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Trajetória dos pais em busca de diagnóstico de TDAH

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A trajetória dos pais em busca de diagnóstico de TDAH em seus filhos, estudantes.
A trajetória dos pais em busca de diagnóstico de TDAH em seus filhos, estudantes 
Projeto de pesquisa apresentado à disciplina
Diversidade Humana I 
1. INTRODUÇÃO
OTDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade)é um problema de saúde mental, um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que possui três características básicas e classificatórias:a desatenção, a agitação (hiperatividade) e a impulsividade. É um transtorno com grande impacto na vida de crianças e adolescentes, segundo Rohde e Benczik (1999).
O TDAH atrapalha o desempenho escolar entre 3 e 5% de crianças e adolescentes,e transformando este indivíduo, segundo Costa (1993), em a “desviante”, “diferente” dos padrões da “normalidade” e sendo ela responsabilizada pelo seu fracasso. Os sintomas do TDAH aparecem geralmente na primeira infância, trazendo consequências que podem refletir durante a vida inteira do indivíduo, interferindo nas relações interpessoais, adaptação ao ambiente, além de inúmeras comorbidades vinculadas (ocorrência de dois ou mais problemas de saúde e/ou de saúde mental), segundo Rohde e Benczik (1999). 
As comorbidadesmais comuns são o transtorno do pânico, a fobia escolar, a fobia social, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), a depressão, a anorexia e a bulimia. O diagnóstico de TDAH é estritamente clínico, com critérios bem definidos de classificações como no Código Internacional de Doenças (CID-10 F 90) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais-4º Edição (DSM-IV) (REINHARDT e REINHARDT, 2013)
 O transtorno de déficit de atenção mais popular é o por hiperatividade (TDAH), por ser o mais notado devido a inquietude da criançaque traz desconfortos na escola, na vida social e familiar, sendo um transtorno psiquiátrico de grande impacto social. Neste distúrbio do comportamento, suas principais manifestações/sintomas, aparecem antes dos 7 anos de idade, sendo comumente percebidos na escola, onde espera-se que a criança obedeça regras. 
Para que os profissionais necessários possam diagnosticar o TDAH corretamente, é preciso observar a criança na escola, na vida social, familiar, e é preciso a persistência dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade /impulsividade em vários ambientes de sua vida, detectados durante o período de avaliação. 
Desta forma, descarta-se a possibilidade de que alguns sintomas que podem ser reflexos de uma família desestruturada, de má educação, de uma sala de aula inadequada, acabem por serem relacionados erroneamente ao TDAH, assim como o problema do modismo de diagnóstico. Para que esse diagnóstico aconteça de forma correta, ao perceber algo diferente no comportamento da criança, deve-se de imediato levá-la para avaliações profissionaisem busca de um diagnóstico condizente com a situação da criança. Nos últimos anos, tanto a experiência clínica quanto pesquisas recentes em genética, neuroimagem e neuropsicologia contribuíram para uma mudança na forma de diagnóstico e entendimento do TDAH.
 Essas avaliações passam por neurologistas pediátricos, pediatras, psicólogos, psicopedagogos e outros profissionais mais que sejam necessários, já que algumas crianças tem além do TDAH, transtornos de aprendizagem, como por exemplo, a dislexia (presente em 8% das crianças em idade escolar), comprometendo o rendimento escolar. Caso o diagnóstico aconteça tardiamente o transtorno poderá trazer problemas de impacto social, funcional, comorbidades psiquiátricas, transtornos invasivos de desenvolvimento trazendo problemas que perdurarão por toda a vida do indivíduo, (ANTUNES, 2011).
Com base nas colocações de Paro (2000), a escola deve ajudar, porém não pode assumir individualmente esse compromisso ou ser responsabilizada por falhas que possam ocorrer neste processo. A família e a escola devem trabalhar em conjunto no sentido de buscar um diagnóstico correto, promovendo a busca por qualidade de vida dos filhos/alunos.
O quanto antes os responsáveis pela criança que supostamente tem TDAH chegaremao diagnóstico, poderão minimizar os impactos do transtorno em sua vida, com atendimento especializado a partir desta fase. Esse diagnóstico pode demorar muito, principalmente na rede médicapública uma consulta poderá se estender por meses. 
Exames de alta complexidade podem ser encaminhados para outra cidade, tornando a demora ainda maior. Para cada caso existe uma “rotina” a ser seguida para que esse diagnóstico seja feito de forma correta.
Rosa (2001), esclarece que o ser humano aprende em qualquer etapa do seu desenvolvimento, que as mudanças ocorrem em termos de valores e conhecimentos que proporcionam enfrentar situações novas em busca de soluções criativas e inteligentes. 
A sociedade é reproduzida em algum nível na comunidade escolar, e nessa microssociedade é preciso que se tenha uma convivência sadia, onde se compreenda e sejam respeitadas as diferenças, as limitações e os problemas que só serão conhecidos após o diagnóstico/e ou exclusão de um suposto problema.
“Aprender é um processo que ocorre desde o nascimento, desenvolvendo-se gradualmente de acordo com o ritmo de cada um, levando em consideração as condições físicas, psicológicas, ambientais e sociais. (SOARES, 2007, p. 693).”
 Os profissionais da educação prestam atendimento especializado para crianças com diagnósticos de diversos transtornos e limitações de aprendizagem formando uma equipe multidisciplinar a fim de desenvolver o potencial de alunos com necessidades específicas, para tanto, dependem do diagnóstico profissional a fim de prestarem a assistência devida.
2 –OBJETIVO GERAL
Conhecer a trajetória percorrida pelos pais em busca de diagnóstico de TDAH em crianças estudantes.
3 – OBJETIVOSESPECÍFICOS 
Levantar dados sobre a trajetória em busca do diagnóstico da criança com TDAH. Que caminhos os responsáveis percorreram desde a desconfiança do transtorno até o diagnóstico. Saber que profissionais estiveram envolvidos nesse processo e se existem comorbidades relacionadas ao TDAH nas crianças diagnosticadas.
4- METODOLOGIA
Faremos entrevistas com os responsáveis pela criança com diagnóstico de TDAH, tendo como instrumento de coleta a entrevista de caráter semi – estruturada, com perguntas pré-definidas, que não prendem o entrevistado às mesmas, podendo ou não surgirem outras perguntas a partir de algumas respostas. A entrevista qualitativa fornece os dados básicos para o desenvolvimento e a compreensão das relações entre atores sócias e suas relações. Segundo Minayo(2008, p.191), o roteiro da entrevista semi – estruturada “[...] deve desdobrar os vários indicadores considerados essenciais e suficientes em tópicos que contemplem a abrangência das informações esperadas.” Nesse tipo de entrevista o investigador deve ter as questões memorizadas quando estiver em campo, as quais deve ser formuladas de forma flexível para que o entrevistado tenha espaço para discorrer sobre o tema abordado.
	Usaremos a gravação de áudio, pois segundo Minayo (2008), não devemos confiar na memória, pois há interferência da lógica do pesquisador durante a observação. 
		Para análise dos dados da pesquisa, utilizaremos 3 fluxos concomitantes de atividades:
	1 – Redução de dados
	2 – Exposição dos dados
	3–Conclusões baseadas em inferências, partindo de premissas ( conhecimentos acadêmicos e os adquiridos através de pesquisa bibliográfica sobre o tema TDAH).
	Como recursos utilizaremos, lápis, canetas, papel, gravador de áudio, computador e impressora.
5. CRONOGRAMA
	AÇÃO
	MÊS 2015
	
	08
	09
	10
	11
	12
	Coleta de dados
	
	
	
	
	
	Análise de dados
	
	
	
	
	
	Elaboração de relatório
	
	
	
	
	
	Entrega de relatório
	
	
	
	
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, C. A atenção:saldo ou déficit? Fascículo 19. Petrópolis: Vozes, 2011.
COSTA, D. A. F. Fracasso escolar:diferença ou deficiência. Porto Alegre:Kuarup, 1993.
MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento:pesquisa qualitativa em saúde. 10º ed. rev .amp .São Paulo: Hucitec, 2008.
PARO, V. H. Qualidade de ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000.
REINHARDT, M. C., REINHARDT C. A. U. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, comorbidades e situações de risco. J. Pediatria .Porto Alegre, 2013.
ROHDE, L. A. P., BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade:O que é? Como Ajudar? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
ROSA, J. de La. Psicologia e educação: o significado do aprender. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
SOARES, C. D, et al. As concepções do fracasso escolar e as propostas de solução. Goiânia: Fragmentos de Cultura, 2007

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