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Faculdade Pitágoras, Curso de Farmácia
Disciplina de Assistência Farmacêutica
Aula 01
Prof. Msc. Flávio Maximino
fevereiro de 2018
Adaptado das aulas de Ana Paula Abreu e Ana Djessica Vidal
EVOLUÇÃO HSTÓRICA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
 Sistema Único de Saúde
 A crise do sistema de saúde no Brasil está presente no nosso dia a
dia podendo ser constatada através de fatos amplamente conhecidos
e divulgados pela mídia.
 História da Saúde no Brasil
 A evolução histórica das políticas de saúde está diretamente
relacionada com a evolução político social e econômica da
sociedade brasileira
 A saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado
brasileiro
 As ações de saúde propostas pelo governo sempre procuram
incorporar os problemas de saúde de grupos importantes
EVOLUÇÃO HSTÓRICA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
 Período Colonial e do Império – 1500 a 1889;
 República Velha, Primeira República – 1889 a 1930;
 Era Vargas, Segunda República – 1930 a 1945;
 Redemocracia e Desenvolvimento – 1945 a 1963;
 Regime Militar – 1964 a 1984;
 Nova República – 1985 a 1988;
 Constituição Federal – 1988 a 1990;
 Anos 90 a Atualidade – Sistema Único de Saúde (SUS)
EVOLUÇÃO HSTÓRICA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
1500 a 1889 – Colônia/Império
 1500 a 1889 – Colônia/Império
 Ervas medicinais e curandeiros – “boticário”, jesuítas, empírico;
1500 a 1889 – Colônia/Império
 Nenhum modelo de atenção à saúde da população.
 Rio de Janeiro sede do Império Português (1808 com a chegada da
família imperial)
 centro de ações sanitárias
 Até 1850 limitação das atividades de saúde: controle de navios e
portos
 Epidemias em vários países
1500 a 1889 – Colônia/Império
Brasil, como colônia de Portugal, tinha sua produção econômica realizada por meio dos
ciclos do açúcar e da mineração, à base do trabalho escravo, com destino ao comércio
interno.
Após 1822, com a proclamação da independência, houve um crescimento da produção do
café, que embora se destinasse à exportação, dinamizou o comércio interno, promovendo
mudanças na estrutura social e o aumento do poder da burguesia local, o que levou a
proclamação da república em 1889.
Ideias abolicionistas e exigências internacionais contribuíram para a progressiva substituição
do trabalho escravo pelo trabalho assalariado, o que motivou a imigração de trabalhadores
de origem europeia para a produção cafeeira e as atividades industriais emergentes no
Brasil.
1500 a 1889 – Colônia/Império
O quadro sanitário caracterizava-se pela existência de diversas doenças
transmissíveis, trazidas inicialmente pelos colonos portugueses e, posteriormente,
pelos escravos africanos e diversos outros estrangeiros.
Muitas dessas doenças tornaram-se endemias e outras provocaram epidemias. Eram
frequentes as doenças sexualmente transmissíveis, a lepra (hanseníase), tuberculose,
febre amarela, cólera, malária, varíola, leishmaniose, além das provocadas por
desnutrição, acidentes com animais peçonhentos e as decorrentes das aglomerações
urbanas nas cidades e das condições precárias de trabalho nas lavouras.
Não se pode falar em existência de uma política de saúde, porém eram tomadas
medidas que visavam minimizar os problemas de saúde pública que afetavam a
produção econômica e prejudicavam o comércio internacional.
1500 a 1889 – Colônia/Império
As medidas eram saneamento dos portos onde escoavam as mercadorias, urbanização e
infraestrutura nos centros urbanos de maior interesse econômico e campanhas para conter
as epidemias frequentes e prejudiciais à produção, que afetavam a imagem brasileira nos
países com os quais era mantido o comércio internacional.
Essas intervenções eram pontuais e logo abandonadas, assim que a situação era contida.
A assistência médica limitava-se apenas às classes dominantes, constituídas principalmente
por coronéis do café, sendo exercida pelos raros médicos que vinham da Europa. Aos
demais, restavam apenas os recursos da medicina popular.
Surgem as primeiras Casas de Misericórdia, que se destinavam ao abrigo dos doentes,
indigentes e viajantes, sem assistência médica e tratamento aos problemas de saúde.
1500 a 1889 – Colônia/Império
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
 Período Republicano
 Quadro Político: forma de organização jurídica política típica de
estado capitalista (coronelismo)
 Proclamação da República: ideia de modernização, trabalhadores
vistos como capital humano.
 Quadro Sanitário: na cidade do Rio de Janeiro: varíola, malária,
febre amarela e a peste
 Modelo de intervenção campanhista (Oswaldo Cruz) = guardas
sanitários e revolta da vacina
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
A sociedade brasileira inicia a organização de seu Estado moderno, onde predominava grupos
vinculados à exportação do café e a pecuária.
Houve a hegemonia da produção do café, mantida à base do trabalho assalariado. Houve
também um crescimento significativo da produção industrial. A exigência de maior mão-de-
obra passou a ser frequente, levando o governo a adotar políticas de incentivo à imigração
europeia.
Pode-se dizer que a população apresentava uma situação de saúde semelhante a do período
anterior, com predomínio das doenças pestilentas, com condições de saneamento básico
bastantes precárias e com ações e programas de saúde e infraestrutura ainda visando as
áreas fundamentais para a economia (economia agrária exportadora, área dos portos).
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
Visando estimular o comércio internacional e promover a política de imigração,
trazendo para as lavouras cafeeiras a mão de obra necessária à produção do café,
foram criadas as campanhas sanitárias como modelo de intervenção de combate às
epidemias rurais e urbanas, lideradas por Oswaldo Cruz.
Foi criado o Instituto Soroterápico de Manguinhos (mais tarde chamado Instituto
Oswaldo Cruz), para a pesquisa e desenvolvimento de vacinas.
1904: a imposição legal da vacinação contra a varíola desencadeou uma revolta
popular, conhecida como Revolta da Vacina. Após o episódio a vacinação tornou-se
opcional e passado algum tempo, com aceitação dessa medida, a epidemia de varíola
foi controlada.
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
1920: Carlos Chagas assumiu o Comando do Departamento Nacional de Saúde ,
criando alguns programas que introduziram a propaganda e a educação sanitária da
população como forma de prevenção das doenças. Foram criados também alguns
órgãos para controle da tuberculose, lepra e doenças sexualmente transmissíveis.
Observa-se nesse período o nascimento da saúde pública e da Previdência Social, que
incorporou a assistência médica aos trabalhadores como uma de suas atribuições a
partir de contribuição com as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs). As
primeiras foram instituídas nas empresas ferroviárias e estendidas aos portuários,
marítimos e outras áreas, como resposta às reinvindicações operárias.
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
Crescimento da medicina liberal, que era utilizada pela classe dominante, restando à
maioria da população que não tinha direito às CAPs apenas os serviços dos poucos
hospitais filantrópicos mantidos pela Igreja ou a prática popular da medicina.
Dois aspectos básicos caracterizaram o estado brasileiro na área da saúde: a estreita
relação entre a política de saúde estabelecida e o modelo econômico vigente e a
clara dicotomia entre as ações de saúde pública e as ações de assistência médica.
Emerge nessa conjuntura a estruturação de dois modelos de intervenção nas questões
da saúde: o sanitarismo campanhista e o curativo-privatista.
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
 Saúde vinculada a Previdência Social
 Inicio do séc XX – modificação da postura liberal frente a
problemas trabalhistas
1923
• Lei Elói Chaves – Marco da previdência Social
1988
• Constituição da República – Marco da Saúde
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
 1923 LEI ELÓI CHAVES Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’S)
 Recursos de Empregados e empregadores
 Reguladas pelo Estado
1889 a 1930 – Primeira República ou República Velha
ANOS 30 - ERA VARGAS
 Quebra da bolsa de valores – crise do café (deslocamento para zona
urbana)
 Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) – contribuição tripartite
(empregado/empregador/Estado), categorias profissionais
 Autarquias de nível nacional centralizadas no governo federal
(tripartite)
 Filiação por categorias profissionais
 Construção de hospitais próprios (Marítimos, Bancários,
Estatutários)
1930 a 1945 – Segunda República ou Era Vargas
Ocorre um deslocamento do polo dinâmico da economia para os centros urbanos,
com grande investimento no setor industrial na região centro-sul.
Essa política promove o êxodo rural, especialmente da região nordeste para os
centros econômicos, contribuindo para processo de urbanização precária e
proliferação de favelas nas grandes cidades.
Criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e Comércio e do Ministério da
Educação e Saúde. Vinculação dos empregados a sindicatos, com exigência de
pagamento de contribuição sindical por parte do Estado.
1930 a 1945 – Segunda República ou Era Vargas
O crescimento acelerado da indústria se dá à custa das condições precárias de
trabalho. Dessa forma, além de endemias e epidemias, a inserção no processo
produtivo industrial, somada a falta de moradia e saneamento adequados, trouxe
acidentes de trabalho, doenças profissionais, estresse, desnutrição, verminoses.
1933: as CAPs são transformadas em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs).
Criados não mais por empresas e sim por categorias profissionais (IAPM, IAPB, IAPC,
IAPTEC e IAPI).
A assistência médica passou a ser um aspecto secundário, priorizando-se a
contenção de gastos para a política de acumulação do capital necessário ao
investimento em outras áreas de interesse do governo.
1930 a 1945 – Segunda República ou Era Vargas
Ao Ministério da Educação e Saúde foi concebido com a função de coordenar as ações
de saúde pública no mesmo modelo do sanitarismo campanhista do período anterior.
Houve a criação do Serviço Nacional de Febre Amarela, Serviço de Malária no Nordeste e
da Fundação de Serviço Especial da Saúde Pública (SESP).
De um lado haviam as ações de caráter coletivo sob a gestão do Ministério da Educação
e Saúde, do outro as ações curativas e individuais, vinculadas ao IAPS, o que reforçava a
dualidade do modelo assistencial.
A população de maior poder aquisitivo utilizada os serviços privados de saúde
integrantes da medicina liberal crescente, enquanto a maioria da população não
vinculada à previdência contava apenas com os serviços públicos escassos e instituições
de caridade, além de praticas populares de tratamento.
1930 a 1945 – Segunda República ou Era Vargas
1945 a 1963 – Redemocratização ou 
Desenvolvimentista
1945: Final da Segunda Guerra Mundial. Os regimes ditatoriais são enfraquecidos e a
democratização começa a fazer parte do cenário mundial. Nesse contexto, forças
sociais lideradas pelos opositores do regime impõem a deposição do presidente Getúlio
Vargas, reiniciando-se um período de redemocratização do Brasil.
O novo governo de Eurico Gaspar Dutra governa com um congresso representante das
classes dominantes, intervêm nos sindicatos e partidos, adota medidas anti-
inflacionárias e congela os salários.
Lançou o Plano Salte (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), tendo a maior parte
de seus recursos destinados à área de transporte.
1945 a 1963 – Redemocratização ou 
Desenvolvimentista
Foi observado redução dos casos de tuberculose, malária e outras doenças transmitidas
por insetos, o que para alguns se deu pelo resultado das campanhas sanitárias e por
outros pelo desenvolvimento do período.
1951: Vargas é eleito novamente a presidência. Expande a CNS, amplia rodovias, cria
usinas hidrelétricas, a Petrobrás, entre outras coisas.
Adota o populismo como prática de contato direto com as massas populares, sem a
intermediação do seu partido, desqualificando a ideia de democracia representativa,
numa perspectiva de vínculo emocional com o povo para poder ser eleito e governar,
fazendo práticas sociais, enquanto adquire apoio popular para as medidas econômicas e
políticas adotadas.
1945 a 1963 – Redemocratização ou 
Desenvolvimentista
A assistência médica se expande em todos os IAPs, generalizando aos poucos os direitos
conforme capacidade reivindicativa e de organização. Contudo, a implantação de serviços de
atenção médica tinha como marca o clientelismo, favorecido pelo vínculo entre os sindicatos
e IAPs ao Estado.
1953: Ministério da Saúde é criado independente da área da educação.
Dois grupos começaram a discutir propostas de políticas de saúde:
 Os que defendiam a manutenção do modelo sanitarista campanhista e a prática higienista
da Fundação SESP.
 Os que desenvolviam a corrente de opinião do sanitarismo desenvolvimentista, com o
argumento da relação entre o nível de saúde da população e o grau de desenvolvimento
econômico do país. Defendiam a articulação da ações de promoção com as ações
preventivas e curativas, de acordo com as necessidades da população.
1945 a 1963 – Redemocratização ou 
Desenvolvimentista
Nacionalistas versus Desenvolvimentistas.
1954: Vargas suicida-se.
1956-1960: Governo Juscelino Kubitschek
 Plano de Metas;
 Capital estrangeiro para desenvolvimento da estrutura industrial e fortalecimento
da burguesia industrial;
 Construção de Brasília;
 Crescimento da inflação e da dívida externa;
 Ênfase ao desenvolvimento com visão das políticas sociais como paliativas.
1945 a 1963 – Redemocratização ou 
Desenvolvimentista
Os IAPs fortalecem o modelo de assistência médica curativa aos seus segurados na
perspectiva de manutenção do trabalhador saudável para a produção. Os que
dispunham de mais recursos e cuja categoria profissional exerciam maior poder de
pressão construíam hospitais próprios para o atendimento de seus segurados.
Algumas empresas, insatisfeitas com a atuação dos IAPs começaram a contratação de
serviços médicos particulares. Com essa ampliação, torna-se hegemônico o modelo
médico-assistencial privatista.
1961: Jânio Quadros obtém vitória à presidência do país, mas renuncia no mesmo
ano. João Goulart, o vice, assume com ideias de defesa por reformas de base e
políticas sociais.
1964: Golpe Militar (articulação entre a elite nacional, militares e burguesia industrial)
1945 a 1963 – Redemocratização ou 
Desenvolvimentista
1964 a 1984 – Regime Militar
 1964 REGIME MILITAR
 Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) – intervenção do
Estado
 Unificação dos IAPs
 Continua com a contribuição tripartite
 Trabalhadores c/ carteira assinada
 Aposentadoria, pensão e serviços de saúde
 Construção de Hospitais próprios e iniciativa privada
 Modernização e ampliação de hospitais
1964 a 1984 – Regime Militar
 1974 REGIME MILITAR
 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência social
(INAMPS)
 Desmembramento INPS (aposentadoria e pensão)
 Autarquia do Ministério da Previdência e Assistência Social
 Aos empregados de carteira assinada
 Hospitais próprios e iniciativa privada (convênios)
1964 a 1984 – Regime Militar
 1975 - Crise
 O modelo econômico entra em crise
 Pobres mais pobres e ricos mais ricos
 Modelo de saúde previdenciário deficiente:
– priorizou medicina curativa
– Incapacidade de solucionar problemas de saúde coletiva
(mortalidade infantil, endemias...)
1964 a 1984 – Regime Militar
 1975 - Crise
 aumentos constantes dos custos da medicina (complexidade
crescente)
 população cada vez maior de marginalizados, excluídos e sem
carteira assinada
 desvios de verbas para outros setores
 Mobilização social e pensamento critico.
1964 a 1984 – Regime Militar
 1976 - Apoio a projetos pilotos de novos modelos assistenciais,
 PIASS: Programa de Interiorização das Ações de Saúde e
Saneamento – voltadopara o interior
 1981 – Democracia da Saúde
 Na tentativa de conter custos e combater fraudes o governo criou o
Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária
(CONASP), com o Plano de Reestruturação das Ações de Saúde.
 Plano CONASP – racionalização dos gastos (pagamento por
procedimento) – aumenta a autonomia
1964 a 1984 – Regime Militar
1977: Efetivou-se nova reordenação burocrático-administrativa do sistema de saúde com a
criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SIMPAS), composto pelos
órgãos
 Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) → pagamento de benefícios aos
segurados;
 Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) → prestação de
assistência médica individual e curativa por meio de serviços privados contratados e
conveniados;
 Fundação Legião Brasileira de Assistência→ assistência à população carente;
 Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social;
 Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV);
 Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor;
 Central de Medicamentos. – CEME e Farmácia Básica
1964 a 1984 – Regime Militar
 1982- AIS: Ações Integradas de Saúde
 Projeto interministerial da previdência, saúde e educação.
 O Movimento Sanitário
 No fim do período Militar
 Movimentos sociais inclusive na área da saúde
 Avanço da medicina preventiva
1964 a 1984 – Regime Militar
1983: Criado o Programa de Ações Integradas de Saúde cujo objetivo era articular
todos os serviços que prestavam assistência à saúde da população de uma região e
integrar ações preventivas e curativas. Para isso, havia repasse de recursos do INAMPS
para os governos estaduais para a construção de Unidades Básicas de Saúde e
contratação e capacitação de profissionais.
Esses acontecimentos se devem ao fortalecimentos dos movimentos sociais e de saúde
que se organizaram nos diversos espaços (universidades, sindicatos, comunidades e
associações).
1984:
 Movimento Diretas Já, porém não aprovado;
 Escolha de Tancredo Neves para presidente, que com sua morte logo após, a
presidência foi assumida por seu vice José Sarney.
1964 a 1984 – Regime Militar
1984: algumas conquistas na área da saúde ainda foram obtidas pelo
movimento da Reforma Sanitária, com o apoio de alguns parlamentares,
movimentos de saúde, trabalhadores da saúde, acadêmicos e entidades
como o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (CEBES) e a Associação
Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO).
Do contexto dos anos 70 e 80 é que nasceu o projeto da Reforma Sanitária,
com a perspectiva de reformulação do sistema de saúde brasileiro com a
criação de um sistema único de saúde, acabando com o duplo comando do
Ministério da Saúde e INAMPS que executavam ações de forma contrária.
1964 a 1984 – Regime Militar
1985 a 1988 – Nova República – Constituição Federal
1985: José Sarney toma posse e envia ao Congresso a proposta de
convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
Diversas entidades e movimentos sociais se mobilizam e estimulam a
participação popular no processo de discussão da nova Carta
Constitucional, o que foi favorável para se colocar a saúde na agenda
política e difundir as propostas da Reforma Sanitária.
1986: VIII Conferência Nacional de Saúde. Cria espaço para o debate dos
problemas do sistema de saúde e de propostas de reorientação da
assistência médica e de saúde pública.
1985 a 1988 – Nova República – Constituição Federal
1987: As Ações Integradas de Saúde passam a ser o Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS), que possibilitou a formação dos conselhos
estaduais e municipais de saúde, a desconcentração de recursos e poder da
esfera federal para estadual, o esvaziamento do INAMPS, que se estadualizou
por meio da sua fusão com as secretarias estaduais de saúde, e o aumento,
mesmo que insuficiente, da cobertura de serviços de saúde.
1988: Promulgação da Constituição Federal → Aprovado o Sistema Único de
Saúde
1985 a 1988 – Nova República – Constituição Federal
 1986- VIII Conferência Nacional de Saúde
 Lançou as bases da reforma sanitária e do SUDS – Sistema Único
Descentralizado de Saúde:
– Princípios da Reforma Sanitária
– Novo conceito de saúde (amplo) – ausência de doença
– Separação da saúde e previdência social – desmanche do INAMPS
 PROPÔS O SUS- SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
ANOS 90 – NASCIMENTO DO SUS
 MOVIMENTO POLÍTICO QUE MOBILIZOU A SOCIEDADE BRASILEIRA
PARA PROPOR NOVAS POLÍTICAS E NOVOS MODELOS DE
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA, SERVIÇOS E PRÁTICAS DE SAÚDE
 Nascimento do SUS
 TEXTO CF/88: SAÚDE DIREITO DE TODOS, DEVER DO ESTADO
 Art. 6.º (*) São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição
 1990 Lei Orgânica da Saúde. - Lei 8080 de 19 de setembro de 1990.
 A Saúde é um direito do Cidadão e um dever do Estado
 Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o 
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
 § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação 
e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de 
riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de 
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e 
aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
 § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das 
empresas e da sociedade. 
1985 a 1988 – Nova República – Constituição Federal
1985 a 1988 – Nova República – Constituição Federal
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 O SUS
 É o atual arranjo organizacional do estado brasileiro que dá suporte
para a efetivação da política de saúde no país.
AÇÕES DE PROTEÇÃO
AÇÕES DE PROMOÇÃO
CURA
REABILITAÇÃO
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
 SUS
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Sistema Único de Saúde
 Integrante do Sistema Brasileiro de Proteção Social
 TRIPÉ DA SEGURIDADE SOCIAL
Sistema da 
Previdência 
Social
Sistema 
Único de 
Assistência 
Social
Sistema 
Único de 
Saúde
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Constituição de 1988
 Título VIII
 Capítulo II - Seguridade Social Seção I - Disposições Gerais
 Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Constituição de 1988
 Seção II – Saúde
 Art. 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
Qual a Real Situação do SUS?
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Regras Pétreas do SUS •Doutrinárias
 UNIVERSALIDADE
 Todos os cidadãos tem acesso
 Sem discriminação
 Basta estar em solo brasileiro
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
HISTÓRIA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO BRASIL
 Regras Pétreas do SUS •Doutrinárias
 INTEGRALIDADE
 Promoção
 Proteção
 Cura
 Reabilitação
 Regras Pétreas do SUS •Doutrinárias
 EQUIDADE /IGUALDADE
 Prioridade na oferta
 Seguimentos vulneráveis
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
EQUIDADE
 Constituição de 1988
 Seção II – Saúde
 Art. 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde,
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física
ou jurídica de direito privado.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Constituição de 1988
 Seção II – Saúde Art. 198 - As ações e serviços públicos de saúde
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizadode acordo com as seguintes diretrizes:
 I. descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
 II. atendimento integral
 III. participação da comunidade.
 PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Regras Pétreas do SUS
 Organizativas
 DESCENTRALIZAÇÃO COM COMANDO ÚNICO
 ÚNICO GESTOR EM CADA ESPAÇO POLÍTICO INSTITUCIONAL
 Secretário Municipal = âmbito municipal
 Secretário Estadual = âmbito estadual
 Ministro da Saúde = âmbito federal
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Regras Pétreas do SUS
 ORDENAR O SISTEMA DE SAÚDE POR NÍVEIS DE ATENÇÃO E
ESTABELECER FLUXOS ASSISTENCIAIS ENTRE OS SERVIÇOS.
Atenção primária
Atenção especializada: Média complexidade e
Alta complexidade
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Constituição de 1988
 Art. 199 - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
 § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
 § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
 Assistência Farmacêutica
 Parte integrante do sistema de saúde
 Componente fundamental das ações de promoção e prevenção
 1998- Ministério da Saúde
 Política Nacional de Medicamentos
 Portaria N. 3.916/98
 Orientar as ações no campo de medicamentos
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
OBRIGADO!
Dúvidas?
flaviosamaximino@gmail.com

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