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Universidade Católica do Salvador AILTON BISPO FERREIRA DAIANA CONCEIÇÃO DO VALE MURILO SILVA DE LIMA RITA MILENA OLIVEIRA SANTANA BRITO THAMILLE DE SOUZA QUEIROZ VICTORIA BEATRIZ MATTOS LOPES CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO SALVADOR - BA 2019 AILTON BISPO FERREIRA DAIANA CONCEIÇÃO DO VALE MURILO SILVA DE LIMA RITA MILENA OLIVEIRA SANTANA BRITO THAMILLE DE SOUZA QUEIROZ VICTORIA BEATRIZ MATTOS LOPES CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Revisão de literatura, apresentado à disciplina de Direito Civil III - Contratos, do Eixo de Graduação da Universidade Católica do Salvador, como requisito parcial de avaliação da disciplina Direito Civil III - Contratos. Orientadora: Professora Teila Rocha SALVADOR - BA 2019 1 SUMÁRIO Página RESUMO .............................................................................................................03 I. INTRODUÇÃO................................................................................................04 II. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO………………………….05 II.1 CONCEITO………………………………………………………….05 II.2 CARACTERÍSTICAS……………………………………………….06 II.3 OBJETO……………………………………………………………...07 II.4 REMUNERAÇÃO…………………………………………………...07 II.5 PRAZO…………………………………………………………...…..08 II.6 OBRIGAÇÕES……………………………………………………....10 II.7 EXTINÇÃO………………………………………………………….12 III. JURISPRUDÊNCIA……………………………………………………….13 IV. CONCLUSÃO………………………………………………………………14 V. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA………………………………………..15 2 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO RESUMO O objetivo deste trabalho é esclarecer como funciona o Contrato de Prestação de Serviço, distinguir as características e versar sobre o objeto, remuneração, consequências da ausência de habilitação para a prestação de serviço, prazo do contrato (especificando o aviso prévio e contagem de tempo), obrigações, extinção (especificando direito a certificação e extinção antecipada) e concluindo com breve distinção em relação ao contrato de trabalho. SALVADOR - BA 2019 3 I. INTRODUÇÃO Enfrentaremos a seguir a tarefa de compreender o contrato de prestação de serviços, previsto nos arts. 593 a 609 do vigente Código Civil brasileiro. Anteriormente, chamado de locação de serviços ( locatio conductio operarum ou locatio operarum ), assim também nominada no CC/1916, que, na vigente codificação, tomou a nova terminologia de prestação de serviço. Construindo, uma denominação mais adequada já que “o trabalho humano não deve ser considerado objeto de locação (pois o homem não é coisa a ser locada), mas, sim, destinado à realização (“prestação”) de uma atividade” como se refere Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona. 1 A prestação de serviços é, em regra, um contrato intuitu personae (são os contratos celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contratantes. Sendo intransmissíveis, já que suas obrigações não podem ser executadas por outrem). Logo, sem a concordância das partes, o solicitante não poderá ceder seus direitos a terceiros, assim como também o executor estará impedido de efetuar seus serviços por intermédio de substituto ou terceirizá-lo. O contrato de prestação de serviço pode-se considerar como uma das figuras jurídicas mais importantes do Código Civil e a espécie mais importante do negócio jurídico, já que é o que move as relações socioeconômicas do mundo. Relata ARNOLD WALD que: "poucos institutos sobreviveram por tanto tempo e se desenvolveram sob formas tão diversas quanto o contrato, que se adaptou a sociedades com estruturas e escala de valores tão distintas quanto às que existiam na Antiguidade, na Idade Média, no mundo capitalista e no próprio regime comunista" 2 O Contrato impulsiona a circulação dos bens e riquezas na sociedade, se adaptando à época e a conjuntura social em que é celebrado. 1 1 Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, Novo Curso de Direito Civil- Contratos em Espécie, volume único. ed. São Paulo: Saraiva, cap. XXIX, p. 625. 2 Arnold Wald. O Contrato: Passado, Presente e Futuro, Revista Cidadania e Justiça: 1º Semestre de 2000, Rio de Janeiro: Publicação da Associação dos Magistrados Brasileiros, p.43. 4 II. CONCEITO O contrato de prestação de serviço é o documento que formaliza o negócio jurídico firmado entre partes. Nele, o prestador se obriga a realizar algum tipo de atividade em troca de uma contraprestação do chamado tomador. O art. 594 do Código Civil define a prestação de serviço como: "toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição". Para PABLO STOLZE: "o contrato de prestação de serviços é o negócio jurídico por meio do qual uma das partes, chamada prestador, se obriga a realizar uma atividade em benefício de outra, denominada tomador, mediante remuneração". Um ótimo exemplo desse contrato são os freelancers , que realizam um serviço específico a uma empresa, sem relação de emprego. Esse tipo de contrato tem por finalidade ser consensual. Pois ele assegurará os direitos e deveres aceitos pelas partes no que se refere àquela obrigação, buscando prever problemas que possam surgir no decorrer do negócio. Seu objetivo é uma prestação de serviço com a obrigação de fazer, podendo ser material ou imaterial, contendo cláusulas que podem variar de contrato para contrato. Existem elementos essenciais no contrato de prestação de serviço que fazem com que o contrato seja firmado de uma maneira segura, assegurando os direitos e as garantias dos envolvidos no negócio. Um bom modelo de contrato deve conter cláusulas básicas que regulam as situações desejadas, como a qualificação das partes, o objeto do contrato, as obrigações de cada um, preço e condições de pagamento, prazo, despesas, reajuste do contrato, rescisão, multa e outras condições. O contrato de prestação de serviços no antigo Código Civil de 1916 era um contrato de locação. O CC/16 dividia a locação em três espécies de contrato: a locação de coisas, a locação de serviços empreitada. Já no Código Civilde 2002, a locação de serviços dividiu-se em duas faces distintas e independentes: o contrato de trabalho, que está sujeito às leis trabalhistas (CLT), e o contrato de prestação de serviços, que se encontra nos artigos 593 a 609 do CC. Diante disso, encontramos uma ressalva expressa no texto do artigo 593: “a prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo”. Vale ressaltar a similaridade do contrato de prestação de serviço com o contrato de empreitada, porém na empreitada a finalidade é específica, sendo ela uma construção de um 5 armazém (construção civil) ou uma criação técnica (um projeto científico), etc. É possível perceber, portanto, que na empreitada a meta é o resultado da atividade exercida, e não a atividade em si, diferente do que encontramos na prestação de serviço. II.2 CARACTERÍSTICAS Trata-se de um contrato típico além de nominado, utilizado nas relações civis, comerciais, consumeristas e administrativas. Em relação à classificação, o contrato de prestação de serviço tem natureza jurídica de: ● Contrato bilateral, sinalagmático, pois as partes são credoras e devedoras entre si. Assim, o prestador é credor da remuneração e devedor do serviço e o tomador é credor do serviço e devedor da remuneração; ● Oneroso, pois calcado na remuneração; Não admite a modalidade gratuita. Diferente do Código Civil português, que também a admite sem remuneração. ● Consensual, que se aperfeiçoa com a vontade dos contratantes; ● Comutativo, pois as partes já têm conhecimento de quais são as suas prestações; ● Informal, já que não é solene, não sendo exigida nem mesmo a forma escrita para sua configuração. ● Individual e, em regra, personalíssimo. Por exceção, o prestador de serviço, com a anuência do tomador, poderá se fazer substituir. Trata-se de um serviço especializado, com objeto lícito e realizado com liberdade técnica e sem subordinação. Pode ser celebrado na modalidade paritária ou na por adesão. Pela função econômica, consiste em um contrato de atividade, mediante a qual se conseguirá uma utilidade econômica. E, por não depender de outra avença, é um contrato principal e definitivo. II.3 OBJETO Temos como objeto do contrato de prestação de serviços uma forma muito ampla de abordagem, onde diante do que tange o art. 594 do Código Civil, seria toda e qualquer atividade lícita, física ou intelectual (material ou imaterial), doméstica (inclusive aquelas realizadas pela internet) ou externa. Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição. 6 A prestação de fazer deve, portanto, ser certa e determinada. Porém, há uma exceção: possibilidade de um contrato de prestação de serviço sem uma determinação específica. Dispõe assim o art. 601 do CC: Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições. Assim, por exemplo, se um escritório de advocacia é contratado para cuidar do setor jurídico de uma empresa, todas as tarefas inerentes a esta atividade se encontram incluídas no “pacote”, seja a redação de peças, seja o comparecimento a audiências ou a redação de pareceres. Não se inclui, aí, aquilo que está fora do seu ramo de atividade, como contabilidade, organização de arquivos, investimentos em bolsa ou administração de recursos humanos. 3 Sendo assim, o objeto é sempre uma prestação de serviços que consiste na obrigação de fazer algo onde se é utilizado a energia humana, podendo ser material ou imaterial. Em suas cláusulas temos a importância de se detalhar a relação, onde os mais detalhados evitam problemas futuros, podendo variar de contrato para contrato. II.4 REMUNERAÇÃO Em função do caráter bilateral e comutativo do contrato de prestação de serviço, o regular desempenho da atividade pactuada faz surgir o direito a uma contrapartida. 4 Esta contrapartida caracteriza-se pela remuneração que o tomador do serviço prestado obriga-se a pagar ao prestador do serviço. Em regra, a contrapartida deve estar prévia e expressamente acordada pelos contratantes. Na falta da pactuação de sua forma e valor, caberá ao juiz arbitrá-la levando em consideração o tempo do serviço e também sua qualidade, conforme disposto no art. 596 do CC. Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade . Como costume, o pagamento é realizado posteriormente à prestação do serviço e de forma total. Porém como dispõe o art. 597 do CC, este pagamento pode ser alterado, seja quanto sua forma 3 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, volume 4: contratos, tomo II: Contratos em Espécie . 5.ed. rev. atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2012. p. 194 4 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, volume 4: contratos, tomo II: Contratos em Espécie . 5.ed. rev. atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2012. p. 195 7 (dividido ou única parcela), seja quanto ao seu momento (antecipadamente ao serviço prestado ou após sua conclusão). Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações. II.5 PRAZO O contrato de prestação de serviço tem o prazo determinado, conforme prevê o art. 598 do Código Civil: "Art. 598 - A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra." Assim, a lei limita a duração do contrato em quatro anos, ainda que a "obra" não esteja concluída. (O termo "obra" utilizado no Código destina-se mais adequado para o contrato de empreitada. Melhor seria que fosse utilizadoo termo "tarefa pactuada"). Admite-se como suficiente o prazo de quatro anos para a execução e conclusão da tarefa pactuada. O que não impede que findo esse período, caso seja de interesse das partes, novo contrato seja firmado por outro período. Essa limitação de prazo, mas com a possibilidade de renovação, permite que as partes possam rever a relação pactuada. E ainda, caso o prazo pactuado tenha se excedido, o contrato não será nulo, mas apenas ineficaz o prazo exorbitante. O que não impede que haja a contratação por prazo indeterminado. Nesse caso, as partes têm direito à resilição unilateral. Assim, embora haja um prazo máximo (quatro anos) estipulado em lei, as partes podem renovar o pactuado um número ilimitado de vezes, de acordo com a autonomia de suas vontades, ou, até mesmo, celebrar um contrato por prazo indeterminado. - AVISO PRÉVIO: Nos contratos de prestação de serviço de prazo determinado, os contratantes estão vinculados à avença até o termo final estipulado. De outro modo, no contrato por prazo indeterminado, as partes estariam vinculadas até o momento da denúncia. 8 Assim, em ambos os casos, durante a vigência do contrato de prestação de serviço, torna-se possível o seu desfazimento, através da resilição unilateral, mediante a utilização do aviso prévio. Aviso prévio é a comunicação prévia de que a prestação de serviço não prosseguirá, de forma que a outra parte se prepare para a extinção do contrato. O atual Código Civil prevê e disciplina o aviso prévio no art. 599: " Art. 599 - Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. Parágrafo único - Dar-se-á o aviso: I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias." Conforme se depreende, o prazo do aviso prévio varia conforme o prazo de vigência do contrato. Ainda, no caso da pactuação da prestação de serviço sem a estipulação expressa de prazo, poderá este ser adotado segundo os costumes locais ou em decorrência da sua natureza. - CONTAGEM DO TEMPO: O contrato será considerado suspenso, portanto, sem direito à pagamento, o tempo em que o prestador deixou de prestar o serviço por culpa sua. Regra estabelecida no art. 600 do Código Civil: "Art. 600 - Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de servir." Essa previsão favorece, à princípio, o tomador do serviço, já que o prestador não poderá cobrar retribuição de período em que por sua culpa deixou de servir. Ocorre que se pode afirmar que o tempo em que o prestador não prestou serviço sem culpa sua, deverá ser computado e remunerado no caso de estipulação de retribuição de forma global. Diferente será o caso de retribuição estipulada por dia efetivamente disponibilizado, em que o tomador não será obrigado a remunerar pelo período não prestado. Ainda poderá ocorrer o caso em que o dono de serviço remunere pelo tempo em que o prestador não trabalhou por culpa do tomador. Essa matéria é de exame das circunstâncias fáticas. No caso de não haver pactuação específica (onde ocorreria a autonomia da vontade das partes), a interpretação do art. 600 deveria ser restritiva, haja vista não se tratar de contrato 9 trabalhista e sim contrato civil, onde o risco da atividade econômica é do prestador de serviço, este não deveria ser remunerado do período em que deixou de prestar o serviço. Assim, salvo previsão específica, a remuneração será devida apenas do serviço realmente prestado e não do prazo estipulado. II.6 OBRIGAÇÕES A prestação de serviço faz surgir uma obrigação do tomador do serviço que pode ser chamada de: remuneração, honorário ou preço. As partes podem negociar a forma que será efetuada o pagamento, que poderá ser feito em sua totalidade ou parcelado, após a execução do serviço ou em caso de adiantamento. Consequentemente o serviço é pago após a sua realização, podendo essa ordem ser modificada pelas partes conforme acordo estabelecido. O atual Código Civil prevê no art. 597 do Código Civil: "Art. 597 - A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações." O meio pode ser diverso, normalmente realizado em dinheiro, porém poderá ser negociado de outra forma como por exemplo: entrega de vestuário, alimentação, transporte, etc. Sendo que ambas as partes têm que concordar com contrato. Não havendo previsão entre os contratantes, não sendo estabelecido previamente a forma e valor da remuneração, essa será determinada por arbitramento, observando-se o costume local, o tempo de serviço e a qualidade. Conforme prevê o art. 596 do Código Civil: “Art. 596 - Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade." O art.606 chama a atenção para o caso de ausência de habilitação para a prestação de serviço. "Art. 606 - Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribui a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé. Parágrafo único - Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública." 10 Trata-se de serviço irregular, com quem não tem habilitação ou regularização legal para a realização da atividade. Nos contratos de prestação de serviço tem-se também o aviso prévio que é a comunicação com antecedência de que a prestação de serviço não prosseguirá, deixando a outraparte ciente do término do contrato. Desta forma fica claro que é possível o desfazimento de uma prestação de serviço através de uma das partes, mediante a utilização do aviso prévio. O prazo do mesmo varia conforme vigência do contrato. "Art. 599 - Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. Parágrafo único - Dar-se-á o aviso: I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.” - OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO: As obrigações de quem põe à disposição a sua força de trabalho são: fornecer nota fiscal; adotar canais de comunicação com o cliente, mantendo o informado sobre o andamento do trabalho; realizar o serviço assumido no tempo, local e dentro das especificações combinados, sempre sob a orientação e fiscalização do contratante etc. - OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE: A Obrigação do contratante é remunerar o serviço contratado na forma, tempo e local combinados e prover todos os meios necessários no sentido de facilitar a prestação do contratado. II.7 EXTINÇÃO Atestamos que a atual codificação aprimorou bastante o sistema anterior, que apenas presumia o término do contrato de prestação de serviços com a morte do contratado, embora, a aplicação da teoria geral dos contratos introduzisse outras hipóteses lógicas, como o advento do termo, o distrato ou o cumprimento do contrato, nulidades e anulabilidades.. Efetivamente, evidenciaram, como em poucas figuras contratuais, quase todas as modalidades extintivas da prestação de serviços, como se pode verificar do ART. 607 do Código Civil: "ART. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato 11 mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior". a) Extinção Natural: a.1) Cumprimento do Contrato ou exaustão de seu objeto (“conclusão da obra”); a.2) Verificação de Fatores Eficácias (“escoamento do prazo”, no que se pode incluir, porque implícito, também o eventual implemento de condição resolutiva ou frustração de condição suspensiva); b) Causas Supervenientes: b.1) Resilição Unilateral (rescisão do contrato mediante aviso-prévio); b.2) Resolução (inadimplemento de qualquer das partes); b.3) Morte do Contratante (“morte de qualquer das partes); b.4) Força Maior ou Caso Fortuito (impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força maior, considerando que o tratamento jurídico do caso fortuito é o mesmo da força maior). - INDENIZAÇÃO PELA EXTINÇÃO ANTECIPADA Notamos, que o contrato de prestação de serviço pode ser estabelecido por duração indeterminada ou determinada. Na hipótese de duração indeterminada, é possível sim, a extinção unilateral, desde que seja concedido o aviso prévio à outra parte, como previsto no ART 599 do Código Civil. Já na hipótese de duração determinada, também é possível a extinção antecipada do contrato de prestação de serviço. Nesse caso, as partes deve observar regras de justa compensação, e responderá a parte, em geral, pelas perdas e danos que a outra vier a sofrer com tal extinção antecipada. - DIREITO À CERTIFICAÇÃO Extinguindo-se o contrato, têm os contratantes o direito a quitação, que decorre até mesmo da Teoria Geral das Obrigações. Nessa linha, versa o art. 604 do CC/2002: "Art. 604 - Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço." A explicitação de tal direito é bastante razoável. Daí a menção somente ao prestador de serviço, se é certo que, normalmente, é deste o interesse em obter a quitação, seja para precaver da responsabilidade e também para exigir o pagamento do preço. 12 III. JURISPRUDÊNCIA Trata-se da inexecução de prestação do serviço, onde a apelante Débora de Lima (justiça gratuita) é apelado o Centro de Formação de Condutores Cláudio e Casseverini Ltda. Onde acordaram, na 30ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, ao proferir a seguinte decisão: “deram provimento em parte ao recurso”, de acordo com o voto do relator. APELAÇÃO – INDENIZAÇÃO – CARTEIRA DE HABILITAÇÃO – INEXECUÇÃO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – DANOS MORAIS. 1 - A conduta contratual e a frustração em desfavor do consumidor violam elemento integrante da moral humana, constituindo dano (modalidades própria e imprópria) indenizável – desvio produtivo do consumidor que não merece passar impune – inteligência dos artigos 186, 188 e 927 do Código Civil. 'Quantum' arbitrado de acordo com a extensão do dano – R$10.000,00 (dez mil reais) – artigo 944, do Código Civil; RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. (TJ-SP - APL: 00169948120128260132 SP 0016994-81.2012.8.26.0132, Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento: 11/05/2016, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 20/05/2016) 13 IV. CONCLUSÃO Em síntese, a prestação de serviços é toda espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, quando se contrata mediante retribuição. O contrato de prestação de serviço tratado pelo CC/02, tem caráter residual, pois são regulados pelas determinações do código somente àqueles sobre os quais não dispõe leis especiais, como por exemplo, os contratos trabalhistas e os regidos pelo Código de Defesa do Consumidor, que obedecem as suas próprias normas. Assim, o contrato de prestação de serviço não pode ser confundido com o contrato de trabalho, por dois elementos essenciais: o objeto do contrato (prestação de uma atividade ou pelo proveito econômico de um resultado), e pelo relacionamento entre as partes (autonomia na prestaçãode serviço e subordinação no contrato de trabalho). O estudo desse instituto se faz necessário para a melhor compreensão das relações contratuais e para devida aplicação do direito ao fato concreto. 14 V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro , v.3, 24.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil , v.4, 9. ed.São Paulo:Saraiva, 2013. RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, v.3.30.ed. São Paulo: Saraiva, 2004. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, v.3.13.ed. São Paulo: Atlas, 2013 https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=17364 15 https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=17364
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