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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
GRUPO SER EDUCACIONAL
TEORIA E FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
PROFESSORA: JAMILA JOB LIBARDI
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
THAYNARA JAMILLY DE OLIVEIRA SILVA
04053145
	
SUPERAÇÃO DA DICOTOMIA “PÚBLICO – PRIVADO”
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO
SANTARÉM – PA
	2020	
SUPERAÇÃO DA DICOTOMIA “PÚBLICO – PRIVADO”¹
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO
Thaynara Jamilly de Oliveira Silva²
	Direito Publico e Direito Privado
	Uma dicotomia é uma partição de um todo em duas partes, não é apenas uma concepção didática, de mero teor metodológico no estudo da Ciência do Direito, pelo contrario ela esta relacionada diretamente com o entendimento de sociedade em geral (Estado e Cidadãos), onde tudo deve pertencer a uma parte ou a outra e mutuamente exclusivo. Esse conceito dentro do direito, trás para a dicotomia o critério de se dividir em dois universos de forma que: os respectivos elementos de um não pertencessem ao outro e vice-versa, mas que nenhum ente fosse excluído; a divisão deveria ser total e, principalmente, deveria fazer-se convergir em direção de outras dicotomias.
	O Direito público é aquele concernente ao estado dos negócios romanos – ou aquilo que é da coisa pública, regulando e controlando as atividades estatais, com um interesse público em mente; está formado por normas que possuem um grande foco social e organizacional. Nesse ramo do direito existe uma relação vertical entre o Estado e o indivíduo, ou seja, há uma hierarquia na qual o Estado é superior ao indivíduo porque representa os interesses da coletividade contra interesses individuais. Nesse caso, o Estado possui esse status superior porque está velando pelos direitos de todos, já que representa os interesses do povo, e os interesses coletivos sempre pesam mais que os individuais. As leis dentro do direito público são imperativas, ou seja, não existe opção de escolha: todos estão sujeitados a elas. Queira ou não, precisamos respeitá-las e, se não o fazemos, sofremos consequências. Se todos escolhessem quais direitos públicos seguir ou não, a vida em sociedade se tornaria um caos. Por isso são normas obrigatórias que todos devemos seguir já que a lei não poderia ser personalizada de acordo com a vontade de cada um.
	O direito privado é o que disciplina os interesses particulares – ou, segundo a definição mais casual, “aquilo que não é público”, ele ajuda a organizar as relações e interesses entre partes em suas vidas privadas. Nesse caso, ambas as partes envolvidas estão em condições de igualdade, uma não é superior à outra. Essas partes podem ser indivíduos ou até mesmo de um lado pode estar uma pessoa e do outro o Estado. Porém, mesmo se o Estado estiver envolvido, não está em uma posição de superioridade. No direito privado existe certa liberdade para personalizar a aplicação do direito porque se tratam de normas dispositivas (e não obrigatórias). Por exemplo, em assuntos de compras e vendas, doações, contratos de mútuo, permutas, entre outros, as pessoas envolvidas possuem certa autonomia para tomar decisões sobre como querem realizar o acordo. Mas, mesmo no direito privado não existe uma liberdade total, porque na sociedade existem hierarquias naturais que pesam a balança a seu favor. Por exemplo, entre uma empresa e um funcionário existe uma diferença de poder: a empresa possui mais recursos e capacidade de ação que o indivíduo. Nesses casos, é dever do direito garantir que o lado mais frágil não fique em uma situação vulnerável, onde se encontra mecanismos para fomentar igualdade entre partes. Podemos concluir então que enquanto no direito público o Estado só pode fazer o que está previsto em lei, no direito privado as pessoas só não podem fazer o que está proibido pela lei.
	Como é aplicado o Direito Público:
· Direito Constitucional: lei maior do Estado que é superior a todas as demais normas. No caso da Brasil, nossa constituição data de 1988 e é denominada “constituição cidadã”  porque instituiu o regime democrático de direito para assegurar que os cidadãos contassem com direito à liberdade, justiça, igualdade, entre outros. 
· Direito Administrativo: rege as relações entre a administração pública (ou seja, o governo) e os administrados (os cidadãos). Envolvem temas de interesse público e o bem social comum, como a conservação de bens públicos, os serviços públicos em geral, o poder da polícia, etc.
· Direito Penal: serve para disciplinar as condutas dos membros da sociedade que poderiam colocar em risco a harmonia e bem estar de todos. Essas normas se enfocam em proteger princípios como a vida, a liberdade, a intimidade, a propriedade, e define o que são considerados crimes (condutas mais graves) e contravenções (menos graves). Além disso, também estabelecem como o Estado deveria combater e punir tais atos.
· Direito Tributário: normas que regulamentam as atividades financeiras e a arrecadação de fundos entre o Estado e os contribuintes (impostos, taxas e contribuições).
· Direito Financeiro: define como o Estado deveria aplicar, administrar e gerenciar os recursos que recebem por meio da tributação para empregá-los na sociedade.
Estes exemplos são parte dos direitos públicos internos que nos ajudam a organizar a vida em sociedade dentro do país. Também existem os direitos públicos externos, que tratam das relações entre diferentes nações. Nesse caso, as normas que organizam as interações entre Estados soberanos provêm do Direito Internacional Público, que são convenções e tratados que os chefes de estado assinam em organizações internacionais.
Como é aplicado o Direito Privado:
· Direito Civil: princípios que regem as relações entre particulares que possuem condições iguais. Estabelecem direitos e impõe obrigações em temas como os direitos da família e sucessões, o estado das pessoas, obrigações e contratos, propriedade e patrimônio, entre outros. 
· Direito Empresarial: é o conjunto de regras que organiza as atividades comerciais, desde a criação e administração de empresas até sua extinção, passando também  pelas relações desenvolvidas na atividade do comércio (relação entre comprador e vendedor, formas de pagamento, etc.). 
· Direito do Trabalho: conjunto de normas que rege as relações de trabalho, organizando a atuação tanto de trabalhadores como empregadores. 
· Direito do Consumidor: está relacionado com o consumo e a defesa dos direitos de uma pessoa em relação a determinado produto, bem ou serviço. 
As dicotomias correspondentes ao direito público e privado no ordenamento de relações sociais
· Sociedade de iguais e sociedade de desiguais 
A sociedade de iguais é aquela que o seu estado de comportamento privado elevado ao público caracteriza por relação de iguais ou de coordenação. Seria por exemplo à relação entre irmão, parentes, amigos, cidadão e inimigos; em âmbito maior, a sociedade natural tal como descrita pelos jusnaturalistas, ou a sociedade de mercado na idealização dos economistas clássicos (relação de mercado). A sociedade de desiguais seria aquela que comportaria os que detêm o poder de comando e os que, como destinatários do poder, devem obediência. Ou seja, a relação do patriarca com família, do Estado soberano com os cidadãos, a sociedade entre Deus e os homens, o empregador e o empregado. 
· Lei e contrato (“negócio jurídico”) 
Tal divisão entre leis e contratos é concernente às fontes tanto do direito público como do direito privado, melhor dizendo, ao seu sentido técnico-jurídico. Aqui, vê-se tanto o direito público como o privado vinculado às relações de conduta: direito público é tal enquanto posto pela autoridade, então, a lei é a norma de conduta vinculatória imposta pelo detentor do poder - supremo e habitualmente reforçada pela coação (de uso exclusivo do soberano); o direito privado seguindo o princípio da reciprocidade (do ut dês) se caracteriza pelo conjunto de normas que os singulares estabelecem para regular suas recíprocas relações, principalmente as de cunho patrimonial, em meios a acordos bilaterais. 
· Justiça comutativae justiça distributiva 
A justiça comutativa é que preside as trocas: sua pretensão fundamental é que as duas coisas que se troque, sendo “justo”, devem apresentar valores iguais (justo é: num contrato comercial, o preço que corresponde ao valor da coisa comprada; num contrato de trabalho, a remuneração que corresponde à qualidade e quantidade do trabalho realizado; no direito civil, a indenização que corresponde à dimensão do dano; no direito penal, a pena correspondente às más ações e posições). Justiça distributiva refere-se à distribuição de honras e obrigações pela a autoridade pública: sua pretensão é que a cada um seja dado o que lhe cabe com base em critérios que podem mudar segundo as diversidades das situações objetivas, ou segundo os pontos de vistas (“a cada um segundo o mérito”, “a cada um segundo as necessidades”, “a cada um segundo o trabalho”). O direito privado se relaciona com a justiça comutativa, que é a relação entre as partes, como, também, o direito público se relaciona com a assertiva sobre justiça distributiva, relação entre o todo e as partes, distinção provinda da dicotomia sociedade de iguais e sociedade de desiguais. Todas as dicotomias relacionadas são coincidentes entre umas e outras e nunca perfeitamente, mas que nos servem como parâmetro para entender a tão divulgada divisão entre o direito privado e o público, posto que eles acabem de gerar novas dicotomias, principalmente entre as relações sociais, dentre os quais se fundamenta. Os seus casos limites serão sempre: a família e a sociedade internacional, a primeira porque dentro do Estado se apresenta como um instituto de direito privado e, ao mesmo tempo, é uma sociedade desigual regida pela justiça distributiva; no segundo caso, é habitualmente referido ao direito público, sendo uma sociedade de iguais regida pela justiça comutativa. 
Constitucionalização do Direito Privado
É pacífico em doutrina que a constitucionalização do direito é um processo que veio se consolidando a partir da Segunda Guerra Mundial, quando, com a criação do Tribunal Constitucional da Alemanha, em 1949, e diante do reconhecimento da carga valorativa do texto constitucional, evidenciou-se o "giro copernicano". A constitucionalização do direito privado caracteriza-se pela exaltação do ser humano, significa trazer ao seio do direito privado regras constitucionais, fazendo aflorar um novo paradigma para as relações privadas. O direito a propriedade, antes absoluto, passa a ser interpretado pelo viés humanista, fundado em preceitos de dignidade e justiça social. No Brasil, o artigo 170 da Constituição é claro em dizer que a ordem econômica e, portanto, os contratos, devem ser regulados por princípios que destaquem a dignidade da pessoa humana e a justiça social. Apesar das críticas ao fenômeno, os efeitos da constitucionalização podem ser sentidos na interpretação e nas decisões judiciais.
A constitucionalização se mostra presente ainda na interpretação e na aplicação de norma de direito privado, seja de forma extrajudicial, seja através da atividade jurisdicional. Diversos são os exemplos que tornam visíveis a constitucionalização no direito privado, com destaque nas limitações impostas à autonomia da vontade e ao uso da propriedade privada, considerados pela doutrina majoritária como os dois institutos mais importantes das normas que regem as relações entre particulares.
Assim, pelo que foi exposto, fica demonstrada a importância do tema no mundo jurídico. A constitucionalização no direito privado põe as normas infraconstitucionais em consonância com a dignidade da pessoa humana, princípio basilar da Constituição Federal. 
Referências Bibliográficas
SITE politize. Direito publico e privado.
Aurum: WWW.com // direito de todos.
Jus Brasil: direito publico e direito privado.
Introdução à Ciência do Direito, de André Franco Montoro (ed. Revista dos Tribunais, SP, 25ª edição, 2000).
BATISTA. Denisson. Passei Direto. // Resumo. Constitucionalização do Direito Privado.[footnoteRef:1] [1: ¹ Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Teoria e Fundamentos da Constituição, no Curso de Direito, da Universidade da Amazônia – UNAMA.
² Aluna do Curso de Direito, Matrícula nº 04053145, Turma 2 DIN 1, 2º Semestre, Período Noturno, Unama-FIT – Santarém – PA.]

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