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Aula - DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES

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DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES
PROF. GABRIELA HOLANDA
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	Obrigação como dever social
	Obrigação como dever jurídico 
	Obrigação como vínculo jurídico - o vínculo é apenas um dos elementos estruturais da relação obrigacional 
	Obrigação como relação jurídica
Cumprimento tardio da obrigação 
ACEPÇÕES DAS OBRIGAÇÕES
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	Autonomia Privada - não é absoluta, pois devem respeitar os direitos de personalidade, as cláusulas gerais da boa-fé objetiva e função social do contrato (normas cogentes)
	Função social da obrigação - pode ser intrínseca (direito individual) ou extrínseca (direito coletivo)
	Consensualismo - como regra, vale a máxima: “o que um não quer, dois não fazem”.
	Boa-fé: divide-se em subjetiva e objetiva (art. 422 do CC) - função de criação de deveres anexos. 
PRINCÍPIOS NORTEDORES DAS RELAÇÕES OBRIGACIONAIS
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	Boa-fé subjetiva - vem da ideia de ignorância e de desconhecimento 
	Boa-fé objetiva - são deveres obrigacionais (cooperação, assistência, sigilo, informação e lealdade). Esses deveres possuem 3 funções: integrativa (devem estar presentes em todos os negócios jurídicos), limitativa (esses deveres limitam os abusos de direito - art. 187), interpretativa (as cláusulas devem estar em conformidade com os 5 deveres).
PRINCÍPIOS NORTEDORES DAS RELAÇÕES OBRIGACIONAIS
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	Venire contra factum proprium (significa vir contra um fato próprio) - as partes devem agir de forma coerente, conforme a expectativa gerada por seu comportamento.
	Supressio - perda ou supressão de um direito pela falta de seu exercício por razoável lapso temporal, trata-se de um comportamento omissivo. Ex.: uso de área comum por condômino em regime de exclusividade por período de tempo considerável, que implica a supressão da pretensão de cobrança de aluguel pelo período de uso.
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
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	Surrectio - é o contrário da supressio. Exemplo: se o credor aceitou, durante a execução do contrato, que o pagamento se desse em lugar diverso do convencionado, há tanto uma supressio do direito do credor de exigir o cumprimento do contrato, quanto uma surrectio do devedor de exigir que o contrato seja, agora, cumprido no novo lugar tolerado.
	Tu quoque - Júlio César “Tu quoque, Brutus, fili mi!” - corresponde a um comportamento que quebra uma relação de confiança, surpreendendo a outra parte e a colocando em situação de injusta desvantagem.
	Exceptio non adimpleti contractus - exceção do contrato não cumprido
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
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Elementos constitutivos da obrigação: sujeito, objeto e vínculo jurídico (teoria dualista: débito e responsabilidade). 
Sujeito – pode ser pessoa natural, jurídica ou entes despersonalizados. Podendo ser determinado ou determinável. No cumprimento da obrigação o sujeito deve ser determinado. 
Objeto – o objeto é a prestação, que é uma conduta ou ato humano que se traduz no ato de dar, fazer ou não fazer. A prestação é o objeto imediato. O objeto mediato da prestação é a coisa propriamente dita. Deve ser lícito, possível, determinado ou determinável. Deve ser também, economicamente apreciável. 
Vínculo jurídico – é a união existente entre o sujeito ativo e o passivo, que confere ao primeiro o direito de exigir coercitivamente o cumprimento da obrigação
ELEMENTOS OBRIGACIONAIS
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Débito: elemento espiritual da relação. Diz respeito ao comportamento que o devedor deve adotar no sentido de cumprir com a obrigação de forma pontual. 
Responsabilidade: confere ao credor o poder de exigir do devedor o cumprimento da obrigação. O que guarnece essa obrigação são os bens do devedor.
Débito sem responsabilidade – dívidas prescritas -> obrigações naturais ou imperfeitas
Responsabilidade sem débito – > fiador.
ELEMENTOS OBRIGACIONAIS
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 Transitoriedade – a obrigação nasce para ser adimplida, o quanto antes melhor. 
Vínculo jurídico – poder que é conferido ao credor de exigir do devedor o cumprimento da obrigação. 
Patrimonialidade – o objeto da relação deve ter cunho patrimonial, que é a garantia de adimplemento, exceto a prisão por pensão alimentícia. 
Relatividade – a obrigação só vincula as partes envolvidas. O credor só pode executar o devedor. 
Prestação positiva/negativa – positiva: dar, fazer, restituir. Negativa: não fazer – pode decorrer da lei ou de uma obrigação contratual entre as partes.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS OBRIGAÇÕES
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Obrigações quanto à exigibilidade:
a) Obrigações naturais: são obrigações inexigíveis judicialmente;
b) Obrigações civis: são aquelas em que se pode exigir o cumprimento judicialmente.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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OBRIGAÇÃO PROPTER REM
É uma obrigação real, que decorre da relação entre o devedor e a coisa. Difere das obrigações comuns especialmente pelos modos de transmissão. Propter rem significa “por causa da coisa”. 
Assim, se o direito de que se origina é transmitido, a obrigação o segue, seja qual for o título translativo. A transmissão é automática, independente da intenção específica do transmitente, e o adquirente do direito real não pode recusar-se a assumi-la.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Obrigações quanto ao resultado:
A) Obrigação de resultado: o devedor não depende de nenhum aspecto externo para cumprir a obrigação contraída. Como a contratação de um arquiteto famoso para a feitura de um projeto de edifício: a obrigação de fazer é infungível e de resultado.
B) Obrigação de meio: o devedor depende de fatores externos para atingir o resultado desejado. Mas deve empregar todos os meios necessários para tentar alcançá-lo. 
Como o caso do médico que opera um paciente gravemente acidentado. Em se tratando de obrigação de meio, a responsabilidade só recairá sobre o devedor, caso ele não tenha empregado todos os meios possíveis para chegar ao resultado.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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De acordo com o objeto as obrigações podem ser classificadas em obrigações de DAR, FAZER ou NÃO-FAZER, sendo as duas primeiras, Positivas, e a última, negativa. 
1. OBRIGAÇÃO DE DAR 
As obrigações de dar subdividem-se em dois tipos: “obrigações de dar coisa certa” (arts. 233 a 242) e “obrigações de dar coisa incerta” (arts. 243 a 246). 
A obrigação de dar consiste em transmitir a propriedade ou outro direito real, quer na simples entrega de uma coisa em posse, em uso ou à guarda, a entrega desta obrigação ao seu destinatário é denominada TRADIÇÃO. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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1.1 OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA- Arts. 233 a 242 do CC. 
Coisa certa é coisa individualizada, que se distingue das demais por características próprias, móvel ou imóvel. Nessa modalidade de obrigação, o devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua individualidade, como, por exemplo, certo quadro de um pintor célebre, o imóvel localizado em determinada rua e número etc. 
A obrigação de dar coisa certa confere ao credor simples direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re). O contrato de compra e venda, por exemplo, tem natureza obrigacional. O vendedor apenas se obriga a transferir o domínio da coisa certa ao adquirente; e este, a pagar o preço. A transferência do domínio depende de outro ato: a tradição, para os móveis (CC, arts. 1.226 e 1.267); e o registro, que é uma tradição solene, para os imóveis (arts. 1.227 e 1.245). 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Tradição como transferência dominial 
O contrato, por si só, não basta para a transferência do domínio. Por ele criam-se apenas obrigações e direitos. O domínio só se adquire pela tradição, se for coisa móvel, e pelo registro do título (tradição solene), se for imóvel. A obrigação de dar gera apenas um crédito, somente com a tradição é que se perfaz o domínio. 
A tradição pode ainda ser REAL, quando materialmente realizada a entrega da coisa; SIMBÓLICA, quando realizado ato que constitui a transferência do domínio; FICTA, no caso de constitutopossessório, que ocorre por ex. quando o vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva-a em seu poder, mas agora na qualidade de locatário. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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1.2 IMPOSSIBILIDADE DE RECEBER COISA DIVERSA AINDA QUE MAIS VALIOSA 
Na obrigação de dar coisa certa o devedor é obrigado a entregar ou restituir uma coisa inconfundível com outra. Dispõe, com efeito, o art. 313 do Código Civil: “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”. A recíproca, portanto, é verdadeira: o credor também não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. 
ATENÇÃO: Na obrigação facultativa, a obrigação de dar coisa diferente da acordada pode ocorrer, vez que o devedor se reserva o direito de pagar coisa diversa da que constitui diretamente o objeto da obrigação. 
Pode, ainda, haver concordância do credor em receber uma coisa por outra. A dação em pagamento (entrega de um objeto em pagamento de dívida em dinheiro), por exemplo, depende do expresso consentimento do credor (CC, art. 356). 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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1.4 DIREITO AOS FRUTOS E MELHORAMENTOS- ART. 237 CC 
Antes de adentar ao direito aos frutos e melhoramentos, importante ressaltar que ambos fazem parte dos bens acessórios que porventura podem existir em concomitância com o objeto da obrigação principal. 
O art. 233 do CC ensina que “a obrigação de dar coisa certa abrange seus acessórios”, dentre os quais os frutos e melhoramentos (benfeitorias) fazem parte, conceitos nos arts. 92 a 97 do CC. 
Na grande classe dos bens acessórios compreendem-se os produtos e os frutos (CC, art.95). 
Produtos são as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade, porque não se reproduzem periodicamente, como as pedras e os metais, que se extraem das pedreiras e das minas. Distinguem-se dos frutos porque a colheita destes não diminui o valor nem a substância da fonte, e a daqueles sim. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte, como os cereais, as frutas das árvores etc. 
Dividem-se, quanto à origem, em: Naturais, industriais e civis
Naturais: Aqueles que se desenvolvem e se renovam periodicamente, em virtude da força orgânica da própria natureza, como as frutas das árvores, as crias dos animais etc. 
Industriais são os que aparecem pela mão do homem, isto é, os que surgem em razão da atuação do homem sobre a natureza, como a produção de uma fábrica. 
Civis são os rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua utilização por outrem que não o proprietário, como os juros e os aluguéis. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Quanto ao estado, os frutos classificam-se em: 
Pendentes, enquanto unidos à coisa que os produziu- Não pertencerão ao devedor, mas ao credor. Ex. Compra de uma vaca leiteira, todo o leite retirado dela até a entrega dela, será do devedor, mas as futuras ordenhas realizadas, pertencerão ao credor. (Parágrafo único do art. 237); 
Percebidos ou colhidos, depois de separados- Pertencem ao devedor até a tradição; 
Estantes, os separados e armazenados ou acondicionados para venda; 
Percipiendos, os que deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos; 
Consumidos, os que não existem mais porque foram utilizados. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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 Os frutos naturais e industriais PERCEBIDOS, ESTANTES E CONSUMIDOS pertencerão ao devedor de boa-fé desde o instante da separação. 
Os frutos colhidos antes do tempo pelo devedor, deverão ser restituídos ao credor- parágrafo único do art. 1.214 do CC. 
A percepção dos frutos civis ou rendimentos, como os juros e aluguéis, não se efetiva por ato material, mas por presunção da lei, que os considera percebidos dia a dia (de die in diem). Também devem ser restituídos se recebidos com antecipação. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Até ocorrer a tradição, os frutos, melhoramentos e acrescidos pertencem ao devedor da coisa, o qual poderá exigir do aumento do preço e se o credor não concordar, a resolução da coisa. 
	Melhoramentos ou benfeitorias é tudo quanto opera mudança para melhor, em valor, em utilidade, em comodidade, na condição e no estado físico da coisa. 
	Acrescido é tudo que se ajunta, que se acrescenta à coisa, aumentando-a. Ex: terras de aluvião (aquelas formadas por depósitos de sedimentos ) 
	Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte, como o café, os cereais, as frutas das árvores, o leite, as crias dos animais etc. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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OBS: Ressarcimento dos melhoramentos (benfeitorias): 
	Estando o devedor de boa-fé, tem direito à indenização dos melhoramentos ou aumentos necessários e úteis; quanto aos voluptuários, se não for pago do respectivo valor, pode levantá-los (jus tollendi), quando o puder sem detrimento da coisa e se o credor não preferir ficar com eles, indenizando o seu valor. 
	O devedor de boa-fé, embora tenha direito aos frutos percebidos, não faz jus aos frutos pendentes, nem aos colhidos antecipadamente, que devem ser restituídos (ao credor), deduzidas as despesas da produção e custeio. É o que expressamente dispõe o parágrafo único do art. 1.214 do mesmo diploma. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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	Se o devedor estava de má-fé, ser-lhe-ão ressarcidos somente os melhoramentos necessários, não lhe assistindo o direito de retenção pela importância destes, nem o de levantar os voluptuários, porque obrou com a consciência de que praticava um ato ilícito. 
	O Código impõe uma limitação ao direito do credor de benfeitorias que tenha agido de má-fé ao dispor, no art. 1.222, que o obrigado a indenizar os melhoramentos ao devedor de má-fé “tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao devedor de boa-fé indenizará pelo valor atual”. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Obrigações Alternativas: há uma multiplicidade de prestações possíveis e o cumprimento de apenas uma delas, já satisfaz o credor, concretizando a obrigação.
Levando-se em conta que, a princípio, há uma multiplicidade de prestações, configura-se coisa incerta e cabe ao devedor, em regra, escolher uma das prestações possíveis para obrigar-se a cumprir de forma integral. Porém, pode ser convencionado, expressamente, no contrato, que a concentração seja feita pelo credor, por uma pluralidade de optantes ou por um terceiro escolhido pelas partes.
No caso de pluralidade de optantes, a concentração deve ocorrer de forma unânime, se não houver unanimidade, a questão deve ser solucionada pelo Poder Judiciário e o juiz solicitará que os optantes convergem na decisão e em último caso, decidirá qual prestação deverá ser cumprida.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Obrigações Cumulativas: há uma multiplicidade de prestações e o devedor se obriga a cumprir todas. Ocorre em prestação que requerer uma série de atividades para poder concretizar a obrigação principal.
O devedor tem que cumprir todas as atividades do acordado para ter cumprido enfim a obrigação. Em caso de inadimplemento, caberá ação de execução da obrigação cumulativa de fazer. Se impossível com culpa: perdas e danos.
Obrigações Facultativas: nesta, apenas o devedor poderá optar por cumprir o contrato ou entregar prestação diversa, não podendo o credor reclamar.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
Formas de indivisibilidade da obrigação.
Maria Helena traz na sua doutrina uma distinção ontológica das formas de indivisibilidade da obrigação, podendo ser:
I. Física ou material: quando sua prestação for indivisível materialmente devido também – mas não apenas – ao fato da indivisibilidade do objeto, como por exemplo, numa obrigação de restituir coisa alugada, findo o contrato de locação.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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II.Legal ou jurídica: se a prestação for indivisível em virtude de disposição legal, que por vários motivos, inclusive econômicos, impede sua divisão, ou seja, é uma causa precedente ao contrato. Por exemplo a obrigação concernente às ações de sociedade anônima em relação à pessoa jurídica (Lei n. 6404/76, art. 28 do Código Civil).
III. Convencional ou contratual: se a indivisibilidade acontece por deliberação das partes no contrato, mesmo que seja materialmente divisível. Por exemplo: Dois vendedores de açúcar se obrigam a entregar por inteiro, numa só partida, a uma refinaria de açúcar, 5.000 toneladas desse produto.
IV. Judicial: quando a indivisibilidade de sua prestação é proclamada pelos tribunais; Por exemplo: A obrigação de indenizar nos acidentes de trabalho.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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Entre as obrigações de dar, são divisíveis:
I. As prestações de transferir direito de propriedade e a posse;
II. Prestações de dar uma soma de coisas fungíveis, dinheiro, especialmente;
III. Quando o objeto da dívida é um número de coisas indeterminadas da mesma espécie, igual ao número dos cocredores ou dos codevedores, ou submúltiplo desse número, como – por exemplo – a prestação de dar dez muares a 10 ou cinco pessoas;
IV. Quando a prestação é a constituição de uma hipoteca, penhor ou anticrese, sendo divisível a coisa;
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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São indivisíveis:
I. as obrigações alternativas e as de gênero;
II. aquelas que tenham por objeto a constituição de servidão e aquelas que têm por objeto dar coisas certas infungíveis;
OBS.: Entre as obrigações de fazer, apenas são divisíveis as prestações determinadas por quantidade ou duração de trabalho, as demais são indivisíveis.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
As obrigações solidárias são aquelas compostas pela multiplicidade de sujeitos que a integram, seja no polo ativo (solidariedade ativa), seja no polo passivo (solidariedade passiva), ou em ambos (solidariedade mista), se caracterizando pela unidade objetiva da prestação. (art. 264 do CC)
Em outras palavras, há solidariedade quando NA MESMA OBRIGAÇÃO concorre PLURALIDADE DE CREDORES cada um com direito à dívida toda OU PLURALIDADE DE DEVEDORES, cada um obrigada a ela por inteiro.
O que caracteriza a solidariedade é a pluralidade subjetiva (sujeitos) e a UNIDADE OBJETIVA. 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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A SOLIDARIEDADE NÃO SE PRESUME!!! Decorre da lei ou da vontade das partes (art. 265 do CC). O principio regente é o da não presunção da solidariedade, nos exatos termos do art. 265 do Código Civil. A solidariedade e a indivisibilidade são sempre exceções a regra do partilhamento das obrigações entre credores e devedores.
Na solidariedade existem dois vínculos, duas relações jurídicas. O vínculo ou relação jurídica externa, que ocorre entre o polo ativo e o polo passivo, e o vínculo ou relação jurídica interna, que ocorre dentro do polo ativo ou do polo passivo entre os devedores ou credores solidários.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
	INDIVISIBILIDADE	SOLIDARIEDADE
	Causa: natureza da prestação;
Cada devedor paga o todo porque é impossível repartir;
Relação OBJETIVA;
Subsiste enquanto a prestação suportar;
Cessa quando a obrigação se converte em perdas e danos.	Causa: lei ou vontade;
Cada devedor paga o todo porque deve o todo;
Relação SUBJETIVA;
Cessa com a morte dos devedores / credores;
Conserva-se quando a obrigação se converte em perdas e danos.
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CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
	RELAÇÃO EXTERNA
SOLIDARIEDADE ATIVA	RELAÇÃO INTERNA 
SOLIDARIEDADE PASSIVA
	Relação Externa: cada credor pode cobrar o todo do devedor.
Relação Interna: o credor que receber o todo, deverá repassar as cotas para os demais credores.
Exemplo:
A deve R$300,00 aos credores solidários B, C e D.
A paga pode pagar os R$300,00 para B. Porém, B deverá repassar R$100,00 para C e R$100,00 para D.
	Relação Externa: Qualquer devedor fica obrigado a prestar o todo.
Relação Interna: O devedor que pagou o todo tem direito de exigir dos demais as suas respectivas cotas.
Exemplo:
B, C e D devem solidariamente R$300,00 à A.
B paga os R$300,00 para A. Porém, B tem o direito de cobrar dos demais devedores as suas respectivas cotas.
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