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Prestação de Serviço

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Universidade Católica do Salvador 
 
 
 
 
AILTON BISPO FERREIRA 
DAIANA CONCEIÇÃO DO VALE 
MURILO SILVA DE LIMA 
RITA MILENA OLIVEIRA SANTANA BRITO 
THAMILLE DE SOUZA QUEIROZ 
VICTORIA BEATRIZ MATTOS LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR - BA 
2019 
 
 
 
AILTON BISPO FERREIRA 
DAIANA CONCEIÇÃO DO VALE 
MURILO SILVA DE LIMA 
RITA MILENA OLIVEIRA SANTANA BRITO 
THAMILLE DE SOUZA QUEIROZ 
VICTORIA BEATRIZ MATTOS LOPES 
 
 
 
 
 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
 
 
 
 
Revisão de literatura, apresentado à disciplina 
de Direito Civil III - Contratos, do Eixo de 
Graduação da Universidade Católica do 
Salvador, como requisito parcial de avaliação 
da disciplina Direito Civil III - Contratos. 
 
Orientadora: Professora Teila Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR - BA 
2019 
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SUMÁRIO 
 
 
 
 Página 
 
RESUMO .............................................................................................................03 
I. INTRODUÇÃO................................................................................................04 
II. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO………………………….05 
II.1 CONCEITO………………………………………………………….05 
II.2 CARACTERÍSTICAS……………………………………………….06 
II.3 OBJETO……………………………………………………………...07 
II.4 REMUNERAÇÃO…………………………………………………...07 
II.5 PRAZO…………………………………………………………...…..08 
II.6 OBRIGAÇÕES……………………………………………………....10 
II.7 EXTINÇÃO………………………………………………………….12 
III. JURISPRUDÊNCIA……………………………………………………….13 
IV. CONCLUSÃO………………………………………………………………14 
V. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA………………………………………..15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho é esclarecer como funciona o Contrato de Prestação de 
Serviço, distinguir as características e versar sobre o objeto, remuneração, consequências da 
ausência de habilitação para a prestação de serviço, prazo do contrato (especificando o aviso 
prévio e contagem de tempo), obrigações, extinção (especificando direito a certificação e 
extinção antecipada) e concluindo com breve distinção em relação ao contrato de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SALVADOR - BA 
2019 
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I. INTRODUÇÃO 
 
Enfrentaremos a seguir a tarefa de compreender o contrato de prestação de serviços, 
previsto nos arts. 593 a 609 do vigente Código Civil brasileiro. Anteriormente, chamado de 
locação de serviços ( locatio conductio operarum ou locatio operarum ), assim também 
nominada no CC/1916, que, na vigente codificação, tomou a nova terminologia de prestação de 
serviço. 
Construindo, uma denominação mais adequada já que “o trabalho humano não deve ser 
considerado objeto de locação (pois o homem não é coisa a ser locada), mas, sim, destinado à 
realização (“prestação”) de uma atividade” como se refere Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona. 1
A prestação de serviços é, em regra, um contrato intuitu personae (são os contratos 
celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contratantes. Sendo intransmissíveis, já 
que suas obrigações não podem ser executadas por outrem). Logo, sem a concordância das 
partes, o solicitante não poderá ceder seus direitos a terceiros, assim como também o executor 
estará impedido de efetuar seus serviços por intermédio de substituto ou terceirizá-lo. 
O contrato de prestação de serviço pode-se considerar como uma das figuras jurídicas 
mais importantes do Código Civil e a espécie mais importante do negócio jurídico, já que é o 
que move as relações socioeconômicas do mundo. 
 
Relata ARNOLD WALD que: 
"poucos institutos sobreviveram por tanto tempo e se desenvolveram sob formas 
tão diversas quanto o contrato, que se adaptou a sociedades com estruturas e 
escala de valores tão distintas quanto às que existiam na Antiguidade, na Idade 
Média, no mundo capitalista e no próprio regime comunista" 2
 
O Contrato impulsiona a circulação dos bens e riquezas na sociedade, se adaptando à 
época e a conjuntura social em que é celebrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 1 Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, Novo Curso de Direito Civil- Contratos em 
Espécie, volume único. ed. São Paulo: Saraiva, cap. XXIX, p. 625. 
2 Arnold Wald. O Contrato: Passado, Presente e Futuro, Revista Cidadania e Justiça: 1º Semestre de 
2000, Rio de Janeiro: Publicação da Associação dos Magistrados Brasileiros, p.43. 
4 
 
 
II. CONCEITO 
 
O contrato de prestação de serviço é o documento que formaliza o negócio jurídico 
firmado entre partes. Nele, o prestador se obriga a realizar algum tipo de atividade em troca de 
uma contraprestação do chamado tomador. 
O art. 594 do Código Civil define a prestação de serviço como: "toda a espécie de 
serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição". 
Para PABLO STOLZE: "o contrato de prestação de serviços é o negócio jurídico por 
meio do qual uma das partes, chamada prestador, se obriga a realizar uma atividade em 
benefício de outra, denominada tomador, mediante remuneração". 
Um ótimo exemplo desse contrato são os freelancers , que realizam um serviço 
específico a uma empresa, sem relação de emprego. 
Esse tipo de contrato tem por finalidade ser consensual. Pois ele assegurará os direitos e 
deveres aceitos pelas partes no que se refere àquela obrigação, buscando prever problemas que 
possam surgir no decorrer do negócio. 
Seu objetivo é uma prestação de serviço com a obrigação de fazer, podendo ser material 
ou imaterial, contendo cláusulas que podem variar de contrato para contrato. 
Existem elementos essenciais no contrato de prestação de serviço que fazem com que o 
contrato seja firmado de uma maneira segura, assegurando os direitos e as garantias dos 
envolvidos no negócio. 
Um bom modelo de contrato deve conter cláusulas básicas que regulam as 
situações desejadas, como a qualificação das partes, o objeto do contrato, as obrigações de 
cada um, preço e condições de pagamento, prazo, despesas, reajuste do contrato, rescisão, 
multa e outras condições. 
O contrato de prestação de serviços no antigo Código Civil de 1916 era um contrato de 
locação. O CC/16 dividia a locação em três espécies de contrato: a locação de coisas, a locação 
de serviços empreitada. Já no Código Civilde 2002, a locação de serviços dividiu-se em duas 
faces distintas e independentes: o contrato de trabalho, que está sujeito às leis trabalhistas (CLT), 
e o contrato de prestação de serviços, que se encontra nos artigos 593 a 609 do CC. 
Diante disso, encontramos uma ressalva expressa no texto do artigo 593: “a prestação 
de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas 
disposições deste Capítulo”. 
Vale ressaltar a similaridade do contrato de prestação de serviço com o contrato de 
empreitada, porém na empreitada a finalidade é específica, sendo ela uma construção de um 
5 
 
armazém (construção civil) ou uma criação técnica (um projeto científico), etc. É possível 
perceber, portanto, que na empreitada a meta é o resultado da atividade exercida, e não a 
atividade em si, diferente do que encontramos na prestação de serviço. 
 
II.2 CARACTERÍSTICAS 
Trata-se de um contrato típico além de nominado, utilizado nas relações civis, 
comerciais, consumeristas e administrativas. 
Em relação à classificação, o contrato de prestação de serviço tem natureza jurídica de: 
● Contrato bilateral, sinalagmático, pois as partes são credoras e devedoras entre si. Assim, 
o prestador é credor da remuneração e devedor do serviço e o tomador é credor do 
serviço e devedor da remuneração; 
● Oneroso, pois calcado na remuneração; Não admite a modalidade gratuita. Diferente do 
Código Civil português, que também a admite sem remuneração. 
● Consensual, que se aperfeiçoa com a vontade dos contratantes; 
● Comutativo, pois as partes já têm conhecimento de quais são as suas prestações; 
● Informal, já que não é solene, não sendo exigida nem mesmo a forma escrita para sua 
configuração. 
● Individual e, em regra, personalíssimo. Por exceção, o prestador de serviço, com a 
anuência do tomador, poderá se fazer substituir. 
Trata-se de um serviço especializado, com objeto lícito e realizado com liberdade técnica 
e sem subordinação. 
Pode ser celebrado na modalidade paritária ou na por adesão. 
Pela função econômica, consiste em um contrato de atividade, mediante a qual se 
conseguirá uma utilidade econômica. 
E, por não depender de outra avença, é um contrato principal e definitivo. 
 
II.3 OBJETO 
Temos como objeto do contrato de prestação de serviços uma forma muito ampla de 
abordagem, onde diante do que tange o art. 594 do Código Civil, seria toda e qualquer atividade 
lícita, física ou intelectual (material ou imaterial), doméstica (inclusive aquelas realizadas pela 
internet) ou externa. 
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser 
contratada mediante retribuição. 
6 
 
A prestação de fazer deve, portanto, ser certa e determinada. Porém, há uma exceção: 
possibilidade de um contrato de prestação de serviço sem uma determinação específica. Dispõe 
assim o art. 601 do CC: 
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado trabalho, 
entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e 
condições. 
Assim, por exemplo, se um escritório de advocacia é contratado para cuidar do setor 
jurídico de uma empresa, todas as tarefas inerentes a esta atividade se encontram incluídas no 
“pacote”, seja a redação de peças, seja o comparecimento a audiências ou a redação de 
pareceres. Não se inclui, aí, aquilo que está fora do seu ramo de atividade, como contabilidade, 
organização de arquivos, investimentos em bolsa ou administração de recursos humanos. 3
Sendo assim, o objeto é sempre uma prestação de serviços que consiste na obrigação de 
fazer algo onde se é utilizado a energia humana, podendo ser material ou imaterial. Em suas 
cláusulas temos a importância de se detalhar a relação, onde os mais detalhados evitam 
problemas futuros, podendo variar de contrato para contrato. 
 
II.4 REMUNERAÇÃO 
Em função do caráter bilateral e comutativo do contrato de prestação de serviço, o 
regular desempenho da atividade pactuada faz surgir o direito a uma contrapartida. 4
Esta contrapartida caracteriza-se pela remuneração que o tomador do serviço prestado 
obriga-se a pagar ao prestador do serviço. Em regra, a contrapartida deve estar prévia e 
expressamente acordada pelos contratantes. 
Na falta da pactuação de sua forma e valor, caberá ao juiz arbitrá-la levando em 
consideração o tempo do serviço e também sua qualidade, conforme disposto no art. 596 do 
CC. 
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por 
arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade . 
Como costume, o pagamento é realizado posteriormente à prestação do serviço e de forma total. 
Porém como dispõe o art. 597 do CC, este pagamento pode ser alterado, seja quanto sua forma 
3 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, volume 4: 
contratos, tomo II: Contratos em Espécie . 5.ed. rev. atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2012. p. 194 
 
4 GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, volume 4: 
contratos, tomo II: Contratos em Espécie . 5.ed. rev. atual. e ampl. - São Paulo: Saraiva, 2012. p. 195 
 
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(dividido ou única parcela), seja quanto ao seu momento (antecipadamente ao serviço prestado 
ou após sua conclusão). 
Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou 
costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações. 
 
II.5 PRAZO 
 O contrato de prestação de serviço tem o prazo determinado, conforme prevê o art. 598 
do Código Civil: 
"Art. 598 - A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro anos, 
embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à 
execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por 
findo o contrato, ainda que não concluída a obra." 
Assim, a lei limita a duração do contrato em quatro anos, ainda que a "obra" não esteja 
concluída. (O termo "obra" utilizado no Código destina-se mais adequado para o contrato de 
empreitada. Melhor seria que fosse utilizadoo termo "tarefa pactuada"). 
Admite-se como suficiente o prazo de quatro anos para a execução e conclusão da tarefa 
pactuada. O que não impede que findo esse período, caso seja de interesse das partes, novo 
contrato seja firmado por outro período. 
Essa limitação de prazo, mas com a possibilidade de renovação, permite que as partes 
possam rever a relação pactuada. 
E ainda, caso o prazo pactuado tenha se excedido, o contrato não será nulo, mas apenas 
ineficaz o prazo exorbitante. 
O que não impede que haja a contratação por prazo indeterminado. Nesse caso, as 
partes têm direito à resilição unilateral. 
Assim, embora haja um prazo máximo (quatro anos) estipulado em lei, as partes podem 
renovar o pactuado um número ilimitado de vezes, de acordo com a autonomia de suas 
vontades, ou, até mesmo, celebrar um contrato por prazo indeterminado. 
- AVISO PRÉVIO: 
Nos contratos de prestação de serviço de prazo determinado, os contratantes estão 
vinculados à avença até o termo final estipulado. De outro modo, no contrato por prazo 
indeterminado, as partes estariam vinculadas até o momento da denúncia. 
 
8 
 
Assim, em ambos os casos, durante a vigência do contrato de prestação de serviço, 
torna-se possível o seu desfazimento, através da resilição unilateral, mediante a utilização do 
aviso prévio. 
Aviso prévio é a comunicação prévia de que a prestação de serviço não prosseguirá, de 
forma que a outra parte se prepare para a extinção do contrato. 
O atual Código Civil prevê e disciplina o aviso prévio no art. 599: 
" Art. 599 - Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, 
ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode 
resolver o contrato. 
Parágrafo único - Dar-se-á o aviso: 
 
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; 
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; 
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias." 
 
Conforme se depreende, o prazo do aviso prévio varia conforme o prazo de vigência do 
contrato. 
Ainda, no caso da pactuação da prestação de serviço sem a estipulação expressa de 
prazo, poderá este ser adotado segundo os costumes locais ou em decorrência da sua natureza. 
 
- CONTAGEM DO TEMPO: 
O contrato será considerado suspenso, portanto, sem direito à pagamento, o tempo em 
que o prestador deixou de prestar o serviço por culpa sua. 
Regra estabelecida no art. 600 do Código Civil: 
"Art. 600 - Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por 
culpa sua, deixou de servir." 
Essa previsão favorece, à princípio, o tomador do serviço, já que o prestador não poderá 
cobrar retribuição de período em que por sua culpa deixou de servir. Ocorre que se pode afirmar 
que o tempo em que o prestador não prestou serviço sem culpa sua, deverá ser computado e 
remunerado no caso de estipulação de retribuição de forma global. Diferente será o caso de 
retribuição estipulada por dia efetivamente disponibilizado, em que o tomador não será obrigado 
a remunerar pelo período não prestado. Ainda poderá ocorrer o caso em que o dono de serviço 
remunere pelo tempo em que o prestador não trabalhou por culpa do tomador. Essa matéria é de 
exame das circunstâncias fáticas. 
No caso de não haver pactuação específica (onde ocorreria a autonomia da vontade das 
partes), a interpretação do art. 600 deveria ser restritiva, haja vista não se tratar de contrato 
9 
 
trabalhista e sim contrato civil, onde o risco da atividade econômica é do prestador de serviço, 
este não deveria ser remunerado do período em que deixou de prestar o serviço. 
Assim, salvo previsão específica, a remuneração será devida apenas do serviço 
realmente prestado e não do prazo estipulado. 
 
II.6 OBRIGAÇÕES 
A prestação de serviço faz surgir uma obrigação do tomador do serviço que pode ser 
chamada de: remuneração, honorário ou preço. As partes podem negociar a forma que será 
efetuada o pagamento, que poderá ser feito em sua totalidade ou parcelado, após a execução do 
serviço ou em caso de adiantamento. 
Consequentemente o serviço é pago após a sua realização, podendo essa ordem ser 
modificada pelas partes conforme acordo estabelecido. 
O atual Código Civil prevê no art. 597 do Código Civil: 
"Art. 597 - A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou 
costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações." 
O meio pode ser diverso, normalmente realizado em dinheiro, porém poderá ser 
negociado de outra forma como por exemplo: entrega de vestuário, alimentação, transporte, etc. 
Sendo que ambas as partes têm que concordar com contrato. 
Não havendo previsão entre os contratantes, não sendo estabelecido previamente a 
forma e valor da remuneração, essa será determinada por arbitramento, observando-se o 
costume local, o tempo de serviço e a qualidade. Conforme prevê o art. 596 do Código Civil: 
“Art. 596 - Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por 
arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua 
qualidade." 
O art.606 chama a atenção para o caso de ausência de habilitação para a prestação de 
serviço. 
"Art. 606 - Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou não 
satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a 
retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar 
benefício para a outra parte, o juiz atribui a quem o prestou uma compensação razoável, 
desde que tenha agido com boa-fé. 
Parágrafo único - Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da 
prestação de serviço resultar de lei de ordem pública." 
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Trata-se de serviço irregular, com quem não tem habilitação ou regularização legal para 
a realização da atividade. 
Nos contratos de prestação de serviço tem-se também o aviso prévio que é a 
comunicação com antecedência de que a prestação de serviço não prosseguirá, deixando a outraparte ciente do término do contrato. 
Desta forma fica claro que é possível o desfazimento de uma prestação de serviço 
através de uma das partes, mediante a utilização do aviso prévio. O prazo do mesmo varia 
conforme vigência do contrato. 
"Art. 599 - Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, 
ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode 
resolver o contrato. 
Parágrafo único - Dar-se-á o aviso: 
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou 
mais; 
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; 
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.” 
- OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO: 
As obrigações de quem põe à disposição a sua força de trabalho são: fornecer nota 
fiscal; adotar canais de comunicação com o cliente, mantendo o informado sobre o andamento 
do trabalho; realizar o serviço assumido no tempo, local e dentro das especificações 
combinados, sempre sob a orientação e fiscalização do contratante etc. 
 
- OBRIGAÇÕES DO CONTRATANTE: 
A Obrigação do contratante é remunerar o serviço contratado na forma, tempo e local 
combinados e prover todos os meios necessários no sentido de facilitar a prestação do 
contratado. 
 
II.7 EXTINÇÃO 
 Atestamos que a atual codificação aprimorou bastante o sistema anterior, que apenas 
presumia o término do contrato de prestação de serviços com a morte do contratado, embora, a 
aplicação da teoria geral dos contratos introduzisse outras hipóteses lógicas, como o advento do 
termo, o distrato ou o cumprimento do contrato, nulidades e anulabilidades.. 
 
Efetivamente, evidenciaram, como em poucas figuras contratuais, quase todas as 
modalidades extintivas da prestação de serviços, como se pode verificar do ART. 607 do 
Código Civil: 
 
"ART. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. 
Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato 
11 
 
mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da 
continuação do contrato, motivada por força maior". 
 
a) Extinção Natural: 
 
a.1) Cumprimento do Contrato ou exaustão de seu objeto (“conclusão da obra”); 
a.2) Verificação de Fatores Eficácias (“escoamento do prazo”, no que se pode incluir, porque 
implícito, também o eventual implemento de condição resolutiva ou frustração de condição 
suspensiva); 
 
 
b) Causas Supervenientes: 
 
b.1) Resilição Unilateral (rescisão do contrato mediante aviso-prévio); 
b.2) Resolução (inadimplemento de qualquer das partes); 
b.3) Morte do Contratante (“morte de qualquer das partes); 
b.4) Força Maior ou Caso Fortuito (impossibilidade da continuação do contrato, motivada por 
força maior, considerando que o tratamento jurídico do caso fortuito é o mesmo da força maior). 
 
- INDENIZAÇÃO PELA EXTINÇÃO ANTECIPADA 
Notamos, que o contrato de prestação de serviço pode ser estabelecido por duração 
indeterminada ou determinada. Na hipótese de duração indeterminada, é possível sim, a 
extinção unilateral, desde que seja concedido o aviso prévio à outra parte, como previsto no 
ART 599 do Código Civil. Já na hipótese de duração determinada, também é possível a 
extinção antecipada do contrato de prestação de serviço. Nesse caso, as partes deve observar 
regras de justa compensação, e responderá a parte, em geral, pelas perdas e danos que a outra 
vier a sofrer com tal extinção antecipada. 
 
- DIREITO À CERTIFICAÇÃO 
Extinguindo-se o contrato, têm os contratantes o direito a quitação, que decorre até 
mesmo da Teoria Geral das Obrigações. 
Nessa linha, versa o art. 604 do CC/2002: 
"Art. 604 - Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a 
declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem justa 
causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço." 
A explicitação de tal direito é bastante razoável. Daí a menção somente ao prestador de 
serviço, se é certo que, normalmente, é deste o interesse em obter a quitação, seja para precaver 
da responsabilidade e também para exigir o pagamento do preço. 
12 
 
III. JURISPRUDÊNCIA 
Trata-se da inexecução de prestação do serviço, onde a apelante Débora de Lima (justiça 
gratuita) é apelado o Centro de Formação de Condutores Cláudio e Casseverini Ltda. Onde 
acordaram, na 30ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, ao proferir a 
seguinte decisão: “deram provimento em parte ao recurso”, de acordo com o voto do relator. 
APELAÇÃO – INDENIZAÇÃO – CARTEIRA DE HABILITAÇÃO – INEXECUÇÃO 
DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – DANOS MORAIS. 1 - A conduta contratual e a 
frustração em desfavor do consumidor violam elemento integrante da moral humana, 
constituindo dano (modalidades própria e imprópria) indenizável – desvio produtivo do 
consumidor que não merece passar impune – inteligência dos artigos 186, 188 e 927 do Código 
Civil. 'Quantum' arbitrado de acordo com a extensão do dano – R$10.000,00 (dez mil reais) – 
artigo 944, do Código Civil; RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 
(TJ-SP - APL: 00169948120128260132 SP 0016994-81.2012.8.26.0132, Relator: Maria Lúcia 
Pizzotti, Data de Julgamento: 11/05/2016, 30ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 
20/05/2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
IV. CONCLUSÃO 
 Em síntese, a prestação de serviços é toda espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou 
imaterial, quando se contrata mediante retribuição. O contrato de prestação de serviço tratado 
pelo CC/02, tem caráter residual, pois são regulados pelas determinações do código somente 
àqueles sobre os quais não dispõe leis especiais, como por exemplo, os contratos trabalhistas e 
os regidos pelo Código de Defesa do Consumidor, que obedecem as suas próprias normas. 
 Assim, o contrato de prestação de serviço não pode ser confundido com o contrato de 
trabalho, por dois elementos essenciais: o objeto do contrato (prestação de uma atividade ou 
pelo proveito econômico de um resultado), e pelo relacionamento entre as partes (autonomia na 
prestaçãode serviço e subordinação no contrato de trabalho). O estudo desse instituto se faz 
necessário para a melhor compreensão das relações contratuais e para devida aplicação do 
direito ao fato concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro , v.3, 24.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
GAGLIANO, Pablo Stolze. FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil , v.4, 9. ed.São 
Paulo:Saraiva, 2013. 
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil, v.3.30.ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, v.3.13.ed. São Paulo: Atlas, 2013 
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=17364 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=17364

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