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Alimentaocomplementaresuarelaocomfatoresscioeconmicos (1)[2860]

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Alimentação	complementar	e	sua	relação	com
fatores	socioeconômicos
Article	·	August	2009
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Adiç`1	View	project
Reformulação	de	alimentos	View	project
Renata	Léia	Demário
Federal	University	of	Santa	Catarina
4	PUBLICATIONS			11	CITATIONS			
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Novello,	D
Universidade	Estadual	do	Centro-Oeste	do	P…
122	PUBLICATIONS			106	CITATIONS			
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https://www.researchgate.net/publication/263087006_Alimentacao_complementar_e_sua_relacao_com_fatores_socioeconomicos?enrichId=rgreq-850e6556ada840d83c35560eaf85b1e7-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI2MzA4NzAwNjtBUzoxMDgwNjY0NjQ4NjYzMDRAMTQwMjc3NjQ2MTM1MA%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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Ano 8 - nº 2 • março/abril de 2009
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ISSN 1677-0234
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COGUMELOS
•	 Cogumelo do Sol: evidências e mitos 
populares
OBESIDADE
•	 Protocolo nutricional pós-cirurgia 
bariátrica
•	Obesidade, ansiedade e depressão
CLÍNICA
•	 Dieta e migrânea infantil
•	 Suporte nutricional em pacientes 
oncológicos
EPIDEMIOLOGIA
•	 Anemia ferropriva em crianças 
brasileiras
EDITORIAL
A verdade sobre as dietas de emagrecimento, Jean-Louis Peytavin ..............................................................75
ARTIGOS ORIGINAIS
Protocolo de acompanhamento nutricional para pacientes submetidos 
à cirurgia bariátrica no pré e pós-operatório, Kaciara Nunes Almeida, 
Josefi na Bressan, Bruna de Melo Magalhães ...................................................................................................76
Efeitos da pectina cítrica sobre os níveis de glicose, triglicerídeos 
e adiposidade em ratas submetidas a uma dieta rica em carboidrato simples 
Lucélia Fernandes Gandini, Lucia Helena de Aguiar, Cíntia Alessandra Matiucci Pereira...............................84
Avaliação antropométrica e dietética dos funcionários de uma empresa 
de transportes urbanos de Ijuí – RS, Joseane Pazzini Eckhardt, Cleusa Wadenpuhl, 
Camila Nunes Zanchi, Marli Ludwig Th omas, Adriane Cervi Blümke ..........................................................92
Associação do sobrepeso, obesidade I e II e circunferência da cintura 
com sintomas de ansiedade e depressão, Helena Altenburg, Camila B. Souza ...........................................100
REVISÕES
Alimentação complementar e sua relação com fatores socioeconômicos, 
Franciely Messias, Adrieli Cardoso, Renata Leia Demario, Daiana Novello, 
Marcela Komechen Brecailo, Paulo Roberto Ost .........................................................................................109
Efi cácia do suporte nutricional e imunonutrição em pacientes oncológicos, 
Alice Varejão Cavalcanti Paes, Flávia Nunes Salviano, Maria Goretti P. De Araújo Burgos ...........................114
Manejo dietético alterando a evolução da migrânea infantil, 
Denise Martins Medrado, Lucia Marques Vianna ........................................................................................119
Cogumelo do sol: ciência versus concepção popular, Aline Mayrink de Miranda, 
Rinaldo Cardoso dos Santos ........................................................................................................................125
Anemia ferropriva em crianças brasileiras: fortifi cação de alimentos, 
suplementação e educação nutricional, Carolina Souza Ferreira, Michele Pereira Netto............................135
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ................................................................................................................ 139
EVENTOS ................................................................................................................................................. 141
Índice
Volume 8 número 2 – março/abril de 2009
74
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Editor científi co
Profa. Dra. Rejane Andréa Ramalho Nunes da Silva (UFRJ – Rio de Janeiro)
Conselho científi co
Profa. Dra. Ana Maria Pita Lottenberg (USP – São Paulo)
Profa. Dra. Cintia Biechl Serôa da Motta (UVA – Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Elizabeth Accioly (UFRJ – Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Eronides Lima da Silva (UFRJ – Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Késia Diego Quintaes (UFOP – Minas Gerais)
Prof. Dr. LC Cameron (UNIRIO – Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Josefi na Bressan Resende Monteiro (UFV – Minas Gerais)
Profa. Dra. Lúcia Marques Alves Vianna (UNIRIO / CNPq)
Profa. Dra. Lucia de Fatima Campos Pedrosa Schwazschild (UFRN – Rio Grande do Norte)
Profa. Dra. Maria Cristina de Jesus Freitas (UFRJ – Rio de Janeiro)Profa. Dra. Rosemeire Aparecida Victoria Furumoto (UNB – Brasília)
Profa. Dra. Silvia Maria Franciscato Cozzollino (USP – São Paulo)
Profa. Dra. Tânia Lúcia Montenegro Stamford (UFPE – Pernambuco)
Grupo de assessores
Profa. Ms. Ana Cristina Miguez Teixeira Ribeiro (PUC-PR)
Profa. Ms. Cilene da Silva Gomes Ribeiro (PUC-PR)
Profa. Ms. Helena Maria Simonard Loureiro (PUC-PR)
Profa. Ms. Lúcia Andrade (UFRJ – Rio de Janeiro)
Profa. Ms. Rita de Cássia de Aquino (USJT – São Paulo)
Profa. Ms. Rita Maria Monteiro Goulart (USJT – São Paulo)
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Administração e vendas
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Assinatura
1 ano (6 edições ao ano): R$ 180,00
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Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editor assistente – Publicidade
Guillermina Arias
guillermina@atlanticaeditora.com.br
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail:
artigos@atlanticaeditora.com.br
75
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
EDITORIAL
A verdade sobre as dietas de emagrecimento
Jean-Louis Peytavin
É bem conhecido que as dietas de emagrecimento 
da moda não são embasadas no conhecimento cientí-
fi co e não têm acompanhamento de longa duração. A 
maioria dos estudos não ultrapassa um ano de duração, 
o que não é sufi ciente para observar as reincidências 
de ganho de peso.
O estudo de Sacks et al. [1], recentemente pu-
blicado, preenche em grande parte esta lacuna. Foram 
acompanhados, durante 2 anos, 4 grupos de pacientes 
obesos, totalizando 811 pessoas, que aceitaram seguir 
4 dietas diferentes, nas quais variaram as percenta-
gens de fontes calóricas. As dietas foram compostas 
respectivamente de 20, 15 e 65%; 20, 25 e 55%; 40, 
15 e 45%; 40, 25 e 35% de gordura, proteína e car-
boidratos, cobrindo assim o espectro das dietas mais 
habituais, evitando, no entanto, as dietas extremas. 
Todos os pacientes foram acompanhados psicológica 
e biologicamente.
Este estudo permite tirar várias conclusões: 1) 
Todos os pacientes perderam em média 6 kg de peso 
no primeiro ano, qualquer que fosse a dieta; 2) A 
partir de 12 meses podemos observar a reincidência 
do ganho de peso, e, no fi nal do período de 2 anos, as 
pessoas que concluíram o estudo (80%) conseguiram 
uma perda de peso de 4 kg em média e entre eles 
15% conseguiram reduzir o peso inicial de 10%; 3) 
Os resultados foram idênticos, qualquer que fosse a 
dieta, sobre o peso, bem como sobre os fatores de risco 
cardiovasculares e diabéticos.
As dietas hiperprotéicas ou hiperlipídicas do tipo 
Atkins não são mais efi cientes do que as dietas baseadas 
em carboidratos, o que já pode concluir um debate 
que se alastra há 20 anos. Mas, no fi nal das contas, os 
resultados deste estudo são pouco animadores: a perda 
de peso é mínima entre os que conseguiram observar a 
dieta até o fi nal, muitos escapam do acompanhamento 
ou comem às escondidas – o que explicaria o ganho de 
peso após os 12 primeiros meses. O resultado positivo 
é que, fi nalmente, pouco importa a dieta, tomará que 
ela seja observada: as dietas da moda, na condição de 
ser sensatas, são tão efi cientes quanto as dietas tradi-
cionais de redução calórica.
O que foi observado também neste estudo é 
que os grupos de pacientes melhor acompanhados 
obtiveram os melhores resultados. Para ser efi caz, a 
dieta deve ser então observada e também socialmente 
acompanhada. Podemos comparar esta conclusão com 
um estudo realizado em 2 pequenas cidades francesas 
[2] que observou as taxas de sobrepeso e de obesidade 
entre as crianças. Este estudo, iniciado em 1992, foi 
apoiado pelas escolas, prefeituras, comerciantes, fa-
mílias, no sentido de constantemente favorecer a boa 
alimentação e a atividade física. Dezessete anos após 
o início, este empreendimento educativo de grande 
escala mostrou que a taxa de sobrepeso em crianças 
diminuiu a metade (8,8% contra 17% nas cidades 
vizinhas). Em todos os casos, o esforço para mudar a 
realidade é gigantesco, mas é bem provável que não 
faremos a economia de uma mudança radical de nossos 
hábitos culturais e educacionais.
Fora da educação precoce, seria a cirurgia ba-
riátrica a solução? Mais de 3.000 operações foram 
realizadas no Brasil em 2008, apenas no SUS, e 
vários milhares de pacientes estão na lista de espera. 
Os resultados são promissores e estarão regularmente 
comentados nas próximas edições de Nutrição Brasil. 
Nesta edição, publicamos um protocolo de acompa-
nhamento de pacientes operados, desenvolvido por 
Kaciara Nunes Almeida, Josefi na Bressan e Bruna de 
Melo Magalhães. Este protocolo é uma ferramenta útil 
para os nutricionistas que vão acompanhar esta nova 
e crescente classe de pacientes.
Referências
Sacks FM, Bray GA, Carey VJ et al. Comparison 1. 
of weight-loss diets with different compositions 
of fat, protein, and carbohydrates. N Engl J Med 
2009;360:859-73.
Romon M, Lommez A, Taffl et M. Downward trends in 2. 
the prevalence of childhood overweight in the setting 
of 12-year school- and community-based programmes. 
Public Health Nutr 2008;23:1-8.
76
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
ARTIGO ORIGINAL
Protocolo de acompanhamento nutricional 
para pacientes submetidos à cirurgia bariátrica 
no pré e pós-operatório
Nutritional follow-up protocol for patients submitted to bariatric 
surgery in pre and post-operatory
Kaciara Nunes Almeida*, Josefi na Bressan D.Sc.**, Bruna de Melo Magalhães***
*Nutricionista especialista em Clínica e Terapêutica Nutricional pelo IPCE, Hospital São Januário, **Nutricionista, Professora 
Associada do Departamento de Nutrição e Saúde Universidade Federal de Viçosa, ***Nutricionista graduada pela Universidade 
Federal de Viçosa, Hospital São Vicente de Paula
Resumo
A cirurgia bariátrica é, atualmente, o tratamento mais efetivo para a obesidade mórbida, sendo a técnica de Fobi-
Capella considerada padrão-ouro. O comprometimento com o acompanhamento nutricional em longo prazo é vital, já que 
problemas nutricionais e metabólicos podem ser tratados ou evitados. O presente estudo teve como objetivo estabelecer um 
protocolo de atenção nutricional abordando as diferentes etapas do tratamento, uma vez que o acompanhamento nutricional 
em nível de ambulatório, tanto antes quanto após a cirurgia, contribui para a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e, 
desta forma, pode prevenir ou eliminar as defi ciências nutricionais. Foram acompanhados todos os pacientes que aceitaram 
participar da pesquisa, operados no período de junho de 2003 a junho de 2005, totalizando 55 pacientes. Pode também ser 
utilizado como material de apoio para direcionar o tratamento destes pacientes, subsidiando o trabalho de profi ssionais que 
atuam nesta área.
Palavras-chave: cirurgia bariátrica, acompanhamentonutricional, protocolo de nutrição. 
Abstract
Bariatric surgery is currently the most eff ective treatment for morbid obesity, being the Fobi-Capella technique conside-
red as standard-gold. Commitment with nutritional follow-up in a long term period is vital, since nutritional and metabolic 
problems can be treated or be prevented. Th e objective of this study was to establish a protocol of nutritional attention for 
the diff erent stages of the treatment, since the nutritional follow-up in clinic level, before and after the surgery, contributes 
for the adoption of more healthful food habits and, therefore, can prevent or eliminate nutritional defi ciencies. All the pa-
tients that accepted to participate in the study had been followed, being operated in the period of June 2003 to June 2005, 
totalizing 55 patients. Th is protocol can be also used as support for the treatment of these patients, as a helpful skill for the 
professionals of this area.
Key-words: bariatric surgery, nutritional follow-up , nutrition protocol.
Recebido 26 de outubro de 2007; aceito 15 de novembro de 2008.
Endereço para correspondência: Kaciara Nunes Almeida, Av. Comendador Jacinto Soares de Souza Lima, 113/101 
Centro 36500-000 Ubá MG, Tel: (32) 3532-8383/9904-8289, E-mail: kaciaranut@yahoo.com.br
77
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Introdução
A obesidade mórbida está diretamente relacio-
nada com a mortalidade e muitas doenças crônicas, 
tais como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias, 
doenças coronarianas, doenças articulares, apnéia do 
sono, hérnias, insufi ciência respiratória e cardíaca 
e alguns tipos de câncer. Estudos comprovam que, 
quanto maior o peso corporal do indivíduo, menor é 
a sua expectativa de vida [1,2].
Nos últimos anos tem havido um crescente au-
mento das cirurgias destinadas a corrigir a obesidade 
e os problemas associados a este quadro. A cirurgia 
bariátrica é, atualmente, o tratamento mais efetivo 
para a obesidade mórbida. Imediatamente após a 
cirurgia, a maioria dos pacientes perde e continua 
perdendo peso por, aproximadamente, 18-24 meses 
após o procedimento. A técnica de Fobi-Capella está 
entre os procedimentos com nível aceitável de riscos-
benefícios, sendo considerada padrão ouro, embora 
acarrete permanentes alterações do trato gastrointes-
tinal e, consequentemente, pode representar fator de 
risco nutricional [3]. 
Para a obtenção de bons resultados, cada candi-
dato à cirurgia deve ser avaliado cuidadosamente por 
uma equipe multidisciplinar, podendo assim ajudar 
na manutenção ou recuperação da saúde, para ter 
uma vida longa e saudável [4]. O comprometimento 
com o acompanhamento em longo prazo é vital, já 
que problemas nutricionais e metabólicos podem ser 
tratados ou evitados. Com o número crescente de 
pessoas se submetendo a esta forma de tratamento, 
outros profi ssionais além do cirurgião serão necessários 
no acompanhamento do paciente [5].
Segundo García-Lorda et al. [6], além do bom 
desempenho do cirurgião e do tratamento clínico, é 
necessário que ocorra um acompanhamento nutricio-
nal ambulatorial para assegurar o sucesso da cirurgia, 
evitando ou eliminando as defi ciências nutricionais. 
Os pacientes deverão ser acompanhados antes e após a 
cirurgia, para que sejam esclarecidos quanto às modifi -
cações que irão acontecer em função do procedimento 
cirúrgico e para que recebam orientações que irão 
auxiliar no monitoramento da perda de peso. 
Tendo em vista a importância do acompa-
nhamento nutricional tanto no período pré quanto 
no pós-operatório, julgou-se necessário estabelecer 
quais itens ou parâmetros deverão ser abordados nas 
diferentes etapas do tratamento, para que o paciente 
consiga emagrecer visando a melhora do seu estado 
de saúde e de qualidade de vida. É importante con-
siderar as limitações apresentadas no pós-operatório 
e possíveis intercorrências, buscando sempre o bem 
estar do paciente. A idéia de se estruturar um proto-
colo de atenção nutricional surge da necessidade de 
um material de apoio para direcionar a monitoração 
destes pacientes e que possa subsidiar o trabalho dos 
nutricionistas responsáveis por realizar esta tarefa. 
Material e métodos
A experiência de 3 anos de acompanhamento nu-
tricional de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica 
aliado ao referencial teórico obtido por meio de uma 
revisão bibliográfi ca relevante serviu como norteador 
para elaboração do protocolo. 
Para o levantamento bibliográfi co foram consul-
tadas as bases de dados Pubmed e Web of Science com 
o objetivo de encontrar artigos científi cos editados 
e publicados, nos idiomas português, inglês e espa-
nhol. Também foram consultados livros e material 
virtual disponível sobre obesidade, cirurgia bariátrica, 
acompanhamento nutricional, estado nutricional de 
pacientes operados e defi ciências nutricionais que 
podem ocorrer após a cirurgia. 
Resultados
O resultado de 3 anos de acompanhamento dos 
pacientes com indicação cirúrgica para Fobi-Capella 
mostrou a necessidade de estruturação de um proto-
colo que fosse ágil, dinâmico, objetivo e abrangente 
refl etindo a situação nutricional inicial e posterior à 
cirurgia. Os protocolos apresentados nas Figuras 1 e 
2 correspondem aos períodos pré e pós-operatório, 
respectivamente (em anexo).
Discussão
O acompanhamento nutricional inicia-se 
quando o paciente é encaminhado ao consultório 
de nutrição pelo cirurgião bariátrico no período pré-
operatório para que seja realizada avaliação nutricional 
e também para que sejam esclarecidos quanto aos 
aspectos nutricionais envolvidos após realização da 
cirurgia [7]. Este acompanhamento deverá estender-se 
ao pós-operatório. 
Através da avaliação nutricional são obtidas in-
formações sobre o estado nutricional, hábitos alimen-
tares e estilo de vida dos pacientes. Durante a avaliação 
muitos aspectos são abordados, dentre eles: a história 
clínica do paciente (pregressa, atual, histórico familiar), 
sintomatologia apresentada, história do ganho de peso, 
alteração do apetite, dados antropométricos, dados 
bioquímicos e anamnese alimentar. 
Após realização da avaliação nutricional os 
pacientes são esclarecidos quanto às alterações que o 
método de Fobi-Capella promove na anatomia e fi sio-
78
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
logia gastrointestinal e as implicações destas alterações 
com o estado nutricional. 
Outro aspecto que deve ser enfatizado é a neces-
sidade de se mastigar exaustivamente após a cirurgia, 
levantando as principais intolerâncias que acometem 
este grupo, quais alimentos devem ser priorizados, 
sempre frisando que o pequeno volume ingerido deve 
ser nutritivo e rico em nutrientes essenciais. 
Ainda no pré-operatório, é importante explicar 
ao indivíduo obeso que, em função da capacidade que 
o novo estômago irá adquirir, o volume a ser ingerido 
é muito pequeno, principalmente quando se compara 
aos volumes comumente ingeridos antes da cirurgia. 
Além disto, após a cirurgia sua alimentação irá passar 
por várias fases, iniciando com dieta líquida restrita, 
evoluindo, gradativamente, até atingir a consistência 
normal. Consequentemente será necessário fazer uso 
de suplementos nutricionais para atingir a necessidade 
energética e prevenir defi ciências nutricionais, pois 
muitas vezes a quantidade de alimentos ingeridos nas 
primeiras semanas após a cirurgia não consegue atingir 
nem o metabolismo basal [8].
Aconselha-se a perda de peso antes da realização 
da cirurgia com o propósito de reduzir os riscos de 
complicações durante o procedimento cirúrgico. Além 
disso, a introdução de novos hábitos saudáveis irá pro-
piciar a melhora do processo de cicatrização [7].
Um fator muito importante é o apoio dos fami-
liares e o acompanhamento dos mesmos durante todo 
o processo. A família precisa estar envolvida e esclare-
cida para facilitar o processo de adaptação do paciente 
ao novo estilo de vida. É aconselhado a presença de um 
responsável ou futuro cuidador durante o atendimentono pré-operatório para que o mesmo seja esclarecido. 
Neste momento, as orientações nutricionais dos 
primeiros 15 dias após a cirurgia são fornecidas ao 
paciente e explicadas ao acompanhante. 
Nesta fase a intervenção do nutricionista é es-
sencial, atuando no sentido de motivar os pacientes 
a passar por um processo de reeducação alimentar, 
reforçando sempre a importância de mudar o com-
portamento, deixando para trás os maus hábitos 
alimentares e de vida.
Uma vez que tudo está esclarecido, é emitido um 
parecer declarando que o paciente encontra-se ciente 
de como será o manejo dietoterápico após realização 
do procedimento cirúrgico.
No pós-operatório imediato, inicia-se a ingestão 
de pequenos volumes de água, evoluindo para dieta 
líquida restrita, isenta de sacarose, que deve ser forneci-
da em pequenos volumes a cada 3 horas. Já no quarto 
dia de pós-operatório, a dieta evolui para líquida 
completa com algumas modifi cações, em função do 
procedimento cirúrgico. Tais modifi cações consistem 
em substituir o leite integral por desnatado ou de soja, 
de preferência em pó, possibilitando a elaboração de 
preparações mais concentradas.
Nesta fase a dieta deve ser fracionada em, aproxi-
madamente, sete refeições ao dia, prevenindo episódios 
de hipoglicemia e dumping, sempre respeitando as 
preferências individuais e o poder aquisitivo do pa-
ciente e da família.
No décimo quinto dia de pós-operatório os 
pacientes são orientados a retornar ao consultório de 
nutrição para nova avaliação. Durante todas as con-
sultas os pacientes devem ser pesados e questionados 
quanto às intolerâncias alimentares e manifestação de 
sintomas comumente citados na literatura, tais como 
síndrome de dumping, náuseas, vômito, diarréia, 
constipação, tontura e fraqueza [9,10]. À medida que 
apresentam boa tolerância à dieta prescrita, devem ser 
orientados a evoluir a consistência e variedade de ali-
mentos. Visando reduzir a possibilidade de defi ciências 
nutricionais, pode-se recomendar o uso de alguns su-
plementos, como por exemplo, triglicerídeo de cadeia 
média enriquecido com ácidos graxos essenciais, por 
sua fácil absorção e suplemento calórico-protéico em 
pó, isento de sacarose.
Vale ressaltar que na fase de transição entre dieta 
líquida completa e pastosa, deve-se dar ênfase à neces-
sidade de mastigação exaustiva, prevenindo vômitos. 
Para evitar a desidratação devem ser incentivados a 
ingerir líquidos, várias vezes ao dia, nos intervalos das 
refeições [8], dando preferência a água de coco e sucos 
de frutas sem açúcar, por serem ricos em vitaminas e 
minerais. Ainda em função de evitar episódios de vô-
mitos e refl uxo, é importante que sejam orientados a 
ingerir pequenos volumes de cada vez, evitando que os 
líquidos sejam consumidos junto das demais refeições 
ou em horários próximos às refeições principais. Uma 
lista de substituição contendo alimentos comumente 
aceitos nesta fase pode ser fornecida aos pacientes com 
o objetivo de quebrar a monotonia da dieta.
Ao completar 1 mês de cirurgia os pacientes de-
vem voltar ao consultório para reavaliação. Caso apre-
sentem sinais de boa tolerância à dieta pastosa podem 
ser orientados a aumentar a consistência para branda. 
A evolução do volume vai ocorrer de acordo com a 
tolerância relatada pelo paciente sempre alertando-os a 
não insistir na ingestão quando já sentirem satisfeitos. 
Nesta fase é indicado o uso de polivitamínico.
A periodicidade maior de retornos nos dois pri-
meiros meses após a cirurgia possibilita o esclarecimen-
to de dúvidas e a intervenção nutricional em tempo 
hábil, corrigindo erros alimentares e incentivando a 
adoção de hábitos alimentares saudáveis. A partir do 
terceiro mês as consultas podem ser agendadas mensal-
mente até completar 6 meses. Após completarem seis 
79
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
meses de cirurgia as consultas podem ser trimestrais. 
A partir de 1 ano, as visitas ao consultório de nutrição 
podem acontecer a cada 6 meses ou quando os pacien-
tes ou o clínico julgarem necessário.
Vale salientar que durante os retornos as queixas 
de cada paciente devem ser priorizadas, adequando a 
dieta às necessidades individuais.
Conclusão
A atenção nutricional é fundamental, pois é 
através da correção de hábitos alimentares inadequados 
e adoção de estilo de vida mais saudável, que os pa-
cientes obterão o tão esperado sucesso pós-operatório e 
também terão menor chance de apresentar defi ciências 
nutricionais.
As informações obtidas através do protocolo de 
atenção nutricional irão subsidiar o profi ssional nas 
diferentes formas de conduzir o tratamento, uma vez 
que o acompanhamento nutricional deve ser indivi-
dualizado.
Ao contrário do que muitos acreditam a cirurgia 
não signifi ca o fi m do tratamento da obesidade. É 
necessário que o paciente seja esclarecido sobre todos 
os processos que irá passar e, principalmente que seja 
convencido de que o sucesso da cirurgia depende, em 
grande parte, do seu envolvimento com os cuidados 
pós-operatórios. Esta fase deve ser vista como um pe-
ríodo de transição e o indivíduo operado certamente 
irá passar por uma série de mudanças a serem adotadas 
pelo resto da vida. 
Referências
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mórbida. [citado 2004 out 2]. Disponível em URL: 
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Abell TL, Minocha A. Gastrointestinal complications 9. 
of bariatric surgery: diagnosis and therapy. Am J Med 
Sci 2006;331(4):214-8.
ROTEIRO DAS INFORMAÇÕES ESSENCIAIS QUE O PACIENTE DEVE RECEBER NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO:
( ) Alterações na anatomia e fisiologia gastrointestinal que ocorrem após a cirurgia e implicações com o estado 
nutricional.
 - funções de digestão e absorção do estômago e intestino
 
( ) Necessidade de mastigação exaustiva.
( ) Volume tolerado.
( ) Principais intolerâncias alimentares que acontecem após a cirurgia.
( ) Alimentos que devem ser priorizados.
( ) Necessidade do uso de suplementos nutricionais.
( ) Fases da alimentação após a cirurgia.
( ) Fornecimento do plano alimentar e orientações nutricionais dos primeiros 15 dias de pós-operatório.
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Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Figura 1 - Protocolo de acompanhamento nutricional pré-operatório.
PROTOCOLO DE ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Cirurgia Bariátrica
PRÉ-OPERATÓRIO
IDENTIFICAÇÃO Data: ___/___/___
Nome: __________________________________________________________ Sexo: ______
Data de Nascimento:____/____/_____Idade: ______Telefone: ( )___________________ 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
História da Doença Atual:
( ) Artropatias ( ) Diabetes
( ) Câncer ( ) Dislipidemias
( ) Cardiopatia ( ) Hérnia
( ) Cirrose ( ) Hipertensão
Outros:_____________________________________________________________________
História Patológica Pregressa:
História Familiar:
( ) Cardiopatia ( ) Hipertensão 
( ) Câncer ( ) Renal 
( ) Diabetes( ) Obesidade 
( ) Dislipidemia 
Sintomas e Sinais Clínicos:
Náuseas:___________________ Dores abdominais: ___________________ Diurese: _______________________
Vômitos: ___________________ Diarréia: ___________________ 
Tontura: ___________________ Constipação: _________________ 
Medicamentos em uso (Tipo/tempo de uso/influência do medicamento no apetite): 
História do Ganho de Peso:
Início da Obesidade: ( ) infância ( ) adolescência ( ) vida adulta
Ganho de peso: 
Alterações do apetite: 
Tratamentos anteriores para emagrecimento: ( ) Sim ( ) Não
Já usou remédio para emagrecer? ( ) Sim ( ) Não 
Quais:
Estilo de Vida:
Atividade Física:_____________________________________________________________
Tipo: _______________________ Freqüência:______________________________________
Tabagista:___________________________________________________________________
Etilista: _____________________________________________________________________
Dorme bem?/Quantas horas? ___________________________________________________
81
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Peso Atual: ______ kg Peso Habitual: _______kg Peso Desejado: _______kg
Altura: ________ m IMC: _______ kg/m2 
PTmín.: _______ kg PTméd.: _______kg PTMáx.: _______kg
 
Classificação do IMC: ___________________________________
Circunferência da cintura: _______ cm Circunferência do Quadril __________cm
Circunferência do braço: ________ cm 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA:
Hemoglobina g% Hematócrito % Hemáceas: Albumina g/dl
Glicose mg/dl Uréia mg/dl Creatinina mg/dl Na mEq 
K mEq Ca mg% TGO U/mL TGP U/mL
Ácido úrico Colesterol Total LDL-colesterol: HDL-colesterol
Triglicerídeos 
ANAMNESE ALIMENTAR:
Responsável pelo preparo das refeições: __________________________________________
Número de componentes da família:_____ pessoas
Quantos almoçam em casa: _____ pessoas
Quantas refeições faz em casa: ( ) só almoço ( ) só jantar ( ) almoço e jantar
Aversões: ___________________________________________________________________
Alergias/Intolerâncias alimentares: 
Preferências: 
Hábito de beliscar? ___________ 
Que tipo?_________________________________________________
Tipo de gordura consumida (quantidade/mês): ( ) Vegetal ( ) Animal
Quantidade/mês: _________________________________________________________
Ingestão de água: ________________________________________________________
Uso de sal: ________________________________________________________________
Uso de adoçante artificial: ( ) Sim ( ) Não Tipo: _________________________
Uso de produtos dietéticos: ( ) Sim ( ) Não Tipo: _________________________
Observações: 
Faz uso de:
( ) Leite ( ) Queijo ( ) Iogurte
( ) Pães ( ) Cereais ( ) Massas
( ) Arroz ( ) Leguminosas ( ) Carnes
( ) Ovos ( ) Verduras ( ) Hortaliças
( ) Frutas ( ) Doces ( ) Açúcar
( ) Margarina ou manteiga 
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Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Figura 2- Protocolo de acompanhamento nutricional pós-operatório.
PROTOCOLO DE ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL
Cirurgia Bariátrica
PÓS-OPERATÓRIO
Nome:_________________________________________________Data da cirurgia:____/____/______
Retornos (15 dias, 1m, 45 dias, 2m, 4m, 5m): ________ Data: ___/___/___
I. SINAIS E SINTOMAS:
Náuseas: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Vômitos: ( ) Sim ( ) Não Freqüência: 
Gases: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Diarréia: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Constipação: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Xerostomia ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Tontura: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Fraqueza: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Outros: 
Medicamentos em uso: 
Comportamento alimentar: ____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
II. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA:
Peso Atual: _____kg Altura:____cm IMC:____Kg/m2 % Perda de Peso: _____ 
Classificação: ___________________________________ 
Retornos (3m, 6m, 9m, 1 ano): Data: ___/___/___
I. SINAIS E SINTOMAS:
Náuseas: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Vômitos: ( ) Sim ( ) Não Freqüência: 
Gases: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Diarréia: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Constipação: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Xerostomia ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Tontura: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Fraqueza: ( ) Sim ( ) Não Freqüência:
Outros: 
Medicamentos em uso:
Comportamento alimentar: ____________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
II. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA:
Peso Atual: _____kg Altura:____cm IMC:____Kg/m2 % Perda de Peso: _____ 
Classificação: ___________________________________ 
Circ. cintura: _______cm Circ. Quadril _______cm CB:______cm Circ. Punho:________cm
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA:
Hemoglobina g% Hematócrito % Hemáceas: Albumina g/dl
Glicose mg/dl Uréia mg/dl Creatinina mg/dl Na mEq 
K mEq Ca mg% TGO U/mL TGP U/mL
Ácido úrico Colesterol Total LDL-colesterol HDL-colesterol
83
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
EVOLUÇÃO DA DIETA:
Período Consistência Modificações
2º dia PO Líquida Restrita Isenta de sacarose
4º dia PO Líquida Completa Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
15º dia PO Pastosa Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Suplemento calórico-protéico em pó, 
isento de sacarose
Uso de TCM-AGE
Lista de substituição
1º mês Pastosa ou Branda Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
45º dia PO Observar tolerância Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Suplemento calórico-proteico em pó, 
isento de sacarose
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
2º mês Observar tolerância Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
3º mês Observar tolerância Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
4º mês Observar tolerância Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
5º mês Observar tolerância Isenta de sacarose
Leite em pó desnatado ou de soja
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
6º mês Livre Isenta de sacarose
Leite desnatado ou de soja
Lista de substituição
Uso de Polivitamínico
9º mês Livre Isenta de sacarose
Leite desnatado ou de soja
Uso de Polivitamínico
1 ano Livre Isenta de sacarose
Leite desnatado ou de soja
Uso de Polivitamínico
84
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
ARTIGO ORIGINAL
Efeitos da pectina cítrica sobre os níveis 
de glicose, triglicerídeos e adiposidade 
em ratas submetidas a uma dieta rica 
em carboidrato simples
Effects of citric pectin on fat and blood levels of glucose 
and triglycerides in female rats fed with a rich diet of simple 
carbohydrates
Lucélia Fernandes Gandini*, Lucia Helena de Aguiar, D.Sc.**, Cíntia Alessandra Matiucci Pereira, D.Sc.***
*Nutricionista, Curso de Nutrição, Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), São Carlos/SP, **Bióloga, Professora 
Doutora do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Central Paulista, ***Engenheira de Alimentos, Professora 
Doutora do Curso de Nutrição do Centro Universitário Central Paulista
Resumo 
A pectina cítrica é considerada importante fonte de fi bras, tem sido incorporada a dietas e indicada principalmente no 
tratamento do diabetes como hipoglicemiante. O presente estudo objetivou a avaliação do efeito da dieta rica em carboidratos 
simples, da pectina cítrica quando administrada em ratas normais (não diabéticas) alimentadas com dieta balanceada ou com 
dieta rica em carboidratos simples. Foram utilizadas 24 ratas Wistar de aproximadamente 185 g que foram separadas em 4 
grupos e alimentadascom ração comercial (G1), ração comercial com 4% de pectina (G2), ração comercial com 20% de 
Karo (G3) e ração comercial com 20% de Karo e 4% de pectina cítrica, respectivamente durante 21 dias. Foram analisados 
glicose plasmática, triglicerídeos, gordura visceral, retroperitoneal e ovariana. Observou-se que uma dieta rica em carboidratos 
simples eleva a glicemia, triglicerídeos plasmáticos e os tecidos adiposos de ratas. A pectina cítrica não infl uenciou as variáveis 
analisadas quando administrada em associação à dieta balanceada, porém preveniu o aumento da glicemia, dos triglicerídeos 
e dos tecidos adiposos retroperitoneal e ovariano. Portanto, a pectina revela-se como importante na prevenção da elevação da 
glicemia, dos triglicerídeos plasmáticos e do tecido adiposo quando alimentadas com dieta rica em carboidratos simples.
Palavras-chave: adiposidade, carboidrato, glicemia, triglicerídeos.
Abstract
Th e citric pectin is considered important source of fi bers, has been incorporated to diets and indicated mainly in 
the treatment of the diabetes as hypoglycemic agent. Th e objective of this study was to evaluate the eff ect of a rich diet of 
simple carbohydrates and citric pectin when administered in normal female rats (non diabetic) fed with balanced diet or 
with rich diet of simple carbohydrates. Were used 24 Wistar female rats approximately 100 g, divided in 4 groups and fed 
with commercial ration (G1), commercial ration with 4% of pectin (G2), commercial ration with 20% of Karo (G3) and 
commercial ration with 20% of Karo and 4% of citric pectin, respectively, for 21 days. It was observed that a rich diet in 
simple carbohydrates elevates the glycemic, serum triglycerides levels and the fatty tissues of female rats. Th e citric pectin 
Recebido 29 de fevereiro de 2008; aceito 15 de janeiro de 2009.
Endereço para correspondência: Cíntia Alessandra Matiucci Pereira, UNICEP, Rua Miguel Petroni, 5111, Jd Centenário 
13563-470 São Carlos SP, E-mail: matiucci@yahoo.com.br
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Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Introdução
A alimentação é um dos processos de maior 
infl uência no desenvolvimento físico e psíquico do 
indivíduo e, em termos gerais, no seu estado de saúde. 
Atualmente, enfrenta-se grande difi culdade de manu-
tenção de uma dieta adequada, tanto pela variedade 
de alimentos lançados no mercado, como pela falta de 
orientação à maior parte da população com relação ao 
o que e quanto comer.
A procura na medicina popular de fontes naturais 
para prevenção e tratamento das doenças da civilização 
vem sendo cada vez mais intensifi cada. Muitos são os 
alimentos ditos funcionais, como é o caso das fi bras 
que, direta ou indiretamente, podem apresentar efei-
tos benéfi cos ao organismo, desde que se conheçam 
as suas origens, as características físico-químicas, os 
efeitos fi siológicos e adversos, constituindo-se, assim, 
em importantes componentes alimentares para a pre-
venção de diversas doenças como: diabetes, doenças 
coronarianas, câncer, obesidade, constipação, entre 
outras.
A pectina é uma fi bra dietética solúvel em água 
que possui variados graus de metoxilação, e diferen-
tes pesos moleculares [1] e são compostas de uma 
parte principal de ácido galacturônico com unidades 
de ramnose inseridas em intervalos e com cadeias 
laterais de arabinose e galactose [2]. A estrutura do 
ácido galacturônico absorve a água e forma um gel, 
tornando-a amplamente utilizada para fabricar geléias 
e gelatinas [1].
As pectinas são encontradas principalmente em 
frutas e vegetais, especialmente em maçãs, cenouras e 
laranjas. Outras formas de fi bra solúvel estão presentes 
no farelo de aveia, na cevada e nas leguminosas [3]. A 
fi bra solúvel compõe cerca de 15 a 20% da fi bra total 
em frutas, grãos e vegetais e menos que 10% daquela 
de leguminosas, nozes e sementes [2]. Seu consumo 
deve ser incentivado em todas as faixas etárias devido 
aos efeitos benéfi cos que apresentam à saúde [4].
Atualmente, muitos estudos evidenciam a im-
portância de uma dieta rica em fi bras, atuando na pre-
venção ou retardo do aparecimento do diabetes bem 
como no melhor controle dos níveis glicêmicos tanto 
de jejum como pós-prandial em pacientes diabéticos 
em tratamento [5]. A ingestão de fi bras por dia reco-
mendada pela American Diabetes Association [6], é de 
20 a 35 g. Já Credidio [7] ressalta que a recomendação 
de ingestão de fi bras por dia recomendada pela FDA 
(Food and Drug Administration), órgão governamental 
dos Estados Unidos da América que faz o controle dos 
alimentos (tanto humano como animal), suplementos 
alimentares, medicamentos (humano e animal), é de 
25 g a 35 g de fi bras por dia. Para atingir esses valores, 
as pessoas devem consumir vegetais variados (cinco 
tipos de frutas, por exemplo), escolhendo os ricos 
em fi bras. Os produtos industrializados que contém 
fi bras são uma opção a mais no cardápio, que não 
deve ser descartada. Mas os especialistas alertam que 
a quantidade de fi bras disponíveis nesses alimentos é 
muito pequena. Ou seja, a pessoa precisa consumir 
grandes quantidades para que as fi bras desses produtos 
surtam efeito. 
A associação entre fi bras e prevenção de doenças 
crônico-degenerativas surgiu da observação da relação 
direta entre aumento do consumo de produtos refi -
nados (sem fi bras) e o risco de câncer colorretal, entre 
outras enfermidades. Utilizando-se métodos estatísti-
cos, constatou-se ainda a maior incidência de câncer 
de cólon, diverticulite, colite ulcerativa, hemorróidas 
e outras enfermidades relacionadas com a diminuição 
da quantidade de fi bras e carboidratos complexos na 
dieta. Em diversas pesquisas, ao longo dos anos, vem-se 
constatando que dietas com alto teor de fi bras, tanto 
solúveis quanto insolúveis (85% alimentos vegetais e 
15% de alimentos de origem animal) podem reduzir o 
risco de doenças coronarianas e câncer de mama [4]. 
Ainda segundo Tirapegui [4], não se sabe exata-
mente quais componentes da fi bra são fi siologicamente 
importantes ao longo do tempo, mas seu consumo está 
relacionado com uma menor incidência de doença 
cardiovascular, câncer de cólon, diabetes e diversos 
distúrbios gastrointestinais. A infl uência das fi bras na 
dieta no controle da glicemia parece ser particular a 
alguns tipos de fi bras. A pectina e a goma guar, por 
serem solúveis em água, são capazes de formar géis 
viscosos, conferindo-lhe a capacidade de retardar o 
esvaziamento gástrico, reduzir a hidrólise e a absorção 
de carboidratos no intestino delgado [8].
Segundo Williams [9], a chamada fi bra dietética 
(FD) corresponde aos resíduos de paredes celulares 
e tecidos de sustentação de vegetais usados na ali-
mentação. Os compostos presentes em tais resíduos 
resistem à hidrólise pelas enzimas do tubo digestório 
did not infl uence the analyzed variables when administered in association with balanced diet, but prevented the increase of 
glucose and triglycerides levels and of the retroperitoneal and ovarian fatty tissues. Th erefore, the pectin could be effi cient in 
the prevention of the elevation of the blood glucose and triglycerides and of the fatty tissues when the rats are fed with rich 
diet of simple carbohydrates. 
Key-words: adiposity, carbohydrates, glycemia, triglycerides.
86
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
e podem infl uenciar no processo nutricional, já que 
em determinada fase do seu ciclo vital, cada vegetal 
apresenta composição específi ca de seus tecidos. Os 
vegetais jovens (verduras e frutos) são muito mais ricos 
em tecidos parenquimatosos do que os que alcançaram 
a maturidade ou já a ultrapassaram, porque os tecidos 
tendem a ser tornar lignifi cados. Quanto à solubilidade 
em água de cada tecido nas várias etapas da vida do 
vegetal, pode-se classifi cá-lo em dois grandes grupos: 
o dos solúveis e o dos insolúveis em água. As fi bras 
insolúveis atravessam todo o trato gastrointestinal 
(boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino 
grosso e reto) semserem metabolizadas, enquanto 
que as fi bras solúveis podem ser metabolizadas no 
intestino grosso. 
À fração solúvel da FD vêm sendo creditados os 
maiores benefícios ao organismo, por exemplo, ação 
hipocolesterolemizante e proteção provável contra 
o câncer colorretal [10]. A utilização desse tipo de 
fi bra é fortemente indicada nas dietas para indivíduos 
diabéticos [11], pois este tipo de fi bra torna-se viscosa 
ou gomosa quando misturada à água, aumentando o 
tempo de trânsito intestinal, retardando o esvaziamen-
to gástrico e a absorção de glicose. Essas ações baixam 
as concentrações de glicose sanguínea pós-prandiais 
e diminuem o colesterol sanguíneo, ambos objetivos 
importantes para os indivíduos com diabetes [12]. 
À fração insolúvel cabe o aumento do volume do 
bolo fecal e o papel de prevenir a constipação, evitando 
suas conseqüências [10], além de auxiliar nas funções 
gastrointestinais, atuando na prevenção do câncer de 
cólon. Isso se dá porque as fi bras insolúveis aceleram o 
movimento do bolo fecal através do intestino, fazendo 
com que o órgão tenha um tempo menor de exposição 
a agentes causadores de doenças [11]. Além disso, as 
fi bras dietéticas oferecem benefícios adicionais em 
regimes com dietas hipoenergéticas, pois promovem 
a sensação de saciedade com menor energia [13].
Portanto, as fi bras são parte importante de uma 
alimentação balanceada, apesar de não fornecerem 
energia e o seu consumo estar relacionado à menor 
incidência de uma série de doenças crônicas típicas 
das sociedades desenvolvidas, como, por exemplo, o 
diabetes, doenças coronarianas, alguns tipos de câncer, 
obesidade, constipação, entre outros [ 4]. 
Segundo Derivi et al. [14], estudos realizados 
concluíram que a suplementação das dietas com fi bra 
é aconselhável em pacientes diabéticos dependentes 
de insulina e que a tolerância aos glícides é limitada 
nas refeições, suplementadas com fi bra. Este efeito 
hipoglicemiante é observado em presença de fi bra 
solúvel - pectina. 
Neves [15] relata que pesquisas realizadas a 
respeito das interações que existem entre a pectina e 
as lipoproteínas do plasma, concluíram que quando 
suplementada na dieta, acarreta redução dos níveis sé-
ricos e hepáticos de colesterol, tanto em seres humanos 
como em animais de experimentação. 
Porém, poucos são os estudos sobre o efeito das 
fi bras solúveis como fator preventivo da elevação da 
glicemia, hipertrigliceridemia e aumento da adiposi-
dade em indivíduos normais que ingerem dietas ricas 
em carboidratos simples. Quando o assunto é fi bra 
dietética, ainda há muita controvérsia, resultado de sua 
própria complexidade, aliada à extrema variabilidade, 
quando provém de um mesmo vegetal.
Desse modo, o presente estudo se propõe a 
determinar como a pectina afeta a glicemia, os níveis 
de triglicerídeos plasmáticos e a adiposidade em ratas 
submetidas à dieta rica em carboidratos simples, a 
fi m de avaliar a infl uência da pectina associada à dieta 
hiperglicídica.
Material e métodos
Animais de experimentação
Utilizou-se um total de 24 ratas da linhagem “Wis-
tar”, R. novergicus, com 21 dias e com peso médio inicial 
de 185 ± 15,3 g. Os animais foram obtidos junto ao Bio-
tério da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar e 
transferidos ao Laboratório de Nutrição Experimental 
do Centro Universitário Central Paulista UNICEP 
– São Carlos/SP. Durante o período experimental os 
animais foram mantidos em temperatura ambiente de 
23 ± 2ºC e fotoperíodo de 12 horas de claro-escuro, 
com ração e água ad libitum. Para o desenvolvimento do 
estudo os 24 animais foram marcados com tinta atóxica 
e separados aleatoriamente em 4 grupos experimentais 
de 6 animais cada, os quais foram transferidos para 4 
gaiolas coletivas de polietileno.
Os grupos receberam os seguintes tratamentos 
durante 21 dias:
Grupo 1 (G1): Controle - ração comercial.
Grupo 2 (G2): Controle + pectina - ração co-
mercial + 4% de pectina cítrica comercial.
Grupo 3 (G3): Dieta hiperglicídica - ração co-
mercial suplementada com 20% de xarope de glicose 
(Karo)
Grupo 4 (G4): Dieta hiperglicídica + pectina - 
ração comercial suplementada com 20% de xarope de 
glicose (Karo) e 4% de pectina cítrica.
Rações experimentais
A ração comercial ofertada ao G1 foi Ração 
Comercial Primor adquirida em agropecuária. O G2 
foi tratado com ração elaborada com 96% de ração co-
87
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
mercial Primor e 4% de pectina cítrica fornecida pela 
empresa CpKelco (Limeira, SP), cujo nome comercial 
é Genu pectin. O G3 foi tratado com ração elaborada 
com 75% de ração comercial Primor, 20% de Karo 
e 5% de gelatina em pó da marca Dr. Otker (para 
correção do teor de proteína). E o G4 foi tratado com 
ração elaborada a partir de 71% de ração comercial 
Primor, 20% de Karo, 4% de pectina cítrica e 5% de 
gelatina em pó da marca Dr. Otker.
Para elaboração das rações de G2, G3 e G4 os 
respectivos ingredientes foram pesados, a ração comer-
cial triturada e misturada aos ingredientes com água 
numa vasilha e enrolados. Em seguida as rações foram 
transferidas para uma estufa de ventilação forçada 
para secagem. A composição centesimal das rações 
experimentais encontra-se na Tabela I.
Consumo de ração
Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas e 
foi ofertado 30 g/animal/dia das rações experimentais. 
O consumo foi determinado subtraindo-se o peso 
das sobras de ração a cada 24 horas, do peso da ração 
ofertada e o resultado dividido por 6 animais. 
consumo de ração/animal/dia = 
peso ração ofertada – peso das sobras
nº animais na gaiola
Protocolo experimental
Diariamente as rações eram pesadas (oferta e so-
bra), os animais eram transferidos para gaiolas limpas e 
as respectivas rações e água eram ofertadas ad libitum. 
Semanalmente os animais eram removidos das gaiolas 
e imobilizados em um pano sobre uma bancada. Com 
auxílio de uma iluminação adicional localizava-se a 
veia caudal do animal. Com uma lanceta perfurava-se 
a veia caudal dos animais e utilizando-se um aparelho 
glicosímetro Accu Check determinava-se à glicemia 
dos animais após 12 horas de jejum.
Após 21 dias de tratamento, as ratas foram man-
tidas em jejum de 12 horas e após o procedimento 
diário e a última coleta de sangue da veia caudal, foram 
anestesiadas em cuba de vidro com éter e guilhotinadas 
para obtenção do sangue e dissecadas para remoção dos 
tecidos adiposos visceral, retroperitoneal e ovariano e 
posterior determinação dos percentuais em relação ao 
peso corpóreo total.
Tratamento das amostras
O sangue coletado foi utilizado para determinação 
do hematócrito por centrifugação em centrífuga para 
microhematócrito Quimis por 5 minutos a 3400 rpm. 
As amostras de sangue foram colocadas em tubos de 
ensaio heparinizados e centrifugadas a 3400 rpm por 5 
minutos em uma centrífuga Quimis para tubos de en-
saio e o plasma separado e congelado em freezer a -20ºC 
para análise posteriores. Os tecidos adiposos removidos 
foram pesados em uma balança semi-analítica.
Determinação da glicose plasmática
A glicose foi determinada pelo método enzimáti-
co colorimétrico (GOD-POD), segundo Trinder [16] 
(Kit Glicose SL CELM artigo 3863). É fundamentado 
na reação:
Glicose + O2 + H2O 
Glicose Oxidase (GOD) ácido glucônico + H2O2
2H2O2 + 4-aminofenazona + Fenol 
Peroxidase (POD) 
4-p-benzoquinona-monoiminofenazona + 4H2O
Preparou-se o reativo de trabalho misturando-se 
100 ml de tampão fosfato pH 7,4 com 2 ml de outro 
reativo contendo solução estabilizada de glicose oxi-
dase, peroxidase e 4 aminofenazona, atingindo-se uma 
concentração de tampão fosfato 100 mmol/l, fenol 
0,88 mol/l, 4aminoantipirina 0,27 mmol/l, glicose 
oxidase 10 KU/l, peroxidase 1,2 KU/l e conservante 
azida sódica 1,0 g/l.
Adicionou-se 2 ml do reativo de trabalho em um 
tubo de ensaio, em seguida 20 μl de plasma. Incubou-
se por 10 minutos em banho-maria a 37ºC. As amos-
tras foram transferidas para cubetas de vidro e lidas em 
espectrofotômetro a 505 nm,zerando-se o aparelho 
com o tubo branco (2 ml de reativo de trabalho). Os 
cálculos foram efetuados utilizando-se como referência 
os valores do tubo padrão (2 ml de reativo de trabalho 
e 20μl de solução padrão de glicose 100 mg/dl
Tabela I - Composição centesimal (g%) das rações experimentais. 
Ração
G1
Comercial (Primor)
G2
Comercial + pectina
G3 Hiperglicídica G4 Hiperglicídica +
pectina
Valor calórico 3780 kcal/kg 3685 kcal/kg 2835 kcal/kg 2740,8 kcal/kg
Carboidrato 43,5 45,1 48,6 50,3
Proteína 23,0 22,0 21,5 20,6
Gordura 3,0 2,8 2,1 2,1
Fibra 10,0 13,0 7,5 10,5
88
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Os valores das amostras em mg/dl foram obtidos 
pela fórmula:
Glicose (mg/dl) = 
absorbância da amostra x 100
absorbância do padrão
Determinação dos triglicerídeos
Os triglicerídeos foram determinados segundo 
Fossati [17] e McGowan et al. [18] pelo método to-
talmente enzimático (Kit Laborlab CAT nº 02700). 
Foi preparado um reativo de trabalho dissolvendo-se 
lentamente um frasco de reativo enzimático com 
30 ml de Reativo Tampão Tris 50mmol/l pH 7,6, 
misturando-se por inversão suave até a dissolução 
completa evitando a formação de espuma. O reativo 
de trabalho era composto por lipase ≥ 5000 U/l, GK ≥ 
250 U/l, GPO ≥ 1500 U/l, POD ≥ 900 U/l, ATP – 2 
mmol/l, 4-AF – 1 mmol/l, 3-5 HDCBS – 2 mmol/L 
e Tris (pH 7,6) 50 mmol/L.
Para realização do ensaio, a 2 mL de reativo de 
trabalho foram adicionados 20μl da amostra de plasma 
em um tubo de ensaio, foram adicionados 2 ml de 
reativo de trabalho a 20 μl de reativo padrão (solução 
de Glicerol 2, 26 mmol/l – equivalente a 200 mg/dl 
de triglicerídeos) em outro tubo. Um terceiro tubo 
era utilizado como branco, ao qual era adicionado 
somente o 2 ml do reativo de trabalho. Em seguida 
os tubos foram homogeneizados e incubados a 37ºC 
em banho-maria por 15 minutos. Depois de esfria-
das as amostras foram lidas em espectofotômetro a 
505nm, zerando-se o aparelho em absorbância com 
água deionizada.
O cálculo utilizado foi: 
triglicerídeos (mg/dl) = 
(absorbância amostra – absorbância do branco) x f 
f = 200 mg/dl
 absorbância padrão - absorbância tubo branco
Análises estatísticas
Os resultados obtidos foram analisados utilizan-
do-se o programa estatístico GraphPad Instat versão 
3.0 para obtenção das médias, desvios padrões e 
comparação dos tratamentos pelo teste estatístico não 
paramétrico de KrusKall Wallis e pós-teste de Dunn, 
com níveis de aceitação de 5%.
Resultados e discussão 
A escolha por 4% de pectina cítrica comercial 
adicionada às rações, baseou-se no estudo de Derivi et 
al. [14], no qual foram utilizadas quantidades diferen-
tes de pectina (1%, 2% e 4%) para três grupos de ratos 
do experimento. Todavia, as rações contendo 4% de 
pectina cítrica comercial foram as que desenvolveram 
maior diferencial nos resultados referentes a altera-
ções metabólicas nos animais em estudo. O xarope 
de glicose Karo foi utilizado para a preparação das 
rações devido a sua alta concentração de carboidratos 
simples (em uma porção de 20 g de Karo, 16 g são de 
carboidratos), a facilidade do manuseio do produto e 
a provável aceitabilidade pelos animais em função do 
sabor adocicado. Os animais apresentaram-se saudá-
veis durante o experimento conforme os resultados de 
hematócrito obtidos.
Glicemia de jejum 
Os resultados da análise semanal da glicemia das 
ratas estão representados na Figura 1.
Figura 1 - Valores médios de glicemia (mg/dl) das 
ratas Wistar submetidas às diferentes dietas experi-
mentais. G1 – Grupo controle alimentado com ração 
comercial; G2 - grupo alimentado com ração comer-
cial + 4% de pectina cítrica; G3 – grupo alimentado 
com dieta hiperglicídica; G4 – grupo alimentado com 
dieta hiperglicídica mais 4% de pectina cítrica. 
Observou-se que houve elevação nos valores 
glicêmicos dos animais do G1 em relação à semana 
inicial na terceira semana de experimento. Os animais 
do G2 não apresentaram alteração signifi cativa nos 
valores glicêmicos durante as três semanas. Os animais 
do G3 apresentaram elevação signifi cativa da glicemia 
já na primeira semana após o início da ingestão da 
dieta rica em carboidrato simples, apresentando na 
segunda semana valores semelhantes ao da semana 
inicial e elevou-se novamente na última semana do 
experimento.
Observou-se que a ingestão de 48% de carboi-
dratos simples na dieta elevou rapidamente as concen-
trações de glicose plasmática dos animais normais sem 
tratamento com pectina, comprovando assim, que os 
89
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
carboidratos simples possuem uma rápida absorção 
no organismo podendo elevar a glicemia mesmo em 
pessoas normais. Portanto, é importante levar em 
conta a qualidade dos carboidratos e suas respectivas 
proporções que devem ser uma preocupação no plane-
jamento da dieta, sendo que apenas 40% devem provir 
dos monossacarídeos e dissacarídeos (glicose, frutose, 
galactose, maltose, sacarose, lactose). Os polissacaríde-
os exigem um maior tempo para a digestão e absorção, 
possuindo um menor potencial glicêmico, quando 
comparado com os outros carboidratos [19].
Muito embora os carboidratos simples piorem 
o controle glicêmico e promovam o ganho de peso 
ponderal, a American Diabetic Association [6] tem su-
gerido que pequenas quantidades de sacarose e outros 
açúcares refi nados podem ser aceitáveis, dependendo 
do controle metabólico e do peso corporal. Até 25 g de 
sacarose adicionada pode ser permitido, desde que faça 
parte de uma dieta pobre em gorduras, rica em fi bras, 
e que substitua uma quantidade de igual valor energé-
tico de gordura ou outro alimento de elevado índice 
glicêmico, ou ainda outros adoçantes nutritivos.
O G4 não apresentou alteração signifi cativa 
nos níveis glicêmicos nas duas primeiras semanas do 
experimento, revelando o papel preventivo da pectina 
cítrica no aumento da glicemia quando ratas normais 
são tratadas com dieta hiperglicídica. Derivi et al. [14], 
em um estudo experimental, comprovou que a presen-
ça da pectina solúvel em alimentos é responsável pelo 
efeito hipoglicêmico em animais diabéticos. Freitas et 
al. [20], também verifi caram em ratos diabéticos que 
receberam ração à base de sopa de cebola adicionada 
de pectina (contendo 2,91% de pectina solúvel), por 
um período de 42 dias, uma redução nos níveis de 
glicose sanguínea. 
Segundo Areas e Reyes [21] as fi bras podem 
infl uenciar o acesso de carboidratos à superfície da mu-
cosa intestinal, e, assim, tornar mais lenta a absorção 
dos mesmos. Sugere-se que no presente estudo, a fi bra 
solúvel (pectina cítrica) tem efeito pelo aumento da 
viscosidade do conteúdo intestinal que retarda, assim, 
a digestão e a absorção de carboidratos.
Mahan e Escott-Stump [2] ressaltam que a pre-
sença de oligosacarídeos não absorvíveis e fi bras visco-
sas da dieta tais como pectinas, β-glicanos e gomas das 
frutas, vegetais e cereais reduz a efi ciência de hidrólise 
de enzimas e torna mais lenta a velocidade na qual a 
glicose entra na corrente sangüínea. Portanto, observa-
se que a maioria dos estudos relata efeitos da pectina 
cítrica como hipoglicemiante em animais diabéticos, 
sem registros referentes aos seus efeitos preventivos 
em animais normais.
O Grupo G4 mostrou elevação somente ao fi nal 
da 3ª semana, semelhante ao observado para o G1. Este 
resultado pode ser justifi cado pelo possível aumento 
do estresse causado aos animais pelo confi namento e 
redução do espaço na gaiola à medida que o animal 
cresce. 
Glicose plasmática, triglicerídeos e adiposidade
Os resultados encontrados de glicose plasmática 
e triglicerídeos estão apresentados na Figura 2. 
Figura 2 - Valores de glicose plasmática (mg/dL) e 
triglicerídeos (mg/dl) das ratas Wistar submetidas às 
diferentes dietas experimentais. G1 – Grupo controle 
alimentado com ração comercial; G2- grupo alimen-
tado com ração comercial + 4% de pectina cítrica; 
G3 – grupo alimentado com dieta hiperglicídica;G4 
– grupo alimentado com dieta hiperglicídica mais 4% 
de pectina cítrica. 
Não se observou diferença signifi cativa entre os 
valores de glicose plasmática dos diferentes grupos ao 
fi nal de três semanas para o percentual de fi bra solúvel 
(4%) e carboidrato simples (20%) utilizados no experi-
mento. Porém, observou-se aumento signifi cativo (P < 
0,05) de 70% nos valores de triglicerídeos dos animais 
do grupo 3 alimentados com dieta hiperglicídica em 
relação ao grupo controle após 21 dias de tratamento. 
O aumento dos valores de lípides observados durante 
o tratamento do grupo 3 é resultado da conversão 
dos carboidratos simples em gordura. Dâmaso [22] 
evidencia que o excesso de carboidrato pode ser 
convertido em gordura, pois os adipócitos podem 
converter a glicose em ácidos graxos para realizar o 
armazenamento de energia.
A glicose é convertida em glicogênio para resta-
belecer os depósitos teciduais, mas, devido à limitada 
capacidade do organismo para armazenar glicogênio, a 
glicose restante é convertida em gordura e armazenada 
como triglicerídeos principalmente no tecido adiposo, 
em menor grau, no fígado e no músculo [8]. Os ácidos 
graxos dietéticos em excesso também são armazenados 
como triglicerídeos. A síntese protéica nos tecidos é 
90
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
elevada após a ingestão de uma mistura balanceada 
de aminoácidos; o excesso é oxidado para fornecer 
energia ou convertido primeiramente para glicose ou 
gordura [23].
Mesmo que o excesso de carboidrato seja con-
vertido em gordura e armazenado, uma dieta balan-
ceada que seja rica em carboidratos complexos ajuda a 
controlar o peso corporal e a manter o tecido magro. 
Porém, vale ressaltar, que os alimentos ricos em carboi-
dratos contribuem menos para a adiposidade corporal 
que os alimentos ricos em gordura [23].
Com relação aos níveis de gordura dos tecidos 
adiposos estudados observou-se aumento no percentu-
al de gordura ovariana e retroperitoneal nos animais do 
G3. O G4 não apresentou alterações signifi cativas nos 
valores de percentual dos tecidos adiposos. Portanto, 
o efeito preventivo da pectina fi ca evidenciado, já que 
impediu o acúmulo de gordura. Os resultados podem 
ser visualizados na Figura 3.
Figura 3 - Porcentagem de gordura visceral, gordura 
retroperitoneal e gordura ovariana das ratas Wistar 
submetidas às diferentes dietas experimentais. G1 
– Grupo controle alimentado com ração comercial; 
G2 - grupo alimentado com ração comercial + 4% 
de pectina cítrica; G3 – grupo alimentado com dieta 
hiperglicídica; G4 – grupo alimentado com dieta hi-
perglicídica mais 4% de pectina cítrica. 
mentados com uma ração regular. As evidências mais 
diretas sobre obesidade humana vêm de estudos de 
populações. Em muitos países em desenvolvimento, a 
incidência de obesidade aumenta à medida que se eleva 
o consumo de açúcar. Mas essa evidência não aponta o 
açúcar como única causa. Em geral, quando a ingestão 
de açúcar aumenta, as ingestões de gordura e calorias 
totais também se elevam. Simultaneamente, a ativi-
dade física declina. Além disso, a obesidade também 
ocorre quando as ingestões de açúcar são baixas e as 
pessoas obesas, em muitos casos, comem menos açúcar 
que as magras. A gordura é mais rica em calorias que 
o açúcar e muitas vezes ela ocorre junto com o açúcar 
em guloseimas e petiscos doces. Estudos de populações 
por si mesmos não são capazes de separar os efeitos de 
comer açúcar daqueles de comer demasiada gordura 
ou de exercitar-se muito pouco [23].
Gross et al. [24] analisaram a associação entre a 
qualidade dos carboidratos consumidos na dieta ame-
ricana na prevalência da doença observada nos Estados 
Unidos. Os autores verifi caram que a tendência do 
incremento no consumo de carboidratos refi nados, 
altamente concentrados em frutose e sacarose, em 
detrimento do consumo de alimentos naturalmente 
ricos em fi bras estava fortemente relacionado à maior 
ocorrência do diabetes tipo 2. No Brasil, o envelheci-
mento populacional associado ao aumento da freqü-
ência do excesso de peso, estilo de vida sedentário e 
modifi cações no padrão alimentar, como o aumento do 
consumo de açúcares e refrigerantes, têm sido aponta-
dos como possíveis fatores envolvidos no incremento 
da ocorrência do diabetes nos últimos anos [25].
Observou-se nos resultados obtidos o desenvol-
vimento de adiposidade principalmente pelo aumento 
das gorduras retroperitoneal e ovariana quando os 
animais foram submetidos à dieta rica em carboidratos 
simples por 21 dias e tal efeito pode ser totalmente 
atribuído ao carboidrato, uma vez que a composição 
da ração em gordura, proteína e calorias foi mantida 
constante ou menor comparada à ração balanceada. 
Observou-se que a obesidade ocorreu no G3 indepen-
dente do ganho de peso. No G4, apesar do ganho de 
peso, não houve aumento do tecido adiposo. 
Conclusão
Concluiu-se que 4% de pectina cítrica acresci-
da a uma dieta balanceada não altera a glicemia, os 
triglicerídeos e os percentuais dos tecidos adiposos. 
Portanto, a pectina não possui efeito redutor das va-
riáveis analisadas, revelando-se como importante na 
prevenção da elevação das mesmas.
Após a ingestão de dieta hiperglicídica há aumen-
to da concentração de triglicerídeos plasmáticos e teci-
É possível ressaltar, que as gorduras geradas em 
razão da alta ingestão de carboidratos simples são 
armazenadas com surpreendente efi ciência no orga-
nismo, cada qual em órgãos diferentes, podendo apre-
sentar concentrações maiores de depósitos de gorduras 
em alguns órgãos e menores em outros, uma vez que 
a conversão em gordura corporal custa pouca energia 
metabólica, diferente do carboidrato complexo e pro-
teína da dieta, que têm que passar por muitas etapas 
metabólicas antes que sejam fi nalmente convertidos 
em gordura que o corpo possa armazenar [19].
Os ratos sob a dieta rica em sacarose parecem 
desenvolver mais gordura no ventre que os ratos ali-
91
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
dos adiposos retroperitoneal e ovariano. No entanto, 
a ingestão de uma dieta rica em carboidratos simples 
quando associada a 4% de pectina cítrica, normaliza 
os valores de triglicerídeos plasmáticos e percentual 
de tecido adiposo, indicando que a pectina cítrica 
contribui para a prevenção da obesidade. 
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92
Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
ARTIGO ORIGINAL
Avaliação antropométrica e dietética 
dos funcionários de uma empresa 
de transportes urbanos de Ijuí - RS
Anthropometric and dietary evaluation of the employees 
of a urban transports company at Ijuí - RS
Joseane Pazzini Eckhardt*, Cleusa Wadenpuhl*, Camila Nunes Zanchi*, Marli Ludwig Th omas*, 
Adriane Cervi Blümke, M.Sc.**
*Acadêmicas do Curso de Nutrição da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, 
**Nutricionista, professora do Curso de Nutrição, Departamento de Ciências da Saúde da UNIJUÍ 
Resumo
Objetivo: Avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar dos funcionários de uma empresa de transportes urbanos, 
do município de Ijuí/RS. Material e Métodos: O estado nutricional foi avaliado através dos seguintes métodos antropométri-
cos: IMC, circunferência da cintura, relação cintura/quadril e dobra cutânea tricipital, utilizando parâmetros padronizados 
internacionalmente. Para avaliação dietética utilizou-se um questionário de consumo alimentar e um recordatório de 24 horas. 
Resultados: Através do IMC diagnosticaram-se altos índices de sobrepeso em ambos os sexos. O Recordatório de 24 horas revelou 
desequilíbrio no consumo dos macronutrientes e inadequação no consumo de micronutrientes. Baixas medianas de consumo 
calórico foram observadas em indivíduos com sobrepeso demonstrando possíveis sub-registros. No questionário de consumo, 
merece destaque o número insufi ciente de refeições e escolhas inadequadas à mesa, que se refl etem em défi cit de minerais e 
vitaminas constatados pelo Recordatório de 24 horas. Também chama atenção o elevado número de indivíduos com hiper-
tensão arterial. Conclusão: Devido à prevalência de obesidade, fator de risco para diversas doenças crônico não-transmissíveis, 
e tendo como agravantes hábitos alimentares inadequados e elevada prevalência de hipertensão arterial, importante redutor 
da qualidade e da expectativa de vida, recomendam-se intervenções nutricionais de profi ssionais capacitados.
Palavras-chave: estado nutricional, avaliação antropométrica, consumo alimentar.
Abstract
Objective: To evaluate the nutritional status and the alimentary habits of the employees of an urban transports company 
of the city of Ijuí/RS. Material and Methods: Th e nutritional status was evaluated through the following anthropometric 
methods: BMI, Waist Circumference, Waist-to-hip ratio and Cutaneous Tricipital Fold, using internationally standardized 
parameters. For dietary evaluation it was used a food consumption questionnaire and a 24-hour diary. Results: Th rough the 
BMI it was diagnosed high rates of overweight in both sexes. Th e 24-hour diary revealed lack of balance in the macronutrients 
consumption and unsuitability in the consumption of micronutrients. Low average of caloric consumption had been obser-
ved in overweight individuals, demonstrating possible sub-registers. Was observed defi ciency in the daily number of meals 
and inadequate choices at the table, with consequently deficit of minerals and vitamins. Also was observed high number of 
Recebido 14 de março de 2008; aceito 15 de janeiro de 2009.
Endereço para correspondência: Adriane Cervi Blümke, Rua Aristeu Pereira, 1217, Condomínio Burtet, Bairro Burtet 
98700-000 Ijuí RS, Tel: (55) 3332-6890. E-mail: adriblumke@yahoo.com.br
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Nutrição Brasil - março/abril 2009;8(2)
Introdução
Até o fi nal do século XIX, as doenças infecciosas 
e parasitárias e a fome endêmica persistiam entre os 
principais problemas de saúde pública, sendo res-
ponsáveis por elevadas taxas de mortalidade e pela 
baixa expectativa de vida das populações humanas. 
Porém, no decorrer do século XX, ocorreu uma ex-
pressiva melhora nas condições de vida do homem, 
tendo como conseqüência o aumento da expectativa 
de vida e a diminuição da mortalidade causada pela 
desnutrição e por doenças infecciosas e parasitárias. 
Em compensação, nas últimas décadas, houve um 
incremento na morbidade por doenças crônicas não-
transmissíveis, causadas principalmente por mudanças 
no hábito alimentar e agravadas pelos altos índices de 
obesidade [1].
Os hábitos alimentares estão em constante modifi -
cação. A variação no padrão alimentar é evidenciada por 
diversos estudos que comprovam a transição nutricional. 
Monteiro et al. [2] verifi caram redução no consumo de 
carboidratos complexos, de fi bras, vitaminas e minerais, 
na forma de frutas, verduras e legumes e incremento no 
consumo de alimentos ricos em ácidos graxos saturados, 
gorduras trans e açúcares simples, que contribuíram para 
o aumento do colesterol total, da glicose circulante e da 
densidade energética total ofertada. O maior consumo 
de açúcares, carnes, ovos, leite e derivados, citado por 
Mondini e Monteiro [3], é estimulado pela variabilidade 
de oferta de alimentos processados e industrializados. 
Na atualidade, muitas das atividades de lazer estão vei-
culadas ao consumo de alimentos altamente calóricos 
e pouco saudáveis, como os fast foods. Além disso, nos 
últimos anos, as mudanças na estrutura do trabalho 
e os avanços tecnológicos acarretaram na diminuição 
do dispêndio de energia, que aliada ao sedentarismo 
e as modifi cações na dieta compõem os principais 
fatores etiológicos da obesidade [4]. Conforme Castro 
et al. [5], vários autores correlacionaram características 
qualitativas e quantitativas da dieta e o sedentarismo 
com a ocorrência de enfermidades crônicas, entre elas 
as doenças cardiovasculares. Os hábitos alimentares 
apresentam-se como marcadores de risco para inúmeras 
doenças na medida em que o consumo elevado de açú-
cares e gorduras, somados ao baixo consumo de fi bras, 
participam da etiologia das dislipidemias, obesidade, 
diabetes e hipertensão.
Nesse contexto, a relevância de pesquisas epide-
miológicas na área da nutrição e saúde pública é indis-
cutível porque traça o perfi l nutricional das populações, 
o que auxilia para o desenvolvimento de estratégias de 
prevenção e promoção da saúde. Segundo Castro et 
al. [5], quando se conhece o perfi l de uma população, 
de um grupo ou de indivíduos, cria-se a possibilidade 
de elaborar estratégias direcionadas para atender as 
necessidades

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