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56 - APOSTILA - INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL

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Prof.ª Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
Assistente Social. Supervisora Acadêmica com programa de treinamento e 
acompanhamento de equipe de supervisores acadêmicos e Professora formadora da 
disciplina de estágio supervisionado curricular obrigatório. 
 
 
INFORMAÇÕES RELEVANTES: 
 
• Especialista em Docência no Ensino Superior - Unicesumar (2016) 
• Tecnóloga em Marketing - Unicesumar (2016) 
• Bacharel em Serviço Social (2015) 
• Pós-Graduanda em Design Thinking e Criatividade nas Organizações - Unicesumar 
• Pós-Graduanda em MBA em Coaching aplicado à Gestão de Pessoas - Unicesumar 
• Professora Formadora EAD - Unicesumar 
• Supervisora Acadêmica - Unicesumar 
• Link do Currículo na Plataforma Lattes: 
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8088409A4 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8088409A4
#APRESENTAÇÃO DA APOSTILA# 
 
 
Seja bem- vindo(a)! 
Caro(a) aluno(a) é um enorme prazer trabalhar com você a disciplina de Introdução ao 
Serviço Social, pois tenho certeza que os assuntos abordado neste livro é de extrema 
importância para a sua formação acadêmica e profissional. A construção deste material 
tem com finalidade compreender o Serviço Social na contemporaneidade abordando 
assuntos relevantes tanto para o processo formativo quanto na condução do exercício 
profissional. 
Sendo assim, na unidade I vamos conhecer o que vem a ser o Serviço Social, suas 
origens e conceitos, considerado aspectos importantes na compreensão das relações de 
trabalho e no surgimento da questão social no Brasil, destacando o papel do Estado e 
das instituições religiosas antes do Serviço Social se regulamentar enquanto profissão. 
Já na unidade II será apresentado os órgãos representativos que são o Conselho Federal 
de Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e às 
normas que regulamenta como o Código de Ética do Serviço Social; Constituição de 
1988, mais especificamente sobre o artigo 203 e 204 e Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS). 
Na unidade III iremos discutir sobre a formação, as competências e habilidades, também 
será apresentado sobre os objetos de trabalho do assistente social, o mercado de 
trabalho e o Projeto Ético Político da profissão. Por fim na unidade IV abordaremos o 
Serviço Social na contemporaneidade a proposta será de abordar assuntos atuais e 
relevantes na formação compreendendo que o profissional em Serviço Social precisa 
conhecer todos os conceitos que serão tratados ao longo deste livro, mas ficar atento 
aos assuntos contemporâneos postos na sociedade. 
Espero que o conteúdo deste livro contribua no seu crescimento enquanto futuro(a) 
assistente social. Bons estudos e até a próxima. 
 
 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL 
UNIDADE I - SERVIÇO SOCIAL: HISTÓRICO E CONCEITO 
Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
Plano de Estudo: 
 
● O que é Serviço Social: origens e conceito. 
● As relações de trabalho e o surgimento da “questão social” no Brasil. 
● Antecedentes do Serviço Social no Brasil: o Estado e o papel das instituições 
religiosas. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
● Compreender o que é o serviço social a partir da origem e do conceito. 
● Entender as relações de trabalho e como a questão social surgiu no Brasil. 
● Apresentar como o Estado, instituições religiosas antecederam no país e no 
Serviço Social. 
 
 
 
 #INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
 
 
Caro(a) aluno(a) você deve estar se perguntando, mas o que é o Serviço Social, 
qual a sua origem e a relação com a igreja católica e o Estado? 
Partindo desta perspectiva, busquei sintetizar da forma mais clara possível sobre 
os assuntos que normalmente os estudantes do Serviço Social se faz e é evidente que 
se faça esses questionamentos, pois precisamos entender como tudo aconteceu. Assim, 
para que você possa compreender todo o contexto, dividi esta unidade em três 
momentos, os quais encontram da seguinte forma. 
No primeiro momento, apresento o que vem a ser o Serviço Social, aqui, trago de 
uma forma breve sobre a atualidade até para que você possa entender como estará 
inserido na sociedade após a sua formação, depois destaco separadamente sobre a 
origem e o conceito da profissão, me aprofundei nas ideias de grandes autores referência 
da nossa profissão como Iamamoto, Yazbek e Montaño. 
Já no segundo momento, apresentei sobre as relações de trabalho que são 
consideradas importantes na vida do ser humano, mas que muitas vezes são implicadas 
pelo sistema capitalismo que reage sobre a busca por aumento da riqueza 
comprometendo as relações sociais gerando a desigualdade social e o que chamamos 
de questão social, objeto de trabalho dos assistentes sociais outro ponto abordado nesta 
unidade. 
Por fim, apresento o Estado e o papel das instituições religiosas, antes do Serviço 
Social se regulamentar enquanto profissão, um Estado que não se tinha preocupação 
com a classe trabalhadora e a igreja que buscava nas instituições religiosas um forma 
de ofertar as doutrinas religiosas. 
Desejo bons estudos e que aproveite o conteúdo desta unidade. 
1. O QUE É SERVIÇO SOCIAL: ORIGENS E CONCEITO 
FONTE: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/happy-earth-day-hand-drawn-vector-1007529517 
O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho. 
Considerado como uma profissão liberar o Serviço Social dispõe de estatutos legais e 
éticos, os quais atribuem autonomia em relação à condução do exercício profissional e 
por meio das dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa é que o 
assistente social torna-se habilitado a atuar tanto na esfera pública quanto na esfera 
privada, nos mais diversos campos sócio ocupacionais. 
A origem do Serviço Social sucedeu na sociedade capitalista madura, conceituado 
como especialização do trabalho coletivo a partir da articulação no processo de produção 
e reprodução das relações sociais, mas para entender a origem e o conceito do Serviço 
Social no Brasil irei apresentar a seguir de forma separada. 
1.1 ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL 
De acordo com Montaño (2007) a base da profissão foi pautada no termo “ajuda”, 
encontrada nas obras de Tomás de Aquino e Vicente de Paula, primeiros precursores da 
Assistência Social. Os estudos do autor supracitado foram embasados nas obras 
grandes pensadores, tais como Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, Natálio Kisnerman, 
Boris Alexis Lima, Ana Augusta de Almeida, Balbina Ottoni Vieira, José Lucena Dantas, 
entre outros, que em sua maioria enfatizaram que o Serviço Social antecedeu na 
caridade e na filantropia, tese tratada como perspectiva endogenista. 
No entanto, o autor destaca que considerar a origem do Serviço Social 
exclusivamente pautada nas práticas da filantropia e da caridade é um tanto quanto 
arbitrárias, de fato as práticas exercidas tinha um cunho doutrinário, muitas vezes com 
base na ajuda e na caridade, mas a origem do Serviço Social sucedeu a partir das 
desigualdades sociais (conhecida pelos profissionais como “questão social”), causadas 
no período da Revolução Industrial. 
Por tanto, a origem do Serviço Social 
enquanto profissão ficou marcada com a 
ascensão do capitalismo, principalmente no 
período de uma sociedade burguesa mais 
madura, a qual gera a desigualdade social e a 
divisão de classes, além da latente alienação e 
antagonismo social. E assim, surge a profissão 
de Serviço Social, articulada ao projeto 
hegemônico do poder burguês que tem 
estratégia de controle social e a ilusão de servir 
a sociedade. 
 Divisão de classes 
 ID da imagem: 1553930366 
Em relação ao Brasil, Iamamoto (2006) destaca que a origem do Serviço Social 
esteve vinculada a iniciativas da igreja católica, as quais as chamadas “moças 
boazinhas” eram inseridas nos setores maisabundantes da sociedade, ou seja, 
vinculados à classe burguesa, para colocar em ação a sua missão política de apostolado 
social, juntamente às classes subalternas, em particular a família operária. 
 Yazbek Et. Al (2008) corrobora que a origem do Serviço Social no Brasil estava 
ligada a um pensamento conservador, doutrinário da igreja católica, tinha cunho de ação 
educativa, na qual passou a atuar em entidades filantrópicas por meio do Estado, 
seguindo uma linha de prevenção aos problemas sociais, visto que a questão social 
culminou na Revolução Industrial era tida como um problema causado pelo indivíduo e 
neste caso precisava de uma ação curativa, trabalhando a moral e a religiosidade. 
Desta forma Iamamoto (2002, p.19) complementa que o “Serviço Social surge da 
iniciativa de grupos e frações de classes dominantes, que se expressam através da 
Igreja, como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo”. Com isso as 
assistentes sociais tinham um contato direto com o operário, a qual atendia diretamente 
no seu ambiente de habitação para renovar a moral da família, atuando diretamente com 
as mulheres a as crianças por meio de ações individuais. 
#REFLITA# 
O trabalho do assistente social se insere numa relação de compra e venda de 
mercadorias em que a sua força de trabalho é mercantilizada. Aí se estabelece uma das 
linhas divisórias entre a atividade assistencial voluntária, desencadeada por motivações 
puramente pessoais idealistas e a atividade profissional. 
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. RAUL de Carvalho. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: 
esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 16 ed. São Paulo. Cortez. 2006. 
1.2 CONCEITO DO SERVIÇO SOCIAL 
Por volta do ano de 1930, o Brasil inicia o processo de industrialização, a qual 
marca profundamente a sociedade, com o desenvolvimento do capitalismo a todo vapor, 
cresce o número da classe operária nos centros urbanos e com isso o aumento da 
exploração do trabalho e da desigualdade social. Neste período, as condições tornam-
se propícias para a profissionalização do Serviço Social, que houve a necessidade de 
institucionalizar e legitimar como um dos recursos mobilizadores tanto do Estado quanto 
do capitalismo que tinha o suporte da igreja católica na perspectiva do enfrentamento da 
questão social. 
Entre os anos de 1930 a 1940 o ex-presidente Getúlio Vargas reconhece a 
questão social como dever do Estado e na intenção de legitimar a relação entre o capital 
e trabalho cria a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o salário mínimo, as 
legislações sindicais e entre outras legislações, de cunho controlador e paternalista, o 
Estado transformou a questão social em um problema de administração, desenvolvendo 
políticas públicas e agências estatais, a qual se tornaram campos de atuação para os 
assistentes sociais (YAZBEK Et. Al, 2008, p. 8). 
Não demorou muito para que a igreja católica se tornasse responsável pelo 
conjunto de ideias e conteúdos para o processo de formação das primeiras assistentes 
sociais, com isso surge no ano de 1932 o Centro de Estudo e Ação Social (CEAS) no 
estado de São Paulo, a qual foi considerada a entidade fundadora e mantenedora das 
primeiras escolas de Serviço Social no Brasil, que aconteceu somente em 1936, 
mesclando as suas visões entre os estudos da França e Bélgica em uma perspectiva 
social, ética e técnica em relação à formação profissional. 
2. AS RELAÇÕES DE TRABALHO E O SURGIMENTO DA “QUESTÃO SOCIAL” NO
BRASIL 
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/teamwork-solution-group-1336369562 
A evolução do capitalismo foi um marco para a sociedade e se analisarmos ao 
viés da profissão do Serviço Social pode-se considerar que a relação de trabalho em 
meio às mudanças do capitalismo trouxe grandes implicações, pois o modo de produção 
além de refletir diretamente no cotidiano dos indivíduos, as consequências foram 
irreversíveis, dentre as quais, o pauperização; o desemprego; a precarização nas 
condições de trabalho, sem contar na desigualdade social que foi gigantesca. 
Marx (1989) destaca que a relação do homem com trabalho é o que transforma 
enquanto ser humano, mas o processo de trabalho criado pelo sistema do capitalista, 
nas condições de regulador de salários, impede que o trabalhador eleve o valor da sua 
força de trabalho e mesmo com todo esse descompasso é importante considerarmos 
que o modo de produção aproxima o ser humano dele mesmo, mas que a forma como 
ele é desenvolvido pode afastar criando conflitos nas relações de trabalho. 
https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/teamwork-solution-group-1336369562
Iamamoto (2008) destaca que o trabalho produtivo e a base de toda a troca por 
dinheiro em que o capital detém a força de trabalho humana para expandir seu lucro, 
enquanto o trabalhador usa desta força para reproduzir o valor que de fato pertencente 
ao capital, ou seja, tudo gira em torno do sistema capitalista e por mais que o trabalhador 
vende a sua força de trabalho para garantir o mínimo a sua sobrevivência ainda não é o 
suficiente, pois o capital dispõe da maior parte de todo o lucro da produção humana e à 
medida que o capitalismo expande a produção do trabalho se torna cada vez mais 
inalienável ao sistema, tendo o trabalho produtivo como um processo que repõem o 
capital e produz o consumo. 
Contudo, este processo fez com que o capitalismo torna-se um sistema central e 
dominante nas relações de trabalho, um sistema concentrado em grandes margens de 
lucro reduzido em monopólios pequenos e exaustivamente rentável, caracterizando 
assim o capitalismo dos monopólios, um sistema subdesenvolvido capaz de sugar cada 
vez mais o modo de produção, a forma de trabalho e suas condições para produzir em 
alta escala, tudo isso por deter a força produtiva do trabalhador a seu favor, considerando 
que o trabalho e o produto é propriedade do capitalismo, com isso gera-se a chamada 
questão social. 
#SAIBA MAIS# 
A questão Social apreendida como um conjunto das expressões das 
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção 
social e cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a 
apropriação dos seus frutos mantém-se privada. 
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. 
#SAIBA MAIS# 
A questão social sempre esteve presente no processo das relações de trabalho. 
De acordo com Santos (2017) a questão social surge no Brasil no período da República 
Velha (1889 – 1930) com a superexploração da força de trabalho marcando o país com 
uma jornada de trabalho exaustiva e com salários degradantes, gerando manifestações 
por parte da classe trabalhadora devido à desigualdade social, período este que não era 
reconhecido à questão social com um dever estatal. 
A autora nos apresenta que no período do governo Vargas (1930 – 1945) a 
valorização da produção agroexportadora ainda era considerada forte que deixa as 
relações de trabalho uma lacuna cominada com a questão social, com isso o governo 
regulamentou os direitos trabalhistas e sociais e passou a controlar por meio das 
entidades filantrópicas criadas para atender os problemas sociais. 
Porém, foi no período do regime militar que a questão social se intensificou, pois 
tivemos uma forte repressão e criminalização contra as lutas sociais, com o aumento da 
burocracia estatal a desigualdade social cresceu, outro fator predominante foi à exclusão 
da classe trabalhadora no processo político decisório do país e com isso o capitalismo 
monopolista se desenvolveu fortemente. 
Neste período tivemos salários reduzidos e um elevado número de desemprego, 
com isso o Serviço Social passa a se deparar com as mais diversas expressões da 
questão social, a qual reflete até os dias atuais, sendo este o objeto da profissão emmeio ao processo de produção e reprodução nas relações sociais. 
De acordo com Iamamoto (2012, p. 28) “os assistente sociais trabalham com a 
questão social nas suas mais diversas expressões quotidianas”, sejam no trabalho, no 
âmbito familiar, na saúde, educação, habitação entre outros fatores que ocasionam os 
problemas sociais e que cabe ao assistente social atuar frente a estas situações. 
3. ANTECEDENTES DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: O ESTADO E O PAPEL
DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS 
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/plan-leading-strategy-successful-business-
competition-771230872 
Caro(a) aluno(a), de acordo com os nossos estudamos, o Serviço social surgiu no 
Brasil para atender as necessidades do sistema capitalista e do Estado, vinculada nas 
iniciativas da igreja católica os profissionais passaram a atuar nas expressões da 
questões sociais causadas nas relações antagônicas e contraditórias entre o capital e o 
trabalho. 
Partindo desta perspectiva é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade, 
porém, iremos entender o Estado e o papel das instituições religiosas antes do 
surgimento do Serviço social no Brasil. Cabe destacar que o Estado é o órgão que mais 
contrata profissionais para atuar frente às políticas públicas, seja na condução e ou 
elaboração, sendo este fundamental para que o Serviço Social se profissionalizar e se 
desvinculasse do cunho doutrinário e do modo conservador. 
Com o fim das oligarquias, a república velha foi importante para a formação do 
Estado brasileiro, uma vez que trouxe consigo inúmeros avanços políticos que se tornaria 
posteriormente importante para o Serviço Social. No início do século XX o Estado deveria 
ser o intercessor entre o capital e o trabalho, porém não assumiu as suas funções como 
deveria sendo que a exploração da mão-de-obra, a jornada de trabalho era exaustiva, 
além da precarização, neste período não tinha uma legislação que respalda-se o 
trabalhador muito menos se tinha o Estado à compreensão de que a desigualdade social 
era um dever governamental. 
Com isso, temos a igreja católica que realizava as chamadas ações sociais para 
atender a classe operária, além de promover o ensino e cultura baseado na doutrina 
religiosa, conduzido pelas moças católicas, como neste período a igreja não tinha o apoio 
do Estado e acabava realizando as ações na própria igreja e ou nos lares dos operários, 
que atuava na perspectiva da caridade, por meio da prática filantrópica e moralista. 
Mesmo o país sendo considerado um Estado laico, no governo de Getulista, a 
igreja teve uma relação mais estreita com o ex-governo, com isso a igreja levou uma 
grande massa da população a apoiar o governo, tendo medidas a seu favor, como por 
exemplo, o decreto que permite o ensino religioso nas escolas públicas e as instituições 
religiosas, que eram as entidades criadas para atender as necessidades da classe 
trabalhadora. 
O papel das instituições religiosas era de ofertar serviços especializados para as 
pessoas consideradas desassistidas pelo governo e a criação das instituições religiosas 
passou a ser importante, tanto para a sociedade, quanto para a igreja, pois de um lado 
tínhamos aqueles que lutavam por uma causa e do outro aqueles que em um presente 
momento da vida necessitava de atenção. Mas nós enquanto assistentes sociais 
devemos nos respaldar nos direitos humanos e sociais, dando ao indivíduo autonomia 
sobre a sua vida e apresentando os seus direitos enquanto cidadão. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
Caro(a) aluno(a) no decorrer desta unidade estudamos que o Serviço Social é 
uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, que atua na perspectiva 
interventiva no processo das relações sociais, esta profissão dispõe de legislação que 
respalda os profissionais a partir do seu exercício profissional. 
Porém, na origem do Serviço Social não tínhamos esta organização, isto porque 
o Serviço Social se originou no Brasil para atender as necessidades do sistema
capitalismo tendo o Estado como um aliado, o qual buscou nos profissionais do Serviço 
Social uma forma de atender as necessidades da classe trabalhadora. Com o sistema 
capitalista as relações do trabalho se tornaram frágeis e com isso o trabalhador era o 
que mais sofria, diante das opressões vividas por este sistema, a qual gerou as diversas 
expressões da questão social, objeto principal para que o Serviço social se fortalecesse 
enquanto profissão. 
Não podemos nos esquecer de que o Estado por mais que buscasse alternativas 
de forma a transferir os seus deveres para com os trabalhadores nas instituições 
religiosas que hoje conhecemos como OSC e muitas delas já não atuam nesta 
perspectiva, foi o órgão de exigiu a profissionalização e com isso os primeiros 
profissionais buscaram alternativas para se institucionalizar enquanto profissão 
tornando-se o que foi apresentado logo no início destas considerações e da unidade 
deste livro. 
De fato a origem e todo o processo da profissão, as quais estudaram nesta 
unidade nos faz perceber que assim como a sociedade o Serviço Social também evoluiu 
na condução do seu trabalho e acredito que este processo de evolução deve ser 
constante, tanto para você enquanto ao aluno, quanto para você enquanto futuro 
assistente social. 
#LEITURA COMPLEMENTAR# 
(...) 
A “VELHA” E A “NOVA” QUESTÃO SOCIAL 
 É sabido que, muitas foram às transformações que a sociedade sofreu, inclusive 
no mundo capitalista, fazendo com que alguns autores definiram a “velha questão social” 
como sendo “nova questão social”. Fundamentando o novo: no aumento do desemprego, 
na miséria, nas diversas formas de exclusão social, nos novos sujeitos e principalmente 
em suas novas necessidades. 
Sobre tais mudanças, Pastorini (2010), destaca que são muito importantes, 
porém, que são novas formas de sua expressão e que mantém traços de sua origem. O 
que há são diferentes versões da questão social para cada estágio capitalista, diferentes 
reações da sociedade frente à ela, buscando estabilidade e manutenção da ordem, além 
da preocupação com a reprodução das desigualdades e contradições capitalistas e o do 
reconhecimento social como partes fundamentais das diferentes versões da questão 
social. 
(...) 
Fonte: DAMASIO, Aline Medeiro. O Projeto Social como Resposta à Questão Social. Disponível em: 
https://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/ff/ff4abc60-cd6e-430b-abe1-cc5c5e7120dc.pdf. Acessado 
em: 16/01/2019. 
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
LIVRO 
Título: NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL 
Autor: Carlos Montaño 
Editora: Cortez 
Sinopse: O livro tem por objetivo, por um lado, apresentar 
sucintamente a discussão feita, ao longo das últimas três décadas, 
sobre a gênese do Serviço Social e, por outro, os rebatimentos da 
lógica positivista herdada da sua emersão, reposta no desenvolvimento atual da 
profissão. 
FILME/VÍDEO 
Título: Os Companheiros 
Ano: 1963 
Sinopse: A história de operários têxteis explorados em Turim, na 
Itália, na virada do século, que começam na luta por melhores 
condições de trabalho. O professor Sinigaglia (Marcello Mastroianni) 
é enviado pelos socialistas para ajudá-los a organizar sua greve e 
dar forma à sua luta. 
#REFERÊNCIAS# 
IAMAMOTO, Marilda Villela. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. 6Ed. 
São Paulo. Cortez,2002. 
_________, Marilda Vilela. RAUL de Carvalho. Relações Sociais e Serviço Social no 
Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 16 ed. São Paulo. 
Cortez. 2006. 
_________, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de Capital Fetiche: Capital 
financeiro, trabalho e questão Social. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2008 
_________, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação 
profissional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. 
MARX, Karl. O Capital, Volume 01, Cap. I. Rio de janeiro, Ed. Bertrand Brasil S.A, 1989. 
MONTAÑO, Carlos. A Natureza do ServiçoSocial: Um ensaio sobre a gênese, a 
“especificidade” e sua reprodução. Cortez. São Paulo. 2007. 
SANTOS, Josiane Soares. Questão Social: Particularidades no Brasil. 1 ed. São 
Paulo Cortez. 2017. 
YAZBEK, Maria Carmelita. Et. Al. O Serviço Social brasileiro em movimento: 
fortalecendo a profissão na defesa de direitos. Publicado na Revista Serviço Social 
& Sociedade. Ed. Cortez. São Paulo. 2008. 
 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL 
UNIDADE II - NORMAS E ÓRGÃOS REGULADORES 
Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
Plano de Estudo: 
 
● CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) 
● CRESS (Conselho Regional de Serviço Social). 
● Código de Ética do profissional do Serviço Social. 
● Constituição de 1988 e seus impactos para assistência social. 
● Lei Orgânica da Assistência Social de 1993 – LOAS/93 (Lei N 12.435/11) 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Conhecer o surgimento do CFESS; 
● Compreender as atribuições do CRESS; 
● Aprofundar nas alterações do Códigos de Ética profissional; 
● Conhecer os impactos da Assistência Social a partir da promulgação da 
Constituição Federal de 1988; 
● Se aprofundar na LOAS, Lei que regulamenta a Assistência Social. 
 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
 
Caro(a) aluno(a), como pode ter notado no título desta unidade, a partir de agora 
você irá aprender um pouco sobre as normas e os órgãos que regulamenta a profissão 
e o serviço socioassistencial a qual estará inserido quando atuar enquanto assistente 
social. Para entender sobre estes assuntos que considero importantes para você 
enquanto aluno do curso de Serviço Social, vamos apresentá-los de forma breve, mas já 
adianto que mesmo conhecendo e se apropriando dos conteúdos desta unidade, espero 
que você busque estudar mais sobre os assuntos, principalmente os órgão competentes 
e a LOAS. 
Logo no início apresento sobre o Conselho Federal de Assistência Social (CFESS) 
e em seguida o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), ambos considerados 
como autarquias públicas que visam orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender 
o exercício profissional do(a) assistente social no Brasil. 
Depois, apresentei sobre o Código de Ética profissional, realizando um contexto 
histórico e apresentando as alterações feitas desde a apresentação do primeiro C.E que 
foi em 1947 até a última em 1993, marcando assim a profissão e a regulamentando 
enquanto categorias profissional. Sendo considerado como uma das primeiras a ter uma 
legislação na área social. 
Por fim, apresentei sobre a Constituição Federal de 1988 e os impactos causados, 
principalmente na área da assistência social, a qual levou a promulgação da Lei Orgânica 
da Assistência Social, regulamentando tanto os serviços prestados quanto o direitos do 
cidadão ao utilizar desses serviços ofertados pela política de assistência social. E 
enquanto futuro assistente social é de extrema importância se apropria tanto das 
atribuições dos órgãos representativos quantos da legislação que regulamenta a 
profissional e o serviço prestado. Desejo bons estudos! 
 
1. CFESS (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL) 
 Fonte: http://www.cfess.org.br/ 
 
 Caro(a) aluno(a) conhecer os órgãos representativos da categoria é de extrema 
importância para a formação acadêmica, neste sentido vamos nos aprofundar sobre o 
papel de cada órgão. De acordo com site do CFESS, tanto este órgão quanto o 
Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), assunto que vamos nos aprofundar 
mais a frente são considerados como uma autarquia pública federal que tem a atribuição 
de orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do(a) 
assistente social no Brasil. 
A criação desses conselhos foram no ano de 1950, período em que o Estado 
passa a regulamentar profissões consideradas como liberais. Nesta época os conselhos 
tinham a função burocrática, ou seja, eram consideradas entidades sem autonomia, pois 
foram criadas no intuito de exercer apenas o papel de controlador do Estado em relação 
aos profissionais. 
O Serviço Social foi considerado uma das primeiras profissões da área social a ter 
uma legislação que regulamenta-se o exercício profissional (assunto que vamos nos 
aprofundar mais a frente), porém foi com o decreto 994 de 15 de maio de 1962 que o 
 
exercício profissional passaria a ser fiscalizado pelo Conselho Federal de Assistentes 
Sociais (CFAS), hoje denominado como CFESS e aos Conselhos Regionais de 
Assistentes Sociais (CRAS), conhecido como CRESS. 
#SAIBA MAIS# 
Por que se comemora o 15 de maio como o Dia do/a Assistente Social? 
O dia é comemorado em virtude do Decreto 994/62 que regulamenta a profissão 
do/a assistente social e cria os Conselhos Federal e Regionais ter sido editado em 15 de 
maio de 1962. Assim, embora a profissão tenha sido legalmente reconhecida por meio 
da Lei nº 3252 de 27 de agosto de 1957, somente em 15 de maio foram regulamentados 
e instituídos os instrumentos normativos e de fiscalização, na época Conselho Federal e 
Regional de Assistentes Sociais. Hoje com a edição da Lei 8662 de 08 de junho de 1993 
- Conselho Federal e Regionais de Serviço Social. 
Fonte: CFESS. Perguntas frequentes. Disponível em 
http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/perguntas-frequentes. Acessado em 16/01/2020. 
#SAIBA MAIS# 
De acordo com o site do CFESS, os Conselhos profissionais de um modo geral 
em seus primórdios eram constituídas como entidades autoritárias, não se tinha 
aproximação com os profissionais da categoria muito menos se constituíam como um 
espaço coletivo de interlocução. A fiscalização era restringida apenas na exigência da 
inscrição do profissional e pagamento do tributo devido, essas características também 
marcaram a origem dos Conselhos no âmbito do Serviço Social. 
É evidente que com o processo de renovação do CFESS e de seus instrumentos 
normativos ocorreram com as atualizações do código de ética e nos dias atuais este 
órgão constituído por lei tem a função de orientar, disciplinar, normatizar e fiscalizar o 
exercício profissional dos assistentes sociais registrados nos órgãos competentes. 
2. CRESS (CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL)
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/search-engine-optimization-flat-icon-620386715 
 Como estudamos anteriormente, o CRESS também é considerado uma autarquia 
com personalidade jurídica de direito público, a qual tem a sua vinculação ao CFESS, 
este órgão de jurisdição estadual, sendo alocados nos estados federativos do país, 
contando com regionais e seccionais para atender aos profissionais com registro no 
conselho. 
Conforme previsto na Lei 8662/93, lei que vamos nos aprofundar mais a frente, o 
CRESS tem autonomia administrativa e financeira em sua área de jurisdição, podendo 
atuar na qualidade de órgão executivo de primeira instância, a qual provém das seguintes 
atribuições 
● organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e o cadastro das
instituições e obras sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos;
● fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Assistente Social na respectiva
região;
● expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a respectiva taxa;
● zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como
Tribunais Regionais de Ética Profissional;
● aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional;
● fixar, em assembléia da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelos
Assistentes Sociais;
● elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação do
fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/ CRESS.
 Além de suas atribuições os CRESS regional deverá contar com membros 
efetivos, sendo considerado, um presidente, um vice-presidente, dois secretários, dois 
tesoureiros e três membros do Conselho Fiscal e nove suplentes.As pessoas ocupantes 
destes cargos deverão ser assistentes sociais, e eleitos de vias direta, o mandado deve 
ser de três anos. 
Já as seccionais deverão contar com três membros efetivos, sendo um delegado, 
um secretário e um tesoureiro, e três suplentes efetivos. Caro(a) aluno(a) é importante 
destacar que os assistentes sociais eleitos devem ser da área de sua jurisdição, ou seja, 
área que atuação e residência, normalmente são realizados processos seletivos para a 
efetivação nas eleições. 
De acordo com Lima (2014) atualmente o CRESS atua em quase todas os estados 
do país, sendo considerado uma entidade de direito público, tem o Tribunal de Contas 
da União como responsável por analisar todos os anos as contas deste órgão e ao 
compreendermos a sua plenitude entendemos a seriedade que é o CRESS e que nós 
enquanto assistente social devemos nos respaldarmos quanto necessário, visto que este 
órgão além de orientar também fiscaliza o exercício profissional, podendo aplicar 
penalidades, como multa, suspensão e até cancelamento do registro profissional, além 
de pena das medidas judiciais cabíveis para os infratores 
3. CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/3d-illustration-rubber-stamp-over-paper-
781938094 
Como estudamos anteriormente a categoria dos assistentes sociais foi uma das 
primeiras profissões a ter uma Lei de Regulamentação Profissional, desde o 
sancionamento do primeiro código de ética, esta Lei passou por diversas alterações e 
partindo deste preceito é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade. E para que 
você caro(a) aluno(a) possa entender sobre essas alterações irei apresentá-las, fazendo 
um breve resgate histórico a partir das ideias da autora Barroco (2012) uma referência 
para o Serviço Social. 
O primeiro código foi em 1947, aqui tinha-se uma estreita vinculação com a igreja 
católica, era atrelado especificamente no aspecto doutrinário, sendo considerado 
subordinado aos dogmas religiosos. Já o segundo foi em 1965, neste já podia 
compreender um traço na renovação profissional, principalmente no contexto da 
modernização conservadora posta pela burguesia, porém aqui não se tinha o rompimento 
com a base filosófica do neotomismo e do funcionalismo. 
O terceiro foi em 1975, houve o suprimento das referências democráticas liberai 
do código de ética anteriores, aqui tinha-se a compreensão que se configurava com uma 
expressão a reatualização do conservadorismo eliminando o dever relativo ao pluralismo. 
O quarto foi em 1986, neste já podia observar a descaracterização a tendência legalista 
ao Código anterior, construído coletivamente pela categoria por meio das entidades que 
os representavam que hoje conhecemos como CFESS e CRESS. Além disso, o Código 
de 1986, ficou considerado como parte de um projeto profissional, articulado a um projeto 
de sociedade. 
No Código de 1986 a autora Barroco, dá destaque, isso porque houve um conjunto 
de conquistas, tais como: rompimento com a pretensa perspectiva imparcial dos códigos 
de éticas anteriores, o desvelamento do caráter político da intervenção ética; a explicação 
do caráter de classe dos usuários, entre outros fatores que culminou com esta mudança, 
como por exemplo, a conjuntura de democratização que a sociedade vivenciou no ano 
de 1980 e a dinâmica capitalismo no ano de 1970. 
E por fim, tivemos a reformulação do Código de Ética em 1993, este que nos 
respaldamos até os dias atuais, Lei nº 8.622/93. A autora supracitada nos apresenta que 
a alteração do CE de 93 aconteceu em um cenário a qual se tinha o enfrentamento do 
neoliberalismo em meio a discussão das questão ética, tema que era debatido nas 
mobilizações políticas da sociedade, o que ocasionou ao impeachment do presidente da 
república. 
O processo de debates que estava acontecendo ocasionou a aprovação do 
Código de Ética de 1993, porém este a aprovação levou aproximadamente 3 anos, isso 
porque foi considerado como educativo e politizador. Portanto, pode-se entender que o 
Código de Ética de 1986 e 1993 foi um conquista para a categoria profissional, pois temos 
o primeiro que mesmo tendo resquícios do conservadorismo ainda foi um evolução para
a profissão e o segundo traz a proposta de valores emancipatórios que tem como 
proposta buscar estratégias para o enfrentamento dos problemas sociais. 
4. CONSTITUIÇÃO DE 1988 E SEUS IMPACTOS PARA ASSISTÊNCIA SOCIAL
 Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brazil-flag-on-people-hands-clenched-1489440602 
 Com o fim do regime militar e o anseio pela recuperação da liberdade de um 
Estado de direito, o país passou pelo processo de redemocratização que ocorreu com a 
Constituição Federal 1988 conhecida com “Carta Cidadã”. Assim instaura-se a luta pelos 
direitos sociais e individuais na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária. 
A Constituição Federal 1988 provém de direitos e garantias, além de deveres dos 
órgão competentes para com a sociedade. Lima (2014) nos apresenta que a CF nos 
trouxe inovação e avanços em relação a assistência social no Brasil, como a 
promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), assunto que vamos abordar 
mais a frente, mas que acabou regulamentando os artigos 203 e 204 da Constituição 
Federal, o quais asseguram o exercício dos direitos sociais como um de seus valores 
supremos. Assim, a assistência social passou a ser reconhecida como política social, 
sendo integrada no tripé da seguridade social ( Previdência Social, Assistência Social e 
Saúde). Considerada como responsabilidade do Estado, de gestão descentralizadas e 
participativa. 
#SAIBA MAIS# 
https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brazil-flag-on-people-hands-clenched-1489440602
Previdência Social: mecanismo público de proteção social e subsistência 
proporcionando mediante contribuição. 
Assistência Social: política social de proteção gratuita a quem dela necessitar (não é 
contributiva). 
Saúde pública: destinada a promover redução de risco de doenças e acesso a serviços 
básicos de saúde e saneamento (não é contributiva). 
Fonte: LIMA, 2014. P. 116 
#SAIBA MAIS# 
Em relação a assistência social a Constituição Federal de 1988, foi um divisor de 
águas, pois trouxe impactos relevantes, principalmente para os profissionais da área 
social. Isto porque o Estado teve que assumir responsabilidades e adotar medidas 
concretas para a redução da desigualdade econômica e social do país. 
A partir disso, foi criado o programa transferência de Renda, a fim de combater a 
pobreza e as diversas formas de desigualdade, visto que mesmo com os seus altos e 
baixos este programa foi considerado positivo, desta forma o Programa Bolsa Família 
passa a ser considerado pela queda da desigualdade social e o aumento da renda das 
pessoas consideradas “mais pobres”, ou seja, com uma renda inferior a ¼ do salário 
mínimo por pessoa. 
Em linhas gerais pode-se considerar que a Constituição Federal foi um marco para 
a sociedade, principalmente para nós assistentes sociais, pois seus impactos foram 
importantes para se concretizar as regulamentações das demais legislações, como a 
LOAS e Políticas Nacional da Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único de 
Assistência Social. 
5. LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL DE 1993 – LOAS/93 (LEI N 12.435/11)
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/handicapped-people-disabilities-happy-friendly-
family-1275999205 
 Em 07 de setembro de 1993, foi promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social 
(LOAS) com a finalidade de regulamentar os artigos 203 e 204 da Constituição Federal 
de 1988, assuntos abordado anteriormente, mas que iremos nos aprofundar nesta parte 
da Unidade. 
A Assistência Social foi definida na LOAS como direito do cidadão e dever do 
Estado, sendo considerada como um política prevista dentro da seguridade social, a qual 
tem caráter não contributivoe o cidadão só poderá utilizar dos serviços prestados por 
esta política quando necessitar, pois prevê o mínimo social, ou seja, atende somente as 
necessidades básicas. 
De acordo com o que está previsto na LOAS, a assistência social tem como 
objetivo, a proteção social, a qual deve garantir da vida, reduzindo os danos causados e 
prevenindo os riscos gerados por algum problema social. Além da proteção à família, 
seja na maternidade, na infância, adolescência ou na velhice. 
Ainda nos objetivos da assistência social, deve-se ter o amparo às crianças e 
adolescentes que são considerados carentes, a promoção ao mercado de trabalho, a 
habitação e reabilitação às pessoas com deficiência, a garantia de um salário-mínimo 
para pessoas com deficiência e ao idoso que não provém do seu próprio sustento, a 
vigilância socioassistencial que visa analisar a territorialidade e a capacidade protetiva 
das famílias, aqui podemos considerar os órgãos como CRAS (Centro de Referência da 
Assistência Social), o CREAS (Centro de Referências de Especialização da Assistência 
Social) entre outros. E por fim a defesa dos direitos, que deve garantir o acesso aos 
direitos. 
#REFLITA# 
Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma 
integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições 
para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. 
Fonte: BRASIL, 1993. 
#REFLITA# 
Na LOAS, também podemos encontrar, os princípios, as diretrizes e dos 
programas e projetos da assistência social o Benefício de Prestação Continuada (BPC), 
os benefícios eventuais, os serviços, os programas de assistência social e os projetos de 
enfrentamento da pobreza, os quais concretiza o que está previsto nos artigos 203 e 204 
da Constituição Federal de 1988. 
De acordo com a Yazbek (2004) a LOAS veio para possibilitar o reconhecimento 
público, a qual legitima as demandos dos beneficiado pelo serviço, bem como o próprio 
serviço que visa comprir o que estava previsto na CF, assim a proposta da LOAS é 
estabelecer hegemonia estatal a partir do gerenciamento das políticas pública e 
concretizar a assistência social como política social. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
Caro(a) aluno(a) ao longo desta unidade, estudamos os principais conceitos dos 
órgãos representativos da categoria profissional, bem como a legislação que 
regulamenta a profissão e o serviços prestados nos mais diversos espaços sócio 
ocupacionais. Ao viés da profissão e você enquanto aluno de Serviço Social deve 
considerar as normativas como assuntos importantes, pois é o que irá orientá-lo no 
campo de atuação profissional. 
Como estudamos nesta unidade, aprendemos que o CFESS e o CRESS são 
órgãos considerados autarquias públicas a qual tem um papel importante, pois não é 
somente fiscalizar o profissional em seu exercício profissional, mas de respaldá-lo e 
orientá-lo enquanto profissional que luta pelos direitos sociais e individuais, conforme 
previsto na Constituição Federal e nosso código de ética, que prevê os nosso direitos e 
deveres profissionais. 
De fato, os assuntos apresentados nesta unidade são relevantes e importantes, 
pois fideliza o fazer profissional em meio a sociedade e conhecer as alterações que 
aconteceram no Código de Ética profissional e o avanço que a assistência social teve 
com a Constituição Federal a qual tornou-se reconhecida como política pública e tendo 
o Estado como instituição de responsabilidade, a qual necessitou adotar medidas
concretas para atender as desigualdades sociais, tendo o seu impacto por meio da 
criação de programas sociais, reduzindo as mazelas causadas pelo capitalismo. 
Assim, acredito que conhecer as normativas e os órgão competentes no que se 
refere a profissão, nos faz entender que o Serviço Social ao longo de todos esses anos 
se modificou em meio a sociedade, porém devemos sempre nos aprofundar no fazer 
profissional por meio dos estudos e aprendizagem entendo a certeza de que assim como 
a sociedade evoluiu o profissional em Serviço Social também precisa evoluir e entender 
os direitos do cidadão por meio das legislações é o que se difere em meio a categoria. 
Espero que os breve conceitos lhe estimule a se apropria do que aprendemos nesta 
unidade. Bons estudos! 
#LEITURA COMPLEMENTAR# 
 (...) 
A natureza da ética profissional 
 A ética profissional é uma dimensão específica do Serviço Social, suas 
determinações são mediadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades, de 
demandas e respostas que legitimam a profissão na divisão social do trabalho da 
sociedade capitalista, marcando a sua origem e a sua trajetória histórica. 
 A ética profissional se objetiva como ação moral, através da prática 
profissional, como normatização de deveres e valores, através do código de Ética 
Profissional, como teorização ética, através das filosofias e teorias que fundamentam 
sua intervenção e reflexão e como ação ético -política. Cabe destacar que essas não 
são formas puras e/ou absolutas e que sua realização depende de uma série de 
determinações, não se constituindo na mera reprodução da intenção dos seus sujeitos. 
 A moral profissional diz respeito à relação entre a ação profissional do 
indivíduo singular (derivada de determinado comportamento prático objetivador de 
decisões, escolhas, juízos e ações de valor moral), os sujeitos nela envolvidos 
(usuários, colegas, etc.) e o produto concreto da intervenção profissional (avaliado em 
função de suas consequências éticas, da responsabilidade profissional, tendo por 
parâmetros valores e referenciais dados pela categoria profissional, como o Código 
de Ética, etc.). 
(...) 
Fonte: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Fundamentos éticos do Serviço Social. 2009. Disponível em: 
http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/8QQ0Gyz6x815V3u07yLJ.pdf. Acessado em 16/01/2020. 
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
LIVRO 
Título: Código de ética do/a Assistente Social comentado 
Autor: Maria Lucia Silva Barroco e Sylvia Helena Terra 
Editora: Cortez 
Sinopse: Este livro preenche uma lacuna. Não havia até agora 
um texto acadêmico destinado a comentar o Código de Ética em 
vigor, de 1993, na sua totalidade. As autoras comentam o Código 
em seus fundamentos sócio-históricos e ontológicos, bem como 
em suas reais possibilidades de materialização, no contexto de uma sociabilidade 
fundada na acumulação e na propriedade privada. 
FILME/VÍDEO 
Título: Laranjas e Sol 
Ano: 2011 
Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme conta a história de 
Margaret Humphreys, uma assistente social do Reino Unido 
responsável por descobrir um dos maiores esquemas de tráfico 
infantil da Europa, envolvendo o governo da Grã-Bretanha, que 
deportava crianças pobres de maneira forçada para países como 
a Austrália e o Canadá. 
#REFERÊNCIAS# 
BARROCO, Maria Lucia Silva. TERRA, Sylvia Helena. Código de Ética do/a Assistente 
Social comentado. Organizado: Conselho Federal de Serviço Social - CFESS. São 
Paulo. Cortez. 2012 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal: Seção IV da Assistência Social, 1988. 
______. LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. Lei Orgânica dA Assistência 
Social. Diário Oficial da União, Brasília - DF. 1993. 
______. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. Código de ética do/a assistente 
social. 10ª. ed. rev. e atual. Brasília. Conselho Federal de Serviço Social. 2012. 
CFESS. Histórico. Disponível em:http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess. 
Acessado em 16/01/2020. 
CFESS. Perguntas frequentes. Disponível em 
http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/perguntas-frequentes. Acessado em 
16/01/2020. 
LIMA, Daniela Alves. Introdução ao Serviço Social. São Paulo. Pearson Educationdo 
Brasil, 2014. 
YASBEK,M.C. As ambigüidades da Assistência Social Brasileira após 10 anos de 
LOAS. Revista Serviço Social & Sociedade, ano XXV, n° 77, p. 11-29, mar. 2004. 
 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL 
 UNIDADE III - ASSISTÊNCIA SOCIAL: IDENTIDADE PROFISSIONAL 
Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
 Plano de Estudo: 
● Formação, competências e atribuições. 
● Objetos de trabalho do assistente social. 
● Mercado de trabalho: os espaços de atuação. 
● Projeto ético-político: caminhos para formação do assistente social. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Apresentar o processo de formação, bem como as competências e atribuições 
profissionais; 
● Destacar os objetos de trabalho do assistente social, considerando no novo 
formato de sociedade; 
● Expor os campos de atuações profissionais em relação ao mercado de trabalho; 
● Compreender o Projeto Ético Político e os caminhos para formação profissional; 
 
 
 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
 
Caro(a) aluno(a) a identidade profissional deve ser considerado como um fator 
importante na construção da sua formação enquanto futuro assistente social, pois é a 
partir desta perspectiva que você conseguirá identificar o campo de atuação a qual tem 
interesse, além de construir o perfil profissional a partir das atribuições e competências, 
compreendendo a importância do Projeto Ético Político. 
E partindo desta análise que esta unidade tem como proposta apresentar alguns 
pontos relevantes para que você consiga construir o seu perfil profissional e identificar o 
campo de atuação a qual tem interesse, destacando que o mercado de trabalho do 
assistente social tem expandindo constantemente a partir das novas expressões da 
questão social. 
Assim, na primeira parte desta unidade será apresentado o processo de formação, 
destacando o motivo que devemos cursar Serviço Social em qual momento se 
materializou na profissão, além de conhecer as atribuições e competências privativas 
dos assistentes sociais. Já na segunda parte da unidade será destacado os objetos 
profissionais, sabendo que a questão social é o objeto da profissão, porém com o modelo 
societário atual existem novos objetos da profissão e que cabe ao assistente social 
identifica-los. 
Na terceira parte tem como viés expor o mercado de trabalho e os espaços de 
atuação que tem expandido constantemente devido às novas expressões da questão 
social e por fim apresento o Projeto ético-político e quais foram os caminhos para 
formação do assistente social, o que este projeto se difere no fazer profissional e como 
os assistente sociais atua mediante as bases que fundamentam-o. 
Assim, convido você a se apropriar dos conteúdos desta unidade e desejo bons 
estudo e sucesso na sua escolha enquanto futuro assistente social. 
1. FORMAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-illustration-business-worker-doing-job-
1497043301 
Caro(a) aluno(a), o assistente social enquanto profissional inserido na divisão 
social e técnica do trabalho precisa assumir alguns requisitos para exercer a sua atuação 
nos mais diversos campo socioocupacionais. Como estudamos na primeira e na segunda 
unidade, o Serviço Social passou por diversas mudanças ao longo dos seus 90 anos de 
existência, surgindo como condutor das práticas assistencialistas e se regulamentando 
enquanto profissão, sendo considerado como um profissional liberal e interventivo nas 
relações sociais do trabalho. 
Mas para entender tudo isso, é importante conhecer o processo formativo, as 
competências e as atribuições que irá realizar quando solicitar a carteira profissional 
após a conclusão do curso, desta forma irei apresentá-los a seguir de forma separada. 
1.1 FORMAÇÃO 
De acordo com a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social 
(ABEPSS) O processo de consolidação das diretrizes de 1996, surgiu no debate do III 
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), a qual foi realizado no ano de 1979, 
que conhecemos como “Congresso da Virada”, neste congresso foi discutido sobre a 
construção das bases para o currículo mínimo que aconteceu em 1982, sendo 
considerado como um marco do projeto profissional que é a formação profissional. 
Porém somente em 1996 é que tivemos a diretrizes gerais do curso de Serviço 
Social, as quais dispõem dos pressupostos da formação, os princípios e diretrizes da 
formação, a nova lógica curricular e as observações e recomendações, esta última 
dispõem de que o curso de Serviço Social deve ter duração de 4 anos, sendo 
considerado bacharel em Serviço Social. 
De acordo com Iamamoto (2012) o debate sobre a formação profissional que 
ocorreu nos anos 1980 apresentou-se alguns eixos e dentre eles o de fundamentos do 
processo formativo, o qual foi discutido ao longo de mais de uma década a necessidade 
de direcionar a formação para a criação de um perfil profissional firmado em 
competências teórico-crítica, aproximando as principais matrizes do pensamento social, 
destacando na atualidade as expressões teórico-prática no Serviço Social. 
A autora supracitada ainda destaca que a necessidade de re-construir o projeto 
de formação profissional do assistente social requer entender o dilema da sociedade 
contemporânea e para isso é exigido conciliar o projeto formativo com a história, bem 
como as tendências contraditórias tanto de curto quanto de longo prazo, exigindo do 
processo formativo a apropriação das informações relacionadas a sociedade como um 
requisito primordial para concretizar o que se pretende atingir na construção do projeto 
a qual está inserido, tendo a capacidade de atuar nos diversos momento conjunturais, 
tendo a capacidade de antecipar os problemas posto diante da prática profissional. 
1.2 COMPETÊNCIAS 
Como forma de compreender a competência profissional, irei apresentar na 
íntegra o que o Código de Ética nos apresenta. Conforme previsto no Artigo 4º 
Constituem competências do Assistente Social: 
● elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da
administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações
populares;
● elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam
do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; III -
encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à
população;
● orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de
identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de
seus direitos;
● planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
● planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da
realidade social e para subsidiar ações profissionais;
● prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias
relacionadas no inciso II deste artigo;
● prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às
políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da
coletividade;
● planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de
Serviço Social;
● realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e
serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta,
empresas privadas e outras entidades.
1.3 ATRIBUIÇÕES 
O Código de Ética também dispõem das atribuições privativas do assistente 
social, prevista no artigo 5º que será apresentada na íntegra a seguir. 
● coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos,
programas e projetos na área de Serviço Social;
● planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço
Social;
● assessoria e consultoria e órgãos da Administração Públicadireta e indireta,
empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social;
● realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres
sobre a matéria de Serviço Social;
● assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-
graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos
em curso de formação regular;
● treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; VII -
dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação
e pós-graduação;
● dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em
Serviço Social;
● elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de
concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam
aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
● coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre
assuntos de Serviço Social;
● fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;
● dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;
● ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos
e entidades representativas da categoria profissional.
2. OBJETOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/social-issues-word-cloud-338578616 
Caro(a) aluno(a) como estudamos na primeira unidade deste livro o objeto de 
trabalho do Serviço Social é a questão social, porém nesta unidade vamos nos 
aprofundar nas múltiplas expressões da questão social, a qual faz parte do processo de 
produção e reprodução das relações sociais tendo o assistente social como profissional 
capacitado para atuar frente às diversas demandas apresentadas na sociedade. 
Segundo Yazbek (2001) o atual cenário que a sociedade está inserida apresenta 
impactos devastadores, tais como, desemprego, a precarização no modo de trabalho, a 
debilidade na saúde, moradia precária e muitas vezes insalubres, fome, criminalidade, 
favelização, analfabetismo, diferenças sociais, pessoas em situação de rua, pessoas 
usuárias de substâncias psicoativas, violência (idoso, crianças, adolescentes, pessoa 
com deficiência, mulheres, assaltos, mortes entre outros), entre outros que leva ao 
pauperismo extremo. É evidente que os impactos causados pelo sistema capitalista de 
certa forma foram destrutivos, marcando profundamente a população empobrecida. 
Netto (2001, p.41) destaca que “as expressões da questão social não é 
semanticamente unívoca; ao contrário, registram-se em torno dela compreensões 
diferenciadas e atribuições de sentido muito diversos”. Por tanto entender as múltiplas 
expressões da questão social deve ir além do que está exposto, é preciso entender os 
desdobramentos sócio-políticos que envolve uma determinada expressão da questão 
social, é para isso preciso entender o contexto histórico que ocasionou a situação que 
muitas vezes leva o indivíduo ou um grupo de pessoas a uma condição degradante. 
Já Iamamoto (2012, p 62) corrobora que “as expressões da questão social são a 
matéria-prima ou o objeto do do trabalho profissional. Pesquisar e conhecer a realidade 
é conhecer o próprio objeto de trabalho, junto ao qual se pretende induzir ou impulsionar 
um processo de mudança”, ou seja, a ideia da autora vai de encontro com a de Netto 
quando destaca que compreender as diferenças expressões da questão social é 
conhecer a realidade, mas também ter a possibilidade de mudar a realidade e ou de 
transformar por meio da ação realizada pelo trabalho profissional 
A autora supracitada ainda apresenta que conhecer as particularidades das 
múltiplas expressões da questão social na história da sociedade brasileira é o mesmo 
que esclarecer o processo social, o qual são produzidos e reproduzidos nas relações 
sociais cotidianamente, cabendo ao assistente social aprender e entender como as 
múltiplas expressões da questão social sucedem na sociedade e quais as ações devem 
ser conduzidas para atender ao problema posto ao profissional. 
Assim netto (2011) completou que o capitalismo está em constante mudança, ou 
seja, se reinventando frequentemente e com isso pode surgir novas expressões da 
questão social e o que nos enquanto assistentes social devemos fazer frente a uma nova 
expressão da questão social. Segundo o autor devemos investir para além da 
permanência de manifestações tradicionais e a cada novo estágio do desenvolvimento 
societário é necessário nos estudos e aperfeiçoamentos, compreendendo o contexto a 
qual o profissional em Serviço Social está inserido. 
3. MERCADO DE TRABALHO: OS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/continuous-line-drawing-businessmens-handshake-
template-1124647034 
Com o aumento da desigualdade social e surgimento das múltiplas expressões da 
questão social, houve uma ampliação no mercado de trabalho dos profissionais de 
Serviço Social nos últimos tempos. Assim, os assistentes sociais passaram a ocupar os 
espaços que retratavam as particularidade e condições no que se refere às relações de 
trabalho posta na sociedade brasileira, além de passar por profundas mudanças na 
forma de atuação, mediante as inovações tecnológicas. 
Iamamoto (2009) destaca que além de ampliar o mercado de trabalho, foi 
necessário se reinventar no meio profissional, pois o próprio mercado exige novas 
habilidades, competências e atribuições, além das privativas, impondo ao profissional 
especialidades e capacitação acadêmica, principalmente no que se refere ao 
direcionamento ético-político e técnico, capaz de se impulsionar no mercado inserido. 
O fato é que o mercado de trabalho para os assistentes sociais está em constante 
mudança, surgindo novos campo de atuação para atuar frente às novas questões sociais 
e cabe ao profissional se destacar no mercado de trabalho a partir de suas habilidades 
e competências. Mas para que você caro(a) aluno(a) possa entender o mercado de 
trabalho irei destacar os principais espaços sócio ocupacionais que são obrigatórios a 
contratação. 
Segundo Iamamoto (2012) os serviços sociais públicos, é considerado o campo 
que mais contrata assistente sociais, normalmente são realizados concursos públicos 
para ocupar os espaços nas secretarias da assistência social, educação, habitação, 
saúde, entre outros, que e estão inseridos nas esferas municipais, estaduais e federal. 
Os profissionais que estão inseridos nos serviços públicos atuam em territórios, seja na 
proteção básica e ou alta complexidade. 
A autora ainda apresenta que temos uma outra fatia do mercado de trabalho que 
também mais contrata assistentes sociais, que são as Organizações da Sociedade Civil 
(OSC’s) conhecidas como ONG’s. Que para esta autora necessita dos profissionais mais 
atenção e melhor qualificação para lidar com as mais diversas expressões da questão 
social. Não podendo deixar de destacar o “sistema S” - SESC, SESI, SENAC, SENAI, 
SEBRAE, SENAR, SEST, SENAT E SESCOOP. 
A previdência social é outro campo de atuação, a qual também é contrata por meio 
de concurso público, sendo considerado como um campo com boa remuneração, este 
campo também atua no enfrentamento da questão social na perda dos direitos sociais 
universais, assegurados pela Constituição Federal. Não podemos deixar de destacar a 
atuação dos assistentes sociais nas empresas com a proposta de eliminar o foco de 
tensões sociais e criar um comportamento produtivo da força de trabalho, além dos 
assistentes sociais atuando em universidades em cursos de graduação em Serviço 
Social e especializações na área, bem como na publicação de livros e elaboração de 
materiais de pesquisas voltados para o Serviço Social. 
4. PROJETO ÉTICO-POLÍTICO: CAMINHOS PARA FORMAÇÃO DO ASSISTENTE
SOCIAL 
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/business-concept-team-metaphor-people-connecting-1390292588 
Caro(a) aluno(a) para compreender o Projeto Ético-Político (PEP) do Serviço 
Social é necessário realizar uma breve contextualização do período que este projeto 
começa a ser gestado dentro da categoria profissional e como os assistentes sociais 
devem priorizar seus objetivos e funções para que assim possam formular requisitos 
teóricos e práticos em pleno exercício profissional. 
Assim, de acordo com Netto (2005) o processo de renovação do Serviço Social 
surge entre os anos 1965 a 1985, período que temos a autocracia burguesa no regime 
militar e a redemocratização do país. E é dentro deste contexto que acontece o 
movimento de reconceituação, considerado emblemático e importante para o Serviço 
Social, pois é a partir deste movimento que os assistentes sociais se desvincula da base 
tradicionalista e conservadora, passando a adotar uma postura mais teórica e reflexiva 
diante do cenário societário e para explicar este processo o autor nos apresenta três 
direções primordiais para tal feito. 
A primeira é a perspectiva modernizadora que surgiu a partir dos estudos dos dois 
primeiros seminários de teorização (Araxá e Teresópolis), a qual tinha a intenção de 
adequar o Serviço Social em relação aos instrumentos de intervenção inserido em um 
conjunto de técnicas sociais, porém era uma vertente tradicionalista. Já a segunda é a 
reatualização do conservadorismo, que buscava compreender as tendências da 
profissão no período do regime militar, além de recuperar os componentes estagnados 
da herança histórica e conservadora da profissão. 
Por fim, a terceira direção trata da perspectiva da intenção de ruptura, diferente 
das anteriores esta tem o viés central criticar de forma sistemática o desempenho 
tradicional, rompendo com a herança do pensamento conservador e adotando uma 
postura crítica, pautada nos referenciais teórico-metodológico marxistas. E é nesta 
perspetiva que vamos nos pautar, pois é a partir da intenção de ruptura que a categoria 
profissional começa a construir o Projeto Ético Político do Serviço Social. 
Assim, o caminho para a formação profissional do assistente social aconteceu em 
1979 com o Congresso da Virada, tendo uma perspectiva crítica é neste congresso que 
o Projeto Ético Político é criado, atendendo tanto a categoria profissional quanto a
construção de um novo projeto societário, a qual está pautada em três perspectiva que 
é o Código de Ética Profissional de 1993; as Diretrizes Curriculares e a Lei que 
Regulamenta a Profissão 8.662/93 e neste sentido que os profissionais do Serviço Social 
devem buscar as possibilidades de enfrentamento das expressões da questão social que 
deve ir vai além do sistema capitalista. 
Cabe destacar que o Projeto Ético Político da Profissão não tem um parâmetro a 
seguir, é evidente que temos as legislações e diretrizes curriculares que dão um norte 
no fazer profissional, porém devemos considerar que o Projeto Ético Político vai além da 
prática profissional, pois segue no sentido de uma sociedade mais justa e igualitária a 
qual os assistentes sociais que se compromete no processo desta construção, movido 
por uma postura ética diante do seu exercício profissional. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
 
Caro(a) aluno(a) chegamos ao fim de mais uma unidade e como pode averiguar 
existem alguns fatores considerados importantes para a identidade profissional, assim 
aprendemos na primeira parte da unidade, que a formação surgiu no Congresso da 
Virada, a qual foi discutido sobre a construção das bases para o currículo mínimo, porém 
somente em 1996 é que esta discussão foi concretizada e hoje temos as diretrizes que 
apresenta o currículo para formação profissional que devemos considerar como um 
marco para a profissão. Outro marco para a profissão foi o Código de Ética da profissão, 
a qual apresenta as competência e atribuições privativas dos assistentes sociais, e na 
primeira unidade os apresento na íntegra, mas é importante que você enquanto futuro 
assistente social conheça e se apropria de tudo o que está exposto em nosso Código de 
Ética. 
Na segunda parte da unidade estudamos os objetos de trabalho do assistente 
social, que nada mais é do que as expressões da questão social, ou seja, as mais 
variadas desigualdades sociais gerada pelo capitalismo. Já na terceira parte da unidade 
foi apresentado o mercado de trabalho do assistente social, os campo de atuação que 
mais contrata assistente social e a perspectiva de novos campos de atuação profissional. 
Finalizando assim a quarta parte desta unidade com o Projeto Ético-Político do 
Serviço Social apresentando um breve contexto histórico para compreender a 
importância deste projeto no processo de formação profissional e quais foram os 
caminhos para que os assistentes sociais pudessem ter um Projeto Ético-Político que 
compreendesse o processo de construção da sociedade. Desta forma podemos 
compreender que os conteúdos aprendidos nesta unidade são relevantes, pois a partir 
do que está exposto é que você enquanto futuro assistente social poderá escolher o 
campo de atuação a qual tem interesse e assim passar a construir o perfil profissional a 
qual se difere dos demais profissionais. 
Bons estudos e até a próxima! 
#LEITURA COMPLEMENTAR# 
 
A análise dos espaços ocupacionais do assistente social – em sua expansão e 
metamorfoses – requer inscrevê-los na totalidade histórica considerando as formas 
assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no cenário da crise 
mundial. Sob a hegemonia das finanças e na busca incessante da produção de super 
lucros, aquelas estratégias vêm incidindo radicalmente no universo do trabalho e dos 
direitos. 
As medidas para superação da crise sustentam-se no aprofundamento da 
exploração e expropriação dos produtores diretos, com a ampliação da extração do 
trabalho excedente e a expansão do monopólio da propriedade territorial, 
comprometendo simultaneamente recursos naturais necessários à preservação da vida 
e os direitos sociais e humanos das maiorias. 
Essas estratégias defensivas aliadas às características históricas particulares que 
presidiram a revolução burguesa no Brasil (FERNANDES, 1975; IANNI, 1984, 2004) têm 
incidido na dinâmica das relações entre o Estado e a sociedade de classes, 
especialmente a partir da década de noventa do século XX, alterando a forma assumida 
pelo Estado e a destinação do fundo público; a tecnologia e as formas de organização 
da produção de bens e serviços; o consumo e controle da força de trabalho e as 
expressões associativas da sociedade civil, entendida enquanto sociedade de classe. 
(...) 
Fonte: IAMAMOTO, Marilda Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social. Serviço 
Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Edição CFESS e ABEPSS. 2009. 
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
LIVRO 
Título: Serviço Social: Direitos Sociais e Competências 
Profissionais 
Autor: Diversos 
Editora: CFESS 
Sinopse: Os textos reunidos neste livro abordam uma temática 
essencial ao trabalho dos assistentes sociais e, certamente, 
serão uma referência obrigatória nos debates sobre 
competências e atribuições profissionais no âmbito da políticas 
sociais e na realização de direitos 
FILME/VÍDEO 
Título: À Procura da Felicidade 
Ano: 2006 
Sinopse: Will Smith estrela esta história inspirada em fatos reais 
sobre Chris Garner, um vendedor de São Francisco que vive no 
limite da linha da pobreza. Quando sua mulher Linda (Thandie 
Newton) o abandona, Chris deve criar sozinho o filho deles de 5 
anos, Christopher (Jaden Smith). 
#REFERÊNCIAS# 
ABEPSS. Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social. 1996. Disponível em: 
http://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/04-a-caderno-abess-n7-diretrizes-gerais-
para-o-curso-de-servico-social-(com-base-no-curriculo-minimo-aprovado-em-
assembleia-geral-extraordinaria-de-8nov-201702011415372855610.pdf. Acessoem: 
17/01/2020. 
Brasil. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. Código de ética do/a assistente 
social. 10ª. ed. rev. e atual. Brasília. Conselho Federal de Serviço Social. 2012. 
IAMAMOTO, Marilda Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social. 
Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Edição CFESS e 
ABEPSS. 2009. 
__________, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. 
NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da questão social. Temporalis, ano II, 
n. 3, 2001 p. 41-49.
_______, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no 
Brasil após 64. 8 ed. São Paulo. Cortez. 2005. 
YAZBEK, M. C. Pobreza e exclusão social: expressões da questão social. 
Temporalis, ano II, n. 3, 2001 p. 33-40. 
 
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL 
UNIDADE IV - O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE 
Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira 
 
 
Plano de Estudo: 
● O Serviço Social na Contemporaneidade. 
● A “questão social” na atualidade brasileira. 
● Tendências atuais para o Serviço Social. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Conceituar o Serviço Social na contemporaneidade. 
● Apresentar a questão social na atualidade brasileira. 
● Destacar as tendências atuais para o Serviço Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
Caro(a) aluno(a) por incrível que pareça o Serviço Social na contemporaneidade 
é um assunto pouco debatido ou não compreendido dentro da categoria profissional, 
entender as tendências na atualidade, bem como o mercado de trabalho requer do 
assistente social que pensa e repensa no seu agir profissional, rompendo com o 
conservadorismo instaurado em seu interior e partindo desta concepção que esta 
unidade se propõem a discorrer, desta forma a dividimos em três partes. 
Na primeira parte será abordado o Serviço Social na contemporaneidade, a qual 
tem como intuito apresentar brevemente o momento que este assunto começou a ser 
discutida no seio da categoria profissional no movimento de reconceituação destacando 
os conceitos acerca do fazer profissional e as exigências que o mundo contemporâneo 
nos apresenta em relação à prática profissional e que cabe somente ao profissional 
decifrar esta realidade propondo alternativa quanto a prática e o exercício profissional. 
Já na segunda parte pretende-se abordar um assunto que também não é muito 
discutido dentro da categoria profissional, a questão social na atualidade brasileira, isto 
porque para entender este assunto deve-se compreender a dinâmica da relação entre o 
Estado e o sistema capitalista, pois somente assim que o assistente social conseguirá 
atuar frente a questão social posta ao profissão, portanto nesta parte da unidade foi 
apresentado quatro aspectos que a autora Iamamoto considera relevantes ao atuar frente 
a questão social na atualidade. 
E por fim a terceira parte será apresentado as tendências atuais para o Serviço 
Social, o assunto abordado nesta parte da unidade eu confesso que é considerado um 
pouco polêmico, pois são assuntos que gera divisão dentro da categoria profissional, 
porém necessários diante das mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e que cabe 
ao assistente social se adequar sem perder o sentido da profissão. Bons estudos! 
 
1. O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE 
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/conceptual-compass-needle-pointing-year-2020-
241610269 
 
Caro(a) aluno(a) como estudamos na unidade anterior a intenção de ruptura foi 
um marco para a categoria profissional, principalmente com o movimento de 
reconceituação, a qual tivemos novas perspectivas em relação à prática profissional e a 
postura ética política. Portanto, iniciar esta unidade sem trazer esta informação não faz 
sentido, visto que o Serviço Social na contemporaneidade é compreendido após o 
movimento de reconceituação. 
Assim, o movimento de reconceituação trouxe fatores importantes que deram base 
para a categoria profissional, ou seja, entender o seu objeto de trabalho de forma 
analitica, atribuindo a competência crítica em relação ao pensamento social, tendo a 
objetividade reflexiva em decifrar a realidade da sociedade. 
Com isso, o assistente social na atualidade tem a competência técnico-político, 
que possibilita entender qualquer necessidade que a sociedade venha a apresentar a 
partir das múltiplas expressões da questão social que expressa em nosso cotidiano nos 
mais distintos segmentos da classe subalterna, regido pelo sistema capitalista. 
Desta forma, o Serviço Social na contemporaneidade exige dos profissionais 
atenção no que se refere ao mundo contemporâneo, seja no âmbito econômico, social, 
político, cultural, tecnológico entre outros, e para isso os assistentes sociais precisam 
conhecer a realidade principalmente no enfrentamento e agravamento da desigualdade 
social causada pelo acúmulo do capital que continua se reafirmando na atualidade, além 
de participar de criações ou inovações modernizadoras que sejam favoráveis na atuação 
profissional. 
Neste sentido, Iamamoto (2012, p. 20) destaca que os assistentes sociais 
precisam “romper com a visão endógena, focalista, uma visão “de dentro” do Serviço 
Social, prisioneira em seu muros internos”, ou seja, expandir seus horizontes, ter uma 
 
visão além do que está exposto no espaço sócio-ocupacional, buscando alternativas para 
executar as competências e habilidades com excelência, devendo “ decifrar a realidade 
e construir proposta de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a 
partir de demandas emergentes no cotidiano”, assim o assistente social deve ser um 
profissional que busca soluções, ou seja, propositivo e não executor da política a qual 
está inserido. 
Diante desta afirmação é importante considerar que o assistente social inserido 
em um espaço sócio-ocupacional precisa romper com as atividades burocráticas e 
rotineiras que de certa forma reduz a mero empregado ou um executor de tarefas e 
cumpridor de carga horária, além de realizar múltiplas tarefas posta pelo empregador 
com a visão de um profissional que atua na perspectiva de caridade ou ajuda, o que 
acaba não permitindo a este profissional que exerça as atribuições e competência 
privativas a qual se propôs a realizar. 
Entender o Serviço Social na contemporaneidade requer uma análise minuciosa 
das possibilidades apresentadas na realidade atual, considerando que o assistente social 
é um profissional liberal, porém não deixa de ser um trabalhador especializado, a qual 
vende a sua força de trabalho tanto para entidades públicas quanto privadas, mas que 
cabe ao assistente social apropriar as possibilidades transformando em projetos de 
trabalho em pleno exercício profissional. 
 
Porém, o exercício profissional 
na contemporaneidade precisa ir além 
do simples fazer profissional, Segundo 
Iamamoto (2012) o assistente social 
deve aprender a negociar, apresentar 
condições favoráveis, defender a 
prática profissional além das suas 
qualificações, e com isso deve romper 
com a visão tradicional e conservadora 
do Serviço Social, a qual o impede de 
apresentar possibilidades inovadoras e 
se destacar no mercado de trabalho, a 
qual pretende ou esteja inserido. 
 Exercício Profissional 
 ID da imagem: 1428830480 
Em sumo, o Serviço Social é considerado uma profissão especializada e inserida 
na divisão social e técnica do trabalho e que a partir do movimento de reconceituação os 
profissionais precisaram rever seus conceitos tradicionais e conservadores, tendo que 
adotar uma postura ética-política de competência crítica, porém na sociedade 
contemporânea o assistente social deve entender a dinâmica e a realidade a qual está 
inserido, propondo responder a necessidade da sociedade em um processo evolutivo. 
2. A “QUESTÃO

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