Buscar

pecça processual - contestação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 45 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Endereçamento
Autos nº xxxxx 
 Fulano, já qualificado nos autos, vem respeitosamente vossa excelência, propor: 
 Pedir a contestação (CONTESTAÇÃO, no que se refere a xxxxxx)
Em face do RÉU, também já qualificado nos autos.
Fatos 
Do mérito 
Pedido ( TOTAL improcedência do pedido da inicial, de acordo com o exposto acima)
Artigos : CPC : 335,231 ,336 ,337 ,238,239 ,321 e 330
 
 
 Termos em que pede deferimento 
 Local , Data 
 Advogado 
 OAB , n xxx 
 EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE X NO ESTADO DE XXX . 
Pular 3 linhas 
RGF :
AUTOS : 
PROCESSO N XXX 
Pular 10 linhas 
 
(nome do Réu ), já devidamente qualificado nos autos da ação ( nome da ação ), pelo rito.... que lhe move ( nome do Autor ), vem por intermédio de seu advogado devidamente constituído , com endereço profissional ......, vem a presença de vossa excelência propor : 
 Contestação : 
 
 Pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos : 
 
 I – Breve síntese da ação 
 
 Mesma coisa dos fatos da petição inicial . Explique qual ação e porque motivo estão entrando com a ação . 
 
II – Preliminarmente 
 Se basear no artigo 337 , NCPC. Defender processualmente tudo que o autor pediu e alegou . Atacar a petição . 
III – Do mérito 
 É a defesa direta . Defender o alegado e seu mérito. EX : porque é não é justo o pedido do autor . Atacar o autor . 
 
IV - Dos pedidos 
 - Condenação do autor ao pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência , bem como o reembolso das despesas processuais adiantadas , nos termos do artigo 20 do código de processo civil . 
 - A admissão de todos meios de prova admitidas pelo direito 
 
 Termos em que pede deferimento 
 Local , Data 
 Advogado , OAB N XXXXXX
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
 Assim, o réu pode alegar a falta ou a nulidade da citação em sede de preliminar. Ressalta-se que, diante da nulidade da citação, caso o réu compareça espontaneamente nos autos, será suprida a falta ou nulidade de citação, e o prazo para contestação começará a fluir desta data. É o que diz o art. 239, § 1º do NCPC: Art.
 Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Podemos dizer que a citação é ato processual necessário e essencial no processo, conforme determina o art. 239 do NCPC (correlato art. 214 do CPCde 1973):
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. Assim, o réu pode alegar a falta ou a nulidade da citação em sede de preliminar.
 
 § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
Além disso, se rejeitada pelo magistrado a alegação de nulidade, tratando de processo de conhecimento, réu será considerado revel, nos termos do art. 239, § 2º do NCPC:
Art. 239. (...)
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
Essa possibilidade do vício ser sanado automaticamente tem como base o princípio da instrumentalidade, pelo qual serão considerados válidos, os atos, que embora sejam realizados de outra forma, tenham cumprido a sua finalidade, previsto no art. 188 do NCPC (correlato no Código de 1973 art. 154):
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Percebe-se que a nulidade ou ausência da citação não ensejará a extinção do processo, e assim, trata-se de uma defesa processual dilatória, pois apenas irá prolongar o procedimento até que seja corrigida ou sanada a imperfeição.
II - incompetência absoluta e relativa;
A incompetência do juízo no Novo CPC sofreu importantes mudanças, principalmente no tocante a forma de alegação, matéria que vem tratada nos artigos 64, 65 e 66 do Código.
O artigo 64 do Novo CPC apresenta a grande alteração promovida, qual seja a previsão de que tanto a incompetência absoluta como a relativa serão alegadas como preliminar de contestação.
O § 1o esclarece que a incompetência absoluta poderá ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício pelo juiz, mas, em qualquer caso, a decisão sempre será tomada após ouvir a manifestação da parte contrária, seguindo o § 2º do artigo 64 do Novo CPC.
Acolhida a alegação de incompetência, os autos serão remetidos ao juízo competente e conserva-se-ão os efeitos das decisões proferidas pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, salvo decisão em sentido contrário, na forma dos §§ 3º e 4º do Novo CPC.
Já o artigo 65 do Novo CPC dispõe que em caso de incompetência relativa, se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação, será prorrogada a competência do juízo. E o seu parágrafo único deixa claro que o Ministério Público é parte legítima para alegar a incompetência, nas causas em que atuar, é claro.
O artigo 66 define quando há conflito de competência, a saber:
I – na hipótese de 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II – quando 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; ou
III – no caso em que entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.
O parágrafo único dispõe que nas hipóteses em que o juiz não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
Resumidamente:
I) INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA:
· Interesse público (direito indisponível);
· Deve ser declarada de ofício (art. 64, § 1o);
· Trata de vício não sujeito a prorrogação (cabe ação rescisória - art. 966, II).
II) INCOMPETÊNCIA RELATIVA:
· Interesse privado;
· Não pode ser declarada de ofício, conforme súmula 33 do STJ (EXCEÇÃO: Há uma exceção apenas - art. 63, § 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu).
· Trata de vício sujeito a prorrogação (art. 65 do NCPC).
OBSERVAÇÕES:
1. Ambas as incompetências (relativa e absoluta) devem devem ser arguidas como PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO (arts. 64 e 337, II, NCPC).
2. Quando acolhidas, os autos serão remetidos ao juízo competente (art. 64, § 3o).
3. As decisões proferidas pelo juízo incompetente continuarão produzindo efeitos até que o novo juízo delibere se irá ou não retificar tais atos (art. 64, § 4o).
4. O MP pode alegar incompetência relativa? SIM! A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
III - incorreção do valor da causa;
O atual Código de Processo Civil prescreve a obrigatoriedade de atribuição de valor a toda causa, ditando que a toda causa será atribuído um valor certo, aindaque não tenha conteúdo econômico imediato, devendo constar sempre da petição inicial (art. 258/259), restando claro ser o valor da causa um dos requisitos da petição inicial, cujos critérios para sua fixação estão disciplinados nos arts. 259 e 260.
Está previsto, ainda, a possibilidade de o réu impugnar o valor atribuído à causa, o que deve ser feito no prazo da contestação, em peça apartada, que será autuada e apensada ao processo principal, ouvindo-se o autor no prazo de 5 (cinco) dias, devendo o juiz, sem suspender o processo, fixar o valor da causa em 10 (dez) dias.
No novo Código de Processo Civil, Lei 13.105/15, o valor da causa continua a ser requisito de petição inicial, apontando o art. 292 os critérios de sua fixação, obrigatoriedade que também é estendida à reconvenção, exigência não citada no atual CPC.
Contudo, o instituto da impugnação ao valor causa foi simplificado na nova lei processual e passou a ser feito na própria contestação, em sede de preliminar, cuja manifestação será decidida pelo juiz que poderá, se for o caso, retificar o valor atribuído à causa, impondo a complementação das custas – art. 293.
Outra novidade é a possibilidade do juiz corrigir, de ofício e por arbitramento, o valor atribuído à causa quando verificar sua não correspondência ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que também se procederá ao recolhimento das custas correspondentes – art. 292, § 3º.
Assim, o novo Código de Processo Civil simplificou o manejo da impugnação do valor dado à causa, o que certamente repercutirá na celeridade da entrega da tutela jurisdicional provocada, objetivo, in tese, do legislador.
	
IV - inépcia da petição inicial;
 
Considera-se inepta a petição inicial quando: lhe faltar pedido ou causa de pedir; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; o pedido for juridicamente impossível; contiver pedidos incompatíveis entre si. Veja o parágrafo único do Art. 295 do Código de Processo Civil, Lei nº 5.869/73.
V - perempção;
No processo penal, a perempção resulta da inércia do querelante no curso da ação penal privada, impedindo a demanda de prosseguir, acarretando a extinção da punibilidade do querelado. Note-se que a perempção apenas se aplica à ação penal privada exclusiva, e não na subsidiária à pública. As causas que acarretam a perempção estão elencadas no art. 60, do Código de Processo Penal, sendo elas "I - quando, iniciada esta, o querelante deixa de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos; II - quando, falecido o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor".
No processo civil, por seu turno, a perempção resta configurada pelo sucessivo abandono da mesma causa pelo mesmo autor. Ela decorre da inércia do autor, que motivou por três vezes a extinção de um mesmo tipo de ação. Em sendo constatada, o juiz deve extinguir o feito sem resolução de mérito, impedindo o autor de ingressar com uma nova demanda idêntica, razão pela qual é classificada como um pressuposto processual negativo.
Fundamentação:
Art. 60 do CPP
Art. 107, IV do CP
Arts. 485, V e § 3º, 486 e §3º e 337, V do CPC
VI - litispendência; 
Tanto no Processo Penal quanto no Processo Civil a definição de litispendência é a mesma. Ocorre quando há um litígio pendente de julgamento por um juiz. A exceção de litispendência impede a duplicação da ação, ou seja, não poderá ser intentada ação com as mesmas partes e sobre o mesmo fato. Assim, por meio da exceção de litispendência evita-se o "bis in idem".
De acordo com o artigo 337, § 3º, do Código de Processo Civil, "há litispendência quando se repete ação que está em curso".
No Processo Penal, se houver denúncia ou queixa sobre o fato que já está sendo apurado em uma ação, basta a simples arguição de litispendência, pois não se concebe duplicidade de processo contra o mesmo réu pelo mesmo fato.
Fundamentação:
Arts. 95, III, 110 e 111 do CPP
Arts. 24, 59, 240, 485, V e 337, VI e § 3º, do CPC
VII - coisa julgada;
Coisa julgada é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível. Sua origem remonta ao direito romano (res judicata), onde era justificada principalmente por razões de ordem prática: pacificação social e certeza do final do processo. Atualmente tem por objetivos a segurança jurídica e impedir a perpetuação dos litígios. O instituto da coisa julgada está presente em praticamente todos os sistemas jurídicos ocidentais principalmente aqueles que têm seus fundamentos no direito romano.
Coisa julgada no Processo Civil[editar | editar código-fonte]
Coisa julgada formal[editar | editar código-fonte]
Coisa julgada formal é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo processo, como consequência da preclusão dos recursos. Depois de formada a coisa julgada, o juiz não pode mais modificar sua decisão, ainda que se convença de posição contrária a que tinha anteriormente adotado. Só tem eficácia dentro do processo em que surgiu e, por isso, não impede que o tema volte a ser agitado em nova relação processual. É o que se denomina princípio da inalterabilidade do julgamento dentro da disciplina de Processo Civil. Todas as sentenças fazem coisa julgada formal, mesmo que não tenham decidido a disputa existente entre as partes.
Por exemplo: “A” cobra indenização de “B”, mas o advogado de “A” não apresenta ao juiz procuração para representá-lo no processo. O juiz profere sentença extinguindo o processo “sem resolução do mérito”. “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita em julgado. A coisa julgada formal impede que o juiz modifique a sentença naquele mesmo processo, se descobrir que a procuração havia sido apresentada ou se o advogado vier a apresentá-la posteriormente. No entanto, providenciada a procuração, “A” pode iniciar um novo processo para cobrar indenização de “B”.
Coisa julgada material[editar | editar código-fonte]
Coisa julgada material é a impossibilidade de modificação da sentença naquele mesmo processo ou em qualquer outro, posto que a matéria em análise cumpriu todos os trâmites procedimentais que permitem ao Judiciário decidir a questão em definitivo. Depois de formada a coisa julgada, nenhum juiz poderá concluir de forma diversa, por qualquer motivo. Em princípio, apenas as sentenças que tenham decidido a disputa existente entre as partes (mérito), fazem coisa julgada material. Estas sentenças não podem ser modificadas, nem se pode iniciar um novo processo com o mesmo objetivo, em virtude da necessidade de promover a segurança jurídica, para que não se possa discutir eternamente questões que já foram suficientemente analisadas.
Por exemplo, “A” cobra indenização de “B” por acidente de trânsito, mas no curso do processo não consegue apresentar qualquer prova de que “B” seja culpado. O juiz julga o pedido improcedente (nega a indenização pedida), “A” não recorre no prazo previsto pela lei e a sentença transita em julgado. Assim, tem-se a coisa julgada material.
Nesse caso, "A" só poderá buscar na justiça a reparação do dano, em ocasião ulterior, nas hipóteses previstas no Art. 485 do Código de Processo Civil. Dentre essas, o inciso VII preconiza: "[Se,] depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável".
Em outras palavras, ocorre coisa julgada material quando a decisão judicial fixa-se no tempo e no espaço, não havendo mais a possibilidade de recorrer contra ela, tendo o magistrado apreciado o mérito dopedido. A coisa julgada material, não deverá ser objeto de nova apreciação do judiciário, enquanto a coisa julgada formal poderá sê-lo.
Exceções à coisa julgada[editar | editar código-fonte]
A mais importante exceção à coisa julgada no processo civil é a ação rescisória, que permite a modificação da sentença no prazo de dois anos após o trânsito em julgado, na hipótese de ocorrência de problemas graves que possam ter impedido uma decisão adequada, como a corrupção do juiz ou a ofensa à lei.
Também é tratada como exceção à coisa julgada a possibilidade de modificar sentenças que tratam de relações continuativas, como o pagamento de pensão alimentícia (artigo 505, inciso I, do Código de Processo Civil brasileiro). Se houver modificação na riqueza de quem paga ou na necessidade de quem recebe, é possível um novo processo para modificar a determinação da sentença original, modificando o valor da pensão, por exemplo. No entanto, embora tratada como exceção pela lei, a situação não é na verdade excepcional. De acordo com os limites objetivos da coisa julgada, é sempre possível um novo processo e uma nova decisão quando se alteram os fatos que fundamentam o pedido (causa de pedir), independente de se tratar de relação continuativa ou não.
Recentemente, criou-se no Brasil nova exceção à coisa julgada, possibilitando-se a modificação de sentenças sobre investigação de paternidade, em processos de época anterior à existência do exame de DNA. A exceção não foi criada através de lei, mas sim de entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que o exame de DNA constituiria “documento novo” para os fins de ação rescisória, nos termos do artigo 485, inciso VII, do Código de Processo Civil brasileiro.
Por fim, os erros materiais ou de cálculo existentes nas decisões também não são alcançados pela coisa julgada, podendo ser corrigido de ofício ou a requerimento da parte interessada, como, por exemplo, no caso de um equívoco quanto ao nome das partes ou omissão de um litisconsorte.
Litisconsórcio (do latim litis consortium: litis, 'lide, processo, demanda'; consortìum, 'associação, participação, comunidade de bens') é um fenômeno processual caracterizado pela pluralidade de sujeitos, em um ou em ambos os polos de um processo judicial. [1]
Segundo o artigo 46 da Lei nº 5.869, de 1973,[2], que instituiu o Código de Processo Civil Brasileiro, ocorre litisconsórcio quando:
· Houver entre diferentes pessoas, comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide;
· Esses direitos ou essas obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito;
· Entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir;
· Ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito (são os processos chamados de "repetitivos" ou processos em "blocos").
Classificação[editar | editar código-fonte]
O litisconsórcio classifica-se segundo critérios relativos às partes envolvidas no processo e ao momento de estabelecimento do litisconsórcio.
· Quanto às partes:
· Litisconsórcio ativo: quando ocorre pluralidade de autores da ação;
· Litisconsórcio passivo: quando a pluralidade se refere aos réus da ação;
· Litisconsórcio misto: existe pluralidade tanto de réus, quanto de autores.
· Quanto ao momento do estabelecimento do litisconsórcio:
· Litisconsórcio inicial: ocorre quando é estabelecido na inicial do processo, isto é, no momento da propositura da ação;
· Litisconsórcio posterior ou ulterior: surge no decorrer do processo ou quando ocorre por ordem do magistrado, na fase de saneamento do processo judicial.
· Quanto à uniformidade da decisão:
· unitário: Verifica-se quando o juiz deve, obrigatoriamente, proferir sentença igual para todos os litisconsortes.
· simples: Modalidade que o juiz pode optar por dar decisões diferentes às partes integrantes de um mesmo pólo da relação jurídica. Ex.: Ação usucapião. (Art.48 do CPC)
Espécie[editar | editar código-fonte] 
A) Quanto à posição processual, o litisconsórcio pode ser: 1) Ativo: será o litisconsórcio ativo quando dois ou mais autores litigam contra um mesmo réu.
2) Passivo: será o litisconsórcio passivo quando dois ou mais réus são demandados contra um mesmo autor.
3) Misto: também chamado de recíproco. Ocorre quando dois ou mais autores litigam contra dois ou mais réus.
B) Quanto ao momento da formação, o litisconsórcio pode ser:
1) Inicial (ou originário): é o litisconsórcio que surge com a formação da relação processual.
2) Ulterior (ou incidental): é o litisconsórcio que se forma no curso do processo. Existem três hipóteses que podem gerar a formação de um litisconsórcio ulterior: a conexão, a sucessão e a intervenção de terceiros.
C) Quanto à obrigatoriedade ou não da formação, o litisconsórcio pode ser:
1) Facultativo: o litisconsórcio será facultativo quando não é obrigatória a sua formação, ficando a critério das partes a sua ocorrência. O litisconsórcio facultativo se subdivide em irrecusável e recusável. Será irrecusável quando requerido pelos autores, não pode ser recusado pelos réus. Será recusável quando permitir rejeição pelos demandados.
2) Necessário: o litisconsórcio será necessário quando as partes não puderem acordar quanto à sua existência. A natureza da relação jurídica ou a lei determina que seja formado um litisconsórcio obrigatoriamente, já que nessas hipóteses o juiz terá que decidir a lide de modo uniforme para todas as partes, conforme a leitura do art. 47 do CPC.
Nos casos de litisconsórcio necessário não observado na propositura da ação, o juiz declarará extinto o processo, nos termos do parágrafo único do artigo 47 do CPC, não sendo possível de ser analisado o mérito da lide deduzida em juízo.
D) Quanto aos efeitos da sentença, será o litisconsórcio:
1) Unitário: o litisconsórcio será unitário quando o juiz tiver que decidir a lide de forma idêntica para todos os litisconsortes, dependendo a sua formação da natureza da relação jurídica posta em juízo.
2) Simples: o litisconsórcio será considerado simples quando a decisão de mérito dada pelo juiz não será necessariamente idênticas para todos os litisconsortes, podendo inclusive ser procedente com relação a um e improcedente com relação ao outro. Ocorre quando temos pluralidade de relações jurídicas em um processo ou quando há uma relação jurídica cindível.
Para que se identifique se o litisconsórcio é simples ou unitário deverão ser analisadas quantas relações jurídicas estão sendo decididas naquela demanda. Se houver mais de uma relação jurídica, sem sombra de dúvidas o litisconsórcio será simples. A questão se torna mais complexa se houver somente uma relação jurídica, pois nesse caso o litisconsórcio poderá ser simples ou unitário, dependendo da divisibilidade ou não da relação jurídica. Se for a relação jurídica indivisível será caso de litisconsórcio unitário, se a relação jurídica for divisível será caso de litisconsórcio simples.
É importante salientar que tanto o litisconsórcio necessário quanto o litisconsórcio facultativo podem ser considerados unitário, assim como nem sempre um litisconsórcio necessário será unitário.
A posição de cada litisconsorte no processo[editar | editar código-fonte]
O litisconsórcio passivo pode ser necessário ou facultativo. Quando necessário, este deverá integrar o processo, devendo fazê-lo a qualquer tempo, de forma espontânea ou por ordem do juiz. Quando se tratar de litisconsórcio passivo facultativo, o interessado somente poderá entrar no processo como litisconsorte caso exista aceitação por ambas as partes, autor e réu, não sendo permitido ao juiz determinar sua participação, apenas admiti-la.
Ocorre litisconsórcio inicial, também quando o juiz manda citar litisconsortes necessários não citados no momento do pedido da ação porque não foram arrolados pelo autor na inicial, ocorrendo isto na fase de saneamento do processo.
Quanto ao litisconsórcio necessário, existem duas correntes doutrinárias no Direito Brasileiro: uma que admite o litisconsórcio necessário tanto na forma ativa quanto na forma passiva; outra que admite apenas litisconsórcionecessário passivo, esta a dominante, uma vez que a lei não pode compelir ninguém a ser autor, podendo, tão somente, fazer incorrer a condição de réu.
Segundo o artigo 48 do Código de Processo Civil Brasileiro, os litisconsortes são litigantes autônomos quanto ao seu relacionamento com a parte contrária. Sua principal aplicação se dá em relação ao litisconsórcio simples que funciona como cumulação de ações de vários litigantes podendo existir decisões diferentes para cada um deles. No litisconsórcio unitário, por sua vez, sua aplicação deste princípio é limitado ou nula, já que a decisão deve ser obrigatoriamente igual para todos.
Além disso, sempre que algo beneficie um dos litisconsortes, irá beneficiar a todos, inclusive recursos e confissões, porém o contrário não acontece.
VIII - conexão; 
 conexão aparece reformulada no Novo Código de Processo Civil. Ao lado da continência e do foro de eleição, ela também é uma forma de modificação da competência relativa (art. 54).
Segundo o art. 55, caput, do NCPC, “Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.”. Preferiu-se, corretamente, a substituição do termo “objeto”, constante do art. 103 do CPC/73, por “pedido”, muito mais técnico e coerente.
Dessa forma, diante dos conhecidos elementos da ação (partes, pedido e causa de pedir), a conexão aparece entre demandas que tenham o mesmo pedido ou a mesma causa de pedir (requisitos alternativos), isto é, que, no fundo, tratem da mesma relação jurídica, da mesma lide sociológica subjacente ao processo.
Entender o porquê a conexão existe no nosso sistema processual é compreender que os jurisdicionados não podem conviver com decisões conflitantes e contraditórias diante do mesmo conjunto fático que interessa ao direito. Daí porque a principal consequência da conexão é a reunião dos processos para julgamento conjunto.
E talvez tenha sido esse “espírito” que permitiu ao Novo Código inovar na matéria e ampliar as hipóteses nas quais, mesmo sem conexão, as demandas devam ser reunidas para decisão conjunta.
Nesse sentido, o art. 55, §2º, é muito claro ao dispor que haverá conexãoe reunião de demandas para julgamento conjunto, salvo se uma delas já houver sido sentenciada (v. Enunciado nº 235 da Súmula do STJ), também nos casos de: i) execução de título extrajudicial e ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; e ii) execuções fundadas no mesmo título executivo.
Ainda, o legislador decidiu ir além, prevendo, por fim, no §3º do mesmo dispositivo legal, uma regra que busca trazer ainda mais elasticidade para as hipóteses de reunião de demandas para julgamento conjunto e prestigiar, em verdade, a verdadeira essência valorativa que sempre esteve por trás dessas hipóteses, qual seja: impedir a prolação de decisões conflitantes e contraditórias envolvendo a mesma relação jurídica.
Assim dispõe, pois, o art, 55, §3º, do NCPC: “Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.”. Observe-se, portanto, que o Novo Código deixa expresso que não é necessário que haja conexão entre os processos, no sentido técnico-jurídico, mas tão-somente que sejam protegidos os valores da segurança jurídica, da isonomia e da confiança, este último expressamente referido no art. 927, §4º, do NCPC.
Nas palavras de Teresa Arruda Alvim WAMBIER, Maria Lúcia Lins CONCEIÇÃO, Leonardo Ferres da Silva RIBEIRO e Rogerio Licastro Torres de MELLO, “Precitado §3º do art. 55, ao permitir a reunião de causas mesmo sem que estas guardem relação de conexidade entre si, acabou por reduzir a relevância da precisão na delimitação do conceito de conexão, primando justamente por sua elasticidade, o que serve ao prestígio de sua belíssima essência: evitar a contradição entre pronunciamentos judiciais e fomentar a economia processual. (…) A mensagem legislativa é clara: se para a reunião de causas sequer exige-se obrigatoriamente a constatação da conexão (§3º do art. 55 do NCPC), evidencia-se que o órgão jurisdicional deverá ser flexível e ampliativo para fins de estabelecimento da conexão, fomentando-se o quanto possível o julgamento conjunto de demandas que de alguma forma se relacionem, evitando-se decisões conflitantes entre si.” (Primeiros comentários ao novo código de processo civil: artigo por artigo, São Paulo: RT, 2015, p. 123).
Por outro lado, analisando a mesma regra inovadora, importante a advertência de Luiz DELLORE: “(…) parece-nos que o dispositivo deve ser interpretado de forma restritiva, de modo a não inviabilizar o julgamento dos processos, pois a reunião de milhares de demandas acarretaria muita demora para a instrução e julgamento. Ou seja: esta inovação não se aplica a situações de massa, pois para isso existe o instrumento do IRDR.” (Teoria geral do processo, São Paulo: Forense, 2015, p. 201).
Caberá aos operadores do direito, em especial aos advogados, tornar efetiva essa nova regra processual, atentando-se para os casos que, mesmo sem conexão no sentido técnico-jurídico, merecem julgamento conjunto em função da potencialidade de risco de prolação de decisões judiciais conflitantes ou contraditórias.
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
Toda pessoa é capaz de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil, conforme determina o art. 1º do Código Civil. 
Entretanto, para postular em juízo a pessoa deve estar apta a exercer todos os seus direitos, conforme determina o art. 7º do CPC:
Art. 7o Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Absolutamente incapazes 
- os menores de dezesseis anos; 
- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 
-os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Relativamente incapazes 
- os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
- os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
- os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
- os pródigos.
Assim, para determinados atos da vida civil, como ser parte em um processo judicial com o objetivo de reivindicar um direito, aqueles que não possuem capacidade plena, devem ser representados ou assistidos, pelos pais, tutores ou curadores, de acordo com cada caso.
O art. 12 do CPC, trata de será feita a representação em outros casos:
Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores; 
II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; 
III - a massa falida, pelo síndico; 
IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador; 
V - o espólio, pelo inventariante; 
VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores; 
VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens; 
VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, parágrafo único); 
IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. 
Assim, o réu verificando defeitos com relação a essa capacidade postulatória, deve alegar esse fato em sede de preliminar de contestação, sendo essa uma defesa processual dilatória, pois o juiz determinará ao autor que regularize a situação.
Ocorre, que se o autor não corrigir a irregularidade do prazo estipulado, pode ensejar a extinção do processo, caso em que a alegação dessa defesa deixa de ser dilatória, para se tornar peremptória. 
No CC/02, são elencadas as pessoas que são relativamente ou absolutamente incapazes para o exercício dos atos da vida civil: Dessa forma, de acordo como Código Civil Brasileiro, essa capacidade para o exercício de todos os atos da vida civil se dá com 18 (dezoito) anos completos, de acordo com o que determina o art. 5º do CC/02:
X - convenção de arbitragem;
Convenção de Arbitragem
A Lei nº 9.307/96 proclama em seu artigo 3º: “As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral”.
Até o advento desta lei, apenas o compromisso arbitral tinha o condão de instituir o juízo arbitral, salvo às hipóteses reguladas na Convenção de Genebra. A cláusula arbitral, tida como mero pacto de contraendo, somente obrigava a parte renitente a celebrar o compromisso arbitral, o que, para muito, não gerava qualquer efeito.
A Convenção de Arbitragem, então, passou a tratar tanto da cláusula como do compromisso, colocando fim a este estado de coisas. Com isso, a partir de 1996, a cláusula e o compromisso passaram a ser aptos a afastar a jurisdição estatal e a instituir a arbitragem.
Salienta-se, contudo, que ao contrário do que algumas pessoas apontam, o doutrinador Carlos Alberto Carmona pontifica que a arbitragem não tem como pressuposto necessário o compromisso. O autor chega a esta conclusão pela interpretação sistemática do artigo 5º e 19 da Lei. Segundo ele, o artigo 7º trata de uma situação isolada e específica, qual seja, “a execução específica de cláusula compromissória vazia (ou à execução de cláusula compromissória que não contenha mecanismo de atuação imediata para nomeação de árbitro)” (p. 78). Ainda, declara que a intenção da lei é a promulgação do Pacto de Genebra no Brasil, visando sua integração no ordenamento jurídico pátrio, sendo assim, a arbitragem pode prescindir completamente do compromisso arbitral.
Efeitos da Convenção
A lei brasileira adotou uma posição ambígua e conservadora ao tema, uma vez que ainda regulamenta a cláusula como um pré-contrato de compromisso (como parece resultar, literalmente, do artigo 7º), embora sobremaneira mitigado. Todavia, a cláusula arbitral não mais pode ser qualificada como mero pré-contrato, tendo em vista que ela não consubstancia mais uma promessa de celebrar compromisso, e sim uma promessa de instituir juízo arbitral. Também tem essa característica o compromisso, ou seja, apenas com a aceitação do árbitro é que se tem por instaurada a instância arbitral. Portanto, produzem o mesmo efeito de retirar a competência para conhecer de um determinado litígio do juízo estatal, dando margem à instauração do juízo arbitral.
Diga-se, desta feita, que a Convenção de Arbitragem tem duplo caráter: “como acordo de vontades, vincula as partes no que se refere a litígios atuais ou futuros, obrigando-as reciprocamente à submissão ao juízo arbitral; como pacto processual, seus objetivos são os de derrogar a jurisdição estatal, submetendo as partes à jurisdição de árbitros. Portanto, basta a convenção de arbitragem (cláusula ou compromisso) para afastar a competência do juiz togado, sendo irrelevante estar ou não instaurado o juízo arbitral (art. 19)” (p. 79).
Direito intertemporal
Os compromissos arbitrais firmados antes da edição da Lei de 1996 estavam sujeitos ao Condigo de Processo Civil, não havendo qualquer problema de adaptação entre a velha e a nova disciplina com relação ao compromisso.
No entanto, isso não ocorreu no que se refere à cláusula compromissória inserida em contratos firmados antes do advento da Lei nº 9.307/96. Para alguns, a cláusula anterior não pode ter o condão de levar à instituição do juízo arbitral, afastando a competência do juiz togado, contudo, para outros, a Lei de 1996 tem eficácia imediata e, assim, a cláusula arbitral pactuada com o antigo texto de lei tem o efeito de excluir a competência do juízo estatal.
Com isso, o doutrinador Carlos Alberto Carmona defende a segunda corrente, pois acredita que os efeitos da cláusula arbitral são regulados integralmente pela Convenção de Arbitragem, que tem natureza processual, aplicando-se por isso mesmo desde logo. Segundo ele, não se pode impedir que a vontade anteriormente manifestada pelas partes de retirar a competência do juiz togado, não pode ser diluída somente porque a avença foi celebrada antes do advento da lei.
Em síntese, pacta sunt servanda: “a parte que se obrigou, por contrato, a resolver controvérsias eventuais e futuras através da arbitragem, não pode, simplesmente, mudar de ideia, sendo clara a intenção do legislador no sentido de tornar realmente eficaz esta manifestação de vontade que, sob o império das leis processuais de 1939 e de 1973, andava negligenciada” (p. 82).
Extensão subjetiva da Convenção de Arbitragem
Cumpre analisarmos aqui se a cláusula arbitral ou o compromisso podem atingir quem não foi parte da avença. O tema, sem dúvida, interessa as empresas que forma conglomerados ou grupos econômicos.
A lei brasileira define o grupo de sociedades como “um conjunto de companhias vinculadas umas às outras, em virtude de convenção aprovada pelas assembleias gerais de todas as integrantes, com a finalidade de combinar recursos ou esforços para a realização de objetivos comuns. Embora o grupo possa ter uma administração própria, caberá representação de cada sociedade aos seus respectivos órgãos, de modo que as companhias manterão formal independência, além de deterem patrimônio próprio e distinto, não sendo de presumir responsabilidade solidária entre as empresas componentes do grupo. Tanto num caso (grupo econômico) como no outro (grupo formal de empresas), a personalidade jurídica de cada componente do grupo é mantida” (p. 82).
Em sede de comércio internacional, a Câmara de Comércio Internacional (CCI) reconhece que se uma sociedade do grupo aceita a convenção de arbitragem, há possibilidade de que as outras companhias que tenham papel relevante na performance do contrato se envolvam.
No Brasil, entretanto, tal solução não é satisfatória. A convenção arbitral deve demonstrar clara e inequivocamente a vontade dos contratantes de entregar a solução do litígio à solução de árbitros. Sendo assim, o consentimento dos interessados é essencial.
A jurisdição do árbitro é limitada pela convenção arbitral (objetiva e subjetivamente), sendo inadmissível (e ineficaz) a decisão do árbitro que envolver na arbitragem terceiro que não lhe outorgou jurisdição.
Extensão objetiva da Convenção de Arbitragem
Muitas vezes a Convenção de Arbitragem dá abertura quanto ao tema que deverá ser objeto de decisão pelos árbitros. Expressões como “litígios relacionados a determinado contrato” ou “disputas decorrentes de certa relação jurídica” geram dúvidas interpretativas sobre a extensão objetiva da Convenção de Arbitragem.
Conforme pontifica Carlos Alberto Carmona, quem convenciona a solução arbitral para dirimir conflitos, em princípio, não submete parte das questões ao árbitro e parte ao Poder Judiciário. Portanto, a convenção arbitral atesta a vontade clara das partes em submeter os litígios de certa relação jurídica à solução de árbitros. Caso haja alguma excludente nesse sentido, a convenção de arbitragem deve expor essa exclusão de forma clara, caso contrário, a interpretação da convenção deve envolver toda relação jurídica.
Por fim, destaca-se que a tendência dos tribunais brasileiros é no sentido de interpretar restritivamente as convenções arbitrais.
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
O que é a Ausência de Legitimidade ou Interesse Processual?
São pressupostos processuais, simples assim! No antigo CPC eram tratados como condições da ação, juntamente com a possibilidade jurídica do pedido. Com a vigência do novo código, sepulta-se o termo condição da ação, legitimidade processual e interesse processual passam a serem encarados como pressupostos processuais e possibilidade jurídica do pedido é remanejada para como uma das causas de indeferimento da petição inicial.
Legitimidade processual ou legitimidade ad causam é a característica inerente à uma parte para que esta possa figurar em uma relaçãojurídica face à outrem.
Interesse processual pode ser dividido em duas classificações, a primeira associada ao desinteresse processual, ou seja, ao fato da parte ter interesse ou não no tramite do processo. Doutro norte, o interesse processual é associada à ideia de efetividade do ato processual complexo, ou seja, se aquele processo possui alguma relevância, ensejando no prosseguimento ou não da demanda.
Ambos institutos são pressupostos processuais, na realidade são requisitos objetivos de validade. Por ora, importante saber que estamos diante de pressupostos processuais e não condições da ação.
Introdução
Supondo o caso totalmente hipotético de que você, na figura de um Juiz de Direito, em seu gabinete, está analisando o fluxo de processos quando abre um deles para despachar e se depara com as seguintes situações:
"Adelaide Merculano da Silva, vizinha do senhor Beltrano de Tal, acadêmica do curso de direito, fica indignado ao saber do contrato que o Sr. Beltrano de Tal firmara com o Bando Ligeirinho XYZ, diante disso, visando ajuizar o amigo vizinho, promove ação de revisão de contrato em nome próprio em face do banco.".
"Beltrano de Tal promove ação de cobrança em face de Ciclano de Tal, diante de um um acidente de trânsito, causando, ao requerente, danos em seu veículo. No curso do processo o requerente informou que o requerido efetuou o pagamento integral dos valores a título de ressarcimento.".
O que você faria em ambos os casos?
Para poder responder a pergunta, precisamos identificarmos o tipo de pronunciamento do juiz (art. 203 do CPC) que estaremos prestes a fazer.
Os pronunciamentos do juiz são divididos em Despachos, Decisões Interlocutórias e Sentenças.
No Código de Processo Civil, Despachos são tratados de forma excludente, ou seja, não sendo caso de decisão interlocutória ou sentença, será despacho (art. 203, § 3º, do CPC). Para facilitar o entendimento de quem estiver a ler este artigo, defino o despacho como um mero expediente, em um aspecto meramente exemplificativo, apenas uma espécie de pá de remo, se considerarmos o remo como sendo o processo, de modo que será o principal responsável pelo navegar do processo. Assim, não concordo com a classificação do Código para com o Despacho. Na minha opinião é o pronunciamento de maior relevância, afinal se o processo não for conduzido da melhor forma, o julgamento do processo e de questões incidentais será falho.
Falando em questões incidentais, é a Decisão Interlocutória a responsável por resolver essas questões. O CPC disciplina de forma a transparecer que essa fora a ideia do legislador. Para o CPC, Decisão Interlocutória é todo e qualquer ato que tenha caráter de decidir algo que não ponha fim à fase cognitiva ou executiva do processo (art. 203, § 2º, do CPC).
Por fim, o pronunciamento do juiz que ainda não fora comentado é a Sentença. Essa se caracteriza por ser o final do processo, ou melhor, o final à fase cognitiva ou executiva processo, com fundamento no art. 485 ou no art. 487, os quais falaremos na sequência (art. 203, § 1º, do CPC). Importante salientar, põem fim, e não encerra o processo, o encerramento do processo se dá com o arquivamento definitivo.
Compulsando ambos os casos, carecem de pressupostos processuais, o primeiro por ilegitimidade e o segundo por ausência de interesse processual, o pronunciamento do juiz que faremos é uma sentença em ambos os casos.
Porém, como sabemos as sentenças são divididas em sentenças terminativas (art. 485 do CPC) e sentenças resolutivas (art. 487 do CPC).
Sentenças terminativas são aquelas que visam apenas terminar o processo, não há uma análise do mérito, apenas existe o término do processo. São fundamentadas com base no art. 485 do Código de Processo Civil. Não faz coisa julgada material
Doutro norte, as sentenças resolutivas são aquelas que visam resolver o mérito existente na relação processual, ou seja, dirimir o conflito de interesse existente entre as partes. São fundamentadas com base no art. 487 do Código de Processo Civil. Faz coisa julgada material.
O tipo de sentença para os casos em testilha é a sentença terminativa, inclusive pelo fato de ter previsão no art. 485, VIII, do CPC.
Identificado o tipo de sentença que teremos que construir, passamos ao que nossa sentença precisará conter, ou seja seus elementos. São três, Relatório, Fundamentação, Dispositivo (art. 489 do CPC).
O relatório é o resumo de todo o processo, nele é necessário conter o nome das partes do processo, qual é o caso, deverá apresentar, de forma resumida, o que fora alegado pelo requerente e pelo requerido, em inicial e em contestação, respectivamente, e apontar as principais ocorrências havidas no processo (art. 489, I, do CPC)
O fundamento é a parte em que o juiz analisará as questões de fato e de direito (art. 489, II, do CPC). É o momento em que o juiz aplicará o direito ao caso concreto, analisando as provas e alegações constantes nos autos de modo a expor o porquê de entender da forma como estará julgando. Nesse momento é importante ressaltar o princípio do livre convencimento do motivado do juiz (art. 371 do CPC), de modo que o juiz poderá julgar de forma livre, contanto que fundamento as razões de julgar.
Por fim, o dispositivo, também chamado por alguns doutrinadores como resultado ou conclusão - apesar de discordar dessas nomenclaturas -, é o momento que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem (art. 489, III, do CPC), ou seja, é o momento que será pronunciado o deferimento ou indeferimento os pedidos formulados em inicial ou reconvenção.
São as classificações necessárias para sabermos que deveremos fazer uma sentença terminativa pautada na desistência da ação. Passamos a análise de sua construção.
COMO CONSTRUIR A SENTENÇA FUNDAMENTADA NA AUSÊNCIA D LEGITIMIDADE OU INTERESSE PROCESSUAL
A fundamentação com relação às sentenças terminativas permanece a mesma, isso mesmo, não houve drástica alteração senão nos dispositivos, porém, com relação à forma, permanece igual, inclusive não se aplica o disposto no art. 489, § 1º, do CPC às sentenças terminativas, sabem por quê? Justamente por ser um dispositivo destinado ao JULGAMENTO da demanda e não à mera EXTINÇÃO do processo.
Uma boa sentença terminativa é aquela que tem uma lauda, sendo que contém apenas três parágrafos, cada qual sendo um dos elementos da sentença, respectivamente.
Uma boa sentença terminativa quase nunca é aquela prolixa, mas sim é aquela que atinge diretamente ao que fora requerido ou à algum incidente (negligência, abandono,...) da forma mais breve e célere possível. Assim, é besteira colocar jurisprudência, doutrina, súmulas ou até mesmo ficar debatendo, em sede de cognição própria, o processo em sentença.
Otimizem o tempo que seria gasto para elaborar àquela sentença prolixa para dar maior atenção à um caso que tenha real relevância. Não estou desmerecendo o processo em que será prolatada a sentença terminativa, porém é perda de tempo, vez que com uma breve sentença será atingido diretamente os objetivos, afinal, será feita a extinção, NÃO HÁ JULGAMENTO PARA SER FEITO.
Desse modo, salientando, podem colocar cinco, dez, quinze jurisprudências, normalmente o que será lido é APENAS o dispositivo, infelizmente é o que acontece com maior frequência.
Mas afinal, como construir a sentença?
Inicie sempre pelo relatório! Não é pelo fato de ser a primeira parte da sentença, mas é pelo fato de que no ato de compulsar os autos é que será possível identificar possíveis nulidades. De qualquer forma, na elaboração do relatório é necessário apontar a natureza da ação¹, apontas quais são as partes envolvidas, requerente, requerido, terceiro interessado, litisdenunciado, todos. Como a intenção da sentença é a extinção do processo e não o julgamento, seria uma perda de tempo analisar quais foram os pontos arguidos em inicial e em contestação para colidi-los e definir os pontos controvertidos ou não, afinal, não há análise do mérito. Para ser franco, além da natureza da ação e das partes, basta colocar qual é a real pretensãodo requerente (ex: condenação ao ressarcimento de danos causados em acidente de trânsito).
Importante destacar que caso seja um Procedimento do Juizado Especial Cível, o relatório é dispensado, nos termos do art. 38 da Lei nº 9.099/95, devendo a sentença iniciar diretamente pela fundamentação.
Nas sentenças de caráter terminativo a fundamentação normalmente é o que mais deve ser cautelosamente elaborada, de modo que apenas nos casos de homologação de requerimento de desistência a fundamentação poderá ser mais simplória, caso contrário, nem pensar.
A fundamentação em ambos os casos de ausência de um dos requisitos de validade objetivos do processo deverá levar em conta qual deles que está carecendo e aplicá-lo ao fato havido no curso ou no inicio do processo. Ademais, é dever do magistrado salientar que diante da ausência de interesse ou legitimidade processual, torna-se impossível o prosseguimento da demanda vez que a tutela jurisdicional perseguida não surtirá tamanha efetividade como surtiria se não houvessem aqueles defeitos.
Por fim, o dispositivo. Como o dispositivo aponta dois institutos que darão ensejo a extinção é necessário declarar a extinção do processo com fundamento no art. 485, VI, do CPC sobretudo pela carência de (APONTAR QUAL O REQUISITO AUSENTE). Uma curiosidade, o juiz não necessariamente deve apontar o dispositivo que utilizará para a extinção do processo, basta ele dizer o porque de estar o extinguindo, caso não diga, apontar o dispositivo legal é uma imposição.
Quantos as custas processuais e honorários, adota-se o princípio da causalidade, a parte que deu ensejo à propositura deverá arcar com as custas processuais e honorários advocatórios, em havendo. Importante observar se a parte não é detentora dos benefícios da justiça gratuita, o que faz com que este seja isento de arcar com as referidas custas. Outro ponto importante é observar o procedimento adotado, tratando-se de processo ajuizado pela Lei nº 9.099/95. Nos termos do art. 55 da referida lei, não há condenação em custas, tampouco em honorários, ressalvados os casos de litigância de má-fé.
Entenderam como se analisa cada ponto da sentença? Vamos ao exemplo prático! Caso persistam dúvidas ou haja algo extraordinário ao que eu falei, peço que entre em contato comigo, deixando um comentário aqui na peça, ou por intermédio do meu e-mail ou de minhas redes sociais (todos os endereços estão no meu perfil).
MODELO
Autos nº 0000000-06.2016.8.24.0008
Ação: (Tipo de Ação)¹/PROC
Requerente: Adelaide Merculano da Silva (primeira situação) / Beltrano da Silva (segunda situação)
Requerido: Banco Ligeirinho XYZ (primeira situação) / Ciclano da Silva (segunda situação)
SENTENÇA
Trata-se de Ação de (Indicar qual é a natureza da ação¹), ajuizada por REQUERENTE em face² de REQUERIDO, ambos devidamente qualificados nos autos, com fito na (relatar de forma breve qual é o principal objetivo da ação). - (Se for Juizado Especial Cível: Dispensado o relatório, com fundamento no art. 38 da Lei nº 9.099/95)
· Compulsando os autos, a requerente, por intermédio da tutela estatal, busca revisar as cláusulas do contrato firmado entre seu vizinho e o bando réu. O processo não merece prosseguimento vez que a requerente não detêm legitimidade para estar discutindo as cláusulas do contrato firmado entre outrem com o banco. A legitimidade neste tipo de demanda é do contratante.³
· Compulsando os autos, o requerente informou que o requerido pagou integralmente o valor pleiteado a título de indenização por danos materiais. Desse modo, este processo passa a carecer de interesse processual, em especial pela ineficiência da prestação da tutela jurisdicional ao caso concreto.³
Ante o exposto, EXTINGO⁴ o processo pela ausência de legitimidade processual (primeiro caso) / interesse processual (segundo caso), sem resolução do mérito⁵, com fundamento no art. 485, VI, do CPC.
Custas processuais e honorários advocatícios, em havendo, pelo requerente. (Se for Juizado Especial Cível: Sem custas e honorários, com fundamento no art. 55 da Lei nº 9.099/95) - Observar se houve requerimento/concessão de benefícios da Justiça Gratuita (art. 98 do CPC), caso em que ficará isento.
Publique-se, registre-se, intime-se.
Notifique-se o Ministério Público. (Em sendo caso de sua intervenção - art. 178 do CPC)
Transitado em julgado e não havendo pendências, arquivem-se os autos com as devidas anotações e baixa na estatística.
Blumenau (SC), 28 de março de 2016.
Guilherme Christen Möller
Juiz de Direito
NOTAS
[ 1 ] - Um mito existente em grande partes dos juristas brasileiros é o da necessidade de indicação de um nome para o processo que você promoverá. Meus caros, lhes pergunto, aonde no código está disposto que é necessário a indicação de um nome específico para a ação? Não é necessário indicar um nome da ação. Até porque, a ação, no processo civil, tem cinco naturezas, quais sejam, MANDAMENTAL, CONSTITUTIVA, CONDENATÓRIA, DECLARATÓRIA, EXECUTIVA LATO SENSU, desse modo, caso seja da vontade de quem estiver lendo este modelo de acrescentar um nome, basta colocar a natureza da ação. Fiquem tranquilos com relação ao nome que estarão informando na ação ou até mesmo na referência ao tipo de ação na sentença, basta olhar os pedidos e ver qual o mérito existente naquela demanda que faz o requerente buscar por intermédio da tutela jurisdicional estatal a sua resolução.
[ 2 ] - Recordam das aulas de Teoria Geral do Processo? Um erro comum é estabelecer uma conexão entre requerente e requerido, isso não existe! Segundo ao tripé processual, o Estado é inerte, de modo que por intermédio da provocação de uma pessoa, ora requerente, chama o terceiro até então desconhecido, ora requerido, a fim de integrar a relação processual. Assim, jargões como Fulano move o presente processo CONTRA/EM DESFAVOR de Beltrado, está totalmente errado! Errado em dois pontos, primeiro é que conforme já expus, não há relação entre requerente e requerido senão por intermédio do Estado, segundo porque rompe a ideia de Primazia na Resolução Pacífica do Mérito, o principal princípio do novo CPC.
[ 3 ] - Além de ressaltar tudo que já falei na parte de instrução da confecção deste pronunciamento, trata-se de uma questão de ordem pública, de modo a poder ser conhecida de ofício, independe de provocação da parte contrária (art. 485, § 3º, do CPC).
[ 4 ] - O termo correto para declarar a extinção do processo é EXTINGO e não JULGO EXTINTO, o que é uma contradição, afinal, ou você julga o processo, ou você extingue. Inclusive, a única hipótese para julgamento do processo é aquela prevista no art. 487, I, do CPC, ou seja, quando há análise dos pedidos que se fundam a ação ou a reconvenção.
[ 5 ] - Uma mudança trazida pelo novo diploma legal é a substituição de "de Mérito" por "do Mérito", em um primeiro momento parece uma coisa insignificante, porém analisando e pensando minuciosamente, "do Mérito" enfatiza que fora analisado o problema existente naquele processo em específico e não de forma genérica a ponto de dizer que houve a análise "de Mérito", até porque o Mérito é algo que se encontra presente no processo e não fora dele para ser necessário a sua análise fora dele e enquadramento nos autos posteriormente.
DISPOSITIVOS
Art. 17 do CPC: Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 98 do CPC: A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Art. 203 do CPC: Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1o. § 3o São despachos todos os demais pronunciamentosdo juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
Art. 371 do CPC: O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Art. 485 do CPC: O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
Art. 38 da Lei nº 9.099/95: A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Art. 55 da Lei nº 9.099/95: A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
ARTIGOS RECOMENDADOS E REFERÊNCIAS
· Rapidinhas do Guilherme - Ep. 02 - "Guilherme, me ajuda! Ajudo, só não me mata do coração!"(Sentenças terminativas);
· (Mod. Nº 01) Sentença Terminativa - Indeferimento da Petição Inicial (Art. 485, inc. I, do CPC);
· (Mod. Nº 02) Sentença Terminativa - Negligência das Partes (Art. 485, inc. II, do CPC);
· (Mod. Nº 03) Sentença Terminativa - Abandono da Causa (Art. 485, inc. III, do CPC);
· (Mod. Nº 04) Sentença Terminativa - Ausência de Pressupostos Processuais (Art. 485, inc. IV, do CPC);
· (Mod. Nº 05) Sentença Terminativa - Perempção, Litispendência ou Coisa Julgada (Art. 485, inc. V, do CPC);
· (Mod. Nº 06) Sentença Terminativa - Ausência de Legitimidade ou Interesse Processual (Art. 485, inc. VI, do CPC);
· (Mod. Nº 07) Sentença Terminativa - Convenção de Arbitragem ou Reconhecimento de Competência Juízo Arbitral (Art. 485, inc. VII, do CPC);
· (Mod. Nº 08) Sentença Terminativa - Desistência da Ação (Art. 485, inc. VIII, do CPC);
· (Mod. Nº 09) Sentença Terminativa - Intransmissibilidade da Ação em caso de Morte da Parte (Art. 485, inc. IX, do CPC);
· (Mod. Nº 10) Sentença Terminativa - Demais casos previstos no CPC (Art. 485, inc. X, do CPC);
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
Em alguns casos a lei determina que o autor tome algumas medidas para que a relação processual seja regularmente firmada. Tais medidas exigidas podem ser o pagamento de determinadas custas e despesas especiais, constituição de garantias, dentre outros casos.
Um exemplo seria a previsão do art. 486 § 2º do NCPC, que determina que se ainda não tiver ocorrido a perempção, pode o autor for ajuizar novamente ação desde que comprove o pagamento das custas e honorários do advogado.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
Dessa forma, caso o réu verifique a ausência de uma medida desse tipo exigida pela lei, há de ser alegada em preliminar de contestação.
O magistrado, ao ser alertado sobre esse vício deve determinar ao autor que regularize a situação. Caso o autor cumpra o determinado, a defesa processual utilizada pelo réu será dilatória. Já, se o autor ficar inerte, e nada fazer nesse sentido, a defesa processual tornará peremptória, pois vai ocasionar a extinção do processo sem julgamento do mérito.
Perempção : No âmbito processualista civil, a perempção se dá quando o autor abandona a mesma ação por três vezes, não podendo, portanto, ajuizá-la uma quarta vez, de acordo com o art. 486, §3º, do novo CPC. A perempção, assinale-se, é uma das causas de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 485, V). Contudo, a perempção da ação não impede que o titular de um direito o defenda de maneira passiva, como excipiente ou réu, e nisto se assemelha à prescrição. No direito criminal, a ação penal é considerada perempta quando a parte querelante deixar de promover o andamento do processo durante trinta dias seguidos, não cabendo recurso extraordinário. Nos termos do artigo 60 do Código de Processo Penal Brasileiro:[1]
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
A indevida concessão do benefício de gratuidade da justiça deveria ser arguida via incidente em autos apartados conforme Lei nº 1060/50.
Mas a nova legislação, art. 337, XIII do NCPC dá ao réu a possibilidade de arguir tal matéria em sede de preliminar de contestação, e assim, de acordo com a tendência do Novo CPC de reduzir o formalismo anteriormente existente.
Resumindo as principais mudanças na resposta do réu são a respeito das alegações de incompetência relativa; impugnação ao valor da causa e impugnação ao benefício da assistência judiciária.
No Código de 1973 todas essas alegações deveriam ser arguidas em autos apartados, na forma de incidentes processuais morosos e complexos.
No NCPC há simplificação de procedimentos e tais matérias deverão constar como preliminares de contestação.
Vamos adentrar aos parágrafos do art. 337 do NCPC. Os §§ 1º ao 4º do art. 337 já foram objeto de análise em separado quando do estudo de cada uma das matérias de preliminares de contestação, razão pela qual não serão novamente abordados.
Assim, no art. 337, § 5º fala-se que o magistrado poderá conhecer de ofício (independente de provocação das partes) todas as matérias listadas no art. 337, com exceção incompetência relativa e da convenção de arbitragem:
Art. 337 (...)
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
O § 6º do art. 337 também já foi objeto de análise quando se tratou da preliminar de convenção de arbitragem.
Prosseguindo no estudo, o art. 338 do NCPC trata de hipótese similar à nomeação à autoria do Código de 1973 (art. 62 e 63 do CPC de 1973).
É no NCPC desapareceu do rol de intervenções de terceiros exatamente a hipótese de nomeação e autoria, tendo sido reinserida e modificada no art. 338 do NCPC.
O legislador de 2015 ampliou as hipóteses, trazendo modalidade genérica; se o réu alegar ilegitimidade, abre-se vista ao autor para modificar a petição inicial para o mesmo possa substituir o realmente legítimo a responder, se este for o caso, nos termos do art. 338 do NCPC:
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Havendo a substituição do réu originário, o autor deverá reembolsar as despesas além de pagar honorários advocatícios ao advogado, fixados entre 3 a 5 por cento do valor da causa. Se o valor for irrisório, segue-se o regramento de honorários existente no art. 85, § 8º do NCPC; é o que dispõe o parágrafo único do art. 338 do NCPC.
Art. 338 (...)
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
Ainda sobre a alegação de ilegitimidade passiva, deverá o réu, se tiver conhecimento, indicar quem é o sujeito passivo da relação processual, sob pena de arcar com despesas processuais e eventuais prejuízos porventura sofridos em decorrência da falta de indicação, nos termos do art. 339 do NCPC:
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Não há a obrigatoriedade de o réu indicar o terceiro legitimado em seu lugar, mas se souber, deve dizer. Em caso de omissão, responderá por despesas e eventuais prejuízos. É a consagração doprincípio da cooperação no NCPC.
Se o autor aceitar a indicação do réu originário, deverá proceder a alteração da petição inicial para substituição do réu, nos termos do art. 339, § 1º do NCPC.
O autor, também, pode optar por alterar a petição inicial para incluir o indicado como litisconsorte passivo, dentro do prazo de 15 dias, conforme § 2º do NCPC:
Art. 339. (...)
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Convém destacar um ponto importante: tanto o parágrafo primeiro como o parágrafo segundo do art. 339 falam em prazo de 15 (quinze) dias, portanto, é correto concluir que estes prazos são cumulados.
Como ainda não existe julgados relativos a tal matéria já que o NCPC ainda não está em vigor, o entendimento da melhor doutrina, é que se trata de um prazo único de 15 (quinze) dias, para uma hipótese ou outra.
Continuando, havendo alegação de incompetência absoluta ou relativa, o réu poderá protocolizar a petição no foro do domicílio de seu domicílio, e tal fato deverá ser comunicado imediatamente ao juiz da causa.
Uma vez protocolizada, a petição será livremente distribuída na comarca de domicílio do réu e caso seja reconhecida a ilegitimidade arguida pelo juízo originário, o juízo para o qual a contestação fora distribuída se torna prevento.
Outra hipótese seria, caso o réu tiver sido citado por precatória, a contestação será juntada aos autos da carta precatória, havendo remessa para o juiz da causa. Nesse caso o juízo onde fora distribuída a carta precatória também se torna prevento.
Há comarcas em que há varas especializadas em precatórias, e nesses casos, não será lá a prevenção. Há de se levar em conta as normas de organização judiciária.
Há de se destacar que sendo reconhecida de fato a alegação de ilegitimidade pelo juízo originário, a audiência de conciliação e mediação será suspensa; e remarcada pelo juiz competente.
É o que diz o artigo 340 e parágrafos do NCPC:
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.
§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.
Defesa de mérito
A defesa de mérito é aquela em que o réu ataca os fatos que constituíram o direito do autor. Não diz respeito às formalidades processuais, mas ao conteúdo do direito que o autor afirma ser titular.
A defesa de mérito pode ser direta ou indireta.
Será uma defesa direta quando o réu atacar os fatos alegados pelo autor, negando a ocorrência; ou quando atacar as conseqüências jurídicas pretendidas pelo autor em virtude dos fatos ocorridos, ou seja, o réu reconhece a veracidade dos fatos, mas contesta os efeitos que o autor requer ao magistrado. Nessas duas hipóteses há uma defesa direta.
Assim, com relação aos artigos 341 do NCPC (correlato artigo 302 do CPC de 1973), mantida a redação, no qual ficou estabelecido o principio do ônus da impugnação específica dos fatos, sob pena de não impugnados, estes fatos serão tidos como verdadeiros.
Não se admite defesa genérica, nos termos do art. 341 do NCPC. As alterações de redação, estão em negrito:
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
O art. 342 do NCPC (correlato artigo 303 do CPC de 1973) também pequena apresentou modificação. As alterações, de redação mais adequada, estão em negrito:
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição
Por outro lado, a defesa do mérito será indireta quando o réu, apesar de concordar com os fatos expostos na inicial, apresente ao magistrado novos fatos, capazes de extinguir, modificar ou impedir o direito do autor, conforme determina o art. 350 do NCPC:
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
Cumpre ressaltar que o autor, ao ajuizar determinada ação tem a obrigação de provar os fatos constitutivos de seu direito. Contudo, essa obrigação passa para o réu, quando for elaborada uma defesa de mérito indireta, vez que o réu trará ao processo fatos novos que impedem, extinguem ou modificam o direito do autor, e que deverão ser devidamente comprovados. Essa é a regra presente no art. 373, I e II do NCPC:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.
Contestação no Novo Código de Processo Civil
Dos prazos para contestar
Antes de adentrar as matérias que devem ser alegadas na contestação, é importante tratarmos do prazo para sua apresentação.
Não havendo acordo, abre-se o prazo para a contestação; e a contagem do prazo, em dias úteis, será feita nos termos do art. 335 do NCPC:
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
Se não houver acordo, o prazo para contestação será de 15 (quinze) dias será contado contados da audiência ou da última sessão (se houver várias sessões de audiência de conciliação).
Se a audiência não aconteceu, por desinteresse das partes (autor, na petição inicial e réu, por petição dez dias antes da marcação da audiência) o prazo de 15 (quinze) dias será contado do protocolo da petição de cancelamento da audiência do réu.Não se admite que a contestação seja feita oralmente na audiência de conciliação ou mediação haja vista que a legislação traz obrigatoriamente a expressão "por petição", conforme consta do caput do art. 335 do NCPC.
Nos demais casos, em que não há possibilidade conciliação ou mediação pela natureza do direito pleiteado, aplica-se o art. 231 do NCPC:
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
Litisconsórcio passivo
Contagem de prazo para a contestação quando houver litisconsórcio passivo:
Art. 335.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.
No caso de litisconsórcio passivo e nenhum deles quiser a conciliação (art. 334, § 6º do NCPC), o prazo é individual para cada um dos réus e será contado o prazo a partir do protocolo da petição com pedido de cancelamento da audiência realizada por cada um.
Se houver mais de um réu (e o direito não admitir autocomposição art. 334, § 4º, II do NCPC) e, ainda, houver desistência do autor em relação a um réu ainda não citado, o prazo será contado da intimação da decisão que homologar a desistência.
Matérias para contestar
O princípio da concentração (ou princípio da eventualidade) determina que o réu deve, em sede de contestação, alegar toda a matéria de defesa, tanto processual, quanto de mérito.
Não há possibilidade, como ocorre no processo penal, de aguardar um momento mais propício para expor as teses de defesa. No processo civil é necessário que o réu deduza todas as matérias de defesa que serão utilizadas na própria contestação.
Dessa forma, ressalta-se a grande importância da contestação para a defesa do réu, pois este é o momento oportuno para que o mesmo possa alegar todas as suas razões, sob pena de não poder mais se utilizar de determinados argumentos de defesa que não foram alegados em sede de contestação.
No artigo 336 do NCPC, cujo correlato no Código de 1973 era o art. 300, fala-se sobre a contestação:
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Não há alteração substanciais com relação a legislação de 1973, do art. 300. É a oportunidade que o réu terá de fazer toda a sua matéria de defesa.
A contestação também deve ser vista como um momento apropriado para o réu discutir não só a matéria de mérito, como também, matéria de conteúdo processual, conforme estabelecido no art. 337 do NCPC.
Preliminares da contestação
A contestação deve ser estruturada em duas partes: uma parte em que o réu fará a defesa processual (ou indireta) e uma segunda parte, em que o mesmo fará uma defesa de mérito (ou direta).
A defesa processual deve ser feita primeiramente, num tópico separado sob o título: "Preliminares".
Há defesas processuais que somente irão retardar o feito, são as chamadas defesas processuais dilatórias. Elas ocorrem quando o réu alerta o magistrado sobre alguma imperfeição formal que pode ser sanada. Essas imperfeições, então, pela natureza, não irão causar a extinção do processo, mas apenas uma ampliação do procedimento, que deverá se ajustar aos moldes do que fora exigido pela lei.
Por outro lado, há defesas processuais que causam a extinção do processo antes mesmo que o magistrado analise o mérito da causa; são chamadas defesas processuais peremptórias. Essas ocorrem quando o réu alerta o magistrado para uma imperfeição formal tão grave que impede que o feito prossiga seu curso normal, e dessa forma, o juiz determina que o processo será extinto.
Num terceiro grupo encontram-se as defesas processuais dilatórias que podem se tornar peremptórias. Essas ocorrem quando há uma imperfeição formal que não enseja extinção do processo e que dependa de uma conduta do autor para sanar a imperfeição. Só que o autor não cumpre a atitude necessária para ajustar a situação, e dessa forma, o vício não é sanado.
Por isso, uma defesa processual dilatória se tornou peremptória, e irá ocasionar a extinção do processo.
Vista essa classificação das matérias que poderão ser argüidas preliminarmente, agora será feita a análise de cada matéria que réu poderá alegar nessa parte de sua contestação, conforme previsto no acordo com o art. 337 do NCPC.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Manteve-se no NCPC a mesma estrutura da contestação: matéria de mérito e preliminares processuais; as principais mudanças foram a ampliação das matérias processuais que podem ser arguidas em sede de preliminar de contestação. Vamos analisar cada uma delas.
Inexistência ou nulidade da citação (art. 337, I do NCPC)
A citação, ou seja, é o ato pelo qual o réu, o executado ou o interessado é convocado para integrar a relação processual, conforme descrito no art.238888 doNCPCC (correlato art. 213 do CPC de 1973):
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Podemos dizer que a citação é ato processual necessário e essencial no processo, conforme determina o art. 239 do NCPC (correlato art. 214 do CPCde 1973):
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. Assim, o réu pode alegar a falta ou a nulidade da citação em sede de preliminar.
Ressalta-se que, diante da nulidade da citação, caso o réu compareça espontaneamente nos autos, será suprida a falta ou nulidade de citação, e o prazo para contestação começará a fluir desta data. É o que diz o art. 239, § 1ºdo NCPC:
Art. 239. (...)
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.
Além disso, se rejeitada pelo magistrado a alegação de nulidade, tratando de processo de conhecimento, réu será considerado revel, nos termos do art. 239, § 2º do NCPC:
Art. 239. (...)
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se

Outros materiais