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Contestação em Ação de Reintegração de Posse
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE____
Processo nº xxxxxxxxx
XXXXXXXXXXXXXXX, (qualificação), por seu advogado, bastante procurador, que esta subscreve, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 564 do Código de Processo Civil, apresentar CONTESTAÇÃO na Ação de Reintegração/Manutenção de Posse que lhe move XXXXXXXXXX, já qualificada nos autos em epígrafe, expondo e requerendo o que segue.
1 – SÍNTESE FÁTICA
De acordo com a inicial, a requerente adquiriu, em agosto de 2015, através do programa “Minha Casa Minha Vida”, um imóvel localizado na Rua xxxxxxxxxxxxxxx.
Aduziu que estava gravida e por isso precisou mudar-se para a cidade de xxxxxxxx no início de 2016, onde receberia os cuidados de sua avó.
Porém, para não deixar o imóvel abandonado, a requerente teria pedido à sua amiga XXXXXXXX que tomasse conta da propriedade até o seu retorno.
Posteriormente, alega a requerente que em março de 2016 fora informada que o requerido teria invadido a sua residência, o que a fez registrar um boletim de ocorrência.
Nesta seara, informa a requerente que deixou seus pertences no imóvel, e que está pagando todas as prestações do contrato de financiamento bem como o IPTU e demais contas.
Por fim, a requerente sustenta que, em razão da suposta invasão do requerido, necessitou locar outro imóvel, pagando a quantia de R$ xxxxxxx, e que por essa razão precisa ser imediatamente reintegrada na posse do imóvel objeto da presente lide.
Todavia, em que pede os forçosos argumentos lançados pela requerente na exordial, a presente Ação não merece prosperar, conforme melhor se demonstrará nos tópicos a seguir.
2 – DO DIREITO
2. – Da Falta de Interesse Processual
Conforme se observa da leitura da peça inaugural, a requerente alega ser proprietária do imóvel, fundamentando apenas nisto seu pedido de reintegração de posse.
Ora, conforme preceituado nos artigos 560 e seguintes do Código de Processo Civil, a causa de pedir nas ações possessórias deve ser a posse e não a propriedade. Caso quisesse reaver o imóvel com base no seu domínio sobre ele, deveria a requerente ter proposto uma ação reivindicatória.
A jurisprudência brasileira coaduna desse entendimento, vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL N. 0010403-36.2010.8.08.0048 (048100104032). APELANTE: JOÃO BATISTA ROSA DO NASCIMENTO. APELADA: KEILA RODRIGUES PENNA VILLA. RELATOR: DESEMBARGADOR SUBSTITUTO RODRIGO FERREIRA MIRANDA. A C Ó R D Ã O EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. TERRENO ABANDONADO. NÃO COMPROVAÇÃO DA POSSE PELO PROPRIETÁRIO DO BEM IMÓVEL.
1. - Para o deferimento da ação reintegratória, o autor deve provar, dentre outros requisitos, a sua posse sobre o bem imóvel objeto do litígio. Inteligência dos artigos 926 e 927, ambos do Código Civil.
2. - O autor alegou posse mas só comprovou domínio. Logo, ele se utilizou de via processual inadequada, uma vez que a ação de reintegração tutela a posse e não o domínio, sendo no caso vertente irrelevante a discussão acerca da propriedade.¿O entendimento do STJ é no sentido de que, em se tratando de ação possessória, não se discute o domínio sobre os bens em comento, mas tão somente a posse exercida sobre eles.¿ (REsp 1279929⁄MT, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 18-03-2014, DJe 15-04-2014).
3. - In casu, a ré comprovou o exercício da posse sobre o terreno discriminado nos autos, que outrora estava em estado de abandono, sendo desnecessária a discussão sobre o domínio do imóvel.
4. - Recurso desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadores que integram a Terceira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, de conformidade com a ata do julgamento e as notas taquigráficas em, à unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Vitória-ES., 01 de março de 2016. PRESIDENTE RELATOR
(TJ-ES - Apelação: APL 00104033620108080048)
APELAÇÃO CÍVEL. POSSE. BENS IMÓVEIS. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ABANDONO DO IMÓVEL PELA AUTORA. EXERCÍCIO DA POSSE DO RÉU DEMONSTRADO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.
Para o deferimento do pedido de reintegração de posse, mister sejam atendidos os requisitos do art. 927 do CPC. A prova dos autos demonstrou que a autora não detinha a posse do imóvel, pois o abandonou há muitos anos, época em que o réu e sua falecida companheira, filha da autora, permaneceram residindo no local. Sentença mantida. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70051774180, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Elaine Maria Canto da Fonseca, Julgado em 17/09/2015).
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - ALEGAÇÃO DE DOMÍNIO - INOCORRÊNCIA DAS EXCEÇÕES ADMITIDAS - IMPOSSIBILIDADE - REEXAME DE PROVAS - INVIABILIDADE – SÚMULA 7/STJ.
1. A teor da jurisprudência desta Corte, em se tratando de ação possessória, descabe discussão sobre domínio, exceto se os litigantes disputam a posse alegando propriedade ou quando duvidosas ambas as posses suscitadas. Inocorre, no caso, ambas as hipóteses. Assim, incensurável o v. Acórdão que julga carecedor de ação – por falta de adequação do pedido autoral à providência requerida – o proprietário que invoca a proteção possessória fundada em título dominial.
2. De outro lado, a pretensão do recorrente de reexame das provas, sob o argumento de não terem sido devidamente analisadas pelas instâncias
ordinárias, encontra óbice na Súmula 7/STJ.
3. Recurso não conhecido.
(STJ, 4ª Turma, REsp 755861 / SE, Rel. Min. Jorge Scartezzini. DJ 05/09/2005 p. 434)
Portanto, conforme é cediço, o requisito basilar na ação reintegratória é a prova de que a requerente exercia a posse no imóvel que pretende reintegrar. Assim, não havendo a posse prévia da requerente antes do suposto esbulho do requerido, não há que se falar em reintegração.
Elucidando sobre o tema o Desembargador Oscar Gomes Nunes[1] nos esclarece que “Os interditos possessórios pertencem ao sistema da proteção da posse, de modo que a eles só podem recorrer os possuidores, quando esbulhados, turbados ou ameaçados em seu direito. O que legitima o autor na ação possessória é o fato da posse. Carece de ação, o autor que só prova domínio”.
Destarte, a presente Ação carece de interesse processual, haja vista que no momento em que o requerido adentrou no imóvel, a requerente já não exercia mais a posse deste, devendo Vossa Excelência extinguir o processo sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 485, VI, do Código de Processo Civil.
2. – Das Contradições Narradas pela Requerente
Caso não seja acolhido o pedido de carência da Ação, ad argumentandum tantum, faz-se necessário apontar as inconsistências na narrativa da requerente, que deixaram claro que ela abandonou o imóvel e pretendia vende-lo.
Inicialmente nota-se que na narrativa inicial a requerente sustentou que saiu da residência mas teria deixado seus pertences lá, pois supostamente somente se ausentaria por um curto período. Ocorre que, no boletim de ocorrência realizado em 15/03/2016 (fls. Xxxx), a requerente disse completamente o oposto, aduzindo que tinha se mudado para a cidade de Assis e deixou a residência trancada e sem mobiliário.
Outrossim, temos que em virtude de sua ausência que supostamente seria temporária, a requerente pediu que sua amiga XXXXXXXX tomasse conta do imóvel. Neste diapasão, embora seja normal que as pessoas peçam aos amigos que tomem conta da residência enquanto se ausentam, é no mínimo estranho que a requerente tenha solicitado esta vigilância para uma “amiga” que ela conhecia há apenas cinco meses. De se levantar mais suspeita ainda é que esse período de 5 meses é justamente a faixa temporal em que a requerente iniciou o financiamento da residência para logo após se mudar para a cidade de xxxxxxxx.
Há que se destacar que, ao contrário do alegado pela requerente, as prestações de financiamento do imóvel, IPTU e demais contas da residência estão sendo pagas pelo requerido. Com efeito,o requerido pagou e está pagando todas as contas referentes ao imóvel, tanto aquelas em nome da requerente quanto outras em nome de sua companheira, conforme se observa dos documentos em anexo.
Também não se apresenta como verossímil a alegação da requerente de que necessitou locar outro imóvel. Primeiramente porque não apresentou qualquer documento que comprove essa locação; e depois porque no preâmbulo da inicial indicou como seu endereço atual a residência discutida nesta Ação, sendo que lá atualmente reside o requerido e sua companheira.
A verdade é que, após financiar a residência através do programa Minha Casa Minha Vida, a requerente se mudou para a cidade de xxxxxx, abandonando o imóvel financiado, para algum tempo depois vende-lo para os seus supostos amigos que estariam “tomando conta” da casa.
Deste modo, a requerente descumpriu o contrato assinado com a CEF, pois abandonou a residência financiada, que posteriormente fora ocupada pelo requerido que, sem ter onde morar, deu a destinação adequada à residência, razão pela qual deve ser a presente ação julgada improcedente, protegendo-se a posse do requerido, nos termos do artigo 556, do Código de Processo Civil.
2.4 – Da Função Social da Propriedade
A função social da propriedade foi consagrada na Carta Magna de 1988, que determinou que “a propriedade atenderá a sua função social” (art. 5º, XXIII, CF).
Portanto, temos que a requerente fora agraciada com um programa de moradia do Governo Federal para que tivesse direito à moradia, porém, ao invés de desfrutar dessa benção, foi gananciosa e tentou tirar proveito econômico da situação, vendendo o imóvel financiado para terceiro.
Assim, a requerente abandonou o imóvel, deixando-o suscetível a se tornar um criadouro do mosquito Aedes Aegypti, bem como de outros animais e insetos peçonhentos.
Nesta seara, o requerido que não tinha um local para residir, ao perceber que a residência estava abandonada, lá adentrou e fixou-se juntamente como sua companheira, tendo, finalmente um lar.
Com efeito, a residência estava sem água e luz, que somente foram religados após o requerente pagar todas as contas em atraso, conforme pode se observar nos documentos em anexo.
Consequentemente, não há qualquer razão legal ou moral para se tirar o requerido da posse do imóvel em debate e entrega-la para requerente, uma vez que o requerido e sua companheira não tem outro local para residir, enquanto que a requerente deixou o local por livre e espontânea vontade para morar com sua avó e vender a residência que havia financiado. Nesse sentido:
Posse. Reintegração. Perda. Abandono da coisa. Novos possuidores que dão novo aproveitamento ao bem antes abandonado. Caracterização de melhor posse. Proteção de um dos elementos da propriedade condicionada ao cumprimento de sua função social. Reintegração de posse julgada improcedente. Recurso dos réus provido para esse fim, prejudicado o da autora.
(TJ-SP - Apelação: APL 00261358120088260224 SP 0026135-81.2008.8.26.0224)
APELAÇÃO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. IMÓVEL LOCALIZADO EM AGLOMERADO URBANO/FAVELA (CABANA DO PAI TOMÁS). ABANDONO MATERIAL. OCUPAÇÃO PARA FINS DE MORADIA. POSSE E ESBULHO NÃO VERIFICADOS. FUNÇÃO SOCIAL. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. ART. 927 DO CPC.
- Não restando demonstrada a posse anterior do imóvel, bem como o esbulho praticado pelo réu, a improcedência do pedido é medida que se impõe.
- A ausência de poder fático sobre o bem derrui o estado possessório de um lado e, de outro, a verdadeira situação de abandono do imóvel afasta a caracterização do esbulho.
- A categorização de um estado jurídico como posse requer a verificação da funcionalidade (social) do poder exercido sobre a coisa.
(TJ-MG - Apelação Cível: AC 10024097604417001 MG)
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. PROGRAMA HABITACIONAL. DESTINAÇÃO SOCIAL DO IMÓVEL. ABANDONO. POSTERIOR CESSÃO DE DIREITOS. OPOSIÇÃO. FUNÇÃO SOCIAL DA POSSE. MELHOR POSSE DEMONSTRADA.
1. Aautorização para ocupação de lote concedido pela CODHAB condiciona a permanência do ocupante no imóvel desde que ocorra a posse, guarda e ocupação e que o concessionário providencie a ocupação e o cercamento imediato no lote no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias.
2. Possuidor é todo aquele que tem de fato o exercício pleno ou não de alguns dos poderes inerentes à propriedade (CC, art. 1.196), que são o uso, o gozo, a disposição e o direito de reaver a coisa de quem quer que injustamente a detenha (CC, art. 1.228).
3. Embora o Código Civil não faça referência à função social no âmbito da tutela possessória (arts. 1.196 a 1.224), a Constituição da Republica Federativa do Brasil, em seu art. 5º, reconhece a função social da propriedade (inciso XXXII), mas exige que essa propriedade privada cumpra sua função social (inciso XXXIII) e nesse imperativo também está inclusa que a posse atenda uma função social.
4. Quando o concessionário não confere ao bem a destinação social que lhe é esperada, há a perda da proteção possessória.
5. No conflito entre duas situações possessórias, deve prevalecer aquela que cumpre a função social. Portanto, se uma atende à função social e a outra não, devido ao abandono, por exemplo, nega-se a proteção possessória ao possuidor que não a atende.
6. Se o imóvel tem a destinação social que lhe era esperada, por meio de construção de casa e moradia da família merece a proteção possessória, pois está comprovada a melhor posse.
7. Recurso conhecido e desprovido.
(TJ-DF: 20130210017606 0001717-21.2013.8.07.0002)
Assim, conforme o exposto, a requerente não conseguiu comprovar que detinha a posse do imóvel. Também, os elementos fáticos e probatórios trazidos aos autos deixam evidente que não houve esbulho por parte do requerido, pois o imóvel estava abandonado no momento em que ele adentrou.
Destarte, não cumprido os requisitos do artigo 561 do Código de Processo Civil, deve a presente Ação possessória ser julgada improcedente, mormente porque o requerido deu a correta destinação social ao imóvel, e só lá adentrou após o efetivo abandono da requerente.
2.4 – Da Liminar
Conforme amplamente demonstrado nos tópicos acima, a requerente não conseguiu comprovar a sua posse e tampouco o esbulho praticado pelo requerido, razão pela qual não há que se falar em concessão de liminar reintegratória de posse à requerente.
3 – CONCLUSÃO
Ante todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A concessão ao requerido dos benefícios da assistência judiciária gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, por ser pessoa pobre, não podendo arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento seu e de sua família, conforme declaração em anexo;
b) Seja indeferido o pedido liminar formulado pela requerente, uma vez que ela não provou sua posse e tampouco o esbulho praticado pelo requerido;
c) Seja mantido o requerido na posse do bem imóvel objeto da lide, até o final do processo, com fundamento no artigo 1.210, § 2º, c. C artigo 1.211, ambos do Código Civil;
d) Preliminarmente, seja extinta a presente ação, sem julgamento do mérito, nos termos do artigo 485, VI, do Código de Processo Civil;
e) Caso não seja esse o entendimento, no mérito, requer seja julgada a presente Ação totalmente improcedente, haja vista que a requerente não logrou êxito em demonstrar a sua posse e o esbulho praticado pelo requerido;
f) A condenação do requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento das partes, oitiva de testemunha, cujo rol segue abaixo, juntada de novos documentos e tudo mais que se fizer necessário.
ROL DE TESTEMUNHA
1. Xxxxxx
2. Xxxx
3. Xxxxxx
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, 6 de fevereiro de 2017
ADVOGADO
OAB
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ______.
AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA
PROCESSO Nº ****
FULANO, já devidamente qualificados nos autos da AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA supra mencionada, em trâmite por esta E. Vara, proposta por CICLANO, tambémjá devidamente qualificados, vem, respeitosamente, na presença de Vossa Excelência, M.M. Juiz, por seu advogado e procurador, que ao final subscreve, apresentar, tempestivamente, sua
CONTESTAÇÃO
pelos fatos e argumentos abaixo aduzidos:
BREVE SÍNTESE DA INICIAL
Alega os requerentes que o 1º requerido celebrou um contrato de locação não residencial por 15 meses, com início em 1º de maio de 2010 e término em 31 de julho de 2011, com valor mensal a título de aluguel R$ 1.500,00, a ser pago todo dia 10.
Sustenta que o requerido fulani encontra-se em débito de aluguéis e também de encargos, como energia elétrica, serviço de água e esgoto e IPTU.
Pretende os autores a retomada do imóvel e a cobrança dos alegados débitos.
DOS FATOS VERDADEIROS
O valor do aluguel combinado é de R$ 750,00 (Setecentos e cinquenta Reais) nos meses de maio/julho de 2010, de R$ 1.500,00 (Um mil e quinhentos Reais) nos meses de agosto/2010 a abril/2011 e de R$ 1.000,00 (Um mil Reais) nos meses de maio/julho de 2011, tudo conforme doc. 27, trazidos aos Autos pelos próprios Requerentes.
Pode-se notar que existe uma multa embutida no valor do aluguel, algo extremamente contrário aos princípios da boa-fé.
Caso o pagamento seja realizado até o dia 10 de cada mês, haverá o desconto de R$ 750,00 e também de R$ 500,00, explícito desse modo a multa embutida no caso em tela.
Conforme nossa jurisprudência majoritária, não é cabível a cobrança de multa moratória e também o abono pontualidade, conforme ostenta o caso em tela.
O abono pontualidade tem caráter de multa moratória em caso de atraso injustificado, sendo assim, existe a cobrança de multa moratória em duplicidade.
Não pode haver, no mesmo contrato, a previsão do desconto e a multa moratória. Isto porque, a multa tem o intuito de impedir a impontualidade e não servir de fonte adicional de renda para o locador.
A cobrança do aluguel no seu valor sem o abono pontualidade e a cobrança da multa moratória configura bis in idem¸ sendo assim, manifestamente abusivo.
Assim, na realidade, o aluguel pretendido pelo locador era mesmo, desde o início, aquele valor já com o desconto, sendo que o valor cheio do locativo trata-se de montante arbitrado de forma disfarçada.
O aluguel fixado no contrato para pagamento sem o abono de pontualidade já inclui invariavelmente uma multa pelo inadimplemento.
Abaixo estará demonstrado o valor correto dos aluguéis, no seu valor verdadeiro, sendo considerado o valor com desconto do abono pontualidade.
DATA
VALOR ALUGUEL
JUROS DE MORA
TOTAL
Soma
Multa 10%
TOTAL GERAL
Cabe esclarecer que nos meses de maio a julho/2010 foi considerado como valor do aluguel o valor R$ 750,00, descontado o valor de abono pontualidade, nos meses de maio a julho/2011 o valor de R$ 1.000,00.
É dever esclarecer ainda que houve o pagamento parcial nos seguintes meses, conforme confessado em fls. 03, sendo que o valor devido está descontado os valores já pagos de forma parcial, onde é considerado o valor do aluguel em sua totalidade, sem o abono pontualidade:
Julho/2010............R$ 500,00
Agosto/2010.........R$ 1.010,00
Setembro/2010.....R$ 500,00
Outubro/2010.......R$ 600,00
Novembro/2010...R$ 600,00
Dezembro/2010....R$ 800,00
Janeiro/2011..........R$ 500,00
Fevereiro/2011.....R$ 1.000,00
Março/2011...........R$ 450,00
Abril/2011.............R$ 650,00
Maio/2011.............R$ 500,00
Desta forma, o valor devido é de R$ 14.584,90 (Quatorze mil, quinhentos e oitenta e quatro Reais e noventa centavos).
Os encargos, ou seja, energia elétrica, serviço de água e esgoto e IPTU, todos se encontram devidamente quitados e com os comprovantes de posse do 1º requerido, cabendo informar ainda que não é plausível o imóvel não ter seu fornecimento de água ou de energia elétrica desde o mês de maio de 2011 sem que seja interrompido seu fornecimento. Portanto resta claro que todos estes encargos estão devidamente pagos e rigorosamente em dia.
DA JUURISPRUDÊNCIA
A jurisprudência majoritária preza pela vedação da cobrança do valor total do aluguel quando existe o abono pontualidade e a multa moratória, por entender a configuração de bis in idem, portanto, dessa forma é devida tão somente a multa no importe de 10%.
28a Câmara - Seção de Direito Privado
Voto 1207
Apelação nº 9204698-05.2006.8.26.0000
Comarca: São José do Rio Preto - 6a Vara Cível
Ação: Locação de imóveis
Partes: Helena Tebar Ávila; Kalim Nadim Cury e Ida Giannini Ávila (revel)
PRESIDENTE E RELATOR: MELLO PINTO
São Paulo, 05 de abril de 2011.
Locação. Prorrogada a locação, prorroga-se também a fiança até a devolução do bem. Fiadora que não cuidou de se exonerar do encargo, visto que a notificação extrajudicial foi destinada à pessoa
diversa do locador, assim forçosa a subsistência da fiança prestada. Multa contratual devida. Redução. Impossibilidade. Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor. Juros moratórios de 1% ao mês. Previsão contratual. Bônus de pontualidade.
Multa moratória disfarçada. Impossibilidade de cobrança do valor integral do locativo em cumulatividade com a multa moratória, para não configurar 'bis in idem'. Recurso da corré(fiadora) improvido e Recurso do autor parcialmente provido.
[...]
Assim, permanece a multa moratória convencionada entre os contratantes no percentual de 10%, já que é razoável e se encontra dentro dos parâmetros estabelecidos na Lei do Inquilinato.
(grifo nosso)
28º CÂMARA DE DIREITO PRIVADO
VOTO N.º 15.300
Comarca: Araraquara - 5a Vara Cível
Processo nº 1 4 0 3 / 06
Apelante: CATARINA VIEIRA BUENO
Apelado: LUIZ ARNALDO VEIGA BAPTISTA
Relator: JÚLIO VIDAL
São Paulo,15 de fevereiro de 2011.
Locação de imóveis. Despejo por falta de pagamento. Desconto de pontualidade. Argüição de invalidade da cláusula por caracterizar suposta multa moratória disfarçada. Acolhimento. O prêmio de pontualidade camufla, verdadeiramente, uma cláusula penal às avessas, ou seja, no contrato estabelece-se um "abono" caso o devedor pague até o vencimento, rezando o pacto que o valor do aluguel é aquele mais elevado. O preço do aluguel estabelecido pelo locador era, desde o início, o valor já abatido o desconto, sendo que o valor cheio do locativo trata-se de montante arbitrado de forma dissimulada. Impossibilidade de cobrança do valor integral do locativo em cumulatividade com a multa moratória, por configurar inadmissível dupla penalidade pelo mesmo fato. Tópico recursal acolhido.
[...]
A cobrança da bonificação do prêmio de pontualidade, prevista em contrato ("item nº 05") em razão da inadimplência do locatário, em cumulatividade com a multa moratória de 10% (nominada impropriamente, na espécie, como multa compensatória - cláusula vigésima sétima do contrato) caracteriza dupla penalidade para o mesmo fato, em inadmissível "bis in idem".
(grifo nosso)
Finalmente resta evidenciado que a presente Ação não deve prosperar pelos motivos amplamente explanados.
Diante do exposto, REQUER que se digne Vossa Excelência em:
A- Receber a presente Contestação, uma vez apresentada de forma tempestiva;
B- Seja a mesma acolhida nos próprios termos;
REQUER, AINDA A CONCESSÃO DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA, NOS TERMOS DA LEI Nº 1060/50, TENDO EM VISTA A REQUERENTE SER POBRE NA ACEPÇÃO LEGAL DA PALAVRA E CONFORME INDICAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Protesta-se provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, principalmente pelo depoimento pessoal do representante da Requerente, que fica desde já requerido, oitiva de testemunhas que serão arroladas oportunamente, perícias, juntada de novos documentos a qualquer tempo e demais provas que se fizerem necessárias para o esclarecimento da verdade.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Cidade, dia, mes e ano.
ADVOGADO
OAB Nº
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA_____ VARA (DE FAMÍLIA/CÍVEL) DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO.
Processo nº: xxx
Ação de xxxxx
FULANA, já qualificada, por sua procuradora que esta subscreve, com escritório no (endereço) onde recebe as intimações, e-mail: (xxxxxx@xx.com.br), nos autos do processo que lhe move BELTRANO, já qualificado,vem à presença de Vossa Excelência, oferecer CONTESTAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito que a seguir expõe:
I - Dos Fatos:
FAZER UMA BREVE SÍNTESE DOS FATOS NARRADOS NA INICIAL.
II - Das Preliminares:
(se houver, criar tópico para falar sobre cada preliminar) Art. 337 CPC, incisos:
II- Incompetência absoluta e relativa;
III- Incorreção do valor da causa;
XI- Ausência de legitimidade (apontar a parte legítima) ou de interesse processual;
XIII- Indevida Concessão do benefício da justiça gratuita.
III - Do Mérito (Artigo 336 do CPC)
(CONTESTAR CADA FATO ALEGADO PELO AUTOR, SOB PENA DE PRECLUSÃO, ALEGANDO TODA MATÉRIA DE DEFESA, EXPONDO AS RAZÕES DE FATO E DE DIREITO PARA IMPUGNAR O PEDIDO DO AUTOR)(colar jurisprudências, fundamentar)
IV - Da Reconvenção (se houver) Artigo 343 do CPC.
FORMULAR PEDIDO CONTRAPOSTO, REQUERENDO A RECONVENÇÃO.
V - Dos Pedidos:
Pelo exposto, requer:
a) Seja reconhecida a incompetência ou incorreção do valor da causa, ou a ausência de legitimidade (apontar a parte legítima), ou a falta de interesse processual, ou a indevida concessão do benefício da justiça gratuita; (de acordo com o caso concreto, se houver);
b) a improcedência do pedido inicial, condenando o autor ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios;
c) confirmar (pedido contraposto), reconvenção;
d) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, conforme faz prova a declaração a declaração de hipossuficiência em anexo, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil;
e) O cadastramento no SISCON da advogada que esta subscreve, a fim de viabilizar a intimação dos atos processuais.
Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos anexos, prova testemunhal, pericial e o depoimento pessoal do autor.
Termos em que,
Pede deferimento
Local e data
Advogado
OAB/MG: xxxxxxx
A reconvenção é uma forma de defesa típica do réu, por meio da qual propõe a sua demanda contra o autor nos mesmos autos. De forma mais genérica, trata-se de uma resposta do réu ao pedido inicial, porque contém a defesa apresentada por meio de pedidos do réu contra o autor. Com isso, em um mesmo processo passam a existir duas relações jurídicas diferentes: do autor contra o réu e do reconvinte (réu) contra o reconvindo (autor).
A reconvenção tem natureza de ação, razão pela qual o caput do art. 343 do CPC utiliza o verbo propor: “Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”.
O prazo para o réu apresentar a reconvenção é o mesmo da contestação, ou seja, de 15 dias úteis (art. 335).
Ao contrário da contestação, que é um ato processual informal, a reconvenção contém 5 requisitos: (a) a observância dos requisitos formais da petição inicial (arts. 319/320 do CPC); (b) a apresentação na mesma petição da contestação, logo, também deve ser observado o mesmo prazo desta; (c) a existência de competência do juízo da petição inicial para processar e julgar a reconvenção; (d) a compatibilidade entre os procedimentos da petição inicial e da reconvenção; (e) e a existência de conexão com a petição inicial ou com a contestação.
Apesar de ser proposta na mesma petição da contestação (e de sua relação de dependência com os pedidos do autor), a reconvenção possui autonomia. Nesse sentido, o § 2º do art. 343 dispõe que “a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção”. Logo, a reconvenção é desvinculada do resultado da ação, portanto, a extinção sem resolução do mérito do pedido inicial faz com que a reconvenção prossiga, para ser julgada. Se a reconvenção fosse simples matéria de defesa, ou pedido contraposto, a extinção sem mérito do pedido inicial levaria à extinção da reconvenção sem resolução do mérito.
Por isso, a contestação e a reconvenção são independentes entre si, ou seja, o réu pode contestar sem reconvir e reconvir sem contestar.
O réu pode limitar a sua defesa à apresentação da reconvenção (art. 343, § 6º, do CPC), em virtude da autonomia que possui em relação à contestação. Assim, quando for conexa com a petição inicial, a reconvenção pode ser proposta independentemente de contestação. Quando for conexa com a contestação, evidentemente a reconvenção só pode ser apresentada com a própria contestação.
Ademais, a ausência de contestação leva à revelia do réu. A apresentação da reconvenção pode apenas mitigar ou afastar parcialmente os efeitos da revelia.
Admite-se a ampliação subjetiva do processo pela reconvenção, que pode: (a) ser proposta pelo réu contra o autor e um terceiro, (b) ou ser proposta pelo réu e um terceiro contra o autor; (c) ou ser proposta pelo réu e um terceiro contra o autor e outro terceiro (art. 343, §§ 3º e 4º, do CPC).
Apresentada a reconvenção pelo réu, o autor-reconvindo deve ser intimado (e não citado), por meio de seu advogado já constituído no processo, para apresentar resposta no prazo de 15 dias (art. 343, § 1º, do CPC).
Quando for o caso de oferecimento de réplica à contestação do réu, o autor pode apresentar na mesma peça a réplica e a resposta à reconvenção.
Portanto, o autor passa a ser o réu nessa nova demanda existente entre reconvinte e reconvindo e, da mesma forma que o réu ao responder a petição inicial, também pode apresentar: (a) a contestação à reconvenção; (b) e a reconvenção da reconvenção.
Apesar da autonomia entre ambas, em regra a petição inicial e a reconvenção devem ser julgadas na mesma sentença.
Quando ocorrer o julgamento antecipado de uma delas, o pronunciamento judicial será uma decisão interlocutória, porque não encerrará totalmente a fase de conhecimento do processo. De acordo com o seu conteúdo, essa decisão pode ser recorrível por meio de agravo de instrumento (por exemplo, quando decidir o mérito do pedido – art. 1.015, II, do CPC), ou apenas por meio da apelação, após ser proferida a sentença (art. 1.009, § 1º).

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