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AUTOMAÇÃO REDES INDUSTRIAIS-3ª SÉRIE 1 Conceitos de redes industriais Para compreendermos melhor estes conceitos utilizaremos o exemplo de uma padaria. Suponhamos que a padaria tenha três andares. Em cada um desses andares existem dois departamentos: entrada e saída (de qualquer coisa que entre ou saia de cada um desses andares). No primeiro andar funciona a expedição. É lá que são despachados para os devidos lugares tudo que chega, ou seja, os ingredientes para se fazer os pães são encaminhados para as camadas de cima e os pães prontos são encaminhados para os clientes que os compraram. No segundo andar é feito o armazenamento das mercadorias e empacotamento dos pães prontos: os ingredientes, que foram enviados pelo primeiro andar, são armazenados em seus devidos lugares e os pães prontos, que foram enviados pelo terceiro andar, são embalados e enviados para o primeiro andar, para que sejam despachados para os clientes. No terceiro andar são fabricados e assados os pães. Nesse ponto são recebidos os ingredientes necessários para a fabricação dos pães que, após assados, são enviados para o segundo andar e, em seguida, para o primeiro andar. Detalhes importantes: A comunicação entre os andares é feita de forma que, o primeiro andar só consegue se comunicar com o segundo andar. O segundo consegue se comunicar com o primeiro e o terceiro, e o terceiro andar se comunica apenas com o segundo. Essa comunicação é feita através de um walk-talk; No primeiro andar existem portas de todos os lados, que possibilitam que a entrada e saída de material da padaria, possa ser feita por vários caminhos, já que a padaria tem diversos clientes e cada um mora em um lugar diferente. Esses caminhos são as ruas; Essas ruas ligam as padarias aos seus clientes. O departamento de expedição da padaria pode se comunicar apenas com o departamento de expedição dos clientes (sim, os clientes também possuem seus departamentos); A encomenda é transportada da padaria até a casa dos clientes através de bicicletas, motos, carros, vans, caminhões ou qualquer outro meio de transporte. Isto será definido de acordo com a quantidade de pães que sairá da padaria. Veja a Figura 1: Figura 1 – Exemplo da rede proposta no texto Tudo começa com a comunicação de dados e as redes de computadores. Não há como explicar as redes industriais, sem falar sobre esses dois assuntos antes. A comunicação de dados trata do envio de dados através de um meio físico, que pode ser cabo, fibra-ótica, infravermelho etc. No caso da nossa história, nossos meios físicos são: 1. O ar: Já que a troca de mensagem entre os walk-talks é feita sem fios; 2. A rua: Nesse caso os pães são enviados da padaria para o cliente através de uma rua. Percebam que o meio físico é o “lugar” por onde a informação irá “caminhar” até chegar em seu destino. É através dele que a mensagem sai de um lugar e vai para outro. Já a rede de computadores é a responsável pela ligação entre todos os envolvidos na história, através de um “caminho” (ou uma estrutura de comunicação de dados) de forma que seja possível a troca de informações (nesse caso, pães) entre um lugar e outro. Na vida real, esses “envolvidos na história” são os computadores e a rede que faz essa conexão entre todo mundo é a Internet. Através da Internet nós podemos trocar informações com todas as pessoas que tenham acesso a ela. Seja em forma de e-mails, MSN ou qualquer outro bate-papo, redes sociais…enfim….conseguimos nos comunicar até com quem não conhecemos. Dentro das redes, tanto na rede de computadores quanto nas redes industriais, o “transporte” dos dados é feito através dos protocolos. No nosso exemplo, os protocolos foram chamados de motos, carros etc. No caso da rede de computadores, onde falamos mais sobre Internet, utiliza-se o TCP/IP, que é a combinação entre os protocolos TCP e IP. Nas 2 redes industriais existem vários, por exemplo: Profibus, Foundation fieldbus, As-i, DeviceNet etc. Cada um desses protocolos têm suas características e particularidades e a escolha por um determinado tipo é feita de acordo com a necessidade do “lugar” onde este protocolo irá atuar. Figura 2 – Exemplo de uma rede de Internet conectando o mundo todo As Redes de Computadores são sistemas de comunicação responsáveis por interligar dispositivos eletrônicos de forma que eles possam trocar informações. Por exemplo, no caso da Internet, esses dispositivos podem ser computadores, smartphones, tablets etc. Com qualquer um desses dispositivos todas as pessoas que tenham acesso à Internet conseguem se comunicar e trocar informações, independente do lugar onde cada uma delas esteja. Também foi comentado no anteriormente que as informações “caminham” de um lugar pra outro através dos meios físicos e que o “meio de transporte” utilizado são os chamados Protocolos de Comunicação. Agora, será abordado o que acontece, de fato, quando uma mensagem sai de um dispositivo e chega em outro. Obs.: a Internet não é o único tipo de Redes de Computadores, porém, é a mais comum entre todas, já que está presente no dia-a-dia de muita gente. Por isso foi usada como exemplo. Em uma rede de computadores as mensagens percorrem “caminhos” denominados Camadas, que são organizadas de acordo com o modelo OSI, da ISO (International Standards Organization). Este modelo é composto de sete camadas, que, com exceção da primeira, que é a Física, são implementadas em software. Na primeira parte, estas camadas foram chamadas de “andares da padaria”. Lembram? Veja na Figura 1 um exemplo da arquitetura e organização dessas camadas: Figura 1 - Modelo de referência OSI/ISO A implementação de todas as camadas varia de acordo com a necessidade da aplicação. Quanto maior a complexidade da aplicação, maior será a quantidade de camadas implementadas e vice-versa. Por exemplo, quando falamos de Internet, que utiliza o protocolo TCP/IP, são implementadas apenas cinco delas, que são: Física, Enlace, Rede, Transporte e Aplicação. Já em vários protocolos de redes industriais são implementadas apenas três, que são: Física, Enlace e Aplicação. Cada uma das camadas “enxerga” e trata a mensagem de uma maneira diferente. Veja na Tabela 1 como é feita esta interpretação: Tabela 1 – Forma como cada camada interpreta as mensagens Cada vez que a mensagem passa por uma camada ela é “embalada” com um conteúdo que apenas poderá ser interpretado pela mesma camada do destino final. Este processo é chamado de Encapsulamento. Para exemplificar, vamos a mais uma história. Imagine que vamos iniciar uma conversa pelo MSN com alguém. A mensagem inicial enviada é a palavra “OI!!!”. Então quer dizer que, quando digitamos a mensagem e a enviamos, http://www.automacaoindustrial.info/wp-content/uploads/2012/06/o-que-sao-redes-industriais-modelo-OSI.png 3 estamos solicitando à Camada de Aplicação que a mensagem “OI!!!” seja enviada para algum lugar. Então, esta camada insere um cabeçalho contendo as informações que serão necessárias para a Camada de Aplicação do receptor da mensagem. Cada vez que uma mensagem+cabeçalho chega à camada inferior ela é vista como dado pela camada atual e, esta insere seu cabeçalho e envia esse “conjunto” de cabeçalhos+mensagem para a próxima camada. Esse processo se repete até que a Camada de Enlace seja atingida. Neste ponto, além do cabeçalho referente à Camada de Enlace, também é adicionado um outro cabeçalho, denominado Trailer, que é um conjunto de informações que serão inseridas após os dados. Assim, o frameestá pronto para ser transmitido. Então, na Camada Física são gerados sinais elétricos, por exemplo, que são os responsáveis pela transmissão deste frame até o destino final. Esse frame será “recebido” pela Camada de Enlace do destinatário. Em seguida,o cabeçalho referente à Camada de Enlace será retirado e o que sobrar será enviado para a camada superior. Cada camada retira do frame o cabeçalho referente à mesma camada da origem, e esse processo é realizado até que a mensagem original chegue à Camada de Aplicação e, por fim, “apareça” na tela do computador de destino. Na Figura 2 podemos ver que cada quadro colorido representa o cabeçalho de cada camada. Nesta figura foram implementadas apenas cinco camadas, que são as necessárias quando se fala de Internet: Figura 2 – Exemplo de encapsulamento dos dados Agora que foi explicado como é realizado o “transporte” de uma mensagem através das camadas, vamos explicar, resumidamente, qual é a função de cada uma delas: Camada Física – esta camada descreve a tecnologia de transmissão dos dados, a pinagem dos conectores e os parâmetros técnicos e elétricos que devem ser cumpridos [4]. É nesta camada que ocorre o transporte dos dados representados por um conjunto serial de bits entre dois dispositivos [3], via um suporte de transmissão, que são os meios físicos. A camada Física não interpreta os dados; ela somente passa os dados para a Camada de Enlace [2]. Camada de Enlace – aqui é feita a detecção e correção de erros, controle do fluxo de dados e controle de acesso ao meio [1], por exemplo, quando há passagem de token. Isso significa que apenas terá direito de acessar o barramento quem possuir o token….isso garante que não haverá nenhuma colisão entre os pacotes que trafegam pelo barramento. Camada de Rede – cuida da rota que os dados devem seguir e fazem um controle de congestionamento dos meios de transmissão [1]. Camada de Transporte – sua função é garantir que a transferência dos dados seja feita de forma segura e econômica, entre origem e destino [1]. Camada de Sessão – cuida da sincronização entre máquinas para que se possa fazer longas transferências de dados [1]. Camada de Apresentação – esta camada cuida do conteúdo dos dados, sendo possível alterá-los [1]. Camada de Aplicação – é nesta camada que é feita a interface entre a máquina e o usuário. Falaremos sobre como é feita a transmissão dos dados pelo meio físico. Como foi falado anteriormente que quando uma mensagem é enviada de um dispositivo para outro, ela passa por várias camadas até chegar à Camada Física, onde ela é transformada em algum tipo de sinal para que possa trafegar pelo meio físico utilizado. Este sinal pode ser: Elétrico: quando se utiliza cabos; Luz: quando se utiliza fibra ótica; Rádio, infravermelho, satélite: quando a transmissão é feita sem fios, ou seja, os sinais trafegam pelo ar. http://www.automacaoindustrial.info/wp-content/uploads/2012/06/o-que-sao-redes-industriais-encapsulamento3.png 4 Para que uma mensagem consiga percorrer o meio físico ela precisa ser codificada, ou seja, ela precisa ser transformada em alguma coisa que seja capaz de percorrer o meio físico que está sendo utilizado. Vamos a um exemplo. Imagine que existam duas pessoas e cada uma delas esteja em um quarto. Esses quartos são vizinhos e existe no meio da parede um pequeno buraco que os interliga. As duas pessoas gostariam de se comunicar entre si, utilizando este buraco na parede, porém elas são mudas. Então, é claro, que não dá para a comunicação ser feita através da fala. Existe em cada um dos quartos várias pecinhas com letras, números e sinais ortográficos escritos, onde é possível uni-las e formar palavras. Assim, cada vez que uma das pessoas resolve mandar uma mensagem, ela coloca as pecinhas em ordem, de forma que a palavra que se quer enviar seja formada, e ela começa a jogar pelo buraco uma pecinha de cada vez (também em ordem). A pessoa do outro quarto vai juntando as pecinhas por ordem de chegada. Quando todas as peças são enviadas a palavra está completa no destino e a pessoa conseguirá ler a mensagem. Ambos os lados agem da mesma forma, formando palavras e enviando uma peça de cada vez para o destino. Esse processo de transformar a palavra em pedaços para que a informação consiga “passar” por um meio físico (neste caso o buraco) e chegar ao destino é chamado de Codificação. Veja Figura 1: Figura 1 – Exemplo de codificação de dados Na vida real, quando a mensagem chega na Camada Física, ela é vista por esta camada como uma sequência de bits. Esses bits são codificados, ou seja, são transformados em sinais (elétricos, luz etc), são transmitidos por partes e são unidos novamente no destino final. Uma das técnicas mais simples de codificação é através de impulsos, onde um impulso significa bit 1 e a ausência de impulso significa bit 0. Com estes dois dígitos é possível codificar todo tipo de mensagem que esteja representada por uma sequência de bits. Esse processo de enviar a informação por partes, ou seja, bit por bit é chamada de Transmissão Serial. De acordo com [1] esse tipo de transmissão tem as seguintes características: Os dados são transmitidos de forma menos complexa; Há necessidade de apenas um canal de comunicação (por exemplo, cabo par trançado); Menor velocidade na transmissão dos dados; Menor custo; E maior imunidade a ruídos. Existem três formas de transmitir uma mensagem. São elas: Simplex, Half-duplex e Duplex. Veja abaixo a explicação de cada uma delas: Simplex: neste tipo de comunicação a transmissão dos dados é feita de forma que não haja interatividade entre as partes que estão enviando a mensagem e as que estão recebendo. Por exemplo: a televisão nos fornece informações de vários tipos e nós não conseguimos interagir com ela. Quando o Willian Bonner nos dá “Boa noite” no final do Jornal Nacional, tem gente que até responde, mas ele não ouve. Half-duplex: aqui, a comunicação ocorre entre todas as partes, porém, quando uma está enviando uma mensagem, a outra fica quieta e somente quando a primeira termina a transmissão, é que a segunda poderá enviar sua parte. Exemplo: walk-talk. Duplex: neste modo, a transmissão e recepção dos dados pode ocorrer ao mesmo tempo. Exemplo: telefone. Quando duas pessoas estão conversando, elas podem falar ao mesmo tempo. Não é necessário que uma escute enquanto a outra fala. Transmissão paralela e transmissão serial 5 Apresentação Quando falamos em comunicação de dados e suas transmissões, além de termos que saber em qual meio ele será transmitido, temos que saber de quer forma ele será emitido. Existem apenas duas formas: paralelo e serial. Não importa se ele será uma comunicação entre dispositivos ou computadores - sempre serão por meio paralelo ou serial. Transmissão paralela Elas se caracterizam por utilizar meios físicos com muitas vias de comunicação. Um exemplo onde se pode verificar isso são os antigos cabos de impressora matricial. A utilização destas várias vias se dá pelo fato de que cada uma delas é responsável pela transmissão de um bit, seja para completar um caractere ou para controle deles. Como geralmente um caractere é formado por 8 bit’s, então são necessários 8 vias para que um caractere seja formado, enviado e recebido. Ele dispara, de uma única, vez 8 bit’s, ou seja, um caractere por pulso. Mas como você já deve ter percebido, cabos dessa natureza não contem somente as 8 vias de comunicação. Tem vários outros. Eles servem de controle de transmissão e erros. Já trataremos disso com detalhes. Vemos também esse exemplo muito bem exposto na placa-mãe. Ligando circuitos integrados a outros (como chipset ao processador, por exemplo), estas vias tem um nome diferente: barramento. Cada barramento transmite informações de forma paralela. Isso torna mais rápida a troca de informação entre os devices, principalmente na ponte norte. Transmissãoserial Este tipo de transmissão, como o nome sugere estando em inglês, se dá em serie - um bit atrás do outro. Para este tipo de transmissão é necessária apenas uma via de transmissão. Vemos isso definido na comunicação do mouse com a placa-mãe. Seus controles de transmissão são na mesma via. As transmissões de redes em cabos UTP, também são transmitidos de forma serial – claro que de maneira diferente. A maioria das transmissões de dados é feita de forma serial por causa do baixo custos de material e manutenção – alem do alcance poder ser bem maior se comparado ao cabo paralelo que é de 3m, por exemplo. Além de tudo isso, existe o fato da baixa possibilidade de atenuação de sinal por interferência, já que, quanto mais vias existir num cabo, maior a chance de perdemos informação. Enquanto podemos ter 3m para cabos paralelos, para os seriais, como os cabos de rede UTP CAT5, podemos ter ate 100m ou mais devido o fato de haver uma tecnologia que anula o crosstalk - interferência entre os pares dentro de um cabo, também conhecida como diafonia. Vias de ondas eletromagnéticas, como redes wireless, por exemplo, terão sempre transmissões seriais, a não ser que hajam vários canais emitindo de forma sincronizada, bits para formação de informações, caracterizando assim uma transmissão paralela. Mas é uma tecnologia mais cara. Quando pensamos em rapidez e confiabilidade, analisemos então, quem é mais rápido: paralelo ou serial? Poderíamos afirmar que as transmissões paralelas são no mínimo 8 vezes mais rápidas que a serial, sendo que esta entrega 1 bit é de uma vez, enquanto a serial entrega os bit's em fila. Além do curto espaço entre pontas no cabo paralelo, há ainda o crosstalk, não podendo ter no cabo, uma freqüência mais alta. Havendo perda de uma única via, não haverá mais entrega de dados. Com os dados transmitidos de forma serial necessitam de uma única via (duas, contando com http://3.bp.blogspot.com/_ramGlgFfQTM/SzwzXhlKXbI/AAAAAAAAAa0/C2d6BZS5oZY/s1600-h/paralelo.gif http://1.bp.blogspot.com/_ramGlgFfQTM/S5RSfraoKDI/AAAAAAAAAcE/V9S-fRCWpDA/s1600-h/serial.gif 6 o terra), não teríamos problemas com interferência vindo de fontes próximas - com algumas exceções. Cabos UTP CAT5 não podem estar perto de fontes eletromagnéticas como motores, por exemplo. Correção de erros nas transmissões CRC - Controle de erros nas transmissões paralelas Para que haja uma confiabilidade na entrega dos dados das transmissões, e feito uma verificação na entrega dos dados, certificando se os dados são idênticos entre o receptor e o emissor. Caso contrário, o receptor pedirá um reenvio das informações ao emissor. Existem vários protocolos de verificação. O mais comum é o CRC (Cyclical Redundancy Check - Checagem Cíclica de Redundância), por ser uma variação de um famoso modo chamadoChecksum. Seu conceito básico é o seguinte: Quando os dados são enviados, e recebido também pelo receptor, uma soma dos valores dos dados. Se os valores coincidirem, o receptor envia ao emissor uma informação certificando que os dados foram recebidos de maneira correta. A esse dado enviado, damos o nome de ack (Acknowledge - certificado). Caso contrário, o receptor pedirá o reenvio das informações enviando um dado chamado de nack(Not Acknowledge - não certificado). Isso faz com que a transmissão não se complete, havendo um loop infinito de pedidos entre os devices. Há também, outros modos de detecção de erros por paridade – verificação de erro que leva o mesmo nome. Por exemplo, onde o receptor conta o números de bit's 1 detectando erros caso não sejam pares. Já nas transmissões seriais, os erros são identificados de outra forma. Transmissões seriais assíncronas Caracteriza-se por conter na mesma via, muitos bit's de controle START/STOP a cada caractere transmitido. Se pensarmos bem, cada byte terá 10 bit's, então. A principal vantagem de dispositivos que utilizam esta tecnologia é o preço, por serem bem mais baratos que os transmissores síncronos. Transmissões seriais síncronas Como o nome sugere, o conjunto emissor/receptor terá que estar sincronizado. Para tanto, o conjunto terá que estar trabalhando na mesma freqüência. O controle é feito transmitindo- se um bloco de dados que é comparado mantendo sincronizado o conjunto. Informação analógica X informação digital Informações analógicas As informações analógicas, isto é, podem assumir qualquer valor ao longo do tempo dentro do intervalo. O som e a luz são bons exemplos de sinais analógicos. A principal vantagem da informação analógica é que a mesma pode representar qualquer valor, e também a sua grande desvantagem. Onde se o sinal analógico pode assumir qualquer valor, o receptor não tem como saber se o dado enviado pelo transmissor foi alterado por uma interferência externa. As transmissões analógicas são chamadas de banda larga ou wideband. Informações digitais As informações digitais tem caracteristica de trabalhar com valores em binário (0 ou 1), tornando a transmissão mais rápida porém mais suscetível a ruídos, normalmente aplicadas a curta distãncias. As transmissões digitais são chamadas de banda base ou baseband. Números binários Como vimos as informações binárias só podem assumir valores: 0 e 1. Esse tipo de valor é chamado de binário e cada algarismo binário é chamado de bit. Número de bits Nome 4 Nibble 8 Byte 16 Word 32 Double Word 64 Quad Word 7 Conceitos sobre redes de computadores Arquiteturas Conjunto de elementos em que a rede se sustenta, tanto no hardware quanto no software. OSI (Open System interconection) – Dividida em 7 camadas, onde cada camada é uma subdivisão do problema geral em diversos sub-problemas. SNA (System Network Architecture) – Modelo anterior ao OSI, originário da IBM. Neste caso são 5 camadas ou níveis. TCP/IP – Abreviatura de Transmission Control Protocol/Internet Protocol. Modelo voltado para compatibilizar a conexão de computadores através da rede mundial. Hierarquia de computadores Arquitetura par a par (peer to peer ou não hierárquica) – Todas as máquinas são contempladas com o mesmo sistema operacional de rede, e todas tem idênticos poderes. Arquitetura cliente-servidor – Uma máquina ou mais fazem o papel do servidor. Rede hierárquica. Arquitetura internet – Um servidor central provê páginas de internet com as quais os usuários podem interagir. Topologias Quanto ao arranjo com que se estabelecem as redes locais. Topologia física – Decorre do modo como a rede se apresenta instalada no espaço a ser coberto. “Forma da rede”. Topologia lógica – Decorre do modo de como as estações vão se comunicar entre si, fazendo o fluxo das mensagens. Barramento As estações se ligam através de um cabo único e comum. Quando o sinal atinge uma das extremidades ele é destruído. Quando uma estação lança um sinal, ele percorre ambas as direções. Vantagens: - Usa menor quantidade possível de cabos - Layout dos cabos extremamente simples - Fácil instalação e modificação - Fácil de estender Desvantagens: - Identificação e isolamento de falhas difícil - Baixa segurança Anel Os nós vão se ligando uns aos outros, formando um anel. Cada estação funciona como um receptor, reforçando os sinais entre um estação e outra. Os dados percorrem o anel em um sentido único. Vantagens: Baixo custo do cabo A regeneração do sinal permite cobrir maiores distâncias Desvantagens: A falha de qualquer nó afeta a rede inteira Difícil diagnóstico de falhas e erros A re-configuração da rede para acrescentar/retirar nós é complicada. 8 Estrela Nesta topologia existe um dispositivo central, ao qual as estações e servidores se conectam. Todo tráfego de redepassa por este centro. Vantagens : Facilidade de manutenção Facilidade na identificação de problemas Desvantagens: Necessidade de maior quantidade de cabos Paralisação total no caso de falha no equipamento central. Métodos de acesso São especificações que disciplinam o controle de acesso dos computadores ao canal de comunicações. Pode ser do tipo: Determinístico – Que reserva espaço de tempo especificamente a cada estação. Não-determinístico – Se estabelece o critério segundo o qual as estações disputam o direito de acesso ao canal de comunicações CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access With Collision Detection) - Método de acesso não-determinístico. - Cada componente de rede possui idêntico direito de acesso ao canal. - Em caso de transmissão simultânea, a rede utilizará um número aleatório para decidir quem terá a preferência. - Quando o número de estações ultrapassa 50, a tendência é que colisões múltiplas e freqüentes, podendo causar um “deadlock”. Polling(pergunta/resposta) - Um nó da rede somente transmite se estiver autorizado por uma estação denominada controladora. - A controladora interroga cada estação, dando a todas, sucessivamente, o direito de transmitir, sem riscos de colisão. - Método baseado na baseado em contenção ou método determinístico. Token Ring - Método de acesso determinístico. - Um pacote de dados especial, denominado ficha “Token”, circula na rede de topologia anel, obedecendo à ordem física. - Estando desocupada a ficha é capturada pela estação que deseja transmitir. - A ficha é capturada pela estação que deseja transmitir, que insere a mensagem com o endereço de destino, a estação de destino ao reconhecer que é a ela que a mensagem está sendo enviada, copia o conteúdo e volta a liberar a ficha, ao passar novamente pela estação transmissora, esta retira a mensagem que volta a “rodar em disponibilidade”. Token Bus - Método análogo ao anterior aplicado em redes barramento. A denominação generalizada de métodos de acesso desta natureza é Token- Passing. Órgãos padronizadores Conectividade – Característica obtida a partir da adoção de um conjunto de padrões que possibilita a integração de computadores, formando redes; Compatibilidade - Independência de fornecedores :Uma vez que os produtos seguem as normas, sua origem deixa de ser relevante. Interoperabilidade - O funcionamento dos recursos da rede independerá do tipo de máquina ou do sistema operacional. Portabilidade - É a capacidade de passar de uma máquina para outra sem que seja necessário re- 9 aprender como manipular a interface com o sistema computacional / Informacional. Termos: Sistemas abertos - Sistemas que possuem compatibilidade, portabilidade e interoperabilidade; Proprietário - Produto cuja arquitetura e funcionalidade não são de domínio público, ou seja não obedecem padrões que estejam de alcance do domínio público ou outras entidades. ISO – (International Organization for Standarzation)- Organização Internacional de padronização. Termos: IEEE – (Institute of electrical and electronics engineers) - Maior organização do planeta. EIA/TIA (Electronics Industries association / Telecommunications Industries Association ) – Órgão norte-americano de padrões de sistemas de comunicações. ITU (International Telecommunication Union) – Organização internacional que define padrões para comunicações analógicas e digitais. Canais de comunicação Conector bnc: Cabo coaxial – Cabo formado por um núcleo interno metálico envolto em uma camada isolante, outro condutor externo que envolve a camada isolante e finalmente, um envoltório externo. Vantagens : Imunidade a ruídos; Suporta banda base e banda larga Cada segmento alcança maiores distâncias que o par-trançado; Transmite voz, dados e imagem; Permite multiderivação; Desvantagens: Mais oneroso que o par-trançado; Sua instalação é mais difícil e mais cara; A falha em um único ponto impede a comunicação em todos os nós; Falta de segurança; Tipos de cabos coaxiais: 10base5 – 0.4” 10base2 – 0.2” 10 Conector rj45: Par-trançado - Cabo formado por pares de fios de metal isolados e trançados um sobre o outro. Tipos : STP (Shielded twisted pair) – Contém uma blindagem individual para cada par de fios afim de reduzir a diafonia e uma blindagem global para reduzir a influência externa. UTP (Unshielded twisted pair)- Cabo sem blindagem. Baixo custo; Facilidade de conectar aos dispositivos; Facilidade na instalação; Pode ser blindado afim de reduzir interferências; A falha de um cabo não afeta os outros nós Maior segurança que o cabo coaxial. Desvantagens: O cabo não blindado pode sofrer interferências principalmente em altas velocidades; O cabo blindado é de alto custo; Banda de passagem limitada com relação à fibra óptica e o cabo coaxial; Conectores: 11 Fibra ótica - Duto de vidro de alto grau de pureza . Na fibra as informações são transmitidas na forma de pulsos de luz, não existindo, portanto impulsos elétricos. Os pulsos podem ser gerados por um led ou por laser. O potencial de transmissão pode chegar a 1 trilhão de bits por segundo. Vantagens: Taxas de transferências muitos altas; Não produzem e nem sofrem interferências; Transportam os sinais por maiores distâncias sem degradação. Desvantagens: Pessoal mais especializado, portanto mais caro, para fazer a instalação; Mais difícil adicionar / excluir nós; Preço mais alto que os outros cabos; Um conector de fibra deve criar um angulo reto e preciso com relação a extremidade do cabo, uma ligação com custo alto; Uma placa de rede para f.o. pode custar até 7 vezes mais que uma placa de cabos de cobre; Canais atmosféricos – Chamados canais wireless (sem fio). Pode ser dividido em dois grupos: Difusão – Formado pelas ondas de rádio e infra- vermelho; O emissor atinge uma vasta área, não sendo necessário que os receptores sejam localizados de maneira precisa. Direcionais – Formados pelas microondas e lasers; Neste caso o a ligação é ponto a ponto, ou seja, é necessário o alinhamento preciso do transmissor e do receptor. Vantagens: Desaparecimento dos gastos com cabeamento; Facilidade na instalação e re-configuração; O infravermelho não precisa de licença legal para utilização; Os canais de difusão permitem que os nós receptores sejam móveis; Os canais direcionais apresentam resistência contra acesso indesejável; O infravermelho e o laser são imunes a qualquer interferência eletromagnética; Microondas e laser apresentam alta banda de passagem; As ondas de rádio, microondas e lasers podem ser utilizados em redes metropolitanas ou de área abrangente; Desvantagens: Os canais de difusão são inseguros exigindo criptografia. O uso de ondas de radio, microondas e laser necessita de autorização legal; As microondas, infravermelhos e lasers são sensíveis a barreiras materiais; Em determinadas situações o alinhamento do receptor e transmissor pode ser impossível; As ondas de rádio e microondas são suscetíveis a interferências eletromagnéticas; AS ondas de rádio e infravermelho apresentam banda de passagem limitada; O uso de infravermelho está restrito à redes locais. Padrões de cabeamento EIA/TIA - Associação internacional de padronização de cabeamento. EIA/TIA 568 - Norma que define características de cabeamento para prédios comerciais. EIA/TIA 568A – Proposta para modificação da norma 568. SP-2840 – Nome para o qual a norma EIA/TIA 568A está mudando. Categorias de cabos As normas TSB36 e TSB40 definem as condições para cabos e componentes transmitirem sinaiscom velocidades variadas. 12 Categoria 3 : Para transmissões até 10Mbps. Certificado até 16MHz Categoria 4 : Para transmissões até 16Mbps. Certificado até 20Mhz Categoria 5 : Para transmissões até 100Mbps e acima. Certificado até 100MHz. Cabeamento estruturado A configuração básica recomendada para os sistemas modernos de cabeamento de telecomunicações (voz e dados) nas instalações prediais dá-se o nome de cabeamento estruturado. Cabeamento vertical ou dorsal (backbone) - É composto de cabos de comunicação que interconectam os diversos componentes da infra- estrutura (QP,SE,QI e ST). É exigido que o cabeamento vertical utilize a topologia estrela. Cabeamento horizontal – É formado pelos cabos situados entre a ST e ATU, painéis de manobra (patch panel) no ST, cabos de manobra (patch cord). Cabeamento que serve a diretamente aos equipamentos de comunicação (computadores pessoais, servidores, telefones, fax e etc.). É exigido que o cabeamento horizontal tenha a topologia estrela. Para cabeamento vertical, os seguintes cabos podem ser utilizados: Cabo par-trançado UTP de 100 Ohms Cabo par-trançado STP de 150 Ohms Fibra ótica multimodo Fibra ótica monomodo. Para Cabeamento horizontal os seguintes cabos podem ser utilizados Cabo de par-trançado UTP – 100 Ohms Cabo de par-trançado STP – 150 Ohms Fibra ótica multimodo O cabo coaxial não deve ser utilizado nestas instalações. Componentes : Patch panel – Dispositivo existente na sala de telecomunicações e junto aos distribuidores prediais. Utilizado para facilitar a interconexão dos cabos existentes em cada uma destas áreas. Patch cord ou cabo de manobra – Cabo que liga do patch panel ao equipamento da rede (HUB ou PABX). Fatores determinantes para a escolha de cabos para a rede: A topologia física de uma rede é suportada pelo cabeamento. Cabeamento vertical(Backbone): Interligando os demais segmentos componentes. Neste caso são utilizados normalmente enlace de fibra ótica. Cabeamento horizontal: Onde os cabos são distribuídos por um dos andares de uma edificação. Os cabos mais utilizados para estas estruturas são os cabos UTP categoria 5 nas normas EIA/TIA 568, 568a,569,606. Com a escolha da F.O. para o cabeamento dorsal convém adotar a tecnologia ATM. ATM (Asynchronous Transfer Mode) – Tecnologia que permite a utilização de serviços integrados de dados, voz, texto e imagens. Modo de transmissão assíncrono que suporta velocidades desde 1.544Mbps até 10Gbps. Permite o tratamento igualitário dos pontos sejam espalhados pelo país ou no mesmo edifício. O uso da fibra ótica não se generaliza deve-se a: Ser significativamente mais cara do que o cabo UTP; Exigir mão-de-obra especializada para a instalação; Não se fazer necessária, por não haver qualquer justificativa, já que o UTP satisfaz às exigências do cabeamento generalizado. A escolha do par-trançado UTP se justifica pelos seguintes motivos: Confiabilidade; Segurança; Facilidade na instalação; Baixo custo; Altas taxas de transmissão; Conectividade simples. Cabeamento horizontal O cabo mais utilizado é o UTP; Embora projetado para voz o cabo par- trançado, foi adaptado atualmente para as workstations, suportando até 100Mbps; O Trançamento do cabo UTP evita o crosstalk; 10baseT – Cabo UTP empregado em ETHERNET 100baseT - Cabo UTP empregado em FAST ETHERNET. Onde o T – Twist (trançado) Cabo UTP flexível – Deve ser utilizado nos segmentos curtos das instalações como, entre 13 placas de redes e tomadas de parede, entre os equipamentos do patch panel. Cabo UTP rígido – Utilizado nos cabos horizontais. Deve ser utilizado em locais em que ele não vai ser dobrado, torcido ou curvado repetidamente. Em locais ruidosos como aeroportos, fábricas e etc, devemos utilizar os cabos STP. Redes Ethernet Rede física em ambito local (LAN), utilizando CSMA/CD como protocolo de enlace de dados. Pode utilizar cabeamento 10baseT com enlaces 10baseF; Nasceu do projeto da Universidade do Hawai Chamado Aloa Net. Chamado pela IEEE de 802.3 e pela ISO de 8802.3 Pode trabalhar nas velocidades de 10Mbps, 100Mbps e 1Gbps. Oferece facilidade na ligação com outras redes. A redes Ethernet são chamadas de: 10Mbps – Ethernet IEEE 802.3 100Mbps – Fast Ethernet IEEE 802.3u 1Gbps – Gigabit Ethernet IEEE 802.3z Transição Ethernet – Fast Ethernet A Fast Ethernet mantém a técnica de acesso ao meio CSM/CD. Não há a necessidade de troca de software de gerenciamento de redes. A Ethernet 100Mbps serve como degrau de transição para tecnologias mais rápidas. A rede Ethernet de 100 Mbps pode ser implementada gradualmente a partir de uma rede 10 Mbps. Fatores relevantes para a evolução do Ethernet 10 Base T (10Mbps) para Fast Ethernet (100Mbps): Familiaridade – Os administradores já sabem como manter uma Lan ETHERNET. Compatibilidade – A Fast Ethernet mantém os mesmos protocolos da rede ETHERNET. Flexibilidade do cabeamento – Tal como o 10baseT, a Fast Ethernet pode operar sobre diversos esquemas de cabeamento, como F.O., cabo par-trançado, portanto a transição não implica em grandes despesas de cabeamento. Redes Ethernet comutadas Podemos utilizar ao invés da rede Ethernet compartilhada a Ethernet comutada. Para tal transição basta trocarmos os concentradores para comutadores inteligentes, chamados de Switchs. A rede comutada faz aumentar a velocidade agregada e reduzir o congestionamento global. Dentro de cada comutador, circuitos de alta velocidade suportam conexões entre todos os segmentos para a alocação máxima de largura de banda sob demanda. Rede Token Ring Consiste em uma topologia lógica anel e uma topologia física em estrela, com método de acesso de passagem de ficha. (Token Passing). Conhecida como o IEEE 802.5. Opera a 16Mbps. Possui a característica de alto custo; O uso do cabo par-trançado garante que a rede esteja protegida de falhas de cabeamento. Redes FDDI Fiber Distributed Data Interface; Cabeamento em fibra ótica; Anel simples (até 200Km) ou anel duplo; Velocidade de 100Mbps; Ligação de até 500 estações; IEEE 802.5; Método de acesso Token Ring; Redes ATM Asynchronous Transfer mode; Utiliza transmissões isocrônicas (voz,dados,imagens); Pode ser utilzada em redes LAN ou em redes WAN; Utiliza cabeamento ótico; Velocidades de 2Mbps até 10Gbps; Custo alto com relação à modificações; Muito utilizado em aplicações de vídeo conferência. Componentes essenciais de uma rede: Placa de rede As placas de rede são equipamentos internos instalados nos computadores para tornar possível a comunicação entre as estações de 14 trabalho e entre as estações e o servidor. As placas de rede são também conhecidas por NIC (Network Interface Card). A Figura 1.3 representa uma placa de rede: Hub Representam dispositivos de conexão entre as estações e os servidores de uma rede local. Funciona como um repetidor multiportas, nos quais os sinais que são recebidos em uma das portas são repetidos em todas as demais. É um elemento passivo no sentido que não analisa examina endereços MAC ou IP. O hub também opera na camada física do modelo OSI e do padrão Ethernet e não tem como interpretar os quadros que está enviando ou está recebendo. Repetidor Tem como objetivo ampliar o tamanho da rede, ou seja, uma máquina poderá transmitir dados para outra máquina localizada em uma distância maior do que a normalmente alcançada sem o uso deste equipamento. O repetidor opera na camada física do modelo OSI e do padrão Ethernet, e por isso não tem condições de analisar os quadros e dados recebidos. Sendo assim tem como única funçãoestender o seguimento da rede. Switch Representa uma Bridge com múltiplas portas, opera na camada de enlace do modelo osi e no padrão Ethernet. O switch analisa os quadros observando seu endereço MAC, através de uma tabela, direciona as informações para o destino. Bridge Equipamento que opera na camada de enlace do modelo OSI e do padrão Ethernet. Possui a capacidade de interpretar os quadros que circulam pela rede, baseando-se no endereço MAC recebido a Bridge determina qual segmento irá receber a informação. Possui uma tabela de Bridging (uma tabela hash) com os endereços MAC que estão conectados em cada porta. Para esta tabela ser formada basta um quadro ser recebido pela porta em questão. Ponte ou Bridge Roteador Também conhecido como router, responsável por interligar redes LANS e atua nas 15 camadas 1,2 e 3 do modelo TCP/IP. OS roteadores possuem como função a decisão sobre qual caminho o tráfego de informação pode deve seguir. Interpretam os endereços IP contidos nos pacotes de dados e em seguida consultam a tabela de roteamento, se o endereço estiver cadastrado o roteador encaminha para a porta destino. Um roteador pode ser um equipamento específico ou um computador de uso geral com mais de uma placa de rede. Roteamento – É a orientação dos pacotes de dados, de modo a assegurar que cheguem ao destino correto através do caminho mais conveniente. Protocolo de roteamento – Tem a função de fornecer um serviço que o conjunto de redes interligadas (de tecnologias distintas e abrangendo várias áreas geográficas), pareça com uma única rede virtual. Características dos roteadores: Recebe mensagens transmitidas e encaminha para os destinatários corretos, selecionando a rota mais eficiente disponível no momento. Numa série de redes interconectadas, usando o mesmo protocolo de comunicação, serve como ligação entre elas, provendo troca de mensagens de forma eficiente e segura. Algoritmos de roteamento levam em conta parâmetros como: Prioridades Confiabilidade Tamanho de datagramas Congestão de redes Segurança Os roteadores formam uma estrutura interconectada e cooperativa através do qual os datagramas passam de roteador a roteador até que alcance um roteador que está diretamente ligado à rede do nó de destino. Protocolos de rede Um protocolo em comunicação de dados é o conjunto de regras ou normas que estabelece como iniciar, como desenvolver e como encerrar uma conexão entre computadores. TCP/IP O TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol) tem sido o conjunto de protocolos preferido para redes por ser o que de mais versátil existe quando se trata de comunicação de dados entre si. Entre os principais protocolos destacam-se: ARP – Address Resolution Protocol BOOTP – Bootstrap Protocol DAYTIME – Daytime Protocol EGP – Exterior Gateway Protocol FINGER – Finger Protocol FTP – File Transfer Protocol HELLO – Hello Routing Protocol ICMP – Internet Control Message Protocol IP – Internet Protocol IP – SLIP – Serial Line IP IP – CSLIP – Compressed Serial Line IP IP – X25 – Internet Protocol on X25 Nets NNTP – Network News Transfer Protocol NTP – Network Time Protocol POP2 – Post Office Protocol, version 2 POP3 – Post Office Protocol, version 3 PPP – Point to Point Protocol RARP – Reverse Address Resolution Protocol RIP – Routing Information Protocol SMI – Structure of Management Information SMTP – Simple Mail Transfer Protocol SNMP – Simple Network Management Protocol SUN-RPC – Remote Procedure Protocol SUPDUP – SUPDUP Protocol TCP – Transmission Control Protocol TELNET – Terminal Emulation Protocol TFTP – Trivial File Transfer Protocol TIME – Time Server Protocol UDP – User Datagram Protocol 16 Características do TCP/IP: Aberto Público Independente de sistema operacional Independente de hardware de um fabricante específico Independente da rede física utilizada. Relacionamento TCP/IP com o modelo OSI Modelo OSI Modelo TCP/IP 7 Aplicação 5 Aplicação 6 Apresentação 5 Sessão 4 Transporte 4 Transporte 3 Rede 3 Internet 2 Enlace 1 Camada Física 1 Fisica Protocolo IP Protocolo que determina o endereçamento único de hosts em uma rede TCP/IP. Formado por duas partes, uma que identifica a rede do equipamento e a segunda que identifica o equipamento. Endereço IPV4 Representação do endereço IPV4 O endereço IP é representado por um número de 32 bits (4 bytes). Classes de endereçamento Class e Bit fixo para identifica r a classe do endereço Identificado r da rede Identificado r do host A 0 7 bits 24 bits B 10 14 bits 16 bits C 110 21 bits 8 bits D 1110 Endereço de multicast E 11110 Não definido Classe A Nenhum endereço classe A ou classe B está disponível, todos os endereços destas classes já foram distribuídos para empresas que utilizam internet. Possuem o primeiro byte (primeiro número do endereço IP) entre 1 e 127, sendo que os outros 3 bytes podem variar entre 0 e 255. Classe B Possuem o primeiro byte com valores variando de 128 a 191 e o segundo com valores entre 0 e 2555. Classe C Redes consideradas pequenas no entendimento da IANA, deixando apenas 8 bits para serem definidos pelos administradores da rede local. Classe D Possuem o primeiro byte superior a 224 e variam até 239. Esta classe está reservada para criar agrupamentos de computadores para transmissões multicast. Classe E Os endereços classificados como pertencentes a classe E são reservados e foram definidos variando entre 240.0.0.0 até 255.0.0.0. Estes endereços não podem ser utilizados para endereçar computadores de usuários em redes. Máscaras de rede padrão Classe A – 255.0.0.0.0 ou /8 Classe B – 255.255.0.0 ou /16 Classe C – 255.255.255.0 ou /24 Endereços reservados Endereços que não podem ser utilizados, reduzindo ainda mais os endereços disponíveis para computadores. Loopback address Endereços que iniciam o primeiro byte com 127 foram reservados para receber informações de retorno de servidores, ou seja, uma mensagem de dados destinada a um servidor 127.x.x.x deverá retornar ao emitente. Rota padrão O endereço 0.0.0.0 é reservado para uso como a rota padrão do computador. Todas as vezes que 17 um destino for requisitado, e o endereço não estiver presente na rede local, o protocolo procurará pelo endereço 0.0.0.0 e avaliará a rota configurada previamente para direcionar a requisição. Endereço de Broadcast O endereço 255.255.255.255 é reservado para transmissões de pacotes em broadcast. Uma transmissão em broadcast indica para todos os computadores da rede local que a informação recebida deverá ser processada independentemente do endereço MAC ser ou não ser igual ao endereço MAC recebido do quadro Ethernet. Sendo o endereço de Broadcast MAC FF:FF:FF:FF:FF. Endereço Ip publico e privado Endereços privados são endereços que foram reservados para utilização em redes locais, não sendo possível conectar uma rede a internet sem um destes endereços. Endereço IP não roteável Início Fim Classe A 10.0.0.0 10.255.255.255 Classe B 172.16.0.0 172.31.255.255 Classe C 192.168.0.0 192.168.255.255 Outro fato muito importante relacionado aos endereços privados é quanto a problemas de conectividade, supondo que um administrador de rede use, por exemplo, o endereço 47.160.3.0 ( Máscara 255.255.255.0 ou /24) na sua rede local para endereçar suas máquinas. Isso é um bloco de endereços IP válidos na internet. Se fizermos o reverse DNS lookup com essa classe, identificaremos que essa rede pertence a Nortel Networks. Assim, se usarmos esse IP, o NAT ( Network Address Translation) não conseguirá mascararessa rede, simplesmente por que ele pertence a sua red local. Máscara de rede A máscara de rede é chamada propriamente de máscara de sub-rede. Tem a função de separar o endereço da máquina do endereço da rede. Formato do endereço IPv6 Amplia o endereçamento de 32 bits para 128 bits, possibilitando que cada cidadão do mundo tenha seu endereço Ip individual. O endereço IPV6 tem três formas de representação: - Simples. Exemplo: 4DEA:2031:0:06:600:600C:51A7 - Forma reduzida. Afim de minimizar a representação. Exemplo : 1199::9:900:100C:417C - Compatibilização. Para compatibilizar endereços IPV4 com os IPv6. Exemplo: 0:0:0:0:0:0:192.168.1.30 Endereço Forma abreviada Des crição 1180:0:0:09:900:1 00C:417C 1180::9:900:10 0C:417C Endereço ponto a ponto 0:0:0:0:0:0:0:0:1 ::1 Endereço de loopback 0:0:0:0:0:0:192.16 8.100.30 ::192.168.100.3 0 Endereço utilizado em ambientes mistos com IPV4 e IPV6 Tipos de endereços Endereço de unicast Refere-se ao endereço ponto a ponto já utilizado, ou seja, todo pacote enviado para um endereço de unicast será entregue somente para a interface de rede específica. Endereço anycast É um novo tipo de endereçamento, são endereços unicast, com a seguinte particularidade: um mesmo endereço é atribuído a vários roteadores. Endereço de Multicast Um pacote destinado a endereços Multicast é entregue a todas as interfaces que fazem parte do grupo de endereços ao mesmo tempo, assim como ocorre nas transmissões de broadcast. Onde uma transmissão de multicast atinge o grupo de computadores onde ele estiver e a transmissão broadcast atinge somente a rede local. Protocolo IPX/SPX Conjunto de protocolos básicos associados ao sistema operacional Novell. O protocolo IPX (Internetwork Packet Exchange) é usado pela Novell para roteamento de mensagens e o protocolo SPX (Sequenced Packet Protocol), é 18 responsável pelo transporte, equivalente a camada 4 do modelo OSI. Protocolo Netbeui Em 1984 a IBM introduziu uma interface de programação denominada NETBIOS (Netwirk Basic Input/Output System) própria para programação de aplicações distribuídas. Atualmente a Microsoft incluiu esta interface em seu sistema operacional, implementado por um emulador com funções de protocolo de comunicação de dados chamado NETBEUI. (Netbios Extended User Interface). Portanto o protocolo Netbeui é um protocolo para redes homogenias da Microsoft. Protocolo X.25 Criado pela CCITT (atual ITU) o X.25 é um grupo de protocolos que determina os procedimentos para comunicação em uma rede de comutação de pacotes. Características: - O formato dos pacotes, controle de erro e outros recursos são equivalentes a partes do protocolo HDLC; - O esquema de endereçamento é tratado pela norma X.121, onde cada endereço físico possui 14 dígitos; - Foi projetado na época em que os canais de comunicação eram de baixa velocidade, por isso é dotado de diversos recursos de detecção e recuperação de erros, que lhe garantem segurança, porém o tornam incompatível com os canais modernos. Protocolo Frame-relay O protocolo Frame-relay é uma evolução tecnológica do X.25, porém capaz de suportar transmissões de grandes volumes, e em velocidade bem superior, na casa dos megabits por segundo. Normalmente utilizado em aplicações como internet e vídeo conferências. Seu protocolo de enlace de dados é o DL-CORE. Protocolo PPP Chamado Point to Point Protocol, trata-se de um padrão voltado à conexão direta de computadores à internet, através de linhas discadas. O PPP é mais avançado que o antigo protocolo SLIP(Serial Line Internet Protocol). Redes com mais de um protocolo Em certos casos existe a hipótese de uma rede ser dotada de mais de um protocolo, como por exemplo: NETBEUI e TCP/IP. Características: TCP/IP - Roteável - Suporta um grande número de computadores - Velocidade razoável nas comunicações intra-rede NETBEUI - Não roteável - Suporta no máximo 200 estações - Maior velocidade nas comunicações intra- rede Redes industriais Introdução A necessidade de automação na indústria e nos mais diversos segmentos está associada, entre diversos aspectos, às possibilidades de aumentar a velocidade de processamento das informações, uma vez que as operações estão cada vez mais complexas e variáveis, necessitando de um grande número de controles e mecanismos de regulação para permitir decisões mais ágeis e, portanto, aumentar os níveis de produtividade e eficiência do processo produtivo dentro das premissas da excelência operacional. A automação permite economias de energia, força de trabalho e matérias-primas, um melhor controle de qualidade do produto, maior utilização da planta, aumenta a produtividade e a segurança operacional. Em essência, a automação nas indústrias permite elevar os níveis de continuidade e de controle global do processo com maior eficiência, aproximar ao máximo a produção real à capacidade nominal da planta, ao reduzir ao mínimo possível as horas paradas, de manutenção corretiva e a falta de matéria-prima. Além disso, com o advento dos sistemas de automação baseado em redes de campo e tecnologia digital, pode-se ter vários benefícios em termos de manutenção e aumentar a disponibilidade e segurança operacional. E ainda, a automação extrapola os limites de chão de fábrica, ela continua após o produto acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes; a automação do negócio. 19 Figura 1 - A automação extrapola os limites de chão de fábrica, ela continua após o produto acabado, atingindo fronteiras mais abrangentes; a automação do negócio. A solução completa deve prover uma metodologia de gestão da indústria de forma transparente e garantir que todos os esforços sejam direcionados para se atingir a meta estabelecida, facilitando a tomada de decisão quando há mudanças relevantes ao desempenho dos indicadores ou um desvio em relação ao planejado. Usuários e clientes então devem estar atentos na escolha e definição de um sistema de automação e controle, onde esta definição deve levar em conta vários critérios e que possa estar em sincronismo com o avanço tecnológico. Quanto mais informação, melhor uma planta pode ser operada e sendo assim, mais produtos pode gerar e mais lucrativa pode ser. A informação digital e os sistemas verdadeiramente abertos permitem que se colete informações dos mais diversos tipos e finalidades de uma planta, de uma forma interoperável e como ninguém jamais imaginou e neste sentido, com a tecnologia Fieldbus (Foundation fieldbus, Profibus, HART, DeviceNet, Asi, etc.) pode-se transformar preciosos bits e bytes em um relacionamento lucrativo e obter também um ganho qualitativo do sistema como um todo. Não basta apenas pensar em barramento de campo, deve-se estar atento aos benefícios gerais que um sistema de automação e controle possa proporcionar. A revolução da comunicação industrial na tecnologia da automação está revelando um enorme potencial na otimização de sistemas de processo e tem feito uma importante contribuição na direção da melhoria no uso de recursos. Veremos a seguir alguns detalhes e redes industriais que fornecerão uma explicação detalhada de como estas redes agem como o elo de ligação central no fluxo de informações na automação. A tecnologia da informação tem sido determinante no desenvolvimento da tecnologia da automação alterando hierarquias e estruturas nos mais diversos ambientes industriais assim como setores, desde as indústrias de processo e manufatura até prédios e sistemas logísticos. A capacidade de comunicação entre dispositivos e o uso de mecanismos padronizados, abertos e transparentes são componentes indispensáveis do conceito de automação de hoje. A comunicação vem se expandindo rapidamente no sentido horizontal nos níveis inferiores (field level), assim como no sentido vertical integrandotodos os níveis hierárquicos. De acordo com as características da aplicação e do custo máximo a ser atingido, uma combinação gradual de diferentes sistemas de comunicação oferece as condições ideais de redes abertas em processos industriais. Figura 2 – Níveis da pirâmide de automação Analisando a figura 2, vemos que no nível de atuadores/sensores existem algumas redes industriais, onde podemos citar a AS-Interface (AS- i) onde os sinais binários de dados são transmitidos via um barramento extremamente simples e de baixo custo, juntamente com a alimentação (24 Vdc) necessária para alimentar estes mesmos sensores e atuadores. Outra característica importante é que os dados são transmitidos ciclicamente, de uma maneira extremamente eficiente e rápida. Veremos mais detalhes posteriormente. No nível de campo, a periferia distribuída, tais como módulos de Entrada/Saída (E/S), transdutores, acionamentos (drives), válvulas e painéis de operação, comunicam-se com sistemas de automação via um eficiente sistema de comunicação em tempo real (PROFIBUS-DP ou PA, Foundation Fieldbus, HART, etc.). A transmissão de dados do processo e diagnósticos é efetuada ciclicamente, enquanto alarmes, parâmetros e também diagnósticos são transmitidos aciclicamente, somente quando necessário. 20 No nível de célula, os controladores programáveis, tais como CLP’s e PC’s comunicam- se uns com os outros, o que requer grandes pacotes de dados e um grande número de funções poderosas de comunicação. Além disto, uma integração eficiente aos sistemas de comunicação corporativos existentes, tais como: Intranet, Internet e Ethernet é um requisito absolutamente mandatório, o que várias redes podem suprir. A rede PROFInet, HSE (High Speed Ethernet), Ethernet IP, suportam dispositivos de campo simples e aplicações de tempo crítico, bem como a integração de sistemas de automação distribuídos baseados em componentes. Tabela 1.1 – Requisitos de comunicação de sistemas de automação industrial Nos últimos anos temos acompanhado que os mercados de instrumentação e automação vêm demandando equipamentos de campo (transmissores de pressão e temperatura, conversores, posicionador, atuadores, controladores, etc.) com alta performance, confiabilidade, disponibilidade, recursividade, etc., com a intenção de minimizar consumos, reduzir a variabilidade dos processos, proporcionar a redução de custos operacionais e de manutenção, assim como garantir a otimização e melhoria continua dos processos. Por outro lado, os microprocessadores/microcontroladores estão se tornando mais poderosos e mais baratos e, os fornecedores na instrumentação vêm respondendo às demandas dos usuários por mais e melhores informações em seus processos. A tecnologia digital é rica no fornecimento de informação, não somente pertinente ao processo, mas em especial dos equipamentos de campo. Desta forma, condições de auto-diagnoses podem poupar custos operacionais e de manutenção, principalmente em áreas classificadas (perigosas) ou mesmo em áreas de difícil acesso. Da própria sala de controle pode-se ter uma visão geral do sistema e ainda com ferramentas baseadas em Internet, a qualquer hora e de qualquer lugar. Através de um gerenciamento destas informações vindas do campo, pode-se selecionar convenientemente os dados para se atingir os objetivos de produção, direcionando as informações às pessoas e/ou departamentos corretos e agindo de maneira a melhorar os processos. Percebe-se aqui que todas estas evoluções tecnológicas e a consolidação das redes industriais fazem com que os sistemas de automação e controle, equipamentos de campo, controladores, etc., possam assumir funções antes inimagináveis, como o controle de contínuo e discreto, tempos de varreduras menores, arquiteturas redundantes, gerenciamento e tráfego de informação, disponibilidade de informações para IHMs, Internet, geração de relatórios, gerenciamento de ativos, altos níveis de segurança, etc. Tudo isso, aliado à confiabilidade industrial tanto de hardware quanto de software. Um pouco de história Os primeiros sistemas de automação foram desenvolvidos no final do século XIX durante a revolução industrial. O trabalho que era manual passou a ser realizado por máquinas dedicadas e customizadas a uma determinada tarefa visando cada vez mais o aumento da produtividade e eficiência. As funções de controle eram implementadas através de dispositivos mecânicos que automatizavam algumas tarefas críticas e repetitivas. Estes dispositivos eram desenvolvidos para cada tarefa e devido à natureza mecânica dos mesmos, tinham vida útil reduzida e alta manutenção. Posteriormente, com o advento dos relés e contatores, estes dispositivos foram substituídos e apareceram dispositivos automáticos em linhas de montagens, dando um grande passo na época. A lógica a relés viabilizou o desenvolvimento de funções de controle mais complexas e sofisticadas. Após a segunda guerra mundial, houve um avanço tecnológico e apareceram as máquinas por comando numérico e os sistemas de controle na indústria de processo, assim como o conceito de referência de tensão para instrumentação analógica. Aparecem os primeiros circuitos integrados, os CIs, que proporcionaram o desenvolvimento de uma nova geração de sistemas de automação. Vale lembrar que em 1947, Willian Shockley, John Barden e Walter Brattain descobriram o transistor, que é um componente eletrônico amplamente utilizado nos processadores modernos, de forma integrada. No início dos anos 70, os primeiros computadores comerciais começaram a ser utilizados como controladores em sistemas de automação de grande porte, porém estes computadores eram grandes, ocupando muito espaço, de alto custo, difíceis de programar e muito sensíveis ao ambiente industrial. Mas tinham a vantagem de manipular a aquisição e controle de várias variáveis. 21 Ainda na década de 70 tivemos um grande avanço em termos de automação. A partir de uma demanda existente na indústria automobilística norte-americana, foi desenvolvido o Programmable Logic Controller (PLC), ou Controlador Lógico Programável (CLP). O CLP é um computador dedicado e projetado para trabalhar no ambiente industrial, onde sensores e atuadores são conectados a cartões de entradas e saídas. Os primeiros CLPs tinham um conjunto de instruções reduzido; normalmente somente condições lógicas e não possuíam entradas analógicas, podendo manipular apenas aplicações de controle discreto. Os CLPs substituíram os painéis de controle com relés, diminuindo assim, o alto consumo de energia, a difícil manutenção e modificação de comandos e também as onerosas alterações de fiação. Atualmente, devido à demanda das plantas industriais, os CLPs manipulam tanto controle discreto quanto malhas analógicas. Estes sistemas são usualmente chamados de Controladores Programáveis, por não serem limitados a operações com condições lógicas. As atuais funções de controle existentes em uma planta industrial são em geral distribuídas entre um número de controladores programáveis, os quais são montados próximos aos equipamentos a serem controlados. Os diferentes controladores são usualmente conectados via rede local a um computador supervisório central, o qual gerencia os alarmes, receitas e relatórios. Entramos em uma fase onde a tecnologia e conectividade industrial eram proprietárias e um “casamento” entre cliente e fornecedor acontecia. No mercado apareceram os SDCSs (Sistemas Digitais de Controle Distribuídos). Na década de 90, o mundo começou a presenciar enormes avanços na área tecnológica, em que os circuitos eletrônicos passaram a proporcionar maior eficiência, maiores velocidades, mais funcionalidades, maiores MTBFs (Mean Time Between Failures, maior confiabilidade), consumos menores, espaços físicos menores e ainda, com reduções de custos. Ao mesmo tempo em que impulsionouo desenvolvimento de computadores, interfaces e periféricos mais poderosos, com alta capacidade de processamento e memória e o mais interessante, dando vazão a alta escala de produção com custos reduzidos e o que foi uma vantagem de forma geral, pois aumentou a oferta de microcontroladores, Cis e ASCIs para toda a indústria. E se não bastasse esta revolução eletrônica, os sistemas mecânicos também passaram e vêm passando por inovações e modificações conceituais com a incorporação da capacidade de processamento, tornando-os mais rápidos, eficientes e confiáveis, com custos de implementação cada vez menores. Ao longo dos últimos anos é cada vez mais freqüente a utilização de componentes eletrônicos para acionamento e controle de sistemas mecânicos. Não resta dúvida que hoje não é somente a condição de controle que importa. A gestão da informação, a inteligência da instrumentação, a tecnologia verdadeiramente aberta e não proprietária, os benefícios da tecnologia digital são o que agregam valores ao usuário. Que atualização um sistema convencional pode ter nos próximos anos? Que capacidade de expansão vai permitir? O portfólio de aplicações oferecidas pelos fornecedores com um sistema digital aberto aumentou bastante nos últimos anos, incluindo redes digitais abertas, áreas como gerenciamento de ativos, controle baseado em blocos funcionais, otimização em tempo real, MÊS (gestão de negócios), ferramentas de gerenciamento de performance em tempo real, gerenciamento de alarme, e muitas outras. Hoje o usuário deve estar atento e especificar sempre um sistema de automação aberto com possibilidade de diagnósticos, maior tolerância a falhas, blocos de funções, FFBs (Blocos Flexíveis), conectividade OPC e com diversos protocolos, e uma série de outras características que o torna um sistema de controle completo e não um simples barramento de comunicação com integrações proprietárias. A escolha nas principais plantas industriais deve-se às funções de controle de processo que permitem agregar informações que possam trazer benefícios nas tomadas de decisões, garantindo a excelência operacional. Os Sistemas Verdadeiramente Abertos utilizam tecnologias abertas que se integram perfeitamente ao hardware, ao mesmo tempo em que dá liberdade para conectar-se com software e hardware de outros fabricantes. Os usuários têm a liberdade para escolher os componentes e até mesmo construir o seu próprio sistema. A flexibilidade e a capacidade de expansão da arquitetura de um sistema aberto e digital possibilitam reconfigurações e expansões para atender as novas condições de processo sem grandes reinvestimentos. Tecnologias modernas possibilitam respostas rápidas às mudanças nas condições de mercado. Vale lembrar que em termos de excelência operacional qualquer segmento industrial vem sofrendo constantes pressões para alcançar a 22 excelência operacional, objetivando garantir sua competitividade. Excelência operacional significa otimizar e dinamizar os processos através da análise de dados em tempo real facilitando a tomada de decisão, de forma inteligente, estratégica e em todos os níveis da organização. Ao usar a tecnologia digital pode-se ter os processos aprimorados, pode-se gerenciar de maneira mais eficiente as operações da planta. Como um exemplo de Sistema Verdadeiramente Aberto, temos o System302 da SMAR: www.system302.com.br. O System302 é um sistema baseado em tecnologias estado da arte, totalmente escalável e integrado fornecendo uma plataforma única de controle e supervisão de processos. Com o System302, pode-se ter toda uma infraestrutura de hardware e software necessários para um controle otimizado do processo, seja ele contínuo ou batelada. Através de uma tecnologia que combina o melhor do mundo do SDCDs e dos PLCs/SCADA, o System302 é a solução completa em sistema de automação e controle, onde possui o diferencial de utilizar tecnologias já consagradas em sua arquitetura e sem a necessidade de uso de um sistema totalmente proprietário, provendo a abertura e flexibilidade que as aplicações necessitam. Seguramente devido a várias vantagens da tecnologia digital e de redes abertas, o SDCD tradicional não é mais recomendado em novos projetos ou mesmo em expansões, pois os altos custos de substituição dos instrumentos e a obsolência do sistema de controle podem abreviar a vida útil. Nestes casos o sistema de automação tem que ser moderno e verdadeiramente aberto, deixando o usuário confortável nos próximos 15 a 20 anos. No mercado atual globalizado, a busca de uma vantagem tecnológica que permita ao seu usuário competir de uma maneira eficaz, manter-se de uma maneira sustentável, obtendo lucro e reinvestir no seu negócio, a automação industrial passou a ser item básico desse processo. No ramo da indústria, a otimização de recursos faz-se imprescindível. As inovações na área de processo em si são poucas, ficando para as áreas de controle de processo a responsabilidade na redução de custos. O entendimento dos processos de inovação na automação com os sistemas digitais e de redes abertas podem ajudar a nos situarmos no contexto atual, identificando as inovações que podem agregar valor à cadeia produtiva. Notadamente nos últimos anos com o avanço na eletrônica digital passamos a ter novas ferramentas nas áreas de controle de processo e manutenção que associadas com sistemas de comunicação baseados em protocolos abertos de redes industriais. A seguir veremos algumas redes industriais. Classificação Geral das Redes Industriais De acordo com a figura 3, podemos ter várias classificações das redes industriais. Figura 3 – Classificação Geral de Redes Industriais Um ponto importante é diferenciar entre a rede de informação, a rede de controle e rede de campo. A rede de informação representa o nível mais elevado dentro de uma arquitetura. Em grandes corporações é natural a escolha de um backbone de grande capacidade para interligação dos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), Supply Chain (gerenciamento da cadeia de suprimentos) e EPS (Enterprise Production Systems). A função da rede de controle é interligar os sistemas industriais de nível 2 ou sistemas SCADA aos sistemas de nível 1, representados por CLPs e remotas de aquisição de dados. É possível também que equipamentos de nível 3, tais como, sistemas PIMS e MES estejam ligados a este barramento. Atualmente o padrão mais recomendado é o Ethernet 100 Base-T. A função da rede de campo é garantir a conectividade entre os diversos dispositivos atuantes diretamente no “chão de fábrica”, isto é o nível 1, sejam eles dispositivos de aquisição de dados, atuadores ou CLPs. As redes de campo são sistemas de comunicação industrial que usam uma ampla variedade de meios físicos, como cabos de cobre, fibras ópticas ou sem fio, para acoplar os dispositivos de campo a um sistema de controle ou um sistema de gerenciamento. http://www.system302.com.br/ 23 Figura 4 – Cenário das redes industriais Visando a minimização de custos e aumentar a operacionalidade de uma aplicação introduziu-se o conceito de rede industrial para interligar os vários equipamentos de uma aplicação. A utilização de redes e protocolos digitais prevê um significativo avanço nas seguintes áreas: Custos de instalação, operação e manutenção Procedimentos de manutenção com gerenciamento de ativos Fácil expansão e upgrades Informação de controle e qualidade Determinismo (Permite determinar com precisão o tempo necessário para a transferência de informações entre os integrantes da rede) Baixos tempos de ciclos Várias topologias Padrões abertos Redundância em diversos níveis Menor variabilidade nas medições com a melhoria das exatidões Medições multivariáveis Etc. A opção pela implementação de sistemas de controle baseados em redes requer um estudo para determinarqual o tipo de rede que possui as maiores vantagens de implementação ao usuário final, que deve buscar uma plataforma de aplicação compatível com o maior número de equipamentos possíveis. PROFIBUS A história do PROFIBUS começa na aventura de um projeto da associação apoiado por autoridades públicas, que iniciou em 1987 na Alemanha. Dentro do contexto desta aventura, 21 companhias e institutos uniram forças e criaram um projeto estratégico em fieldbus. O objetivo era a realização e estabilização de um barramento de campo bitserial, sendo o requisito básico a padronização da interface de dispositivo de campo. Por esta razão, os membros relevantes das companhias do ZVEI (Associação Central da Indústria Elétrica) concordaram em apoiar um conceito técnico mútuo para manufatura e automação de processos. Um primeiro passo foi a especificação do protocolo de comunicações complexas PROFIBUS FMS (Especificação de Mensagens Fieldbus), que foi preparado para exigência de tarefas de comunicação. Um passo mais adiante em 1993 foi a conclusão da especificação para uma variante mais simples e com comunicação mais rápida, o PROFIBUS-DP (Periferia Descentralizada). Este protocolo está disponível agora em três versões funcionais, o DP-V0, DP-V1 e DP-V2. Baseado nestes dois protocolos de comunicação, acoplado com o desenvolvimento de numerosos perfis de aplicações orientadas e um número de dispositivos de crescimento rápido, o PROFIBUS começou seu avanço inicialmente na automação manufatura e desde 1995 na automação de processos com a introdução do PROFIBUS-PA. Hoje, o PROFIBUS é o barramento de campo líder no mercado mundial. O PROFIBUS é um padrão de rede de campo aberto e independente de fornecedores, onde a interface entre eles permite uma ampla aplicação em processos, manufatura e automação predial. Esse padrão é garantido segundo as normas EN 50170 e EN 50254. Desde janeiro de 2000, o PROFIBUS foi firmemente estabelecido com a IEC 61158, ao lado de mais sete outros fieldbuses. A IEC 61158 está dividida em sete partes, nomeadas 61158-1 a 61158-6, nas quais estão as especificações segundo o modelo OSI. Nessa versão houve a expansão que incluiu o DPV-2. Mundialmente, os usuários podem agora se referenciar a um padrão internacional de protocolo aberto, cujo desenvolvimento procurou e procura a redução de custos, flexibilidade, confiabilidade, segurança, orientação ao futuro, atendimento as mais diversas aplicações, interoperabilidade e múltiplos fornecedores. Hoje, estima-se próximo de 30 milhões de nós instalados com tecnologia PROFIBUS e mais de 1000 plantas com tecnologia PROFIBUS-PA. São 24 organizações regionais (RPAs) e 35 Centros de Competência em PROFIBUS (PCCs), localizados estrategicamente em diversos países, de modo a oferecer suporte aos seus usuários, inclusive no Brasil, em parceria com a FIPAI na Escola de Engenharia de São Carlos-USP, existe o único PCC da América Latina. No nível de célula, os controladores programáveis, como os CLPs e os PCs, comunicam-se entre si, requerendo, dessa maneira, que grandes pacotes de dados sejam 24 transferidos em inúmeras e poderosas funções de comunicação. Além disso, a integração eficiente aos sistemas de comunicação corporativos existentes, tais como: Intranet, Internet e Ethernet são requisitos absolutamente obrigatórios. Essa necessidade é suprida pelos protocolos PROFIBUS FMS e PROFINet. Figura 5 – Exemplo de uma rede Profibus com as variantes Profibus-DP e Profibus-PA O PROFIBUS, em sua arquitetura, está dividido em três variantes principais: PROFIBUS DP O PROFIBUS DP é a solução de alta velocidade (high-speed) do PROFIBUS. Seu desenvolvimento foi otimizado especialmente para comunicações entres os sistemas de automações e equipamentos descentralizados. Voltada para sistemas de controle, onde se destaca o acesso aos dispositivos de I/O distribuídos. É utilizada em substituição aos sistemas convencionais 4 a 20 mA, HART ou em transmissão com 24 Volts. Utiliza-se do meio físico RS-485 ou fibra ótica. Requer menos de 2 ms para a transmissão de 1 kbyte de entrada e saída e é amplamente utilizada em controles com tempo crítico. Atualmente, 90% das aplicações envolvendo escravos Profibus utilizam-se do PROFIBUS DP. Essa variante está disponível em três versões: DP-V0, DP-V1 e DP-V2. A origem de cada versão aconteceu de acordo com o avanço tecnológico e a demanda das aplicações exigidas ao longo do tempo. Figura 6 – Versões do Profibus PROFIBUS-PA O PROFIBUS PA é a solução PROFIBUS que atende os requisitos da automação de processos, onde se tem a conexão de sistemas de automação e sistemas de controle de processo com equipamentos de campo, tais como: transmissores de pressão, temperatura, conversores, posicionadores, etc. Pode ser usada em substituição ao padrão 4 a 20 mA. Existem vantagens potenciais da utilização dessa tecnologia, onde resumidamente destacam- se as vantagens funcionais (transmissão de informações confiáveis, tratamento de status das variáveis, sistema de segurança em caso de falha, equipamentos com capacidades de autodiagnose, rangeabilidade dos equipamentos, alta resolução nas medições, integração com controle discreto em alta velocidade, aplicações em qualquer segmento, etc.). Além dos benefícios econômicos pertinentes às instalações (redução de até 40% em alguns casos em relação aos sistemas convencionais), custos de manutenção (redução de até 25% em alguns casos em relação aos sistemas convencionais), menor tempo destartup, oferecem um aumento significativo em funcionalidade e segurança. O PROFIBUS PA permite a medição e controle por uma linha a dois fios simples. Também permite alimentar os equipamentos de campo em áreas intrinsecamente seguras. O PROFIBUS PA permite a manutenção e a conexão/desconexão de equipamentos até mesmo durante a operação sem interferir em outras estações em áreas potencialmente explosivas. O PROFIBUS PA foi desenvolvido em cooperação com os usuários da Indústria de Controle e Processo (NAMUR), satisfazendo as exigências especiais dessa área de aplicação: O perfil original da aplicação para a automação do processo e interoperabilidade dos equipamentos de campo dos diferentes fabricantes. 25 Adição e remoção de estações de barramentos mesmo em áreas intrinsecamente seguras sem influência para outras estações. Uma comunicação transparente através dos acopladores do segmento entre o barramento de automação do processo PROFIBUS PA e do barramento de automação industrial PROFIBUS- DP. Alimentação e transmissão de dados sobre o mesmo par de fios baseado na tecnologia IEC 61158-2. Uso em áreas potencialmente explosivas com blindagem explosiva tipo “intrinsecamente segura” ou “sem segurança intrínseca”. As conexões dos transmissores, conversores e posicionadores em uma rede PROFIBUS DP são feitas por um coupler DP/PA. O par trançado a dois fios é utilizado na alimentação e na comunicação de dados para cada equipamento, facilitando a instalação e resultando em baixo custo de hardware, menor tempo para iniciação, manutenção livre de problemas, baixo custo do software de engenharia e alta confiança na operação. A arquitetura e a filosofia do protocolo PROFIBUS asseguram a cada estação envolvida nas trocas de dados cíclicos um tempo suficiente para a execução de sua tarefa de comunicação dentro de um intervalo de tempo definido. Para isso, utiliza- se do procedimento de passagem de “token”, usado por estações mestres do barramento ao comunicar-se entre si, e o procedimento mestre- escravo para a comunicação com as estações escravas. A mensagem de “token” (um frame especial para a passagem de direito de acesso de um mestre para outro) deve circular, sendo uma vez para cada mestre dentro de um tempo máximo de rotação definido (que é configurável). No PROFIBUS o procedimento de passagem
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