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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ª Vara Cível da Comarca de Londrina do Estado do Paraná JOÃO (nome completo), brasileira, união estável, trabalhador rural, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na Rua das Bromélias, nº 100, na cidade de Londrina/PR, e-mail: (correio eletrônico), vem respeitosamente por meio de seu advogado (procuração anexa) à presença de Vossa Excelência expor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO RURAL com fulcro no art. 191 da CF/88 e art. 1.239 CC e 246 do CPC, em face de JULIÃO (nome do proprietário), brasileira, casado, (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XX.XXX.XXX-X, residente e domiciliado na (endereço completo), na cidade de Londrina/PR, e-mail: (correio eletrônico), pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 1- DOS FATOS Tem-se que João e seu companheiro Marcos (cujo consentimento encontra-se em declaração anexa a esta exordial), há nove anos, têm a posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel rural, registrado sob o nº (...), no Cartório de Registro de Imóveis (certidão em anexo), com área de 35 hectares, conforme planta em anexo, situado na Rua das Bromélias, nº 100, na cidade de Londrina/PR. O réu é proprietário do referido imóvel (conforme consta na certidão de registro juntada), cujas propriedades confrontantes são: Fazenda da Paz, cujo proprietário é a pessoa jurídica denominada Fazenda da Paz Ltda., e também com uma propriedade rural pertencente aos cônjuges Francisco e Rosa, conforme planta do imóvel e demais especificações anexas. O referido imóvel encontrava-se abandonado. Então, o requerente, após tomar posse, construiu uma casa, na qual mora até a presente data, e passou a tirar da terra o seu sustento. Desde que tomou posse do imóvel, o autor cuidou do imóvel com animus domini, pagando todos os tributos relacionados a ele desde então, conforme se pode observar dos carnês de IPTU devidamente pagos anexados à presente petição inicial. O autor nunca sofreu qualquer tipo de contestação ou impugnação por parte de quem quer que seja para reclamar a propriedade do referido imóvel, sendo a sua posse, portanto, e sem oposição e ininterrupta durante todo esse tempo. O possuidor não é proprietário de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano. Dessa forma, estando presentes todos os requisitos legais exigidos, o autor faz jus à presente ação para regularizar a sua situação perante o imóvel em questão. 2- Do Direito O art. 191, caput, da CF/88 e art. 1.239 do CC/02, estabelece a usucapião rural: Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Dito isso, passemos para a análise da presença de todos os requisitos, gerais e específicos, para comprovar o direito do autor a usucapir o imóvel em sua posse. Primeiro, há de se destacar que o imóvel é hábil para ser usucapido, já que não se trata de imóvel público, que, como se sabe, existe vedação expressa na Constituição Federal de 1988 (art. 183, § 3º). Exercício da posse sobre esse imóvel sem oposição e ininterrupta pelo lapso temporal de 05 anos, que restou cumprido pelo autor, já que permanece na posse há nove anos. No que se refere à qualidade da posse, não resta dúvida se tratar de posse qualificada (ad usucapionem), pois sempre agiu com animus domini, tanto que construiu uma casa e pagou anualmente o IPTU do imóvel, conforme comprovam os documentos anexos. A referida posse foi mansa, pacífica e ininterrupta. O imóvel utilizado para fins de moradia; e o possuidor, mediante trabalho seu ou com auxílio da família, devem ter tornado a terra produtiva. Quanto aos requisitos específicos, todos encontram-se também presentes, já que a área do imóvel rural é inferior a 50 hectares, na qual o autor fez sua moradia e mediante trabalho seu ou com auxílio da família tornou a terra produtiva, não possuindo qualquer imóvel em seu nome, seja ele rural ou urbano. Portanto, observa-se que o autor atende a todos os requisitos para que seja declarado seu o domínio da propriedade. 3- Dos pedidos e dos Requerimentos Ante o exposto, pede seja julgada procedente a presente ação, concedendo ao autor o domínio útil do imóvel em questão e, em especial, requer o atendimento dos seguintes pedidos: I – A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita ao autor, assegurados pelo Art. 5°, LXXIV, da CF/88 e pelo Art. 98 e seguintes da Lei N° 13.105/15, do CPC. Em razão de ele não ostentar, ao menos por enquanto, condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo de sua subsistência e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência, cópia da Carteira de Trabalho do requerente. II – Tramitação prioritária do processo, Art. 1048, I, da Lei N° 13,105/15, do CPC. Razão pela qual o autor está enfermo, porque é portador de doença grave – conforme documento comprobatório anexo. Que sejam citados os réus, nos moldes dos Arts. 246 e 248, ambos do CPC/2015, para que apresente contestação, sob pena de revelia, conforme previsto no art. 344, do CPC. III - Requer-se, também, a citação dos confinantes Fazenda da Paz Ltda. e dos cônjuges Francisco e Rosa, nos endereços apontados em documento anexo, que demonstra a situação de vizinhança, nos termos do art. 246, § 3º, do CPC. IV - A cientificação das Fazendas Públicas Municipal, Estadual e da União. V - Intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito. VI - Nos termos do § 5º, do art. 334, o autor informa seu desinteresse na autocomposição. VII - Requer-se a produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em especial, a produção de prova testemunhal, conforme art. 442, do CPC, para demonstrar a presença dos elementos da usucapião rural, apresentando desde já os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide. VIII - Pugna-se pela procedência integral da presente ação, especialmente para o fim de que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis. IX - Pugna-se pela condenação da parte requerida ao pagamento dos honorários advocatícios, das custas e das despesas processuais, nos termos dos Arts. 82, § 2º, e 85, ambos do CPC/15. Informa-se o devido recolhimento das custas processuais iniciais, conforme as guias devidamente recolhidas e anexas a esta petição inicial. Dá-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (valor por extenso), com base no art. 292, inciso IV, do CPC. Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. Londrina, 16 de março de 2020 – ASSINATURA – Nome do Advogado OAB/XX 00.000
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