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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METAS DA SEMANA 2 
 
 
 
2 
PANORAMA SEMANAL DE METAS 
 SEMANA 2 
META 
 
 DISCIPLINA 
 
 ASSUNTO 
 
CONTROLE 
DA META 
PERCENTUAL 
DE ACERTOS 
 
 
8 
 
 
Lei Seca 
 
 
Ler os artigos da CF: 92 a 126. 
 
 
 
 
 
Administrativo 
 
Responsabilidade Civil do Estado 
 
 
 
9 
 
Civil 
 
 
Contratos: Parte Geral – Parte 1 de 2 
 
 
Processo Civil 
 
Ação Popular 
 
 
10 
 
Civil 
 
Contratos: Parte Geral – Parte 2 de 2 
 
 
 
 
 
 
Processo Civil 
 
Ação Civil Pública 
 
 
 
 
11 
 
Tributário 
 
 
Obrigação Tributária 
 
 
 
 
Constitucional 
 
Funções Essenciais à Justiça 
 
 
 
 
12 
 
 
Lei Seca 
 
 
Ler a Lei de PPP (artigos 1º ao 13). 
15 questões FCC 
 
 
Processo Civil 
 
Mandado de Segurança – Parte 1 de 2 
 
 
 
13 
 
Processo Civil 
 
Normas Fundamentais até Competência – Parte 1 de 2 
 
 
 
 
 
Processo Civil 
 
Mandado de Segurança – Parte 2 de 2 
 
 
 
 
14 
 
 Lei Seca 
 
 
Ler a Lei de Consórcios Públicos 
15 questões FCC 
 
 
Processo Civil 
 
Normas Fundamentais até Competência – Parte 2 de 2 
 
 
 
 
 
3 
META 8 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
PONTO DO EDITAL: 
 
15. Responsabilidade extracontratual do Estado. 
 
 
Atualizado até 20.01.2020. 
PASSO A PASSO 
• Ler o material RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ou o tema pelo livro de preferência do aluno, 
dentre aqueles indicados na bibliografia. 
• Leitura dos seguintes dispositivos: Artigos 5º, LXXV e 37, §5º e §6º, da CF. 
Artigos 125 a 129 e 143 do Novo CPC. 
Artigo 70 da Lei n. 8.666/93. 
• Fazer 40 questões sobre o assunto no site www.qconcursos.com, utilizando o seguinte filtro: 
BANCA FCC 
DISCIPLINA ADMINISTRATIVO 
ASSUNTOS 12 RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
 
PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE LEI SECA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 5º. (…) 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do 
tempo fixado na sentença; 
…………………………………… 
 
 
 
4 
Art. 37. (…) 
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou 
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o 
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a 
fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo 
de quem for vencido no processo. 
§1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide for indeferida, 
deixar de ser promovida ou não for permitida. 
§2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor 
imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado 
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido 
por ação autônoma. 
 
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o denunciante for autor, ou na 
contestação, se o denunciante for réu, devendo ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 
131. 
 
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do 
denunciante e acrescentar novos argumentos à petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do 
réu. 
 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação 
principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
 
 
 
5 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente 
oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o denunciante poderá 
prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de 
regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o 
cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação 
regressiva. 
 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação 
da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido 
examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência 
em favor do denunciado. 
…………………………………………………………………………………… 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte. 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte 
requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) 
dias. 
LEI Nª 8.666/93 – LEI DE LICITAÇÕES 
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, 
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa 
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. 
 
 
 
O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O ASSUNTO 
a) Evolução histórica da Responsabilidade Civil do Estado: 
 
 
 
6 
• 1º estágio - Fase da irresponsabilidade estatal: concepção político-teológica que sustentava a origem 
divina dos governantes, conduzia a ideia de que o rei não errava (“the king can do no wrong”). A 
superação da irresponsabilidade estatal deu-se na França com o Aresto Blanco (1873). 
 
• 2º estágio - Fase da responsabilidade subjetiva: tem dois momentos distintos, quais sejam, a teoria 
do fisco e a teoria da culpa anônima. 
 
• Teoria do fisco sustentava a dupla personalidade do Estado. Quando o Estado atuava por atos de 
império, não havia responsabilidade estatal. Quando o Estado atuava por atos de gestão, ele acabava 
se equiparando aos particulares e, portanto, havia responsabilidade estatal. Para isso, era necessário 
que fosse demonstrada a culpa ou o dolo do agente público provocador do dano. 
 
• Teoria da culpa anônima ou culpa administrativa exige a culpa ou dolo da Administração Pública, mas 
dispensa a identificação do agente público. Basta a vítima comprovar a falha do serviço (serviço não 
funcionou, funcionou mal ou funcionou com atraso). 
 
• 3º estágio - Fase da responsabilidade objetiva: foi introduzida no Brasil, através da Constituição de 
1946. Por ela, o Estado responde por atos lícitos ou ilícitos que gerem danos desproporcionais aos 
particulares, sem que seja necessária a demonstração de culpa ou dolo (elementos subjetivos). A 
responsabilidade objetiva, adotada no Brasil, funda-se na repartição equânime dos encargos sociais 
(isonomia) e na teoria do risco administrativo. A repartição equânime dos encargos sociais deriva do 
princípio da igualdade. Se o Estado atua em prol da coletividade, eventuais danos, decorrentes 
dessa atividade, suportados por indivíduos determinados, devem ser distribuídos para toda 
coletividade. 
 
b) Pessoas envolvidas na Responsabilidade Civil do Estado: 
• Pessoas responsáveis:pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado 
prestadoras de serviço público (concessionárias e permissionárias). 
 
 
 
 
7 
• Vítimas: terceiros, que são aqueles que não têm relação contratual ou estatutária com o Poder 
Público. A responsabilidade do art. 37, §6º da CF é extracontratual. Tanto os usuários quanto os não 
usuários podem acionar a responsabilidade objetiva das pessoas responsáveis. 
 
Como caiu em prova: 
FCC, DETRAN SP, 2019: Uma rodovia estadual, cuja exploração é feita mediante contrato de 
concessão de serviço público, foi cenário de um grave acidente: um veículo particular transitava por 
uma faixa de rolamento quando o motorista perdeu o controle da direção ao passar por um buraco 
existente na pista em função de obras de reparo em curso. As vítimas, que afirmaram a inexistência 
de qualquer sinalização na rodovia para advertir os motoristas sobre os reparos em curso e sobre os 
buracos existentes, sofreram danos físicos e materiais de grande monta. Essas vítimas 
d) podem deduzir pleito indenizatório em face da concessionária de serviço público e do poder 
concedente, ambos respondendo sob a modalidade objetiva de responsabilidade, ainda que aquelas 
sejam dotadas de personalidade jurídica de direito privado. 
 
FCC, MPGO, 2019: Segundo o STF, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado 
prestadoras de serviço público, em relação a terceiros não usuários do serviço, é subjetiva. 
Errado. 
 
c) Espécies de atos que implicam a Responsabilidade Civil do Estado: 
Ato comissivo: Aplicação da teoria do risco administrativo (art. 37, §6º da CF), com responsabilidade 
objetiva. 
Ato omissivo: Aplicação da teoria da culpa anônima ou culpa administrativa. Prevalece na 
jurisprudência que o art. 37, §6º da CF (responsabilidade objetiva) aplica-se, em regra, para os atos 
comissivos. No caso de atos omissivos, a responsabilidade é subjetiva (Há, entretanto, julgados do 
STF em sentido oposto). 
Relações de custódia: responsabilidade objetiva do Estado. Exemplo: morte de preso dentro do 
estabelecimento prisional (ver julgado abaixo). 
 
 
 
8 
 
• O suicídio do preso, em regra, gera responsabilidade civil do Estado, a não ser que fique comprovado 
que o suicídio foi repentino e totalmente imprevisível (teoria do risco administrativo e a possibilidade 
de alegação de excludentes de responsabilidade civil). 
 
d) Requisitos para a demonstração da responsabilidade do Estado: 
• A comprovação da responsabilidade civil depende da demonstração dos seguintes elementos: 
conduta, dano e nexo causal. Dispensa-se a análise da culpa e do dolo. 
 
• A Conduta pode ser comissiva ou omissiva, lícita ou ilícita. Dano é a lesão ao bem jurídico da vítima. 
Nexo causal é o elemento que liga a conduta ao dano. A teoria do nexo causal mais aceita na doutrina 
e na jurisprudência é a teoria da causalidade direta e imediata (art. 403 do CC). 
 
• A teoria do risco administrativo admite excludentes da responsabilidade, tais como caso fortuito, 
força maior, culpa exclusiva da vítima e fato de terceiros. Também admite atenuantes da 
responsabilidade, tal como culpa concorrente da vítima. 
 
Como caiu em prova: 
FCC, MPGO, 2019: Como regra, o Brasil adota a teoria do risco administrativo, segundo a qual é 
possível excluir a responsabilidade diante da ausência de qualquer de seus elementos definidores. 
Certo. 
 
 
e) Direito de regresso: 
• Teoria da dupla garantia: Prevalece o entendimento de que o art. 37, § 6º, da CF instituiu uma 
dupla garantia, consistente no fato de a vítima ter o direito de ser ressarcida pelos cofres públicos e 
o de o servidor público somente ser responsabilizado perante o próprio Estado. É a corrente 
majoritária. Nesse sentido, o STF fixou em agosto de 2019 o seguinte: 
 
 
 
9 
“A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente 
público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço 
público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa”. 
 
• Ainda que a denunciação da lide não tenha sido discutida nesse julgamento, o STF fixou a 
prevalência da teoria da dupla garantia, deixando claro que a ação primeiro deve ser ajuizada contra 
o Estado ou pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. O agente causador do 
dano só responderá em ação de regresso. 
 
• Acaba que esse entendimento repercute na possibilidade de denunciação da lide, pois, caso ela 
ocorra, ela acaba por violar o direito do agente de somente ser responsabilizado em ação de regresso, 
com a devida comprovação de dolo ou culpa. Eis como entende a FCC. Veja abaixo: 
 
Como caiu em prova: 
FCC, TRF 3ª Região, 2019: Júlio exerce cargo público efetivo de motorista em uma autarquia federal 
e, durante o exercício funcional, envolveu-se em acidente que causou danos patrimoniais a 
terceiros. Nesse caso, no tocante ao regime de responsabilidade civil, o referido servidor 
e) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regressiva. 
 
FCC, Câmara de Fortaleza, 2019: Na garagem da Câmara Municipal de Fortaleza, um manobrista, 
recrutado por empresa contratada para prestação de serviços à Edilidade, atropelou um servidor da 
Casa, causando-lhe danos físicos que lhe deixaram sequelas permanentes. Esse servidor ajuizou 
ação indenizatória em face do Município de Fortaleza, com base no art. 37, § 6° da Constituição 
Federal, incluindo também no polo passivo da demanda o indigitado manobrista. Em vista da 
situação, e à luz da legislação e da jurisprudência dominante, é correto concluir que 
 
 
 
10 
e) o manobrista é parte ilegítima para figurar na demanda, visto que a responsabilidade prevista no 
art. 37, § 6° não abrange a responsabilidade pessoal do agente causador do dano, que responde 
apenas em caráter regressivo e pelo regime de responsabilidade subjetiva. 
 
• Entendimento da 4ª Turma do STJ: admitiu a possibilidade de o particular acionar somente o 
Estado, somente o particular ou ambos. Só marque como correta assertiva nesse sentido, mediante 
expressa referência ao entendimento do STJ, porque é uma corrente minoritária. (Vide informativo 
abaixo) 
 
• Os efeitos da ação regressiva transmitem-se aos herdeiros e sucessores do agente público culpado, 
respeitado o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
• A ação regressiva pode ser movida mesmo após terminado o vínculo entre o agente e a 
administração pública. 
 
• A ação regressiva não é imprescritível, se interpretada que ela decorre de um ilícito civil (Vide 
informativo abaixo). Quando o ato é decorrente de ato doloso de improbidade administrativa, o STF 
entendeu que a ação é imprescritível (Vide julgado abaixo). 
 
 
f) Responsabilidade primária e subsidiária: 
DANO DECORRENTE DA MÁ EXECUÇÃO DA OBRA X DANO DO FATO DA OBRA 
Quando o Estado contrato empresa para realizar alguma obra pública, de acordo com o art. 70 da Lei 
de Licitações, quem responde perante a vítima pela má execução é a empresa contratada. A 
responsabilidade dela é subjetiva e primária. O Estado responderá apenas de forma subsidiária. O 
argumento da culpa in eligendo não procede, vez que o Estado não detém discricionariedade na 
escolha da empreiteira. Incidência do art. 70 da Lei n. 8.666/93. 
Quando o dano decorrer do fato da obra e não da má-execução, quem responde é o Estado de forma 
primária e objetiva. 
 
 
 
 
11 
 
g) Responsabilidade do Estado por atos legislativos: 
Regra: inexistência de responsabilidade civil do Estado, tendo em vista o caráter genérico e abstrato 
das normas jurídicas. 
Exceção: leis de efeitos concretos e leis inconstitucionais. Leis de efeitos concretos constituem, na 
verdade, atos materialmente administrativos capazes de causarprejuízo patrimonial ensejador de 
ressarcimento pelo Estado. Leis inconstitucionais geram responsabilidade, desde que a vítima 
demonstre especial e anormal prejuízo decorrente da norma inválida. Exige-se, ainda, como 
pressuposto da condenação a declaração formal de inconstitucionalidade da lei pelo próprio Supremo 
Tribunal Federal. 
IMPORTANTE: O STF entendeu que não há direito à indenização da mora decorrente da omissão do 
Poder Público de formular lei de reajuste geral dos servidores públicos. 
 
 
h) Responsabilidade do Estado por atos judiciais: 
• Diferença entre atos judiciais e atos do Poder Judiciário: Ato do Poder Judiciário é gênero dos 
quais são espécies os atos administrativos e os atos judiciais. Em relação aos atos administrativos do 
Poder Judiciário, há responsabilidade por dano a particular, decorrente de ato lícito ou ilícito. Em 
relação aos atos judiciais, em regra, não há responsabilidade civil do Estado, tendo em vista a 
soberania estatal e a independência funcional dos juízes. 
 
• Exceções: (a) erro judiciário; (b) prisão além do tempo fixado na sentença; (c) dolo ou fraude do 
magistrado. Em todas as exceções, a responsabilidade do Estado é objetiva. 
 
• Ausência de responsabilidade civil em razão de prisão cautelar, decretada na forma da legislação 
em vigor, com posterior absolvição do acusado. Isso não é considerado erro judiciário. 
 
RISCO DE PEGADINHA: 
Sob a égide do antigo CPC, o magistrado que agia com dolo ou fraude respondia pessoal e 
diretamente pelo dano causado. 
 
 
 
12 
Com o Novo CPC, incide a responsabilidade objetiva e o ulterior direito de regresso do Poder Público. 
Observe o art. 143, I, do Novo CPC: Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e 
danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. 
 
 
i) Outros temas: 
• Responsabilidade dos notários e registradores: antes, a jurisprudência entendia que era 
responsabilidade objetiva. A Lei n. 13.286/2016, todavia, modificou a Lei dos Serviços Notariais e 
passou a prever responsabilidade subjetiva, in verbis: 
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que 
causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou 
escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso. Parágrafo único. Prescreve em três 
anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial. 
 
• O STF entendeu que é constitucional lei que prevê o tipo de responsabilidade dos notários e 
registradores. Todavia, como a responsabilidade subjetiva prevista na Lei n. 13.286/2016 tem respaldo 
em legislação infraconstitucional, não cabe ao STF a análise de constitucionalidade. 
 
• Nada obstante, o Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais 
que, no exercício de suas funções, causem danos a terceiros, assentado o dever de regresso contra o 
responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. 
 
• Responsabilidade do Estado por dano ambiental: é tema controverso. O livro do Romeu Thomé (livro 
de Ambiental indicado na bibliografia) salienta que a responsabilidade do Estado pelo regramento da 
teoria do risco administrativo não é derrogada pela teoria do risco integral, que rege a responsabilidade 
em direito ambiental. CUIDADO! A posição da maioria das bancas de concursos e da jurisprudência do 
STJ é no sentido da adoção da teoria do risco integral. 
 
•A responsabilidade ambiental civil é objetiva, ao passo que a responsabilidade ambiental 
administrativa é subjetiva. 
 
 
 
13 
COMPILADO JURISPRUDENCIAL 
 
• Súmula 37 do STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do 
mesmo fato. 
 
• Súmula 54 do STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual. 
 
• Súmula 227 do STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
 
• Súmula 281 do STJ: A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na Lei de 
Imprensa. 
 
• Súmula 387 do STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
 
• A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente 
público deve ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço 
público, sendo parte ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa STF. RE 1027633, Plenário, julgado em 14.08.2019. 
 
• O Estado responde objetivamente pelos atos dos tabeliões registradores oficiais que, no exercício de 
suas funções, causem danos a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos 
de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. (RE 842846). 
 
• A pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público possui responsabilidade civil em 
razão de dano decorrente de crime de furto praticado em suas dependências, nos termos do art. 37, 
§ 6º, da CF/881. STF. 1ª Turma. RE 598356/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 8/5/2018 (Info 901). 
 
 
1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Responsabilidade civil da concessionária que administra a rodovia por furto ocorrido em seu pátio. 
Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e6e9099e59636a015536fbb07f979201>. Acesso em: 03/09/2018 
 
 
 
14 
• O STF decidiu que a responsabilização objetiva do Estado em caso de morte de detento somente 
ocorre quando houver inobservância do dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, 
da Constituição Federal (RE 841526/RS). Não haverá responsabilidade civil do Estado se o Tribunal de 
origem, com base nas provas apresentadas, decide que não se comprovou que a morte do detento foi 
decorrente da omissão do Poder Público e que o Estado não tinha como montar vigilância a fim de 
impedir que o preso ceifasse sua própria vida. Tendo o acórdão do Tribunal de origem consignado 
expressamente que ficou comprovada causa impeditiva da atuação estatal protetiva do detento, 
rompeu-se o nexo de causalidade entre a suposta omissão do Poder Público e o resultado danoso.2 
STJ. 2ª Turma. REsp 1305259/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 08/02/2018. 
 
• Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à 
indenização sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação 
de arbitrariedade flagrante ou erro grosseiro. RE: 724347 DF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de 
Julgamento: 29/08/2013 
 
• Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios 
os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, 
nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, 
comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições 
legais de encarceramento.3 STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854). 
 
 • A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor 
público gera o dever de indenizá-lo. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1469301/SC, Rel. Min. Assusete 
Magalhães, julgado em 21/10/2014. STJ. 1ª Turma. AgInt no AREsp 483398/PR, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, julgado em 11/10/2016. 
 
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Qual é a responsabilidade civil do Estado em caso de suicídio do preso?. Buscador Dizer o Direito, 
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/950a4152c2b4aa3ad78bdd6b366cc179>. 
Acesso em: 03/09/2018 
3 CAVALCANTE, MárcioAndré Lopes. Estado deve indenizar preso que se encontre em situação degradante. Buscador Dizer o Direito, 
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a3f61f3a8034cbfb5ecf0d785e750fb3>. 
Acesso em: 03/09/2018 
 
 
 
15 
• Informativo 581 do STJ: Na condenação imposta à Fazenda Pública a título de danos morais 
decorrentes de perseguição política durante a ditadura militar instalada no Brasil após 1964, para fins 
de atualização monetária e compensação da mora, a partir da data do arbitramento da indenização 
em segunda instância, haverá a incidência dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados 
à caderneta de poupança. Isso porque, na espécie, a atualização monetária e a compensação da mora 
deverão observar os parâmetros estipulados no art. 1º-F da Lei n. 9.494/1997. Portanto, os juros 
moratórios e a correção monetária não terão como termo inicial a data do evento danoso e a última 
não seguirá o INPC. REsp 1.485.260-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 5/4/2016, DJe 19/4/2016. 
 
• Informativo 563 do STJ: É quinquenal o prazo prescricional para a propositura de ação indenizatória 
ajuizada por vítima de acidente de trânsito contra concessionária de serviço público de transporte 
coletivo. De fato, o STJ tem sustentado o entendimento de que é trienal (art. 206, § 3º, V, do CC) - e 
não quinquenal - o prazo prescricional para a propositura desse tipo de ação (AgRg nos EDcl no Ag 
1.386.124-SP, Terceira Turma, DJe 29/6/2011; e AgRg no Ag 1.195.710-RS, Quarta Turma, DJe 
1º/8/2012). Todavia, esse posicionamento merece ser revisado, uma vez que o art. 1º-C da Lei 
9.494/1997, que se encontra em vigor e que é norma especial em relação ao Código Civil, determina 
que "Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de 
pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços 
públicos". Ademais, frise-se que não se trata de aplicar à concessionária de serviço público o disposto 
no Decreto 20.910/1932, que dispõe sobre a prescrição contra a Fazenda Pública, mas sim de utilizar 
a regra voltada especificamente para as hipóteses de danos causados por agentes da administração 
direta e indireta. REsp 1.277.724-PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 26/5/2015, DJe 
10/6/2015. 
 
• Informativo 563 do STJ: A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos 
decorrentes de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS). Isso porque, de acordo com o art. 18, X, da Lei 8.080/1990, compete ao 
município celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, 
bem como controlar e avaliar a respectiva execução. Nesse contexto, não se deve confundir a 
obrigação solidária dos entes federativos em assegurar o direito à saúde e garantir o acesso universal 
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação, com a responsabilidade 
 
 
 
16 
civil do Estado pelos danos causados a terceiros. Nesta, o interessado busca uma reparação econômica 
pelos prejuízos sofridos, de modo que a obrigação de indenizar se sujeita à comprovação da conduta, 
do dano e do respectivo nexo de causalidade. Dessa forma, não há qualquer elemento que autorize a 
responsabilização da União, seja porque a conduta não foi por ela praticada, seja em razão da 
impossibilidade de aferir-se a existência de culpa in eligendo ou culpa in vigilando. Precedentes citados: 
AgRg no CC 109.549-MT, Primeira Seção, DJe 30/6/2010; e REsp 992.265-RS, Primeira Turma, DJe 
5/8/2009. EREsp 1.388.822-RN, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/5/2015, DJe 3/6/2015. 
 
• Informativo 556 do STJ: O termo inicial da prescrição de pretensão indenizatória decorrente de 
suposta tortura e morte de preso custodiado pelo Estado, nos casos em que não chegou a ser ajuizada 
ação penal para apurar os fatos, é a data do arquivamento do inquérito policial. Precedentes citados: 
REsp 618.934-SC, Primeira Turma, DJ 13/12/2004; REsp 591.419-RS, Primeira Turma, DJ 25/10/2004; e 
AgRg no Ag 972.675-BA, Segunda Turma, DJe 13/3/2009. REsp 1.443.038-MS, Rel. Ministro Humberto 
Martins, julgado em 12/2/2015, DJe 19/2/2015. 
 
• Informativo 535 do STJ: Não cabe a denunciação da lide prevista no art. 70, III, do CPC quando 
demandar a análise de fato diverso dos envolvidos na ação principal. Conforme entendimento 
doutrinário e da jurisprudência do STJ, não é admissível a denunciação da lide embasada no art. 70, III, 
do CPC quando introduzir fundamento novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar 
uma lide paralela, a exigir ampla dilação probatória, o que tumultuaria a lide originária, indo de 
encontro aos princípios da celeridade e economia processuais, que essa modalidade de intervenção de 
terceiros busca atender. Precedentes citados: EREsp 681.881/SP, Corte Especial, DJe 7/11/2011; AgRg 
no REsp 1.330.926/MA, Quarta Turma, DJe 21/11/2013; AgRg no Ag 1.213.458/MG, Segunda Turma, 
DJe 30/9/2010; REsp, 1.164.229/RJ, Terceira Turma, DJe 1º/9/2010. REsp 701.868-PR, Rel. Min. Raul 
Araújo, julgado em 11/2/2014. 
 
• Informativo 532 do STJ: POSIÇÃO MINORITÁRIA. Na hipótese de dano causado a particular por 
agente público no exercício de sua função, há de se conceder ao lesado a possibilidade de ajuizar ação 
diretamente contra o agente, contra o Estado ou contra ambos. De fato, o art. 37, § 6º, da CF prevê 
uma garantia para o administrado de buscar a recomposição dos danos sofridos diretamente da pessoa 
jurídica, que, em princípio, é mais solvente que o servidor, independentemente de demonstração de 
 
 
 
17 
culpa do agente público. Nesse particular, a CF simplesmente impõe ônus maior ao Estado decorrente 
do risco administrativo. Contudo, não há previsão de que a demanda tenha curso forçado em face da 
administração pública, quando o particular livremente dispõe do bônus contraposto; tampouco há 
imunidade do agente público de não ser demandado diretamente por seus atos, o qual, se ficar 
comprovado dolo ou culpa, responderá de qualquer forma, em regresso, perante a Administração. 
Dessa forma, a avaliação quanto ao ajuizamento da ação contra o agente público ou contra o Estado 
deve ser decisão do suposto lesado. Se, por um lado, o particular abre mão do sistema de 
responsabilidade objetiva do Estado, por outro também não se sujeita ao regime de precatórios, os 
quais, como é de cursivo conhecimento, não são rigorosamente adimplidos em algumas unidades da 
Federação. Posto isso, o servidor público possui legitimidade passiva para responder, diretamente, 
pelo dano gerado por atos praticados no exercício de sua função pública, sendo que, evidentemente, 
o dolo ou culpa, a ilicitude ou a própria existência de dano indenizável são questões meritórias. 
Precedente citado: REsp 731.746-SE, Quarta Turma, DJe 4/5/2009. REsp 1.325.862-PR, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 5/9/2013. 
 
• Informativo 520 do STJ: A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e 
indenização por danos morais no caso de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de 
estabelecimento prisional mantido pelo Estado. Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual 
culpa da Administração Pública. Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos 
presidiários é objetiva em face dos riscos inerentes ao meio no qual foram inseridos pelo próprio 
Estado. Assim, devem ser reconhecidos os referidos direitos em consideração ao disposto nos arts. 
927, parágrafo único, e 948, II, do CC. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
julgado em 2/4/2013. 
 
• Informativo 512 do STJ: A controvérsia do presente recurso especial, submetido à sistemática do art. 
543-C do CPC e da Res. STJ n 8/2008, está limitada ao prazo prescricional em açãoindenizatória 
ajuizada contra a Fazenda Pública, em face da aparente antinomia do prazo trienal (art. 206, § 3º, V, 
do Código Civil) e o prazo quinquenal (art. 1º do Decreto 20.910/32). 2. O tema analisado no presente 
caso não estava pacificado, visto que o prazo prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda 
Pública era defendido de maneira antagônica nos âmbitos doutrinário e jurisprudencial. Efetivamente, 
as Turmas de Direito Público desta Corte Superior divergiam sobre o tema, pois existem julgados de 
 
 
 
18 
ambos os órgãos julgadores no sentido da aplicação do prazo prescricional trienal previsto no Código 
Civil de 2002 nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública. [...]. A tese do prazo 
prescricional trienal também é defendida no âmbito doutrinário, dentre outros renomados 
doutrinadores: José dos Santos Carvalho Filho ("Manual de Direito Administrativo", 24ª Ed., Rio de 
Janeiro: Editora Lumen Júris, 2011, págs. 529/530) e Leonardo José Carneiro da Cunha ("A Fazenda 
Pública em Juízo", 8ª ed, São Paulo: Dialética, 2010, págs. 88/90). 3. Entretanto, não obstante os 
judiciosos entendimentos apontados, o atual e consolidado entendimento deste Tribunal Superior 
sobre o tema é no sentido da aplicação do prazo prescricional quinquenal - previsto do Decreto 
20.910/32 - nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, em detrimento do prazo 
trienal contido do Código Civil de 2002. 4. O principal fundamento que autoriza tal afirmação decorre 
da natureza especial do Decreto 20.910/32, que regula a prescrição, seja qual for a sua natureza, das 
pretensões formuladas contra a Fazenda Pública, ao contrário da disposição prevista no Código Civil, 
norma geral que regula o tema de maneira genérica, a qual não altera o caráter especial da legislação, 
muito menos é capaz de determinar a sua revogação. Sobre o tema: Rui Stoco ("Tratado de 
Responsabilidade Civil". Editora Revista dos Tribunais, 7ª Ed. - São Paulo, 2007; págs. 207/208) e Lucas 
Rocha Furtado ("Curso de Direito Administrativo". Editora Fórum, 2ª Ed. - Belo Horizonte, 2010; pág. 
1042). 5. A previsão contida no art. 10 do Decreto 20.910/32, por si só, não autoriza a afirmação de 
que o prazo prescricional nas ações indenizatórias contra a Fazenda Pública foi reduzido pelo Código 
Civil de 2002, a qual deve ser interpretada pelos critérios histórico e hermenêutico. Nesse sentido: 
Marçal Justen Filho ("Curso de Direito Administrativo". Editora Saraiva, 5ª Ed. - São Paulo, 2010; págs. 
1.296/1.299). 8. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, 
e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1251993PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA 
SEÇÃO, Julgado em 12/12/2012, DJE 19/12/2012) 
 
• Informativo 509 do STJ: O termo inicial do prazo prescricional de cinco anos, previsto no art. 1º, § 1º, 
do Dec.-Lei n. 20.910/1932, para que servidor público exija direito, reconhecido administrativamente, 
ao pagamento de valores devidos a ele pela Administração Pública é a data do reconhecimento 
administrativo da dívida. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que o reconhecimento do débito 
implica renúncia, pela Administração, ao prazo prescricional já transcorrido. Precedentes citados: AgRg 
no AREsp 50.172-DF, DJe 13/4/2012 e AgRg no Ag 1.218.014-RJ, DJe 4/10/2010. AgRg no AgRg no 
AREsp 51.586-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/11/2012. 
 
 
 
19 
• AREsp 816.972 do STJ: De acordo com a orientação jurisprudencial predominante no STJ, a prescrição 
quinquenal, prevista no art. 1º do Decreto 20.910/32, não se aplica às ações indenizatórias por 
danos morais, em face de perseguição política e tortura, ocorridos durante o regime militar, 
decorrentes de violação de direitos fundamentais, sendo, no caso, imprescritível a pretensão 
indenizatória. Precedentes do STJ (AgRg no AREsp 816.972/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 10/03/2016, DJe 17/03/2016). 
 
• AgRg no AREsp 707.342: O lapso prescricional da ação regressiva que objetiva o ressarcimento de 
pagamento de indenização a vítima de acidente automobilístico inicia-se no momento da efetiva lesão 
do direito material (princípio da actio nata), a saber, na data do trânsito em julgado da sentença em 
ação indenizatória, e não na data do efetivo pagamento do valor da condenação. A fixação do termo 
inicial do prazo prescricional da ação regressiva não demanda o necessário reexame de provas, o que 
afasta a aplicação da Súmula n. 7/STJ. (AgRg no AREsp 707.342/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/02/2016, DJe 18/02/2016) 
 
• Informativo 819 do STF: Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no 
art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 
841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) - (Fonte: Dizer o Direito). 
 
• É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Dito de outro 
modo, se o Poder Público sofreu um dano ao erário decorrente de um ilícito civil e deseja ser ressarcido, 
ele deverá ajuizar a ação no prazo prescricional previsto em lei. Vale ressaltar, entretanto, que essa 
tese não alcança prejuízos que decorram de ato doloso de improbidade administrativa que, até o 
momento, continuam sendo considerados imprescritíveis (art. 37, § 5º). Tese: “São imprescritíveis as 
ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade 
Administrativa”. STF. Plenário. RE 669069 e 852475. 
 
• Informativo 773 do STF: É inconstitucional lei estadual (distrital) que preveja o pagamento de pensão 
especial a ser concedida pelo Governo do Estado (Distrito Federal) em benefício dos cônjuges de 
pessoas vítimas de crimes hediondos, independentemente de o autor do crime ser ou não agente do 
Estado. Tal lei amplia, de modo desmesurado (irrazoável), a responsabilidade civil do Estado prevista 
 
 
 
20 
no art. 37, § 6º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 1358/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/2/2015 
(Info 773). - (Fonte: Dizer o Direito). 
 
• Informativo 738 do STF: STF reconheceu que a União deve indenizar companhia aérea, que explorava 
os serviços de aviação, sob o regime de concessão, pelos prejuízos causados decorrentes de plano 
econômico que determinou o congelamento das tarifas de aviação. STF. Plenário. RE 571969/DF, Rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/3/2014. - (Fonte: Dizer o Direito). 
 
 
 
 
21 
METAS 9 E 10 
 
CONTRATOS: PARTE GERAL 
PONTO DO EDITAL: 
 
13. Contratos: a) Generalidades e classificação; b) Princípios; c) Contratos inominados; d) Estipulação 
em favor de terceiro; e) Promessa de fato de terceiro; e) Vício redibitório; f) Evicção; g) Extinção; (...) 
 
Atualizado em 20.01.2020. 
PASSO A PASSO 
• Ler o assunto pelo material do curso ou pelo livro de preferência, dentre aqueles indicados na 
bibliografia. 
• Ler os artigos 421 a 480 do Código Civil, tendo cuidado com as alterações promovidas pela Lei de 
Liberdade Econômica – Lei n. 13.874/2019. 
• Ler o compilado jurisprudencial abaixo. 
• Resolver 40 questões sobre o assunto. 
BANCA FCC 
DISCIPLINA CIVIL 
ASSUNTOS 4 CONTRATOS EM GERAL 
 
OBSERVAÇÕES PARA O CUMPRIMENTO DA META 
• Comece a meta pela literalidade da lei, pois é a parte mais importante do estudo de Direito Civil para 
banca FCC. 
• Tente ler metade dos dispositivos no primeiro dia destinado à meta e metade no segundo dia. Ficará 
uma média de 30 artigos por dia. 
• Para que a leitura da letra de lei flua melhor, intercale com a resolução de questões FCC e vá pegando, 
ao tempo que for lendo a lei, os detalhes que o examinador gosta de explorar. 
 
 
 
22 
• Se não tiver muito tempo, dispense a leitura do compilado jurisprudencial abaixo.PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE LEI SECA 
Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (Redação dada 
pela Lei nº 13.874, de 2019) 
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção mínima e a 
excepcionalidade da revisão contratual. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
 
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de 
elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos 
previstos em leis especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das cláusulas 
negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019) 
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei nº 
13.874, de 2019) 
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. (Incluído pela Lei nº 13.874, 
de 2019) 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, 
os princípios de probidade e boa-fé. 
 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar 
a interpretação mais favorável ao aderente. 
 
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do 
aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. 
 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
 
 
 
 
23 
Seção II 
Da Formação dos Contratos 
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
 
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta: 
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a 
pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; 
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao 
conhecimento do proponente; 
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; 
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do 
proponente. 
 
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, 
salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. 
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta 
faculdade na oferta realizada. 
 
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este 
comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. 
 
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. 
 
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a 
tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. 
 
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação 
do aceitante. 
 
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: 
 
 
 
24 
I - no caso do artigo antecedente; 
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; 
III - se ela não chegar no prazo convencionado. 
 
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
Seção III 
Da Estipulação em Favor de Terceiro 
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, 
ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar 
nos termos do art. 438 . 
 
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, 
não poderá o estipulante exonerar o devedor. 
 
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, 
independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. 
 
Seção IV 
Da Promessa de Fato de Terceiro 
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não 
executar. 
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo 
da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum 
modo, venha a recair sobre os seus bens. 
 
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter 
obrigado, faltar à prestação. 
 
Seção V 
 
 
 
25 
Dos Vícios Redibitórios 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos 
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. 
 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar 
abatimento no preço. 
 
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; 
se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. 
 
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se 
perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
 
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta 
dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o 
prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento 
em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e 
de um ano, para os imóveis. 
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em 
lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não 
houver regras disciplinando a matéria. 
 
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o 
adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob 
pena de decadência. 
Seção VI 
Da Evicção 
 
 
 
26 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a 
aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela 
evicção. 
 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto 
a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não 
o assumiu. 
 
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das 
quantias que pagou: 
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; 
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor dacoisa, na época em que se 
evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
 
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto 
havendo dolo do adquirente. 
 
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a 
indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. 
 
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo 
alienante. 
 
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor 
delas será levado em conta na restituição devida. 
 
 
 
 
27 
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e 
a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá 
somente direito a indenização. 
 
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
 
Seção VII 
Dos Contratos Aleatórios 
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a 
existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, 
desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. 
 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem 
a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte 
não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. 
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço 
recebido. 
 
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo 
adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, 
ou de todo, no dia do contrato. 
 
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo 
prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se 
considerava exposta a coisa. 
 
Seção VIII 
Do Contrato Preliminar 
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao 
contrato a ser celebrado. 
 
 
 
 
28 
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde 
que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração 
do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. 
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. 
 
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, 
conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação. 
 
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo 
desfeito, e pedir perdas e danos. 
 
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá 
manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo 
devedor. 
 
Seção IX 
Do Contrato com Pessoa a Declarar 
Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar 
a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. 
 
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do 
contrato, se outro não tiver sido estipulado. 
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma que 
as partes usaram para o contrato. 
 
Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os direitos e assume 
as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que este foi celebrado. 
 
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: 
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; 
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação. 
 
 
 
29 
 
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá 
seus efeitos entre os contratantes originários. 
 
CAPÍTULO II 
Da Extinção do Contrato 
Seção I 
Do Distrato 
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte. 
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos 
consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo 
compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
 
Seção II 
Da Cláusula Resolutiva 
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial. 
 
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-
lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
 
Seção III 
Da Exceção de Contrato não Cumprido 
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode 
exigir o implemento da do outro. 
 
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu 
patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra 
 
 
 
30 
recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia 
bastante de satisfazê-la. 
 
Seção IV 
Da Resolução por Onerosidade Excessiva 
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data da citação. 
 
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições 
do contrato. 
 
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua 
prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva. 
 
O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O ASSUNTO 
• Conceito clássico: negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação ou extinção, 
entre as partes, de direitos e deveres que traduzem uma relação jurídica de conteúdo patrimonial. 
 
• Contratos: classificações. 
CONSIDERADOS EM SI MESMOS 
RECIPROCAMENTE 
CONSIDERADOS 
Quanto à natureza da obrigação 
Unilaterais ou bilaterais 
CONTRATOS PRINCIPAIS ou 
CONTRATOS-BASE 
Onerosos ou gratuitos 
Comutativos ou aleatórios 
Formais ou reais 
Quanto à forma 
Consensuais, formais ou 
reais 
Quanto à designação Nominados e inominados 
 
 
 
31 
Quanto ao objeto (conteúdo do direito 
conferido) 
Alienação de bens 
Transmissão de uso e gozo 
CONTRATOS ACESSÓRIOS ou 
CONTRATOS – DERIVADOS 
 
• Princípios contratuais: 
✓ Autonomia privada. 
✓ Obrigatoriedade da convenção. 
✓ Função social dos contratos. 
✓ Conservação do contrato. 
 
• Boa-fé: 
FUNÇÕES DA BOA-FÉ OBJETIVA 
TELEOLÓGICA OU INTERPRETATIVA (art. 133, CC): a função interpretativa da boa-fé, a mais utilizada pela 
jurisprudência, serve de ORIENTAÇÃO PARA O JUIZ, devendo este semprePRESTIGIAR, diante das 
convenções e contratos, a TEORIA DA CONFIANÇA, segundo a qual as PARTES AGEM COM LEALDADE 
na busca do adimplemento contratual. 
CONTROLE OU LIMITADORA DE DIREITOS (art. 187, CC): a função de controle da boa-fé visa EVITAR O 
ABUSO DO DIREITO SUBJETIVO, limitando condutas e práticas comerciais abusivas, REDUZINDO, de 
certa forma, a AUTONOMIA DOS CONTRATANTES. 
INTEGRATIVA OU CRIADORA DE DEVERES LATERAIS/ANEXOS (art. 422, CC): a função insere NOVOS 
DEVERES para as partes diante das relações de consumo, pois além da verificação da obrigação principal, 
surgem NOVAS CONDUTAS A SEREM TAMBÉM OBSERVADAS. A violação a qualquer dos deveres anexos 
implica em inadimplemento contratual. 
 
 
• Princípio da interpretação mais favorável ao aderente. 
 
• Proibição da pacta corvina (Art. 426 do CC). 
 
• Contrato preliminar x Contrato definitivo. 
 
 
 
 
32 
• Vícios redibitórios: ações redibitórias, prazos, início do prazo, garantia contratual. 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS VÍCIOS DE CONSENTIMENTO 
Coisa Vontade 
Vícios objetivos Vícios subjetivos 
Geram resolução ou abatimento Geram anulação do contrato 
Repercutem no plano da eficácia Repercutem no plano da validade 
 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS VÍCIOS DO PRODUTO 
Contratos civis Contratos de consumo 
 
• Evicção: 
✓ Pode ser total ou parcial. 
✓ Hipóteses de cabimento. 
✓ Desnecessidade do trânsito em julgado. 
✓ Valor da indenização. 
✓ Desnecessidade da denunciação à lide. 
 
• Contratos aleatórios: emptio spei x emptio spei speratae. 
 
• Formação dos contratos. São quatro fases: 
✓ Negociações preliminares 
✓ Proposta, policitação ou oblação 
✓ Contrato preliminar 
✓ Contrato definitivo 
 
• Formas de extinção do contrato. 
RESILIÇÃO RESOLUÇÃO RESCISÃO 
 
 
 
33 
Opera-se quando há o 
desfazimento de um contrato 
por simples manifestação de 
vontade de uma (denúncia) ou 
de ambas as partes (distrato). 
Opera-se quando houver 
INADIMPLEMENTO, ou seja, 
quando uma das partes descumprir 
o contrato. 
TEORIA CLÁSSICA: opera-se 
quando houver LESÃO ou 
ESTADO DE PERIGO. 
TEORIA PRAGMÁTICA: Tem o 
mesmo sentido de resolução. 
 
• Teoria da imprevisão ou teoria da onerosidade excessiva? Requisitos e diferença da teoria da base 
objetiva do negócio jurídico. 
 
COMPILADO JURISPRUDENCIAL 
• A franquia é um contrato empresarial e, em razão de sua natureza, não está sujeito às regras 
protetivas previstas no CDC. A relação entre o franqueador e o franqueado não é uma relação de 
consumo, mas sim de fomento econômico com o objetivo de estimular as atividades empresariais do 
franqueado. O franqueado não é consumidor de produtos ou serviços da franqueadora, mas sim a 
pessoa que os comercializa junto a terceiros, estes sim, os destinatários finais. A franquia não é um 
contrato de consumo (regido pelo CDC), mas, mesmo assim, é um contrato de adesão. Segundo o art. 
4º, §2º da Lei nº 9.307/96, nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o 
aderente: tomar a iniciativa de instituir a arbitragem; ou concordar, expressamente, com a sua 
instituição, por escrito, em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente 
para essa cláusula. Todos os contratos de adesão, mesmo aqueles que não consubstanciam relações 
de consumo, como os contratos de franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei nº 
9.307/96. Assim, é possível a instituição de cláusula compromissória em contrato de franquia, desde 
que observados os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.076-SP, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591). 
 
• Lei nº 10.209/2001 estabelece que a empresa que contratar uma empresa de transporte rodoviário 
deverá pagar, de forma antecipada e separada, os valores que o transportador terá que arcar com os 
pedágios nas estradas. Esse pagamento é chamado de Vale-Pedágio. O art. 8º da Lei prevê que o 
embarcador/contratante que não pagar ao transportador o valor do pedágio estará sujeito a uma multa 
equivalente ao dobro do valor do frete. Essa multa é conhecida como “dobra do frete”. A obrigação de 
 
 
 
34 
pagamento antecipado do Vale-Pedágio previsto pela Lei nº 10.209/2001 é norma cogente que não 
admite o instituto da supressio. Isso significa que, mesmo que o transportador não tenha cobrado o 
pagamento antecipado do pedágio durante longo período, ele não perde o direito de exigir essa 
quantia. Além disso, a dobra do frete (art. 8º da Lei nº 10.209/2001) é uma sanção legal, de caráter 
especial, razão pela qual não é possível a convenção das partes para lhe alterar o conteúdo e também 
não é possível a sua redução com base no art. 412 do CC. STJ. 3ª Turma. REsp 1.694.324-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Moura Ribeiro, julgado em 27/11/2018 (Info 640). 
• A cláusula contratual que impõe ao comprador a responsabilidade pela desocupação de imóvel que 
lhe é alienado pela CEF não é abusiva. Não há abusividade porque a alienação se dá por preço 
consideravelmente inferior ao valor real do imóvel, exatamente pela situação peculiar que o imóvel 
possa se encontrar. A obrigação do adquirente de ter que tomar medidas para que o terceiro desocupe 
o imóvel é um ônus que já é informado pela CEF aos interessados antes da contratação. Tal informação 
consta expressamente no edital de concorrência pública e no contrato que é celebrado. A rápida 
alienação do imóvel, no estado em que se encontre, favorece o SFH porque libera recursos financeiros 
que serão revertidos para novas operações de crédito em favor de famílias sem casa própria. Por essas 
razões, não se mostra iníqua ou abusiva, não acarreta exagerada desvantagem para o adquirente nem 
cria situação de incompatibilidade com os postulados da boa-fé e da equidade a cláusula contratual 
que impõe ao adquirente a responsabilidade pela desocupação do imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 
1.509.933-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 4/10/2016 (Info 592). 
 
• A parte interessada em se tornar revendedora autorizada de veículos tem direito de ser ressarcida 
dos danos materiais decorrentes da conduta da fabricante no caso em que esta — após anunciar em 
jornal que estaria em busca de novos parceiros e depois comunicar àquela a avaliação positiva que 
fizera da manifestação de seu interesse, obrigando-a, inclusive, a adiantar o pagamento de 
determinados valores — rompa, de forma injustificada, a negociação até então levada a efeito, 
abstendo-se de devolver as quantias adiantadas. A responsabilidade civil pré-negocial, ou seja, a 
verificada na fase preliminar do contrato, é tema oriundo da teoria da culpa in contrahendo, formulada 
pioneiramente por Jhering, que influenciou a legislação de diversos países. No Brasil, o CC/1916 não 
trazia disposição específica a respeito do tema, tampouco sobre a cláusula geral de boa-fé objetiva. 
Todavia, já se ressaltava, com fundamento no art. 159 daquele diploma, a importância da tutela da 
confiança e da necessidade de reparar o dano verificado no âmbito das tratativas pré-contratuais. Com 
 
 
 
35 
o advento do CC/2002, dispôs-se, de forma expressa, a respeito da boa-fé (art. 422), da qual se extrai 
a necessidade de observância dos chamados deveres anexos ou de proteção. Com base nesse 
regramento, deve-se reconhecer a responsabilidade pela reparação de danos originados na fase pré-
contratual caso verificadas a ocorrência de consentimento prévio e mútuo no início das tratativas, a 
afronta à boa-fé objetiva com o rompimento ilegítimo destas, a existência de prejuízo e a relação de 
causalidade entre a ruptura das tratativas e o dano sofrido. Nesse contexto, o dever de reparação não 
decorre do simples fato de as tratativas terem sido rompidas e o contrato não ter sido concluído, mas 
da situação de uma das partes ter gerado à outra, além da expectativa legítima de que o contrato seria 
concluído,efetivo prejuízo material. REsp 1.051.065-AM, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado 
em 21/2/2013. (Info 507) 
 
• É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em 
inadimplemento contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de 
reparação civil advinda de responsabilidades contratual e extracontratual. Nas controvérsias 
relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL, aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 
anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o 
disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo prescricional, o termo 
“reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo apenas os casos de indenização 
decorrente de responsabilidade civil extracontratual. Resumindo. O prazo prescricional é assim 
dividido: 
a) Responsabilidade civil extracontratual (reparação civil): 3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC). 
b) Responsabilidade contratual (inadimplemento contratual): 10 anos (art. 205 do CC). STJ. 2ª Seção. 
EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 (Info 632 – Fonte: Dizer o 
Direito). 
 
• Não é possível a revisão de cláusulas contratuais em ação de exigir contas (ação de prestação de 
contas). STJ. 2ª Seção. REsp 1.497.831-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. 
Maria Isabel Gallotti, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo) (Info 592). 
 
• DIREITO CIVIL. VÍCIO DE CONSENTIMENTO (ERRO). VÍCIO REDIBITÓRIO. DISTINÇÃO. VENDA 
CONJUNTA DE COISAS. ART. 1.138 DO CC/16 (ART. 503 DO CC/02). INTERPRETAÇÃO. TEMPERAMENTO 
 
 
 
36 
DA REGRA. – O equívoco inerente ao vício redibitório não se confunde com o erro substancial, vício de 
consentimento previsto na Parte Geral do Código Civil, tido como defeito dos atos negociais. O 
legislador tratou o vício redibitório de forma especial, projetando inclusive efeitos diferentes daqueles 
previstos para o erro substancial. O vício redibitório, da forma como sistematizado pelo CC/16, cujas 
regras foram mantidas pelo CC/02, atinge a própria coisa, objetivamente considerada, e não a psique 
do agente. O erro substancial, por sua vez, alcança a vontade do contratante, operando subjetivamente 
em sua esfera mental. – O art. 1.138 do CC/16, cuja redação foi integralmente mantida pelo art. 503 do 
CC/02, deve ser interpretado com temperamento, sempre tendo em vista a necessidade de se verificar 
o reflexo que o defeito verificado em uma ou mais coisas singulares tem no negócio envolvendo a venda 
de coisas compostas, coletivas ou de universalidades de fato. Recurso especial a que se nega 
provimento. (REsp 991.317/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
03/12/2009, DJe 18/12/2009) 
 
• DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DESNECESSIDADE DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE AO ALIENANTE NA AÇÃO 
EM QUE TERCEIRO REIVINDICA A COISA DO EVICTO. O exercício do direito oriundo da evicção 
independe da denunciação da lide ao alienante do bem na ação em que terceiro reivindique a coisa. O 
STJ entende que o direito do evicto de recobrar o preço que pagou pela coisa evicta independe, para 
ser exercitado, de ele ter denunciado a lide ao alienante na ação em que terceiro reivindique a coisa. A 
falta da denunciação da lide apenas acarretará para o réu a perda da pretensão regressiva, privando-o 
da imediata obtenção do título executivo contra o obrigado regressivamente. Restará ao evicto, ainda, 
o direito de ajuizar ação autônoma. Precedentes citados: REsp 255.639-SP, Terceira Turma, DJ 
11/6/2001, e AgRg no Ag 1.323.028-GO, Quarta Turma, DJe 25/10/2012. REsp 1.332.112-GO, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013. 
 
• DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DESNECESSIDADE DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA QUE 
RECONHECE A EVICÇÃO PARA QUE O EVICTO POSSA EXERCER OS DIREITOS DELA RESULTANTES. Para 
que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção, na hipótese em que a perda da coisa 
adquirida tenha sido determinada por decisão judicial, não é necessário o trânsito em julgado da 
referida decisão. A evicção consiste na perda parcial ou integral do bem, via de regra, em virtude de 
decisão judicial que atribua seu uso, posse ou propriedade a outrem em decorrência de motivo jurídico 
anterior ao contrato de aquisição. Pode ocorrer, ainda, em razão de ato administrativo do qual também 
 
 
 
37 
decorra a privação da coisa. A perda do bem por vício anterior ao negócio jurídico oneroso é o fator 
determinante da evicção, tanto que há situações em que os efeitos advindos da privação do bem se 
consumam a despeito da existência de decisão judicial ou de seu trânsito em julgado, desde que haja 
efetiva ou iminente perda da posse ou da propriedade e não uma mera cogitação da perda ou limitação 
desse direito. Assim, apesar de o trânsito em julgado da decisão que atribua a outrem a posse ou a 
propriedade da coisa conferir o respaldo ideal para o exercício do direito oriundo da evicção, o aplicador 
do direito não pode ignorar a realidade comum do trâmite processual nos tribunais que, muitas vezes, 
faz com que o processo permaneça ativo por longos anos, ocasionando prejuízos consideráveis 
advindos da constrição imediata dos bens do evicto, que aguarda, impotente, o trânsito em julgado da 
decisão que já lhe assegurava o direito. Com efeito, os civilistas contemporâneos ao CC/1916 somente 
admitiam a evicção mediante sentença transitada em julgado, com base no art. 1.117, I, do referido 
código, segundo o qual o adquirente não poderia demandar pela evicção se fosse privado da coisa não 
pelos meios judiciais, mas por caso fortuito, força maior, roubo ou furto. Ocorre que o Código Civil 
vigente, além de não ter reproduzido esse dispositivo, não contém nenhum outro que preconize 
expressamente a referida exigência. Dessa forma, ampliando a rigorosa interpretação anterior, 
jurisprudência e doutrina passaram a admitir que a decisão judicial e sua definitividade nem sempre 
são indispensáveis para a consumação dos riscos oriundos da evicção. REsp 1.332.112-GO, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013. 
 
• Pessoa celebrou contrato de mútuo feneratício com instituição financeira. Por algum motivo (ex: 
nulidade, ato ilícito, abusividade etc.) o mutuário ingressou com ação judicial pedindo a resolução do 
contrato e a restituição das parcelas pagas. Se esta ação for julgada procedente, o mutuário terá direito 
de receber os valores pagos acrescidos de juros remuneratórios no mesmo percentual que era previsto 
no contrato para ser cobrado pelo banco mutuante? NÃO. O mutuário que celebrar contrato de mútuo 
feneratício com a instituição financeira mutuante, não tem direito de pedir repetição do indébito com 
os mesmos índices e taxas de encargos previstos no contrato. Tese aplicável a todo contrato de mútuo 
feneratício celebrado com instituição financeira mutuante: “Descabimento da repetição do indébito 
com os mesmos encargos do contrato”. STJ. 2ª Seção. REsp 1.552.434-GO, Rel. Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 13/06/2018 (recurso repetitivo) (Info 628 – Fonte: Dizer o Direito). 
 
• 
 
 
 
38 
META 9 
 
AÇÃO POPULAR 
PONTO DO EDITAL: 
 
 Ação Popular. (...) Aspectos processuais. 
 
Atualizado em 20.01.2020. 
PASSO A PASSO 
• Ler AÇÃO POPULAR pelo material do curso ou pelo livro que você escolher, dentre aqueles 
indicados na bibliografia. 
• Ler a Lei de Ação Popular (Lei nº 4.717/1965). 
• Ler o compilado jurisprudencial. 
• Resolver 20 questões sobre o assunto no site www.qconcursos.com.br, utilizando o seguinte filtro: 
BANCA TODAS AS BANCAS 
DISCIPLINA PROCESSUAL CIVIL 
ASSUNTO 42.3 AÇÃO POPULAR 
 
 
O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O ASSUNTO 
a) Legitimidade ativa da ação popular: apenas o cidadão. 
 
• Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.• Cuidado com as questões que falam sobre o MP propor ação popular. O MP não pode propor ação 
popular. 
 
• Todavia, no caso desistência por parte do autor, o MP pode prosseguir no feito (art. 9º da LAP): 
 
 
 
 
39 
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais 
nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem 
como ao representante do Ministério Público, dentro do PRAZO DE 90 (NOVENTA) DIAS da última 
publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
 
Como caiu em prova: 
 
MC 2008(CESPE): Pessoa jurídica não possui legitimidade para propor ação popular. 
Correto. 
 
TJDFT 2016(CESPE): O MP, havendo comprometimento de interesse social qualificado, possui 
legitimidade ativa para propor ação popular. 
Errado. 
 
• O domicílio eleitoral não limita a legitimidade ativa à circunscrição. (REsp 1.242.800). 
 
• O menor cidadão de 16 anos não precisa de assistência para ajuizar ação popular. O tema é 
divergente na doutrina. Todavia, indica-se a posição de que NÃO HÁ NECESSIDADE DE ASSISTÊNCIA, 
porque o CESPE já a adotou. 
 
• Isso não quer dizer que o menor detém capacidade postulatória, porque, de todo modo, será 
necessário advogado. 
 
Como caiu em prova: 
 
TCEPR 2016(CESPE): A condição de eleitor configura condição de legitimidade ativa para a 
propositura da ação popular, devendo, para tanto, ser comprovado o domicílio eleitoral. 
 Errado. 
 
 
 
 
40 
• Legitimação bifronte: Possibilidade de a Fazenda Pública ocupar qualquer um dos polos. Não há 
prazo para a Fazenda Pública migrar de um polo para outro. Isso porque o interesse público não 
preclui. 
 Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 
1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, 
ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e 
contra os beneficiários diretos do mesmo. 
 § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, 
poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure 
útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. 
 
Como caiu em prova: 
 
FCC, CLDF, 2018: Em virtude de possíveis danos experimentados pelo patrimônio público em 
expropriação direta, foi aforada Ação Popular contra o Município e o Secretário. Citada, a respectiva 
pessoa jurídica de direito público interno 
a) poderá atuar no polo ativo ou passivo da demanda, defendendo, no primeiro caso, o interesse 
público primário perseguido pelo autor popular. 
 
b) Objeto da ação popular: o rol é taxativo. 
 
c)Procedimento: 
•Não há possibilidade de reconvenção. 
 
•Para o cabimento da ação popular, não é exigível a demonstração do prejuízo material aos cofres 
públicos. 
 
•Ação Popular que vise o ressarcimento ao Erário exige comprovação do binômio ilegalidade-
lesividade. O prejuízo ao erário não pode ser presumido (STJ, REsp 1447237). 
 
 
 
 
41 
• Não se aplicam os prazos processuais privilegiados da Fazenda Pública à Contestação na Ação 
Popular. 
 
• Lei nº 8.437/92: 
Art. 1º Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou 
em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante 
não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal. 
§ 1º Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando 
impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado segurança, à competência originária de 
tribunal. 
§ 2º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil 
púica. 
 
 
d)Reexame necessário invertido: 
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo 
grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a 
ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. 
 
e) A coisa julgada não se limita à competência territorial do órgão prolator. É inaplicável o art. 16 
da LACP: 
 
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no caso de haver sido 
a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar 
outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
 
f) Prazo prescricional de 5 anos: 
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos. 
 
 
 
 
 
42 
Como caiu em prova: 
 
FCC, TRT 11ª Região, 2017: A respeito da ação popular, considere: 
I. Pode ser proposta por pessoa jurídica. 
II. Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 
III. O prazo prescricional é de 5 anos. Está correto o que se afirma APENAS em 
a)II e III. 
b)I e II. 
c)I e III. 
d)I. 
e)II. 
 
 
COMPILADO JURISPRUDENCIAL 
• Súmula 101 do STF: O mandado de segurança não substitui a ação popular. 
 
 
• Súmula 365 do STF: Pessoa jurídica não pode propor ação popular. 
 
• Informativo 557: Ainda que procedente o pedido formulado em ação popular para declarar a 
nulidade de contrato administrativo e de seus posteriores aditamentos, não se admite reconhecer a 
existência de lesão presumida para condenar os réus a ressarcir ao erário se não houve comprovação 
de lesão aos cofres públicos, mormente quando o objeto do contrato já tenha sido executado e 
existam laudo pericial e parecer do Tribunal de Contas que concluam pela inocorrência de lesão ao 
erário. De fato, a ação popular consiste em um relevante instrumento processual de participação 
política do cidadão, destinado eminentemente à defesa do patrimônio público, bem como da 
moralidade administrativa, do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural. Nesse contexto, 
essa ação possui pedido imediato de natureza desconstitutivo-condenatória, porquanto objetiva, 
precipuamente, a insubsistência do ato ilegal e lesivo a qualquer um dos bens ou valores enumerados 
no inciso LXXIII do art. 5º da CF e a condenação dos responsáveis e dos beneficiários diretos ao 
 
 
 
43 
ressarcimento ou às perdas e danos correspondentes. Tem-se, dessa forma, como imprescindível a 
comprovação do binômio ilegalidade-lesividade, como pressuposto elementar para a procedência da 
ação popular e de consequente condenação dos requeridos a ressarcimento ao erário em face dos 
prejuízos comprovadamente atestados ou nas perdas e danos correspondentes (arts. 11 e 14 da Lei 
4.717/1965). Eventual violação à boa-fé e aos valores éticos esperados nas práticas administrativas 
não configura, por si só, elemento suficiente para ensejar a presunção de lesão ao patrimônio público, 
uma vez que a responsabilidade dos agentes em face de conduta praticada em detrimento do 
patrimônio público exige a comprovação e a quantificação do dano, nos termos do art. 14 da Lei 
4.717/1965. Entendimento contrário implicaria evidente enriquecimento sem causa do ente público, 
que usufruiu dos serviços prestados em razão do contrato firmado durante o período de sua vigência. 
Precedente citado: REsp 802.378-SP, Primeira Turma, DJ 4/6/2007. REsp 1.447.237-MG, Rel. Min. 
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2014, DJe 9/3/2015. 
 
• Informativo 549: Os juros de mora incidem a partir da citação do devedor no processo de 
conhecimento da ação civil pública quando esta se fundar em responsabilidade contratual, cujo 
inadimplemento já produza a mora, salvo a configuração da mora em momento anterior. De fato, a 
tese de que o julgamento de ação civil pública se limita à proclamação anódina de tese - incentivado 
o

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