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Aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos no Brasil - Odailton Assis

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO 
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ODAILTON EVANGELISTA DE ASSIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz 
2019 
 
 
ODAILTON EVANGELISTA DE ASSIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS NO 
BRASIL 
Monografia apresentada ao curso de Bacharelado 
em Direito do Instituto de Ensino Superior do Sul 
do Maranhão/ Unidade de Ensino Superior do Sul 
do Maranhão para obtenção do grau de Bacharel 
em Direito. 
Orientador: Prof. MSc. Miguel Daladier Barros 
Co-orientador: Prof. Esp. Diogo Martins Jácome 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imperatriz 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A educação é um elemento importante na luta 
pelos direitos humanos. É o meio para ajudar os 
nossos filhos e as pessoas a redescobrirem a sua 
identidade e, assim, aumentar o sua autorespeito. 
Educação é o nosso passaporte para o futuro, pois 
o amanhã só pertence ao povo que prepara o 
hoje. 
(MALCOLM X) 
 
 
RESUMO 
Os tratados internacionais de direitos humanos, historicamente, só ganharam uma 
relevância maior pós-segunda Guerra Mundial, tendo provimento como uma 
proteção e garantia individual, devido ao caráter humanístico que foi sendo adquirido 
no pós-guerra das relações internacionais entre os estados. E o Brasil assim 
ratificou diversos tratados internacionais com base no artigo 5°, §§ 2º e 3º da 
Constituição Federal de 1988 que garantem sua aplicação se aprovados no 
Congresso Nacional, dentre eles merece destaque a Declaração Universal Dos 
Direitos dos Homens, que tem como intuito garantir a liberdade, moradia, lazer, 
saúde e alimentação. Dessa forma antes da Emenda Constitucional nº 45/2004, que 
incluiu o § 3º no artigo 5º, da CF/88, os tratados eram internalizados com status 
supra legal, e após inclusão do citado parágrafo, o STF decidiu que os tratados de 
Direitos Humanos passaram a ter status de emenda constitucional. Os tratados 
internacionais consistem e um acordo de vontades de dois ou mais sujeitos, 
formalizado a termo, tendo como finalidade produzir efeitos jurídicos em âmbito 
internacional. O presente trabalho objetivou uma abordagem de maneira reflexiva 
sobre a aplicabilidade dos tratados internacionais que versam sobre os direitos 
humanos no Brasil, pelo método do procedimento bibliográfico e abordagem a partir 
do método indutivo, metodologia utilizada para pesquisa, por meio da doutrina e 
entendimentos jurisprudenciais, e das normas que regem sobre os tratados 
internacionais de direitos humanos, tendo em vista que apesar da legislação 
brasileira ter ratificado diversos tratados internacionais, no direito material não há 
uma aplicabilidade efetiva, pois apesar de serem aplicáveis, não há um 
conhecimento pelos tribunais para aplicar diretamente, como fundamento e garantia 
dos direitos essenciais da sociedade brasileira. Entretanto, alguns tribunais 
superiores o utilizam. Portando, nota-se que os tratados internacionais podem ser 
aplicados como regulamento de direito, justamente por terem sido ratificadas no 
Brasil, porém, essas garantias fundamentais acabam sendo esquecidas, na maioria 
dos tribunais de primeira e segunda instância, pois os tratados tem eficácia 
normativa, entretanto, não tem eficácia social, o que acaba deixando o Direito da 
sociedade brasileira fragilizada, pois essas normas tem um grau de importância 
nobre e digna, por passar a garantir a todo ser humano a oportunidade de terem 
seus direitos e garantias fundamentais respeitados porque traz consigo uma norma 
que os protege. 
Palavras-chave: Tratado Internacional. Fundamentais. Direitos Humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The international treaties of human rights historically only got a bigger relevance after 
second world war, having protection and individual guarantee, due to the humanistic 
character which was being acquired after post-war period of international relations 
between the states. And Brazil ratified many international treaties based on article 
5°§2 and §3 of Federal Constitution of 1988 which guarantees its application if 
approved on National Congress, among them it’s important to emphasise the 
Universal Declaration of Human Rights, with a view to guarantee the freedom, 
housing, leisure, health and food. Therefore, before constitutional amendment 45 
which included the §3 of article 5 of federal constitution of 1988, the treaties were 
internalised with supra-legal status, after the inclusion of the §3, the Supreme 
Federal Court decided that the treaties of Humans Rights achieved the status of 
constitutional amendment. The international treaties consist of an agreement of two 
or more individuals, formalized, for the purpose of producing legal effects on 
international level. The current project aimed an approach in a reflective way about 
the application of international treaties that cover about the human rights in Brazil, by 
bibliographical procedure method and the approach through the inductive method, 
methodology used for the research, by means of doctrine and jurisprudential 
understanding, and the rules that conduct over the international treaties of human 
right, bearing in mind even though the Brazilian legislation has ratified many 
international treaties, in material law there’s no effective applicability, even though 
they are applicable, there’s no knowledge by the higher courts to apply them directly, 
as the basis and guarantee of essential rights of Brazilian society. However some 
higher courts use them. Therefore, it’s noticeable that the international treaties can 
be applied as regulation of rights exactly because they were ratified in Brazil, but 
these fundamental guarantees end up forgotten, mostly in higher courts of first and 
second instance, since the treaties have regulatory effectiveness, however there’s no 
social effectiveness, which leaves the rights of Brazilian society undermined, these 
rules have a noble and worthy important level, because it guarantees every human 
being of the world the opportunity of having your rights and essential guarantees 
respected because it brings with it a law that protects them. 
Keywords: International treaties, Fundamental, Human Rights. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 
2 A IMPORTÂNCIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS 
HUMANOS NO BRASIL ........................................................................................... 11 
2.1 Conceito ............................................................................................................. 11 
2.2 Do Surgimento ................................................................................................... 12 
2.3 Ratificação e características ............................................................................ 13 
2.3.1 Tratados ratificados antes da Emenda Constitucional Nº 45/2004 ................... 13 
2.4 Tratados de Direitos Humanos ratificados no Brasil ..................................... 14 
2.4.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1948 ....................................... 14 
2.4.2 Declaração do Direito ao Desenvolvimento – 1986 .......................................... 15 
2.4.3 Declaração e Programa de Ação de Viena – 1993 .......................................... 15 
2.4.4 Declaração de Pequim – 1995 ......................................................................... 16 
2.4.5 Demais Tratados Internacionais Ratificados Pelo Brasil .................................. 17 
2.5 A importância dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos ............... 17 
2.6 Os Tratados e sua obrigatoriedadejurídica e social...................................... 19 
2.7 Tratados com força de Emenda Constitucional ............................................. 20 
3 AS CONSEQUÊNCIAS PELA A FALTA DE APLICAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS ........................................................ 21 
3.1 Da Defesa dos Direitos Sociais ........................................................................ 21 
3.2 Pela Dignidade da Pessoa Humana ................................................................. 22 
3.3 A Fragilidade do Direito e Seus Perigos ......................................................... 23 
3.4 Falta de Conhecimento Direto .......................................................................... 24 
3.5 Pela Observância Jurídica, STF como parâmetro .......................................... 25 
3.6 Como Fundamento Para Argumentação ......................................................... 25 
4 ESTUDO DE CASOS QUE EVIDÊNCIAM A EFICACIA E A FALTA DE 
APLICABILIDADE .................................................................................................... 27 
4.1 Acordões do Supremo Tribunal Federal (STF) ............................................... 27 
 
 
4.2 Acordões do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (TJMA) .............. 29 
4.3 Acordões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ........................................... 30 
4.4 Demais Tribunais .............................................................................................. 32 
5 APONTAMENTOS PARA A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA ............................... 33 
5.1 Conhecimento Direto ........................................................................................ 33 
5.2 Entendimento da Relevância de sua Aplicação ............................................. 33 
5.3 Aplicação Como Um Meio de Inspiração ........................................................ 34 
5.4 Descumprimento de Tratado Internacional ..................................................... 34 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
O Brasil com as diversas evoluções chegou a magna carta de 1988, que em 
seu artigo 5° §2 diz “os direitos e garantias expressos nesta constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais a República Federativa do Brasil seja parte”, sendo 
demonstrado que os tratados internacionais fazem parte da legislação brasileira. 
Porém apesar de estar na legislação brasileira, a grande maioria das vezes 
não é aplicado, nem pelos magistrados e nem pelos advogados, que ambos são 
garantidores da lei, havendo a falta de aplicabilidade desses tratados internacionais, 
como fundamento para garantir um direito lesionado. 
Evidenciando a importância da pesquisa que visa mostrar a importância da 
aplicação dos tratados internacionais no Brasil. Como um exemplo o “A Declaração 
Universal dos Direito dos Homens”, tem em seus artigos garantias e fundamentados 
que versa sobre os seres humanos, informando que todos são iguais, que todo ser 
humano tem direito a vida, segurança entre outros direitos fundamentais, que devem 
ser aplicados e utilizados em nosso cotidiano e pelos garantidores da lei, e assim 
assegurando e protegendo a população brasileira, tendo em vista que há uma lei por 
trás que os protege. 
Poderá haver uma compreensão maior que essas normas são fontes principal 
do direito internacional, incentivando o conhecimento e aplicação, 
consequentemente garantindo assim de maneira efetiva o direito civil, familiar e 
pessoal de todo brasileiro, além de assegurar a responsabilidade do Brasil pelo 
cumprimento dos tratados internacionais. 
Como a “DECLARAÇÃO DE PEQUIM ADOTADA PELA QUARTA 
CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE AS MULHERES: AÇÃO PARA IGUALDADE, 
DESENVOLVIMENTO E PAZ” (1995), tendo como objetivo promover a igualdade, o 
desenvolvimento e paz para todas as mulheres do mundo, conforme o artigo 3 da 
Declaração de Pequim, evidenciando a relevância social que tem esse tratado 
internacional, pois é um meio de proteção que todas as mulheres do mundo tem, 
como meio de proteção de seus direitos. 
Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948); Declaração do 
Direito ao Desenvolvimento (1986); Declaração e Programa de Ação de Viena 
(1993); Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948), todos 
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/2decla.htm
9 
 
tendo como intuito a proteção e dignidade do ser humano, todos citados estão 
ratificados pela legislação brasileira, ou seja, podem ter sua aplicabilidade garantida. 
E assim nota-se sobre a ratificação dos desses tratados internacionais no 
Brasil, nesses termos o STF¹ identificou os tratados como emendas constitucionais. 
Assim o juiz como meio garantidor da lei, conforme o site porto digital, fala 
sobre a função do juiz “O juiz de Direito tem como função decidir litígios concretos 
entre pessoas, cujos interesses podem ser de natureza civil ou criminal”, e com esse 
papel fica evidente a importância dos tratados internacionais de direitos humanos, 
pois sua aplicação será uma garantia processual, e estará aplicando as legislações 
cabíveis que garantem a todo ser humano uma vida digna, e assim protegendo de 
maneira efetiva os direitos do cidadão brasileiro, pois quanto mais leis serem 
utilizadas como forma de proteção social, maior será a garantia de sua proteção. 
Nesse termo como dever de todo profissional do direito é aplicação da lei, 
com esses tratados sendo aplicados como fundamento processual no cotidiano, 
melhor será exercido a função de todos esses profissionais, e consequentemente 
inexecução deixará o direito da sociedade brasileira fragilizada. 
A falta de aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos deixa o 
direito da sociedade brasileira fragilizada? 
Há garantia fundamental de toda a população brasileira deve ter uma 
proteção digna, previstos no ordenamento jurídico brasileiro, e assim com o 
crescente desrespeito aos direitos essências da sociedade devido a criminalidade e 
outros fatores, é necessário a aplicação de todos os tratados vinculados ao Brasil 
que tem como conteúdo os direitos fundamentais, devendo ser aplicado no dia-a-dia. 
O trabalho visa buscar a maior aplicação dos tratados internacionais, tendo 
como resultado a garantia legislativa para todos os brasileiros, alcançando todos os 
garantidos da aplicação da lei, visando o bem da sociedade. E ainda pesquisar 
sobre o tema propostos, trazendo maiores explicações para os tratados 
internacionais de direitos humanos, mostrando as consequências de sua falta de 
aplicação, visando à sociedade brasileira; Evidenciando que há um déficit de 
aplicabilidade nos tribunais, principalmente de primeira e segunda instância o que 
consequentemente mostra a fragilidade que há, quando se trata desse assunto. 
Destacar sobre casos concretos que mostram situações em que deveriam ter 
sido utilizados, os tratados internacionais em questão, apontando soluções para o 
tema proposto. 
10 
 
A pesquisa tem quanto aos seus objetivos proporcionar maior familiaridade 
com o tema, o deixando cada vez mais visível. Envolvendo com pesquisas 
doutrinarias em que é constato a tese e a afirmação do tema estudada, 
relacionando-os com o dia-a-dia no meio jurídico. 
Tendo o tema quanto aos procedimentos técnicos um desenvolvimento com 
base nos materiais que já estão elaborados por doutrinadores, em livros, sites, 
artigos científicos que versam sobre os tratados internacionais de Direitos Humanos. 
Trazendo os métodos de abordagem um apontamento para o estudoe 
levantamento de dados com base em teorias e leis elaboradas sobre o tema para 
apontar o problema e a hipótese para a pesquisa abordada. 
Objetivando quanto aos métodos de procedimento que busca investigar todos 
os aspectos, que visam sobre todos os aspectos que relacionam a aplicação dos 
tratados internacionais de direitos humanos no ordenamento brasileiro, em relação 
ao Direito Material. 
Quanto a análise dos dados o foco na realidade social, buscando entender e 
analisar os dados evitando números, conhecendo assim a aplicabilidade dos 
Tratados Internacionais no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
2 A IMPORTÂNCIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS 
HUMANOS NO BRASIL 
Este capítulo tratará da importância dos tratados internacionais de direitos 
humanos no Brasil. O que nos leva a reflexão que após a segunda guerra mundial o 
caráter Humanístico entrou em destaque, e assim a importância dos tratados 
internacionais no Brasil ganha sua notoriedade como formas de garantir o bem estar 
individual e social. 
Não se limitando a apenas norma que regulamentam direitos Sociais, mas 
versando também sobre Direito Civil, dentre outras muitas, tendo cada um sua 
característica única, e essencial na área em que está presente. 
2.1 Conceito 
Em conformidade com o art. 2°, a do Decreto n° 7.030, de 14 de Dezembro de 
2009 (Convenção de Viena), o tratado significa um acordo internacional feito entre 
Estados regido pelo Direito Internacional, sendo feito por escrito. O tratado significa 
um acordo de vontades, ou seja, entre os estados, para que a partir da ratificação 
dentro do País possa produzir efeitos jurídicos dentro do Estado em questão, 
devendo as partes serem todas sujeitos de Direito internacional e devendo agir 
nessa qualidade. 
Para Roberto Luiz Silva, que discorre sobre o assunto diz: 
 
Tratados: são acordos internacionais de natureza solene, Exemplo: tratados 
de paz, como o Tratado de |Versalhes, de 1919; tratado de integração, 
como o Tratado de Assunção, de 1991, criando o MERCOSUL e Tratado de 
Maastricht, de 1992, criando a União Europeia; (SILVA, 2018). 
 
Já segundo Seitenfus e Ventura (apud SILVA, 2018, p. 51), afirma: “A 
expressão “tratado” se identifica como qualquer acordo internacional, 
independentemente de sua formulação, podendo, dessa forma, designar tanto o 
“conteúdo” do acordo, bem como o “instrumento” que o formaliza”. 
Nesse mesmo viés no art. 2, b da Convenção de Viena defini como 
Ratificação: 
 
Artigo 2, b) “ratificação”, “aceitação”, “aprovação” e “adesão” significam, 
conforme o caso, o ato internacional assim denominado pelo qual um 
Estado estabelece no plano internacional o seu consentimento em obrigar-
se por um tratado; 
12 
 
Ou seja, a ratificação tem por objetivo a “aprovação” para que aquele tratado 
internacional comece a produzir seus efeitos jurídicos dentro do país, desde que 
esteja em conformidade com a Constituição. 
2.2 Do Surgimento 
Após muita guerra, fome e sede de poder, especificamente pós-segunda 
guerra mundial veio à tona uma característica essencial da sociedade atual, a 
preocupação com o bem estar do ser humano, após tanta luta e violência no 
decorrer da história, pela primeira vez o ambiente internacional voltou seus olhos 
para a dignidade de todo o indivíduo. 
Nesse meio surgiu-se a necessidade da criação de uma lei que pudesse 
proteger a todos independentemente de raça, cor ou sexo, sendo assim foi criado a 
Declaração Universal de Direitos Humanos. 
 
Em 1948, a nova Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas tinha 
captado a atenção mundial. Sob a presidência dinâmica de Eleanor 
Roosevelt, a viúva do presidente Franklin Roosevelt, uma defensora dos 
direitos humanos por direito próprio e delegada dos Estados Unidos nas 
Nações Unidas, a Comissão elaborou o rascunho do documento que viria a 
converter–se na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Roosevelt, 
creditada com a sua inspiração, referiu–se à Declaração como a Carta 
Magna internacional para toda a Humanidade. Foi adotada pelas Nações 
Unidas no dia 10 de dezembro de 1948. (Unidos Pelos Direitos Humanos) 
 
Sendo fomentado nesse viés humanístico, foram criados 30 artigos que 
buscava preservar as garantias fundamentais. 
 
No seu preâmbulo e no Artigo 1.º, a Declaração proclama inequivocamente 
os direitos inerentes de todos os seres humanos: “O desconhecimento e o 
desprezo dos direitos humanos conduziram a atos de barbárie que revoltam 
a consciência da Humanidade, e o advento de um mundo em que os seres 
humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi 
proclamado como a mais alta inspiração do Homem... Todos os seres 
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.” (Unidos Pelos 
Direitos Humanos). 
 
Após a criação dessa norma e após sua repercussão, acabou influenciando 
de maneira positiva diversos países a seguirem a mesma linha de pensamento, 
delineando a ratificação para todos que buscassem seguir essa correnteza, e 
influenciando a magna carta de vários países, inclusive do Brasil, e assim o mundo 
acabou dando mais um passo para a linha evolutiva “ideal” que busca a igualdade a 
fraternidade e a proteção daqueles que não podem se proteger. 
13 
 
2.3 Ratificação e características 
Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos em sua ratificação tem uma 
característica especial, que em sua adesão terá efeito de Emenda Constitucional, ou 
seja, não se designando como uma lei ordinária ou complementar, mas sim fazendo 
parte da Magna Carta brasileira estando presente dentro da supremacia 
constitucional, porém com o critério de em dois turnos, tendo os votos de três 
quintos dos respectivos membros da casa legislativa, de acordo com o art. 5, §3 da 
CRFB/88. 
 
Art. 5, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais. 
 
Tendo sido incluído essa referida lei pela a Emenda Constitucional n° 45 de 
30 de dezembro de 2004, que além desse determinado artigo, inclui diversos artigos 
dentro da CRFB/88. 
Já os Tratados Internacionais que versam sobre os demais assuntos não 
terão essa natureza jurídica de Emendas Constitucionais, mas sim de normas 
supralegais, ou seja, estarão acima das leis infraconstitucionais, e abaixo da 
Constituição tendo seu grau de importância elevado dentro do país. 
Devendo o país que o ratificou cumpri-las, com base na norma o pacta sunt 
sevanda, devendo ser cumpridas pelas partes, consagrado na Convenção de Viena, 
em seu artigo 26°. “Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por 
elas de boa fé”. 
2.3.1 Tratados ratificados antes da Emenda Constitucional Nº 45/2004 
Como já foi dito anteriormente, os tratados internacionais de Direitos 
Humanos caso aprovados em cada casa legislativa por seus respectivos membros, 
terão força de Emenda Constitucional, em conformidade com o artigo 5°, §3 da 
CRFB/88, entretanto a Emenda nº 45/2004 só entrou em vigor em dezembro de 
2004, tendo diversos tratados que versavam sobre Direitos Humanos aprovados 
antes dessa emenda. 
14 
 
Nesse viés houve diversas discussões sobre esse tema, como ficariam os 
tratados internacionais que versavam sobre Direitos Humanos depois dessa 
emenda, pois antes disso as mesmas tinha força de Lei Ordinária. 
Porém foi entendido pelo Supremo Tribunal Federal que os tratados 
aprovados antes desse EC n° 45 teriam força de Normas Supralegais, como citado 
acima, está abaixo da Constituição e acima das leis infra legais. 
2.4 Tratados de Direitos Humanos ratificados no Brasil 
Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos muitos deles fazem parte do 
ordenamento jurídico brasileiro, valendo ressaltar todos os tratados presentes na 
legislação, sendo eles partesaprovados como Emenda Constitucional para os 
aprovados depois da Emenda n° 45, assim como os antes dela, com caráter 
Supralegal, que são: 
2.4.1 Declaração Universal dos Direitos Humanos – 1948 
É um tratado que garante os direitos Essenciais para todo ser humano, que 
reconhece a dignidade individual de cada pessoa na sociedade, como já dito 
“universal”, ou seja, não se restringe a apenas um indivíduo, mas sim para todos, em 
rol exemplificativo, vale ressaltar que: 
 
Artigo 1° Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. 
São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos 
outros com espírito de fraternidade. 
Artigo 2° 
I) Todo o homem tem capacidade para gozar os direitos e as 
liberdades estabelecidos nesta Declaração sem distinção de 
qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião 
política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, 
nascimento, ou qualquer outra condição. 
II) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição 
política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença 
uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, 
sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de 
soberania. 
 
Sendo esses artigos retirados da DUDH, fica claro da importância do mesmo, 
pois visa à liberdade de cada indivíduo, rejeitando a escravidão, e colocando em 
pauta a liberdade. 
15 
 
2.4.2 Declaração do Direito ao Desenvolvimento – 1986 
Esse tratado tem o seu grande grau de importância, pois se trata do 
desenvolvimento humano, como um direito inalienável, no sentido de que todo ser 
humano têm o devido direito de poder contribuir ou participar do desenvolvimento 
social, econômico e até mesmo político. 
Tendo sua definição básica na própria norma desse tratado em seu artigo 
primeiro, que diz: 
 
Artigo 1° 
1. O direito ao desenvolvimento é um direito humano inalienável em virtude 
do qual toda pessoa humana e todos os povos estão habilitados a participar 
do desenvolvimento econômico, social, cultural e político, a ele contribuir e 
dele desfrutar, no qual todos os direitos humanos e liberdades fundamentais 
possam ser plenamente realizados. 
2. O direito humano ao desenvolvimento também implica a plena realização 
do direito dos povos de autodeterminação que inclui sujeito às disposições 
relevantes de ambos os Pactos Internacionais sobre Direitos Humanos, o 
exercício de seu direito inalienável de soberania plena sobre todas as suas 
riquezas e recursos naturais. 
 
Destacando assim sua importância, pois se trata de um elemento fundamental 
para a convivência da sociedade, ou até mesmo para a permanência da democracia, 
pois se refere à vontade do povo, e de sua participação, não deixando brecha para 
um regime autocrático. 
2.4.3 Declaração e Programa de Ação de Viena – 1993 
Nesse tratado de suma importância, reafirma os direitos fundamentais que 
todo ser humano tem, não se restringindo a determinado grupo de pessoas, 
garantindo seus direitos ao nascimento, considerando esses direitos como naturais a 
todo ser humano, devendo adotar medidas internacionais para a garantia e a 
prevalência desses direitos. 
 
Artigo. 3° Devem ser adotadas medidas internacionais eficazes para 
garantir e monitorar a aplicação de normas de direitos humanos a povos 
submetidos a ocupação estrangeira, bem como medidas jurídicas eficazes 
contra a violação de seus direitos humanos, de acordo com as normas dos 
direitos humanos e o direito internacional, particularmente a Convenção de 
Genebra sobre Proteção de Civis em Tempo de Guerra, de 14 de agosto de 
1949, e outras normas aplicáveis do direito humanitário. (Declaração e 
Programa de Ação de Viena, 1993). 
 
16 
 
Sendo direitos universais, e indivisíveis, ou seja, não estão sujeitos a 
negociação, como citado em seu artigo 5°, na referida lei acima. 
 
5. Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis interdependentes 
e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos 
humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a 
mesma ênfase. Embora particularidades nacionais e regionais devam ser 
levadas em consideração, assim como diversos contextos históricos, 
culturais e religiosos, é dever dos Estados promover e proteger todos os 
direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus 
sistemas políticos, econômicos e culturais. (Declaração e Programa de 
Ação de Viena, 1993). 
 
Aqui, é notável da preocupação da organização internacional em garantir da 
prevalência desses princípios, porque caso seja ferido determinado direito, que 
sejam tomadas medidas cabíveis para a resolução da situação. 
2.4.4 Declaração de Pequim – 1995 
Já esse importante tratado, se preocupa principalmente com a proteção e 
garantias fundamentais das mulheres, de um ponto de vista igualitário e social, 
trazendo um status de reconhecimento, por todo o esforço feito, levando em 
consideração a diversidade das mulheres, honrando-as com esse tratado 
internacional, como em seus artigos a seguir decorridos. 
 
8. À igualdade de direitos e à dignidade humana inerente a mulheres e 
homens e aos demais propósitos e princípios consagrados na Carta das 
Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros 
instrumentos internacionais de direitos humanos, em particular na 
Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra 
as Mulheres e na Convenção sobre os Direitos da Criança, como também 
na Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres e na 
Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento; 
9. Assegurar a plena implementação dos direitos humanos das mulheres e 
das meninas como parte inalienável, integral e indivisível de todos os 
direitos humanos e liberdades fundamentais; (Declaração de Pequim, 1995) 
 
Sendo esses artigos um instrumento norteador com o compromisso que tanto 
as organizações internacionais, assim como os países que os ratificaram a 
reafirmação do compromisso de garantir e todas as mulheres direitas iguais e acima 
disso, que o estado proporcione um ambiente que possibilite a liberdade de 
pensamento, consciência, religião e crença. 
Declaração de Pequim é pouco conhecido devido à falta de divulgação do 
mesmo, porém esse tratado está presente dentro da legislação brasileira, e tem o 
17 
 
poder de atuar em cada situação em que seus inúmeros artigos versam, mas não de 
forma automática, seria necessário um intermediador para sua aplicação. 
2.4.5 Demais Tratados Internacionais Ratificados Pelo Brasil 
Vale ressaltar os demais Tratados que versam sobre Direitos Humanos, que 
todos tem sua suma importância, visando garantir dos direitos individuais, coletivos, 
de desenvolvimento, e políticos, que são: Declaração Americana dos Direitos e 
Deveres do Homem – 1948; Preceitos da Carta das Nações Unidas – 1945; 
Convenção contra o Genocídio – 1949; Convenção relativa ao Estatuto dos 
Refugiados – 1951; Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados – 1966; Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos – 1966; Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais – 1966; Convenção sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação Racial – 1968; Convenção sobre a Eliminação de todas as 
formas de Discriminação contra a Mulher – 1984; Convenção contra a Tortura e 
outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes 1984; Convenção 
sobre os Direitos da Criança – 1989; Convenção Americana sobre Direitos Humanos 
– 1969; Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura – 1985; 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a 
Mulher – 1994. 
Cada um com suas peculiaridades, porém todos visando o mesmo, garantir a 
todos os Seres Humanos a qualidade de vida básica sobre todas as pessoas, sem 
distinções de raça, cor, opção sexual, ou etnia, cabendo aos órgãos vinculadosque 
o Brasil garanta a aplicação de todas essas normas ratificadas e aprovadas. 
2.5 A importância dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
Nesse viés é indubitável que os Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
são essenciais para o Brasil, pois como já foi dito são tratados garantistas, que são 
de extrema importância para defender o povo brasileiro, do índio ao executivo, sem 
distinção, pois são direitos intrínsecos de todo o ser humano. 
Para o Estado poder agir são necessárias leis que visam proteger um objeto, 
podendo ser leis constitucionais ou infraconstitucionais, nesse termo para cada 
garantia há uma lei por trás, gerando um dever e obrigatoriedade para os Estados, e 
até mesmo para os Tribunais Jurídicos que devem aplicar o que a lei diz. 
18 
 
Por isso sua grande importância, pois os mesmo regulam sobre a vida Civil e 
Penal de todo o ser humano em que esse tratado foi ratificado, ou seja, geram uma 
proteção a aquela pessoa que não tem como se defender, como se fosse um 
verdadeiro escudo que protege aquele que o detém, garantindo o direito ao voto, o 
direito de ir e vir, visando à garantia do Artigo 6° da CRFB, que são os direitos 
sociais, como educação, saúde. 
Mas não só garantindo, mas proibindo também a tortura, a prisão sem o 
devido processo legal, até mesmo impedindo a prisão do depositário infiel, dentre 
outros fatos normativos de suma importância. 
Ou seja, por fatos e argumentos nota-se que sem uma lei, não há proteção, e 
com esses tratados ratificados em consonância com s CRFB, a população brasileira 
fica protegida, sabendo que tem normas que os protege, fortalecendo o laço jurídico 
entre a população o Judiciário e o Estado, e obstando a fragilidade jurídica brasileira. 
E assim com o conhecimento desses tratados poderá haver uma garantia 
maior para todo ordenamento brasileiro, devendo assim ser cada vez mais divulgado 
o conteúdo desses tratados, pois com a grande relevância do conteúdo em questão, 
haverá uma necessidade básica em sua aplicação, tendo em vista o bem estar 
social. 
E com o grande crescimento da violência generalizada no país, em que 
diversas pessoas acabam sendo agredidas e violadas, e até mesmo perdendo a 
vida, os direitos fundamentais acabam sendo violados, e com isso cria-se a 
necessidade de alguma coisa que resguarde o brasileiro, pois em meio ao caos, 
uma proteção será um alivio, mesmo que seja mínimo. 
Os tratados internacionais com seu grau de importância nobre e digna, 
devendo deixar de ter apenas eficácia normativa e ter uma eficácia social maior, 
para não deixar o Direito da sociedade brasileira fragilizada, e assim garantindo a 
toda a população a oportunidade de terem seus direitos e garantias fundamentais 
respeitados porque por trás, há uma lei que os protege. 
Com isso temos que seguir a nossa Constituição Federal de 1988, e com a 
aplicação dos tratados internacionais de direitos humanos, poderá garantir de 
maneira efetiva e clara o cumprimento dessas normas tão importante, como por 
exemplo, o nosso artigo 5° da Constituição Federal. 
 
19 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em 
direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III 
- ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o 
anonimato; 
 
Garantindo assim Direito iguais a todos. 
2.6 Os Tratados e sua obrigatoriedade jurídica e social 
Em consonância com os princípios incluídas na legislação, no artigo 37 da 
CRFB, está previsto os princípios que a administração pública deve seguir que são: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência (...)” (CRFB/1998). 
 
Sendo essa obrigatoriedade normativa não sendo apenas aplicado ao poder 
executivo, mas também ao legislativo e judiciário, que devem ter transparência, e 
sempre andar em consonância com os princípios da moralidade, impessoalidade e 
principalmente com a legalidade, não cabendo o estado ou ao juiz agir de maneira 
própria, ou de maneira parcial, mas devendo agir e atuar conforme a lei. 
Nesse viés o Ministro do STF Dias Toffoli se pronunciou sobre o assunto no 
evento da IBA (International Bar Association): 
 
“Aplicar a Constituição, aplicar a lei, garantir que as normas e as regras do 
jogo sejam cumpridas como estabelecidas e não pelo desejo do intérprete 
naquilo que seria, na visão dele, o mais justo ou o mais correto ou que, no 
ponto de vista econômico, seria melhor para a sociedade.” (Toffoli, 2019). 
 
Sendo vedada qualquer linha de decisão parcial, cabendo recurso para 
contestar o direito de garantia para um julgamento imparcial, e em conformidade 
com a lei, nesse sentido entra em tona os Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos. 
Como já foi ditado o Tratado Internacional em geral quando ratificado no 
Brasil, ganha força de lei, podendo ser uma norma supralegal ou uma norma 
Constitucional posta por Emenda como previsto no Art. 5°, §3 da vigente 
20 
 
Constituição Federal, devendo sua após sua aprovação, ser seguida com 
obstinação, ou seja, gera uma obrigatoriedade em sua aplicação, cabendo a todos 
vinculados à gestão pública aplica-las de maneira efetiva. 
2.7 Tratados com força de Emenda Constitucional 
 Ter tratados internacionais com status de EC é de suma importância, por sua 
força de lei está acima de leis ordinárias, sendo assim sua prevalência garante que 
suas normas garantidoras não serão deixadas para trás ou confrontadas com 
ninguém, sendo apenas objeto de ação de controle. 
Os tratados que foram ratificados por status de Emenda são apenas três, 
sendo o primeiro o Tratado de Marraqueche que visa facilitar o Acesso a Obras 
Publicadas às Pessoas cegas ou que tenham dificuldade de ter acesso ao texto 
impresso, firmado em 27 de junho de 2013. 
Outro Tratado com Força de EC é a Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, que foi assinado em Nova 
Iorque, em 30 de março de 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3 AS CONSEQUÊNCIAS PELA A FALTA DE APLICAÇÃO DOS TRATADOS 
INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 
Aplicar todas as leis possíveis é um elemento essencial para a soberania do 
Estado, um fator imprescindível para o respeito e “temor” que se deve ter para que 
as normas sejam respeitadas, e o desuso da mesma gera um descumprimento 
normativo porque a não aplicação gera um sentimento de ineficácia. 
3.1 Da Defesa dos Direitos Sociais 
Após a segunda guerra mundial, o caráter social e humanístico veio a tona, 
criando a necessidade de uma reformulação na visão mundial, em consequência 
ocorreu a criação de diversos tratados internacionais que visam a proteção da 
população mundial sem distinção. 
E assim virou facultativo a sua ratificação ou não, cabendo haver um negócio 
jurídico Inter partes para o país em pauta poder aderir a determinado tratado, o 
Brasil ratificou em torno de 27 tratados Internacionais de Direitos humanos, sendo 
todos de extrema importância para todos os brasileiros, pois os mesmos visam 
defende-los tanto do Estado assim como da própria população, os resguardando de 
qualquer tipo de tortura, e tratamento desumano, e ao mesmo tempo garantindo 
suas necessidades básica sendo essa uma das principais armas ou defesas da 
sociedade, pois com esses tratados vigentes no país os mesmos podem exigir que 
seus direitos seusrespeitados tanto para um órgão público, assim como para uma 
empresa privada pois a normatização desses princípios básicos através dos tratados 
garantem a todos uma sociedade justa. 
E dentre esses 27 tratados o Brasil fica obrigado incluído seus três poderes a 
segui-los à risca, sob pena de sofrer uma sanção ou intervenção internacional pois 
há uma obrigação de aplica-los politicamente, juridicamente e legalmente. 
Politicamente porque cabe ao Estado proteger o cidadão, e garantir as 
necessidades básicas atendendo as normas constitucionais, infraconstitucionais e 
através também dos Tratados Internacionais, pois o Governo deve seguir à risca o 
que a lei diz, sendo vedado qualquer ato autocrático por vontade do governador 
eleito, tudo devendo ser em conformidade com a paz social, o bem público. 
Na figura do Congresso Nacional cabe aos Deputados Federais, Senadores, 
assim como todas as figuras políticas da casa legislativa a elaborar projetos que 
visem o interesse social, se baseando na magna carta brasileira que protege os 
22 
 
Direitos Humanos, sendo passível de uma ação de Controle de Constitucionalidade 
caso não esteja em conformidade com a Constituição. Em caso de um projeto de lei 
que desrespeite os Direitos Humanos esteja sendo aprovado cabe Mandado de 
Segurança perante o STF para assegurar que esse projeto não prossiga. 
Já no Judiciário todos os tribunais do STF ao Juiz de 1° grau devem seguir e 
julgar e fundamentar todas suas decisões em conformidade com a lei, sendo 
vedados sentimentos pessoais justamente por um dos fatos que nosso país segue o 
regime do Civil Law. 
 
No Brasil, nota-se que ocorreu a filiação à escola do Civil Law, que se 
fundamenta, principalmente, em outorgar à lei como uma fonte imediata do 
ordenamento jurídico. Por consequência, os litígios judiciais são resolvidos 
por meio da subsunção do caso a norma constante da lei (Campos, 2017). 
 
Devendo assim os fundamentos Jurídicos a ser aplicados de acordo com a 
norma que versa sobre o assunto discutido ou exigido. 
Dado o exposto fica claro que os Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos são um meio de defesa para os brasileiros, sendo um direito legal que 
pode ser exigido para todos os entes federados ligados ao Brasil, não sendo uma 
coisa a ser pedida, mas sim exigida, sendo assim é essencial a sua obrigatoriedade 
principalmente pelo poder Jurídico. 
Pois o conjunto das leis é equiparado às armaduras dos cavaleiros na idade 
média, que em tempos de guerras para sobreviver era necessário um conjunto de 
armaduras, e na falta de uma das partes dela poderia custar à própria vida, e assim 
também são as leis do Brasil, pois quanto mais normas tiverem sobre Direitos 
Humanos, e quanto mais leis e forem aplicadas e fundamentas maior será a defesa 
do indivíduo que teve seu direito lesionado, e em consequência maior será a 
segurança jurídica brasileira, trazendo assim uma maior efetividade no Direito 
preventivo. 
3.2 Pela Dignidade da Pessoa Humana 
Para a prevalência da defesa do Estado é necessário proteger os cidadãos, 
suas crianças, jovens, adultos e idosos como já dito no tópico anterior é necessário 
à defesa, usando além da força física, é essencial a força formal que seria a lei por 
que daria a aplicabilidade ao Direito Material, mas afinal o que se busca proteger 
23 
 
através dessa “defesa”, ou aplicação través da teoria e prática pelo poder Judiciário 
ou público? 
É justamente para preservar o princípio da Dignidade Humana, sendo esse 
um dos principais norteadores da CRFB/88. 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a 
cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. 
 
Ou seja, trata-se de uma obrigação estatal preservar o bem social dos 
cidadãos brasileiro, sendo isso emanado pelos três poderes em conjunto, como por 
exemplo do Art. 2º da CRFB “São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
Nesse meio visando resguardar tais Princípios, a aplicação pelos Tratados 
Internacionais deve ser um requisito de garantia pra prevalecer do harmonia social, 
tendo em vista da importância dessas normas que estão sendo ratificadas a 
bastante tempo. 
Pois sem essa garantia que esses princípios serão garantidos, ou pelo menos 
se haverá uma tentativa de sua aplicação voltaríamos no “tempo”, em que a 
ganancia dos governantes ou reis e ditadores eram vista e tratadas como uma 
supremacia incansável, ignorando seus semelhantes e trazendo à tona fins trágicos 
da história, como regimes absolutistas, e a escravidão. 
Honrar esses nobres princípios e colocá-lo acima do Estado é que nos faz 
uma democracia, e todos os Tratados Internacionais já ratificados no Brasil, e alguns 
já sidos citados nesse trabalho, demonstram que todos buscam assegurar as 
garantias fundamentais, e evitar a ambição desenfreada de quem está o poder. 
3.3 A Fragilidade do Direito e Seus Perigos 
A fragilização de acordo com o dicionário significa “Ação ou efeito de fragilizar 
(tornar mais frágil)”, mas como ocorreria a maior vulnerabilidade do direito brasileiro? 
Ocorre quando a lei ou Tratado tem sua eficácia formal, mas não alcança o 
Direito Social, ou seja, quando existe a lei, mas não há uma aplicação no Direito 
Material sendo isso uma “anormalidade”, pois justamente a Lei nasceu para ocorrer 
sua aplicação não bastando sua garantia automática, mas sim prática. 
24 
 
E isso é uma prática recorrente, entre advogados, promotor ou até mesmo 
juiz, quando uma decisão, defesa ou acusação for feita, cria-se a necessidade de se 
utilizar todos os meios possíveis para a garantia e efetividade daquele direito, sem a 
aplicação gera a inutilidade, e com a inutilidade gera a fragilização, sendo a falta de 
aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos em âmbito nacional um 
fato visível, em que não há a sua aplicação nem pelos Tribunais superiores, nem 
pela justiça de primeiro grau, com exceção do Supremo Tribunal Federal, que ainda 
utiliza os Tratados Internacionais de Direitos Humanos como fundamento normativo, 
entretanto essa fragilização pode custar caro, pois com a inefetividade gera a 
insegurança jurídica, e em consequência vem a dúvida vindo assim em 
consequência a falta de proteção, e a incapacidade de alcançar um dos objetivos 
firmados na CRFB/88 que é proteger o princípio da dignidade da Pessoa Humana. 
Apesar de que a legislação brasileira ter ratificado diversos tratados 
internacionais, no direito material não há uma aplicabilidade efetiva, pois não há um 
conhecimento pelos tribunais para aplicar diretamente, como fundamento e garantia 
dos direitos essenciais, deixando assim os direitos da sociedade brasileira 
fragilizada, pois não há uma aplicação concreta e constante, entretanto alguns 
tribunais superiores como o STF utilizam os tratados internacionais que versam 
sobre direitos humanos como fundamentação normativa. 
E assim com a não aplicação dos tratados internacionais de direitos humanos, 
não sendo aplicados principalmente por tribunais de 1° e 2° instancia, os mesmos 
acabam deixando de garantir de maneira efetiva os direitos fundamentais de cada 
ser humano que busca amparo na justiça, pois apesar de serem utilizadas normas 
importantes como código civil ou CF/88, acabam deixando fragilizado esse direito 
individual, pois quanto mais proteção e normas que tiver para proteger os direitos da 
sociedade brasileira, mais bem assegurados, toda a população estará. 
3.4 Falta de Conhecimento Direto 
Como já foi visto e citado anteriormente inquestionavelmente é perceptível a 
grande quantidade de Tratados Internacionais ratificados no Brasil,sendo esses 
versando sobre a vida civil ou sobre a observância da dignidade da pessoa humana, 
e com a limitação existencial e mental do ser humano. 
Torna-se praticamente impossível de um indivíduo conseguir aprender ou 
decorar todas as leis ou tratados vigentes no Brasil tendo em vista da enorme 
25 
 
quantidade de Artigos existentes na legislação, isso se aplicando tanto para a 
pessoa sem noção jurídica, assim como os advogados, promotores ou juízes de 
Direito, Federal ou de Tribunais Superiores, e pela grande quantidade de Tratados já 
foi dito, se torna compreensível à falta de conhecimento direto sobre esses Tratados 
ou acordos, gerando uma falta de aplicabilidade dessas determinadas leis. 
Nesse sentido podemos ver claramente a argumentação acima, baseada nas 
sentenças e inicial dentro da justiça, que através de jurisprudência pode-se observar 
que não há qualquer aplicação ou fundamentação em cima dessas leis supralegais 
ou em caráter de EC, baseado no princípio que toda a sentença deva ser 
fundamentada, sendo vedada o a decisão ou acordão ilíquido e genérico. 
Torna-se imprescindível que esses Tratados devem ser de conhecimento de 
todos, para que todas as decisões futuras possam ser bem fundamentadas e 
garantam sua efetividade máxima, visando que todas as leis possíveis e disponíveis 
sejam aplicadas para o desígnio da seguridade social, sendo o STF um dos únicos a 
aplicar tais Tratados como fundamento jurídico. 
3.5 Pela Observância Jurídica, STF como parâmetro 
Como já foi dito o Supremo Tribunal Federal é um dos únicos a Aplicarem os 
Tratados Internacionais de Direitos Humanos no Brasil, sendo o STF não tendo uma 
posição Hierárquica maior, porém o seu poder de decisão tem consegue direcionar 
para que os rumos das decisões dos demais tribunais devem seguir, ou seja, 
podem-se ser usados como analogia as decisões e fundamentos do STF como 
norma de observância obrigatória, como se se utiliza na CRFB/88, devendo assim 
todos os tribunais em demandas repetitivas reproduzir ou melhorar a fundamentação 
usada pelo Supremo Tribunal Federal. 
Em casos em que é lesionado da dignidade do indivíduo, sempre é utilizado 
como meio jurídico de fundamento tais tratados cabíveis, não se prendendo a 
apenas as normas vigentes produzidas no Brasil. 
3.6 Como Fundamento Para Argumentação 
Devendo assim como já visto tamanha importância desses Tratados, cria-se a 
necessidade de se utilizar-se desses meios normativos como fundamento jurídico, 
como em sentença ou acordão até mesmo em Petições iniciais, visando garantir a 
26 
 
proteção daqueles que o Estado Busca proteger, evitando a fragilidade inevitável 
que ocorrerá pela falta de sua aplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
4 ESTUDO DE CASOS QUE EVIDÊNCIAM A EFICACIA E A FALTA DE 
APLICABILIDADE 
É essencial uma breve análise sobre as jurisprudências dos Tribunais 
Superiores para entender a linha de julgamentos que prevalecem em situações que 
ficam evidentes a aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, 
servindo como base os Tribunais (STF, STJ e TJMA). 
4.1 Acordões do Supremo Tribunal Federal (STF) 
É o órgão do poder judiciário responsável por julgar decisões, ações de 
controle dentre outras muitas situações que preceitua no artigo 102 da CRFB/88 em 
rol taxativo, sendo responsável de servir como base de julgados através de 
jurisprudência e sumulas. 
É composto por onze Ministros, devendo ser todos brasileiros natos como diz 
o art. 12, § 3º, inciso IV, da CF/1988, escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e 
menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, previsto 
no art. 101 da CF/198, e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação 
da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal art. 101, parágrafo único, da 
CRFB/1988. 
 
23/08/2019 SEGUNDA TURMA AG. REG. NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.206.140 DISTRITO FEDERAL 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI AGTE. ( S ): AQUILES 
DIAMANDS ZAZELIS ADV.( A / S ) : DEFENSOR PÚBLICO -GERAL DO 
DISTRITO FEDERAL AGDO.( A / S ) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO 
DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS PROC.( A / S)(ES ) : 
PROCURADOR -GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E 
TERRITÓRIOS Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO CRIMINAL COM AGRAVO. REITERAÇÃO DA TESE 
DO RECURSO INADMITIDO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5°, IV, 
DA CF. CRIME DE DESACATO (ART. 331 DO CP). RECEPÇÃO PELA 
CF/1988. ART. 13 DA CADH (PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA). 
COMPATIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO. I – As razões do agravo regimental são inaptas para 
desconstituir os fundamentos da decisão agravada, que, por isso, se 
mantêm hígidos. II – Esta Corte, em julgados recentes, assentou a recepção 
do crime de desacato pela Constituição Federal de 1988, bem como a 
compatibilidade da figura penal do desacato com o disposto no art. 13 da 
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa 
Rica). III - Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
Segue em nota um acordão o STF de 2019, tendo como relator o Ministro 
Ricardo Lewandowski, que se utiliza do art. 13 do Pacto de São José da Costa Rica, 
28 
 
um Tratado ratificado no Brasil, como fundamento para sua decisão, sendo citado na 
EMENTA jurisprudencial, dentro do site do Supremo. 
 
Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão. 1. Toda pessoa tem 
direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende 
a liberdade de buscar, receber e difundir informações e ideias de toda 
natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou 
em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de sua 
escolha. 2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode 
estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que 
devem ser expressamente fixadas pela lei e ser necessárias para 
assegurar: a. o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou 
b. a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da 
moral públicas. 3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou 
meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de 
papel de imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e 
aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros 
meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e 
opiniões. 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, 
com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da 
infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. 5. A lei 
deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao 
ódio nacional, racial ou religiosa que constitua incitação à discriminação, à 
hostilidade, ao crime ou à violência. (CADH) 
 
Já outra jurisprudência do Supremo Tribunal Federal dispõe sobre tema 
similar. 
 
ARE 1097670 AgR / DF - DISTRITO FEDERAL AG.REG. NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO Relator(a): Min. GILMAR MENDES 
Julgamento: 28/06/2019 Órgão Julgador: Segunda Turma Publicação 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-167 DIVULG 31-07-2019 PUBLIC 01-08-
2019 Parte(s) AGTE.(S) : VALERIA DA ROCHA LOPES PROC.(A/S)(ES) : 
DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO DISTRITO FEDERAL AGDO.(A/S) : 
MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS 
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO 
FEDERAL E TERRITÓRIOS Ementa Agravo regimental em recurso 
extraordinário com agravo. 2. Constitucional e Penal. 3. Desacato. 4. 
Controle de constitucionalidade (arts. 1º; 5º, incisos IV, V e IX, e 220 da 
Constituição Federal) e de convencionalidade (art. 13 da Convenção 
Americana de Direitos Humanos – Pacto de São José da Costa Rica). 
Leading case: HC 141.949/DF, por mim relatado, Segunda Turma, DJe 
23.4.2018. 5. Criminalização do desacato que se mostra compatível com a 
Constituiçãoda República e o Pacto de São José da Costa Rica. 6. 
Precedentes. 7. Agravo regimental não provido. Decisão A Turma, por 
unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto 
do Relator. Segunda Turma, Sessão Virtual de 21.6.2019 a 27.6.2019. 
 
Desta vez tendo como relator Gilmar Mendes, utilizando como fundamento 
novamente, um Tratado Internacional que versa sobre Direitos Humanos. 
Como já visto nas jurisprudências anteriores do STF, torna-se claro a 
recorrente aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos que se tem a 
29 
 
necessidade de sua aplicação, devendo assim todos os Tribunais Superiores, e 
Estaduais seguirem a mesma linha de pensamento e fundamentação. 
Irá seguir adiante o acordões ou decisões que evidenciam que não há uma 
aplicabilidade dessas normas citadas acima, sendo que as mesmas são cabíveis 
nos casos a seguir relatados. 
4.2 Acordões do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (TJMA) 
Tribunal de segunda instância responsável por julgamentos de recursos feitos 
em primeira instância, sendo responsável por Reformar, anular sentenças, também 
tem seus julgados que podem ser objetos de Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos. 
PENAL. PROCESSO PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
PRONÚNCIA. HOMICIDIO QUALIFICADO. PEDIDO DE 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE. 
INVIÁVEL. LEGITIMA DEFESA. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 
HOMICIDIO QUALIFICADO. RECURSO IMPROVIDO. 1.Em sede de 
Pronúncia, a análise do magistrado se circunscreve à apreciação motivada 
dos requisitos da materialidade delitiva (do fato) e da existência de indícios 
suficientes de autoria ou de participação, visto se tratar de mero juízo de 
admissibilidade da acusação, devendo declarar o dispositivo legal em que 
julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as 
causas de aumento de pena, nos moldes da antiga redação do art. 413, § 1º 
do CPP. 2.Com efeito, uma incursão mais aprofundada no mérito da causa 
é capaz de influenciar a decisão do Conselho de Sentença, de modo a 
caracterizar usurpação da competência constitucionalmente conferida ao 
Tribunal do Júri. 3.Aanálise do magistrado que presidiu o feito atendeu às 
disposições normativas regedoras da matéria, guardando coerência com o 
conjunto probatório colhido nos autos, afigurando-se consentâneo com a 
razoabilidade a manutenção da sentença de pronúncia, eis que impera 
nesta fase processual o princípio do in dubio pro societate. 4.Devem ser 
mantidas as qualificadoras descritas na denúncia quando se apresentam 
manifestamente procedentes, com embasamento suficiente nos 
depoimentos constantes dos autos 5.Recurso conhecido e improvido. (TJ-
MA - RSE: 0386362015 MA 0000009-91.2015.8.10.0127, Relator: 
RAIMUNDO NONATO MAGALHÃES MELO, Data de Julgamento: 
16/02/2016, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 
18/02/2016) 
Segue o julgamento de Recurso em sentido Estrito, com pedido de reforma 
para ao invés da condenação de homicídio, mudar para lesão corporal, nota-se que 
não é utilizado nenhum argumento jurídico respaldado pelos Tratados Internacionais 
de Direitos Humanos, ficando assim a decisão “incompleta”, ineficiente no sentido 
que não houve uma aplicação clara de um dispositivo de extrema importância, 
ficando de lado como se tivesse sido negligenciado, e em consequentemente a 
qualidade de decisão caí, pois quando mais dispositivos possam ser aplicados 
30 
 
dentro de um único caso concreto, mais eficiente ele será e ao mesmo tempo mais 
garantidor fugindo da única via existencial do Direito Formal. 
Penal. Processual. Recurso em Sentido Estrito. Homicídio qualificado. 
Homicídio qualificado. Sentença de pronúncia. Excesso de motivação. 
Nulidade. Inconfiguração. Autoria. Indícios. Suficiência. Impronúncia. 
Inviabilidade. I - Não há falar-se em excesso de linguagem a ponto de 
recomendar a desconstituição da pronúncia, quando a se avistar limitado-se 
o magistrado a demonstrar tão apenas os motivos de seu convencimento. II 
- Se evidenciando o acervo suficientes indícios de autoria e inconteste prova 
da materialidade, por certo que, impossibilitativo o decretar da impronúncia, 
ante a prevalência do Princípio do in dúbio pro societate. Recurso 
improvido. Unanimidade. (TJ-MA - RSE: 00034292520158100024 MA 
0382442018, Relator: ANTONIO FERNANDO BAYMA ARAUJO, Data de 
Julgamento: 26/03/2019, PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL, Data de 
Publicação: 03/04/2019 00:00:00) 
Já no Inteiro Teor trás os fundamentos presentes na decisão. 
EMENTA Penal. Processual. Recurso em Sentido Estrito. Homicídio 
qualificado. Homicídio qualificado. Sentença de pronúncia. Excesso de 
motivação. Nulidade. Inconfiguração. Autoria. Indícios. Suficiência. 
Impronúncia. Inviabilidade. I - Não há falar-se em excesso de linguagem a 
ponto de recomendar a desconstituição da pronúncia, quando a se avistar 
limitado-se o magistrado a demonstrar tão apenas os motivos de seu 
convencimento. II - Se evidenciando o acervo suficientes indícios de autoria 
e inconteste prova da materialidade, por certo que, impossibilitativo o 
decretar da impronúncia, ante a prevalência do Princípio do in dúbio pro 
societate. Recurso improvido. Unanimidade. (TJ-MA - RSE: 
00034292520158100024 MA 0382442018, Relator: ANTONIO FERNANDO 
BAYMA ARAUJO, Data de Julgamento: 26/03/2019, PRIMEIRA CÂMARA 
CRIMINAL, Data de Publicação: 03/04/2019 00:00:00) 
Nota-se que há a possibilidade da aplicação dos tratados, sendo colocado em 
pauta na fundamentação e justificativa que os desembargadores devem fazer, pois 
não “pode” existir decisões que no caso seria acórdãos sem qualquer dispositivo 
legal, se baseando apenas em seu próprio conhecimento. Sendo compatível que 
diversos tratados que estão ratificados no Brasil que versam sobre a vida, e a 
dignidade da pessoa humana. 
4.3 Acordões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
Segue os acordões do STJ que demonstram o assunto tratado nos tópicos 
anteriores, que é a falta de utilização como fundamentação essas normas 
internacionais que versam sobre Direitos Humanos. 
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. DEFENSORIA PÚBLICA. 
PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E DEFESA DOS DIREITOS 
31 
 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS. ACESSO AOS AUTOS DE PROCEDIMENTO 
VERIFICATÓRIO. POSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. 1- A Lei 
Complementar n. 80/94, ao estabelecer os objetivos da Defensoria Pública, 
elenca, dentre outros, a primazia da dignidade da pessoa humana e a 
prevalência e efetividade dos direitos humanos e, para tanto, indica, como 
função institucional, a promoção da difusão e da conscientização dos 
direitos humanos, da cidadania e do ordenamento jurídico, além da 
prestação de orientação jurídica e defesa dos necessitados, e, 
especificamente quanto ao tema em debate, o exercício da defesa dos 
interesses individuais e coletivos da criança e do adolescente e a atuação 
na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de tortura, 
abusos sexuais, discriminação ou qualquer outra forma de opressão ou 
violência, propiciando o acompanhamento e o atendimento interdisciplinar 
das vítimas (Arts. 3º e 4º). 2 - Nessa linha, a despeito de a legislação não 
incluir, no rol de competências da Instituição, a atribuição para fiscalizar as 
unidades de internação, estabelece, expressamente, a função de atuar na 
preservação e na reparação dos direitos de pessoas vítimas de violência e 
opressão, do que decorre ser imperioso o acesso a informações 
decorrentes de registros de eventuais ocorrências que possam ensejar a 
sua atuação. 3 - O art. 128 da LC 80/94 elenca como prerrogativa dos 
membros da Defensoria Pública dos Estados: VII - ter vista pessoal dos 
processos fora dos cartórios e secretarias, ressalvadas as vedações legais; 
e VIII - examinar, em qualquer repartição pública, autos de flagrantes, 
inquéritos e processos, assegurada a obtenção de cópias e podendo tomar 
apontamentos. 4 - Na ausência de vedação legal, não há falar em 
impedimentode acesso da Defensoria Pública aos autos de Procedimento 
Verificatório instaurado para inspeção judicial e atividade correcional de 
unidade de execução de medidas socioeducativas, após relatos e 
denúncias de agressões sofridas pelos adolescentes internados e de outras 
irregularidades no processo ressocializador. 5 - Recurso ordinário provido 
para garantir à Defensoria Pública o acesso aos autos do Procedimento 
Verificatório de n. 20/06. (STJ - RMS: 52271 SP 2016/0270225-0, Relator: 
Ministro NEFI CORDEIRO, Data de Julgamento: 19/06/2018, T6 - SEXTA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 29/06/2018) 
Segue uma decisão que ficando clara a possível aplicação dos Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos, porém a mesma não foi utilizada. 
Porém às vezes o STJ utiliza os tratados Internacionais com, porém com 
menos frequência que o STF, conforme a jurisprudência a seguir. 
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. DANO QUALIFICADO. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. ELEMENTO 
SUBJETIVO DO TIPO. REEXAME. NÃO CABIMENTO. DESACATO. 
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS. CONTROLE 
DE CONVENCIONALIDADE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. A 
jurisprudência desta Corte Superior assentou que o delito previsto no art. 
163, parágrafo único, III, do Código Penal cuida de conduta que provoca 
lesão a bem jurídico de relevante valor social e afeta toda a coletividade, 
razão pela qual não cabe aplicação do princípio da insignificância. Hipótese 
em que o comportamento da ré transcende o mero prejuízo financeiro 
sofrido pela Administração Pública, porquanto o bem danificado possui valor 
de relevância social (viatura policial). Incabível na estreita via do habeas 
corpus o reexame do conjunto fático-probatório dos autos para infirmar a 
conclusão acerca do elemento subjetivo do tipo. A Terceira Seção Desta 
Corte Superior, no HC n. 379.269/MS, firmou a orientação de que o crime 
de desacato está em perfeita harmonia com ordenamento jurídico brasileiro 
32 
 
mesmo após a internalização da Convenção Americana de Direitos 
Humanos Agravo Regimental não provido. 
Nota-se que houve um não provimento de um recurso, se utilizando como 
fundamento jurídico a CADH, evidenciando a importância da aplicação desses 
fundamentos. 
4.4 Demais Tribunais 
Os demais tribunais seguem a mesma linha do TJMA, em que não utilizem 
qualquer tratado como meio de fundamentação, criando-se a necessidade de sua 
aplicação direta para uma fortificação normativa essencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
5 APONTAMENTOS PARA A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA 
Neste capitulo faremos uma reflexão sobre a solução da falta de 
aplicabilidade é necessário à realização de alguns procedimentos necessários para 
que essa necessidade seja suprida, para ter uma aplicação clara de cada tratado 
cada um com sua especificidade não se limitando a apenas um que versa sobre o 
assunto, mas sobre todos. 
5.1 Conhecimento Direto 
Para podermos aplicar algo necessitamos antes de conhecer, sim conhecer o 
teor de cada artigo, sobre o que cada tratado se trata, não se abstendo apenas pelo 
conhecimento geral de tal norma, mas sabendo a fundo de cada norma referida nos 
demais tópicos acima, porém caso haja limitação de tempo para uma análise 
profunda, que pelo menos haja um conhecimento geral sobre tais normas, e tendo a 
sua disposição tais leis que o possibilitem os Juízes ou desembargadores a 
pesquisarem quando quiserem. 
Tendo o conhecimento Direto haverá uma facilitação para tal aplicação 
facilitando que o problema suscitado seja solucionado. 
5.2 Entendimento da Relevância de sua Aplicação 
Nesse sentido a solução seria mais simples do que o esperado, mas de 
iniciativa do poder Executivo, Legislativo ou Jurídico poderia haver uma campanha 
de conscientização do benefício e poder da aplicação desses determinados tratados. 
Pois em meio ao caos, tanto político quando em quesito de segurança pública, se 
torna necessário a aplicação de todo o meio de defesa disponíveis, mesmo que 
pareça “inútil” em vista que a defesa dos direitos Humanos deve a bandeira do 
nosso país. 
E com a divulgação ou conscientização dos Juízes, irá diminuir mesmo que 
indiretamente a insegurança jurídica que assola o nosso país tendo em vista a 
desmoralização do poder judiciário vem sofrendo, tornar isso visível para o povo 
justamente o que a justiça visa defender, irá ser um benefício para todos. 
E assim todos os tribunais vigentes em nosso país, entendendo a gravidade 
da situação, e a maneira que o país se encontra, e o benefício de tal fundamentação 
34 
 
irá incentivar a aplicação por todos os demais, até mesmo que a fundamentação fica 
a critério do juiz ou relator, cabendo assim o incentivo estar presente. 
5.3 Aplicação Como Um Meio de Inspiração 
Com a aplicação presentar após todos os tópicos acima serem aplicados, irá 
servir de inspiração não apenas para os advogados ou Juízes, mas trará uma 
imagem em âmbito internacional, o Brasil se tornará o país em que todas suas 
sentenças de Direitos Humanos os Tratados Internacionais são aplicados, fazendo 
assim valer sua ratificação e efetividade, fugindo apenas do direito formal, e se 
aplicando no Direito Material, ou seja, efetividade no Direito Social. 
Com os bons olhos dentro do próprio país trará um sentimento de justiça e 
defesa, comentários entrarão em tona “a justiça se preocupa conosco”, “mesmo que 
ocorra o crime sabemos que ele será julgado da melhor maneira possível”, e com a 
retomada da confiança no Judiciário os poderes irão começar a se organizar 
novamente, e ter a aprovação do povo. 
Além disso, em âmbito internacional também, incentivando até o turismo 
porque por mais que a segurança nacional seja falha, um país bem visto afora 
devido a essa simples atitude, serviria até mesmo como um meio para que 
empresas internacionais venham ao país. 
Em consequência o país irá crescer porque tem mais impostos para recolher, 
haverá mais empregos para a população, ou seja, menos desigualdade social terá, 
além de a sociedade estar ganhando mais, irá consumir mais o que fará a empresa 
crescer, e contribuir mais e assim possibilitando que o Brasil possa incentivar mais 
ainda em esporte, educação e saúde, princípios básicos previstos em todos os 
Tratados já vistos até agora. 
5.4 Descumprimento de Tratado Internacional 
A Comissão Internacional de Direitos Humanos responsabilizou o Brasil por 
impunidade no caso em que o marido deixou a mulher paraplégica, sendo acusado 
de ter descumprido dois tratados Internacionais que foram ratificados que são: a 
Convenção Americana de Direitos Humanos e a Convenção Interamericana para 
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a mulher, conforme reportagem tirada 
da Folha de S. Paulo. 
35 
 
Ficando claro além do conhecimento prático, é necessário saber que há uma 
sanção também para o Brasil em caso de não cumprimento ou a não aplicação, nos 
afetando tanto na responsabilização quanto na imagem que passamos 
internacionalmente, que querendo ou não é de extrema importância pois isso poderá 
ditar se haverá negociações, se receberemos mais turistas entre outros fatores que 
afeta diretamente a qualidade de vida dos brasileiros, pois se isolar do mundo só 
trará prejuízo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Fica evidente que as normas não nasceram para apenas ficarem no papel, 
mas sim foram criadas para serem aplicadas, pois as leis presentes em um país o 
estruturam, e assim com o caráter digno que tem os Tratados Internacionais de 
Direitos Humanos cria-se a necessidade implícita de sua aplicação, como 
fundamento e garantias em todos os meios presentes no país, executivo, legislativo 
e principalmente o Jurídico que é o responsável muitas vezes de definir para onde a 
vida da pessoa vai, e ter um cuidado ou uma cautela é essencial para a confiança do 
povo em seu governo.Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos visam proteger diversos 
tipos de Direito, e em especial todos os direitos sociais, ou seja, aqueles garantidos 
dentro da CRFB, precisamente em seu artigo 5° e 6°, essas normas só reforçam a 
importância de sua aplicação, sendo um reforço a fundamentação da Constituição. 
Tendo um caráter de Norma supralegal e de Emenda Constitucional que 
depende da época que foi aprovada, antes ou depois da Emenda de 45, as mesmas 
estão no mesmo nivelamento da Constituição ou estão acima das leis ordinários, 
ficando claro o dever legal de aplicação. 
Nestes termos é claro que devem ser aplicados no dia-a-dia, como 
fundamento todos os tratados internacionais, com o crescimento populacional, há a 
necessidade de uma maior proteção para toda sociedade brasileira. 
E assim os profissionais do Direito tem uma função social de extrema 
importância, tendo em vista que são meios para alcançar a efetivação de toda a 
legislação do Brasil, pois a justiça deve ser provocada, e sentenciar o correto com 
base nas normas, tendo como influência o Civil Law, que se define como “O direito 
brasileiro recebe em seus primórdios a influência do Civil Law, cujo arcabouço de 
suas normas tem procedência no legislativo” (Assis Ribeiro). 
Nesses termos vendo a influência do Civil Law no país, e a função dos 
profissionais do Direito, é evidenciado o dever de todo o profissional assim como 
Advogado, ou Juiz na aplicação dos tratados, pois em nosso ordenamento, os 
problemas sociais são resolvidos por meio do ordenamento jurídico, tendo como 
base todas as leis que são aplicáveis no país. 
E assim com o conhecimento desses tratados poderá haver uma garantia 
maior para todo ordenamento brasileiro, devendo assim ser cada vez mais divulgado 
37 
 
o conteúdo desses tratados, pois com a grande relevância do conteúdo em questão, 
haverá uma necessidade básica em sua aplicação, tendo em visto o bem estar 
social. 
E com o grande crescimento da violência generalizada no país, em que 
diversas pessoas acabam sendo agredida e violada, a até mesmo perdendo a vida, 
os direitos fundamentais acabam sendo violados, e com isso cria-se a necessidade 
de alguma coisa que resguarde o brasileiro, pois em meio ao caos, uma proteção 
será um alivio, mesmo que seja mínimo. 
Os tratados internacionais com seu grau de importância nobre e digna, deve-
se deixar de ter apenas eficácia normativa e ter uma eficácia social maior, para não 
deixar o Direito da sociedade brasileira fragilizada, e assim garantindo a toda a 
população a oportunidade de terem seus direitos e garantias fundamentais 
respeitados porque por trás, há uma lei que os protege. 
Com isso temos que seguir a nossa Constituição Federal de 1988, e com a 
aplicação dos tratados internacionais de direitos humanos, poderemos garantir de 
maneira efetiva e clara o cumprimento dessas normas tão importante, como por 
exemplo o nosso artigo 5° da Constituição Federal. 
Percebe-se com base nas informações acima que não é o suficiente conhecer 
as normas, mas é necessária sua aplicação por meio de todos os tribunais sem 
exceção, garantindo a permanência desses tratados que versam sobre direitos 
humanos em suas fundamentações haverá acórdãos mais sólidos e consistentes 
suficientes para suprir a normatividade das questões discutidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
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