladora de outra, além de divulgar demonstrações contábeis de seu próprio patrimônio, também deve divulgar, de forma separada, demonstrações que considerem seu patrimônio e os de suas entidades controladas como se fossem uma só entidade, ou seja, demonstrações do grupo econômico como um todo. Essas são as chamadas demonstrações contábeis consolidadas. Pela sua natureza, as demonstrações contábeis consolidadas não se destinam a fornecer informações sobre Ativos, Passivos, Patrimônio Líquido, Receitas E Despesas de qualquer controlada específica ou mesma da controladora. As demonstrações contábeis próprias da controlada e da controladora é que se destinam a fornecer essas informações. QUESTÃO COMENTADA (CESPE – Escrivão de Polícia Federal) Uma instituição europeia, ao analisar demonstrações contábeis de entidades brasileiras com a finalidade de realizar investimentos, tomou conhecimento de que os relatórios financeiros publicados no Brasil possuem diversos atributos, entre eles as características qualitativas fundamentais da relevância e da representação fidedigna. A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item. Por serem passíveis de comparação com demonstrações contábeis de entidades de outros países, os relatórios publicados pelas entidades brasileiras representam para a investidora uma informação relevante e fidedigna. GABARITO: ERRADO SOLUÇÃO RÁPIDA A questão confunde as características qualitativas fundamentais da informação contábil: relevância e representação fidedigna com uma das características qualitativas de melhoria: a comparabilidade. Uma informação pode ser relevante e fidedigna, mas não possuir comparabilidade, e vice-versa. SOLUÇÃO COMPLETA A questão confunde as características qualitativas fundamentais da informação contábil: relevância e representação fidedigna com uma das características qualitativas de melhoria: a comparabilidade. Uma informação pode ser relevante e fidedigna, mas não possuir comparabilidade. O CPC 00, ao tratar sobre as características qualitativas da informação contábil, as divide em dois grandes grupos: i) características qualitativas fundamentais: relevância e representação fidedigna; e ii) características qualitativas de melhoria: comparabilidade, compreensibilidade, tempestividade e capacidade de verificação. Vejamos cada uma dessas características: Primeiramente, as características qualitativas fundamentais: https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 21 a) relevância: uma informação é contábil é relevante se for capaz, isoladamente ou em conjunto com outras informações, de fazer diferença nas decisões econômicas tomadas pelos seus usuários. A informação contábil relevante possui valor preditivo e/ou confirmatório. b) representação fidedigna: a informação contábil possui representação fidedigna se representa de forma adequada a realidade e possui todos os dados necessários para que o usuário compreenda os fenômenos que estão sendo representados. Para ter uma representação fidedigna a informação contábil precisa ser completa, neutra e livre de erro. Vejamos agora as características qualitativas de melhoria da informação contábil. De acordo com o CPC 00, as características qualitativas de melhoria melhoram a utilidade de informações que devem ser previamente relevantes e fidedignas. As características qualitativas de melhoria podem também ajudar a determinar qual de duas formas deve ser utilizada para representar o fenômeno caso se considere que ambas fornecem informações igualmente relevantes e representação igualmente fidedigna desse fenômeno. As características qualitativas de melhoria são as seguintes: a) compreensibilidade: uma informação contábil possui compreensibilidade se fizer com que todos os usuários que tenham conhecimento razoável das atividades comerciais e econômicas e que revisam e analisam as informações de modo diligente possam compreendê-las adequadamente. A compreensibilidade não impede a utilização de termos técnicos nas demonstrações, mas os mesmos, sempre que utilizados, devem ser de uso corrente ou serem devidamente explicados na própria demonstração. b) comparabilidade: é a característica qualitativa da informação contábil que permite aos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens dos relatórios financeiros, seja em relação a outras entidades do mesmo setor, seja em relação à mesma entidade em períodos anteriores. A comparabilidade, por óbvio, não se refere a um único item, uma vez que para se efetuar uma comparação deve haver pelo menos dois. c) Tempestividade: uma informação contábil tempestiva é aquela que é disponibilizada aosusuários a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. Isso porque se a informação demorar a ser disponibilizada, poderá não ser mais útil. Deve-se notar, porém, que a divulgação da informação contábil não deve ser feita de forma precipitada, antes de sua checagem, aprovação e auditoria por parte das pessoas responsáveis. d) Capacidade de Verificação: também chamada de verificabilidade, é a característica qualitativa da informação contábil que permite que diferentes observadores bem informados e independentes podem chegar ao consenso, embora não a acordo necessariamente completo, de que a representação específica é representação fidedigna. Ou seja, a capacidade de verificação permite que qualquer interessado legítimo possa conferir se a informação de fato possui representação fidedigna. Para que a informação tenha capacidade de verificação, é importante que esteja sempre lastreada em documentos e estimativas que a confirmem. O CPC 00 afirma que a verificação da informação contábil pode se dar de forma direta (observação ou contagem) ou indireta (através de cálculos). https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 22 PATRIMÔNIO. ATIVO, PASSIVO E PL. CONCEITO DE PATRIMÔNIO Já vimos que o patrimônio das entidades é o objeto da Contabilidade. Mas o que ele vem a ser? O patrimônio – normalmente denominado em contabilidade de patrimônio líquido - é definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações (dívidas) de uma entidade. Ele mede a riqueza da entidade, e possui outros nomes, como: situação líquida, capital próprio, passivo não-exigível e patrimônio residual. O patrimônio – também chamado de patrimônio líquido de uma entidade é soma de seus bens e direitos, excluídas as suas obrigações. O patrimônio líquido possui dois componentes positivos, que quanto maiores, maior o valor do patrimônio, que são os bens e os direitos; e um componente negativo, que quanto maior, menor o patrimônio, que são as obrigações. Para a contabilidade, somente vão interessar os bens, direitos e obrigações que possuírem valor econômico. Assim, por exemplo, a reputação de uma entidade, ou o direito à privacidade ou a obrigação de obedecer às leis não são contabilizados, porque não possuem valor econômico. Porém, a marca de uma empresa, o direito à indenização por ter a privacidade desrespeitada ou a obrigação de pagar um tributo o são, desde que seu valor possa ser devidamente aferido. Os bens podem ser corpóreos (aqueles que possuem existência física, como os imóveis, os veículos, as mercadorias, o dinheiro) ou incorpóreos (que não possuem existência física, sendo produto do intelecto humano), como as marcas, as patentes, as licenças para uso de softwares, etc. Os bens incorpóreos diferenciam-se dos direitos porque estes possuem um devedor, alguém que deve pagar algo, diferentemente daqueles. Assim, por exemplo, uma marca é um bem incorpóreo, e não um direito, porque não existe um “devedor” de quem o valor da marca seja cobrado. Por outro lado, se a empresa efetua uma venda a prazo, surge para a mesma um direito (e não um bem incorpóreo), uma vez que neste caso existe um devedor, de quem o valor será cobrado. Ligado ao conceito de patrimônio líquido, temos também os conceitos de ativo e de passivo. ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO O Ativo é a parte positiva do patrimônio, sendo normalmente definido como a soma dos bens e direitos de uma entidade. Quanto maior o ativo, maior o patrimônio da entidade. Pode ser chamado também de Patrimônio Bruto ou de Recursos Aplicados. Também se fala em ativos (com letra minúscula), indicando cada um dos bens e direitos que compõem o Ativo total. Assim, pode-se dizer: “a empresa vendeu determinado ativo”, ou “o Ativo daquela entidade é bem valioso”. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 23 O CPC 00, por sua vez, traz uma definição mais específica, definindo ativo da seguinte forma: “ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados”. Importante observar que, de acordo com o referido pronunciamento, a entidade controla um recurso econômico se ela tem a capacidade presente de direcionar o uso do recurso econômico e obter os benefícios econômicos que podem fluir dele, mesmo que não tenha sua propriedade legal. Assim, por exemplo, imagine-se a situação de uma entidade que faça um “leasing” de uma determinada máquina, arrendando o bem até o final do contrato, quando poderá decidir se devolverá o bem ou ficará com a propriedade do mesmo, pagando a diferença de preço (o chamado “valor residual”). Enquanto a entidade arrendatária estiver pagando o aluguel, a máquina não será sua, sendo juridicamente de propriedade da arrendadora. No entanto, como é a entidade arrendatária que está na posse bem e que o utiliza para obter benefícios econômicos, ela deverá registrá-lo em seu ativo. Da mesma forma, imagine-se que uma fábrica ocupa um determinado terreno, onde instalou seu galpão de produção e estoque os produtos a serem vendidos, mas que haja uma discussão na justiça sobre a propriedade do imóvel. Nesse caso, deverá a entidade registrar o terreno em seu ativo, mesmo que a propriedade jurídica não lhe seja assegurada? A resposta é afirmativa, uma vez que a empresa em questão pode direcionar o uso do terreno como lhe aprouver e pode extrair dele seus benefícios econômicos (bens produzidos). Essa distinção entre controle e propriedade é importante para que a atividade contábil não venha a ser contaminada com discussões jurídicas. Para a contabilidade, a essência deve prevalecer sobre a forma. Deve-se observar que, embora tecnicamente o CPC 00 não use mais essa definição, o ativo ainda pode ser conceituado – e cobrado em provas - como o conjunto de bens e direitos de uma entidade. Como exemplos de ativos de uma entidade, podemos citar: Dinheiro em caixa ou em conta corrente bancária; Aplicações financeiras; Valores a receber; Adiantamentos feitos a fornecedores; Adiantamentos feitos a funcionários; Créditos em relação a fornecedores ou funcionários; Mercadorias (bens adquiridos pela entidade para revenda, no exercício de suas atividades normais); Veículos; Máquinas e Equipamentos; Semoventes; Móveis e Utensílios; Imóveis; Marcas; Patentes; Participações societárias em outras empresas. PASSIVO Assim, como ocorre com o ativo, pode-se falar em passivo em seu sentido de conjunto ou em sentido individual. Em relação ao sentido de conjunto, existem duas acepções para a expressão “Passivo” (o contexto é que muitas vezes definirá em que sentido a palavra está sendo utilizada). https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 24 Primeiro, o Passivo pode ser entendido como a soma das obrigações da entidade, a parte negativa do Patrimônio, também sendo chamado de Passivo Exigível ou Capital de Terceiros. Algumas vezes, porém, refere-se ao Passivo como sendo a soma do Passivo Exigível com o Patrimônio Líquido. Nesse sentido se diz que, no balanço, o valor do Ativo deve ser igual ao valor do Passivo. O CPC 00, por sua vez, traz uma definição de passivo, individualmente considerado, conceituando-o como “uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados”. Assim, o passivo indica uma obrigação da entidade de pagar alguém. Importante observar que o passivo representa uma forma de financiamento da entidade, ou seja, uma forma de obtenção de recursos, os quais deverão ser repassados ou devolvidos a terceiros. Para que um passivoum passivo seja registrado na contabilidade, é essencial que se saiba o seu valor exato ou que pelo menos se possa fazer uma estimativa confiável. Como exemplos de passivos de uma entidade, podemos citar: Empréstimos e financiamentos tomados; Tributos a pagar;
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