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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CURSO SUPERIOR DE AGRONOMIA VICTÓRIO BIRCHLER TONINI CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA E EXTRATO DO BALANÇO HÍDRICO PARA O DISTRITO DE SÃO JOÃO DE PETRÓPOLIS, SANTA TERESA - ES SANTA TERESA 2017 VICTÓRIO BIRCHLER TONINI CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA E EXTRATO DO BALANÇO HÍDRICO PARA O DISTRITO DE SÃO JOÃO DE PETRÓPOLIS, SANTA TERESA - ES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Agronomia do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para aprovação na disciplina AGR 317 - TCC II. Orientador Prof. D.Sc.: Ednaldo Miranda de Oliveira SANTA TERESA 2017 (Biblioteca Major Bley do Instituto Federal do Espírito Santo) T665c Tonini, Victório Birchler. Classificação climática e extrato do balanço hídrico para o distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa, ES / Victório Birchler Tonini. – 2017. 25f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. D.Sc. Ednaldo Miranda de Oliveira Monografia (graduação em Agronomia) – Instituto Federal do Espírito Santo, Coordenadoria do Curso de Agronomia. Santa Teresa, 2017. Inclui bibliografias. 1. Climatologia. 2. Armazenamento de água no solo. 3. Déficit hídrico. I. Oliveira, Ednaldo Miranda. II. Instituto Federal do Espírito Santo. III. Título. CDD 22 – 551.6 Dedico este trabalho à minha Família, em especial para meus pais e ao meu irmão. A Deus por ter me dado saúde, força e discernimento para superar as dificuldades. Ao Instituto Federal do Espírito santo – Campus Santa Teresa, por ser a minha segunda casa. Esta instituição além de me ensinar uma belíssima profissão, ensinou- me a ter valores que vou carregar por toda minha vida. Ao meu orientador, Ednaldo Miranda de Oliveira, pelo apoio e incentivo. Sobretudo, agradeço pela confiança depositada em mim e enxergar um potencial que nem eu mesmo acreditava que tinha. Aos meus pais, por todo o apoio e incentivo durante toda a minha jornada acadêmica. Ao meu irmão e melhor amigo, por todo o incentivo dado, em especial por me ensinar o sentido da frase “Você só estuda, não trabalha. Tem obrigação de ir bem na faculdade!”. Acredite, ouvir isso foi uma grande motivação por todo meu curso. Ao meu amigo e primeiro orientador, José Júlio Garcia de Freitas, obrigado pela amizade e por ter aberto meus olhos para o mundo da pesquisa acadêmica. Sua confiança depositada em mim sempre será lembrada. Aos meus Professores, obrigado por todo o conhecimento transmitido! Muitos de vocês foram inspirações diárias para mim. Aos meus amigos e colegas do IFES, obrigado pelo companheirismo e ajuda. E a todos que diretamente e indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado. RESUMO O presente trabalho foi desenvolvido com os objetos de realizar e interpretar as classificações climáticas de Köppen e Thornthwaite, de realizar o desenvolvimento do extrato do balanço hídrico e de apresentar e discutir algumas variáveis meteorológicas de interesse agronômico e ambiental para o distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa – ES. Para tanto, utilizou-se dados da estação meteorológica do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Estado do Espírito Santo – Campus Santa Teresa. A série história analisada compreendeu dados de 1977 à 2015. De acordo com os resultados, o clima é classificado como Aw (tropical úmido, com inverno seco e chuvas máximas no verão) e C2wA’a’ (tipo Megatérmico subúmido, com deficiência hídrica moderada no inverno), pelas classificações de Köppen e Thornthwaite, respectivamente. O extrato do balanço hídrico indica grande deficiência hídrica no solo na maior parte do ano, recomendando-se então utilizar medidas que visem aumentar a infiltração e manutenção da água no solo. PALAVRAS-CHAVE: Climatologia. Armazenamento de água no solo. Déficit hídrico. ABSTRACT The present work was developed with the objects of realizing and interpreting the climatic classification of Köppen and Thornthwaite, to develop the extract of the water balance and to present and discuss some meteorological variables of agronomic and environmental interest for the district of São João de Petrópolis, Santa Teresa - ES. For that, data from the meteorological station of the Federal Institute of Education Science and Technology of the State of Espírito Santo - Campus Santa Teresa. The series analyzed history comprised data from 1977 to 2015. According to the results, the climate is classified as Aw (tropical humid, with dry winter and maximum rains in the summer) and C2wA'a '(megatérmico subhumid type, with moderate water deficiency In winter), by the classifications of Köppen and Thornthwaite, respectively. The water balance extract indicates a great water deficit in the soil for most of the year, and it is recommended to use measures to increase the infiltration and maintenance of water in the soil. KEY WORDS: Climatology. Water storage in the soil. Water deficit. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 9 2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................... 10 2.1 OBJETIVO............................................................................................ 10 2.2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 10 2.2.1 Fundamentos do balanço hídrico..................................................... 10 2.2.2 Sistemas de classificação climática................................................. 10 2.2.3 Caracterização das estações meteorológicas................................. 12 2.3 METODOLOGIA................................................................................... 12 2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ 14 2.4.1 Extrato do balanço hídrico e estudo de variáveis climatológicas.. 14 2.4.2 Classificações climáticas de Köppen e Thornthwaite..................... 18 3 CONCLUSÕES..................................................................................... 20 REFERÊNCIAS..................................................................................... 21 ANEXOS............................................................................................... 23 9 1 INTRODUÇÃO A água, tida como recurso básico para a origem, estabelecimento e desenvolvimento da vida, é sem dúvida uma das substâncias mais importantes da natureza, e digna de diferentes frentes de estudo. Caracterizada como a substância mais reciclável da natureza, pode ser encontrada nos estados sólido, líquido e gasoso, a depender das condições ambientais. Tal comportamento é a premissa básica para o estabelecimento do ciclo hidrológico. Normalmente, a precipitação apresenta grande variabilidade, afetando diretamente o sistema solo-água-planta, e consequentemente, a produtividade agrícola. O balanço hídrico climatológico é uma maneira contábil de estudar o saldo hídrico de determinada região. Este estudo pode ser associado à relação cultura/clima, evitando consequências desastrosas de um planejamento agrícola deficiente em relação ao clima (DANTAS et al., 2007). Em relação à caracterização ambiental, a disponibilidade de água pode ser compreendida como um elemento deseleção natural das espécies mais adaptadas e também como um fator determinante para a expressão da paisagem vegetal. Há na literatura diversas definições de clima, sem existir um consenso para uma definição genérica. Todavia, esta dificuldade dar-se pelo propósito de cada autor em analisar e compreender o clima sob uma ótica diferente. Mendonça e Dani-Oliveira (2007) mencionam o desenvolvimento do sistema de comunicação planetário, impulsionado pela internet, como uma importante ferramenta de difusão de dados meteorológicos e climáticos. Assim, o fácil acesso a essas informações possibilitou uma maneira nova de estudar e conhecer a dinâmica global do clima. 10 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 OBJETIVO O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de realizar as classificações climáticas de Köppen e Thornthwaite do distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa – ES, bem como caracterizar o extrato do balanço hídrico. 2.2 REVISÃO DE LITERATURA 2.2.1 Fundamentos do balanço hídrico A evapotranspiração potencial (ETP) pode ser definida como a perda de água para a atmosfera por processos de evaporação da água no solo e transpiração pelas plantas em uma superfície padrão gramada, cobrindo a superfície do solo e sem restrição de umidade (BORGES; MENDIOTO, 2007). Nestas condições a evapotranspiração depende apenas de variáveis meteorológicas, portanto, a ETP expressa o potencial de evapotranspiração para as condições meteorológicas vigentes. O método proposto por Thornthwaite (1948) para cálculo da evapotranspiração apresenta-se pouco representativo por considerar apenas a temperatura, que apesar de simular o balanço de radiação no dossel das diferentes espécies vegetais, não contempla outras variáveis climáticas. Porém, este método é amplamente utilizado no Brasil devido à grande disponibilidade de dados de temperatura e precipitação, principalmente em séries históricas com grande número de anos (FABRES, 2009). 2.2.2 Sistemas de classificação climática Os sistemas de classificações climáticas (SCC) são de grande importância, visto que analisam e definem o clima de determinada região gerando subsídios para análises posteriores de diferentes interesses (ROLIM et al., 2007). Configura-se também como objeto de estudo interdisciplinar, pois tem alcance em diversas 11 linhas de pesquisa das Ciências da Terra e Exatas, como climatologia, meteorologia, agronomia e economia (WOLLMANN; GALVANI, 2013). Silva e Almeida (2007), estudando a relação entre a variabilidade da precipitação pluviométrica e a produção agrícola em Pernambuco, concluíram que o regime pluviométrico afeta a produção agrícola, o valor da cultura e seu rendimento médio, impactando diretamente o aspecto socioeconômico que envolve o Estado. Como medida mitigadora da relação precipitação vs produção, o autor cita a cultura da manga, que conta com modernos sistemas de irrigação para aporte hídrico. A classificação de Köppen define em letras maiúsculas o grupo climático, tomando como valor de referência a temperatura média mensal. Os subtipos e variedades climáticas são expressos por letras minúsculas, levando em consideração a amplitude térmica anual e a sazonalidade de chuvas. A classificação de Thornthwaite é resultado na análise do balanço hídrico climatológico, a partir do cálculo de alguns índices: hídrico (Ih), de aridez (Ia) e de umidade (Iu). O Ih é calculado pela razão em porcentagem entre o excedente hídrico e a evapotranspiração potencial, enquanto o Ia expressa em porcentagem a relação entre a deficiência hídrica e a evapotranspiração potencial. O Iu é determinado pela relação entre os dois índices anteriores. O índice de umidade é utilizado para determinar o tipo climático, enquanto os índices hídrico e de aridez são utilizados para determinar os subtipos climáticos, que expressa a disponibilidade de água no solo da localidade em estudo. Este modelo de classificação utiliza ainda a evapotranspiração anual e do verão para inserir tipos e subtipos climáticos. A principal doença da viticultura tropical, o míldio (Plasmopara vitícola), pode causar danos de até 100% na produção. Para a sua infeção, são necessárias duas horas de água livre sobre a folha e para a produção de esporos é necessária umidade relativa acima de 95%. Altos valores de umidade relativa também são determinantes para aumento da incidência e severidade de 12 antracnose (Elsinoe ampelina), podridão do cacho (Glomerella cingulata (Ston.) Sapuld & Schrenk) e botriodiplodiose (Eutypa lata) (NAVES et al., 2006). Primavesi (1986) afirma que as culturas agrícolas podem sofrer efeitos sob ação de altas temperaturas, especialmente quando associada à baixa disponibilidade de água no solo. Nestas condições, ocorre aumento na taxa de transpiração, aumento da respiração vegetal e maior gasto de água. Havendo condições de perturbação para que ocorra o fechamento dos estômatos, não haverá saída de água e entrada de gás carbônico, ocorrendo redução na fotossíntese líquida. Diante do exposto, é notória a influência do clima sob a produção agrícola, bem como toda a cadeia socioeconômica envolvida com a agriculta. Portando, a caracterização e o perfeito conhecimento do comportamento das tendências climáticas são medidas capazes de mitigar os riscos envolvidos com a agricultura. 2.2.3 Caracterização das estações meteorológicas Cerqueira et al (1999), em seu trabalho sobre as zonas naturais do Espírito Santo, caracteriza o município de Santa Teresa em cinco zonas naturais, situando a localização da estação meteorológica de São João de Petrópolis em uma classificação dita como Terra quente, acidentada e seca, enquanto a estação meteorológica de Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (latitude 19º55’47,9’’S, longitude de 40º34’47,9’’W e a 648m) situa-se em uma zona natural classificada como Terras temperadas amenas, acidentadas e chuvosas. 2.2 METODOLOGIA Os dados foram coletados na estação meteorológica dos Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – Campus Santa Teresa, localizada na latitude 19,806° S e Longitude 40,068° W, com altitude igual a 150 m, no distrito de São João de Petrópolis. 13 Foram utilizados dados de temperatura média do ar e precipitação mensais durante o período de 1977 a 2015. Deste intervalo de anos utilizou-se trinta e um anos para a determinação do regime pluviométrico médio e vinte e três anos para a determinação da temperatura média local. Para a composição do extrato do balanço hídrico, utilizou-se vinte e dois anos de observações (1978 – 1997, 2013 e 2014). Foram construídos gráficos a partir das variáveis climáticas estudadas para o período estabelecido. A elaboração do balanço hídrico climatológico foi realizada pelo método de Thornthwaite e Mather (1955) apresentado por Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002). Para tanto, utilizou-se como dados de entrada os valores de precipitação e temperatura mensurados na estação meteorológica e a evapotranspiração potencial (ETP) calculada pelo método de Thornthwaite (1948). A capacidade de água disponível (CAD) considerada foi de 100 mm. As classificações climáticas de Köppen e Thornthwaite foram realizadas seguindo as metodologias apresentadas por Vianello e Alves (1991) e Pereira, Angelocci e Sentelhas (2002), respectivamente. 2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 2.4.1 Extrato do balanço hídrico e estudo de variáveis climatológicas O comportamento da distribuição das chuvas gera dois períodos distintos: um período chuvoso (de novembro a março) e um período seco (de abril a outubro), representado graficamente na figura 1. A diminuição da altura de chuva é acompanhada pela diminuição da temperatura média, sendo o mês de junho o mais frio, com média de 21,2°C. A amplitudetérmica média mensal é de 5,6° C, sendo fevereiro o mês mais quente (Figura 2). 14 Figura 1. Distribuição mensal média da precipitação no distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa – ES. Fonte: Do autor. Nota: Período precipitação: Período: 1977-1997; 2001-2008; 2013-2014. Período temperatura: 1978 – 1997; 2013 – 2015. Figura 2. Comportamento da temperatura média mensal. Fonte: Do autor. Nota: Período temperatura: 1978 – 1997; 2013 – 2015. A distribuição das chuvas ao longo dos anos (Figura 3) caracteriza-se como irregular, visto que a amplitude de precipitação de 1195 mm (1790 e 596 mm, como maior e menor observação, respectivamente). Durante o início da estação de chuva é comum a observação de veranicos, visto que observa-se alturas pluviométricas inferiores à 20% da média de chuva no período dito como “das águas”. Salton et al (2013) afirmam que o fenômeno do veranico associado aos 0 5 10 15 20 25 30 0 50 100 150 200 250 T e m p e ra tu ra m é d ia ( °C ) P re c ip it a ç ã o m é d ia ( m m ) Precipitação Temperatura 21 22 23 24 25 26 27 T e m p e ra tu ra m é d ia ( °C ) 15 solos com baixa retenção de água implica na produtividade de lavouras de milho e soja e produção pecuária, resultando em constantes frustrações com a produtividade e desestímulo da atividade agrícola. Figura 3. Distribuição do regime pluviométrico no distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa – ES. Fonte: do autor. Nota: Período: 1977-1997; 2001-2008; 2013-2014. O solo, entendido como uma unidade armazenadora de água, apresenta limites máximo e mínimo de retenção de água. À medida que o armazenamento de água diminui, ocorre um aumento da resistência à perda de água por evaporação ou transpiração, proporcional a quantidade de água que permanece nele. Assim, as evapotranspirações potencial e real são iguais quando o solo está na sua máxima capacidade de retenção de água. Portanto, a diferença entre a evapotranspiração potencial e evapotranspiração real é a perfeita representação de déficit de água no solo (Figura 4). O consumo de água, representado pela evapotranspiração real, significa crescimento vegetal, bem como quanto maior for esta variável, maior será a produção vegetal. Assim, o ideal é ter a evapotranspiração real igual a evapotranspiração potencial, garantindo que hão haverá deficiência hídrica (FABRES, 2009). 500 700 900 1100 1300 1500 1700 1900 P rc ip it aç ão P lu vi o m ét ri ca (m m ) 16 Figura 4. Comportamento médio das evapotranspirações potencial e real ao longo do ano. Fonte: Do autor. Nota: Período: 1978 – 1997, 2013 e 2014. Os resultados do balanço hídrico climatológico e do estudo das variáveis climáticas do distrito de São João de Petrópolis podem ser visualizados nas tabelas 01 e 02 e na figura 01. Com o estudo da climatológica verificou-se a precipitação média de 1083 mm e evapotranspiração potencial média de 3,94 mm dia-1. Esta interação de variáveis ocasiona um déficit hídrico de 332 mm, distribuído nos meses de abril a outubro. O único mês em que caracteriza-se excedente hídrico é janeiro, com 25 mm. Tabela 1. Fatores climáticos e dados climatológicos para o distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa - ES. Temperatura média anual (°C) Precipitação média anual (mm) Evapotranspiração média diária (mm) Evapotranspiração média anual (mm) 24,3 1082 3,94 1439 Deficiência hídrica (mm) Excedente Hídrico (mm) 332 25 Fonte: do autor. 20 40 60 80 100 120 140 160 m m Evapotranspiração Potencial Evapotranspiração Real 17 Tabela 2. Extrato do balanço hídrico climatológico para o distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa - ES, segundo Thornthwaite & Mather (1955). Período: 1978 – 1997, 2013 e 2014. MESES T (°C) ETP (mm) P (mm) P-ETP NAC ARM (mm) ALT (mm) ETR (mm) DEF (mm) EXC (mm) JAN 26,5 156 195 39 0 100 14 156 0 25 FEV 26,7 139 106 -32 -32 72 -28 134 5 0 MAR 26,4 143 132 -11 -43 65 -7 139 3 0 Abril 24,9 117 84 -33 -76 47 -18 102 15 0 MAI 23,4 103 34 -69 -145 24 -23 57 46 0 JUN 21,4 83 19 -65 -209 12 -11 30 53 0 JUL 21,2 85 25 -60 -269 7 -6 31 55 0 AGO 21,6 92 24 -68 -337 3 -3 27 64 0 SET 23,1 105 32 -74 -411 2 -2 33 72 0 OUT 24,5 126 107 -19 -430 1 0 107 19 0 NOV 25,4 136 170 34 -103 36 34 136 0 0 DEZ 26,3 154 205 50 -15 86 50 154 0 0 Fonte: do autor. Nota: T: Temperatura; ETP: evapotranspiração potencial; P: precipitação; NAC: negativo acumulado; ARM: armazenamento; ALT: alteração; ETR: evapotranspiração real; ETR: evapotranspiração real; DEF: deficiência; EXC: excedente. 18 Figura 5. Gráfico do Extrato do balanço hídrico climatológico para o distrito de São João de Petrópolis, Santa Teresa - ES, segundo Thornthwaite & Mather (1955). Fonte: do autor. Nota: Período: 1978 – 1997, 2013 e 2014 A dinâmica da distribuição da chuva caracteriza-se como irregular, visto que 49% das lâminas de precipitação ocorrem durante o período de deficiência hídrica, ou seja, em 9 meses. O restante da precipitação (51%) ocorre em apenas 3 meses do ano. Este cenário indica a necessidade de criar-se mecanismos para armazenar a água no perfil do solo e no continente, como recuperação das áreas de recarga de nascentes e armazenamento em corpos hídricos artificiais, como açudes, barragens e barraginhas. 2.4.2 Classificações climáticas de Köppen e Thornthwaite O clima de São João de Petrópolis, Santa Teresa – ES, segundo a classificação de Köppen é classificado como Aw, caracterizando a região como megatérmica (tropical úmida), com inverno seco e chuvas máximas no verão. Com relação a classificação de Thornthwaite, a classificação é apresentada na tabela 3. O clima do distrito é classificado como C2wA’a’. Assim, diz-se que este clima é Tipo Megatérmico subúmido, com deficiência hídrica moderada no inverno. -80 -60 -40 -20 0 20 40 m m Excedente Déficit 19 Tabela 3. Índices climáticos e classificação de Thornthwaite. Ih Ia Iu Tipo climático em função de Iu Subtipo climático em função de Ih e Ia Tipo climático em função de ETP Subtipo climático em função de ETP % C2 w A’ a’ 0,5 25,6 -14,9 Fonte: do autor. Nóbrega et al (2008), estudando a classificação climática do município de Santa Teresa classificaram este como Cwb, ou seja, clima temperado, com período com temperaturas médias inferiores a 18ºC, porém nunca inferior a 10ºC para classificação de Köppen. Com relação à classificação de Thornthwaite, a fórmula climática encontrada foi B4TB’3a’, ou seja, clima úmido, com pequena ou nenhuma deficiência hídrica, mesotérmico, com concentração de evapotranspiração no verão de aproximadamente 34%. Ressalta-se então a necessidade de distinguir estes dois trabalhos, visto que o local de execução de ambos ocorre em zonas naturais diferentes, mesmo que dentro do mesmo município. A diferença de precipitação entre as duas estações meteorológicas é de 325 mm, e a diferença de altitude em relação ao nível do mar é 498 m. Nóbrega et al (2008) e Nóbrega et al (2008), realizando as classificações climáticas de Köppen e Thornthwaite para os municípios de Linhares e São Mateus identificaram a mesma classificação de Köppen (Aw) e o mesmo tipo climático que Thornthwaite (C2) obtidos neste trabalho. Portanto, o distrito de São João de Petrópolis assemelha seu clima a outras áreas do estado do Espírito Santo, e não ao tradicional clima álgido da região serrana, como este município se inseri. 20 3 CONCLUSÕES O clima do distrito de São João de Petropólis, Santa Teresa - ES, classificado como Aw (tropical úmido, com inverno seco e chuvas máximas no verão) e C2wA’a’ (tipo Megatérmico subúmido, comdeficiência hídrica moderada no inverno), pelas classificações de Köppen e Thornthwaite, respectivamente. A compreensão do extrato do balanço hídrico evidencia grande déficit hídrico durante o ano, sinalizando a necessidade de intervenções que resultem na conservação infiltração da água no solo; Sugere-se a realização de trabalhos futuros que busquem caracterizar a ocorrência dos veranicos. 21 REFERÊNCIAS BORGES, A. C.; MENDIONDO, E. M. Comparação entre equações empíricas para estimativa da evapotranspiração de referência na Bacia do Rio Jacupiranga. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 11, n. 3, p. 293-300, 2007. CERQUEIRA, A. F.; FEITOZA, H. N.; FEITOZA, L. R.; LOSS, W. R. Zonas naturais do Espírito Santo: uma regionalização do Estado, das microrregiões e dos municípios. Vitória: SEPLAN/SEAG, 1999. 101p. il. color. DANTAS, A. A. A., CARVALHO, L.G., FERREIRA, E. Classificação e tendências climáticas em Lavras, MG. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.31, n.6, p.1862-1866, 2007. FABRES, T. M. Classificação climática segundo Köppen e Thornthwaite e caracterização edafoclimática referente à região de Santa Maria, RS. 127 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Agronomia, Universidade de São Paulo - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba, 2009. MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007. 206 p. NAVES, R. L.; GARRIDO, L. R.; SÔNEGO, O.R. Controle de doenças fúngicas em uvas de mesa na região noroeste do Estado de São Paulo. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2006. 8 p. (Embrapa Uva e Vinho. Circular Técnica, 65). NÓBREGA, N. E. F.; SILVA, J. G. F.; POSSE, S. C. P.; RAMOS, H. E. A. Classificação Climática e Balanço Hídrico Climatológico para a Região Produtora de Uva do Município de Santa Teresa – ES. In: XX CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA – Vitória/ES, 2008. NÓBREGA, N. E. F.; SILVA, J. G. F.; RAMOS, H. E. A.; PAGUNG, F. S. Balanço hídrico climatológico e classificação climática de Thornthwaite e Köppen para o município de São Mateus - ES. In: CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM - São Mateus/ES, 2008. NÓBREGA, N. E. F.; SILVA, J. G. F.; RAMOS, H. E. A.; PAGUNG, F. S. Balanço hídrico climatológico e classificação climática de Thornthwaite e Köppen para o município de Linhares - ES. In: CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM - São Mateus/ES, 2008. PEREIRA, A.R.; ANGELOCCI, L.R.; SENTELHAS, P.C. 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Centerton, NJ: Drexel Institute of Technology - Laboratory of Climatology, 1955. 104p. (Publications in Climatology, vol. VIII, n.1). VIANELLO, R.L.; ALVES, A.R. Meteorologia Básica e Aplicações. UFV, 1991. 449p 23 ANEXOS 24 Anexo 1. Valores médios mensais de pluviosidade (mm). Ano JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média 1977 186 23 18 19 65 0 38 0 12 62 145 184 752 1978 98 248 97 78 23 0 83 3 15 245 74 81 1045 1979 564 403 212 147 25 5 12 6 12 87 138 173 1783 1980 291 207 91 84 22 15 27 5 18 11 137 417 1323 1981 299 83 166 450 18 17 10 32 4 155 431 127 1790 1982 182 26 168 54 36 2 22 25 12 52 29 84 692 1983 473 157 96 29 19 4 20 0 117 134 243 183 1476 1984 78 48 235 32 2 0 0 82 89 192 112 185 1054 1985 370 61 84 41 42 9 7 39 50 162 183 154 1202 1986 125 21 75 32 53 51 9 55 12 13 38 237 722 1987 196 15 232 44 41 47 15 8 32 81 160 102 974 1988 125 92 102 25 31 7 9 15 9 96 53 93 657 1989 70 96 123 57 62 111 26 42 9 65 256 248 1165 1990 19 140 26 146 23 4 26 51 37 136 128 197 934 1991 208 153 261 52 25 16 24 16 38 20 149 162 1125 1992 451 139 57 65 44 42 56 14 64 168 343 297 1739 1993 102 82 13 92 60 10 6 23 22 67 32 250 758 1995 54 35 130 119 64 0 82 19 20 160 234 373 1289 1996 41 64 75 44 28 26 30 10 49 191 346 175 1079 1997 186 58 464 41 15 6 2 18 31 67 225 123 1234 2001 66 2 80 35 33 4 2 23 53 116 390 252 1055 2002 182 48 69 21 35 9 31 31 94 29 108 156 813 2003 229 17 58 29 4 1 6 11 22 17 26 176 596 2004 253 147 234 95 4 73 10 2 1 111 123 214 1265 2005 43 141 268 55 117 79 16 66 23 23 138 252 1221 2006 161 135 302 15 1 14 12 17 54 138 265 226 1341 2007 161 121 28 99 17 2 1 7 44 11 100 194 783 2008 113 192 86 18 14 2 15 19 25 31 261 162 938 2013 229 58 96 49 41 23 4 30 26 104 137 666 1463 2014 47 94 34 64 9 14 41 17 9 37 157 114 637 2015 6 152 111 107 66 8 4 3 33 8 58 87 642 Fonte: Do autor. 25 Anexo 2. Valores médios de temperatura do ar (°C). ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1978 26,0 24,8 25,6 24,2 22,0 21,2 21,4 22,0 22,6 24,2 25,7 29,7 1979 25,0 26,1 25,0 23,7 23,9 20,5 20,3 21,5 22,2 24,9 25,3 27,2 1980 25,6 26,2 25,5 24,7 22,7 21,3 20,6 21,9 22,9 24,5 25,4 25,5 1981 26,3 26,1 26,8 23,5 22,8 20,8 20,4 21,1 23,0 23,2 24,3 26,2 1982 25,2 26,0 26,2 22,6 20,3 20,0 21,6 22,2 23,1 25,0 27,3 26,7 1983 25,9 26,6 25,9 25,0 24,0 23,4 22,0 21,8 22,7 24,5 25,8 26,6 1984 27,5 27,5 26,2 24,2 22,3 18,9 21,5 19,6 22,4 23,5 25,0 25,5 1985 25,6 27,2 26,6 25,0 27,4 23,1 20,1 21,7 21,9 24,2 24,4 24,8 1986 27,8 27,9 27,3 26,4 24,2 21,4 16,7 22,9 22,1 24,0 25,6 26,1 1987 26,6 26,5 26,4 25,4 23,6 21,3 23,4 23,2 24,6 26,7 26,9 26,5 1988 27,9 28,0 26,1 25,5 22,4 20,1 21,8 20,3 23,6 24,3 22,9 25,5 1989 26,9 27,7 26,9 25,3 26,0 21,1 21,9 20,9 23,6 23,6 24,5 26,1 1990 25,9 25,6 26,8 26,1 23,9 21,9 22,0 22,5 23,5 25,5 27,3 26,8 1991 26,9 27,4 26,6 25,9 23,8 23,1 21,1 21,2 22,0 24,0 25,4 27,2 1992 25,5 25,9 25,9 25,8 24,5 22,1 21,0 21,1 22,2 23,6 25,1 25,1 1993 26,5 26,5 27,4 26,0 23,0 21,6 21,8 21,5 24,0 25,6 26,6 25,8 1994 27,3 27,1 27,3 25,3 23,4 21,5 21,8 21,9 23,8 25,2 25,4 26,2 1995 28,0 27,8 27,2 24,7 23,9 21,4 21,8 22,4 23,7 24,8 24,1 25,3 1996 27,2 28,3 28,3 25,4 22,5 21,8 21,3 20,7 23,1 24,1 23,8 26,4 1997 26,8 25,8 24,9 24,6 22,4 21,3 21,0 21,6 25,1 25,7 27,5 27,3 2013 26,1 25,9 25,7 23,4 21,8 21,1 21,1 20,9 22,6 23,1 24,3 25,5 2014 27,3 27,1 26,9 25,8 23,3 22,2 21,6 21,6 23,7 24,5 25,6 26,1 2015 28,3 27,1 27,4 25,4 22,5 21,9 21,8 22,5 26,6 26,6 28,3 28,3 Média 26,6 26,8 26,5 25,0 23,4 21,4 21,2 21,6 23,3 24,6 25,5 26,2 Fonte: Do autor.
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