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1 
 
 
 
 
 
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2 
Dos Crimes o Patrimônio 
 
Art. 155 - Furto 
Furto 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: (simples) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (crime de médio potencial ofensivo). 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. (majorado) 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela 
de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. (privilegiado) 
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. 
Furto qualificado 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: (qualificado) (crime de elevado 
potencial ofensivo). 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior. (qualificado) (crime de elevado potencial ofensivo). 
§ 6
o
 A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, 
ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.  Lei nº 13.330/16 
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou 
de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.  (Lei nº 
13.654/18) 
 
Objetividade Jurídica 
O patrimônio de forma ampla. 
 
Desta forma, o patrimônio seria um gênero que abarcaria as espécies propriedade, posse e a detenção*. 
 
Conceito de propriedade (art. 1.228 do Código Civil). 
 
“O proprietário tem o direito de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha” 
 
Conceito de posse (art. 1.196 do Código Civil) 
“Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à 
propriedade”. 
 
Teoria objetiva (Ihering). 
 
Conceito de detenção (art. 1.198 do Código Civil). 
“Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em 
nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas”. 
 
2 corr: 
1ª não merece proteção legal, pois não produz qualquer efeito jurídico (não se transmite inter vivos e causa mortis 
e não integra o patrimônio das pessoas; 
2ª admite o valor do uso como elemento caracterizador do crime. 
 
Patrimônio é bem jurídico disponível. 
Consenso da vítima, revelado antes ou durante a subtração, torna o fato atípico 
 
Depois da subtração, o consenso da vítima é ineficaz, o permanence fato típico, conforme art. 16 do CP. 
 
Há crime quando o sujeito subtrai o bem acreditando erroneamente que a vítima consentiu? 
 
 
 
 
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3 
R.: Não há crime, pois aquele que erra sobre elemento constitutivo do tipo incorre em erro de tipo, que sempre exclui 
o dolo, permitindo a punição por crime culposo, se previsto em lei (art. 20 do Código Penal). Como o crime de furto 
somente prevê a figura dolosa, não há que se falar em fato típico. 
 
Objeto material 
(Coisa alheia móvel) 
Coisa 
Coisa é o objeto material, corpóreo, que tenha valor para o proprietário, possuidor ou detentor, ainda que meramente 
afetivo ou de uso. 
 Não se confunde com o conceito de bem que pode ser material ou imaterial, compreendendo inclusive direitos. 
 Os direitos somente podem ser incluídos na categoria de coisa quando corporificados em um título ou instrumento 
(ex: título de crédito). 
 A coisa corpórea não precisa ser tangível, como é o caso dos gases. 
 
Perguntas 
O ser humano pode ser objeto de furto? 
 
A subtração de orgãos vitais do corpo humano caracteriza crime de furto? 
Quem arrebata cadáver comete crime de furto? 
 
 O ser humano não pode ser objeto de furto porque não se enquadra no conceito de coisa. No caso de 
arrebatamento de pessoa, pode haver os crimes definidos nos arts. 148, 159 e 249 do Código Penal. 
 No caso de subtração de orgãos vitais do corpo humano, pode haver crimes de lesão corporal grave ou 
gravíssima e em casos extremos, homicídio consumado ou tentado. 
 Cadáver – pode caracterizar crime de furto se houver valor econômico e estiver na posse legítima de uma pessoa, 
seja ela física ou jurídica ou o crime do art. 211 do CP. 
 
Alheia 
O termo funciona como elemento normativo do tipo. É alheia a coisa que não pertence a quem pratica a subtração. 
 
 Subtração de coisa própria – crime impossível por impropriedade absoluta do objeto material (art. 17 do CP). 
 res nullius e res derelicta (art. 1.264 NCC) – não há crime de furto. 
 res communes omnium – insuscetíveis de crime patrimonial se não estiverem destacadas para exploração indi-
vidual. 
Obs: desvio ou represamento de águas (art. 161 do CP). 
 res desperdicta (art. 169, parágrafo único, II do CP) – crime específico. 
obs: somente se considera coisa perdida aquela que encontra-se em local público ou de uso público. Se alguém 
apodera-se de coisa que estava sendo procurada no interior da residência de alguém, pratica o crime de furto. 
 Possibilidade de furto de coisas que estejam fora do comércio, desde que tenham dono, como bens públicos ou 
gravados com cláusula de inalienabilidade. 
 
Móvel 
Considera-se móvel todo e qualquer objeto corpóreo suscetível de ser apreendido e transportado de um local para 
outro. (ex: semoventes e coisas que podem ser destacadas de sua posição sem alteração ou destruição de sua 
própria substância). 
obs: não se aplica aqui a teoria da ficção utilizada no Direito Civil (ex: arts. 81, II e 1.473, VI e VII do NCC). 
 
Energia elétrica (art. 155, § 3º do CP) – equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha 
valor econômico - norma penal explicativa. 
 
Equiparam-se qualquer tipo de energia que tenha valor econômico (radiotiva; nuclear; cinética: mecânica; atômica; 
térmica; eólica e o sinal fechado de televisão a cabo – fechado ou equivalente) 
(HC 97.261/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, j. 12.04.2011, noticiado no Inf. 623 – inexistência de furto de 
ligação clandestina de sinal de TV a cabo, pois este não seria objeto de energia”). 
 
Perguntas 
A adulteração do relógio medidor de energia elétrica configura qual crime? 
 
 
 
 
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4 
A subtração de sêmen é crime? 
 
 A adulteração de relógio medidor de energia elétrica com vistas a fraudar o consumo real, caracteriza-se como 
crime de estelionato (art. 171 do Código Penal), pois o autor utilizou um ardil para induzir a vítima em erro e retirar 
proveito econômico. 
 
O furto de energia elétrica, diferentemente, fica caracterizado quando o autor realiza ligação clandestina na rede 
elétrica, subtraindo a mesma. 
 
 A subtração de sêmen é considerada como furto de energia genética, que por sua vez é equiparável à coisa 
móvel, por força do art. 155, § 3º do Código Penal. 
 
Furto e Princípio da Insignificância (criminalidade de bagatela) 
* de minimus non curat prateor – Direito Civil romano 
* década de 70 – Claus Roxin 
* ausência de previsão legal, mas amplamente reconhecido pela doutrina e jurisprudência 
* causa de exclusão da tipicidade 
* requisitos objetivos: mínima ofensividade da conduta; nehuma periculosidade social; reduzido grau de reprova-
bilidade do comportamento; inexpressividade da lesão jurídica 
* requisitos subjetivos: importância do objeto material (situação econômica + valor sentimental do bem); circunstân-
cias e resultados do crime. 
(HC 208.569/RJ, rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª Turma, j. 22.04.2014, noticiado no Inf. 540 ) 
* Tipicidade Conglobante. (Zaffaroni). 
 
Furto famélico– cometido por quem subtrai alimentos em geral para saciar a fome e preservar a saúde ou a vida 
própria ou de terceiro, quando comprovada a situação de extrema penúria. (art. 24 do Código Penal – estado de 
necessidade). 
Obs: não confundir com estado de precisão, quando o agente passa por dificuldades financeiras. Não autoriza 
atentado contra o patrimônio alheio, sob pena de consagrar a quebra do Estado de Direito. 
 
Talão de cheques – podem ser objeto material do crime de furto porque tem valor econômico. Sua subtração acar-
reta vantagens ao furtador e prejuízos à vítima, que precisa sustar as folhas subtraídas e pagar taxas bancárias 
para receber novo talão. 
Obs: se for utilizada para estelionato (2 corr) – 1ª - o estelionato absorve o furto que funciona como etapa preparató-
ria deste; 2ª - concurso material. 
(HC 118.873/SC, rel. Min. Jorge Mussi, 5ª Turma, j. 17.03.2011 – ausência de crime de furto de talão de cheques e 
cartão de crédito, porque desprovidos de valor econômico). 
 
Núcleo do tipo – “subtrair” 
Retirar algo de alguém, inverter o título da posse. 
No contexto do crime de furto equivale a apoderar-se da coisa móvel da vítima e, sem a sua permissão, retirá-la de 
sua esfera de vigilância, com o ânimo de tê-la em definitivo para si ou para outrem. 
Engloba duas hipóteses distintas: 1- o bem é retirado da vítima; 2- o bem é espontaneamente entregue ao agente, 
mas ele, indevidamente, o retira da esfera de vigilância da vítima (posse vigiada, pois no caso de posse desvigiada 
caracteriza o crime de apropriação indébita – art. 168 do CP). 
*Não é imprescindível que o furto seja perpetrado clandestinamente, podendo ser cometido a vista do ofendido. 
*Crime de forma livre – admite qualquer meio de execução, seja por apreensão manual da coisa ou com o emprego 
de algum instrumento (mesmo um animal adestrado). 
 
Sujeito Ativo – qualquer pessoa (crime comum), com exceção do proprietário da coisa. 
 Exceção: na figura qualificada pelo abuso de confiança (art. 155, § 4º, II do Código Penal). 
 Ladrão que furta ladrão: comete crime de furto e a vítima não será o primeiro larápio, mas sim o proprietário ou 
possuidor da coisa, vítima do delito inicial. 
 Pessoa que subtrai bem próprio dado em garantia para efetuar empréstimo ou que está na posse de terceiro por 
determinação judicial (art. 346 do Código Penal). 
 
 
 
 
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 Funcionário Público que subtrai ou concorre para que seja subtraído bem público ou particular que se encontra 
sob sua guarda ou custódia da Administração Pública, valendo-se da facilidade que o cargo lhe proporciona, pratica 
o crime de peculato furto (art. 312, § 1º, CP), conhecido como peculato impróprio. 
 
Sujeito Passivo – proprietário, possuidor e *detentor. 
Pode ser pessoa física ou jurídica de direito privado ou público. 
* a não identificação do sujeito passivo não desfigura o crime de furto, pois como o crime é de ação penal pública 
incondicionada, é suficiente para condenação que a existência de provas de que o agente subtraiu coisa alheia 
móvel, independente da individualização da vítima. 
 
Elemento subjetivo – dolo (animus furandi) 
Além do dolo, exige ainda um especial fim de agir, representado pela expressão “para si ou para outrem”, que traduz 
o fim de assenhoramento definitivo do bem (animus rem sibi habendi). 
Prescinde-se do fim de lucro (animus lucrandi). 
 
A motivação do crime é irrelevante para sua configuração (vingança, despeito, fanatismo religioso, fim amoroso etc). 
Não se admite a modalidade culposa. Reputa-se como atípica a conduta de subtrair coisa alheia pensando ser 
própria, ainda que trate-se de erro escusável (vencível). O tipo penal não a previu de forma expressa. O erro de tipo 
exclui o dolo (art. 20 do CP). 
 Se o agente toma conhecimento de que a coisa é alheia e não a restitui propositalmente, imputa-se ao mesmo o 
crime de apropriação indébita (art. 168 do CP). 
 Credor que subtrai bens do devedor para se ressarcir de dívida não paga – ausência de animus rem sibi habendi 
– responde pelo crime do art. 345 do CP. 
 
Furto de uso – atípico por ausência do elemento subjetivo animus rem sibi habendi. Aqui não há intenção de asse-
nhoramento definitivo, pois o agente utiliza a coisa para satisfazer necessidade momentânea. 
 
Requisitos: 
Subtração de coisa alheia móvel infungível; 
Intenção de utilizar momentaneamente a coisa subtraída (requisito objetivo); 
Restituição da coisa em seu estado anterior, após o uso momentâneo, imediatamente, ao seu possuidor originário 
(requisito subjetivo); 
 A doutrina entende que há aqui uma verdadeira inversão do ônus da prova, pois no caso de prisão em flagrante 
não basta a mera alegação de animus restituendi, mas sim fazer a prova dessa intenção. 
  Furto de uso – exclui a tipicidade por faltar o elemento subjetivo do tipo, qual seja, o animus rem sibi habendi. 
Diferente é a subtração praticada em estado de necessidade, que exclui a ilicitude, pois encontra amparo no art. 24 
do Código Penal. (ex: pessoa que subtrai um veículo para socorrer um indivíduo baleado, restituindo o bem, logo 
em seguida, ao seu legítimo proprietário). 
 
Consumação – como o crime é plurissubsistente, é possível que o agente ativo passe por todas as fases do iter 
criminis até chegar a este ponto. Diversas teorias foram desenvolvidas em relação ao momento consumativo: 
 
Concretatio: palavra que, em latim, significa contato com a mão. Para esta teoria, o crime consuma-se com o simples 
toque das mãos (Digesto de Justiniano); 
Aprprehensio rei: crime consuma-se quando o agente segura a coisa; 
Amotio: consumação ocorre com o deslocamento da coisa do lugar em que estava (Francesco Carrara); 
Ablatio: para o crime consumar-se, exige-se, além da apreensão da coisa, o seu transporte para outro lugar, para o 
qual o rapinante pretendia levá-la (Pessina). 
 
Teoria da posse pacífica: ocorre quando o sujeito ativo alcança a posse pacífica da coisa, ou seja, não está mais 
sujeito aos atos de legítima defesa por parte da vítima ou terceiro. (*não prosperou porque não resolvia diversos 
problemas práticos, como o caso em que o larápio se desfaz da coisa durante a fuga – aqui ele causa um prejuízo 
para a vítima sem ter a posse pacífica). 
 
Teoria da inversão da posse: não basta que o autor apenas se apodere da coisa, mas também não exige a posse 
mansa e pacífica. O crime se consuma quando a vítima é tirada de sua esfera de disponibilidade da coisa, que por 
 
 
 
 
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sua vez é retirada de sua esfera de vigilância. Aqui, o ofendido fica impedido de exercer integralmente a sua condi-
ção de proprietário ou possuidor legítimo do bem. De acordo com essa teoria, há mera tentativa quando o sujeito 
se apodera do bem, mas não consegue escapar de uma perseguição, sendo detido logo em seguida. (STF) (HC 
113.563/SP, rel. Min. Rosa Weber, 1ª Turma, j. 05.02.2013; HC 89.958, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, j. 
03.04.2007) 
*Esta teoria não impede que seja reconhecida a consumação quando, embora o agente não ingresse na livre dis-
ponibilidade do bem, o danifica, oculta, destrói ou inutiliza. Se houve diminuição patrimonial, está aperfeiçoado o 
delito. 
 
Tentativa – possível em todas as modalidades de furto: simples, privilegiado e qualificado. 
 Não se pode confundir a tentativa de furto com o crime impossível. Na tentativa (conatus), há início de execução 
do crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Aqui há o dolo de consumação e a 
prática de uma conduta idônea para alcançar aquela finalidade, mas fatores externos e não desejados impedem a 
consumação. 
 art. 14, parágrafo único, do Código Penal – adotou a teoria objetiva. A ofensa ao bem jurídico é menor na forma 
tentada. Desta forma, ao crime reserva-se a mesma pena do crime consumado com redução de 1 (um) a 2/3 (dois 
terços). Desta forma, o critério de aplicação da redução seria o da proximidade da consumação (decurso do iter 
criminis). No crime impossível (tentativa inidônea; inadequada; impossível) – não existe crime, em razão da ineficácia 
absoluta do meio empregado ou impropriedade absoluta do objeto. 
 art. 17 do Código Penal – teoria objetiva temperada ou intermediária – para que se configure o crime impossível, 
e por consequência lógica, o afastamento da tentativa, é necessário que o meio empregado e o objeto material do 
crime sejam absolutamente inidôneos a produzir o resultado. Se houve inidoneidade relativa, o sujeito responde por 
tentativa. (Exemplo do punguista que coloca a mão no bolso da vítima – hipóteses: 1ª- não tem nada em nenhum 
dos bolsos; 2ª- o objeto material do crime está em um dos bolso). 
 
STF (STF - HC 76.421/RS rel. Min. Néri da Silveira, 2ª Turma, j. 17.03.1998): caso de veículo com dispositivo 
antifurto subtraído. 
 
STJ (HC 120.083, rel. Min. Teori Zavascki, 2ª Turma, j. 03.06.2014) e STF HC 844.851/SP e RHC 144.516/SC, 
agosto de 2017: monitoramento de vigilância comercial 
 
Súmula 567 do STJ 
Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabe-
lecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. 
 
Ação penal – pública incondicionada em todas as modalidades. 
Aplicação da lei 9.099/95 – pena mínima de 1 (um) ano de reclusão, compatível com a suspensão condicional do 
processo, se presentes os requisitos do art. 89 da lei 9.099/95, ou seja, não pode estar sendo processado por outro 
crime, nem possuir condenação penal anterior + requisitos do art. 77 do Código Penal (suspensão condicional da 
pena). 
 esse benefício processual não pode ser aplicado à hipótese do furto majorado pelo repouso noturno (CP, art. 
155, § 1º, Código Penal), pois a causa de aumento de pena veda a incidência do instituto, assim como no furto 
qualificado (CP, art. 155, §§ 4º e 5º), nos quais a pena mínima é de 2 (dois) a 3 (três) anos, dependendo do caso. 
// remissão para as súmulas 723 STF e 243 do STJ. 
 
Classificação doutrinária 
• Comum – pode ser praticado por qualquer pessoa; 
• De forma livre – admite qualquer meio de execução; 
• Material – consuma-se com a realização de um resultado naturalístico, ou seja, com a livre disponibilidade do 
agente sobre a coisa); 
• Instatâneo – consuma-se em um momento específico, sem continuidade no tempo. Exceções (ex: furto de 
energia elétrica); 
• Plurissubsistente em regra – a conduta é composta por vários atos; 
• De dano – exigência de efetiva lesão ao patrimônio da vítima; 
• Unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual – pode ser cometido por um único agente, não obstante admitir 
concurso de pessoas. 
 
 
 
 
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7 
 
Furto e conflito aparente de normas 
No conflito aparente de normas, dois ou mais tipos penais incriminadores são aplicáveis, em tese, ao agente. Como 
trata-se de apenas um fato punível, a proibição do bis in idem impõe a aplicação de somente um dos tipos penais. 
Por isto o conflito é denominado aparente, pois pode ser afastado no caso concreto lançando-se mão dos princípios 
da especialidade, consunção, subsidiariedade (tácita ou expressa) e da alternatividade. 
 
Exs: 
• Furto no interior de residência – o crime de violação de domicílio (art. 150, do Código Penal) fica absorvido por 
se tratar de fato anterior impunível. Antefactum impunível. Princípio da consunção. 
• Furto seguido de destruição da coisa. O crime de dano (art. 163 do Código Penal) fica absorvido. Pos factum 
impunível. Ambos os crimes tutelam o patrimônio, que já foi lesado com a subtração. 
• Furto seguido de venda do bem a terceiro de boa-fé (2 posicionamentos) – a) o crime de disposição alheia como 
própria (CP, art. 171, § 2º) resta absorvido, pois é post factum impunível ; b) Coexistência dos dois crimes em 
concurso material, pois as vítimas são diferentes, uma da subtração e a outra da fraude, o que impede a aplicação 
do princípio da consunção. 
 
Furto praticado durante o repouso noturno 
Art. 155, §1º, CP – A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
é causa de aumento de pena (aplicável na 3ª fase da dosimetria da pena) e não de qualificadora. Por isto é 
denominado furto circunstanciado. 
a causa de aumento de pena pode ser aplicada às hipóteses de furto simples e ao furto qualificado, por dois 
motivos. Houve alteração de entendimento do STJ (REsp 1.730.288/SC, j. 22/05/2018) e o mesmo decidiu o STF 
(HC 130.952/MG, rel. min. Dias Toffoli, j. 13/12/2016) 
 o fundamento do aumento da pena para o furto praticado durante o repouso noturno é a diminuição da vigilância 
sobre a coisa neste período; 
o conceito de repouso noturno pode ser extraído da idéia de que deva haver as condições ideais para o mesmo, 
onde normalmente as pessoas diminuem a sua vigília sobre os bens. Leva em consideração os costumes de 
determinada localidade, por exemplo. 
pode ser cometido em estabelecimento comercial ou residência desabitada, sendo indiferente que a vítima esteja 
repousando ou não (STJ,Resp 1.193.074/MG, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, j. 05.03.2013) 
inaplicável durante o repouso diurno 
 
Furto privilegiado 
Art. 155, §2º, CP – Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 requisitos: primariedade do agente + pequeno valor da coisa furtada. 
 primariedade: aquele que não é reicidente (art. 63 CP), ou seja, que não praticou crime após sentença penal 
condenatória definitiva, por cime anterior. A condenação anterior só funciona como pressuposto de reincidência se 
não decorreu o prazo de 5 (cinco) anos entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a prática do novo crime 
(período depurador). A doutrina majoritária entende que o privilégio não se aplica ao tecnicamente primário. 
pequeno valor da coisa subtraída: jurisprudência fixou entendimento de que são aquelas que não excedem ao 
valor de um salário mínimo na data do crime. Pode ser indicado em auto de avaliação. 
prevalece o entendimento de que embora a lei use o termo “pode”, trata-se de direito subjetivo do réu e não de 
discricionariedade do juiz. 
 admissível furto privilegiado cometido durante o repouso noturno (ex: agente subtrai durante a noite um 
grampeador em sala de prédio comercial). 
 admissível furto privilegiado-qualificado (doutrina e jurisprudência majoritárias) - súmula 511 do STJ: É possível 
o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se esti-
verem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva. 
 
Qualificadoras (questões importantes) 
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
III - com emprego de chave falsa; 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
 
 
 
 
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8 
 
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; 
 como deixa vestígio, o crime demanda exame de corpo de delito, para comprovação de sua materialidade (CPP, 
art. 158), mas diante da impossibilidade, pode ser suprido pela prova testemunhal (CPP, art. 167). 
 incidência quando a violência é utilizada contra a própria coisa a ser subtraída (3 posicionamentos): 
1ª) o obstáculo, obrigatoriamente, há de ser estranho à coisa; 
2ª) o obstáculo pode ser qualquer objeto que embarace a subtração, seja ele inerente ou não à coisa a ser furtada 
(maj); 
3ª) em respeito ao princípio da proporcionalidade, estará caracterizado o furto simples tanto em um caso como no 
outro. 
 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; 
 o abuso de confiança é o sentimento de credibilidade ou de segurança que uma pessoadeposita na outra. Trata-
se de circunstância subjetiva. Incomunicável no concurso de pessoas (CP, art. 30). 
 empregado doméstico – quando não for comprovada a relação de confiança, aplica-se a agravante genérica do 
art. 61, II, f do Código Penal. 
 para sua incidência, é preciso se valer da facilidade que a confiança proporciona. 
 furto qualificado pelo abuso de confiança e apropriação indébita (diferença). 
 a fraude pode ser realizada por artifício (material) ou ardil (moral ou intelectual) 
 deve ser empregada antes ou durante o furto; 
 furto mediante fraude (utilizada para diminuir a vigilância da vítima sobre o bem, para então subtraí-lo) e estelio-
nato (utilizada para induzir a vítima ao erro e assim entregar a coisa espontaneamente) (diferenças); 
 veículo para test drive subtraído (exemplo e posicionamentos); 
 escalada considera-se qualquer meio de acesso anormal para um recinto fechado (ex: uso de cordas; passagem 
subterrânea; utilização de empilhados etc). 
 destreza é uma especial habilidade física ou manual que permite que o agente retire os bens da vítima sem que 
ela perceba, como por exemplo, é o caso dos punguistas (batedores de carteira). // tentativa: possível quando a 
conduta é percebida por terceiros, pois se for percebida pela própria vítima, não incide a qualificadora. 
 
III - com emprego de chave falsa; 
 qualquer instrumento com ou sem forma de chave utilizado para funcionar no lugar da chave verdadeira (utilizada 
por quem de direito) 
 para sua configuração é preciso ao menos que o agente tenha introduzido a chave na fechadura ou dispositivo 
análogo, pois a posse isolada de chave falsa, não configura ato executório de crime contra o patrimônio. 
 Chave mixa ou micha é chave falsa. Informativo 625, STF HC 106.095/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 3.5.2011. No 
mesmo sentido o STJ: HC 200126/SP, DJe 18/05/2015 
 
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
o fundamento do tratamento mais severo consiste na maior facilidade para o aperfeiçoamento do furto com a reunião 
de duas ou mais pessoas. 
 crime acidentalmente coletivo: pode ser praticado por uma pessoa, mas a pluralidade acarreta o aumento de 
pena. 
 aplicável ainda que um dos sujeitos seja inimputável ou desconhecido. 
 quando um maior capaz comete o crime de furto em concurso com um menor de 18 anos, a ele devem ser 
imputados os crimes do art. 155, § 4º, IV do CP e art. 244-B da Lei 8.069/90, com redação conferida pelo art. 5º da 
Lei 12.015/2009, que por sua vez revogou a Lei 2.252/1954. // súmula 500 do STJ: “ A configuração do crime do art. 
244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal”. 
 prevalece na doutrina que é dispensável a presença de todos os agentes no local do crime, praticando atos de 
execução. Sendo assim, a norma alcança co-autores e partícipes, estejam ou não presentes in loco. 
 todos os agentes responderão pela qualificadora, ainda que apenas um deles alcance a consumação, pois o 
legislador adotou a teoria monista ou unitária no art. 29 do Código Penal. 
 analogia in bonam partem com a aplicação da agravante do roubo, prevista no art. 157, § 2º, II do Código Penal 
– STJ e STF já fixaram entendimento no sentido de que não é possível, pois a falta de técnica legislativa – que 
considerou o concurso de pessoas no furto uma qualificadora e no roubo uma agravante – não autoriza o juiz a 
construir uma nova sanção, sob pena de admitir-se violação ao princípio da separação de poderes, insculpido no 
art. 2º da CRFB/88. // Súmula 442 do STJ: “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, 
a majorante do roubo”. 
 
 
 
 
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9 
 
Qualificadora do art. 155, § 5º.: subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou 
para o exterior 
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser 
transportado para outro Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) 
 o fundamento é a maior dificuldade de recuperação do bem quando ocorre transposição de fronteiras. 
 veículo automotor: esse conceito não abrange somente os automóveis. Sua definição pode ser extraída do Anexo 
I (conceitos e definições) da Lei 9.503/97. // o transporte de partes isoladas (componentes) do veículo automotor 
para outro Estado ou para o exterior não qualifica o crime de furto. 
 transporte de veículo automotor para outro Estado ou para o exterior: leva em conta um resultado posterior 
alcançado pelo agente, não se confundindo com o momento consumativo do furto. // para que opere a qualificadora, 
é necessário que haja a efetiva transposição de fronteiras. // admite-se tentativa, em casos excepcionais, como por 
exemplo, na situação em que o agente subtraia o bem próximo a uma fronteira e após intensa perseguição, seja 
interceptado após ultrapassar os limites interestaduais ou transnacionais, sem alcançar a livre disponibilidade da 
coisa. 
 
Furto de coisa comum 
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a 
coisa comum: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
§ 1º - Somente se procede mediante representação. 
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente. 
Classificação: 
a) próprio ou especial; b) de forma livre; c)material; d) doloso; e)instantâneo; f)de dano; g) unissubjetivo (regra); h) 
plurissubsistente (regra). 
 
 crime praticado por sócio e natureza da sociedade (2 correntes): 1ª) irrelevante que seja sociedade de fato ou 
legalmente constituída, pois a lei comente fez referência a “sócio”; 2ª) o sócio somente responde pelo crime de furto 
de coisa comum quando integrar sociedade despersonalizada, pois nesse caso a coisa pertence aos sócios. Sendo 
sociedade devidamente registrada, o patrimônio lhe pertence, de modo que a vítima passa a ser a sociedade e 
então o crime em questão passa a ser o furto comum do art. 155 do Código Penal. 
 a ação penal é pública condicionada à representação 
 pena máxima em abstrato é de 2 (dois) anos, constituindo-se crime de menor potencial ofensivo, admitindo 
composição dos danos civis, transação penal e o rito sumaríssimo da lei 9.099/95. 
 a causa especial de exclusão da ilicitude prevista no art. 156, § 2º, pressupõe dois requisitos: a) fungibilidade da 
coisa comum; b) que seu valor não exceda a quota a que tem direito o agente. // fungibilidade: conceito no art. 85 
do Código Civil (é a de natureza móvel que pode ser substituída por outra da mesma espécie, qualidade e 
quantidade). 
 
Art. 157 - Roubo 
 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: (roubo próprio) 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. (crime de elevado potencial ofensivo) 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave 
ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. (roubo impróprio) 
 
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: Lei nº 13.654, de 2018) 
I – (revogado); Lei nº 13.654, de 2018 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; Lei 
nº 9.426, de 1996 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Lei nº 9.426, de 1996 
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua 
fabricação, montagem ou emprego. Lei nº 13.654, de 2018 
 
 
 
 
 
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10 
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): Lei nº 13.654,de 2018 
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; Lei nº 13.654, de 2018 
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que 
cause perigo comum. Lei nº 13.654, de 2018 
§ 3º Se da violência resulta: Lei nº 13.654, de 2018 
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; Lei nº 13.654, de 2018 
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. Lei nº 13.654, de 2018 
 
Roubo Próprio – art. 157, caput, do Código Penal 
 
Conceito – crime complexo, pois resulta da fusão de dois outros delitos. 
Crime de furto no qual o legislador agregou outras elementares, relativas ao modo de execução, que o tornam mais 
grave. 
Elementos de identidade com o furto: 
a) subtração como conduta típica; 
b) coisa alheia móvel como objeto material; 
c) fim de assenhoramento definitivo como elemento subjetivo. 
art. 155+art.129 – quando praticado com violência contra a pessoa; 
art. 155+ art.147 – quando praticado mediante grave ameaça. 
 
Objetividade Jurídica 
 
Crime pluriofensivo como decorrência lógica de sua classificação como crime complexo. 
 
Afronta de dois bens jurídicos igualmente tutelados pela lei penal: patrimônio e integridade física (violência contra a 
pessoa) ou patrimônio e liberdade individual (grave ameaça). 
 
Junção de crimes contra o patrimônio (furto) e crimes contra a pessoa (lesão corporal ou ameaça). 
 
Objeto material 
 
É a coisa alheia móvel, assim como no crime de furto. 
 
Pessoa humana contra quem se endereça a violência ou grave ameaça. 
 
Roubo e Princípio da Insignificância 
 
Incompatível com o crime de roubo, que é complexo e pluriofensivo, não se esgotando no ataque ao patrimônio da 
vítima. 
 
Pouco importa qual seja o valor da coisa subtraída, pois o desvalor da ação é elevado e justifica a rigorosa atuação 
do direito penal. 
 
Jurisprudência do STF é pacífica neste sentido, de que não se aplica o princípio da insignificância aos crimes prat-
icados mediante violência ou grave ameaça, incluindo o roubo.” 
STF: RHC 106.360, rel. Min. Rosa Weber, 1ª Turma, j. 18.09.2012; STJ: Resp 1.159.735/MG, rel. Min. Arnaldo 
Esteves Lima, 5ª Turma, j. 15.06.2010, informartivo 439). 
 
Roubo Famélico 
 
Pela complexidade delitiva, incabível cogitar-se, em princípio, de furto famélico, pois o agente poderia optar pelo 
meio menos lesivo (subtração simples, desacompanhada do constrangimento), salvo se indubitavelmente com-
provada a ausência de alternativas comportamentais. 
Posicionamento do Prof. Bruno Gilaberte 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
Roubo Privilegiado 
 
 Inadmissível a extensão do privilégio do furto (art.155, § 2º do Código Penal) ao crime de roubo. 
 Não há lacuna legal que permita analogia in bonam partem. 
 O privilégio somente é cabível nas hipóteses expressamente previstas pelo legislador (art. 170, §1º (art. 156 a 
169); art. 171, §1º e 180, §5º, in fine, respectivamente). 
 A gravidade em abstrato do delito não permite as benesses do privilégio, sendo irrelevantes a primariedade do 
agente e o pequeno valor da coisa roubada. 
 
Roubo e Crime Impossível 
 
Ex: A aponta uma arma para B e exige que esta entregue uma quantia em dinheiro, mas na verdade a vítima não 
traz nada consigo. 
Caso de impropriedade absoluta do objeto material – art. 17 do Código Penal? 
 
2 correntes: 
 
1ª) Não há crime impossível. O sujeito deve responder por crime de roubo. A inexistência de objeto material em 
poder da vítima não descaracteriza a figura típica prevista no art. 157 do CP, porque o crime é complexo, cuja 
primeira ação – violência ou grave ameaça – constitui início de execução. (Cézar Roberto Bitencourt); 
 
2ª) Crime impossível, pois o crime é contra o patrimônio. Se não há patrimônio, há impropriedade absoluta do objeto 
material, razão pela qual exclui-se a tipicidade do fato e o agente responde pelos atos efetivamente praticados, ou 
seja, lesão corporal ou ameaça, como é o caso do exemplo. (Damásio de Jesus). 
 
Roubo de coisa comum 
 
Previsão do art. 156 do CP – subtração pelo condômino, co-herdeiro ou sócio da coisa comum. 
 
2 correntes doutrinárias se impõem: 
1ª) Não se pune o roubo de coisa comum, por absoluta falta de previsão legal (silêncio eloquente). Desta forma, 
àquele que pratica conduta compatível com roubo de coisa comum, não se imputa crime algum, por absoluta atipi-
cidade; 
2ª) Responde pelo crime de roubo, porque a lei demonstrou expressamente, com a capitulação do art 156, punir 
espécie mais branda, devendo assim, punir a mais grave. 
 
Núcleo do tipo 
 
É o mesmo do crime de furto – “subtrair”, que equivale a retirar algo de alguém, invertendo o título da posse de 
alguém. 
 
No roubo, a subtração se reveste de maior gravidade em decorrência dos seus meios de execução, que facilitam a 
prática do crime, causando maiores danos à vítima e à coletividade, nos termos do art. 157 do CP: 
a) grave ameaça; 
b) violência; 
c) qualquer outro meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência; 
 
Grave ameaça 
 
Violência moral – vis compulsive - Promessa de um mal grave, iminente e verossímil. 
 
De forma livre – pode se exteriorizar por palavras, gestos, símbolos, utilização de objetos ou qualquer outro meio 
que revele a intenção de subjugar a vítima. 
 
O potencial intimidatório deve ser aferido no caso concreto. 
 
* E o porte simulado de arma? 
 
 
 
 
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O porte simulado de arma caracteriza a grave ameaça. 
 
Além disso, o emprego de arma com defeito, desmuniciada ou de brinquedo autoriza o reconhecimento de grave 
ameaça também. 
 
Obs: a questão da incidência da majorante do art. 157, § 2º, I do CP será analisada no momento oportuno. 
 
Violência à pessoa 
 
Violência física (própria) – vis corporalis ou vis absoluta. 
 
Emprego de força físca sobre a vítima, mediante lesão corporal ou vias de fato, para paralisar ou dificultar seus 
movimentos, impedindo sua defesa (exs: socos, pontapés, pauladas, disparos de arma de fogo etc). 
 
Pode ser empregada contra o titular do objeto material (ex: dono do dinheiro) ou terceira pessoa (ex: caseiro). 
 
E no caso de violência empregada contra coisa? 
 
No caso de violência empregada contra a coisa (ex: destruição de tranca para levar uma motocicleta), o delito será 
de furto qualificado (CP, art. 155, § 4º, I). 
 
Violência direta (imediata) – exercida contra a pessoa de quem se quer subtrair o bem (ex: A agride B para subtrair 
seu relógio). 
 
Violência indireta (mediata) – dirigida contra pessoas ligadas à vítima por laços de parentesco ou amizade ou contra 
coisas, fazendo com que a vítima se submeta à conduta perigosa (obs: nesse caso se amolda à grave ameaça, 
porque influi no estado anímico da vítima). 
 
Trombada ou subtração por arrebatamento 
 
É o caso no qual o agressor esbarra na vítima para, logo em seguida, levar consigo os bens que a mesma trazia. 
 
3 posicionamentos: 
1º) crime de roubo, porque qualquer violência incidente sobre a pessoa para levar seus bens, já excluiria a figura 
do furto (Guilherme Nucci); 
2º) crime de furto, porque a finalidade do autor não é subjugar e nem initimidar a vítima para levar seus pertences 
(Rogério Greco); 
3º) Se o propósito for de distrair a vítima, será crime de furto. No entanto, se a violência for dirigida 
preponderantemente contra a pessoa, causando-lhe lesão corporal ou vias de fato, o crime será de roubo. (STJ) 
 
Bem preso ao corpo da vítima 
 
Ex: Autor que puxa cordão de ouro preso ao pescoço da vítima. 
 
2 correntes doutrinárias: 
1ª) crime de roubo, pois embora a violência seja perpetrada diretamente contra o objeto material, atinge 
reflexamente a vítima, causando-lhe lesão (STJ); 
2ª) crime de furto, pois a violência é dirigida contra a coisa, e apenas acessoriamente contra a pessoa, não havendo 
constrangimento (Fernando Capez). 
 
Qualquer meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência 
 
Violênciaimprópria ou meio sub-reptício. 
 
Aqui o legislador utilizou uma fórmula residual, ou seja, a violência ou a grave ameaça são meios que reduzem a 
vítima a impossibilidade de resistência, mas não são os únicos. 
 
 
 
 
 
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Diante da impossibilidade de arrolar todos os meios, o legislador optou por não adotar um rol taxativo, lançando 
mão desta cláusula aberta. 
Exs: drogar a vítima; embriagá-la; ministrar sonífero etc. 
 
Sujeito Ativo e Passivo 
 
Sujeito ativo- qualquer pessoa, salvo o proprietário do bem, pois o crime é comum. 
 
Sujeito passivo – proprietário ou possuidor da coisa móvel, bem como qualquer pessoa que seja atingida pela 
violência ou grave ameaça. 
 
Desta forma, em um único crime de roubo , pode haver mais de uma vítima, aquela que sofre a violência ou grave 
ameaça e outra que tem seu patrimônio lesado (ex: do contínuo que tem os pertences de seu patrão roubados) – 
dupla subjetividade passiva. 
 
Elemento subjetivo 
 
É o dolo (art. 18, I do Código Penal) – o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. 
 
Além do dolo, o tipo penal reclama um fim especial de agir, o ânimo de assenhoramento definitivo (animus rem sibi 
habendi). 
 
Prescinde-se do animus lucrandi. 
 
A motivação é irrelevante. 
 
Não se admite a modalidade culposa por ausência de previsão legal. 
 
Roubo de uso 
 
Subtração praticada para assegurar a utilização transitória da coisa, com devolução posterior no mesmo estado e 
no local em que se encontrava. 
 
Nesse caso, a ausência de ânimo de assenhoramento definitivo conduz à atipicidade do fato? Há crime de roubo 
em tal situação? 
 
1ª) Há crime de roubo, pois, para subtrair, o sujeito lança mão de violência ou grave ameaça contra a pessoa, de 
forma que a vítima toma ciência imediata da conduta e de que seu bem foi arrebatado. Além disso, o roubo é crime 
complexo, havendo outros bens jurídicos protegidos pela norma (integridade física e/ou liberdade individual, já ofen-
dido(s) quando o bem é subtraído. (STJ). Resp 1.323.275/GO, rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, j. 24.04.2014, no-
ticiado no Informativo 539. 
 
2ª) Não há crime de roubo em razão da ausência do animus rem sibi habendi, especial fim de agir, o que impede a 
perfeita subsunção ao art. 157 do Código Penal. Impõe-se aqui a modificação na capitulação da conduta para o 
crime de constrangimento ilegal (art. 146 do Código Penal) – Damásio de Jesus e Bruno Gilaberte. 
 
Roubo de uso e estado de necessidade não se confundem. 
 
O estado de necessidade (art. 24 do Código Penal) é causa excludente de ilicitude, não havendo que se falar em 
crime nesta hipótese. 
 
Aqui o sujeito pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro 
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir. 
 
Ex: “A” subtrai o veículo de “B” para salvar a vida de “C” que acabara de sofrer trágico acidente, consuzindo-o até o 
hospital mais próximo e, logo em seguida, aciona a polícia com o propósito de restituir o bem ao seu proprietário. 
 
 
 
 
 
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14 
Crime contra a segurança nacional 
 
Se o crime é praticado por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à organizações políticas 
clandestinas ou subversivas, incide o crime tipificado pelo art. 20 da Lei 7.170/1983 – Crimes Contra a Segurança 
Nacional: 
 
Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar 
explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos 
destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas. 
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. 
 
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta morte, aumenta-
se até o triplo. 
 
Clandestinidade – que está à margem da lei; ilegítimo. (os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado 
que devem ter seus estatutos inscritos no TSE e seus programas devem respeitar a soberania nacional, o regime 
democrático, o pluripartidarismo e a dignidade da pessoa humana – Lei 9.096/95) 
 
Subversivas - que ou aquele que prega ou executa atos visando à transformação ou derrubada da ordem estabele-
cida; revolucionário. 
 
Consumação 
 
1ª posição: quando a coisa subtraída sai da esfera de vigilância da vítima e o agente obtém sua livre disponibilidade, 
ainda que por breve período. (Mirabete). 
2ª posição: independe da retirada da coisa da esfera de vigilância da vítima, bastando que cesse a grave ameaça 
ou violência à pessoa, para que o poder de fato sobre ela se transforme de detenção em posse. (STF e STJ). HC 
104.593/MG, rel. Min Luiz Fux, 1ª Turma, j. 08.11.2011, noticiado no informativo 647. 
 
Para a primeira posição, o crime de roubo será considerado material ou causal – depende da produção de um 
resultado naturalístico, consistente na diminuição do patrimônio da vítima. 
 
Para a segunda posição, o roubo é crime formal, de consumação antecipada ou resultado cortado – o tipo penal 
aloja conduta e resultado naturalístico, prescindindo-se deste último para fins de consumação. Basta o emprego de 
grave ameaça ou violência à pessoa, com a consequente inversão da posse do bem, ainda que não se opere sua 
retirada da esfera de vigilância da vítima. 
 
Observações importantes acerca da consumação 
 
Independentemente da teoria adotada, o crime será considerado consumado quando houver: 
a) destruição, desfazimento ou perda do bem subtraído – em todas as hipóteses haverá efetiva diminuição 
patrimonial, aperfeiçoando o delito tipificado no art. 157 do Código Penal. 
b) prisão em flagrante de um dos roubadores e fuga do seu comparsa com o bem subtraído – consectário lógico 
da teoria monista ou unitária no concurso de pessoas previsto no art. 29 do Código Penal, ou seja, mesmo diante 
da pluralidade de agentes, se o crime está consumado para um deles (o que fugiu com o bem), está igualmente 
consumado para os demais. 
 
Tentativa 
 
Possível qualquer que seja a posição acolhida em relação ao momento consumativo do crime de roubo. 
 
Ação Penal 
 
A ação penal é pública incondicionada em todas as modalidades de roubo (próprio, imprórpio, circunstanciado ou 
agravado e qualificado). 
 
 
 
 
 
 
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15 
Roubo e concurso de crimes 
 
a) Ladrão emprega grave ameaça ou violência simultaneamente contra duas ou mais pessoas, mas subtrai 
pertences de apenas uma delas – responde por um só crime de roubo, pois somente um patrimônio foi lesado. 
b) Ladrão, no mesmo contexto fático, emprega grave ameaça ou violência contra duas ou mais pessoas, subtraindo 
pertences de todas elas, responde por tantos crimes de roubos quanto forem os patrimônios lesados. Concurso 
formal, pois houve apenas uma ação composta por vários atos. Concurso formal impróprio ou imperfeito (CP, art. 
70, caput, 2ª parte), tendo em vista os desígnios autônomos para a produção de diversos resultados criminosos. 
Soma das penas cominadas a todos. 
c) Ladrão que emprega violência ou grave ameaça contra apenas uma pessoa, embora subtraia bens de titular-
idades diversas que estavam em seu poder. Responde por vários crimes de roubo em concurso formal impróprio 
ou imperfeito. 
Obs: aqui o roubador tem que saber que atingiu patrimônios diversos, sob pena de incorrer-se em responsabilidade 
penal objetiva. 
 
Classificação doutrinária 
 
Comum – pode ser praticado por qualquer pessoa. 
Forma livre – admite qualquer meio de execução. 
Material – consuma-se com a produção do resultado naturalístico, ou seja, com a livre disponibilidade do agente 
sobre a coisa. (Doutrina tradicional). 
Formal – independe da retirada da coisa da esfera de vigilância da vítima. (STF e STJ). 
Instantâneo – consuma-se em momento determinado, sem prolongamento no tempo. 
Plurissubsistente – conduta composta de diversos atos. 
De dano – o tipo penalprevê a efetiva lesão ao patrimônio da vítima. 
Unissubjetivo, unilateral ou de concurso eventual – não exige pluralidade de agentes para seu cometimento. 
 
Roubo Impróprio 
 
Art. 157, § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa 
ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
 Também chamado de roubo por aproximação. 
 
Classificado como roubo simples, uma vez que a pena a ele cominada é a mesma do roubo próprio (art. 157, caput) 
– reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
 
Diferenças entre roubo próprio e roubo impróprio 
 
 
 
Observações importantes sobre o roubo impróprio 
 
 a violência imprópria é incompatível com o roubo impróprio, por ausência de previsão legal, não sendo admissível 
analogia in malam partem. Desta forma, aquele que subtrai coisa móvel e depois embriaga a vítima, por exemplo, 
 
 
 
 
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16 
com o fim de assegurar a impunidade do crime, não pratica roubo impróprio, mas crime de furto (Weber Martins 
Batista e Bruno Gilaberte). 
 
 no roubo impróprio, a violência ou grave ameaça à pessoa é utilizada após a subtração do bem, mas 
imediatamente antes da consumação do furto, pois em caso contrário teríamos as hipóteses de um crime de furto 
consumado em concurso material com lesão corporal (art. 129, CP) ou ameaça (art. 147, CP) ou resistência (art. 
329, CP) no caso do constrangimento ser endereçado a um agente de segurança pública ( Weber Martins Batista e 
Bruno Gilaberte). 
 
Consumação do crime de roubo impróprio 
 
No momento em que emprega-se a violência à pessoa ou grave ameaça, ainda que não tenha êxito em sua finali-
dade de assegurar a impunidade do crime ou assegurar a detenção da coisa, para si ou para terceiro. (STJ, HC 
175.017/RJ, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª Turma, j. 26.02.2013). 
 
Crime formal, de resultado cortado ou de consumação antecipada. 
 
Tentativa do crime de roubo impróprio 
 
1ª corrente: Não é possível, pois o crime consuma-se no momento em que, após o agente tornar-se possuidor da 
coisa, a violência é empregada, não se admitindo, pois, a tentativa. (majoritária na doutrina e jurisprudência). (STJ, 
Resp 1.025.162/SP, rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, j. 11.09.2008). 
2ª corrente: cabível, nas hipóteses em que o sujeito, após subtrair a coisa, tenta empregar a violência ou grave 
ameaça à pessoa, mas não consegue por circunstâncias alheias à sua vontade. (Bruno Gilaberte e Magalhães 
Noronha). 
 
Roubo circunstanciado ou agravado 
 
Aplicáveis somente aos casos de roubo próprio (caput) e roubo impróprio (§ 1º), tendo em vista sua posição geo-
gráfica. Não incidem sobre as modalidades de roubo qualificado do § 3º. 
 
As circunstâncias previstas no § 2º do art. 157 do Código Penal têm natureza jurídica de causas de aumento de 
pena, porque elevam a sanção em quantidade variável, incidindo na terceira fase da dosimetria da pena. 
 
Muito embora alguns julgados mencionem equivocadamente a expressão roubo “qualificado”, não se tratam de 
qualificadoras, pois a pena em abstrato permanece a mesma. O que muda para mais, são os limites do preceito 
primário, variando de 1/3 à metade. 
 
Tecnicamente, são qualificadoras as previstas no § 3º do art. 157, ou seja, lesão corporal de natureza grave ou 
morte (esta última recebendo a denominação de latrocínio) 
 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
 
O aumento da pena se justifica por dois motivos: 
a) incremento do risco à integridade física e à vida do ofendido e de outras pessoas; 
b) facilitação na execução do crime, pois acarreta maior temor à vítima, reduzindo ou eliminando a possibilidade de 
defesa. 
 
Arma - é todo objeto ou instrumento idôneo para ataque ou defesa, uma vez que tem capacidade para matar ou 
ferir. 
 
Arma própria – concebido com a finalidade precípua de ataque ou defesa (exs: pistolas; revólveres; espadas etc.). 
 
Arma imprópria – criado com finalidade diversa, mas que, no caso concreto pode ser utilizado para ferir ou matar, 
uma vez que possui eficácia vulnerante (exs: facas; ripas de madeira; machados; tesoura etc.). 
* nos dois casos admite-se a incidência da majorante. 
 
 
 
 
 
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Arma branca – instrumento ou objeto dotado de ponta ou gume e idôneo a matar ou ferir. A arma branca pode ser 
própria (exs: punhal; lança; espada) ou imprópria (exs: faca de cozinha; cutelo; machado). 
 
É imprescindível o emprego da arma, que pode se exteriorizar de duas formas: 
a) efetivo uso: o instrumento é utilizado para praticar a grave ameaça ou violência (ex: sujeito aponta a arma para a 
vítima). 
b) porte ostensivo: o uso do instrumento é capaz de influir, por si só, ainda que implicitamente, no ânimo da vítima 
(ex: ladrão aborda a vítima ostentando uma arma em sua cintura). 
Para incidência da majorante, exige-se o emprego da arma, não bastando a sua existência. Sendo assim, se o 
agente traz consigo uma arma, mas não a utiliza, não incide a majorante (ex: pistola escondida dentro de uma 
bolsa). 
 
Na hipótese de porte simulado de arma (a arma não existe), o aumento da pena é vedado. Aqui, o agente não 
empregou arma nenhuma. A simulação da arma (ex: “A” aborda “B” como uma das mãos por debaixo ba blusa, 
dando a falsa impressão de que porta uma arma). A conduta serve para configurar a agrave ameaça, exigida pelo 
art. 157, caput do Código Penal, uma vez que houve intimidação da vítima. Todavia, não se presta para a caracter-
ização da majorante, pois a arma sequer existia. 
 
Na hipótese de concurso de agentes, e somente um deles se vale da arma (circunstância objetiva), a causa de 
aumento de pena do art. 157, § 2º, I do Código Penal se estende a todos os envolvidos, sejam eles coautores ou 
partícipes, conforme extrai-se da regra do art. 30 do Código Penal. 
 
Além disso, o art. 29, caput, do Código Penal, filiou-se , no que tange ao concurso de pessoas, à teoria monista ou 
unitária, na qual há apenas um crime para todos os agentes. 
 
Sendo assim, se para um deles o crime é de roubo ciscunstanciado pelo emprego de arma, para todos os demais 
também será. 
 
É necessária a apreensão e perícia da arma de fogo? 
 
O entendimento do Plenário do STF e do STJ é no sentido da desnecessidade, para fins de aplicação da causa de 
aumento de pena prevista no art. 157, § 2º, I do Código Penal, da apreensão e respectiva perícia, desde que o 
emprego da arma e seu potencial lesivo sejam provados por outros meios, como o depoimento da vítima ou de 
testemunhas. Dessa forma, se o acusado defende-se alegando que não valeu-se do emprego de arma, o ônus da 
prova a ele será transferido. (HC 96.099/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, Plenário, j. 19.02.2009, noticiado no 
Informativo 536);(STJ: HC 261.090/SP, rel. Min. Og Fernandes, 6ª Turma, j. em 13.08.2013). * Posicionamento do 
Professor Bruno Gilaberte. 
 
E como fica a questão das armas com defeito ou desmuniciadas? 
 
No tocante à arma com defeito, é necessário diferenciar duas situações: 
a) absoluta ineficácia da arma (ex: impossibilidade definitiva de uma pistola efetuar disparos) – se tal circunstância 
for comprovada pericialmente, não há que se falar na incidência do art. art. 157, § 2º, I do Código Penal, restando 
a modalidade fundamental do crime de roubo, qual seja, art. 157, caput do Código Penal. 
b) relativa ineficácia da arma (ex: revólver que falha em alguns disparos, picotando cartuchos íntegros) – prevalece 
o entendimento de que haverá incidência da causa de aumento. 
(STJ: HC 247.669/SP, rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 6ª Turma, j. 04.12.2012, noticiado no informativo 511) 
 
A arma desmuniciada, por sua vez, constitui-se em meio relativamente ineficaz. O agente pode nela inserir projéteis 
a qualquer momento e efetuar disparos. Incide, portanto, a causa de aumento de pena. 
(STJ: HC 246.811/RJ, rel. Min. Laurita Vaz, rel. p/ acordão Min. Jorge Mussi, 5ª Turma,j. 01.04.2014) 
 
E a questão da arma de brinquedo? 
 
A arma de brinquedo, também chamada de arma fantasia ou arma finta tem provocado intensas discussões no 
Direito Penal. 
 
 
 
 
 
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Súmula 174 STJ: “No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena”. 
 
Súmula cancelada no dia 24.10.2001, pela 3ª Seção do STJ, no julgamento do Resp 213.054/SP. 
 
A partir desta data, formam-se dois posicionamentos acerca da possibilidade da arma de brinquedo permitir a in-
cidência do art. art. 157, § 2º, I do Código Penal . 
 
1º posicionamento: Teoria objetiva – o emprego de arma de brinquedo não autoriza o aumento da pena. (STF, STJ 
e doutrina amplamente majoritária). 
Não é possível valorar a arma de brinquedo como elementar do crime de roubo e também como majorante, sob 
pena de configuração de bis in idem. 
Se não bastasse, os princípios da tipicidade e da ofensividade (leisividade), impedem a exasperação da pena. 
 
2º posicionamento: Teoria subjetiva – o emprego de arma de brinquedo autoriza o aumento da pena. 
Nem toda arma de brinquedo funciona como causa de aumento. Desprezam-se aquelas manifestamente inofensivas 
e inadequadas para incutir temor em alguém (ex: pistolas de água e aquelas para diversão de crianças com pouca 
idade). 
 
A discussão só tem pertinência quando envolve simulacros de arma, ou seja, instrumentos realmente semelhantes 
a armas e capazes de confundir pessoas em geral, isto é, homens e mulheres de inteligência e perspicácia medi-
anas. 
 
A teoria subjetiva leva em consideração o critério psicológico (intimidação da vítima), ou seja, o uso de um simulacro 
é meio idôneo e eficaz para intimidar a vítima no caso concreto, tanto quanto a arma real, diminuindo ou até mesmo 
retirando sua possibilidade de resistência. 
 
Emprego de arma de fogo e Estatuto do Desarmamento. 
 
Regra: se o roubo é praticado com emprego de arma de fogo, e o agente não tem autorização para portá-la, não 
incide o crime autônomo de porte ilgeal de arma de fogo, de uso permitido ou de uso restrito, nos termos dos art.s 
14 e 16 da Lei 10.826/2003. Aplicação do princípio da consunção para a solução do conflito aparente de normas. 
O porte ilegal de arma de fogo funciona como meio para a prática do roubo (crime fim). 
 
Exceção: haverá concurso material se depois da consumação do roubo, e fora do contexto fático deste crime, o 
sujeito continua a portar ilegalmente a arma de fogo (duas condutas, dois crimes distintos). 
 
Art. 158 do CP – Extorsão 
 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem 
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: (Há a necessidade da 
participação da vítima, por exemplo, constrange-la para que ela me informe a senha do cartão do banco) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. 
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço 
até metade. 
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a 
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta 
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. 
 
É uma variante de crime patrimonial muito semelhante ao roubo, pois também implica numa “subtração/entrega” 
violenta ou com grave ameaça de bens alheios. 
 
Objetividade Jurídica: É um crime contra o patrimônio, embora indiretamente, estejam protegidas também a invio-
labilidade e a liberdade individual. 
 
Não é só a coisa móvel a ser objeto do crime; EX: pode ocorrer a extorsão obrigando-se a vítima a transferir a 
propriedade de um imóvel ao agente ou terceiro. 
 
 
 
 
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Sujeito Ativo: Qualquer pessoa 
 
Sujeito Passivo: Pode ser uma ou varias pessoas na qualidade de sujeitos passivos. 
 
Núcleo do tipo: é constranger, que significa tolher a liberdade, forçando alguém a fazer alguma coisa contra a sua 
vontade. 
 
É justamente a diferença do roubo, cujo núcleo é subtrair, demonstrando que o agente prescinde da colaboração 
da vítima, pois tem o bem ao seu alcance. 
 
Tipo Objetivo: A conduta típica é constranger (coagir obrigar), e deve ser praticada mediante violência (física ou real 
contra a pessoa) ou grave ameaça (promessa de causar mal sério e verossímil vis compulsiva, violência moral). 
 
A finalidade do constrangimento é obter indevida vantagem econômica, para si ou para outrem. 
 
SE A VANTAGEM ECONOMICA FOR DEVIDA, QUAL É O CRIME? ART. 345 CP 
 
Tipo Subjetivo: O dolo constituído pela vontade de usar da violência (vontade livre e consciente de constranger), 
real ou moral, para constranger alguém, e o especial fim de agir; esse elemento subjetivo geral é acrescido pelo 
elemento subjetivo especial do tipo, constituído pelo fim especial de obter indevidamente vantagem econômica, para 
si ou para outrem. 
 
Consumação: Se crime formal consuma-se com o efeito da ação constranger, isto é, com o comportamento da 
vítima fazendo, tolerando que se faça ou deixando de fazer alguma coisa, sem dependência da obtenção do pro-
veito.Não se exige o resultado naturalístico consistente na redução do patrimônio da vítima. 
 
3 fases do iter criminis: 
a) o agente constrange a vítima, valendo-se da violência ou grave ameaça; 
b) a vítima age, por conta disso, fazendo, tolerando que se faça ou deixando de fazer alguma coisa; (o crime já esta 
consumado SUM/STJ 96). 
c) o agente obtém a vantagem econômica almejada. 
 
"Mas a extorsão, na presente hipótese, não atingiu a sua consumação, uma vez que não foi possível fazer o saque 
porque, tal como a vítima havia informado, não tinha dinheiro na conta. Ora, como ensinava o saudoso Professor 
Júlio Fabbrini Mirabete, embora formal o crime, conforme o enunciado da Súmula 96 do STJ, 'é possível a tentativa 
uma vez que o crime não se perfaz unico actu (JUACrSP 48/57, 35/147; RT 447/394, 464/393, 648/268). Ocorre a 
tentativa quando a ameaça não chega ao conhecimento da vítima (RT 338/103), quando esta não se intimida (RT 
525/432) ou quando o agente não consegue que ela faça, tolere que se faça ou deixe de fazer alguma coisa (RT 
481/363, 498/357); JTArSP 35/332)' (Manual de Direito Penal, Vol. 2, 6ª Edição, p. 223)." (fls. 652/626). 
 
Tentativa em crime formal: possibilidade 
a) o agente age com vontade de constranger a vítima, valendo-se da violência ou grave ameaça e por circunstâncias 
alheias a sua vontade a vítima não se intimida ou age conforme o agente queria ou não tolere que se faça ou deixe 
de fazer alguma coisa. 
 
Extorsão MAJORADA 
§ 1º, se o crime é cometido por duas ou mais pessoas(1), ou com emprego de arma, a pena a pena é aumentada 
de um terço até metade. 
 
Extorsão QUALIFICADA 
§ 2º se o crime é praticado com violência que resulte lesão grave ou morte aplica-se a o § 3º do art. 157 do CP 
(roubo qualificado). 
 
Obs. (aqui a lei fala em cometido e não em concurso, sendo indispensável a presença delas junto ao ofendido, não 
basta a instigação ou cumplicidade. Cezar R. Bitencourt) SO ELE PENSA DESSA FORMA, OS OUTROS PENSAM 
QUE NÃO É NECESSARIO QUE AMBOS ESTEJAM NO LOCAL DO CRIME 
 
 
 
 
 
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SEQUESTRO RELÂMPAGO (Extorsão qualificada) 
Parágrafo 3º – Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária 
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se 
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no artigo 159, parágrafos 2º e 3º, respectiva-
mente. 
 
I – Na extorsão é imprescindível o comportamento da vítima, a entrega do bem é ato voluntário, no roubo é 
prescindível; 
II – No roubo há subtração, na extorsãohá entrega; 
III – No roubo, o proveito é contemporâneo e o mal prenunciado à vítima iminente; na extorsão, o mal e a vantagem 
são futuros; 
 
Luiz Flavio Gomes 
 
 
 
Concurso de crimes 
Roubo + sequestro relâmpago (QUALIFICADORA DA EXTORSAO) (concurso de crimes): se o agente rouba a 
vítima (rouba o carro, uma carteira, dinheiro, relógio etc.) e, em seguida, no mesmo contexto fático (sem nenhuma 
interrupção temporal), pratica também o sequestro relâmpago (saques em caixas eletrônicos), temos dois delitos: 
roubo + art. 158, § 3.º. O roubo pode ser simples ou agravado (pelo concurso de pessoas, por exemplo). PER-
GUNTA PROVA: Ver o que é crime formal, material e de mera conduta, depois ver o que é concurso material, 
concurso formal e crime continuado. 
 
2 OU MAIS ACOES – CONCURSO MATERIAL SOMA-SE AS PENAS / ARTIGO 69, ART 70 CONCURSO 
FORMAL… 
 
Concurso de crimes material ou formal?: a clássica jurisprudência do STF sempre enfocou o tema (roubo + extorsão) 
como concurso material de crimes (RE 104.063-SP, 2.ª Turma, rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ de 17/5/85). Luiz 
Flavio Gomes. 
 
Classificação Doutrinária: 
 crime comum, 
 de dano, 
 formal, 
 comissivo, 
 doloso 
 
EXTORSÃO 
 
Vítima obrigada a entregar algo ao criminoso. 
Contra a vontade 
 
 
 
 
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ESTELIONATO 
A vítima é induzida a entregar espontaneamente ao autor. 
A vítima quer entregar o bem ao autor. 
 
Roubo 
A vítima não tem possibilidade de escolha. 
A conduta da vítima não é imprescindível. 
 
Extorsão 
A vítima tem possibilidade de escolha, ainda que viciada, vez que a consumação depende da atitude da vítima. 
Conduta imprescindível para o resultado naturalístico. 
 
Art. 159 do CP - Extorsão Mediante Seqüestro 
 
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou 
preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 
60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação 
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do 
seqüestrado (DELAÇÃO PREMIADA), terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, 
de 1996) 
 
Seqüestrar: significa tirar a liberdade, isolar, reter a pessoa. Isolado constitui crime autônomo (art. 148 do CP), 
quando a finalidade do agente é realmente, insultar a vítima. 
 
Porém, havendo finalidade específica, consistente na obtenção de vantagem patrimonial (Nucci), torna-se uma mo-
dalidade de extorsão. 
 
Objetividade Jurídica: 
Crime complexo, que tem como objetividade jurídica a tutela do direito ao patrimônio (o agente atua com finalidade 
econômica), assim como a liberdade individual, a integridade física e a vida do cidadão, que na forma qualificada 
também são protegidas por este dispositivo. 
 
Sujeito Ativo: Pode ser qualquer pessoa, sem condição especial. 
Qualquer dessas atividades caracteriza sujeito ativo do crime: seqüestrar, levar mensagem, vigiar o refém, vai 
apanhar o regate, pessoa que faz almoco e etc. Qualquer ação praticada, o agente responderá pelo crime de 
extorsão mediante seqüestro. 
 
Sujeito Passivo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive quem sofre o constrangimento sem lesão patrimonial. 
pessoa seqüestrada, bem como a pessoa contra quem se dirige a intenção de obter vantagem, ou quem sofre 
propriamente prejuízo econômico. 
 
Tipo Objetivo (adequação típica): 
A conduta típica e núcleo do tipo é seqüestrar, ou seja, arrebatar alguém de circulação, privando-o de sua liberdade 
ainda que por lapso temporal de curta duração. 
 
O seqüestro objetiva conseguir qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. 
 
Trata-se de crime permanente, persistindo a consumação enquanto houver a privação de liberdade do refém. Crime 
que vai se consumando ao longo do tempo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/2003/L10.741.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8072.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L9269.htm
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É crime formal e não material. 
 
Tipo Subjetivo (adequação típica): 
A vontade de seqüestrar é o dolo do delito, e o elemento subjetivo especial do tipo, obter vantagem, para si ou para 
outrem, como preço ou condição de resgate. 
 
Ausente essa finalidade, pode existir outros delitos (seqüestro, redução à condição análoga á de escravo etc.). 
 
Participação da vítima na extorsão: 
A cumplicidade da vítima para extorquir os pais desclassifica o crime para a extorsão (art. 158 do CP), respondendo 
a suposta vítima juntamente com os companheiros seqüestradores (art. 183 do CP). 
EX: filha simula seu sequestro e com o auxilio do namorado extorque o pai. 
 
Consumação 
 
Consuma-se com o seqüestro da vítima, isto é, com a privação de sua liberdade, por espaço de tempo que tenha 
alguma relevância jurídica. Consuma-se no exato momento em que a vítima é seqüestrada, mesmo antes do pedido 
de resgate. 
 
Eventual recebimento do resgate será apenas exaurimento do crime, que apenas influirá na dosagem da pena. 
 
Tentativa: 
Em tese é admissível a tentativa, desde que o agente inicie a ação seqüestrar a vítima, e não a consume por 
circunstâncias alheias a sua vontade. De difícil configuração. 
 
Extorsão qualificada QUALIFICADORA OBJETIVA (ACONTECENDO O JUIZ TEM QUE APLICAR, NÃO TEM 
PONDERACAO) (art. 159, § 1º, primeira parte). 
 
Duração do seqüestro: 
se o seqüestro durar mais de 24 horas, 
 
Idade da vítima: 
Se a vítima é menor de dezoito anos. 
Inquestionavelmente, maior a duração do seqüestro e conseqüente privação da liberdade da vítima como sua 
menoridade ampliam o desvalor da ação quanto o desvalor do resultado, que justificam sua maior penalização. 
 
Cometido por bando ou quadrilha: pena 12 a 20 anos. 
É necessário o reconhecimento da elementar do tipo penal descrito no art. 288 do CP. (4 ou mais pessoas, para a 
pratica de crimeS – mais de um crime) 
Lesão grave: pena 16 a 24 anos. Art. 129 p. 1 e 2 do CP. 
Morte: pena 24 a 30. 
 
Quanto à Lei Federal 8.072/90, que trata dos crimes hediondos, ficou determinado, no artigo 9º, que, se a vítima se 
enquadra em qualquer das hipóteses do artigo 224 do Código Penal, haverá o aumento de metade da pena, res-
peitado o limite do artigo 75 do Código Penal. Nestas situações, eventualmente, a pena aumentada da metade pode 
ter como limites mínimo e máximo os mesmos trinta anos, o que fere o princípio da individualização da pena (artigo 
5º, inciso XLVI da Constituição Federal).??????????????????????? Artigo revogado 
 
Crime comum: aquele que não demanda sujeito ativo qualificado ou especial. 
 
Formal: delito cujo resultado naturalístico previsto no tipo penal – recebimento do resgate - pode não ocorrer, 
contentando-se, para sua configuração, com a conduta de seqüestrar. 
 
Comissivo:“seqüestrar” implicaem uma ação. 
 
Permanente:o resultado se prolonga no tempo. 
 
 
 
 
 
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Crime hediondo (Lei 8.072/90). 
 
DELAÇÃO PREMIADA ( ART. 159, § 4º CP ): 
 
A delação premiada vem sendo adotada no Direito Penal Brasileiro por assimilação de institutos do Direito Norte - 
Americano ("Plea Bargaining" ) e Italiano (Pentitismo). 
 
Lei dos Crimes Hediondos ( Lei 8072/90 ), na qual está inserido o crime do art. 159 CP, em casos de quadrilha para 
a prática de crimes hediondos ou equiparados ( art. 8º, Parágrafo Único ). 
 
Qual autoridade? Qualquer competente, delegado, juiz,promotor etc. 
Informação útil à libertação do sequestrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BONS ESTUDOS !!! 
 
 
 
 
 
 
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