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Resultados e discussão Os elementos do grupo s da tabela periódica possuem uma série de reações e comportamentos graças a suas características próprias e diferenciais, analisando de forma destrinchada o grupo 14, é possível ver diferenças comportamentais tanto entre os demais elementos, quanto para os próprios componentes do grupo 14 entre si, assim foram feitos uma série de experimentos para verificar essas características. Propriedades do carvão O primeiro experimento realizado foi a criação de uma coluna de adsorção utilizando-se uma seringa sem agulha, um pedaço de algodão e uma porção de carvão ativado. Depois de colocados na seringa e umedecidos com água, foi adicionada a coluna uma solução de permanganato de potássio, após cerca de 40 minutos a solução que era púrpura apareceu transparente no béquer. A utilização de carvão ativado é muito comum, sua produção anual de toneladas ocorrem graças a suas importantes aplicações no meio químico, essa substância possui uma enorme área superficial e por isso é usado para alvejar açucares e demais elementos químicos assim como também é utilizado em máscaras de gás pois, absorve gases venenosos, serve como catalisador de algumas reações, e finalmente, é frequente em filtros para tratamento de águas residuais. Por ser formado de carbono na forma elementar, o carvão ativado possui uma série de camadas ligadas por forças de van der Walls, essas camadas possuem poros que retém moléculas quando em contato com demais substâncias isso ocorre porque fazem com que as moléculas ali retidas encontrem maior coordenação, assim, são realizadas ligações químicas (geralmente covalentes) entres os poros do carvão e a substância em contato com o mesmo, isso é chamado de adsorção, desta feita o carvão ativado é chamado de adsorvente, e quando utilizado na prática, o carvão reteve os íons permanganato em seus poros (ou sua superfície de contato), isso resulta na perda da coloração da solução que apresenta muito mais potássio que quando diluído apresenta solução transparente. Comportamento do chumbo e do estanho em meio ácido Em seguida o experimento consistiu em cortar pequenos pedaços de chumbo e adicionar inicialmente uma solução de ácido clorídrico a 10%, a reação foi muito lenta e inicialmente ocorreu um pequeno desprendimento de gás evidenciado por uma pequena formação de bolhas, perda de brilho do metal, com a solução tornando-se levemente esbranquiçada. A reação pode ser escrita da seguinte forma: Pb(s) + 2HCl(aq) → PbCl2(aq) + H2(g) Assim é possível observar a formação de cloreto de chumbo e a liberação de gás hidrogênio, a lentidão da reação pode ser atribuída a reatividade dos metais porque o chumbo é menos reativo que o hidrogênio, essa questão também é comprovada pelos valores de ∆E° que por ser maior que zero aponta que em condições normais a reação ocorre muito lentamente, porém a energia livre de Gibbs demonstra q apesar de lenta a reação ocorre pois ∆G<0, conforme mostrado abaixo nas semi reações: Oxidação: Pb(s) → Pb 2+ (aq) + 2e- Eº= +0,13v Redução: 2H(aq) + + 2e- → H2(g) Eº= 0,00v Reação global: Pb + 2H+ → Pb2+ + H2 ΔEº= +0,13v ∆G = -25,10 KJ/mol-1 Em seguida, o experimento foi repetido dessa vez utilizado ácido nítrico a 10%, a reação observada foi também desprendimento de gás e perda de brilho metálico, a reação é a seguinte: Pb(s) + 4HNO3(aq) → 2H2O(l) + 2NO2(g) + Pb(NO3)2(aq) Essa reação libera uma pequena quantidade de dióxido de nitrogênio, também formando nitrato de chumbo e a água. Realizaram-se então os mesmo procedimentos, desta vez com aparas de estanho, na reação com ácido clorídrico notou-se um aumento do brilho metálico, a reação foi a seguinte: Sn(s) + 2HCl(aq) → SnCl2(aq) + H2(g) O aumento do brilho metálico ocorre porque, o ácido remove a camada protetora de óxido sob o estanho, entretanto é apenas isso q acontece pois a formação de cloreto e liberação de gás hidrogênio conforme descrito na equação acima não são favoráveis de acordo com os valores eletroquímicos da reação: Oxidação: Sn(s) → SN 2+ (aq) + 2e- Eº= -0,14v Redução: 2H(aq) + 2e- → H2(g) Eº= 0,00v Equação global: Sn(s) + 2H + (aq) → Pb 2+ (aq) + H2(g) ΔEº= -0,14v ∆G = +27,20 KJ/mol-1 Evidente que apesar do ΔEº<0, que comprova a reação, o ∆G da reação é maior que zero; assim em condições ambientes a reação não irá ocorrer, apenas introduzindo-se uma fonte de energia externa, como calor. Já a reação com ácido nítrico ocorreu também de forma lenta desprendimento de gás, leve aquecimento e a solução depois de algum tempo ficou amarelada, a equação da reação é a seguinte: Sn(s) + 4HNO3(aq) → 2H2O(l) + 2NO2(g) + Sn(NO3)2(aq) O ácido nítrico reage com metais em geral, porém a formação de uma película de óxido sob o estanho torna a reação lenta, porque dificulta a ação do ácido na superfície do estanho, porém caso houvesse adição de energia externa, a energia de ativação iria tornar a reação mais rápida, a liberação de dióxido de nitrogênio atua na solução alterando sua cor que de amarelo após um tempo torna-se castanho, ou vermelho-castanho. Dissolução de gás carbônico em água Em um béquer foi adicionado uma pequena quantidade de hidróxido de sódio com algumas gotas de fenoftaleína, assim que adicionada a solução ficou com aa tonalidade rosa, em seguida, foi usado um canudo para inserir passagem de gás carbônico na solução, que em seguida perdeu a tonalidade rosa e tornou- se transparente, a reação é a seguinte: 2NaOH(aq) + CO2(g) Na2CO3(aq) + H2O(l) A presença da coloração rosa por parte da fenoftaleína indica a presença de um meio básico, causado pelo hidróxido de sódio, porém, ao adicionar-se uma quantidade de gás carbônico o meio básico desaparece pois o hidróxido se converte em carbonato de sódio resultando em um meio com sal e água, o carbonato de sódio porém age com propriedades básicas liberando OH- então foi adicionado na solução mais água e como o gás carbônico inserido está em excesso, o mesmo interage com algumas moléculas de água formando o ácido carbônico o que torna o meio ácido e a fenoftaleína converte-se de rosa para transparente indicando o meio ácido, por tratar-se de uma reação de equilíbrio químico após aquecida, a solução perde gás carbônico e volta a seu estado básico retomando a coloração rosa. Decomposição de sais do ácido carbônico Adicionando 0,50 g de carbonato de sódio e bicarbonato de sódio em tubos de ensaio distintos, foram diluídos em 5 ml de solução de ácido clorídrico 1 mol/L-1 e os resultados foram os seguintes: Tabela 1. Resultados apresentados pelos sais após a reação com o ácido. Sais de ácido carbônico Reação após diluído em HCl Carbonato de sódio Efervescência, bolhas na vidraria Bicarbonato de sódio Efervescência mais rápida A reação do carbonato de sódio com em meio ácido é a liberação de OH- enquanto o ácido libera H+, assim a reação forma água, cloreto de sódio e libera o gás carbônico, conforme explicitado na equação abaixo: Na2CO3(s) + 2HCl(aq) → CO2(g) + H2O(l) + 2NaCl(aq) A presença de efervescência vem da liberação de gás carbônico, algumas das moléculas de água se prendem nas paredes das vidrarias, e o sal fica diluído. Já a reação do bicarbonato de sódio é a seguinte: NaHCO3(s) + HCl(aq) → NaCl(s) + H2CO3(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) + CO2(g) Inicialmente ocorre uma reação de dupla troca formando um sal e gás carbônico, devido à instabilidade do gás carbônico, a molécula vai liberar dióxido de carbono que fará a reação liberar uma efervescência que terá por fim um sal diluído em água,essa reação ocorre porque o bicarbonato é um hidrogênio-sal. Obtenção do gel do ácido silícico. A prática seguinte consistiu na obtenção do gel do ácido salicílico, diluindo silicato de sódio em água e em seguida adicionando-se ácido sulfúrico concentrado, nota-se que o silicato de sódio não se dilui facilmente em água e quando em contato com o ácido resulta em uma reação exotérmica que aproximadamente 20 minutos após o contato produz uma substância gelatinosa, conhecido como gel do ácido silícico, a reação é a seguinte: Na2SiO3(aq) + 2HCl(aq) → H2SiO3(aq) + 2NaCl(aq) A reação de formação desse ácido também conhecido como ácido metasilícico é uma simples troca que faz com que forme cloreto de sódio diluído em água e o ácido gelatinoso flutue sobre a solução devido a sua baixa dissolução em água graças a sua densidade, as moléculas de sílica se ligam formando a aparência gelatinosa obtida na reação, o excesso de ácido em solução forma um hidrossol é um termo utilizado no estudo dos coloides, é uma dispersão coloidal na qual as partículas da fase dispersa, possuem liberdade total de movimento e confere ao precipitado uma aparência de gel, depois de um período de tempo o hidrossol perde sua água e forma a estrutura da sílica gel essa etapa é conhecida por hidrogel. Caráter anfótero dos hidróxidos de chumbo O experimento seguinte serviu para testar o caráter anfótero do hidróxido de chumbo, ou seja, sua capacidade de ser diluído completamente tanto em meios básicos, como em meios ácidos; O procedimento foi feito inicialmente diluindo o nitrato de chumbo II em água, e depois reagindo o mesmo com hidróxido de sódio a 1% se obteve o hidróxido de chumbo, conforme a equação abaixo: Pb(aq) + NaOH - (aq) → Pb(OH)2(s) O precipitado do hidróxido de chumbo é insolúvel em água, e em seguida foi reagido com hidróxido de sódio a 30% e ácido clorídrico 6,0 mol/L-1, os resultados foram à completa diluição do precipitado em ambos os casos; Analisando inicialmente a reação com o hidróxido de sódio, a mesma pode ser escrita como: Pb(OH)2(s) + NaOH - (aq) → Na[Pb(OH)3] - (aq) Essa reação aponta a formação de um íon complexo, a sua completa dissolução no meio indica que o precipitado reage completamente com meios básicos, ou fornecedores de OH-; Agora, analisando a reação do precipitado do hidróxido de chumbo em meio ácido, observa-se mais uma vez a completa dissolução do precipitado, conforme a equação abaixo: Pb(OH)2(s) + 2HCl(aq) → PbCl2(s) + 2H2O(l) Apesar de se diluir completamente em um primeiro momento, a reação continua e conclui-se com uma reação de neutralização ácido-base, o cloreto de chumbo é o sal insolúvel que aparece no meio aquoso pois não é solúvel e água. Ao fim desse experimento fica comprovado que o hidróxido de chumbo possui caráter anfótero, ou seja, interage em ambos os meios, ácidos ou básicos, diluindo-se completamente, ainda que em reação com ácidos posteriormente ele forme um sal. Hidrólise dos sais O procedimento seguinte, consistiu em medir o pH, do silicato de sódio e do carbonato de sódio diluídos em água, os resultados estão expostos na tabela abaixo: Tabela 2. Valores de pH encontrados nos sais utilizados. Sais utilizados pH obtido Carbonato de sódio 12 Silicato de sódio 13 O carbonato de sódio apresentou um valor de pH>7, esse resultado demonstra um caráter básico, para compreender-se esse resultado proveniente de um sal, deve-se observar todas as etapas, inicialmente o que ocorre após a dissolução do carbonato em água: Na2CO3(aq) → 2Na + (aq) + CO3 2- (aq) Depois de diluído, os íons de sódio Na+, e íons de carbonato CO3 2-, são formados, os íons de carbonato interagem com as moléculas de água presentes no meio, e por ser derivado de um ácido fraco, ele tem a tendência de ser protonado, ou receber hidrogênio H+, desta feita, assim que protonado, formando assim o ácido carbônico, como e alguns outros íons de OH- sobram no meio após perder um próton para os íons carbonato: Na+(aq) + CO3 2- (aq) + H2O(l) → HCO3 - (aq) + OH(aq) + Na + (aq) Porém como o sódio é derivado de uma base forte, o mesmo tende a continuar em seu estado iônico graças também a energia de hidratação, assim o meio da solução fica com um excesso de OH-, que não se ligam a nenhuma outra substância e por isso torna o pH básico. Da mesma forma, o pH do silicato de sódio apontou um pH muito superior a 7, analogamente, analisando a reação por partes é perceptível que a água mais uma vez vai converter os compostos da substância em íons: Na2SiO3(aq) → 2Na + (aq) + SiO3 - (aq) Entre esses íons estão novamente os íons de sódio Na+ e os íons de silicato SiO3 -; Como já observado no experimento acima os íons de sódio não vão participar de reação alguma enquanto que os íons de silicato hidrolisarão a água fazendo ela liberar íons H+ e OH-, os íons de silicato serão protonados com o H+ liberado formando ácido e deixando moléculas de OH- livres no meio o que torna o pH também básico: Na+(aq) + SiO3 - (aq) + H2O(l) → HSiO3 - (aq) + OH(aq) + Na + (aq) Compostos insolúveis de Pb+2 Por fim, foram utilizados dois tubos de ensaio, ambos os tubos apresentavam nitrato de chumbo II diluído em água, em um tubo foi adicionado carbonato de sódio e em outro, solução de cromato de potássio. Os resultados estão dispostos abaixo: Tabela 3. Resultados apresentados após reagir soluções com Pb(NO3)2. Soluções que reagiram com Pb(NO3)2 Resultados observados Carbonato de sódio Formação de precipitado branco Cromato de potássio Formação de precipitado amarelo No tubo onde se reagiu o sal de chumbo com carbonato de sódio foi observada a formação de um sal insolúvel em água: Pb(NO3)2(aq) + Na2CO3(aq) → PbCO3(s) + 2NaNO3(aq) O carbonato de chumbo e o nitrato de sódio são formados e como o nitrato é menor possui menor densidade de carga que o carbonato e então é mais hidratado, com sua energia de hidratação tornando-se maior que sua energia reticular, ficando solúvel em água enquanto que o carbonato não ocorre isso e o mesmo torna-se um precipitado insolúvel. Enquanto que no segundo experimento o cromato de potássio em contato com o sal de chumbo reage da seguinte forma: Pb(NO3)2(aq) + K2CrO4(aq) → PbCrO4(s) + 2KNO3(aq) A formação do cromato de chumbo que é amarelo ocorre como um precipitado graças à união de cromato e chumbo que são muito grandes, e por isso não é hidratado, assim sua energia reticular é menor que sua energia de hidratação, já o nitrato de potássio fica dissolvido no meio aquoso. Referências bibliográficas 1. LEE, J. D. ; Química Inorgânica não tão concisa. 5. ed. São Paulo: Blucher, 2011. 2. KOTZ, J. ; TREICHEL, P.; Química Geral II e reações químicas. Tradução da 5ª ed. Norte-americana, São Paulo: CEMGAGE learning, 2005. 3. http://www.sapere.it/enciclopedia/metasil%C3%ACcico.html 4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Adsor%C3%A7%C3%A3o ELEMENTOS DO BLOCO P. GRUPO 14 BRUNO NOVAES DA SILVA Jequié- Ba Abril de 2018 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia DCT- Departamento de ciências e tecnologia Curso: Bacharelado em química Discente: Marlúcia Barreto Relatório de aula pratica da disciplina de Química inorgânica I, apresentado para fins avaliativos, do curso de Química, UESB, Campus de Jequié, ministrado pela docente Profª Doutora – Marlúcia Barreto.
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