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Resumo Livro

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Resumo Livro: Economia Política: uma introdução critica; autores–José Paulo Netto e Marcelo Braz. Introdução Economia Política: da Origem à critica marxista É uma teoria voltada para a compreensão da vida social; Apresenta o principio da não neutralidade das coisas. A Economia Política Clássica Principais pensadores da Economia Política Clássica: Smith e Ricardo, mas ambos apresentam diferentes concepções teóricas e podemos encontrar duas características: Primeira refere-se a natureza mesmo da teoria: não se tratava de uma disciplina particular, especializada, que procurava recortar da realidade social um OBJETO especifico ( econômico) e analisá-lo de forma autônima. Para esses dois autores centrava a sua atenção nas questões relativas ao trabalho, ai valo r e ao Dinheiro. A economia Política interessava compreender o conjunto das relações sociais que estavam surgindo do antigo regime. Almejavam compreender o modo de sociedade que estavam surgindo nas entranhas do mundo feudal, por isso a economia política surgia como uma teoria social que oferecia uma visão social. As categorias da Economia política uma vez descoberta pela razão humana permanece invioláveis na sua estrutura fundamental são: dinheiro, capital, lucro, salário, mercado, propriedade privada, etc. Essas categorias marcam a luta da burguesia contra o Estado absolutista no antigo regime. A Economia Política Clássica caracterizou-se o ideário da burguesia no período em que esta classe estava na vanguarda das lutas sociais, conduzindo o processo revolucionário que destruiu o antigo regime. A teoria clássica pode ser instalada porque constata-se nas teorias dos clássicos que objetividade em matéria de teoria social, não é o mesmo que neutralidade: precisamente por não serem neutros defendiam uma ordem social mais livre e avançada que o feudalismo. A crise da Economia política Clássica Entre os anos 1825/1830 e 1848 desenvolve uma crise contra a teria clássica, altera -se a relação da burguesia com a Cultura Ilustrada. A cultura Ilustrada é projeto de emancipação humana conduzido pela burguesia resumido na consignação: liberdade, fraternidade e igualdade. Entretanto, no regime burguês não foi possível instalar a emancipação humana mas sim a emancipação política, a emancipação humana esbarrava-se no próprio regime burguês po is a igualdade jurídica – todos iguais perante a lei- nunca pode ser traduzida em igualdade econômica e social. A burguesia dominava tentando manter a neutralidade sobre a cultura ilustrada e instalou -se uma classe conservadora. Diante disse em 48 dois protagonistas começam a se enfrentar: a classe conservadora e o proletariado revolucionário que antes aliado a burguesia passou-se a ser dominado por ela. Ocorre um abandono da burguesia pela cultura ilustrada pois esta tornou-se incompatível com os ideais da burguesia e isso foi o motivo da revolução de 48. Para os clássicos o valor do produto é o trabalho essa teoria que havia derrubado o antigo regime, tornou-se uma critica ao regime burguês, essa teria servia para explicar a exploração do capital em face ao trabalho. Alem dessa teoria valor –trabalhos clássicos pesquisavam a vida social e econômica a partir da produção dos bens material, e não da sua distribuição e essa teoria estava incompatível com os interesses da burguesia conservadora . Ambas as teorias foram recuperadas em favor da massa trabalhadora.
Capitulo I 
Trabalho, sociedade e valor Na base econômica esta o trabalho, é ele que torna possível a produção de qualquer bem, criando os valores que constitui a riqueza social. O trabalho é indispensável para a compreensão da atividade econômica e faz referencia ao próprio modo de ser do homem e da sociedade. 
1.1 – Trabalho: transformação da natureza e constituição do ser social
 Trabalho é a transformação de matérias da natureza em produtos que atendam as necessidades dos homens. Essas atividades são variadas nas espécies de animais. Se for espécie animal ele esta ligado estritamente ao natural, ou seja, já nasceu com essa finalidade. Ex: o João de barro nasceu para fazer sua casa de barro assim como a abelha nasceu para produção da colméia, já é algo geneticamente determinado. O que chamamos trabalho esta alem dessa teoria natural pois houve uma ruptura ao longo do tempo, pois:* Em primeiro lugar o trabalho não se opera diretamente com a natural, ele exige instrumentos * Em segundo lugar o trabalho não se realiza cumprindo determinações genéticas, pelo contrario passa a exigir habilidades e conhecimentos * Em terceiro lugar porque o trabalho não atende a um elemento limitado e praticamente invariável de necessidades, ou seja, para satisfazer as varias necessidades humanas utiliza-se de varias formas de atende-las e sobretudo o desenvolvimento pode gerar novas necessidades. Marx considera o trabalho como exclusiva do homem... no fim do processo de trabalho obtém -se o resultado que já no inicio houve a idealização do trabalhador. O que difere das atividades naturais e uma porção de mediação entre o sujeito e o objeto, ou seja, o instrumento ou conjunto de instrumentos que mediam a relação entre ambos. Isso coloca dois problemas para o sujeito do trabalho o problema dos meios e dos fins (finalidade) e o problema das escolhas se o machado longo ou curto se é bom ou ruim. Desses dois problemas determinam a sua efetivação, ou seja, a finalidade faz o homem projetar, idealizar os meios e usa-se de intencionalidade para realizar o trabalho. Segundo Lukács a realização do trabalho se da quando essa prefiguração ideal se realiza, quando a ação material do sujeito é transformada. Implica um movimento indissociável de dois planos: subjetividade que é a idealização e objetividade que é a transformação. Mas não basta apenas idealizar o objeto, é preciso que o sujeito conheça as propriedades da natureza (a dureza da pedra) e possa passar para outrem essas representações. A partir de experiências imediatas do trabalho o sujeito se vê impulsado a universalizar e generalizar o saber que possui, isso só é possível através da linguagem articulada que alem de aprendida e condição de aprendizagem. Dessa forma o trabalho é sempre atividade coletiva, todos ligados pela mesma linguagem articulada, essa atividade coletiva resulta o ser social. O ser social surge a partir das relações dos primatas, ou seja, dos trabalhos em grupo pois desses surgiram os primeiros grupos humanos. O trabalho implica mais que uma relação sociedade/ natureza. Implica uma interação no marco da própria sociedade afetando seus sujeitos e sua organização.
 1.2 – Trabalho, natureza e ser social
 Toda e qualquer sociedade humana tem sua existência hipotecada à existência da natureza, o que varia e a modalidade da relação com ela. A natureza é uma unidade complexa, é um conjunto de seres que conhecemos no nosso universo, seres que precederam o surgimento dos primeiros grupos humanos. Esses seres podem ser agrupados em dois grandes níveis: Aqueles que não dispõe da propriedade para se reproduzir( natureza inorgânica) e os que possui essa propriedade ( vegetais e animais) orgânicos. Sabe-se que dessa base inorgânica surge um novo tipo ser capaz de se reproduzir: o ser vivo orgânico. As indicações cientificas dizem que foi dos primatas que surgiu a espécie humana. A espécie humana desenvolveu-se como um outro tipo de ser social, ate então inexistente, e cujas peculiaridades não se devem a herança biológicas nem a condição geneticamente predeterminada: um modo de ser radicalmenteinédito, o ser social, dotado de uma complexidade de novo tipo e exponencialmente maior que a verificável na natureza (inorgânica e orgânica). Não se pode separar a sociedade dos seus membros: não há sociedade sem que estejam em interação o s seus membros singulares (homens e mulheres) isolado, fora do sistema de relação que é a sociedade. O que chamamos de sociedade são os modos de existir do ser social. O processo histórico do homem esta atrelado ao trabalho, foi a busca para atender suas necessidades que o ser social transformou a natura de dessa forma surge a espécie humana então pode-se afirmar que o desenvolvimento histórico é o desenvolvimento do ser social. O próprio homem é a natureza transformada, mas de forma diferenciada, pois possui autotransformação. Quanto mais se desenvolve o ser social, quanto mais diversificadas são as suas objetivações. Assim no seu desenvolvimento ele produz objetivação que embora relacionadas ao processo de trabalho dele se afastam progressivamente. Objetivações crescentes ideais são exemplos de pensamento mágico nas quais são contidas expressões que após a evolução multimilenar apresentar-se – ao com expressões diferenciadas de religião, filosofia, ciências e artes. Assim ao cabo de um longuíssimo decurso histórico, transformados pelo enriquecimento e pelas objetivações configura a estrutura do ser social. O ser social configura como um ser capaz de: * Realizar atividade teleologicamente orientadas * Objetivar-se materialmente e idealmente * Comunicar-se e expressar-se pela linguagem articulada * Tratar suas atividades e a si mesmo de modo reflexivo, consciente e a autoconsciente * Escolherem entre alternativas concretas * Universalizar-se e * Sociabilizar-se O ser social é síntese dessas determinações estruturais. Só ele é dispõe da capacidade de projetar.
1.3- Práxis, ser social e subjetividade
 Nem só do trabalho sobrevive o ser social, ou seja, não se esgota no trabalho. O trabalho é a base de sua objetivação e quanto mais rico os ser social tanto mais diversas e complexas são as suas objetivações. Para denotar que o ser social é mais que trabalho, existe uma categoria teórica m ais abrangente a práxis envolve trabalho como modelo e inclui todas as objetivações humanas. No trato das objetivações podemos citar dois pontos: * Deve-se distinguir entre formas de práxis voltadas para o controle e a exploração da natureza e formas voltadas para influir no acompanhamento e na ação dos homens. No primeiro caso, que é o trabalho, o homem é o sujeito da natureza é objeto; no segundo trata-seda relação sujeito a sujeito, daquelas formas de práxis em que o homem atua sobre si mesmo; * Os produtos e obras resultantes da práxis podem objetivar–se materialmente o u idealmente. Essas objetivações podem ser algo material ou que se realizam sem operar transformações, por exemplo, os valores éticos. A categoria da práxis permite apreender a riqueza do ser social desenvolvido. Observar-se pela práxis que o ser social se projeta e realiza suas objetivações materiais e ideais construindo um mundo de produtos, valores e obras, um mundo social, humano em que a espécie humana se converte inteiramente em gênero humano. Mas da práxis não resultam somente produtos, obras e valores que permite aos homens se reconhecerem com o autoprodutores e criativos. Em condições histórico–sociais, ou seja, conforme as estruturas sociais a práxis apresenta os produtos de trabalho e da imaginação humanos deixam de se mostrar como objetivações que expressam a humanidade dos homens, escapam do seu controle e passam a controlá-los como um poder que lhes é superior. A esse fenômeno histórico dar-se o nome de alienação. A alienação é própria da sociedade onde tem vigência a divisão social do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção fundamentais, sociedades nas quais o produto da atividade do trabalhador não Le pertence, nas quais os trabalhadores são expropriados. A alienação penetra primariamente nas relações de trabalho entre o trabalhador, seus instrumentos de trabalho e seus produtos. A alienação marca expressões materiais e ideais na sociedade e marca uma cultura alienada onde as objetivações humanas alienadas deixam de promover a humanização do homem e passa a estimular a regressão do ser social. Compreende-se pois que o ser social seja patrimônio comum da humanidade de todo s os homens, não residindo em nenhum deles e simultaneamente existindo na totalidade de objetivações de que todos podem participar. À medida que o ser social se desenvolve – ou seja: a medida que a sociedade mais se diferencia da natureza e enriquece com novas objetivações-, mas complexa se torna a relação entre os homens tomados singularmente a genericidade humana. Para compreender essa crescente complexidade, devemos levar em conta pelo menos duas ordens de razão: * Em primeiro lugar há de se considerar o enriquecimento do ser social. Ou seja, quanto mais ricas são suas objetivações em uma sociedade maiores são as exigências para a sociabilização dos seus membros * Em segundo lugar dado que o desenvolvimento histórico se efetivou ate hoje especialmente em sociedade marcadas pela alienação, a possibilidade de incorporar as objetivações do ser social sempre foi posta deforma desigualmente para os homens singulares. Ate hoje o desenvolvimento do ser social jamais se expressou co mo o igual desenvolvimento da humanização de todos o s homens; ao contrario ate nossos dias o preço do desenvolvimento do ser social tem sido uma humanização desigual. No seu processo de amadurecimento e conforme as condições sociais que lhe são oferecidas cada homem vai se apropriando das objetivações existentes na sua sociedade; nessa apropriação reside o processo de construção de sua subjetividade. A subjetividade elabora-se a partir das objetivações existentes e no conjunto de interações em que o ser singular se insere. Para que todos os homens possam construir sua personalidade é preciso que as condições sociais para que se sociabilizem sejam iguais para todos. Em resumo: só uma sociedade onde todos os homens disponham das mesmas condições de sociabilização pode oferecer a todos e a cada um condições para que desenvolvam diferentemente a sua personalidade.
1.4 – Trabalho, valor e “fim da sociedade de trabalho”
 Nesse capitulo retornamos ao debate da Economia Política. E isso por uma razão elementar: nas origens mesmas da Economia Política Clássica, a questão do valor (ou seja: do constitutivo da riqueza social) aparece vinculada ao trabalho. Essa vinculação surge, já em 1738, num panfleto de autoconhecimento: o valor de uma mercadoria “depende da quantidade de trabalho necessário que ele demanda” Foi Ricardo que mais desenvolveu a teoria valor- trabalho. Em resumidas contas: essa teoria sustenta que o valor ( a riqueza social) resulta exclusivamente do trabalho. Obviamente nem tudo que é valioso para a sociedade resulta do trabalho; pense-se por exemplo nos elementos naturais, se os quais a vida seria impossível (o oxigênio da atmosfera) mas o interesse dos economistas políticos dirigia-se para a compreensão da riqueza social tal como ela se apresenta na nascente sociedade burguesa. Marx observou que o valo r das mercadorias é determinada pelo tempo de trabalho socialmente necessário para sua produção. Entende-se como tempo de trabalho socialmente necessário aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer, nas condições dadas de produções socialmente normais e com o grau médio de habilidades e de intensidade de trabalho. Daí a seqüênciaimediata de seu argumento, Marx formula a lei do valor uma das leis fundamentais que opera até hoje. Nos últimos 30 anos a própria centralidade do trabalho vem sendo posta em questão. Teóricos de posição diversas sustentam propondo soluções analíticas muito diferentes que o trabalho já não se constitui do mais como eixo a partir do qual se organizam a vida social. Tornou-se freqüente nas faculdades o discurso do “fim da sociedade do trabalho” A redução do contingente de trabalhadores explica-se pelo formidável desenvolvimento das forças produtivas contemporânea que exponenciaram a produtividade do trabalho. Quanto ao extraordinário desemprego da atualidade ele esta diretamente ligado aos limites da sociedade burguesa, no limite ao qual não há como inscrever todo os homens e mulheres aptos nos circuitos de trabalho. Sempre foi própria a sociedade burguesa uma população ex cedente agora levada ao extremo onde essa sociedade não tem outra proposta senão a do terceiro setor ou a pura simples assistência social.
Capítulo II
Categorias da (critica da) Economia Política Da analise histórica da Economia Política duas categorias são extraídas: categorias antagônicas e reflexivas. Elas são antagônicas na medica que tem existência real, concreta: elas são formas, modo de existência do ser social que funcionam e operam na vida em sociedade independente de conhecimento que tenham os homens ao seu respeito. Quando através da reflexão, do pensamento raciona, da analise teórica, o s homens tomam consciência dela conseguindo apreender sua estrutura fundamental a sua essência a partir da visibilidade imediata a sua aparência quando é possível reproduzi-la através das relações então aparecem como produto do pensamento e são reflexivas. O que se passa pelas categorias econômicas é que seu desconhecimento teórico não impedem que na pratica social os homens estabeleçam e desenvolvam relações econômicas. 
2.1 – A comunidade primitiva e o excedente econômico
 Há cerca de 40.000 anos a.c. nas margens dos rios Eufrates e Nilo surgiu os grupos primitivos ao qual anos após foi chamado de civilização. Características desse grupo: viviam da caça, não acumulavam o que caçavam, os homens eram responsáveis por ela e as mulheres de tratar os animais caçados disso surge a primeira forma de divisão social do trabalho, tudo era dividido em partes iguais não existia desigualdades sociais. A comunidade primitiva perdurou por mais 30 mil anos porem dela surge elementos que seria a sua dissolução: a domesticação dos animais e a agricultura com isso deixaram o nomadismo e passaram a fixar -se em um território. Com isso aperfeiçoaram seus instrumentos de trabalho, incluíram o metal e o homem passou a dominar o tempo e a irrigação foi naturalmente surgindo. A principal transformação dessa comunidade foi a acumulação da produção. Estava surgindo o excedente econômico a comunidade começava a produzir mais do que carecia para suas necessidades imediatas. O excedente econômico é a diferença entre o que a sociedade produz e o s custos dessa produção. Dois efeitos logo irão surgir com o excedente econômico: de um lado a acumulação de produtos a mais que a necessidade da comunidade surge então bens que não sendo usado na própria comunidade passa a ser trocado em outras – mercadoria e com ela as primeiras formas de trocas – comercio. E outro efeito e que abre -se caminho para exploração de trabalho humano. Posta isso a comunidade se divide antagonicamente de um lago os que acumulam bens e de outro os que produzem os bens para os produtores indiretos. Com essa possibilidade de acumulação e exploração dissolve-se a comunidade primitiva e surge o escravismo
2.2 – Forças produtivas, relações de produção e modo de produção
 O surgimento do excedente econômico, a produção de bens realiza -se através de processo de trabalho que envolve os seguintes elementos: * Meios de trabalho – instrumentos, ferramentas, instalações, ou seja, tudo que ele precisa para trabalhar inclusive a terra * Os objetos de trabalho – materiais naturais brutas ou matérias naturais já modificados pela ação do trabalho * A força de trabalho – trata-se a energia humana que usa dos meios de trabalho para transformar os objetivos em bens de consumo. O conjunto desses elementos designa-se FORÇAS PRODUTIVAS. Destaca-se a força de trabalho pois é dessa que o ser social traz acúmulos de experiências e com isso cresce a produtividade do trabalho que surge vinculada a repartição do trabalho. Nas comunidades primitivas separava-se o trabalho dos homens e das mulheres, posteriormente essa divisão estendeu-se para artesanato e agrícola que posteriormente vai marcar a divisão entre campo e cidade. Com isso esta instalada a divisão social do trabalho. As forças produtivas inserem-se em relações de caráter técnico e relações de caráter social que constituem as relações de produção. As relações técnicas de produção dependem das características técnicas do processo de trabalho do grau de especialização e estão ligadas ao domínio dos produtores direto tem sobre os trabalhadores. Mas elas estão subordinadas as relações sociais, ou seja, são determinadas pelo regime de propriedade. Se estão ligadas a regime coletivo como nas comunidades primitivas tais relações são de ajuda mutua de cooperação, se tal propriedade é privada ocorre a apropriação dos bens diretos pelos indiretos ou seja, esses são explorados por aqueles. É na propriedade privada que esta a raiz das classes sociais. A articulação das forças produtivas com relações de produção chama-se modo de produção. Pode-se afirmar que o modo de produção encontra-se a estrutura ou a base econômica da sociedade, que implica a existência de todo um conjunto de instituições de idéias com ela compatível, conjunto geralmente designado como superestrutura e que compreende fenômenos e processos extra - econômicos: as instancias jurídico- políticas, as ideologias e formas de consciências sociais. Em cada modo de produção, porem, as relações entre estrutura e superestrutura são igualmente particulares: pode-se afirmar que as estruturas sempre foram mediadas e indiretamente determinantes para a configuração da superestrutura a relação entre elas constitui problemas só desvendáveis em cada modo de produção especifica. Do modo de produção resultam as leis de desenvolvimento onde cada modo de produção apresenta l eis que lhe são peculiares.
2.3 – Produção, distribuição e consumo 
O trabalho humano, a ação do homem sobre a natureza, cria bens que constitui valores de uso para membros da sociedade, entende-se valor de uso algo que venha satisfazer uma necessidade qualquer. Para que tais bens cumpram a sua função O conjunto de bens com valores de uso em determinada sociedade e tempo é considerado produto social global. Todavia a distribuição do produto social global esta determinado pelo regime de propriedade dos meios de produção fundamentais ( coletivos – primitivos- ou privado –desigual), então comprova que a relação de distribuição são determinadas pelas relações de produção. O consumo do produto social global nem sempre é imediato, parte deles é destinado a novos processos produtivos assim devem –se distinguir: * Consumo produtivo – o consumo dos meios de produção no processo produtivo; * Consumo improdutivo – consumo de valores de uso que não contribui para a continuidade do processo produtivo * Consumoindividual – consumo direto de um valor de uso por um membro da sociedade * Consumo coletivo – consumo de valor de uso por vários membros da sociedade. Em qualquer forma de consumo é a produção que oferece o consumo o seu objeto. Enfim é a produção de novos valores de uso que cria as novas necessidades de consumo.
2.4 – O escravismo e o feudalismo 
A comunidade primitiva não conheceu a escravatura pois não acumulavam as caças e em guerras geralmente comiam os derrotados. O surgimento do excedente muda esse cenário, surgiu o excedente vale a pena explorar os homens. Dessa forma organiza-se a sociedade do qual de um lado esta uma minoria de proprietários de terras e de escravos e do outra uma maioria que não tinha direito de dispor da própria vida. Entre esses dois grupos estão os artesão e os camponeses. Em meio ao surgimento da mercado ria e do comercio surge o dinheiro como forma de troca e um grupo dedicado a atividade mercantil ( comerciantes o u mercadores) nessa dinâmica não apenas os conquistados em guerras passa a ser escravo mas também os membros da sociedade em questão. O modo de produção escravista não foi o único dominante na antiguidade. Especialmente no extremo oriente constitui-se uma articulação social distinta com hipertrofia de um forte poder político central – o Estado – que se responsabilizou pela construções hidráulicas e grandes pontes e manteve em suas mãos o controle da terra e da agricultura, essa articulação que perdurou muito tempo ficou conhecida como modo de produção asiático. No ocidente, as relações sociais eram presididas entre proprietários e escravos e existiam os artesões livres que serviam aos proprietários com serviços burocráticos ( coletas de impostos, cobranças aos agricultores e mercadorias e combate as repressões dos escravos. O escravismo com todos os seus horrores significou um passo adiante na historia da humanidade: introduziu a propriedade privada dos meios fundamentais de exploração do homem pelo homem, diversificou a produção de bens e estimulou o comercio entre diversas sociedades. O apogeu do escravismo identificou-se com o apogeu do Império Romano. A grandeza do império pedia uma grande acumulação de excedente econômico, o trabalho monótono e de ma vontade mal podia sustentar o império romano. A dissolução do trabalho escravo também significou a ruína dos camponeses e artesãos. Com a invasões bárbaras desintegrou-se o império romano e assim foi abaixo o escravismo. Impôs-se o modo de produção feudal. A centralidade imperial foi substituída pelo feudos base territorial fundada no trato da terra o feudo pertencia a um senhor ( nobre) . a terra era divida entre a parte do senhor e a parte dos servos que pagavam tributos para utilizá-las. Destaca-se que a Igreja Católica detinha de muitas terras fonte de riqueza que respaldava o seu poder. Diferente dos escravos os servos dispunha de instrumentos de trabalho e podiam produzir a sua sobrevivência nas glebas. A economia do feudalismos era rural e autárquica: cada feudo era dividido em uma extensão territorial de terras que poderiam conter varias aldeias e todas produziam para o autoconsumo. Todavia os servos eram presos as terras e quem fugisse era duramente repreendido, a produção do excedente dos servos eram tomadas com violência pelos senhores feudais que diziam possuir justiça social. Mas, paralelamente mantinha-se a produção para a troca ( produção de mercadorias) centrada no trabalho artesanal. Essas trocas serão estimuladas nas grandes cruzadas; assim a estrutura social do feudalismo começa e se tornar mais complexas:os artesão pouco a pouco se organizam em corporações e o s comerciantes/ mercadores também buscam mecanismos de associação ( ligas). O estabelecimento das rotas comerciais trará um novo dinamismo e as atividades comerciais um destaque que vai abrir à crise do feudalismo que marcará o fim do antigo regime. Estimulado o consumo da nobreza por mercadorias que não podiam ser saqueadas e sempre compradas com dinheiro começa a conferir a este uma função privilegiada na vida social; fomentando a atividade comercial e, cidades afastadas estimula-se a criação das cidades nessas cidades os grupos das redes comerciais se localizavam. Os comerciantes representantes do capital mercantil eram motivados por um único objetivo – o lucro. Nessa nova modalidade o imobiliário ganha relevância em troca de dinheiro. Dessa sociedade surge a burguesia que trará o fim do feudalismo.
2.5 – A crise do feudalismo e a Revolução burguesa
 O processo da crise do feudalismo é o solo que conduzirá ao mundo moderno – a Revolução Burguesa. Precisamente no século XIV o regime feudal estava com as terras inférteis e não havia recursos técnicos para recuperá-las, as terras novas eram pobres e fez –se reduzir as áreas para a pecuária. Limites técnicos reduziram a mineração da prata que trouxe grandes dificuldades e a peste negra vinda as Ásia dizimou cerca de um quarto da população tudo isso fez com que o regime feudal fosse desgastado. Entre os senhores feudais instalou-se um cenário de conflitos e um verdadeiro banditismo foi instaurado devido a falta de acumulação do excedente econômico. No século XVI as forças camponesas se acabam. E mesmo derrotados conseguiram importantes alterações no regime feudal. Do ponto de vista econômico as terras passaram a ser objeto mercantil, e a relação dos senhores com os servos passou a ser em troca de dinheiro e o s servos podiam possui suas terras mesmo que demorasse anos para emancipação. Do ponto de vista político houve a centralidade de poder que vai encontrar seu poder maior na formação do Estado Nacional moderno através do Estado Absolutista. O Estado Absolutista representou uma resposta a rebeldia camponesa. Nele o poder estava concentrado nas mãos de um único ser - o rei. Abriu-se o campo para os mercantilistas que gradualmente tornaram-se os financiadores do Estado Absolutista juntamente com as principais casas bancarias da época. É com o absolutismo que surge as estruturas próprias de Estado moderno articulador da nação, uma força armada sobre comando único uma burocracia e um sistema fiscal. O Estado Absolutista criou instituições que iam de encontro a um ou outro senhor feudal de forma singular mas favorecia a classe recém criada a burguesia que se colocava como classe mais rica da sociedade. Dessa forma os pedágios cobrados pelos senhores feudais bem como as milícias particulares foram desarticuladas favorecendo as rotas mais livres e para proteção das caravelas instituiu-se uma única força armada ( exercito). Os comerciantes financiavam os investimentos do Estado Absolutista pois esses não poderiam ser feitos pela nobreza enfraquecida que detinha apenas a exploração dos camponeses e nem pelo camponeses que não podiam pagar as taxas dos impostos. Os monopólios comerciais que o absolutismo concedia aos comerciantes estava no centro daqueles interesses. Criando companhias por ação permitiram deslocamento da rota para o Atlântico e essas expedições geraram lucros fabulosos aos mercadores. Mas essa situação não atingia os nobres apenas favorecia a classe burguesa que se expandia cada vez mais e não modificava a estrutura do Estado que continuava feudal. Incluiu –se a manufatura e a sociedade tornava-se cada vez mais burguesa, essasnovas relações de produção que eram travadas pelo Estado Absolutista e sobreveio a Revolução Burguesa. O Estado Absolutista que favoreceu no inicio de sua constituição a classe burguesa agora se coloca ao contrario de sua evolução, por sua vez a burguesia tratou logo de eliminá-lo. A revolução burguesa, inicia com a formação de classe de pequenos comerciantes que se tornaram figura da economia. No século XVII e XVIII constrói sua hegemonia político – cultural e reúne condições para lutar contra o feudalismo. Com o domínio da burguesia travado pela luta de classe puderam organizar o povo - o conjunto do Terceiro Estado – e liderá-los na luta que pós fim o Antigo Regime. Instala-se o Estado Burguês. A nova classe dominante articulou a superestrutura necessária para o desenvolvimento das novas forças produtivas. Cria-se as melhores condições para concretização do modo de produção que tinha como classes fundamentais a burguesia - Trata-se do modo de produção capitalista.

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