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CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
1 
Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 
Aula 1: 
E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que 
sim, pois a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos 
estudar para o 11... não tem essa de se contentar com um 7 não. 
É isso aí, vamos lá. 
Sentidos (concepções) das Constituições: 
Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", 
nós veremos qual a resposta que um monte de gente (filósofos, 
juristas...), ao longo da história, deu para a pergunta: o que é na 
verdade essa tal de Constituição? 
Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, 
diversas pessoas tentaram definir o que seria uma Constituição, e de 
que forma esta se relacionaria com a sociedade. 
Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do 
que seria ou do que deveria ser uma Constituição. 
Basicamente temos 3 principais doutrinas: 
 
• Sentido sociológico � Ferdinand Lassale; 
• Sentido político � Carl Schimitt; 
• Sentido Jurídico � Hans Kelsen. 
 
 
Vocês são capazes de matar um monte de questão só decorando esse 
quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a gravar: 
 
Pulo do Gato: 
• Sentido SocioLógico � Ferdinand LaSSaLe; 
• Sentido políTico � Carl SchimiTT; 
• Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil... 
 
Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo 
esse blá-blá-blá, pois será útil no futuro: 
 
Sentido Sociológico: 
O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta 
observar os "fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o 
governo, o poder e etc. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
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Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada 
mais é do que a forma como a própria sociedade organiza o seu 
poder, as relações que estabelece entre governantes e governados e 
estes entre si. Desta forma, independente de haver ou não 
documento escrito, formalizando a Constituição, a Constituição 
existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com efeito, 
todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente 
falando. 
E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu 
livro “O que é uma Constituição? (A essência da Constituição)” 
(1864) que na verdade, a constituição seria um “fato social”, seria 
um evento determinado pelas forças dominantes da sociedade. 
Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes 
impedem a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que 
chamada de Constituição, que não tivesse qualquer poder, se 
tornando o que chamava de uma mera “folha de papel”. 
Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A 
“folha de papel” e a “Constituição Real”, esta era a soma dos 
fatores reais de poder, ou seja, a reunião de tudo aquilo que 
efetivamente mandava na sociedade. 
Assim, como a existência da Constituição independe de 
qualquer documento escrito, mas sim, decorre dos eventos 
determinantes da sociedade, Lassale dizia que todos os países 
possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história 
uma constituição real e efetiva. 
Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido 
SocioLógico � Lembrou de Ferdinand LaSSaLe. 
 
Sentido Político: 
Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta: 
Você sabe o que é "política"? 
Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito 
bem nos estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se 
preocupe, pois este é um dos institutos de conceito mais vago e 
diversificado que existem. 
Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max 
Weber, ao atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: 
Política seria o "conjunto de esforços feitos com vista a 
participar do poder ou a influenciar a divisão do poder 1(...)". 
 
1
 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2012. 
Pág. 130. 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 
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Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado 
como sendo "a função de coordenar os grupos ou indivíduos, 
com em vista de fins a serem atingidos, impondo a escolha 
dos meios adequados2". 
E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta 
facilitar a vida de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense 
em "organização" e "estratégia". Pois, algo político é aquilo que 
irá organizar alguma coisa (no caso do Estado, organizar seu poder, 
sua forma de aquisição e sua transmissão) com fins estratégicos 
(visando algo "macro", importante, com "visão de topo" e não 
meramente operacional). 
Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria 
pensar a Constituição como o diploma que estabelece as principais 
coisas organizatórias do Estado e seus direitos fundamentais. 
Qualquer outra coisa que não tiver esse caráter essencial 
(organizatório, estratégico) não será político, logo, não será 
constituição. 
Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político" 
(1932) era defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é 
fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso modo, 
significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e 
estabelece seus fins essenciais. Assim, só é constitucional aquilo 
que organiza o Estado e limita o Poder, o resto são meras "leis 
constitucionais". 
Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não 
era o importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e 
não à sua forma (conceito material de constituição). 
Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente 
abandonado, embasando a divisão doutrinária entre normas 
“materialmente constitucionais” (Ou seja, que possuem conteúdo 
próprio a uma Constituição) das normas apenas “formalmente 
constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de Constituição, porém 
possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental que uma 
Constituição deveria prever). 
Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico 
� lembrou de Carl SchimiTT 
 
Sentido Jurídico: 
Quando você pensa em jurídico, você pensa em que? 
posto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... 
Algo que está no mundo jurídico é algo que está na lei, está 
 
2
 idem. 
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normatizado. Assim, enxergar a Constituição em sentido jurídico é 
vê-la como uma norma, uma lei. Diga-se de passagem a lei máxima 
de um ordenamento jurídico. 
Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma 
grande Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era 
defensor do positivismo (o que importa é a norma escrita). Segundo 
seus ensinamentos, a Constituição é "norma pura", "puro dever 
ser". Isso significa que a Constituição (norma jurídica) tem origem 
nela própria, ela é criada baseando-se no que "deve ser" e não no 
mundo do "ser". Assim, o surgimento da Constituição não se apóia 
em qualquer pensamento filosófico, político ou sociológico. Tem-se 
um norma maior, uma norma pura, fundamental. 
Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans 
Kelsen, o que importa para ser Constituição é ter a forma de uma 
Constituição (conceito formal de constituição). Um texto que se 
coloque acima das demais normas, que só possa modificar-se por um 
processo rígido, complexo, e que deverá ser observado por todas as 
demais dentro de um ordenamento jurídico. 
O sentidojurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 
desdobramentos: 
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi 
imaginada antes de escrever seu texto. 
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, 
positiva, que efetivamente se formou e que servirá de base 
para as demais do ordenamento. 
Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento 
de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva. 
Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão 
Konrad Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra " 
A Força Normativa da Constituição" (1959), onde resgatou o 
pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou - disse que o 
pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia pecado em 
ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade. 
Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam 
reciprocamente influenciadas. Assim, Hesse versava justamente 
sobre este caráter impositivo que a Constituição teria de modificar a 
realidade social, já que ela seria um documento com força normativa, 
uma lei que não podia (pelo menos, não deveria) ser ignorada. 
 
Demais juristas e observações: 
J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição:
Canotilho dizia que a Constituição deve ser um plano que irá 
direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas 
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programáticas inseridas no seu texto. A CF/88 brasileira é exemplo 
de uma Constituição dirigentes, principalmente devido as diversas 
normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88, além de 
limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua 
atividade. 
Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da 
Constituição: Häberle dizia que as Constituições eram muito 
fechadas, pois eram interpretadas apenas pelos “intérpretes oficiais” 
– Os Juízes. Defendia, então, que todos os agentes que participam da 
realidade da Constituição deveriam participar também da 
interpretação constitucional. 
Quadro Esquemático: 
Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen 
Sentido ou 
concepção 
de 
Constituiçã
o 
Sentido Sociológico 
 
Dica: LaSSaLe - 
SocioLógico 
Sentido político 
 
Dica: SchimiTT - 
PolíTico 
Sentido Jurídico 
 
 
O que dizia: Obra: A Essência da 
Constituição - O que 
é uma Constituição? 
- 1864. 
Constituição é um 
fato social. 
Não adianta tentar 
colocar uma norma 
escrita, pois a 
constituição 
escrita = mera 
folha de papel a 
Constituição é 
formada pelas 
"Forças Dominantes 
da Sociedade" = 
soma dos fatores 
reais de poder. 
Asism para Lassale 
tinhamos 2 
constituições = a 
constituição real e a 
folha de papel. 
Obra: O conceito 
político - 1932 
A constituição é 
uma decisão 
política 
fundamental - 
"decisionimo". 
Por decisão política 
fundamental 
entende-se a 
decisão base, 
concreta que 
organiza o Estado. 
Assim, só é 
constitucional 
aquilo que 
organiza o Estado 
e limita o Poder, o 
resto são meras 
"leis 
constitucionais". 
 
 
 
Influência na 
Constituição da 
Áustria - 1920 
Contemporâneo e 
grande rival de 
Schimitt - defendia o 
"positivismo". 
conceito formal de 
constituição - tudo 
que está na 
constituição é capaz 
de se impor sobre o 
resto do ordenamento 
jurídico. 
A constituição tem 2 
sentidos: 
Lógico-jurídico: 
norma hipotética
(imaterial, pensada - 
como deveria ser) 
que serve base para o 
sentido Jurídico-
Positivo: 
Constituição 
efetiva, escrita, 
capaz de se impor 
sobre o resto do 
ordenamento. 
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Vamos fixar agora com algumas questões: 
 
• Questões da FCC: 
 
1. (FCC/PGE-MA/2003) A Constituição "como decisão política 
do titular do poder constituinte" é conceito atribuído a 
a) Sieyès. 
b) Kelsen. 
c) Montesquieu. 
d) Carl Schmitt. 
e) Ferdinand Lassalle. 
Comentários: 
Trata-se do conceito político de Constituição, defendido por "Carl 
Schimitt". 
Letra D. 
 
2. (FCC/Subprocurador - TCE-SE/2002) A conceituação de 
Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem 
nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma 
concepção de Constituição no sentido 
a) sociológico. 
b) jurídico. 
c) político. 
d) axiológico ou normativo. 
e) instrumental ou estrutural. 
Comentários: 
Lassale era o defensor do Conceito Sociológico. 
Letra A. 
 
3. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" 
comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa 
que associa corretamente frase, autor e sentido. 
a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os 
momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl 
Schmitt. Sentido político. 
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b) Constituição significa, essencialmente, decisão política 
fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a 
forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político. 
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no 
seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente 
pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean 
Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico. 
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os 
fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições 
escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam 
fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand 
Lassale. Sentido sociológico. 
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, 
conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e 
conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge 
Miranda. Sentido dirigente. 
Comentários: 
Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema. 
Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido 
sociológico de Lassale, já que para ele, não importava qualquer 
documento escrito para que um país possuísse Constituição. A 
Constituição real e efetiva seria marcada pelo somatório dos fatores 
reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais sempre 
existem e existiram em qualquer sociedade. 
Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de 
Lassale, que era a sociológica. 
Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas 
quem disse isso foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o 
Estado derivaria de um "contrato social", nada tem haver com sentido 
jurídico de Constituição. 
Letra D - Correto. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não 
exprimisse o pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera 
“Folha de Papel”. 
Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas 
obras de direito constitucional são de grande relevância. Porém o 
sentido dirigente é defendido por Canotilho, segundo este autor a 
Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do 
Estado, notadamente através das normas programáticas inseridas no 
seu texto. 
Gabarito: D. 
 
 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
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• Questões do CESPE: 
 
4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da 
Amazônia/2012) Consoante a concepção sociológica, a constituição 
de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, 
sendo, portanto, real e efetiva. 
Comentários: 
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado 
pela simples observação de como as forças dominantes da sociedade 
organizam o poder. Essa Constituição sociológica, que seria a própriarelação de poder, é a verdadeira Constituição, real e efetiva, a par de 
qualquer documento escrito. 
Gabarito: Correto. 
 
5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da 
Amazônia/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um 
país somente pode ser considerada legítima se de fato representar o 
efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que 
constituem o poder. 
Comentários: 
Isso mesmo, pouco importa a Constitução escrita para Lassale, o que 
importa é a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que 
dominam a sociedade. Para a Constituição escrita valer de alguma 
coisa, ela tem que refletir o poder social. 
Gabarito: Correto. 
 
6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, 
elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como 
sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de 
forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o 
ordenamento jurídico de determinada sociedade. 
Comentários: 
Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado 
pela simples observação de como as forças dominantes da sociedade 
organizam o poder. 
Gabarito: Correto. 
 
7. (CESPE/Analista-STF/2008) Considere a seguinte definição, 
elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso 
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES 
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da Silva ( Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, 
p. 41... ). A constituição é considerada norma pura. A palavra 
constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De 
acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental 
hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental 
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma 
positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras 
normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que 
essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido 
jurídico. 
Comentários: 
O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 
desdobramentos: 
1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi 
imaginada antes de escrever seu texto; 
2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, 
que efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do 
ordenamento. 
Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento 
de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva. 
Gabarito: Correto. 
 
8. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a 
CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório 
dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a 
CF não teria mais legitimidade. 
Comentários: 
Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
9. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido 
sociológico defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de 
uma decisão política. 
Comentários: 
Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a 
Constituição é fruto de uma decisão política é expressar o 
pensamento de Carl Schmitt (conceito político) e não de Lassale. 
Gabarito: Errado. 
 
10. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido 
sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois 
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refletiria a decisão política fundamental do titular do poder 
constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos 
individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais 
seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos 
de decisão política fundamental. 
Comentários: 
Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde 
teríamos de forma bem distinta: a Constituição, que seria formada 
pelas normas que organizam o Estado e limitam o poder estatal, e as 
demais normas que formariam meras "leis constitucionais" já que não 
veiculariam conteúdos essenciais a uma Constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
11. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido 
jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, 
política ou filosófica. 
Comentários: 
O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se 
origina na própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado 
puro "dever ser", ou seja, o mundo hipotético fruto do pensamento 
racional do ser humano, aquilo que o homem deseja para a 
organização do poder. O que importa no sentido jurídico é a 
formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser 
superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as 
outras, ser a norma fundamental do ordenamento, independente do 
assunto tratado. Desta forma, não há qualquer fundamentação 
sociológica, política ou filosófica já que a Constituição é normativa e 
não um mero convite aos poderes públicos. 
Gabarito: Correto. 
 
12. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui 
diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é 
norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das 
leis naturais, considera-se um conceito próprio do sentido 
a) culturalista. 
b) sociológico. 
c) político. 
d) filosófico. 
e) jurídico. 
Comentários: 
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O enunciado mostra o pensamento de Hans Kelsen, que defendia o 
conceito jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que 
tem origem nela mesma, sem se prender a qualquer fundamentação 
sociológica, política ou filosófica. 
Letra E. 
 
13. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o 
princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad 
Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em 
seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem 
existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF 
deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo 
apenas determinada pela realidade social, mas determinante em 
relação a ela. 
Comentários: 
Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o 
flexibilizou, dizia que Lassale havia pecado em ignorar a força que a 
Constituição possuía de modificar a sociedade. Desta forma, a norma 
constitucional e a sociedade seriam reciprocamente influenciadas. 
Gabarito: Correto. 
 
14. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força 
normativa da constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista 
alemão Konrad Hesse -, a constituição tem força ativa para alterar a 
realidade, sendo relevante a reflexão dos valores essenciais da 
comunidade política submetida. 
Comentários: 
É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que 
a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria 
um documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo 
menos, não deveria) ser ignorada. 
Gabarito: Correto. 
 
15. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o 
princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os 
aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões 
jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto 
constitucional. 
Comentários: 
Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da 
Constituição, pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da 
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Constituição, onde a constituição real era aquela formada pelos 
fatores reais de poder da sociedade, dizia que a constituição poderia 
ser completamente ignorada pela sociedade.A força normativa da 
Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da doutrina 
positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando 
os ensinamentos de Hans Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão 
Peter Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores 
reais de poder que regulamentam a vida nessa sociedade. 
Comentários: 
Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato 
da interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da 
sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt, 
considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu 
na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em 
que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano 
jurídicopositivo, ou seja, a norma positivada. 
Comentários: 
O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era 
Hans Kelsen e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político. 
Gabarito: Errado. 
 
18. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade 
aberta dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, 
propõe que a interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida 
por todos aqueles que vivem a norma, devendo ser inseridos no 
processo de interpretação constitucional todos os órgãos estatais, os 
cidadãos e os grupos sociais. 
Comentários: 
Exato. Era isso que pregava Härbele. 
Gabarito: Correto. 
 
• Questões da ESAF: 
 
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19. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da 
corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não 
há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente 
organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja; 
por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva, 
mas as Constituições escritas. 
Comentários: 
Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista, 
porém, a Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava 
preocupado apenas com o conteúdo das normas - conceito material 
de constituição. 
Gabarito: Errado. 
 
20. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição 
é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da 
unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente 
interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta 
perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras. 
Comentários: 
Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de 
Lassale. Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria 
um evento determinado pelas forças dominantes da sociedade. 
Gabarito: Errado. 
 
21. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Para Hans 
Kelsen, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do processo 
de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido 
lógico-jurídico. 
Comentários: 
A norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade que 
legitima a feitura da norma jurídico-positiva. 
Gabarito: Correto. 
 
22. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em 
seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade 
entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, 
uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão 
política fundamental do Estado. 
Comentários: 
Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a 
formalidade. Assim, não podemos dizer que a Constituição equivaleria 
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às leis constitucionais, estas seriam apenas aquelas normas 
presentes no corpo constitucional mas que não tratariam das 
matérias essencialmente constitucionais. 
Gabarito: Errado. 
 
23. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político 
pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade 
das normas constitucionais positivas. 
Comentários: 
O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl 
Schimitt, onde a Constituição seria o fruto de uma “decisão política 
fundamental”, pouco importava a forma, o que importava na verdade 
era a matéria tratada que deveria englobar a “organização do Estado” 
+ “Direitos Fundamentais”. A fundamentação de validade das normas 
constitucionais positivas refere-se a concepção lógico-jurídica de 
Kelsen. 
Gabarito: Errado. 
 
24. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) A concepção de 
constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em 
comum com a concepção de constituição defendida por Ferdinand 
Lassale, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores históricos, 
políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força 
normativa da constituição. 
Comentários: 
Konrad Hesse, na verdade, flexibilizava Lassale, não o negava. Havia 
pontos em comum entre as duas teorias. 
Gabarito: Errado. 
 
• Questões de outras bancas: 
 
25. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) No sentido 
sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Ferdinand 
Lassale é a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma 
sociedade, e no sentido político, segundo Carl Schimitt, é a decisão 
política fundamental, fazendo distinção entre Constituição e leis 
constitucionais; 
Comentários: 
Perfeita a assertiva. Trouxe com exatidão o pensamento de Lassale e 
Schimitt. 
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Gabarito: Correto. 
 
26. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Para Hans 
Kelsen a concepção de Constituição tem dois sentidos: lógico - 
jurídico, que equivale à norma positiva suprema, ou seja, conjunto de 
normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu 
mais alto grau, e jurídico - positivo, que significa norma fundamental 
hipotética; 
Comentários: 
A questão quase trouxe o pensamento de Kelsen. Porém, ela inverteu 
o que seria a norma em sentido lógico-jurídico (norma hipotética) 
com o sentido jurídico-positivo (norma suprema positiva). Por isso 
ficou incorreta. 
Gabarito: Errado. 
 
27. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção 
de Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de 
uma sociedade", advém de um conceito de índole 
a) política, empregada originalmente por Michel Temer. 
b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale. 
c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen. 
d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva. 
e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho. 
Comentários: 
O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real. 
É o pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico. 
Letra B. 
 
28. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a 
constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm 
origem nos chamados fatores reais de poder predominantes em 
determinada época e lugar. 
Comentários: 
Esse conceito é o sociológico e não o político. 
Gabarito: Errado. 
 
29. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido 
sociológico, a constituição é o fruto de uma decisão política 
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fundamental acerca do modo e da forma da unidade política onde 
surgiu. 
Comentários: 
Esse é o conceito político e não o sociológico. 
Gabarito: Errado. 
 
30. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as 
referências abaixo acerca dos conceitos de Constituição: 
I. Constituição no sentido lógico-jurídico. 
II. Constituição no sentidojurídico-positivo. 
III. Constituição como decisão política fundamental. 
Faça a correlação com as referências a seguir: 
( A ) Significa a norma fundamental hipotética. 
( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e 
fundamental advinda da unidade política, e identificável pelo núcleo 
de matérias que lhe são próprias e inerentes. 
( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas 
abaixo, marque aquela que expressa a relação correta entre as 
referências acima: 
a)(I-C);(II-A);(III-B). 
b)(I-A);(II-B);(III-C). 
c)(I-A);(II-C);(III-B). 
d)(I-B);(II-C);(III-A). 
e)(I-B); (II-A);(III-C). 
Comentários: 
O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e 
no Jurídico-Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial, 
pensada - como deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-
Positivo, que é Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre 
o resto do ordenamento. 
Assim temos I-A e II-C 
A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B 
Gabarito: Letra C. 
 
31. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais 
de poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na 
teoria de Carl Schmitt. 
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Comentários: 
Os fatores reais de poder caracterizam o sentido sociológico de 
Lassale. 
Gabarito: Errado. 
 
32. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) para Hans Kelsen, apesar 
de um caracterizar-se por um dever-ser, a Constituição exige uma 
fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
Comentários: 
Para Hans Kelsen a Constituição não possuía qualquer fundamentação 
sociológica, política ou filosófica. 
Gabarito: Errado. 
 
33. (OAB-DF/OAB-DF /2004) A concepção sociológica de 
Constituição indica que a Carta Magna: 
a) é a decisão política fundamental do Estado, contendo normas 
fundamentais, tais como estrutura do Estado, organização do Poderes 
e direitos fundamentais; 
b) é a norma hipotética fundamental, ou seja, o vértice do 
ordenamento jurídico; 
c) é a soma dos fatores reais de poder, de nada valendo o texto 
escrito quando contrário a tais fatores; 
d) é o resultado de um processo de interpretação conduzido à luz da 
publicidade, ou seja, pelos intérpretes da sociedade aberta e 
pluralista. 
Comentários: 
A letra A traz o sentido político. 
A letra B traz o conceito lógico-jurídico, de Kelsen. 
A Letra C é o conceito sociológico. 
A Letra D traz o pensamento de Peter Härbele. 
Gabarito: Letra C. 
 
34. (OAB-DF/OAB-DF/2006 - Adaptada) A concepção 
sociológica de constituição, de Ferdinand Lassale, e a concepção de 
constituição de Konrad Hesse têm em comum o reconhecimento de 
que as condições sócio-políticas e econômicas têm influência na força 
normativa da Constituição; 
Comentários: 
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Perfeita correlação dos pensamentos. Hesse reconhecia tal fato que já 
era pregado por Lassale, mas inovou ao dizer que a Constituição 
também teria o seu papel em moldar a sociedade, sendo uma 
influência recíproca. 
Gabarito: Correto. 
 
Poder Constituinte: 
GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os 
termos tem um origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a 
isso, mais fácil a vida de vocês será facilitada. 
Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou 
modificar aquilo que está escrito como "Constituição". 
Espécies: 
O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide 
basicamente em 2: originário e derivado. 
Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder 
originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a 
toda a ordenação estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, 
fazendo surgir a Constituição. Ele pode também ser chamado de 
poder constituinte de primeiro grau. 
O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder 
constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que 
foram anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não 
foram inicialmente previstas, é o chamado poder constituinte de 
segundo grau. 
De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes 
constituintes (sempre um único originário e o resto derivando dele): 
1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, 
um poder político (organizador). Todos os outros são poderes 
jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já estão 
na ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico". 
2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas 
constitucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a 
alteração formal de seu texto. (CF, art. 60). 
3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para 
se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e 
depois se extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível 
instabilidade política causada pela nova Constituição (instabilidade 
esta que não ocorreu). O poder , então, manifestou-se em 1994, 
quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso 
acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina. 
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O procedimento de revisão constitucional era um procedimento 
bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT). 
4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem 
para elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da 
autonomia estatal chamada de "auto-organização". 
OBS. A criação pelos Municípios de suas "leis orgânicas 
municipais" não é considerada como fruto deste poder 
constituinte decorrente, já que a lei orgânica não possui 
aspecto formal de constituição e sim de uma lei ordinária, embora 
materialmente seja equiparada a uma Constituição. No entanto, 
alguns doutrinadores costumam dizer que se trata de um "poder 
constituinte de terceiro grau". 
5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se 
promover a mutação constitucional. Mutação constitucional é a 
alteração do significado das normas constitucionais sem que seja 
alterado o texto formal. Ela se faz através das novas 
interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. 
Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da 
Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a 
estrutura do texto, mas somente a sua interpretação. 
 
Poder Constituinte Originário X Derivado: 
O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido 
pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o 
terceiro Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa. 
Assim, segundo o abade, decorreria da soberania que a nação possui 
para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, temos 
que o povo é o titular da soberania (poder supremo que é exercido 
pelo Estado nos limites de um determinado território, sem que se 
reconheça nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência 
disso, também será o titular do poder constituinte originário, que é a 
expressão desta soberania. 
Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder 
político, ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à 
ordem jurídica. Assim, ele é o poder que organiza o Estado. Quando 
se faz uso do poder constituinte originário está se organizando o 
Estado e assim criando a ordem jurídica. Dentro desta ordem jurídica 
estará também instituindo-se os demais poderes constituintes 
(revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão 
chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e 
retiram o seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. 
Tais poderes não são mais poderes iniciais,mas sim derivados. 
Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da 
Constituição. Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO 
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nos limites do texto constitucional. Na CF brasileira, os encontramos 
nos seguintes dispositivos: 
Reformador - CF, art. 60; 
Revisor - CF, ADCT, art. 3º; 
Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11. 
Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente 
dela, reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder 
que os órgãos políticos possuem de direcionar o Estado, 
interpretando a Constituição. 
 
Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário: 
O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode 
ser considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar 
origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando sua 
manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem política e 
jurídica em um Estado já existente). 
Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu 
titular, e é na vontade desse povo que se deve instituir a nova 
ordem, muitas vezes esse poder é usurpado pelo governante. Na 
história, então, vemos que este poder tem sido manifestado das 
seguintes formas: 
• Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião 
de legitimados pelo povo para que se elabore um texto 
constitucional. 
• Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até 
então vigente, para que se institua uma nova ordem 
constitucional. 
• Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova 
Constituição (ou Carta Constitucional) de observância 
obrigatória para o povo, sem que este se manifeste. 
• Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a 
Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional 
através de um referendo. Desta forma, não obstante ser um 
Constituição outorgada, temos a participação popular para que 
entre em vigor. 
 
Titular do Poder X Exercente do Poder: 
É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, 
achando que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de 
legitimados, ela tomaria para si a titularidade. 
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O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, 
poder para organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é 
apenas o exercente deste poder do povo, que é permanente, não se 
esgotando com a feitura da Constituição. Já que se o povo perceber 
que aquela ordem constitucional não é mais válida para seus anseios, 
poderá dissolvê-la e instituir uma nova. 
 
Poder Constituinte Supranacional: 
Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do 
poder constituinte supranacional, aquele que transcenderia às 
fronteiras de um Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria 
uma Constituição única para ordenar politicamente e juridicamente 
diversos Estados, como se tentou, sem sucesso, na União Européia. 
 
Características do PCO e suas definições: 
1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui 
todos os outros poderes; 
2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento 
jurídico; 
3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma 
limitação material ao seu exercício (é o que diz a corrente 
positivista adotada pelo Brasil). Uma parte da doutrina que resgata 
o pensamento "jusnaturalista" diz que o PCO deve ser limitado 
pelos direitos humanos supranacionais. Porém, para fins de 
concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione 
expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota 
majoritariamente a corrente positivista. 
Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela 
corrente positivista, existe historicamente nas Constituições 
(de países democráticos) um respeito dos princípios básicos 
como o da dignidade da pessoa humana e da justiça. A diferença é 
que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma obrigação 
instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas um 
bom senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência 
lógica do regimes que se pretendem instituir. 
4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder. 
5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal
pré-estabelecido para que ele se manifeste. 
6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu 
exercício. 
 
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Atenção: Cada característica possui a sua exclusiva 
definição. Não se pode definir a uma certa característica 
usando a definição de outra. 
Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é 
ilimitado, pois não se sujeira a nenhum procedimento pré-
estabelecido de manifestação". É errado pois definiu "ilimitado" 
com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum em 
concursos. 
 
Características dos Poderes Derivados (em especial o 
reformador) e suas definições 
1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem 
jurídica. 
2- Derivado – Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO. 
3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito 
estabelecido pelo art. 60 
4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela 
Constituição. 
 
Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário: 
1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior. 
Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova 
constituição revoga completamente todas as normas da constituição 
anterior. Desta forma, não é aceito no Brasil a chamada "teoria da 
desconstitucionalização". A teoria da desconstitucionalização defende 
que as normas constitucionais anteriores, que não fossem 
conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, continuando 
assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis 
ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da 
desconstitucionalização" só deverá ser marcada como correta no 
concurso caso se fale em "doutrina minoritária". 
 
2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível 
materialmente. 
Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando 
mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com status 
inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis 
que forem compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição 
serão recebidas por esta e continuarão a viger, independente de sua 
forma. É uma face do princípio da conservação das normas e da 
economia legislativa. 
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Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu 
conteúdo material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN 
(lei nº 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da 
CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei 
complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria 
tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos 
neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo 
contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando 
apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a 
recepção parcial é perfeitamente válida. 
Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em 
recepção é o fato que só podem ser recepcionadas normas que 
estejam em vigor no momento do advento da nova constituição, 
assim, normas anteriores já revogadas, anuladas, ou ainda em 
vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a publicação da 
lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser recepcionadas. 
As normas que não forem recepcionadas serão consideradasrevogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois 
para que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve 
nascer com algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil 
a tese da "inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para 
ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não 
nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá 
durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no 
máximo, revogada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- Produção de efeitos com retroatividade mínima. 
Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, 
será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior 
à entrada em vigor. 
Nova CF que proíbe a 
matéria "A" 
CF que permite 
matéria "A" 
Lei que trata da 
matéria "A" Revogação - não se pode falar 
em inconstitucionalidade 
superveniente. Para ser 
inconstitucional tem que fazer a 
averiguação da compatibilidade em 
face da CF do momento que foi 
criada. 
 
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Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são 
dotadas de retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma 
retroatividade mínima, já que só retroagem para alcançar os efeitos 
futuros dos casos passados. A doutrina divide os efeitos da 
retroatividade das normas, geralmente em 3 modos: 
• Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já 
consolidados. Ex. As prestações que já venceram e que já 
foram pagas. 
• Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se 
estes estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já 
vencidas mas que não foram pagas. 
• Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas 
os efeitos futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. 
Essa é a teoria adotada no Brasil. Ex. As prestações que ainda 
irão vencer. 
Importante salientar que: esta é a regra que acontece 
caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o 
PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir 
completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto. 
 
Para explicar e exemplificar essa produção de efeitos: 
Existem basicamente 2 coisas: retroatividade e irretroatividade. 
Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do 
passado. É irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra 
frente, e somente para o que for acontecer daqui pra frente. 
Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que 
está no passado, ou que veio do passado. 
Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um 
contrato de compra de algo, com pagãmente feito em 
parcelamentos): 
1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do 
contrato e as parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e 
acabou!). 
2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que 
venceram no passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se 
consumaram). 
3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem 
venceram, vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado 
no passado). 
Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o 
caso 2 é média e o 3 é mínima. 
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Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um 
contrato firmado, pendente do pagamento de parcelas. 
Se � estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de 
esse contrato ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de 
sofrer qualquer modificação, seja no seu teor ou seja nas parcelas 
decorrentes dele. 
 
Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de 
efeitos com retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao 
salário mínimo” – CF, art. 7º, IV. 
Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de 
pensões e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. 
Assim, no momento da vigência da norma constitucional, era 
necessário modificar a maneira de calculá-las, pois a norma é de 
aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de calcular o 
benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já 
foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos 
mas não foram. Vai valer somente para os próximos proventos. 
Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois 
estamos falando de um benefício que tem o seu início no passado e 
será atingido pela nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os 
novos vencimentos continuariam sendo pagos com a vinculação 
anterior estabelecida em número de salários mínimos e não é isso 
que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em seus 
“efeitos futuros”. 
 
Reforma Constitucional: 
Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está 
condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver 
quais são as condições e limitações ao seu exercício: 
Iniciativa da Emenda 
Constitucional de Reforma
(CF, art. 60) 
A Constituição poderá ser 
emendada mediante proposta: 
1. De pelo menos 1/3 dos 
Deputados ou Senadores; 
2. Do Presidente da 
República; 
3. De mais da metade das 
Assembléias Legislativas das 
unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma 
delas, pela maioria relativa de 
seus membros. 
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Obs. Maioria relativa = maioria 
simples (mais da metade dos 
votos dos presentes); 
Limitação circunstancial 
(CF, art. 60 §1º) 
 
A Constituição não poderá ser 
emendada na vigência de 
intervenção federal, de 
estado de defesa ou de estado 
de sítio. 
Limitação Procedimental 
(CF, art. 60 §2º) 
 
A proposta será discutida e 
votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se 
aprovada se obtiver, em ambos, 
3/5 do votos dos respectivos 
membros. 
Promulgação 
(CF, art. 60 §3º) 
 
A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da 
Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, com o respectivo 
número de ordem. 
Limitação Material Expressa 
(Cláusulas Pétreas Expressas) 
(CF, art. 60 §4º) 
 
Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a 
abolir: 
1. a forma federativa de 
Estado; 
2. o voto direto, secreto, 
universal e periódico; 
3. a separação dos 
Poderes; 
4. os direitos e garantias 
individuais. 
Obs. Entende-se que não se 
pode sequer reduzir o alcance 
destas matérias, mas observe 
que elas não são imutáveis, pois 
poderá ser mexido no caso de 
aumentar o poder de alcance 
delas. 
Obs2. Voto obrigatório não é 
cláusula pétrea, apenas o fato de 
ser direto, secreto, universal e 
periódico. 
Limitação Material Implícita 1. o povo como titular do 
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(Cláusulas Pétreas Implícitas) 
(Reconhecidas pela doutrina e 
jurisprudência) 
 
poder constituinte; 
2. o poder igualitário do 
voto. 
3. o próprio art. 60 (que 
estabelece os procedimentos 
de reforma); 
Princípio da irrepetibilidade 
(Limitação Formal) 
(CF, art. 60 §5º) 
 
A matéria constante de proposta 
de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
Obs2. Não confunda sessão 
legislativa (anual) com legislatura 
(período de 4 anos). 
Limitação Temporal A limitação temporal ocorre 
quando somente depois de 
decorrido certo lapso temporal a 
Constituição poderá ser 
reformada. 
A CF/88 não estabeleceu 
nenhuma limitação temporal, 
mas, tal limitação pode ser 
encontrada em Constituições de 
outros países. 
 
Demais considerações: 
• Veja que a forma republicana não foi protegidapela Constituição 
de 1988 como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas 
um princípio sensível, aquele que se não for respeitado ensejará 
uma “intervenção federal”. O entendimento sobre isso não é 
unânime, algumas doutrinas reconhecem a forma republicana 
como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada ao “voto 
periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se 
não houver abertura na questão para os pensamentos 
doutrinários, deve-se indicar que a república não é uma cláusula 
pétrea. 
• Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos 
e garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da 
CF, estando espalhados ao longo dela. 
• Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é 
o que chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é 
vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, 
desprotegendo as matérias gravadas como pétreas, e depois 
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edite outra emenda extinguindo as cláusulas. Alguns entendem 
que essa vedação de modificação do art. 60 seria absoluta, não 
podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, nem 
dificultando o processo. 
 
Revisão Constitucional: 
CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada 
após 5 anos, contados da data de promulgação da CF, pelo 
voto da maioria absoluta dos membros do Congresso 
Nacional em sessão unicameral. 
Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, 
mas, percebe-se que foi um procedimento mais simples 
(bastava maioria absoluta em sessão unicameral, enquanto 
as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas Casas), porém, após o 
uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não podendo mais ser 
utilizado e nem se pode por EC criar outro similar. 
 
 
Mutação Constitucional: 
É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do 
significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto 
formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas 
principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação 
provoca a alteração informal da Constituição. É fruto do Poder 
Constituinte Derivado Difuso. 
Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a 
norma está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, 
igualzinho, o que se muda é apenas a forma de interpretá-lo. 
Exemplo: 
CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade(...). 
Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma 
leitura "seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro 
que decidisse fixar o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às 
inviolabilidades ali previstas. Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve 
ser entendido como "todo estrangeiro que estiver em território 
brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim o 
estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos direitos 
individuais. 
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Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o 
dispositivo continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma 
interpretação expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles 
direitos. 
 
Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte 
Derivado Decorrente: 
O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo 
da auto-organização estadual. Este poder como sabemos não é 
ilimitado, precisa observar certos princípios (que serão visto em 
pormenores posteriormente). São eles: 
� Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, 
VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão 
ensejar a intervenção federal. 
� Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são 
aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria 
federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as 
diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das 
investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de 
"princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da 
federação, de forma comum. 
Simetria federativa seria "espelhar" em cada esfera da 
federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) 
aqueles princípios básicos, que podem ser estendidos. Por 
exemplo: Aquilo que cabe ao Presidente da República em âmbito 
federal, caberá ao Governador no âmbito estadual, e ao Prefeito no 
âmbito municipal (observados, obviamente, certas peculiaridades e 
limites). 
� Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão 
expressamente ou implicitamente no texto da Constituição 
Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro. 
 
• Questões da FCC 
 
35. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder 
Constituinte, é INCORRETO afirmar: 
a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um 
novo Estado, organizando-o e criando os poderes que o regerão. 
b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, 
seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de 
qualquer Constituição posterior. 
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c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica 
constitucional, é ilimitado, subordinado e condicionado. 
d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia 
político-administrativa e respeitando as regras estabelecidas na 
Constituição Federal, autoorganizam-se por meio de suas 
constituições estaduais estão exercitando o chamado Poder 
Constituinte derivado decorrente. 
e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte 
pertence ao povo, que, entretanto, não detém a titularidade do 
exercício do poder. 
Comentários: 
Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o 
poder inicial, criador. 
Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há 
manifestação de poder constituinte. Segundo a doutrina o poder 
constituinte pode ser considerado histórico (quando sua manifestação 
ocorre para dar origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando 
sua manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem 
política e jurídica em um Estado já existente). 
Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado, 
porém ele é “limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva. 
Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados 
possuem para se autoorganizarem, criando suas constituições. 
Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o 
exercício do Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce 
é a Assembléia Constituinte que elabora uma Constituição tendo 
como finalidade os anseios do Povo. 
Gabarito: Letra C. 
 
36. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é 
subdivido em: 
a) inicial e incondicionado. 
b) inicial e ilimitado. 
c) autônomo e incondicionado. 
d) reformador e decorrente. 
e) autônomo e ilimitado. 
Comentários: 
Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado 
pede "subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra 
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D, traz espécies de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem 
características... daí ser muito importante atentar ao enunciado. 
Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, 
todas as letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do 
PCO e não do PCD. 
Gabarito: Letra D. 
 
37. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte origináriocaracteriza-se por ser: 
a) autônomo e condicionado. 
b) reformador e decorrente. 
c) condicionado e decorrente. 
d) inicial, ilimitado e reformador. 
e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado. 
Comentários: 
E aí, pessoal? tá fácil ou não? 
Letra A - Errada. Ele é incondicionado. 
Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD. 
Letra C - Vou nem comentar. 
Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do 
Derivado (PCD). 
Letra E - Agora sim... 
Gabarito: Letra E. 
 
38. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a 
seguir a respeito do Poder Constituinte: 
I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte 
classifica-se em originário e derivado. 
II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às 
regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição. 
III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado. 
IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder 
Constituinte derivado. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
a) I e IV. 
b) I e III. 
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c) II e IV. 
d) III e IV. 
e) IV. 
Comentários: 
I - Correto. Exatamente o que vimos. 
II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a 
regras procedimentais de manifestação. 
III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de 
certas matérias. 
IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do 
chamado Poder Constituinte Derivado Reformador. 
Gabarito: Letra A. 
 
39. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder 
Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que 
a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto 
constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade. 
b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer 
procedimento determinado para realizar sua obra de 
constitucionalização. 
c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma 
prefixada para manifestar sua vontade. 
d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. 
e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da 
ordem jurídica. 
Comentários: 
Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e 
incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos 
da Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, 
anterior a ela. 
Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao 
"procedimento formal de manifestação", ou seja, a inexistência de 
forma, ou rito, pré-estabelecido para se manifestar. 
Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro 
poder anterior a ele. 
Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar 
de qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois 
não deriva nem se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é 
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incondicionado pelo fato de que o procedimento para se manifestar é 
livre, não há qualquer rito pré-estabelecido para a sua manifestação. 
Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte 
originário é pelo fato de que ele dá início ao novo ordenamento 
jurídico e faz isso através da Constituição: a base da ordem jurídica. 
Gabarito: Letra A. 
 
40. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder 
constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado). 
Comentários: 
A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-
membros possuem para se auto-organizarem. 
Gabarito: Correto. 
 
41. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que 
diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que 
a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas 
básicas de expressão desse Poder. 
b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o 
povo ou a nação é seu exercente. 
c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em 
nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição. 
d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de 
outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral. 
e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e 
o Executivo, auxiliados pelo Judiciário. 
Comentários: 
Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do 
PCO. 
Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a 
assembléia é mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome 
do povo. 
Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram 
essa...! Não foi? 
Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou 
melhor da "Carta"! 
Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa 
era pra todo mundo rabiscar logo de cara. 
Gabarito: Letra C. 
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42. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte 
denominado originário pode se manifestar por meio de emendas 
pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente 
(Certo/Errado). 
Comentários: 
Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá 
início ao ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-
lo serão poderes derivados. 
Gabarito: Errado. 
 
43. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder 
constituinte originário, pode-se afirmar: 
a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria 
política, filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que 
dispõe, de maneira derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua 
organização e os direitos e garantias fundamentais. 
b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda 
num poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito 
positivo e decorrentes da natureza humana e da própria idéia de 
justiça da comunidade. 
c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição 
escrita, tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel 
de Sieyès que alguns meses antes da Revolução Francesa publicou 
um panfleto intitulado "A Essência da Constituição". 
d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução 
constitucional, onde o texto poderá ser modificado através de regras 
e limites jurídicos contidos na norma hipotética fundamental 
idealizada por Hans Kelsen. 
e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais 
impositivas como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de 
grupos particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta 
advinda da idéia de direito da comunidade e de sua tradição cultural. 
Comentários: 
PÁRA TUDO!!! 
Mandamento nº1 do concurseiro no dia da prova: Não se 
desespere!!! Você é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com 
que você não se classifique no concurso, esse alguém é você mesmo, 
ou melhor, o seu nervosismo... então CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e 
FRIEZA! 
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Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e 
pelo menos em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui 
trabalhando para isso, para levá-los ao 11... ops.. ao 10! 
Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só 
importa uma coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira 
“derivada”, pois ele é o inicial, originário na ordem jurídica. 
Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do 
positivistas. Para os positivistas, que pregam somente a força da 
norma que está instituída, não há o que se falar em fundamentos de 
direito natural. Esse direitonatural, de caráter supranacional, que 
estaria limitando a ordem jurídica é pregado pelos jusnaturalistas e 
ignorado pelos positivistas. 
Letra C - Errado. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de 
Siéyès foi “O que é o terceito Estado?”. “A Essência da Constituição” 
foi a obra de Ferdinand Lassale que pregava a Constituição como 
sendo um fato social, sendo definida pelas forças dominantes da 
sociedade. 
Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte 
Derivado e não ao originário. 
Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações, 
mas em "implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre. 
Mas, embora uma Constituição possa sofrer influência e pressões 
políticas e econômicas das forças dominantes da sociedade, é o povo 
que a legitimará, devendo então prever os preceitos que irão reger o 
convívio em sociedade e levar em consideração as tradições e 
culturas presentes no Estado. Correta a questão. 
 
44. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) 
Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie 
normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual 
Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido 
diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto 
material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei 
ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como 
desconstitucionalização (Certo/Errado). 
Comentários: 
Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito 
brasileiro, já que o advento de uma nova Constituição promove a 
revogação de todas as normas de natureza constitucional da 
Constituição anterior, não havendo o que se falar em “rebaixamento 
de status” de normas anteriores através de desconstitucionalização. 
O que se aproveita são unicamente as normas que não possuem 
status constitucionais que, se compatíveis materialmente, 
continuarão válidas pela chamada teoria da recepção. 
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Gabarito: Errado. 
 
45. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder 
Constituinte Reformador: 
a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas 
Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do 
Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos 
respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente 
da República. 
b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as 
Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas 
unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal. 
c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, 
como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do 
Congresso Nacional, em sessão unicameral. 
d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo 
disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação 
popular por meio de referendo. 
e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a 
Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal, 
estado de sítio e estado de defesa. 
Comentários: 
Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda 
constitucional. Após a sua aprovação ela será promulgada pelas 
Mesas das Casas Legislativas do Congresso Nacional. 
Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o 
"Decorrente" e não o "Reformador". 
Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" 
e não da "reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a 
revisão constitucional era feita em turno único e não em "dupla 
votação". 
Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso. 
Letra E - Correta. As limitações circustanciais estão no §1º do art. 60, 
quando diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência 
de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
Gabarito: Letra E. 
 
 
• Questões do CESPE: 
 
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46. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é 
autônomo e tem natureza préjurídica. 
Comentários: 
Isso aí, é originário pois dá origem a todos os outros e trata-se de um 
poder político, é préjurídico pois é o próprio instituidor da ordem 
jurídica. 
Gabarito: Correto. 
 
47. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor 
não está vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um 
poder condicionado. 
Comentários: 
O Poder Constituinte Originário é o instituidor de todos os demais 
poderes da ordem jurídica, inclusive o revisor que, por este motivo, 
tem em seu nome a palavra "derivado", pois deriva do originário, 
sendo a ele condicionado, devendo respeitar todos os procedimentos 
estabelecidos. 
Gabarito: Errado. 
 
48. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às 
assembleias legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder 
constituinte derivado decorrente. 
Comentários: 
Expressamente, a Constituição atribuiu somente às Assembléias 
Legislativas Estaduais tal poder, fez isso, principalmente no ADCT, 
art. 11, quando dispôs: "Cada Assembleia Legislativa, com poderes 
constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um 
ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os 
princípios desta". 
Já as Câmaras Municipais não foram mencionadas pela CF ao falar de 
Poder Constituinte Decorrente, sendo que alguns doutrinadores 
sequer consideram os municípios possuidores de Poder Constituinte, 
já que não possuem constituições formais. 
Gabarito: Errado. 
 
49. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As 
denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma 
estão exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 
(CF). 
Comentários: 
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Existem também outras limitações materiais (cláusulas pétreas) que 
estão implícitas, a par daquelas dispostas na CF. Assim, não é um rol 
exautivo. Como exemplo, podemos citar: 
• o povo como titular do poder constituinte; 
• o poder igualitário do voto. 
• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de 
reforma); 
Gabarito: Errado. 
 
50. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não 
pode criar cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o 
catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder constituinte 
originário. 
Comentários: 
Isso aí... ele não pode criar cláusulas pétreas pelo fato do art. 60 da 
Constituição ser uma cláusula pétrea implícita, sendo vedado que 
seja modificado a fim de tornar a reforma constitucional mais fácil ou 
mais difícil. O catálogo de direitos fundamentais possui várias 
cláusulas pétreas como por exemplo o art. 5º e o voto direto, 
secreto, universal e periódico, embora nenhum desses temas 
protegidos possam ser abolidos ou reduzidos, eles podem ser 
ampliados ou fortalecidos. 
Gabarito: Correto. 
 
51. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não 
admite a denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações 
materiais ao poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF. 
Comentários: 
Existem limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas, 
a par daquelas dispostas na CF. Como exemplo: 
• o povo como titular do poder constituinte; 
• o poder igualitário do voto. 
• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de 
reforma); 
Gabarito: Errado. 
 
52. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, 
assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas 
normas no ADCT, admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência 
do controle de constitucionalidade. 
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