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9. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO “REFORMATIO IN PEJUS” e do “REFORMATIO IN MELIUS”. “Reformatio In Pejus” significa que a decisão não poderá ser reformada para pior. Para tal princípio existem as seguintes exceções: a) será possível a reforma para pior, considerando a existência de recurso de ambas as partes e um deles for dado provimento em face do outro. Se dado provimento ao recurso em face do outro, o raciocínio lógico que devemos ter é que houve mudança da decisão piorando a situação da outra parte. b) será possível e independente da existência de recurso das partes, nas situações em a matéria seja de ORDEM PÙBLICA (matéria de ordem publica é aquela que sustenta a ordem jurídica nacional e sua existência se sobrepõe a qualquer outra situação. A matéria de ordem pública poderá ser decidida a qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição e independentemente de requerimento. Ex. Carência de Ação, Pressupostos da Ação, Prescrição). “Reformatio In Melius”, significa a proibição da melhora da decisão (sem a existência de requerimento), neste caso o tribunal deve respeitar os limites estabelecidos no recurso, portanto, não podendo ir além dos limites pretendidos sob pena de julgar “Ultra Petita = acima do pedido, Extra Petita = fora do pedido. Não podemos falar em Citra Petita = abaixo do pedido, pois não haveria melhora da pretensão. 9. DESISTÊNCIA DO RECURSO: O recorrente independentemente de anuência do recorrido poderá DESISTIR DO RECURSO a qualquer momento, seja em primeira instância ou em segunda instância, nos termos do artigo 998 do Código de Processo Civil. Só podemos desistir daquilo que tenho, a desistência é posterior à interposição do recurso. Estando o recurso em segundo grau de jurisdição a desistência deve ocorrer antes do RELATOR PROFERIR O VOTO. A desistência poderá ser por petição escrita ou oralmente no tribunal antes do voto do relator. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte e poderá ocorrer a qualquer tempo e grau de jurisdição nos termos do artigo 999 do Código de Processo Civil. Só posso renunciar daquilo que ainda não tenho, a renúncia será sempre prévia. A renúncia poderá ser tácita ou expressa, tácita, nos casos em que decorre da simples perda do prazo para recorrer ou expressa, ocorre através da vontade do recorrente, podendo ser por petição. Observação: Nos casos de desistência do Recurso Especial (STJ) e do Recurso Extraordinário, a regra é totalmente diferente, ou seja, o recorrente poderá desistir do recurso, entretanto, o STJ e o STF., na qualidade de órgãos políticos na defesa da uniformização e interpretação do julgado e aplicação da Constituição Federal e legislação ordinária deve prosseguir ao julgamento, considerando a existência de repercussão geral. 10. RAZÕES DO RECURSO E SUAS CONTRARAZÕES: O recorrente inconformado com a decisão do juiz deve apresentar as suas RAZÕES RECURSAIS, ou seja, a matéria de fato e de direito que sustentam o seu recurso, podendo juntar julgados e textos de doutrinas. Ex. Recurso de Apelação. O juiz ao receber o recurso com as suas razões recursais, abrirá vista ao recorrido, para que apresente no prazo legal as suas CONTRARAZÕES, ou seja, a matéria de fato e de direito que contradizem as alegações do recorrente, podendo juntar julgados e textos de doutrinas. O prazo para a apresentação das CONTRARAZÕES sempre será o mesmo prazo para a apresentação do RECURSO. Ex. Recurso de Apelação o prazo será de 15 dias e o prazo para a apresentação das razões e de 15 dias para as contrarrazões. 11. RECURSO ADESIVO: O recurso ADESIVO, não está previsto no rol do artigo 994 do Código de Processo Civil, mas sim no artigo 997 e incisos do Código de Processo Civil. É conhecido como RECURSO CARONA, ou seja, ele aproveita o recurso principal, que foi apresentado, tentando justificar a INÉRCIA da parte contrária que vencida parcialmente deixou de recorrer dentro do prazo. Características do Recurso Adesivo: a) Adere ao recurso principal e a ele será sempre subordinado; b) Os litigantes são vencidos de forma parcial; c) Será endereçado ao juiz ou ao Presidente do Tribunal competente para admitir o recurso principal; d) Existe a necessidade da realização do preparo sob pena de deserção e, caso seja insuficiente o juiz intimará o recorrente para que complete o preparo no prazo legal sob pena de deserção; e) Não será conhecido o recurso adesivo se houver desistência do Recurso Principal, ou se o mesmo for declarado inadmissível (falta de um dos pressupostos objetivo ou subjetivo) ou deserto ( falta de preparo); f) Será apresentado somente nos recursos principais de Apelação, Recurso Especial e Extraordinário; g) Será sempre apresentado no prazo das contras-razões em peças separadas. 12. REMESSA NECESSÁRIA: A Remessa Necessária ou recurso de ofício, não está previsto nos incisos do artigo 994 do Código de Processo Civil, mas sim no artigo 496, existe como forma de fiscalizar as sentenças contra os entes políticos. “De Ofício” significa determinada providência do juiz sem a necessidade de requerimento de uma das partes. O recurso de ofício, independe de requerimento das partes, obrigatoriamente o juiz de primeira instância remeterá os autos ao Tribunal, sob pena do presidente do tribunal avocá-lo para exame de sua sentença nos seguintes casos: a) sentença proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; b) sentença que julgar procedente, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal (dívida ativa da Fazenda Pública), (artigo 596 inciso II) , do Código de Processo Civil). Observação: Se o recorrente não apresentar o Recurso de Apelação, o juiz deve remeter os autos ao Tribunal, não o fazendo o Presidente do Tribunal deve avocá-lo, nos termos do parágrafo 1º do artigo 496 do Código de Processo Civil. Exceções a Remessa Necessária: O recurso de Remessa Necessária ( antigo recurso de ofício),foi instituído pelo legislador com a intenção de fiscalizar o erário publico, bastando verificar que são ações onde o resultado foi de procedência contra o União. Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito publico, artigo 496, incisos I e II do CPC., podendo inclusive ser avocá-lo pelo respectivo Presidente do Tribunal. O legislador prevê 02 (duas) regras de exceção à remessa Necessária, a primeira pautada em quantidades de salários mínimos e a segunda, pautada com base na fundamentação do juiz em sua decisão. A primeira regra de exceção está prevista no artigo 494, Parágrafo 3º do Código de Processo Civil, onde se impõe a regra baseada em salários mínimos: “Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e liquido inferior a: I)1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquia e fundações de direito publico; II) 500 (quinhentos) salários-mínimos para o Estado, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito publico e os Municípios que constituem a capitais dos Estados; III)100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público; A segunda regra como já dito está pautada com base na fundamentação do juiz em sua decisão nos termos do artigo 496, Parágrafo 4º do Código de Processo Civil. A regra de “fundamentar é fundamental”, é importantíssima para o profissional do direito,através da fundamentação judicial ou administrativa, possibilita às partes a respectiva reação legal, observando a formação do convencimento do juiz ou agente do órgão público, que os levaram a referida decisão. O artigo 93, inciso IX da Constituição Federal (estendendo-se às decisões administrativas), prevê a obrigação de se fundamentar sob pena de nulidade e o artigo 489, Parágrafo Primeiro e incisos do Código de Processo Civil ( Lei Ordinária) , esclarece quais as situações em que não se considera fundamentada as decisões, seja sentença, decisão interlocutória e acórdãos. Feitas as considerações acima verificamos a importância da fundamentação do juiz em suas decisões, inclusive nos acórdãos, que são atos específicos dos colegiados dos tribunais (Artigo 204 do CPC), é por essa razão, que a segunda regra está pautada na fundamentação, considerada pelo legislador como mais uma forma de exceção à Remessa Necessária. O Parágrafo 4º do artigo 496 do Código de Processo Civil, estabelece: “Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em”: I - Súmula de tribunal Superior; II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa 13. TERMO DE TRATAMENTO: a) Apelante, àquele que inconformado apresenta o recurso de Apelação, apresenta as razões do Recurso de Apelação. b) Apelado, àquele que apresenta as contrarazões ao recurso de apelação; c) Embargante, àquele que apresenta as razões do recurso de Embargos de Declaração; d) Agravante, àquele que apresenta as razões do recurso de agravo; e) Agravado, àquele que apresenta as resposta (contrarrazões) ao recurso de agravo. f) Juízo “a quo”, juízo de primeira instância; g) Juízo “ad quem”, juízo de segunda instância. Observação: 1)A decisão do juiz que INDEFERIR a petição inicial é pura SENTENÇA nos termos do artigo 331 do Código de Processo Civil, comportando recurso de apelação, podendo o juiz se retratar do indeferimento no prazo de 5 dias. Caso o juiz venha a se retratar chamamos de JUÍZO DE RETRATAÇÃO ( significa voltar atrás). Não existindo retratação o juiz determinará a citação do Réu, para se quiser responder apresentando as contras-razões ao Recurso apresentado pelo indeferimento. A sentença de indeferimento em sendo reformada pelo tribunal, os autos voltará ao juízo de primeira instância, onde o prazo para a apresentação de contestação, começará a correr a partir da intimação do retorno dos autos, sendo observado o artigo 334 do Código de Processo Civil. RECURSO DE APELAÇÃO. ARTIGOS 1.009 ao 1.014 do Código de Processo Civil. I – INTRODUÇÃO: O Recurso de Apelação é recurso cabível das SENTENÇAS (Artigo 203, Parágrafo Primeiro), seja sem resolução de mérito ou com resolução do mérito, buscando a reforma total ou parcial ou sua invalidação nos termos do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. II – ENDEREÇAMENTO: É conhecido como o recurso por EXCELÊNCIA, considerando que o Apelante, poderá discutir toda a matéria que já fora objeto em primeira instância. O Recurso de Apelação será endereçado por petição escrita ao MM. JUIZ que proferiu a sentença devendo contém os requisitos do artigo 1.010 do Código de Processo Civil. Apresentado o recurso de Apelação o Apelado, será intimado para apresentar as suas contrarazões ao Recurso de Apelação, nos termos do Parágrafo 1º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. O Apelado apresentando Apelação Adesiva (Recurso Adesivo), será intimado o Apelante para apresentar as contrarrazões ao recurso adesivo. Parágrafo 2º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. Observação: Nos termos do Novo Código de Processo Civil, contrariando o Código Processual de Buzaid, a admissibilidade não é realizada mais pelo juízo de primeira instância, mas sim pelo Tribunal na pessoa do Relator. Parágrafo 3º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. III – PREPARO E TEMPESTIVIDADE: O Recurso de Apelação quando de sua apresentação deverá ser acompanhado do respectivo (artigo 1007, Parágrafos 1º, 2º, 3º 4º e 5º do CPC ), PREPARO e do PORTE DE REMESSA E RETORNO, quando a lei exigir, se o preparo for insuficiente o recorrente será intimado na pessoa de seu advogado para completa-lo no prazo de 5 dias, sob pena de deserção, não existindo preparo o recorrente será intimado na pessoa de seu advogado para em 5 dias realizar o preparo em dobro, sob pena de deserção. O Relator poderá relevar a pena de deserção se o apelante provar JUSTO IMPEDIMENTO, onde o relator relevara a pena de deserção, decisão irrecorrível nos termos do artigo 1.007, Parágrafo Sexto do Código de Processo Civil. O Recurso de Apelação deve ser apresentado no prazo de 15 dias nos termos do artigo 1.003, Parágrafo Quinto do Código de Processo Civil. IV – DISTRIBUIÇÃO DO RECURSO DE APELAÇÃO: Após a distribuição do recurso, o juiz abrirá vista ao Apelado para em 15 dias apresentar as contrarrazões. As razões recursais são apresentadas pelo Apelante, ou seja, são as razões legais que vão sustentar o recurso de apelação, as contrarrazões, são apresentadas pelo Apelado, no mesmo prazo do recurso de apelação, representa os pontos legais que vão contradizer a decisão do juiz. Artigo 1.010, Parágrafos 1º e 2º do CPC. As apresentadas as contrarrazões ou ocorrendo à preclusão, os autos serão encaminhados ao competente tribunal, independentemente de juízo de admissibilidade. Artigo 1.010, Parágrafo Primeiro do CPC. Observação: As questões resolvidas no curso do processo de Conhecimento, se a decisão não comporta recurso de Agravo de Instrumento (Artigo 1015, e incisos do CPC), não ficam prejudicadas, pois não estão sujeitas à preclusão, a parte inconformada deve suscitá-la de forma preliminar nas razões ou contrarrazões do recurso de apelação. Artigo 1.009, Parágrafo Primeiro do CPC. V – O Recurso de Apelação no Tribunal: Enviado ao tribunal o recurso de Apelação, será imediatamente distribuído a um do Relator, que tomará as seguintes providencia, conforme Artigo 1.011 e incisos do CPC. I – decidi-lo monocraticamente (significada decisão imediata pelo próprio relator sem levar o recurso à sessão de julgamentos para a participação de seus pares), apenas nas hipóteses do artigo 932, incisos III a V; II – se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado. Artigo 932, incisos III a V do Código de Processo Civil: III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado, ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão requerida: Recurso inadmissível, significa que o Relator, responsável pela admissibilidade observou a falta de um dos pressupostos objetivos ou subjetivos. Recurso prejudicado é aquele onde a decisão do juiz fora revogada, cassada ou o mesmo lançou mão do Juízo de Retratação, perdendo o sentido do recurso. O recorrente em suas razões “não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão requerida” II – negar provimento a recurso que for contrario a: A - súmula do STF., STJ., ou do próprio tribunal; B - acórdão proferido pelo STF., STJ., em julgamento de recursos repetitivos;C – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contraria a : Letras “a” à “c” . VII – EFEITOS do RECURSO de APELAÇÃO: O recurso de Apelação, será recebido no efeito devolutivo, entretanto, será recebido em ambos os efeitos nos casos previstos no artigo 1.012, Parágrafo Primeiro e incisos do CPC., sendo possível requerer o cumprimento provisório da sentença nos termos do Artigo 1.012, Parágrafo Segundo do CPC. Reitero que o rol existente no Artigo 1.012, Parágrafo Primeiro do CPC., não é taxativo, mas exemplificativo, podendo outras ações através do respectivo recurso ser recebido no efeito suspensivo, conforme artigo 995, Parágrafo Único do CPC.,. Existem dois momentos distintos para o apelante requerer que o recurso de apelação seja recebido tb, no efeito suspensivo: a)requerido ao tribunal no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator prevento para julgá-la; b)requerido diretamente ao relator, se o recurso já fora distribuído, nos termos do artigo 1.012, parágrafo terceiro do CPC. O Parágrafo Quarto do artigo 1.012 do CPC., reitera o Parágrafo único do artigo 995, onde impõe requisitos para a concessão do efeito suspensivo: a)o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso; ou b)sendo relevante a fundamentação houver dano grave ou de difícil reparação. VIII – Processo em Condições Imediatas de Julgamento: Estando o recurso em condições imediatas de julgamento o relator deve decidir desde logo o mérito nos seguintes casos do artigo 1013 e incisos do Código de Processo Civil: I – reformar a sentença fundada no artigo 485 do Código de Processo Civil, ou seja, sem enfrentamento do mérito; II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III – constatar a omissão no de exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade da sentença por falta de fundamentação; Observação: Nos casos em que o tribunal reformar sentença acolhendo prescrição e decadência, o tribunal se possível deve julgar o mérito, sem determinar o retorno dos autos a primeira instância. Parágrafo 4º do artigo 1.013 do Código de Processo Civil. O capitulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. Artigo 1.013, Parágrafo 5º do Código de Processo Civil. A primeira regra de exceção está prevista no artigo 494, Parágrafo 3º do Código de Processo Civil, onde se impõe a regra baseada em salários mínimos: “Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e liquido inferior a: I)1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquia e fundações de direito publico; II)500 (quinhentos) salários-mínimos para o Estado, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito publico e os Municípios que constituem a capitais dos Estados; III)100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público; A segunda regra como já dito está pautada com base na fundamentação do juiz em sua decisão nos termos do artigo 496, Parágrafo 4º do Código de Processo Civil. A regra de “fundamentar é fundamental”, é importantíssima para o profissional do direito, através da fundamentação judicial ou administrativa, possibilita às partes a respectiva reação legal, observando a formação do convencimento do juiz ou agente do órgão público, que os levaram a referida decisão. O artigo 93, inciso IX da Constituição Federal (estendendo-se às decisões administrativas), prevê a obrigação de se fundamentar sob pena de nulidade e o artigo 489, Parágrafo Primeiro e incisos do Código de Processo Civil ( Lei Ordinária) , esclarece quais as situações em que não se considera fundamentada as decisões, seja sentença, decisão interlocutória e acórdãos. Feitas as considerações acima verificamos a importância da fundamentação do juiz em suas decisões, inclusive nos acórdãos, que são atos específicos dos colegiados dos tribunais (Artigo 204 do CPC), é por essa razão, que a segunda regra está pautada na fundamentação, considerada pelo legislador como mais uma forma de exceção à Remessa Necessária. O Parágrafo 4º do artigo 496 do Código de Processo Civil, estabelece: “Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em”: I - Súmula de tribunal Superior; II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa 13. TERMO DE TRATAMENTO: a) Apelante, àquele que inconformado apresenta o recurso de Apelação, apresenta as razões do Recurso de Apelação. b) Apelado, àquele que apresenta as contrarazões ao recurso de apelação; c) Embargante, àquele que apresenta as razões do recurso de Embargos de Declaração; d) Agravante, àquele que apresenta as razões do recurso de agravo; e) Agravado, àquele que apresenta as resposta (contrarrazões) ao recurso de agravo. f) Juízo “a quo”, juízo de primeira instância; g) Juízo “ad quem”, juízo de segunda instância. Observação: 1)A decisão do juiz que INDEFERIR a petição inicial é pura SENTENÇA nos termos do artigo 331 do Código de Processo Civil, comportando recurso de apelação, podendo o juiz se retratar do indeferimento no prazo de 5 dias. Caso o juiz venha a se retratar chamamos de JUÍZO DE RETRATAÇÃO ( significa voltar atrás). Não existindo retratação o juiz determinará a citação do Réu, para se quiser responder apresentando as contras-razões ao Recurso apresentado pelo indeferimento. A sentença de indeferimento em sendo reformada pelo tribunal, os autos voltará ao juízo de primeira instância, onde o prazo para a apresentação de contestação, começará a correr a partir da intimação do retorno dos autos, sendo observado o artigo 334 do Código de Processo Civil. RECURSO DE APELAÇÃO. ARTIGOS 1.009 ao 1.014 do Código de Processo Civil. I – INTRODUÇÃO: O Recurso de Apelação é recurso cabível das SENTENÇAS (Artigo 203, Parágrafo Primeiro), seja sem resolução de mérito ou com resolução do mérito, buscando a reforma total ou parcial ou sua invalidação nos termos do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. II – ENDEREÇAMENTO: É conhecido como o recurso por EXCELÊNCIA, considerando que o Apelante, poderá discutir toda a matéria que já fora objeto em primeira instância. O Recurso de Apelação será endereçado por petição escrita ao MM. JUIZ que proferiu a sentença devendo contém os requisitos do artigo 1.010 do Código de Processo Civil. Apresentado o recurso de Apelação o Apelado, será intimado para apresentar as suas contrarazões ao Recurso de Apelação, nos termos do Parágrafo 1º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. O Apelado apresentando Apelação Adesiva (Recurso Adesivo), será intimado o Apelante para apresentar as contrarrazões ao recurso adesivo. Parágrafo 2º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil.Observação: Nos termos do Novo Código de Processo Civil, contrariando o Código Processual de Buzaid, a admissibilidade não é realizada mais pelo juízo de primeira instância, mas sim pelo Tribunal na pessoa do Relator. Parágrafo 3º do artigo 1.009 do Código de Processo Civil. III – PREPARO E TEMPESTIVIDADE: O Recurso de Apelação quando de sua apresentação deverá ser acompanhado do respectivo (artigo 1007, Parágrafos 1º, 2º, 3º 4º e 5º do CPC ), PREPARO e do PORTE DE REMESSA E RETORNO, quando a lei exigir, se o preparo for insuficiente o recorrente será intimado na pessoa de seu advogado para completa-lo no prazo de 5 dias, sob pena de deserção, não existindo preparo o recorrente será intimado na pessoa de seu advogado para em 5 dias realizar o preparo em dobro, sob pena de deserção. O Relator poderá relevar a pena de deserção se o apelante provar JUSTO IMPEDIMENTO, onde o relator relevara a pena de deserção, decisão irrecorrível nos termos do artigo 1.007, Parágrafo Sexto do Código de Processo Civil. O Recurso de Apelação deve ser apresentado no prazo de 15 dias nos termos do artigo 1.003, Parágrafo Quinto do Código de Processo Civil. IV – DISTRIBUIÇÃO DO RECURSO DE APELAÇÃO: Após a distribuição do recurso, o juiz abrirá vista ao Apelado para em 15 dias apresentar as contrarrazões. As razões recursais são apresentadas pelo Apelante, ou seja, são as razões legais que vão sustentar o recurso de apelação, as contrarrazões, são apresentadas pelo Apelado, no mesmo prazo do recurso de apelação, representa os pontos legais que vão contradizer a decisão do juiz. Artigo 1.010, Parágrafos 1º e 2º do CPC. As apresentadas as contrarrazões ou ocorrendo à preclusão, os autos serão encaminhados ao competente tribunal, independentemente de juízo de admissibilidade. Artigo 1.010, Parágrafo Primeiro do CPC. Observação: As questões resolvidas no curso do processo de Conhecimento, se a decisão não comporta recurso de Agravo de Instrumento (Artigo 1015, e incisos do CPC), não ficam prejudicadas, pois não estão sujeitas à preclusão, a parte inconformada deve suscitá-la de forma preliminar nas razões ou contrarrazões do recurso de apelação. Artigo 1.009, Parágrafo Primeiro do CPC. V – O Recurso de Apelação no Tribunal: Enviado ao tribunal o recurso de Apelação, será imediatamente distribuído a um do Relator, que tomará as seguintes providencia, conforme Artigo 1.011 e incisos do CPC. I – decidi-lo monocraticamente (significada decisão imediata pelo próprio relator sem levar o recurso à sessão de julgamentos para a participação de seus pares), apenas nas hipóteses do artigo 932, incisos III a V; II – se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado. Artigo 932, incisos III a V do Código de Processo Civil: III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado, ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão requerida: Recurso inadmissível, significa que o Relator, responsável pela admissibilidade observou a falta de um dos pressupostos objetivos ou subjetivos. Recurso prejudicado é aquele onde a decisão do juiz fora revogada, cassada ou o mesmo lançou mão do Juízo de Retratação, perdendo o sentido do recurso. O recorrente em suas razões “não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão requerida” II – negar provimento a recurso que for contrario a: A - súmula do STF., STJ., ou do próprio tribunal; B - acórdão proferido pelo STF., STJ., em julgamento de recursos repetitivos; C – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contraria a : Letras “a” à “c” . VII – EFEITOS do RECURSO de APELAÇÃO: O recurso de Apelação, será recebido no efeito devolutivo, entretanto, será recebido em ambos os efeitos nos casos previstos no artigo 1.012, Parágrafo Primeiro e incisos do CPC., sendo possível requerer o cumprimento provisório da sentença nos termos do Artigo 1.012, Parágrafo Segundo do CPC. Reitero que o rol existente no Artigo 1.012, Parágrafo Primeiro do CPC., não é taxativo, mas exemplificativo, podendo outras ações através do respectivo recurso ser recebido no efeito suspensivo, conforme artigo 995, Parágrafo Único do CPC.,. Existem dois momentos distintos para o apelante requerer que o recurso de apelação seja recebido tb, no efeito suspensivo: a)requerido ao tribunal no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator prevento para julgá-la; b)requerido diretamente ao relator, se o recurso já fora distribuído, nos termos do artigo 1.012, parágrafo terceiro do CPC. O Parágrafo Quarto do artigo 1.012 do CPC., reitera o Parágrafo único do artigo 995, onde impõe requisitos para a concessão do efeito suspensivo: a)o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso; ou b)sendo relevante a fundamentação houver dano grave ou de difícil reparação. VIII – Processo em Condições Imediatas de Julgamento: Estando o recurso em condições imediatas de julgamento o relator deve decidir desde logo o mérito nos seguintes casos do artigo 1013 e incisos do Código de Processo Civil: I – reformar a sentença fundada no artigo 485 do Código de Processo Civil, ou seja, sem enfrentamento do mérito; II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III – constatar a omissão no de exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade da sentença por falta de fundamentação; Observação: Nos casos em que o tribunal reformar sentença acolhendo prescrição e decadência, o tribunal se possível deve julgar o mérito, sem determinar o retorno dos autos a primeira instância. Parágrafo 4º do artigo 1.013 do Código de Processo Civil. O capitulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. Artigo 1.013, Parágrafo 5º do Código de Processo Civil.
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