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Conceito de Anarquia Internacional

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Questão 1/10 - Teoria das Relações Internacionais
Leia o trecho a seguir:
"Ao dizer isso, não se está negando que a Liga das Nações tenha exercido importantes funções governamentais. Ela governou dois territórios sob mandato: a Bacia do rio Saar e a cidade de Dantzig. Governou-os de forma indireta — nos termos do artigo 22 do Pacto — e não efetivamente." Entretanto, quando se tratava da manutenção da ordem internacional e da preservação ou restauração da paz, ela só pode exercer o governo naquelas ocasiões, muito raras, em que não estavam sendo afetados os interesses de qualquer das grandes potências dentre seus membros ou quando os interesses comuns dos mais influentes deles pareciam exigi-lo".
MORGENTHAU, Hans. A política entre as Nações: a luta pelo poder e pela paz. Brasília: Editora Universidade de Brasília. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto de Relações Internacionais. 2003, p. 856. Disponível em: <http://funag.gov.br/loja/download/0179_politica_entre_as_nacoes.pdf>.
Tendo em conta o trecho citado acima e os conteúdos da disciplina Teoria das Relações Internacionais, análise as afirmações abaixo sobre as fraquezas da Liga das Nações apontadas por Hans Morgenthau  e depois assinale a alternativa que indica apenas as corretas:
I. De acordo com Hans Morgenthau, uma das fraquezas mais significativas da Liga das Nações possui um caráter constitucional, uma vez que a Liga não estabeleceu uma proibição taxativa ao recurso da guerra na política internacional por parte dos seus membros. 
II. Para Morgenthau, a fraqueza mais profunda da Liga das Nações era de caráter estrutural, visto que a Liga possui uma estrutura institucional que concedia maior poder de voto para as potências emergentes, como União Soviética, e menor poder de voto às velhas potências, como o Reino Unido e a França. 
III. Morgenthau identificou a fraqueza de caráter político da Liga das Nações como um dos principais problemas das organizações internacionais. Essa fraqueza está vinculada às relações e aos conflitos de poder na política internacional, que dificultam uma atuação coesa e consistente no cenário político internacional.
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as afirmações I e II estão corretas
	
	B
	Apenas a afirmação II está correta
	
	C
	Apenas as afirmações I e III estão corretas
Você acertou!
A resposta correta é aquela que indica que apenas as afirmações I e III estão corretas. A afirmação I está correta porque, como se lê no livro base, uma das fraquezas mais significativas da Liga das Nações apontadas por Morgenthau é de caráter constitucional, uma vez que a Liga não estabeleceu uma proibição taxativa ao recurso da guerra na política internacional por parte dos seus membros (p. 48). A afirmação III está correta porque de fato Morgenthau identificou a fraqueza de caráter político da Liga das Nações como um dos principais problemas das organizações internacionais. Essa fraqueza está vinculada às relações e aos conflitos de poder na política internacional, que dificultam uma atuação coesa e consistente no cenário político internacional (p. 49). A afirmação II está incorreta porque, apesar de Morgenthau ter apontado a fraqueza de caráter estrutural; essa fraqueza se referia ao fato de que a distribuição do poder dentro da liga não refletir a distribuição do poder no mundo no século XX - dando muito poder a França e Grã-Bretanha e não sendo capaz de incluir os Estados Unidos efetivamente e a União Soviética sendo incluída de forma tardia. 
Elaborado com base em: PEREIRA, Alexsandro Eugenio. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Intersaberes. 2016, capítulo 1. 
	
	D
	Apenas a afirmação III está correta
	
	E
	Apenas as afirmações II e III estão corretas
Questão 2/10 - Teoria das Relações Internacionais
A filosofia política de autores clássicos como Nicolau Maquiavel (1469-1527), Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804) serve de influência central ao desenvolvimento teórico inicial das relações internacionais. Dentre os pontos principais de contribuição destes autores, destaca-se a noção de anarquia internacional (PEREIRA, 2016). 
Com base nas concepções dos autores clássicos da filosofia política, o conceito de anarquia internacional pode ser definido como:
Nota: 10.0
	
	A
	A existência de um governo internacional capaz de estabelecer regras e impô-las aos demais atores do sistema.
	
	B
	A ausência de um governo mundial colocado acima das unidades políticas no sistema internacional.
Você acertou!
“O desenvolvimento teórico inicial das relações internacionais é tributário da filosofia política de autores como Nicolau Maquiavel (1469-1527), Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e Immanuel Kant (1724-1804). Esses autores são importantes, pois deles derivaram elementos fundamentais para a análise do “internacional”. A contribuição desses autores pode ser observada em três pontos principais. (...) O segundo ponto refere-se à necessidade de entender a política internacional como essencialmente anárquica, isto é, caracterizada pela ausência de um governo mundial colocado acima das unidades políticas” (PEREIRA, 2016, capítulo 01).
 
	
	C
	O reflexo da ausência do monopólio do uso da força na esfera doméstica dos Estados.
	
	D
	O estabelecimento deliberado de um sistema de controle da guerra no cenário internacional.
	
	E
	A deficiência no estabelecimento de acordos entre as unidades políticas para a expansão de seu poderio militar.
 
Questão 3/10 - Teoria das Relações Internacionais
No final do século XIX, deram-se as primeiras tentativas de aplicar o marxismo à compreensão das relações internacionais. Autores como Bernstein (1978), Kautsky (1978) e Bauer (1987) contribuíram à discussão sobre as relações entre os Estados europeus, com incursões sobre a questão nacional e colonial. A obra com mais notoriedade nas décadas sucessivas, pelo grande peso político-institucional do autor, é a de Lênin (1987), em que o conceito de imperialismo é apresentado como estágio final do capitalismo.
Fonte: Vigevani; Martins; Miklos; Rodrigues. A contribuição marxista para o estudo das relações internacionais. Lua Nova, São Paulo, 83: 111-143, 2011.
Lenin contribui para a Teoria das Relações Internacionais com base no seu pensamento, que pode ser sintetizado na sua obra mais conhecida na área das RI. Assinale a alternativa que identifique corretamente o nome da obra.
Nota: 10.0
	
	A
	A Comuna de Paris e a Noção de Estado.
	
	B
	Da Riqueza das Nações.
	
	C
	Anarquia, Estado e Utopia.
	
	D
	Imperialismo, fase superior do capitalismo.
Você acertou!
“Em 1917, Vladimir Lênin (1870-1924) publicou um livro que resumiu seu esquema teórico para interpretar a guerra e as relações entre os Estados no início do século XX: Imperialismo, fase superior do capitalismo. Nele, elaborou uma explicação sobre as causas da guerra entre as potências dominantes no início desse século, que incorpora elementos da teoria de Marx do Estado e das classes sociais”. ((PEREIRA, A. E. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Intersaberes, 2016, Capítulo 3, p. 116)
	
	E
	Cadernos do Cárcere.
Questão 4/10 - Teoria das Relações Internacionais
“No final do século XIX e início do século XX, a preocupação com a paz levou os países a realizar duas Conferências de Paz, na cidade holandesa de Haia. A primeira ocorreu em maio de 1899 e a segunda em 1907. Nas duas conferências foram aprovados tratados internacionais sobre leis e crimes de guerra, particularmente na segunda, a de 1907, na qual se tentou, sem sucesso, evitar a eclosão de uma grande guerra na Europa, que acabou deflagrada em 1914.” 
Fonte: PEREIRA, Alexsando Eugênio. Teoria das relações internacionais. Curitiba: Intersaberes, 2016, p. 79.
Tendo como base a contextualização acima, e os conteúdos discutidos em Teoria das Relações Internacionais, assinale a alternativa que contém um dos conceitos chave do liberalismo.
Nota: 10.0
	
	A
	Instituições.
Você acertou!
Entre osconceitos chave para o liberalismo está o conceito de instituições, que se reporta para uma dimensão fundamental, que é justamente a noção de organizações internacionais (como por exemplo, a Organização das Nações Unidas, a Organização Mundial do Comércio, o Mercosul, a União Europeia etc.), que têm como papel fundamental influenciar a forma que as relações entre os estados ocorrem. Como podemos ler na rota de aprendizagem da aula 2, "o liberalismo clássico aparece como teoria das Relações Internacionais após a Primeira Guerra Mundial, quando floresce um cenário de crença nas instituições e na racionalidade dos atores". 
Referência: Material para impressão da rota de aprendizagem da aula 2, tema "Liberalismo Clássico: Woodrow Wilson e a Liga das Nações".
	
	B
	Tribos locais.
	
	C
	Grupos Urbanos.
	
	D
	Famílias tradicionais.
	
	E
	Sindicatos de trabalhadores.
Questão 5/10 - Teoria das Relações Internacionais
"A política internacional saiu das esferas da diplomacia para tornar-se uma atividade acadêmica após a Primeira Guerra Mundial, ao tomar-se consciência de que eventos internacionais tinham efeitos significativos não apenas na conduta externa de um país mas também em suas dimensões políticas e econômicas internas. Essa secularização da política internacional logo manifestou-se em numerosas concepções. Em particular, duas grandes concepções marcaram o debate: a concepção realista e a concepção idealista".
Fonte: CHIAPPIN, José R. Novaes. O paradigma de Huntington e o realismo político. Lua Nova,  São Paulo,  n. 34, p. 37-53, 1994. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-64451994000300004>. Acesso em: 09 jul. 2018.
A respeito da concepção realista, assinale a alternativa correta.
Nota: 10.0
	
	A
	Os interesses dos indivíduos são sempre pensados em termos econômicos, ou seja, os indivíduos agem egoisticamente, o que acaba resultando no bem comum.
	
	B
	Os autores realistas surgem baseados em seu posicionamento científico com o objetivo de mostrar a política internacional como ela realmente é, e não como deveria ser.
Você acertou!
Os autores realistas surgem baseados em seu posicionamento científico com o objetivo de mostrar a política internacional como ela realmente é, e não como deveria ser, como faz a teoria liberal. Para Carr, nenhuma utopia política alcançará êxito desde que seja resultado da realidade política. Carr indica os erros da visão baseada na universalidade dos valores, em uma lei moral natural e na criação de uma autoridade superior aos Estados para administrar as RI.
Referência: Material para impressão da rota de aprendizagem da aula 1, tema "O realismo clássico de Edward Carr".
	
	C
	A ideia de uma comunidade internacional é inerente à perspectiva realista, uma vez que a comunhão de interesses e valores é a essência do ambiente internacional.
	
	D
	Segundo a visão realista de mundo, quando se fala em poder se fala em aparelhos ideológicos de Estados, pensado como na forma proposta por Athusser no século XVI.
	
	E
	A luta de classes presente na sociedade capitalista industrial é transposta à infraestrutura internacional na visão realista proposta por Schmitt.
Questão 6/10 - Teoria das Relações Internacionais
Leia o trecho a seguir:
"A antítese utopia-realidade - uma balança que sempre se aproxima e se afasta do equilíbrio, jamais atingindo-o completamente - é uma antítese fundamental que se revela em muitas formas de pensamento. Os dois métodos de abordagem - a tendência a ignorar o que foi e o que é, e a tendência a deduzir o que deveria ser partindo do que foi e do que é - determinam atitudes opostas com relação a todo problema político. "É uma eterna disputa", como argumenta Sorei, "entre os que imaginam o mundo de modo a adaptá-lo à sua política, e os que elaboram sua política de modo a adaptá-la às realidades do mundo".
Fonte: CARR, Edward. Vinte Anos de Crise: 1919 - 1939. Uma Introdução ao Estudo das Relações Internacionais. Trad. Luiz Alberto Figueiredo Machado. Brasnia, Editora Universidade de Brasília, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. z-. edição setembro, 2001. p. 17. Disponível em: <http://funag.gov.br/biblioteca/download/40-Vinte_Anos_de_Crise_-_1919-1939.pdf>.
Tendo em conta o trecho acima e os conteúdos da disciplina Teoria das Relações Internacionais, analise as afirmações abaixo sobre o realismo de Edward Carr e depois assinale a alternativa que apresenta apenas as corretas:
I. Para Carr utopia e realidade são duas faces da ciência política, de modo que o autor não descarta completamente a perspectiva utópica por conter em sua essência a possibilidade de transformação da realidade social. 
II. Carr defende que o modelo analítico ideal consiste naquele que estabelece um equilíbrio completo entre utopia e realidade, uma vez que o realista completo aceita a sequência dos fatos sem ser capaz de modificar a realidade. 
III. A crítica de Carr à abordagem liberal nas relações internacionais se volta ao caráter essencialmente utópico dessa teoria, que tende a entender que a prática está fundamentada na teoria. 
IV. A importância do realismo está em sua análise calcada em padrões éticos que permitem leituras mais consistentes das relações internacionais.
Nota: 0.0
	
	A
	Apenas as afirmações I e II estão corretas
	
	B
	Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas
	
	C
	Apenas as afirmações I e IV estão corretas
	
	D
	Apenas as afirmações II, III e IV estão corretas
	
	E
	Apenas as afirmações I, II e III estão corretas
A resposta correta é aquela que apresenta apenas as afirmações I, II e III estão corretas. Assim, a afirmação I está correta porque como se pode ler no livro base no capítulo II de  Vinte Anos de Crise: 1919 - 1939, Carr delineia que utopia e realidade são duas faces da ciência política, de modo que o autor não descarta completamente a perspectiva utópica por conter em sua essência a possibilidade de transformação da realidade social. A afirmação II está correta porque Carr não descarta totalmente a utopia, mas defende que o modelo analítico ideal consiste naquele que estabelece um equilíbrio completo entre utopia e realidade, uma vez que o realista completo aceita a sequência dos fatos sem ser capaz de modificar a realidade. A afirmação III está correta porque a crítica de Carr à abordagem liberal das relações internacionais se volta ao caráter essencialmente utópico dessa teoria, que tende a entender que a prática está fundamentada na teoria e não o contrário. Carra ainda crítica a concepção liberal a crença liberal de que exista um padrão ético a priori que deve orientar a prática. Assim, a afirmação IV está incorreta, já que para o autor realismo rejeita padrões éticos a priori.
Elaborado com base em: PEREIRA, Alexsandro Eugenio. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Intersaberes. 2016, capítulo 1. 
Questão 7/10 - Teoria das Relações Internacionais
Considere o texto a seguir:
A obra “Vinte anos de crise: 1919-1939”, de Edward Carr, apresenta uma importante reflexão de perspectiva realista a respeito da vertente liberal. Carr se debruça, especialmente, sobre os pontos levantados por Woodrow Wilson, estabelecendo importantes postulados a respeito da Liga da Nações, estabelecida em 1919.
Elaborado com base em: PEREIRA, Alexsandro Eugenio. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Intersaberes. 2016, capítulo 1. 
Tendo em conta o texto acima e os conteúdos da disciplina Teoria das Relações Internacionais, assinale a alternativa que apresenta corretamente como Edward Carr caracterizava a Liga das Nações:
Nota: 10.0
	
	A
	Uma instituição marcada pela visão distorcida dos liberais em relação ao sistema internacional.
Você acertou!
No livro base pode se observar que para Carr a Liga das Nações foi uma instituição marcada pela visão distorcida dos liberais sobre o Sistema Internacional. Tanto que, para desenvolver sua crítica ao pensamento utópico, Carr examinou, nos capítulos III e IV de Vinte anos de crise, as ideias que informaram o internacionalismoliberal do presidente Wilson. Em resumo, ele tenta entender como ideias criticadas em outras áreas tornaram-se o fundamento para uma interpretação utópica das relações internacionais. Entre elas, dois conjuntos de ideias se destacam. O primeiro deles foi desenvolvido por Jeremy Bentham (1748-1832; filósofo e jurista inglês) que defendeu o postulado de que a característica fundamental da natureza humana era a busca do prazer e a rejeição da dor. Bentham foi importante, segundo Carr, pois (i) proporcionou confirmação plausível para a presunção “científica” segundo a qual o homem tenderia a se adaptar à lei moral da natureza tão logo o seu conteúdo fosse definido por meio da razão e (ii) por ter sido o primeiro pensador a elaborar a “doutrina da salvação pela opinião pública”, assim definida: “A crença de que a opinião pública julgará corretamente qualquer questão racionalmente apresentada, combinada com a presunção de que ela agirá de acordo com esse julgamento correto, é um fundamento essencial do credo liberal” (CARR, 2001, p. 36). Esse é um ponto chave da crítica de Carr ao pensamento utópico ou liberal: esse pensamento é amparado na crença de que os estadistas, diplomatas e chefes de Estado poderiam ser convencidos da irracionalidade da guerra, que seria, segundo Angell, produto de uma falha de entendimento. A razão seria capaz de orientar os tomadores de decisão na direção mais adequada, buscando o entendimento por meio do pacto da Liga das Nações. A razão poderia conduzir os estadistas a diminuir seu afã pela produção de armamentos. A razão, enfim, poderia conduzir à paz. Carr, Kant e Rousseau anteciparam o ponto de vista segundo o qual se a opinião pública rejeitasse a guerra em governos republicanos ela não aconteceria. A crença na razão reúne pensadores, como Kant, o Abbé de Saint-Pierre, Angell e o presidente Wilson, que depositaram fé na capacidade da razão em demonstrar o absurdo da anarquia internacional e, graças ao crescimento da importância da opinião pública, esse absurdo estaria com os dias contados”.
Elaborado com base em: PEREIRA, Alexsandro Eugenio. Teoria das Relações Internacionais. Curitiba: Intersaberes. 2016, capítulo 1. 
 
	
	B
	A confirmação da efetividade da ideia de que a razão pode levar à paz no sistema internacional.
	
	C
	Um exemplo da aplicação da teoria neoliberal nas relações internacionais.
	
	D
	O resultado da predominância da vertente realista na definição da política externa dos Estados.
	
	E
	O atestado do fracasso do realismo como paradigma de análise do sistema internacional.
Questão 8/10 - Teoria das Relações Internacionais
As teorias das relações internacionais são estabelecidas com forte influência de autores clássico da filosofia política, como Nicolau Maquiavel (1469-1527), Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704) e Immanuel Kant (1724-1804). Da obra destes autores derivaram elementos fundamentais para a análise do “internacional”, especialmente as dimensões do poder, da anarquia internacional e da condição da guerra (PEREIRA, 2016).
Segundo os estudos da origem dos estudos das relações internacionais, numere a segunda coluna de acordo com a primeira e depois, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: 
1. Nicolau Maquiavel
2. Thomas Hobbes
3. John Locke
4. Immanuel Kant
(     ) Ao ter suas concepções acerca do estado de natureza transmitidas para a análise da política internacional, influencia a teoria liberal que considerava os Estados capazes de buscar o entendimento por meio da ação racional dos estadistas;
(    ) Autor base do realismo político, e da ideia de observação da política internacional como ela realmente é, e não como deveria ser;
(    )  A partir de sua principal obra, Leviatã, inspirou a noção da sobrevivência e segurança dos Estados como elemento orientador das relações interestatais;
(    ) Defende a necessidade dos Estados estabelecerem um pacto entre si para fazer cessar as guerras e instaurar a paz, criando uma comunidade jurídica internacional. Serviu de grande influência ao liberalismo da paz-democrática.
Assinale a alternativa que corresponde a ordem correta:
Nota: 10.0
	
	A
	2, 4, 1, 3
	
	B
	3, 2, 1, 4
	
	C
	3, 1, 2, 4
Você acertou!
“O realismo político, que inspira a teoria realista de RI, pode ser sintetizado na máxima de Maquiavel, segundo a qual é preciso compreender a realidade buscando a chamada “verdade efetiva das coisas” (SADEK, 1999, p. 19). Essa expressão significava compreender a política como ela é (realismo) e não como nós gostaríamos que ela fosse (idealismo). Essa afirmação tem um significado importante para os estudos políticos, incluindo os estudos da política internacional.
(...)
Assim, além dos três princípios mencionados acima, os teóricos realistas de relações internacionais retiram de Maquiavel outra “lição” importante: a sobrevivência e a segurança dos Estados como elemento orientador das relações interestatais. Para esses teóricos, esse é o tema central da política externa de qualquer Estado. Uma “boa política externa” seria aquela orientada por decisões políticas destinadas a garantir a sobrevivência do Estado que significa, em termos práticos, aumentar os recursos estatais de poder, como os meios militares e, no limite, fazer a guerra contra Estados oponentes. Essa “lição” foi retirada, também, de outro filósofo político que escreveu depois de Maquiavel: Thomas Hobbes, autor do livro Leviatã, publicado em 1651.
(...)
Mas, para Locke, o fato dos homens serem dotados da razão possibilitaria uma convivência relativamente pacífica e harmônica ainda no estado de natureza. Levando essa concepção lockeana do estado de natureza para as relações internacionais, podemos observar como os liberais interpretam essas relações. Eles entendem, como os realistas, que as RIs não ultrapassam o estado de natureza. Não há contrato social entre Estados, fundando um Superestado. Mas os primeiros liberais, como o presidente americano W. Wilson, inspirados em Locke , consideravam que os Estados seriam capazes de buscar o entendimento por serem conduzidos por estadistas dotados da razão.
(...)
Kant defende a necessidade dos Estados estabelecerem um pacto entre si para fazer cessar as guerras e instaurar a paz, criando uma comunidade jurídica internacional. Esse pacto seria resultante do progresso da razão, que reconheceria a necessidade de superar o estado conflituoso em que estão os Estados europeus” (PEREIRA, 2016, capítulo 01).
 
	
	D
	4, 1, 2, 3
	
	E
	4, 2, 1, 3
Questão 9/10 - Teoria das Relações Internacionais
A compreensão da dimensão, funções e atuação dos Estados é um dos pontos principais das teorias das relações internacionais. A abordagem do Estado ganha especial destaque nas vertentes realistas, que enxergam no Estado o ator principal dos jogos políticos. Pressupostos acerca do Estado aparecem no pensamento de Edward Carr e Hans Morgenthau, que desenvolveram a teoria realista clássica no século XX.
De acordo com os estudos realizados acerca da vertente realista e com base nas noções de realismo apresentadas na bibliografia básica indicada para esta disciplina, leia e analise as assertivas abaixo, identificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F) e depois assinale a alternativa que corresponde à sequência correta:
(   ) Segundo a vertente realista, os Estados se relacionam com base na existência de uma hierarquia internacional que é reconhecida e respeitada pelos demais;
(   ) Os Estados são observados pelos realistas como atores unitários e sua política interna é separada da dimensão da política externa;
(   ) Teóricos realistas afirmam que os Estados são atores racionais e seu processo de tomada de decisões produz escolhas baseadas no interesse nacional;
(   ) O poder é conceito secundário na explicação e previsão da conduta dos Estados da teoria realista, estando subordinado à dimensão ideológica dos Estados.
Assinale a alternativa abaixo que apresenta a sequência correta:
Nota: 10.0
	
	A
	V, V, F, V
	
	B
	V, V, V, F
Você acertou!
Como vimos no capítulo anterior,a teoria realista fundamentou-se na crítica ao internacionalismo liberal expresso no pensamento do presidente americano Wilson. Ela fornece explicações para as opções adotadas pelos Estados nas relações internacionais e pode ser resumida em seis pressupostos principais, segundo Dougherty e Pfaltzgraff (2003, p. 80): (i) o sistema internacional é formado por Estados que são os atores centrais das RIs; (ii) a política internacional é essencialmente conflituosa, em outros termos, trata-se de uma luta pelo poder num ambiente anárquico e na qual os Estados nacionais dependem de suas próprias capacidades (militares e econômicas) para garantir sua sobrevivência; (iii) os Estados se relacionam com base na existência de uma soberania legal que é reconhecida e respeitada pelos demais; (iv) os Estados são atores unitários e a política interna de cada um deles é separada da política externa; (v) Estados são atores racionais caracterizados por um processo de tomada de decisões que produz escolhas baseadas no interesse nacional; (vi) o poder é o conceito mais importante na explicação e previsão da conduta dos Estados. Esses pressupostos aparecem no pensamento de Edward Carr e Hans Morgenthau, que desenvolveram a teoria realista clássica no século XX (PEREIRA, 2016, capítulo 1).
	
	C
	F, V, V, V
	
	D
	V, V, F, F
	
	E
	F, F, V, V
Questão 10/10 - Teoria das Relações Internacionais
As teorias marxistas trazem à disciplina das relações internacionais novas perspectivas de análise dos contextos internos e externos aos Estados. Suas contribuições vão além da dimensão ideológica, e constituem-se como fontes importantes de entendimento de questões até então negligenciadas pelas teorias tradicionais da disciplina das relações internacionais.
Acerca das teorias marxistas e suas contribuições para as análises da política internacional, analise as sentenças abaixo:
I. Os marxistas, assim como os realistas, subordinam a questão econômica à política e à busca pelo poder no sistema internacional;
II. As abordagens marxistas estabelecem relações entre a política e a economia, e constituem contribuições importantes da Economia Política Internacional às relações internacionais;
III. Teóricos marxistas vão além do questionamento acerca das razões da guerra no sistema internacional, e se debruçam sobre as relações entre interesses nacionais e classes dominantes.
Após a análise cuidadosa das sentenças acima, assinale a alternativa correta em relação às abordagens marxistas das relações internacionais:
Nota: 0.0
	
	A
	As sentenças I e III estão corretas;
	
	B
	As sentenças II e III estão corretas;
“Uma das áreas mais importantes de análise do “internacional” é a economia política internacional (EPI). Ela reúne um conjunto de análises que estabelecem relações entre a política e a economia, conferindo ênfases distintas a cada um desses temas. É o caso, por exemplo, da distinção entre realistas e marxistas, que examinam as relações entre política e economia de forma distinta. Realistas enfatizam a importância do Estado e subordinam a questão econômica à política e à busca pelo poder. Os marxistas invertem a predominância dos termos, conferindo maior importância à dinâmica do capitalismo e seus reflexos sobre a competição pelo poder. Em síntese, a questão fundamental, segundo o realista Robert Gilpin, é como o teórico escolhe os pressupostos básicos acerca da relação entre política e economia. O pressuposto da economia política internacional é de que não podemos compreender o comportamento dos Estados sem referência aos fatores econômicos (PEREIRA, 2016, capítulo 03).
 
	
	C
	As sentenças I e II estão corretas;
	
	D
	Apenas a sentença III está correta;
	
	E
	Apenas a sentença II está correta;

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