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Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 11 Prezado(a) aluno(a), Você já percebeu a importância da comunicação em nossa vida? Segundo Abreu (2001): (...) Não basta ser inteligente, ter uma boa formação universitária, falar várias línguas, para ser bem sucedido. (...) o verdadeiro sucesso depende da habilidade de relacionamento interpessoal, da capacidade de compreender e comunicar idéias e emoções. (ABREU, 2001). Você concorda com o autor da obra “A Arte de Argumentar”? Você julga importante o indivíduo saber comunicar-se nas diversas situações de seu dia-a-dia? Reflita e responda para você mesmo(a). Pois bem, de acordo com Andrade & Medeiros (2001) Comunicação provém do verbo latino communicare, que significa pôr em comum. A finalidade da comunicação é pôr em comum não apenas idéias, sentimentos, pensamentos, desejos, mas também compartilhar formas de comportamento, modos de vida, determinados por regra de caráter social. (ANDRADE & MEDEIROS, 2001, p. 15). Aula 01 O Processo de Comunicação Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 12 Você já percebeu que o homem não consegue viver só? Que ele sente necessidade de viver em sociedade e expor seus pensamentos, seus sentimentos e trocar idéias?Você já deve ter assistido a filmes que mostram tais situações e a reportagens em que pessoas seqüestradas são obrigadas a isolarem-se; sentem-se desesperadas por não poderem se comunicar e buscam alguma maneira de fazê-lo como escrever em paredes. O ato de comunicação ocorre por meio de um processo que envolve seis elementos e pode ser representado pelo seguinte esquema: Emissor, também conhecido como destinador, é quem emite a mensagem; representa um indivíduo ou um grupo. Receptor ou destinatário é quem recebe a mensagem e também pode ser um indivíduo ou um grupo; não precisa, necessariamente, ser um decodificador da mensagem. Mensagem é o objeto da comunicação, ou seja, é o que o emissor transmite ao receptor. Tal transmissão dá-se por intermédio do Canal de Comunicação, podendo ser essa mensagem visual, sonora, tátil, olfativa ou gustativa. Código define-se como um conjunto de signos e suas regras de comunicação. Existem códigos para cada situação comunicativa e podem ser verbais e não-verbais. Referente é o assunto abordado na comunicação, isto é, o conteúdo da mensagem. Vamos praticar um pouco? Responda às duas atividades seguintes e, em seguida, envie pelo portfólio. Observe, antes, o exemplo da propagnda do “azeite Andorinha” Emissor: azeite Andorinha Receptor: público leitor Mensagem: todo o texto escrito mais a imagem Canal de comunicação: propaganda Código: verbal (língua portuguesa) e não-verbal (imagem) Referente: as qualidades do azeite Andorinha Função da linguagem predominante: função conativa/ apelativa EMISSOR CÓDIGO RECEPTOR REFERENTE CANAL DE COMUNICAÇÃO MENSAGEM Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 13 1. Observe a seguinte tirinha e verifique quais são os elementos da comunicação: Emissor: Receptor: Mensagem: Canal de Comunicação: Código: Referente: 2. Responda, a seguir, quais os elementos de comunicação dessa propaganda: Emissor: Receptor: Mensagem: Canal de Comunicação: Código: Referente: Não se esqueça, caríssimo aluno, que apesar da mensagem ser enviada pelo emissor ao receptor, nem sempre haverá a comunicação, pois pode existir ruído, isto é, qualquer interferência ou obstáculo na comunicação. Lembre-se, também, de que para que ela se concretize é necessário que o código seja comum ao emissor e ao receptor; caso contrário, a comunicação será apenas parcial ou não acontecerá. Extraído do site: http://www.amhi.org.mx/eventos/ imagenes/imag_ruido2.gif Extraído do site: http://www.pibara.org.br/ imagens/interrogacao1.jpg http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://namu.zip. Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 14 Vale destacar, ainda, que mesmo quando o código é comum, pode haver diferenças. Exemplo: tanto emissor como receptor expressam-se por meio da língua portuguesa, mas a variante lingüística empregada por eles é diferente. Exemplo: Comunicação e Linguagem De acordo com Andrade & Medeiros (2001): A comunicação implica fundamentalmente, a utilização de uma linguagem, de um sistema de símbolos, seja ele uma língua ou um dialeto, falado ou escrito, gestos, batidas, cores, uma inscrição em pedra, sinais luminosos ou sinais sonoros, como os do código Morse, ou, ainda, uma série de pulsos de número binário em um computador. (ANDRADE & MEDEIROS, 2001, p. 15). Se você, aluno, atentar para essa explicação, perceberá que a linguagem pode ser verbal, não-verbal e mista. A primeira é a manifestação por meio da palavra oral ou escrita; a segunda, por intermédio de gestos, imagens etc. e a última utiliza-se da palavra e da imagem. Todas elas são importantes e contribuem para a eficiência da comunicação. Exemplos: Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 15 As funções da linguagem na comunicação Você sabia que quando nos comunicamos, a linguagem apresenta funções? Que são seis essas funções e cada uma delas corresponde a um elemento da comunicação estudado no esquema apresentado. Pois bem, Roman Jakobson foi responsável pela definição dessas seis funções, a saber: expressiva ou emotiva; conativa ou apelativa; poética; fática; metalingüística e referencial. 1. Função Emotiva ou Expressiva é a centrada no emissor; a linguagem é subjetiva e há emprego da primeira pessoa (verbos e pronomes). A interjeição é típica dessa função que é usada com a intenção de manifestar emoções e sentimentos. A poesia lírica é exemplo de destaque da função emotiva da linguagem, como vemos a seguir: Epígrafe Sou bem-nascido Menino, Fui, como os demais, feliz. Depois, veio o mau destino E fez de mim o que quis. [...] 2. Função Conativa ou Apelativa: centrada no receptor, deixa transparecer a intenção de persuadi- lo; os verbos, normalmente, são empregados no modo imperativo e os pronomes freqüentes são tu e você. Os textos publicitários ilustram bem essa função: CANAL DE COMUNICAÇÃO FUNÇÃO FÁTICA MENSAGEM FUNÇÃO POÉTICA REFERENTE FUNÇÃO REFERENCIAL RECEPTOR FUNÇÃO CONATIVA CÓDIGO FUNÇÃO METALINGUÍSTICA EMISSOR FUNÇÃO EMOTIVA BANDEIRA, Manuel. Seleta em prosa e verso. 4. ed. Rio de Janeiro: http://www.mercadolivre.com.br/org-img/homepics/mth/ fitness0002MLB.gif Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 16 3. Função Poética: é aquela cujo alvo é a mensagem. Também conhecida como função estética por apresentar uma linguagem considerada criativa e afetiva, recorrendo à sonoridade, às figuras de linguagem, ao ritmo, às rimas etc. Observe o poema de Mário Quintana (1982): Se tu me amas, ama-me baixinho não o grites de cima dos telhados Deixa-me em paz os passarinhos Deixa-me em paz a mim. Se me queres, enfim, Tem de ser bem devagarinho, Amada; que a vida é breve, e o amor mais breve ainda... Mário Quintana (1982, p. 41) Vale ressaltar que a função poética não é característica exclusiva de versos, mas também da prosa poética, podendo manifestar-se em textos publicitários: - Tem dor de cabeça? - Tome melhoral; é bom e não faz mal. 4. Função Fática: é a responsável pela necessidade ou desejo de comunicar; centra-se no canal de comunicação e objetiva estabelecer, manter ou cortar o contato. O fragmento transcrito exemplifica bem essa função: Ele: - Pois é. Ela: - Pois é o quê? Ele: - Eu só disse pois é! Ela: - Mas “pois” é o quê? Ele: - Melhor mudar de conversa porque você não me entende. Ela: - Entende o quê? Ele: - Santa Virgem, Macabéa, vamos mudar de assunto e já. Clarice Lispector. A hora da estrela. 4. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio, 1978. http://www.jgaraujo.com.br/ antologia/mario%20quintana. jpg http://www.hypermarcas.com.br/marca_ medicamento.php?id=257Língua Portuguesa - Maria Alice / Geysa J. Da Silva - UNIGRAN 17 5. Função Metalingüística: é a centrada no código; é a linguagem explicando a própria linguagem. São exemplos os textos explicativos e as definições. Os dicionários são modelos de caráter metalingüístico, assim como as enciclopédias, as gramáticas e os livros didáticos. Observe: O que é lexicografia? Ciência do lexicógrafo, ou seja, autor de dicionário ou de trabalho a respeito de palavras duma língua; dicionarista; lexicólogo. 6. Função Referencial: é a que tem como alvo o referente, ou seja, quando o texto apresenta caráter informativo, criando efeito de objetividade; não há comentários nem juízos de valor. Observe um texto em que essa função se sobressai: Atentado em Londres Segunda, 11 de julho de 2005, 20h35 Bombas de Londres foram feitas pela mesma pessoa Um especialista que utilizou explosivos militares é provavelmente o responsável por fabricar todas as bombas usadas nos ataques terroristas da semana passada em Londres, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira. Componentes similares foram encontrados pela polícia nas quatro explosões (uma no ônibus e três em estações de metrô), que causaram a morte de pelo menos 52 pessoas na manhã de quinta-feira passada, segundo o jornal The Times. Investigadores acreditam que o material usado para fabricar as bombas era de uso militar e provavelmente foi trazido dos Balcãs, diz o jornal. “A natureza dos explosivos aparenta ser militar, o que é muito preocupante”, disse ao jornal o superintendente Christophe Chaboud, chefe da polícia antiterrorista da França, que vem ajudando nas investigações. FER R EIR A , A . B . de H . e J. E. M . M . A urélio - o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. C uritiba-PR : Positivo, 2004. Extraído do site: http:// noticias.terra.com.br
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