Buscar

Tratamento de Hemorragia Intracraniana Cerebral Espontânea

Prévia do material em texto

O artigo traz as diretrizes para o tratamento de pacientes com hemorragia intracraniana cerebral espontânea visto que as doenças cerebrovasculares vem aumentando ao longo dos anos, dados da OMS apresentam a crescente taxa de mortalidade que em 2030 pode chegar a 12,1%. No Brasil o AVC é a principal causa de mortes. 
	Com relação a epidemiologia, existem grupos que apresentam maior incidência da doença, como, por exemplo, idosos e indivíduos do gênero masculino, é também influenciada por fatores raciais, sendo mais frequente em afrodescendentes, hispânicos, latinos e asiáticos. Os fatores de risco são divididos em não-modificáveis que são, idade, raça, gênero, e modificáveis que são hipertensão arterial, angiopatia amiloide, tabagismo, álcool, coagulopatias, simpaticomiméticos, entre outros.
	No que se refere a etiologia do sangramento, a HIC pode ser dividida em primária quando ocorre a ruptura de pequenos vasos cronicamente danificados pela exaHAS, ou está associada angiopatia amiloide. Já a secundária está relacionada à ruptura de aneurismas ou malformações arteriovenosas cerebrais, anticoagulação oral, drogas antiplaquetárias, coagulopatias, cirrose hepática, neoplasias, vasculites, trauma, doença de Moya-Moya, trombose venosa cerebral, eclâmpsia, são alguns fatores para desenvolver a HIC secundária.
	Para a confirmação da HIC, são realizados exames de neuroimagem como a tomografia computadorizada, ressonância magnética e angiografia. Durante o período de atendimento pré-hospitalar, foi observado uma piora média de 6 pontos no quadro do paciente com HIC na Escala de Glasgow. Quando considerado o período intra-hospitalar a piora ocorre em até um terço dos pacientes que não estão comatosos.
	O prognóstico da HIC não é positivo, dado que apresenta alta taxa de mortalidade e incapacidade. De acordo com a literatura, 35 a 52% dos pacientes com HIC evoluem para óbito no primeiro mês. Quando considerado o prognóstico a longo prazo, a mortalidade alcança 60 a 80% dos casos até 2 anos após o evento e apenas 20% dos pacientes recuperam a funcionalidade em seis meses.
	O tratamento ainda é inespecífico, porém a abordagem pré-hospitalar e na sala de emergência não difere do paciente com AVC hemorrágico e isquêmico e deve ser realizada a avaliação das vias aéreas, dos parâmetros respiratórios e hemodinâmicos, temperatura e detecção de sinais neurológicos focais. Além disso, deve-se atentar aos sinais externos de trauma e suas complicações e a verificação da glicemia capilar. Após a avaliação, serão realizados exames de neuroimagem e o encaminhamento do paciente para leito de terapia intensiva com a constante reavaliação de escalas neurológicas como a escala de AVC do NIH e a escala de coma de Glasgow e escore de HIC.
	O artigo divide os tratamentos de acordo com o nível de evidência e o grau de recomendação. Algumas sugestões para o tratamento são apresentadas como a utilização de medicamentos antiepilépticos em um período curto de tempo em pacientes com hemorragia lobar. A glicemia deve ser mantida < 140 mg/dL na fase aguda da HIC com cuidado para evitar hipoglicemia, a hipertemia também é sugerida na fase aguda, mobilização e reabilitação precoce são recomendadas para pacientes com HIC.

Continue navegando