Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA ANA CAROLINA MOSCONI JAQUELINE MOMBACH JULIA LUIZA SCHLINDWEIN KARLA DANIELE ARBOLEYA ANÁLISE DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, FREQUÊNCIA CARDÍACA E TEMPERATURA RETAL DE OVINOS EM DIFERENTES TEMPERATURAS TOLEDO 2019 ANA CAROLINA MOSCONI JAQUELINE MOMBACH JULIA LUIZA SCHLINDWEIN KARLA DANIELE ARBOLEYA ANÁLISE DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, FREQUÊNCIA CARDÍACA E TEMPERATURA RETAL DE OVINOS EM DIFERENTES TEMPERATURAS Trabalho Discente Efetivo apresentado à disciplina de Experimentação Animal, do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Professor: Nelson Massaru Fukumoto TOLEDO 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 OBJETIVO 4 MATERIAIS E MÉTODOS 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 7 CONCLUSÃO 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10 INTRODUÇÃO Atualmente existem aproximadamente 17 milhões de ovinos espalhados por todo o território brasileiro, distribuídos em 27 raças, sendo 7 próprias do país. O Brasil ocupa o 13º lugar no ranking de maiores produtores de ovinos no mundo. A criação destes pequenos ruminantes destaca-se na produção de carne, mesmo no Brasil o consumo de ovinos ainda sendo baixo corresponde a uma atividade de produção primária com grande influência econômica e social, sendo uma interessante fonte de renda para os pequenos e médios produtores, gerando empregos diretos e indiretos (SILVA, 2004; FAO, 2017). A grande maioria dos criadores de ovinos no país adotam o sistema de criação extensivo, geralmente sem muitos investimentos, sendo frequentemente uma fonte de renda extra. No geral, os produtores apresentam como característica a produção do ciclo completo destes animais, ou seja, cria-recria e engorda, devido à ausência de criadores especializados em cada uma das fases (EMBRAPA, 2015). Ovinos são animais que necessitam de temperaturas entre 25° e 30° para estarem em conforto térmico, produtores de lã devem sempre estar atento a altas temperaturas, pois contribuem para congestão permanente da derme o que ocasiona má circulação e faz com que a lã se torne fina e curta, já o frio gera fibras de lã grossas e longas (SOBRINHO, 2006). O presente trabalho abordou sobre a temperatura retal, frequência cardíaca e frequência respiratória de ovinos. Segundo Sobrinho (2006, p.271) a temperatura retal ideal para ovinos de até um ano é de 38,5 a 40,5 e ovinos acima de um ano é de 38,5 a 40,0. Em relação à frequência respiratória a zona de conforto está em 12 a 20 por minuto, e a frequência cardíaca 70 a 80 por minuto. OBJETIVO O presente trabalho teve como objetivo verificar a frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura retal dos ovinos da Clínica Veterinária Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Campus Toledo. Os animais foram avaliados em diferentes ambientes e condições térmicas pelas alunas do segundo período do curso de Medicina Veterinária da universidade. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa ocorreu no setor de ovinocultura da Clínica Veterinária da PUC-PR, onde encontra-se localizada na cidade de Toledo- Paraná, entre o período de Agosto a Novembro de 2019. O aprisco da universidade é dividido em baias, onde uma parte é destinada as ovelhas no período de gestação, e o restante para as que estão em crescimento e terminação. Possui também um corredor central que divide essas áreas, contendo piso de concreto e cobertura de metal. No experimento, realizou-se a avaliação de treze ovinos sem raça definida de ambos os sexos que foram divididos em dois grupos de seis e sete animais. A presente avaliação foi realizada no período de aula da matéria de Experimentação Animal, no horário das 9h40 às 11h10 com o auxílio do professor da disciplina. O primeiro grupo de animais encontrou-se exposto ao sol, onde a temperatura geralmente é mais elevada, e o segundo grupo permaneceu no aprisco (sombra) em temperatura mais amena. As frequências cardíacas dos animais foram avaliadas com a ajuda de um estetoscópio flexível empregado na região torácica de cada animal, e a partir do número de movimentos se avaliará a frequência respiratória dos mesmos. Realizou-se a aferição da temperatura retal dos ovinos com a utilização de um termômetro clínico veterinário de mercúrio (RIBEIRO, 2008). Os dados coletados foram anotados e após isso realizou-se a análise de variância e teste de T a 5%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 são apresentados os dados referentes a temperatura retal, frequência cardíaca e respiratória de ovinos em diferentes temperaturas. Variável Sol Sombra Temperatura retal 39,42a 39,67a Frequência cardíaca 154,29a 120,67b Frequência respiratória 142,29a 120,00a Fonte: MOSCONI, Ana 2019 Tabela 1 - Análise de temperatura retal, frequência cardíaca e frequência respiratória de ovinos no sol e na sombra. O clima é um fato determinante para que haja êxito na produção animal, então, é importante que os animais se adaptem ao ambiente em que vivem, e, com isso, possam dispor de seus recursos fisiológicos e conseguir responder as limitações do meio com sucesso (ARRUDA et al.,1984; QUEIROZ et al., 2015). Para manter a homeotermia, o suor é um mecanismo fundamental que alguns mamíferos utilizam. De acordo com Arruda et al. (1984), os ovinos possuem menos glândulas sudoríparas quando comparados com os bovinos. Então, sua troca de calor se dá principalmente pela respiração. Conforme cita Souza (2010), considerando a perda de 20% de calor devido à respiração, a temperatura ambiente ideal para os ovinos é de 25°C a 30°C. Quando a temperatura do ambiente excede a 35°C, a perda de calor via respiração chega a 60%. Segundo Sá, J.L. e Sá, O.C ([20-]), a temperatura ideal corporal varia de 38 a 40°C. Os animais que estavam na sombra apresentaram a média de temperatura em 39,67°C e os que estavam no sol à média de 39,42°C, o que indica que a temperatura corporal estava dentro da média para ovinos, conforme a tabela os dois resultados são equivalentes. A frequência cardíaca ideal em ovinos adultos é de 70 a 80 batimentos por minuto. A média dos animais que estavam no sol foi de 154,29 batimentos por minuto, e os que estavam na sombra 120,67 batimentos por minuto, o resultado indica que as médias foram diferentes. Os animais ao sol apresentaram frequência cardíaca maior devido à exposição ao sol que desidrata o animal, assim os vasos sanguíneos se fecham aumentando a frequência cardíaca. Outro fator que interferiu foi o ato de manejar os animais que acaba estressando-os, fator que também eleva frequência cardíaca. Os animais na sombra tiverem a elevação menor que os animais ao sol, pois o motivo da alteração da frequência cardíaca foi somente o manejo. A frequência respiratória ideal para ovinos adultos é de 12 a 20 batimentos por minutos (bpm). Os animais ao sol obtiveram média de 142,29, já os animais a sombra possuíram média de 120,00 bpm. Após análise da tabela os resultados apresentaram-se equivalentes, indicando que não ouve alteração entre os animais a sombra e ao sol, porém, a média da frequência respiratória está acima do normal, isso ocorreu-se devido ao manejo que aumentou a frequência cardíaca e consequentemente aumentou a frequência respiratória. A alteração pode estar ligada também a temperatura do ambiente quando está elevada, pois os animais buscam mecanismo para controlar o calor do corpo, como á ingestão de água, transpiração e a ofegação. CONCLUSÃO Conclui-se após análise dos dados que a exposição ao sol afetou somente a frequência cardíaca dos animais em relação aos que estavam na sombra. Quanto a temperatura retal, manteve dentro da média padrão. Já a frequência respiratória foi equivalente em animais no sol e na sombra, sendo elevada somente pelo manejo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRUDA, F. A. et al. Variação da temperatura de caprinos e ovinos sem lã em sombral. Brasília, 1984. Acesso em: 13 de novembro de 2019. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105264/1/AP-Variacao.pdfEMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção de ovinos de corte: Terminação de cordeiros no Semiárido. Brasília, 2015. Acesso em: 15 de agosto de 2019. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/126809/1/CNPC-2015-Producao.pdf FAOSTAT- Food and Agriculture Organization of the United Nations. Acesso em 20 de Agosto de 2019. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/QA QUEIROZ, E. O. et al. Parâmetros fisiológicos e desempenho para ovelhas Santa Inês e cordeiros ½ Dorper - Santa Inês nas estações verão e inverno. Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.16, n.1, p.199-209 jan./mar., 2015. Acesso em: 13 de novembro de 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbspa/v16n1/1519-9940-rbspa-16-1-0199.pdf RIBEIRO, Neyla L. et al. Avaliação dos índices de conforto térmico, parâmetros fisiológicos e gradiente térmico de ovinos nativos. Engenharia Agrícola, v. 28, n. 4, p. 614-623, 2008. Acesso em 26 de agosto de 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-69162008000400001 SÁ, J. L; SÁ, O. C. Características gerais dos ovinos. [s.l]. [20-]. Acesso em: 13 de novembro e 2019. Disponível em: http://www.crisa.vet.br/exten_2001/caracter.htm SILVA, Roberto. A ovinocultura do Paraná no contexto nacional e mundial: um breve diagnóstico situacional. Curitiba, 2004. Acesso em: 15 de agosto de 2019. Disponível em: file:///C:/Users/Sandra/Downloads/ovinoculturaPR%20(1).pdf SOBRINHO, Américo G da Silva. Criação de ovinos. 3ª Edição. Jaboticabal São Paulo. Editora Funep, 2006. SOUZA, B. Índice de conforto térmico para ovinos e caprinos: índice de temperatura do globo negro e umidade registrado em pesquisas no Brasil. Milkpoint, 2010. Acesso em: 13 de novembro de 2019. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/indice-de-conforto-termico-para-ovinos-e-caprinos-indice-de-temperatura-do-globo-negro-e-umidade-registrado-em-pesquisas-no-66797n.aspx 11
Compartilhar