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Prof.ª Esp. Irení Alves de Oliveira Assistente Social. Supervisora Acadêmica com programa de treinamento e acompanhamento de equipe de supervisores acadêmicos e Professora formadora da disciplina de estágio supervisionado curricular obrigatório. INFORMAÇÕES RELEVANTES: • Especialista em Docência no Ensino Superior - Unicesumar (2016) • Tecnóloga em Marketing - Unicesumar (2016) • Bacharel em Serviço Social (2015) • Pós-Graduanda em Design Thinking e Criatividade nas Organizações - Unicesumar • Pós-Graduanda em MBA em Coaching aplicado à Gestão de Pessoas - Unicesumar • Professora Formadora EAD - Unicesumar • Supervisora Acadêmica - Unicesumar • Link do Currículo na Plataforma Lattes: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8088409A4 #CURRÍCULO LATTES# http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8088409A4 #APRESENTAÇÃO DA APOSTILA# Seja bem- vindo(a)! Caro(a) aluno(a) é um enorme prazer trabalhar com você a disciplina de Introdução ao Serviço Social, pois tenho certeza que os assuntos abordado neste livro é de extrema importância para a sua formação acadêmica e profissional. A construção deste material tem com finalidade compreender o Serviço Social na contemporaneidade abordando assuntos relevantes tanto para o processo formativo quanto na condução do exercício profissional. Sendo assim, na unidade I vamos conhecer o que vem a ser o Serviço Social, suas origens e conceitos, considerado aspectos importantes na compreensão das relações de trabalho e no surgimento da questão social no Brasil, destacando o papel do Estado e das instituições religiosas antes do Serviço Social se regulamentar enquanto profissão. Já na unidade II será apresentado os órgãos representativos que são o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) e às normas que regulamenta como o Código de Ética do Serviço Social; Constituição de 1988, mais especificamente sobre o artigo 203 e 204 e Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Na unidade III iremos discutir sobre a formação, as competências e habilidades, também será apresentado sobre os objetos de trabalho do assistente social, o mercado de trabalho e o Projeto Ético Político da profissão. Por fim na unidade IV abordaremos o Serviço Social na contemporaneidade a proposta será de abordar assuntos atuais e relevantes na formação compreendendo que o profissional em Serviço Social precisa conhecer todos os conceitos que serão tratados ao longo deste livro, mas ficar atento aos assuntos contemporâneos postos na sociedade. Espero que o conteúdo deste livro contribua no seu crescimento enquanto futuro(a) assistente social. Bons estudos e até a próxima. DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL UNIDADE I - SERVIÇO SOCIAL: HISTÓRICO E CONCEITO Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira Plano de Estudo: ● O que é Serviço Social: origens e conceito. ● As relações de trabalho e o surgimento da “questão social” no Brasil. ● Antecedentes do Serviço Social no Brasil: o Estado e o papel das instituições religiosas. Objetivos de Aprendizagem: ● Compreender o que é o serviço social a partir da origem e do conceito. ● Entender as relações de trabalho e como a questão social surgiu no Brasil. ● Apresentar como o Estado, instituições religiosas antecederam no país e no Serviço Social. #INTRODUÇÃO DA UNIDADE # Caro(a) aluno(a) você deve estar se perguntando, mas o que é o Serviço Social, qual a sua origem e a relação com a igreja católica e o Estado? Partindo desta perspectiva, busquei sintetizar da forma mais clara possível sobre os assuntos que normalmente os estudantes do Serviço Social se faz e é evidente que se faça esses questionamentos, pois precisamos entender como tudo aconteceu. Assim, para que você possa compreender todo o contexto, dividi esta unidade em três momentos, os quais encontram da seguinte forma. No primeiro momento, apresento o que vem a ser o Serviço Social, aqui, trago de uma forma breve sobre a atualidade até para que você possa entender como estará inserido na sociedade após a sua formação, depois destaco separadamente sobre a origem e o conceito da profissão, me aprofundei nas ideias de grandes autores referência da nossa profissão como Iamamoto, Yazbek e Montaño. Já no segundo momento, apresentei sobre as relações de trabalho que são consideradas importantes na vida do ser humano, mas que muitas vezes são implicadas pelo sistema capitalismo que reage sobre a busca por aumento da riqueza comprometendo as relações sociais gerando a desigualdade social e o que chamamos de questão social, objeto de trabalho dos assistentes sociais outro ponto abordado nesta unidade. Por fim, apresento o Estado e o papel das instituições religiosas, antes do Serviço Social se regulamentar enquanto profissão, um Estado que não se tinha preocupação com a classe trabalhadora e a igreja que buscava nas instituições religiosas um forma de ofertar as doutrinas religiosas. Desejo bons estudos e que aproveite o conteúdo desta unidade. 1. O QUE É SERVIÇO SOCIAL: ORIGENS E CONCEITO FONTE: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/happy-earth-day-hand-drawn-vector-1007529517 O Serviço Social é uma profissão inscrita na divisão social e técnica do trabalho. Considerado como uma profissão liberar o Serviço Social dispõe de estatutos legais e éticos, os quais atribuem autonomia em relação à condução do exercício profissional e por meio das dimensões teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa é que o assistente social torna-se habilitado a atuar tanto na esfera pública quanto na esfera privada, nos mais diversos campos sócio ocupacionais. A origem do Serviço Social sucedeu na sociedade capitalista madura, conceituado como especialização do trabalho coletivo a partir da articulação no processo de produção e reprodução das relações sociais, mas para entender a origem e o conceito do Serviço Social no Brasil irei apresentar a seguir de forma separada. 1.1 ORIGEM DO SERVIÇO SOCIAL De acordo com Montaño (2007) a base da profissão foi pautada no termo “ajuda”, encontrada nas obras de Tomás de Aquino e Vicente de Paula, primeiros precursores da Assistência Social. Os estudos do autor supracitado foram embasados nas obras grandes pensadores, tais como Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, Natálio Kisnerman, Boris Alexis Lima, Ana Augusta de Almeida, Balbina Ottoni Vieira, José Lucena Dantas, entre outros, que em sua maioria enfatizaram que o Serviço Social antecedeu na caridade e na filantropia, tese tratada como perspectiva endogenista. No entanto, o autor destaca que considerar a origem do Serviço Social exclusivamente pautada nas práticas da filantropia e da caridade é um tanto quanto arbitrárias, de fato as práticas exercidas tinha um cunho doutrinário, muitas vezes com base na ajuda e na caridade, mas a origem do Serviço Social sucedeu a partir das desigualdades sociais (conhecida pelos profissionais como “questão social”), causadas no período da Revolução Industrial. Por tanto, a origem do Serviço Social enquanto profissão ficou marcada com a ascensão do capitalismo, principalmente no período de uma sociedade burguesa mais madura, a qual gera a desigualdade social e a divisão de classes, além da latente alienação e antagonismo social. E assim, surge a profissão de Serviço Social, articulada ao projeto hegemônico do poder burguês que tem estratégia de controle social e a ilusão de servir a sociedade. Divisão de classes ID da imagem: 1553930366 Em relação ao Brasil, Iamamoto (2006) destaca que a origem do Serviço Social esteve vinculada a iniciativas da igreja católica, as quais as chamadas “moças boazinhas” eram inseridas nos setores maisabundantes da sociedade, ou seja, vinculados à classe burguesa, para colocar em ação a sua missão política de apostolado social, juntamente às classes subalternas, em particular a família operária. Yazbek Et. Al (2008) corrobora que a origem do Serviço Social no Brasil estava ligada a um pensamento conservador, doutrinário da igreja católica, tinha cunho de ação educativa, na qual passou a atuar em entidades filantrópicas por meio do Estado, seguindo uma linha de prevenção aos problemas sociais, visto que a questão social culminou na Revolução Industrial era tida como um problema causado pelo indivíduo e neste caso precisava de uma ação curativa, trabalhando a moral e a religiosidade. Desta forma Iamamoto (2002, p.19) complementa que o “Serviço Social surge da iniciativa de grupos e frações de classes dominantes, que se expressam através da Igreja, como um dos desdobramentos do movimento do apostolado leigo”. Com isso as assistentes sociais tinham um contato direto com o operário, a qual atendia diretamente no seu ambiente de habitação para renovar a moral da família, atuando diretamente com as mulheres a as crianças por meio de ações individuais. #REFLITA# O trabalho do assistente social se insere numa relação de compra e venda de mercadorias em que a sua força de trabalho é mercantilizada. Aí se estabelece uma das linhas divisórias entre a atividade assistencial voluntária, desencadeada por motivações puramente pessoais idealistas e a atividade profissional. Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. RAUL de Carvalho. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 16 ed. São Paulo. Cortez. 2006. 1.2 CONCEITO DO SERVIÇO SOCIAL Por volta do ano de 1930, o Brasil inicia o processo de industrialização, a qual marca profundamente a sociedade, com o desenvolvimento do capitalismo a todo vapor, cresce o número da classe operária nos centros urbanos e com isso o aumento da exploração do trabalho e da desigualdade social. Neste período, as condições tornam- se propícias para a profissionalização do Serviço Social, que houve a necessidade de institucionalizar e legitimar como um dos recursos mobilizadores tanto do Estado quanto do capitalismo que tinha o suporte da igreja católica na perspectiva do enfrentamento da questão social. Entre os anos de 1930 a 1940 o ex-presidente Getúlio Vargas reconhece a questão social como dever do Estado e na intenção de legitimar a relação entre o capital e trabalho cria a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o salário mínimo, as legislações sindicais e entre outras legislações, de cunho controlador e paternalista, o Estado transformou a questão social em um problema de administração, desenvolvendo políticas públicas e agências estatais, a qual se tornaram campos de atuação para os assistentes sociais (YAZBEK Et. Al, 2008, p. 8). Não demorou muito para que a igreja católica se tornasse responsável pelo conjunto de ideias e conteúdos para o processo de formação das primeiras assistentes sociais, com isso surge no ano de 1932 o Centro de Estudo e Ação Social (CEAS) no estado de São Paulo, a qual foi considerada a entidade fundadora e mantenedora das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil, que aconteceu somente em 1936, mesclando as suas visões entre os estudos da França e Bélgica em uma perspectiva social, ética e técnica em relação à formação profissional. 2. AS RELAÇÕES DE TRABALHO E O SURGIMENTO DA “QUESTÃO SOCIAL” NO BRASIL Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/teamwork-solution-group-1336369562 A evolução do capitalismo foi um marco para a sociedade e se analisarmos ao viés da profissão do Serviço Social pode-se considerar que a relação de trabalho em meio às mudanças do capitalismo trouxe grandes implicações, pois o modo de produção além de refletir diretamente no cotidiano dos indivíduos, as consequências foram irreversíveis, dentre as quais, o pauperização; o desemprego; a precarização nas condições de trabalho, sem contar na desigualdade social que foi gigantesca. Marx (1989) destaca que a relação do homem com trabalho é o que transforma enquanto ser humano, mas o processo de trabalho criado pelo sistema do capitalista, nas condições de regulador de salários, impede que o trabalhador eleve o valor da sua força de trabalho e mesmo com todo esse descompasso é importante considerarmos que o modo de produção aproxima o ser humano dele mesmo, mas que a forma como ele é desenvolvido pode afastar criando conflitos nas relações de trabalho. https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/teamwork-solution-group-1336369562 Iamamoto (2008) destaca que o trabalho produtivo e a base de toda a troca por dinheiro em que o capital detém a força de trabalho humana para expandir seu lucro, enquanto o trabalhador usa desta força para reproduzir o valor que de fato pertencente ao capital, ou seja, tudo gira em torno do sistema capitalista e por mais que o trabalhador vende a sua força de trabalho para garantir o mínimo a sua sobrevivência ainda não é o suficiente, pois o capital dispõe da maior parte de todo o lucro da produção humana e à medida que o capitalismo expande a produção do trabalho se torna cada vez mais inalienável ao sistema, tendo o trabalho produtivo como um processo que repõem o capital e produz o consumo. Contudo, este processo fez com que o capitalismo torna-se um sistema central e dominante nas relações de trabalho, um sistema concentrado em grandes margens de lucro reduzido em monopólios pequenos e exaustivamente rentável, caracterizando assim o capitalismo dos monopólios, um sistema subdesenvolvido capaz de sugar cada vez mais o modo de produção, a forma de trabalho e suas condições para produzir em alta escala, tudo isso por deter a força produtiva do trabalhador a seu favor, considerando que o trabalho e o produto é propriedade do capitalismo, com isso gera-se a chamada questão social. #SAIBA MAIS# A questão Social apreendida como um conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social e cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada. Fonte: IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. #SAIBA MAIS# A questão social sempre esteve presente no processo das relações de trabalho. De acordo com Santos (2017) a questão social surge no Brasil no período da República Velha (1889 – 1930) com a superexploração da força de trabalho marcando o país com uma jornada de trabalho exaustiva e com salários degradantes, gerando manifestações por parte da classe trabalhadora devido à desigualdade social, período este que não era reconhecido à questão social com um dever estatal. A autora nos apresenta que no período do governo Vargas (1930 – 1945) a valorização da produção agroexportadora ainda era considerada forte que deixa as relações de trabalho uma lacuna cominada com a questão social, com isso o governo regulamentou os direitos trabalhistas e sociais e passou a controlar por meio das entidades filantrópicas criadas para atender os problemas sociais. Porém, foi no período do regime militar que a questão social se intensificou, pois tivemos uma forte repressão e criminalização contra as lutas sociais, com o aumento da burocracia estatal a desigualdade social cresceu, outro fator predominante foi à exclusão da classe trabalhadora no processo político decisório do país e com isso o capitalismo monopolista se desenvolveu fortemente. Neste período tivemos salários reduzidos e um elevado número de desemprego, com isso o Serviço Social passa a se deparar com as mais diversas expressões da questão social, a qual reflete até os dias atuais, sendo este o objeto da profissão emmeio ao processo de produção e reprodução nas relações sociais. De acordo com Iamamoto (2012, p. 28) “os assistente sociais trabalham com a questão social nas suas mais diversas expressões quotidianas”, sejam no trabalho, no âmbito familiar, na saúde, educação, habitação entre outros fatores que ocasionam os problemas sociais e que cabe ao assistente social atuar frente a estas situações. 3. ANTECEDENTES DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: O ESTADO E O PAPEL DAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/plan-leading-strategy-successful-business- competition-771230872 Caro(a) aluno(a), de acordo com os nossos estudamos, o Serviço social surgiu no Brasil para atender as necessidades do sistema capitalista e do Estado, vinculada nas iniciativas da igreja católica os profissionais passaram a atuar nas expressões da questões sociais causadas nas relações antagônicas e contraditórias entre o capital e o trabalho. Partindo desta perspectiva é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade, porém, iremos entender o Estado e o papel das instituições religiosas antes do surgimento do Serviço social no Brasil. Cabe destacar que o Estado é o órgão que mais contrata profissionais para atuar frente às políticas públicas, seja na condução e ou elaboração, sendo este fundamental para que o Serviço Social se profissionalizar e se desvinculasse do cunho doutrinário e do modo conservador. Com o fim das oligarquias, a república velha foi importante para a formação do Estado brasileiro, uma vez que trouxe consigo inúmeros avanços políticos que se tornaria posteriormente importante para o Serviço Social. No início do século XX o Estado deveria ser o intercessor entre o capital e o trabalho, porém não assumiu as suas funções como deveria sendo que a exploração da mão-de-obra, a jornada de trabalho era exaustiva, além da precarização, neste período não tinha uma legislação que respalda-se o trabalhador muito menos se tinha o Estado à compreensão de que a desigualdade social era um dever governamental. Com isso, temos a igreja católica que realizava as chamadas ações sociais para atender a classe operária, além de promover o ensino e cultura baseado na doutrina religiosa, conduzido pelas moças católicas, como neste período a igreja não tinha o apoio do Estado e acabava realizando as ações na própria igreja e ou nos lares dos operários, que atuava na perspectiva da caridade, por meio da prática filantrópica e moralista. Mesmo o país sendo considerado um Estado laico, no governo de Getulista, a igreja teve uma relação mais estreita com o ex-governo, com isso a igreja levou uma grande massa da população a apoiar o governo, tendo medidas a seu favor, como por exemplo, o decreto que permite o ensino religioso nas escolas públicas e as instituições religiosas, que eram as entidades criadas para atender as necessidades da classe trabalhadora. O papel das instituições religiosas era de ofertar serviços especializados para as pessoas consideradas desassistidas pelo governo e a criação das instituições religiosas passou a ser importante, tanto para a sociedade, quanto para a igreja, pois de um lado tínhamos aqueles que lutavam por uma causa e do outro aqueles que em um presente momento da vida necessitava de atenção. Mas nós enquanto assistentes sociais devemos nos respaldar nos direitos humanos e sociais, dando ao indivíduo autonomia sobre a sua vida e apresentando os seus direitos enquanto cidadão. #CONSIDERAÇÕES FINAIS# Caro(a) aluno(a) no decorrer desta unidade estudamos que o Serviço Social é uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho, que atua na perspectiva interventiva no processo das relações sociais, esta profissão dispõe de legislação que respalda os profissionais a partir do seu exercício profissional. Porém, na origem do Serviço Social não tínhamos esta organização, isto porque o Serviço Social se originou no Brasil para atender as necessidades do sistema capitalismo tendo o Estado como um aliado, o qual buscou nos profissionais do Serviço Social uma forma de atender as necessidades da classe trabalhadora. Com o sistema capitalista as relações do trabalho se tornaram frágeis e com isso o trabalhador era o que mais sofria, diante das opressões vividas por este sistema, a qual gerou as diversas expressões da questão social, objeto principal para que o Serviço social se fortalecesse enquanto profissão. Não podemos nos esquecer de que o Estado por mais que buscasse alternativas de forma a transferir os seus deveres para com os trabalhadores nas instituições religiosas que hoje conhecemos como OSC e muitas delas já não atuam nesta perspectiva, foi o órgão de exigiu a profissionalização e com isso os primeiros profissionais buscaram alternativas para se institucionalizar enquanto profissão tornando-se o que foi apresentado logo no início destas considerações e da unidade deste livro. De fato a origem e todo o processo da profissão, as quais estudaram nesta unidade nos faz perceber que assim como a sociedade o Serviço Social também evoluiu na condução do seu trabalho e acredito que este processo de evolução deve ser constante, tanto para você enquanto ao aluno, quanto para você enquanto futuro assistente social. #LEITURA COMPLEMENTAR# (...) A “VELHA” E A “NOVA” QUESTÃO SOCIAL É sabido que, muitas foram às transformações que a sociedade sofreu, inclusive no mundo capitalista, fazendo com que alguns autores definiram a “velha questão social” como sendo “nova questão social”. Fundamentando o novo: no aumento do desemprego, na miséria, nas diversas formas de exclusão social, nos novos sujeitos e principalmente em suas novas necessidades. Sobre tais mudanças, Pastorini (2010), destaca que são muito importantes, porém, que são novas formas de sua expressão e que mantém traços de sua origem. O que há são diferentes versões da questão social para cada estágio capitalista, diferentes reações da sociedade frente à ela, buscando estabilidade e manutenção da ordem, além da preocupação com a reprodução das desigualdades e contradições capitalistas e o do reconhecimento social como partes fundamentais das diferentes versões da questão social. (...) Fonte: DAMASIO, Aline Medeiro. O Projeto Social como Resposta à Questão Social. Disponível em: https://cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/ff/ff4abc60-cd6e-430b-abe1-cc5c5e7120dc.pdf. Acessado em: 16/01/2019. #MATERIAL COMPLEMENTAR# LIVRO Título: NATUREZA DO SERVIÇO SOCIAL Autor: Carlos Montaño Editora: Cortez Sinopse: O livro tem por objetivo, por um lado, apresentar sucintamente a discussão feita, ao longo das últimas três décadas, sobre a gênese do Serviço Social e, por outro, os rebatimentos da lógica positivista herdada da sua emersão, reposta no desenvolvimento atual da profissão. FILME/VÍDEO Título: Os Companheiros Ano: 1963 Sinopse: A história de operários têxteis explorados em Turim, na Itália, na virada do século, que começam na luta por melhores condições de trabalho. O professor Sinigaglia (Marcello Mastroianni) é enviado pelos socialistas para ajudá-los a organizar sua greve e dar forma à sua luta. #REFERÊNCIAS# IAMAMOTO, Marilda Villela. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. 6Ed. São Paulo. Cortez,2002. _________, Marilda Vilela. RAUL de Carvalho. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 16 ed. São Paulo. Cortez. 2006. _________, Marilda Vilela. Serviço Social em tempo de Capital Fetiche: Capital financeiro, trabalho e questão Social. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2008 _________, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. MARX, Karl. O Capital, Volume 01, Cap. I. Rio de janeiro, Ed. Bertrand Brasil S.A, 1989. MONTAÑO, Carlos. A Natureza do ServiçoSocial: Um ensaio sobre a gênese, a “especificidade” e sua reprodução. Cortez. São Paulo. 2007. SANTOS, Josiane Soares. Questão Social: Particularidades no Brasil. 1 ed. São Paulo Cortez. 2017. YAZBEK, Maria Carmelita. Et. Al. O Serviço Social brasileiro em movimento: fortalecendo a profissão na defesa de direitos. Publicado na Revista Serviço Social & Sociedade. Ed. Cortez. São Paulo. 2008. DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL UNIDADE II - NORMAS E ÓRGÃOS REGULADORES Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira Plano de Estudo: ● CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) ● CRESS (Conselho Regional de Serviço Social). ● Código de Ética do profissional do Serviço Social. ● Constituição de 1988 e seus impactos para assistência social. ● Lei Orgânica da Assistência Social de 1993 – LOAS/93 (Lei N 12.435/11) Objetivos de Aprendizagem: ● Conhecer o surgimento do CFESS; ● Compreender as atribuições do CRESS; ● Aprofundar nas alterações do Códigos de Ética profissional; ● Conhecer os impactos da Assistência Social a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988; ● Se aprofundar na LOAS, Lei que regulamenta a Assistência Social. #INTRODUÇÃO DA UNIDADE # Caro(a) aluno(a), como pode ter notado no título desta unidade, a partir de agora você irá aprender um pouco sobre as normas e os órgãos que regulamenta a profissão e o serviço socioassistencial a qual estará inserido quando atuar enquanto assistente social. Para entender sobre estes assuntos que considero importantes para você enquanto aluno do curso de Serviço Social, vamos apresentá-los de forma breve, mas já adianto que mesmo conhecendo e se apropriando dos conteúdos desta unidade, espero que você busque estudar mais sobre os assuntos, principalmente os órgão competentes e a LOAS. Logo no início apresento sobre o Conselho Federal de Assistência Social (CFESS) e em seguida o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), ambos considerados como autarquias públicas que visam orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do(a) assistente social no Brasil. Depois, apresentei sobre o Código de Ética profissional, realizando um contexto histórico e apresentando as alterações feitas desde a apresentação do primeiro C.E que foi em 1947 até a última em 1993, marcando assim a profissão e a regulamentando enquanto categorias profissional. Sendo considerado como uma das primeiras a ter uma legislação na área social. Por fim, apresentei sobre a Constituição Federal de 1988 e os impactos causados, principalmente na área da assistência social, a qual levou a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social, regulamentando tanto os serviços prestados quanto o direitos do cidadão ao utilizar desses serviços ofertados pela política de assistência social. E enquanto futuro assistente social é de extrema importância se apropria tanto das atribuições dos órgãos representativos quantos da legislação que regulamenta a profissional e o serviço prestado. Desejo bons estudos! 1. CFESS (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL) Fonte: http://www.cfess.org.br/ Caro(a) aluno(a) conhecer os órgãos representativos da categoria é de extrema importância para a formação acadêmica, neste sentido vamos nos aprofundar sobre o papel de cada órgão. De acordo com site do CFESS, tanto este órgão quanto o Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS), assunto que vamos nos aprofundar mais a frente são considerados como uma autarquia pública federal que tem a atribuição de orientar, disciplinar, normatizar, fiscalizar e defender o exercício profissional do(a) assistente social no Brasil. A criação desses conselhos foram no ano de 1950, período em que o Estado passa a regulamentar profissões consideradas como liberais. Nesta época os conselhos tinham a função burocrática, ou seja, eram consideradas entidades sem autonomia, pois foram criadas no intuito de exercer apenas o papel de controlador do Estado em relação aos profissionais. O Serviço Social foi considerado uma das primeiras profissões da área social a ter uma legislação que regulamenta-se o exercício profissional (assunto que vamos nos aprofundar mais a frente), porém foi com o decreto 994 de 15 de maio de 1962 que o exercício profissional passaria a ser fiscalizado pelo Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS), hoje denominado como CFESS e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS), conhecido como CRESS. #SAIBA MAIS# Por que se comemora o 15 de maio como o Dia do/a Assistente Social? O dia é comemorado em virtude do Decreto 994/62 que regulamenta a profissão do/a assistente social e cria os Conselhos Federal e Regionais ter sido editado em 15 de maio de 1962. Assim, embora a profissão tenha sido legalmente reconhecida por meio da Lei nº 3252 de 27 de agosto de 1957, somente em 15 de maio foram regulamentados e instituídos os instrumentos normativos e de fiscalização, na época Conselho Federal e Regional de Assistentes Sociais. Hoje com a edição da Lei 8662 de 08 de junho de 1993 - Conselho Federal e Regionais de Serviço Social. Fonte: CFESS. Perguntas frequentes. Disponível em http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/perguntas-frequentes. Acessado em 16/01/2020. #SAIBA MAIS# De acordo com o site do CFESS, os Conselhos profissionais de um modo geral em seus primórdios eram constituídas como entidades autoritárias, não se tinha aproximação com os profissionais da categoria muito menos se constituíam como um espaço coletivo de interlocução. A fiscalização era restringida apenas na exigência da inscrição do profissional e pagamento do tributo devido, essas características também marcaram a origem dos Conselhos no âmbito do Serviço Social. É evidente que com o processo de renovação do CFESS e de seus instrumentos normativos ocorreram com as atualizações do código de ética e nos dias atuais este órgão constituído por lei tem a função de orientar, disciplinar, normatizar e fiscalizar o exercício profissional dos assistentes sociais registrados nos órgãos competentes. 2. CRESS (CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIAL) Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/search-engine-optimization-flat-icon-620386715 Como estudamos anteriormente, o CRESS também é considerado uma autarquia com personalidade jurídica de direito público, a qual tem a sua vinculação ao CFESS, este órgão de jurisdição estadual, sendo alocados nos estados federativos do país, contando com regionais e seccionais para atender aos profissionais com registro no conselho. Conforme previsto na Lei 8662/93, lei que vamos nos aprofundar mais a frente, o CRESS tem autonomia administrativa e financeira em sua área de jurisdição, podendo atuar na qualidade de órgão executivo de primeira instância, a qual provém das seguintes atribuições ● organizar e manter o registro profissional dos Assistentes Sociais e o cadastro das instituições e obras sociais públicas e privadas, ou de fins filantrópicos; ● fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de Assistente Social na respectiva região; ● expedir carteiras profissionais de Assistentes Sociais, fixando a respectiva taxa; ● zelar pela observância do Código de Ética Profissional, funcionando como Tribunais Regionais de Ética Profissional; ● aplicar as sanções previstas no Código de Ética Profissional; ● fixar, em assembléia da categoria, as anuidades que devem ser pagas pelos Assistentes Sociais; ● elaborar o respectivo Regimento Interno e submetê-lo a exame e aprovação do fórum máximo de deliberação do conjunto CFESS/ CRESS. Além de suas atribuições os CRESS regional deverá contar com membros efetivos, sendo considerado, um presidente, um vice-presidente, dois secretários, dois tesoureiros e três membros do Conselho Fiscal e nove suplentes.As pessoas ocupantes destes cargos deverão ser assistentes sociais, e eleitos de vias direta, o mandado deve ser de três anos. Já as seccionais deverão contar com três membros efetivos, sendo um delegado, um secretário e um tesoureiro, e três suplentes efetivos. Caro(a) aluno(a) é importante destacar que os assistentes sociais eleitos devem ser da área de sua jurisdição, ou seja, área que atuação e residência, normalmente são realizados processos seletivos para a efetivação nas eleições. De acordo com Lima (2014) atualmente o CRESS atua em quase todas os estados do país, sendo considerado uma entidade de direito público, tem o Tribunal de Contas da União como responsável por analisar todos os anos as contas deste órgão e ao compreendermos a sua plenitude entendemos a seriedade que é o CRESS e que nós enquanto assistente social devemos nos respaldarmos quanto necessário, visto que este órgão além de orientar também fiscaliza o exercício profissional, podendo aplicar penalidades, como multa, suspensão e até cancelamento do registro profissional, além de pena das medidas judiciais cabíveis para os infratores 3. CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/3d-illustration-rubber-stamp-over-paper- 781938094 Como estudamos anteriormente a categoria dos assistentes sociais foi uma das primeiras profissões a ter uma Lei de Regulamentação Profissional, desde o sancionamento do primeiro código de ética, esta Lei passou por diversas alterações e partindo deste preceito é que vamos nos aprofundar nesta parte da unidade. E para que você caro(a) aluno(a) possa entender sobre essas alterações irei apresentá-las, fazendo um breve resgate histórico a partir das ideias da autora Barroco (2012) uma referência para o Serviço Social. O primeiro código foi em 1947, aqui tinha-se uma estreita vinculação com a igreja católica, era atrelado especificamente no aspecto doutrinário, sendo considerado subordinado aos dogmas religiosos. Já o segundo foi em 1965, neste já podia compreender um traço na renovação profissional, principalmente no contexto da modernização conservadora posta pela burguesia, porém aqui não se tinha o rompimento com a base filosófica do neotomismo e do funcionalismo. O terceiro foi em 1975, houve o suprimento das referências democráticas liberai do código de ética anteriores, aqui tinha-se a compreensão que se configurava com uma expressão a reatualização do conservadorismo eliminando o dever relativo ao pluralismo. O quarto foi em 1986, neste já podia observar a descaracterização a tendência legalista ao Código anterior, construído coletivamente pela categoria por meio das entidades que os representavam que hoje conhecemos como CFESS e CRESS. Além disso, o Código de 1986, ficou considerado como parte de um projeto profissional, articulado a um projeto de sociedade. No Código de 1986 a autora Barroco, dá destaque, isso porque houve um conjunto de conquistas, tais como: rompimento com a pretensa perspectiva imparcial dos códigos de éticas anteriores, o desvelamento do caráter político da intervenção ética; a explicação do caráter de classe dos usuários, entre outros fatores que culminou com esta mudança, como por exemplo, a conjuntura de democratização que a sociedade vivenciou no ano de 1980 e a dinâmica capitalismo no ano de 1970. E por fim, tivemos a reformulação do Código de Ética em 1993, este que nos respaldamos até os dias atuais, Lei nº 8.622/93. A autora supracitada nos apresenta que a alteração do CE de 93 aconteceu em um cenário a qual se tinha o enfrentamento do neoliberalismo em meio a discussão das questão ética, tema que era debatido nas mobilizações políticas da sociedade, o que ocasionou ao impeachment do presidente da república. O processo de debates que estava acontecendo ocasionou a aprovação do Código de Ética de 1993, porém este a aprovação levou aproximadamente 3 anos, isso porque foi considerado como educativo e politizador. Portanto, pode-se entender que o Código de Ética de 1986 e 1993 foi um conquista para a categoria profissional, pois temos o primeiro que mesmo tendo resquícios do conservadorismo ainda foi um evolução para a profissão e o segundo traz a proposta de valores emancipatórios que tem como proposta buscar estratégias para o enfrentamento dos problemas sociais. 4. CONSTITUIÇÃO DE 1988 E SEUS IMPACTOS PARA ASSISTÊNCIA SOCIAL Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brazil-flag-on-people-hands-clenched-1489440602 Com o fim do regime militar e o anseio pela recuperação da liberdade de um Estado de direito, o país passou pelo processo de redemocratização que ocorreu com a Constituição Federal 1988 conhecida com “Carta Cidadã”. Assim instaura-se a luta pelos direitos sociais e individuais na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária. A Constituição Federal 1988 provém de direitos e garantias, além de deveres dos órgão competentes para com a sociedade. Lima (2014) nos apresenta que a CF nos trouxe inovação e avanços em relação a assistência social no Brasil, como a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), assunto que vamos abordar mais a frente, mas que acabou regulamentando os artigos 203 e 204 da Constituição Federal, o quais asseguram o exercício dos direitos sociais como um de seus valores supremos. Assim, a assistência social passou a ser reconhecida como política social, sendo integrada no tripé da seguridade social ( Previdência Social, Assistência Social e Saúde). Considerada como responsabilidade do Estado, de gestão descentralizadas e participativa. #SAIBA MAIS# https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/brazil-flag-on-people-hands-clenched-1489440602 Previdência Social: mecanismo público de proteção social e subsistência proporcionando mediante contribuição. Assistência Social: política social de proteção gratuita a quem dela necessitar (não é contributiva). Saúde pública: destinada a promover redução de risco de doenças e acesso a serviços básicos de saúde e saneamento (não é contributiva). Fonte: LIMA, 2014. P. 116 #SAIBA MAIS# Em relação a assistência social a Constituição Federal de 1988, foi um divisor de águas, pois trouxe impactos relevantes, principalmente para os profissionais da área social. Isto porque o Estado teve que assumir responsabilidades e adotar medidas concretas para a redução da desigualdade econômica e social do país. A partir disso, foi criado o programa transferência de Renda, a fim de combater a pobreza e as diversas formas de desigualdade, visto que mesmo com os seus altos e baixos este programa foi considerado positivo, desta forma o Programa Bolsa Família passa a ser considerado pela queda da desigualdade social e o aumento da renda das pessoas consideradas “mais pobres”, ou seja, com uma renda inferior a ¼ do salário mínimo por pessoa. Em linhas gerais pode-se considerar que a Constituição Federal foi um marco para a sociedade, principalmente para nós assistentes sociais, pois seus impactos foram importantes para se concretizar as regulamentações das demais legislações, como a LOAS e Políticas Nacional da Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único de Assistência Social. 5. LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL DE 1993 – LOAS/93 (LEI N 12.435/11) Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/handicapped-people-disabilities-happy-friendly- family-1275999205 Em 07 de setembro de 1993, foi promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) com a finalidade de regulamentar os artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988, assuntos abordado anteriormente, mas que iremos nos aprofundar nesta parte da Unidade. A Assistência Social foi definida na LOAS como direito do cidadão e dever do Estado, sendo considerada como um política prevista dentro da seguridade social, a qual tem caráter não contributivoe o cidadão só poderá utilizar dos serviços prestados por esta política quando necessitar, pois prevê o mínimo social, ou seja, atende somente as necessidades básicas. De acordo com o que está previsto na LOAS, a assistência social tem como objetivo, a proteção social, a qual deve garantir da vida, reduzindo os danos causados e prevenindo os riscos gerados por algum problema social. Além da proteção à família, seja na maternidade, na infância, adolescência ou na velhice. Ainda nos objetivos da assistência social, deve-se ter o amparo às crianças e adolescentes que são considerados carentes, a promoção ao mercado de trabalho, a habitação e reabilitação às pessoas com deficiência, a garantia de um salário-mínimo para pessoas com deficiência e ao idoso que não provém do seu próprio sustento, a vigilância socioassistencial que visa analisar a territorialidade e a capacidade protetiva das famílias, aqui podemos considerar os órgãos como CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), o CREAS (Centro de Referências de Especialização da Assistência Social) entre outros. E por fim a defesa dos direitos, que deve garantir o acesso aos direitos. #REFLITA# Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais. Fonte: BRASIL, 1993. #REFLITA# Na LOAS, também podemos encontrar, os princípios, as diretrizes e dos programas e projetos da assistência social o Benefício de Prestação Continuada (BPC), os benefícios eventuais, os serviços, os programas de assistência social e os projetos de enfrentamento da pobreza, os quais concretiza o que está previsto nos artigos 203 e 204 da Constituição Federal de 1988. De acordo com a Yazbek (2004) a LOAS veio para possibilitar o reconhecimento público, a qual legitima as demandos dos beneficiado pelo serviço, bem como o próprio serviço que visa comprir o que estava previsto na CF, assim a proposta da LOAS é estabelecer hegemonia estatal a partir do gerenciamento das políticas pública e concretizar a assistência social como política social. #CONSIDERAÇÕES FINAIS# Caro(a) aluno(a) ao longo desta unidade, estudamos os principais conceitos dos órgãos representativos da categoria profissional, bem como a legislação que regulamenta a profissão e o serviços prestados nos mais diversos espaços sócio ocupacionais. Ao viés da profissão e você enquanto aluno de Serviço Social deve considerar as normativas como assuntos importantes, pois é o que irá orientá-lo no campo de atuação profissional. Como estudamos nesta unidade, aprendemos que o CFESS e o CRESS são órgãos considerados autarquias públicas a qual tem um papel importante, pois não é somente fiscalizar o profissional em seu exercício profissional, mas de respaldá-lo e orientá-lo enquanto profissional que luta pelos direitos sociais e individuais, conforme previsto na Constituição Federal e nosso código de ética, que prevê os nosso direitos e deveres profissionais. De fato, os assuntos apresentados nesta unidade são relevantes e importantes, pois fideliza o fazer profissional em meio a sociedade e conhecer as alterações que aconteceram no Código de Ética profissional e o avanço que a assistência social teve com a Constituição Federal a qual tornou-se reconhecida como política pública e tendo o Estado como instituição de responsabilidade, a qual necessitou adotar medidas concretas para atender as desigualdades sociais, tendo o seu impacto por meio da criação de programas sociais, reduzindo as mazelas causadas pelo capitalismo. Assim, acredito que conhecer as normativas e os órgão competentes no que se refere a profissão, nos faz entender que o Serviço Social ao longo de todos esses anos se modificou em meio a sociedade, porém devemos sempre nos aprofundar no fazer profissional por meio dos estudos e aprendizagem entendo a certeza de que assim como a sociedade evoluiu o profissional em Serviço Social também precisa evoluir e entender os direitos do cidadão por meio das legislações é o que se difere em meio a categoria. Espero que os breve conceitos lhe estimule a se apropria do que aprendemos nesta unidade. Bons estudos! #LEITURA COMPLEMENTAR# (...) A natureza da ética profissional A ética profissional é uma dimensão específica do Serviço Social, suas determinações são mediadas pelo conjunto de necessidades e possibilidades, de demandas e respostas que legitimam a profissão na divisão social do trabalho da sociedade capitalista, marcando a sua origem e a sua trajetória histórica. A ética profissional se objetiva como ação moral, através da prática profissional, como normatização de deveres e valores, através do código de Ética Profissional, como teorização ética, através das filosofias e teorias que fundamentam sua intervenção e reflexão e como ação ético -política. Cabe destacar que essas não são formas puras e/ou absolutas e que sua realização depende de uma série de determinações, não se constituindo na mera reprodução da intenção dos seus sujeitos. A moral profissional diz respeito à relação entre a ação profissional do indivíduo singular (derivada de determinado comportamento prático objetivador de decisões, escolhas, juízos e ações de valor moral), os sujeitos nela envolvidos (usuários, colegas, etc.) e o produto concreto da intervenção profissional (avaliado em função de suas consequências éticas, da responsabilidade profissional, tendo por parâmetros valores e referenciais dados pela categoria profissional, como o Código de Ética, etc.). (...) Fonte: BARROCO, Maria Lúcia Silva. Fundamentos éticos do Serviço Social. 2009. Disponível em: http://www.cressrn.org.br/files/arquivos/8QQ0Gyz6x815V3u07yLJ.pdf. Acessado em 16/01/2020. #MATERIAL COMPLEMENTAR# LIVRO Título: Código de ética do/a Assistente Social comentado Autor: Maria Lucia Silva Barroco e Sylvia Helena Terra Editora: Cortez Sinopse: Este livro preenche uma lacuna. Não havia até agora um texto acadêmico destinado a comentar o Código de Ética em vigor, de 1993, na sua totalidade. As autoras comentam o Código em seus fundamentos sócio-históricos e ontológicos, bem como em suas reais possibilidades de materialização, no contexto de uma sociabilidade fundada na acumulação e na propriedade privada. FILME/VÍDEO Título: Laranjas e Sol Ano: 2011 Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Margaret Humphreys, uma assistente social do Reino Unido responsável por descobrir um dos maiores esquemas de tráfico infantil da Europa, envolvendo o governo da Grã-Bretanha, que deportava crianças pobres de maneira forçada para países como a Austrália e o Canadá. #REFERÊNCIAS# BARROCO, Maria Lucia Silva. TERRA, Sylvia Helena. Código de Ética do/a Assistente Social comentado. Organizado: Conselho Federal de Serviço Social - CFESS. São Paulo. Cortez. 2012 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Seção IV da Assistência Social, 1988. ______. LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993. Lei Orgânica dA Assistência Social. Diário Oficial da União, Brasília - DF. 1993. ______. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. Código de ética do/a assistente social. 10ª. ed. rev. e atual. Brasília. Conselho Federal de Serviço Social. 2012. CFESS. Histórico. Disponível em:http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/o-cfess. Acessado em 16/01/2020. CFESS. Perguntas frequentes. Disponível em http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/perguntas-frequentes. Acessado em 16/01/2020. LIMA, Daniela Alves. Introdução ao Serviço Social. São Paulo. Pearson Educationdo Brasil, 2014. YASBEK,M.C. As ambigüidades da Assistência Social Brasileira após 10 anos de LOAS. Revista Serviço Social & Sociedade, ano XXV, n° 77, p. 11-29, mar. 2004. DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL UNIDADE III - ASSISTÊNCIA SOCIAL: IDENTIDADE PROFISSIONAL Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira Plano de Estudo: ● Formação, competências e atribuições. ● Objetos de trabalho do assistente social. ● Mercado de trabalho: os espaços de atuação. ● Projeto ético-político: caminhos para formação do assistente social. Objetivos de Aprendizagem: ● Apresentar o processo de formação, bem como as competências e atribuições profissionais; ● Destacar os objetos de trabalho do assistente social, considerando no novo formato de sociedade; ● Expor os campos de atuações profissionais em relação ao mercado de trabalho; ● Compreender o Projeto Ético Político e os caminhos para formação profissional; #INTRODUÇÃO DA UNIDADE # Caro(a) aluno(a) a identidade profissional deve ser considerado como um fator importante na construção da sua formação enquanto futuro assistente social, pois é a partir desta perspectiva que você conseguirá identificar o campo de atuação a qual tem interesse, além de construir o perfil profissional a partir das atribuições e competências, compreendendo a importância do Projeto Ético Político. E partindo desta análise que esta unidade tem como proposta apresentar alguns pontos relevantes para que você consiga construir o seu perfil profissional e identificar o campo de atuação a qual tem interesse, destacando que o mercado de trabalho do assistente social tem expandindo constantemente a partir das novas expressões da questão social. Assim, na primeira parte desta unidade será apresentado o processo de formação, destacando o motivo que devemos cursar Serviço Social em qual momento se materializou na profissão, além de conhecer as atribuições e competências privativas dos assistentes sociais. Já na segunda parte da unidade será destacado os objetos profissionais, sabendo que a questão social é o objeto da profissão, porém com o modelo societário atual existem novos objetos da profissão e que cabe ao assistente social identifica-los. Na terceira parte tem como viés expor o mercado de trabalho e os espaços de atuação que tem expandido constantemente devido às novas expressões da questão social e por fim apresento o Projeto ético-político e quais foram os caminhos para formação do assistente social, o que este projeto se difere no fazer profissional e como os assistente sociais atua mediante as bases que fundamentam-o. Assim, convido você a se apropriar dos conteúdos desta unidade e desejo bons estudo e sucesso na sua escolha enquanto futuro assistente social. 1. FORMAÇÃO, COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-illustration-business-worker-doing-job- 1497043301 Caro(a) aluno(a), o assistente social enquanto profissional inserido na divisão social e técnica do trabalho precisa assumir alguns requisitos para exercer a sua atuação nos mais diversos campo socioocupacionais. Como estudamos na primeira e na segunda unidade, o Serviço Social passou por diversas mudanças ao longo dos seus 90 anos de existência, surgindo como condutor das práticas assistencialistas e se regulamentando enquanto profissão, sendo considerado como um profissional liberal e interventivo nas relações sociais do trabalho. Mas para entender tudo isso, é importante conhecer o processo formativo, as competências e as atribuições que irá realizar quando solicitar a carteira profissional após a conclusão do curso, desta forma irei apresentá-los a seguir de forma separada. 1.1 FORMAÇÃO De acordo com a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) O processo de consolidação das diretrizes de 1996, surgiu no debate do III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), a qual foi realizado no ano de 1979, que conhecemos como “Congresso da Virada”, neste congresso foi discutido sobre a construção das bases para o currículo mínimo que aconteceu em 1982, sendo considerado como um marco do projeto profissional que é a formação profissional. Porém somente em 1996 é que tivemos a diretrizes gerais do curso de Serviço Social, as quais dispõem dos pressupostos da formação, os princípios e diretrizes da formação, a nova lógica curricular e as observações e recomendações, esta última dispõem de que o curso de Serviço Social deve ter duração de 4 anos, sendo considerado bacharel em Serviço Social. De acordo com Iamamoto (2012) o debate sobre a formação profissional que ocorreu nos anos 1980 apresentou-se alguns eixos e dentre eles o de fundamentos do processo formativo, o qual foi discutido ao longo de mais de uma década a necessidade de direcionar a formação para a criação de um perfil profissional firmado em competências teórico-crítica, aproximando as principais matrizes do pensamento social, destacando na atualidade as expressões teórico-prática no Serviço Social. A autora supracitada ainda destaca que a necessidade de re-construir o projeto de formação profissional do assistente social requer entender o dilema da sociedade contemporânea e para isso é exigido conciliar o projeto formativo com a história, bem como as tendências contraditórias tanto de curto quanto de longo prazo, exigindo do processo formativo a apropriação das informações relacionadas a sociedade como um requisito primordial para concretizar o que se pretende atingir na construção do projeto a qual está inserido, tendo a capacidade de atuar nos diversos momento conjunturais, tendo a capacidade de antecipar os problemas posto diante da prática profissional. 1.2 COMPETÊNCIAS Como forma de compreender a competência profissional, irei apresentar na íntegra o que o Código de Ética nos apresenta. Conforme previsto no Artigo 4º Constituem competências do Assistente Social: ● elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares; ● elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população; ● orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; ● planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; ● planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; ● prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo; ● prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade; ● planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social; ● realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. 1.3 ATRIBUIÇÕES O Código de Ética também dispõem das atribuições privativas do assistente social, prevista no artigo 5º que será apresentada na íntegra a seguir. ● coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; ● planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social; ● assessoria e consultoria e órgãos da Administração Públicadireta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; ● realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social; ● assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós- graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; ● treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação; ● dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social; ● elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; ● coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social; ● fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais; ● dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas; ● ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. 2. OBJETOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/social-issues-word-cloud-338578616 Caro(a) aluno(a) como estudamos na primeira unidade deste livro o objeto de trabalho do Serviço Social é a questão social, porém nesta unidade vamos nos aprofundar nas múltiplas expressões da questão social, a qual faz parte do processo de produção e reprodução das relações sociais tendo o assistente social como profissional capacitado para atuar frente às diversas demandas apresentadas na sociedade. Segundo Yazbek (2001) o atual cenário que a sociedade está inserida apresenta impactos devastadores, tais como, desemprego, a precarização no modo de trabalho, a debilidade na saúde, moradia precária e muitas vezes insalubres, fome, criminalidade, favelização, analfabetismo, diferenças sociais, pessoas em situação de rua, pessoas usuárias de substâncias psicoativas, violência (idoso, crianças, adolescentes, pessoa com deficiência, mulheres, assaltos, mortes entre outros), entre outros que leva ao pauperismo extremo. É evidente que os impactos causados pelo sistema capitalista de certa forma foram destrutivos, marcando profundamente a população empobrecida. Netto (2001, p.41) destaca que “as expressões da questão social não é semanticamente unívoca; ao contrário, registram-se em torno dela compreensões diferenciadas e atribuições de sentido muito diversos”. Por tanto entender as múltiplas expressões da questão social deve ir além do que está exposto, é preciso entender os desdobramentos sócio-políticos que envolve uma determinada expressão da questão social, é para isso preciso entender o contexto histórico que ocasionou a situação que muitas vezes leva o indivíduo ou um grupo de pessoas a uma condição degradante. Já Iamamoto (2012, p 62) corrobora que “as expressões da questão social são a matéria-prima ou o objeto do do trabalho profissional. Pesquisar e conhecer a realidade é conhecer o próprio objeto de trabalho, junto ao qual se pretende induzir ou impulsionar um processo de mudança”, ou seja, a ideia da autora vai de encontro com a de Netto quando destaca que compreender as diferenças expressões da questão social é conhecer a realidade, mas também ter a possibilidade de mudar a realidade e ou de transformar por meio da ação realizada pelo trabalho profissional A autora supracitada ainda apresenta que conhecer as particularidades das múltiplas expressões da questão social na história da sociedade brasileira é o mesmo que esclarecer o processo social, o qual são produzidos e reproduzidos nas relações sociais cotidianamente, cabendo ao assistente social aprender e entender como as múltiplas expressões da questão social sucedem na sociedade e quais as ações devem ser conduzidas para atender ao problema posto ao profissional. Assim netto (2011) completou que o capitalismo está em constante mudança, ou seja, se reinventando frequentemente e com isso pode surgir novas expressões da questão social e o que nos enquanto assistentes social devemos fazer frente a uma nova expressão da questão social. Segundo o autor devemos investir para além da permanência de manifestações tradicionais e a cada novo estágio do desenvolvimento societário é necessário nos estudos e aperfeiçoamentos, compreendendo o contexto a qual o profissional em Serviço Social está inserido. 3. MERCADO DE TRABALHO: OS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/continuous-line-drawing-businessmens-handshake- template-1124647034 Com o aumento da desigualdade social e surgimento das múltiplas expressões da questão social, houve uma ampliação no mercado de trabalho dos profissionais de Serviço Social nos últimos tempos. Assim, os assistentes sociais passaram a ocupar os espaços que retratavam as particularidade e condições no que se refere às relações de trabalho posta na sociedade brasileira, além de passar por profundas mudanças na forma de atuação, mediante as inovações tecnológicas. Iamamoto (2009) destaca que além de ampliar o mercado de trabalho, foi necessário se reinventar no meio profissional, pois o próprio mercado exige novas habilidades, competências e atribuições, além das privativas, impondo ao profissional especialidades e capacitação acadêmica, principalmente no que se refere ao direcionamento ético-político e técnico, capaz de se impulsionar no mercado inserido. O fato é que o mercado de trabalho para os assistentes sociais está em constante mudança, surgindo novos campo de atuação para atuar frente às novas questões sociais e cabe ao profissional se destacar no mercado de trabalho a partir de suas habilidades e competências. Mas para que você caro(a) aluno(a) possa entender o mercado de trabalho irei destacar os principais espaços sócio ocupacionais que são obrigatórios a contratação. Segundo Iamamoto (2012) os serviços sociais públicos, é considerado o campo que mais contrata assistente sociais, normalmente são realizados concursos públicos para ocupar os espaços nas secretarias da assistência social, educação, habitação, saúde, entre outros, que e estão inseridos nas esferas municipais, estaduais e federal. Os profissionais que estão inseridos nos serviços públicos atuam em territórios, seja na proteção básica e ou alta complexidade. A autora ainda apresenta que temos uma outra fatia do mercado de trabalho que também mais contrata assistentes sociais, que são as Organizações da Sociedade Civil (OSC’s) conhecidas como ONG’s. Que para esta autora necessita dos profissionais mais atenção e melhor qualificação para lidar com as mais diversas expressões da questão social. Não podendo deixar de destacar o “sistema S” - SESC, SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE, SENAR, SEST, SENAT E SESCOOP. A previdência social é outro campo de atuação, a qual também é contrata por meio de concurso público, sendo considerado como um campo com boa remuneração, este campo também atua no enfrentamento da questão social na perda dos direitos sociais universais, assegurados pela Constituição Federal. Não podemos deixar de destacar a atuação dos assistentes sociais nas empresas com a proposta de eliminar o foco de tensões sociais e criar um comportamento produtivo da força de trabalho, além dos assistentes sociais atuando em universidades em cursos de graduação em Serviço Social e especializações na área, bem como na publicação de livros e elaboração de materiais de pesquisas voltados para o Serviço Social. 4. PROJETO ÉTICO-POLÍTICO: CAMINHOS PARA FORMAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/business-concept-team-metaphor-people-connecting-1390292588 Caro(a) aluno(a) para compreender o Projeto Ético-Político (PEP) do Serviço Social é necessário realizar uma breve contextualização do período que este projeto começa a ser gestado dentro da categoria profissional e como os assistentes sociais devem priorizar seus objetivos e funções para que assim possam formular requisitos teóricos e práticos em pleno exercício profissional. Assim, de acordo com Netto (2005) o processo de renovação do Serviço Social surge entre os anos 1965 a 1985, período que temos a autocracia burguesa no regime militar e a redemocratização do país. E é dentro deste contexto que acontece o movimento de reconceituação, considerado emblemático e importante para o Serviço Social, pois é a partir deste movimento que os assistentes sociais se desvincula da base tradicionalista e conservadora, passando a adotar uma postura mais teórica e reflexiva diante do cenário societário e para explicar este processo o autor nos apresenta três direções primordiais para tal feito. A primeira é a perspectiva modernizadora que surgiu a partir dos estudos dos dois primeiros seminários de teorização (Araxá e Teresópolis), a qual tinha a intenção de adequar o Serviço Social em relação aos instrumentos de intervenção inserido em um conjunto de técnicas sociais, porém era uma vertente tradicionalista. Já a segunda é a reatualização do conservadorismo, que buscava compreender as tendências da profissão no período do regime militar, além de recuperar os componentes estagnados da herança histórica e conservadora da profissão. Por fim, a terceira direção trata da perspectiva da intenção de ruptura, diferente das anteriores esta tem o viés central criticar de forma sistemática o desempenho tradicional, rompendo com a herança do pensamento conservador e adotando uma postura crítica, pautada nos referenciais teórico-metodológico marxistas. E é nesta perspetiva que vamos nos pautar, pois é a partir da intenção de ruptura que a categoria profissional começa a construir o Projeto Ético Político do Serviço Social. Assim, o caminho para a formação profissional do assistente social aconteceu em 1979 com o Congresso da Virada, tendo uma perspectiva crítica é neste congresso que o Projeto Ético Político é criado, atendendo tanto a categoria profissional quanto a construção de um novo projeto societário, a qual está pautada em três perspectiva que é o Código de Ética Profissional de 1993; as Diretrizes Curriculares e a Lei que Regulamenta a Profissão 8.662/93 e neste sentido que os profissionais do Serviço Social devem buscar as possibilidades de enfrentamento das expressões da questão social que deve ir vai além do sistema capitalista. Cabe destacar que o Projeto Ético Político da Profissão não tem um parâmetro a seguir, é evidente que temos as legislações e diretrizes curriculares que dão um norte no fazer profissional, porém devemos considerar que o Projeto Ético Político vai além da prática profissional, pois segue no sentido de uma sociedade mais justa e igualitária a qual os assistentes sociais que se compromete no processo desta construção, movido por uma postura ética diante do seu exercício profissional. #CONSIDERAÇÕES FINAIS# Caro(a) aluno(a) chegamos ao fim de mais uma unidade e como pode averiguar existem alguns fatores considerados importantes para a identidade profissional, assim aprendemos na primeira parte da unidade, que a formação surgiu no Congresso da Virada, a qual foi discutido sobre a construção das bases para o currículo mínimo, porém somente em 1996 é que esta discussão foi concretizada e hoje temos as diretrizes que apresenta o currículo para formação profissional que devemos considerar como um marco para a profissão. Outro marco para a profissão foi o Código de Ética da profissão, a qual apresenta as competência e atribuições privativas dos assistentes sociais, e na primeira unidade os apresento na íntegra, mas é importante que você enquanto futuro assistente social conheça e se apropria de tudo o que está exposto em nosso Código de Ética. Na segunda parte da unidade estudamos os objetos de trabalho do assistente social, que nada mais é do que as expressões da questão social, ou seja, as mais variadas desigualdades sociais gerada pelo capitalismo. Já na terceira parte da unidade foi apresentado o mercado de trabalho do assistente social, os campo de atuação que mais contrata assistente social e a perspectiva de novos campos de atuação profissional. Finalizando assim a quarta parte desta unidade com o Projeto Ético-Político do Serviço Social apresentando um breve contexto histórico para compreender a importância deste projeto no processo de formação profissional e quais foram os caminhos para que os assistentes sociais pudessem ter um Projeto Ético-Político que compreendesse o processo de construção da sociedade. Desta forma podemos compreender que os conteúdos aprendidos nesta unidade são relevantes, pois a partir do que está exposto é que você enquanto futuro assistente social poderá escolher o campo de atuação a qual tem interesse e assim passar a construir o perfil profissional a qual se difere dos demais profissionais. Bons estudos e até a próxima! #LEITURA COMPLEMENTAR# A análise dos espaços ocupacionais do assistente social – em sua expansão e metamorfoses – requer inscrevê-los na totalidade histórica considerando as formas assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no cenário da crise mundial. Sob a hegemonia das finanças e na busca incessante da produção de super lucros, aquelas estratégias vêm incidindo radicalmente no universo do trabalho e dos direitos. As medidas para superação da crise sustentam-se no aprofundamento da exploração e expropriação dos produtores diretos, com a ampliação da extração do trabalho excedente e a expansão do monopólio da propriedade territorial, comprometendo simultaneamente recursos naturais necessários à preservação da vida e os direitos sociais e humanos das maiorias. Essas estratégias defensivas aliadas às características históricas particulares que presidiram a revolução burguesa no Brasil (FERNANDES, 1975; IANNI, 1984, 2004) têm incidido na dinâmica das relações entre o Estado e a sociedade de classes, especialmente a partir da década de noventa do século XX, alterando a forma assumida pelo Estado e a destinação do fundo público; a tecnologia e as formas de organização da produção de bens e serviços; o consumo e controle da força de trabalho e as expressões associativas da sociedade civil, entendida enquanto sociedade de classe. (...) Fonte: IAMAMOTO, Marilda Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Edição CFESS e ABEPSS. 2009. #MATERIAL COMPLEMENTAR# LIVRO Título: Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais Autor: Diversos Editora: CFESS Sinopse: Os textos reunidos neste livro abordam uma temática essencial ao trabalho dos assistentes sociais e, certamente, serão uma referência obrigatória nos debates sobre competências e atribuições profissionais no âmbito da políticas sociais e na realização de direitos FILME/VÍDEO Título: À Procura da Felicidade Ano: 2006 Sinopse: Will Smith estrela esta história inspirada em fatos reais sobre Chris Garner, um vendedor de São Francisco que vive no limite da linha da pobreza. Quando sua mulher Linda (Thandie Newton) o abandona, Chris deve criar sozinho o filho deles de 5 anos, Christopher (Jaden Smith). #REFERÊNCIAS# ABEPSS. Diretrizes gerais para o curso de Serviço Social. 1996. Disponível em: http://www.abepss.org.br/arquivos/anexos/04-a-caderno-abess-n7-diretrizes-gerais- para-o-curso-de-servico-social-(com-base-no-curriculo-minimo-aprovado-em- assembleia-geral-extraordinaria-de-8nov-201702011415372855610.pdf. Acessoem: 17/01/2020. Brasil. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. Código de ética do/a assistente social. 10ª. ed. rev. e atual. Brasília. Conselho Federal de Serviço Social. 2012. IAMAMOTO, Marilda Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social. Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais. Edição CFESS e ABEPSS. 2009. __________, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 22 ed. São Paulo. Cortez. 2012. NETTO, José Paulo. Cinco notas a propósito da questão social. Temporalis, ano II, n. 3, 2001 p. 41-49. _______, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil após 64. 8 ed. São Paulo. Cortez. 2005. YAZBEK, M. C. Pobreza e exclusão social: expressões da questão social. Temporalis, ano II, n. 3, 2001 p. 33-40. DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL UNIDADE IV - O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE Professora. Esp. Irení Alves de Oliveira Plano de Estudo: ● O Serviço Social na Contemporaneidade. ● A “questão social” na atualidade brasileira. ● Tendências atuais para o Serviço Social. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar o Serviço Social na contemporaneidade. ● Apresentar a questão social na atualidade brasileira. ● Destacar as tendências atuais para o Serviço Social. #INTRODUÇÃO DA UNIDADE # Caro(a) aluno(a) por incrível que pareça o Serviço Social na contemporaneidade é um assunto pouco debatido ou não compreendido dentro da categoria profissional, entender as tendências na atualidade, bem como o mercado de trabalho requer do assistente social que pensa e repensa no seu agir profissional, rompendo com o conservadorismo instaurado em seu interior e partindo desta concepção que esta unidade se propõem a discorrer, desta forma a dividimos em três partes. Na primeira parte será abordado o Serviço Social na contemporaneidade, a qual tem como intuito apresentar brevemente o momento que este assunto começou a ser discutida no seio da categoria profissional no movimento de reconceituação destacando os conceitos acerca do fazer profissional e as exigências que o mundo contemporâneo nos apresenta em relação à prática profissional e que cabe somente ao profissional decifrar esta realidade propondo alternativa quanto a prática e o exercício profissional. Já na segunda parte pretende-se abordar um assunto que também não é muito discutido dentro da categoria profissional, a questão social na atualidade brasileira, isto porque para entender este assunto deve-se compreender a dinâmica da relação entre o Estado e o sistema capitalista, pois somente assim que o assistente social conseguirá atuar frente a questão social posta ao profissão, portanto nesta parte da unidade foi apresentado quatro aspectos que a autora Iamamoto considera relevantes ao atuar frente a questão social na atualidade. E por fim a terceira parte será apresentado as tendências atuais para o Serviço Social, o assunto abordado nesta parte da unidade eu confesso que é considerado um pouco polêmico, pois são assuntos que gera divisão dentro da categoria profissional, porém necessários diante das mudanças que vêm ocorrendo na sociedade e que cabe ao assistente social se adequar sem perder o sentido da profissão. Bons estudos! 1. O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-illustration/conceptual-compass-needle-pointing-year-2020- 241610269 Caro(a) aluno(a) como estudamos na unidade anterior a intenção de ruptura foi um marco para a categoria profissional, principalmente com o movimento de reconceituação, a qual tivemos novas perspectivas em relação à prática profissional e a postura ética política. Portanto, iniciar esta unidade sem trazer esta informação não faz sentido, visto que o Serviço Social na contemporaneidade é compreendido após o movimento de reconceituação. Assim, o movimento de reconceituação trouxe fatores importantes que deram base para a categoria profissional, ou seja, entender o seu objeto de trabalho de forma analitica, atribuindo a competência crítica em relação ao pensamento social, tendo a objetividade reflexiva em decifrar a realidade da sociedade. Com isso, o assistente social na atualidade tem a competência técnico-político, que possibilita entender qualquer necessidade que a sociedade venha a apresentar a partir das múltiplas expressões da questão social que expressa em nosso cotidiano nos mais distintos segmentos da classe subalterna, regido pelo sistema capitalista. Desta forma, o Serviço Social na contemporaneidade exige dos profissionais atenção no que se refere ao mundo contemporâneo, seja no âmbito econômico, social, político, cultural, tecnológico entre outros, e para isso os assistentes sociais precisam conhecer a realidade principalmente no enfrentamento e agravamento da desigualdade social causada pelo acúmulo do capital que continua se reafirmando na atualidade, além de participar de criações ou inovações modernizadoras que sejam favoráveis na atuação profissional. Neste sentido, Iamamoto (2012, p. 20) destaca que os assistentes sociais precisam “romper com a visão endógena, focalista, uma visão “de dentro” do Serviço Social, prisioneira em seu muros internos”, ou seja, expandir seus horizontes, ter uma visão além do que está exposto no espaço sócio-ocupacional, buscando alternativas para executar as competências e habilidades com excelência, devendo “ decifrar a realidade e construir proposta de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano”, assim o assistente social deve ser um profissional que busca soluções, ou seja, propositivo e não executor da política a qual está inserido. Diante desta afirmação é importante considerar que o assistente social inserido em um espaço sócio-ocupacional precisa romper com as atividades burocráticas e rotineiras que de certa forma reduz a mero empregado ou um executor de tarefas e cumpridor de carga horária, além de realizar múltiplas tarefas posta pelo empregador com a visão de um profissional que atua na perspectiva de caridade ou ajuda, o que acaba não permitindo a este profissional que exerça as atribuições e competência privativas a qual se propôs a realizar. Entender o Serviço Social na contemporaneidade requer uma análise minuciosa das possibilidades apresentadas na realidade atual, considerando que o assistente social é um profissional liberal, porém não deixa de ser um trabalhador especializado, a qual vende a sua força de trabalho tanto para entidades públicas quanto privadas, mas que cabe ao assistente social apropriar as possibilidades transformando em projetos de trabalho em pleno exercício profissional. Porém, o exercício profissional na contemporaneidade precisa ir além do simples fazer profissional, Segundo Iamamoto (2012) o assistente social deve aprender a negociar, apresentar condições favoráveis, defender a prática profissional além das suas qualificações, e com isso deve romper com a visão tradicional e conservadora do Serviço Social, a qual o impede de apresentar possibilidades inovadoras e se destacar no mercado de trabalho, a qual pretende ou esteja inserido. Exercício Profissional ID da imagem: 1428830480 Em sumo, o Serviço Social é considerado uma profissão especializada e inserida na divisão social e técnica do trabalho e que a partir do movimento de reconceituação os profissionais precisaram rever seus conceitos tradicionais e conservadores, tendo que adotar uma postura ética-política de competência crítica, porém na sociedade contemporânea o assistente social deve entender a dinâmica e a realidade a qual está inserido, propondo responder a necessidade da sociedade em um processo evolutivo. 2. A “QUESTÃO
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