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REVOLUÇÃO FRANCESA

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Revolução Francesa (1789)
Antecedentes
Durante a transição entre as antigas monarquias feudais em Estados absolutistas, que ganhou sua mais famosa expressão neste reino, a França vivia uma situação crítica, com a sociedade estratificada[footnoteRef:1], dividida em três estados. [1: Sociedade estratificada é quando a estrutura social não permite aos cidadãos mudarem de classe social.] 
O primeiro estado era formado por pessoas que tinham cargos na Igreja, possuía 10% das terras do reino, era isento de impostos, de prestar serviço militar e até mesmo julgamento em tribunais comuns.
O segundo estado era formado por nobres que viviam em seus próprios castelos ou na corte real em Versalhes e também não pagavam impostos.
O terceiro estado era formado pela maioria da população (98%), e chegava a pagar 80% da sua renda em impostos para sustentar o primeiro e segundo estados. Eram pessoas de diversos setores sociais, como os sans-culottes[footnoteRef:2] e a mais miserável parcela da população, os camponeses. [2: Os homens da nobreza e das camadas sociais mais altas usavam os culottes, calças curtas e justas, que chegavam até a altura do joelho, onde eram amarradas. Os trabalhadores, os camponeses, mendigos e pequenos comerciantes, que formavam as classes baixas da sociedade, usavam calças largas e cumpridas. Por não usarem os culottes, ficaram conhecidos na França como os sans-cullotes, ou seja, os sem culotes.
] 
O país entrou numa grave crise econômica por causa dos gastos militares em conflitos externos e uma forte seca que quase acabou com todo gado e agricultura. Com isso, os preços dos alimentos aumentaram muito, a fome se espalhou, milhares de pedintes passaram a vagar pelo país e alguns começaram a roubar e destruir castelos, muitas vezes assassinando seus proprietários. Muitos culpavam a nobreza pela miséria em que o reino se encontrava. Na capital, Paris, operários e artesãos começaram a fazer greves, e desempregados saqueavam lojas. Manifestações contra a política econômica tornaram-se comuns.
Causas
Em 1789, tentando solucionar o problema, o ministro das Finanças propôs que o clero e a nobreza passassem a pagar impostos, mas a ideia foi rejeitada. Com a crise se agravando e não vendo solução, o rei Luís XVI convocou os Estados Gerais pela primeira vez em quase 200 anos para discutir soluções. Nesta série de reuniões, cada estado tinha direito a um voto em cada matéria discutida, mas como clero e nobreza tinham interesses parecidos e tendiam a votar juntos, sempre ganhavam as votações por 2x1. Para evitar que isso continuasse acontecendo, no dia da abertura dos Estados Gerais o terceiro estado pediu que a contagem de votos passasse a ser feita por cada deputado individual. Após um mês de debates sobre o pedido, o terceiro estado se retirou e se autoproclamou, em 9 de julho, como a Assembleia Nacional Constituinte.
Como o rei não conseguiu impedir essa reunião independente do terceiro estado, ele ordenou que os outros dois estados se unissem a ele, mas também colocou o exército de prontidão para acabar com o que ele achava ser o início de uma rebelião. Quando o povo soube disso, entendeu que o rei não queria resolver nada e se revoltou. Em 14 de julho, uma multidão invadiu os arsenais do governo, roubou as armas e caminhou até a Bastilha, antiga fortaleza onde o governo prendia os opositores, e tomou-a após algumas horas de combate. Por ela ser um dos maiores símbolos do absolutismo, a Queda da Bastilha costuma ser vista como o marco zero da Revolução Francesa.
Quando a notícia se espalhou, mais rebeliões ocorreram pelo país afora e a revolta geral possibilitou que a Assembleia Constituinte abolisse as leis feudais que ainda vigoravam e que privilegiavam clero e nobreza. Grupos de populares armados foram transformados na chamada Guarda Nacional, cuja missão era proteger a Assembleia de ataques. E em 26 de agosto seria proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um documento inspirado pelo movimento iluminista que estabelecia a liberdade e a igualdade de todos perante a lei, a presunção de inocência e liberdade de opinião.
Monarquia constitucional
Nos dois anos seguintes, o rei Luís XVI e sua família ficaram confinados em um palácio em Paris. Neste período foi promulgada a primeira Constituição da França, que estabelecia a divisão entre os três poderes do Estado e definia a monarquia constitucional como forma de governo. O rei seria o chefe do Executivo, mas com poder limitado pelas normas constitucionais. A família real tentou fugir para a Áustria (terra de nascimento da rainha Maria Antonieta), mas foi detida na fronteira, levada de volta ao palácio e, logo após, presa sob a acusação de conspiração contra o Estado.
Com a prisão do rei, o governo passou para as mãos do Conselho Executivo Provisório, liderado pelo advogado Danton. A Assembleia Nacional foi dissolvida e substituída pela Convenção Nacional, cujo controle era disputado pelos jacobinos (defensores da República e representantes da pequena e média burguesia) e pelos girondinos (políticos moderados que procuravam negociar com a monarquia). Em setembro foi proclamada a República e em 21 de janeiro do ano seguinte, Luís XVI foi executado na guilhotina.
Nesse período, os revolucionários também atacaram os privilégios do clero por meio da aprovação da Constituição Civil do Clero, em 1790. Essa medida tentou subjugar a Igreja Francesa à autoridade do Estado e contribuiu para que o clero francês aderisse ao esforço contrarrevolucionário.
Período do Terror
Foram feitas novas eleições onde os jacobinos conseguiram maioria e uma nova Constituição, agora Republicana, foi elaborada. A Áustria liderou uma investida contrarrevolucionária (porque a rainha era austríaca por nascimento), mas, em abril de 1793, foi criado o Comitê de Salvação Pública, que convocou quase 300 mil homens para a guerra e acabaram com a tentativa austríaca de devolver o poder à monarquia. Além disso, foi criado o Tribunal Revolucionário, que julgaria diversos suspeitos de traição, iniciando o chamado Período do Terror da Revolução Francesa, que até 1794 executaria cerca de 35 mil pessoas, entre elas a antiga rainha Maria Antonieta e o próprio Danton.
O governo jacobino iniciou sendo bastante popular: criou impostos sobre os ricos, fixou tetos para preços de produtos, regulamentou salários, abriu escolas públicas, repartiu bens de nobres exilados e promoveu a reforma agrária. Como rompera com a Igreja Católica anteriormente, também instituiu o divórcio e a liberdade religiosa, além de abolir a escravidão nas colônias francesas. Porém, os principais líderes jacobinos, como Robespierre e Saint-Just, se voltaram contra militantes ainda mais radicais, o que os faria perder apoio popular. Em 27 de julho de 1794, os girondinos conseguiram derrubar o jacobinos e assumiram o poder no chamado Golpe do 9 Termidor, e acabariam na guilhotina. A Lei do Máximo, que regulava os preços de cereais, foi revogada, gerando inflação, e a escravidão foi restaurada nas colônias. 
Diretório
O governo girondino era conservador, promulgou uma nova Constituição em 1795, instaurando um modelo de voto indireto e censitário[footnoteRef:3] que restringia consideravelmente a participação popular. Ao mesmo tempo, a população de Paris foi desarmada para evitar outras revoltas. Os girondinos colocaram o poder Executivo nas mãos do Diretório, um órgão composto por cinco pessoas eleitas entre os deputados. Durante esse período, além da tensão da guerra e dificuldades financeiras, o governo sofreu ataques internos por jacobinos e monarquistas. Para conter essas manifestações, o Diretório pediu ajuda ao Exército e, em 1795, o jovem e promissor general Napoleão Bonaparte foi escolhido para organizar a defesa interna do país. Graças ao seu êxito, Napoleão acabou tornando-se uma importante força política no país após a Revolução Francesa. Seu prestígio cresceu tanto que, em 1799, ele foi convidado a fazer parte do Diretório. Em 9 de novembro do mesmo ano – no golpe conhecido como 18 Brumário –Napoleão anunciou que iria dissolver o Parlamento e substituí-lo por três cônsules provisórios, dos quais ele era evidentemente o mais importante. Era o início da Era Napoleônica. [3: Voto censitário é quando apenas alguns grupos de cidadãos têm direito de votar, ou seja, o voto censitário limita o direito ao voto para outros grupos baseado no gênero sexual, na religião, na etnia e etc.
] 
Resumo cronológico da Revolução Francesa
· 1774 – Luís XVI torna-se rei da França.
· 1785 – Uma seca atinge o reino francês, agravando a crise econômica já existente.
· 1788 – A safra agrícola tem péssimos resultados, gerando fome.
· 1789 – Luís XVI convoca os Estados Gerais.
· 1789 – Queda da Bastilha.
· 1789 – É proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
· 1791 – É promulgada a primeira Constituição francesa.
· 1792 – Proclamação da República.
· 1793 – Execução de Luís XVI na guilhotina.
· 1793 – Início do período do Terror jacobino.
· 1794 – Derrubada dos jacobinos no golpe de 9 Termidor.
· 1799 – Derrubada do Diretório no golpe de 18 Brumário e início da Era Napoleônica.
Curiosidade:
Os revolucionários criaram um calendário próprio, por isso os eventos tem nomes como 9 Termidor e 18 Brumário. Veja a seguir. Se você tivesse nascido em meio à Revolução Francesa, como seria seu aniversário?
 
Referências Bibliográficas:
PISSURNO, Fernanda Paixão. Revolução Francesa. Disponível em <infoescola.com/historia/revolucao-francesa/>. Acessado em 07/11/2019.
NEVES, Daniel. Revolução Francesa. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-francesa.htm>. Acessado em 07/11/2019.
ROSA, Luciano Faustina da. Calendário Revolucionário Francês. Disponível em <http://prolucianofaustina.blogspot.com/2016/08/8-ano-calendario-revolucionario-frances.html>. Acessado em 07/11/2019.

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