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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Diagramas de Fases (parte 2) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 2 • Diagramas de Equilíbrio com Fases Intermediárias ou Compostos Intermetálicos • Reações Eutetóide e Peritética • Diagramas de Fases Cerâmicas • A Regra de Fases de Gibbs • O Diagrama de Fases Fe-Fe3C • Desenvolvimento das Microestruturas nas Ligas Fe-C • Ligas Hipoeutetóides • Ligas Hipereutetóides • Influência de outros Elementos de Liga Diagramas de Fases UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 3 Mg2Pb Nota: Compostos intermetálicos existem como uma linha no diagrama – não é uma região (fase). A composição do composto tem uma fórmula química distinta. 19 wt% Mg-81 wt% Pb Compostos Intermetálicos UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Latão: 70 wt% Cu Diagrama de Fases Cu-Zn 4 UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 5 Diagrama de Fases Cu-Zn Transformação Eutetóide + Pontos Eutetóide e Peritético Transformação Peritética + L Transformação Peritética + L UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Peritético – líquido e uma fase sólida se transformam em uma segunda fase sólida + L (Para Cu-Zn, 598°C, 78,6 wt% Zn) resfriamento aquecimento Pontos Eutético, Eutetóide e Peritético 6 Eutetóide – uma fase sólida se transforma em duas outras fases sólidas + Fe3C (Para Fe-C, 727C, 0,76 wt% C) Eutético – líquido se transforma em duas fases sólidas L + (Para Pb-Sn, 183C, 61,9 wt% Sn) resfriamento aquecimento resfriamento aquecimento UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 7 Pontos Eutético, Eutetóide e Peritético UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 8 Diagrama MgO-Al2O3 : Diagrama de Fases Cerâmico UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Os diagramas de fase e o equilíbrio de fases estão sujeitos às leis da termodinâmica. A regra de fases de Gibbs (RFG) é um critério que determina quantas fases podem coexistir dentro de um sistema em equilíbrio: P + F = C + N P: número de fases presentes F: graus de liberdade (temperatura, pressão, composição) C: componentes ou compostos N: variáveis não composicionais 9 Regra de Fases de Gibbs UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Para o sistema Cu-Ag (a 1 atm) para uma fase simples P: N=1 (temperatura), C = 2 (Cu-Ag), P = 1 (, , L) F = 2 + 1 – 1 = 2 Isso significa que, para caracterizar a liga dentro de um campo de fase simples, dois parâmetros são: temperatura e composição. Se 2 fases coexistem, por exemplo, +L , +L, +, então, de acordo com a RFG,temos 1 grau de liberdade: F = 2 + 1 – 2 = 1. Então, se temos temperatura ou composição, podemos definir completamente o sistema. Se existem 3 fases (para um sistema binário), então são 0 graus de liberdade. Isso significa que a composição e a temperatura são fixas. Essa condição é encontrada para um sistema eutético na isoterma eutética. 10 Regra de Fases de Gibbs UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 11 O Fe puro quando aquecido sofre 2 mudanças de estrutura cristalina antes da fusão. A temperatura ambiente a forma estável é a ferrita (Fe), que tem estrutura cristalina CCC. A ferrite sofre uma transformação alotrópica, ou polimórfica, para austenita CFC (Fe) a 912°C (1674°F). A 1394°C (254°F) a austenita reverte para a fase ferrita CCC (Fe) e funde a 1538°C (2800°F). O carbeto de Fe (cementita ou Fe3C), um compost intermediário, é formado a 6,7 wt% C. Tipicamente, todos os aços e ferros fundidos têm teores de C abaixo de 6,7 wt% C. C é uma impureza intersticial no Fe e forma uma solução sólida com as fases , , . Sistema Fe-C - Alotropia UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 12 Sistema Fe-C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 13 Embora o C esteja presente em concentrações relativamente baixas, ele influencia de forma significativa as propriedades mecânicas das fases: (a) ferrite e (b) austenita. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Sistema Fe-C: 4 Fases Sólidas 14 Ferrita : - Solução sólida de C em Fe - Estrutura CCC - O C é levemente solúvel na matriz (máxima solubilidade de 0,02% C a 723°C e 0,008% C à TA) Austenita () - Solução sólida de C em Fe - Estrutura CFC: pode acomodar mais C que a ferrite (máximi de 2,08% C a 1148°C, diminui para 0,8%C a 723°C Ferrita - Solução sólida de C em Fe - Estrutura CCC (máxima solubilidade de 0,09% C a 1495°C) Cementita (Fe3C) -Composto intermetálico Fe-C - Fe3C: 6,67% C e 93,3% Fe - Estrutura ortorrômbica: dura e frágil UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA É formada quando o limite de solubilidade do C na ferrita é excedida a temperaturas abaixo de 727°C. Mecanicamente, a cementita é muito dura e frágil. Para ligas ferrosas existem 3 tipos básicos, dependendo do teor de C: Fe (fase ferrita): <0,008 wt% C (TA) Aço ( + fase Fe3C): 0,008 a 2,14 wt% C Ferro fundido: 2,14 a 6,70 wt% C 15 Carbeto de Fe (Fe3C) ou Cementita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 16 2 pontos importantes: Eutetóide (B): +Fe3C Eutético (A): L↔ +Fe3C 4,30 F e 3 C ( c e m e n ti ta ) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 0 1 2 3 4 5 6 6,7 L (austenita) +L +Fe3C +Fe3C (Fe) wt% C 1148°C T(°C) 727°C eutetóide 0,76 B Resultado: Perlita = camadas alternadas de fases e Fe3C, não uma fase separada. 120 mm A L+Fe3C Fe3C (cementita-dura) (ferrita-mole) ↔ Sistema Fe-C (Fe-Fe3C) UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 17 Austenita - 0,76 wt% C Ferrita - 0,022 wt% C Cementita - 6,70 wt% C Redistribuição de C por difusão: Sistema Fe-C: Perlita Eutetóide (B): Formação da estrutura perlítica - nucleação no grão da austenita - crescimento por difusão de C para atingir as composições de e Fe3C (com mudança estrutural) - lamelas de muito espessas +Fe3C↔ UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Microestruturas de ligas Fe- Fe3C que estão abaixo da temperatura eutetóide com composições entre 0,022 e 0,76 wt% C são hipoeutetóides. Sistema Fe-C: Aços Hipoeutetóides 18 F e 3 C ( c e m e n ti ta ) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 0 1 2 3 4 5 6 6,7 L (austenita) +L +Fe3C +Fe3C (Fe) wt% C 1148°C T(°C) 727°C eutetóide W = W = (1 - W) C - C0 C - C perlita = + Fe3C W’ = W = (1 - W’)perlita CFe3C - C0 CFe3C - C perlita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 19 F e 3 C ( c e m e n ti ta ) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 0 1 2 3 4 5 6 6,7 L (austenita) +L +Fe3C +Fe3C (Fe) wt% C 1148°C T(°C) 727°C eutetóide C0 perlita Sistema Fe-C: Aços Hipoeutetóides UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 20 Formada antes do ponto eutetóide. A ferrita que está presente na perlita é chamada de ferrite proeutetóide. Essa ferrita é formada acima da temperatura Teutetóide (727°C). Sistema Fe-C: Estrutura Proeutetóide UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 21 Diagrama Fe-C UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Wperlita = W W = X/(V +X) W = (1 - W)Fe3C’ W = (1 - W) W = x/(v + x)Fe3C Microestruturas de ligas Fe- Fe3C com composições entre 0,76 e 2,14 wt% C são hipereutetóide (mais que eutetóide). Sistema Fe-C: Aços Hipereutetóides 22 F e 3 C ( c e m e n ti ta ) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 0 1 2 3 4 5 6 6,7 L (austenita) +L +Fe3C +Fe3C (Fe) wt% C 1148°C T(°C) 727°C eutetóide C0 0 ,7 6 V X v X Fe3C perlita UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 23 F e 3 C ( c e m e n ti ta ) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 0 1 2 3 4 5 6 6,7 L (austenita) +L +Fe3C +Fe3C (Fe) wt% C 1148°C T(°C) 727°C eutetóide C0 0 ,7 6 perlita Fe3C Sistema Fe-C: Aços Hipereutetóides UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA Cementita Proeutetóide: formada acima da temperatura Teutetóide (727°C) pearlite 24 Sistema Fe-C: Aços Hipereutetóides UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 25 L+ L+ + 200 wt% Sn20 60 80 1000 300 100 L TE 40 Sistema Pb-Sn 160 mm Micro-constituinte eutético hipereutético: 175 mm hipoeutético: C0 = 50 wt% Sn T (° C ) 61,9 eutético eutético: C0 =61,9wt% Sn Hipoeutético & Hipereutético UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 26 UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 27 Para um aço 99,6 wt% Fe- 0,40 wt% C à uma temperatura logo abaixo da temperatura eutetóide, determine: a) As composições de Fe3C e ferrita (). b) A quantidade de cementita (em gramas) que é formada em 100 g de aço. Exemplo UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 28 0,057 0,0226,70 0,0220,40 CC CC SR R W αCFe α0 CFe 3 3 Usando a regra da alavanca: a) Usando a alavanca RS logo abaixo da temperature eutetóide: C = 0,022 wt% C CFe3C = 6,70 wt% C F e 3 C ( c e m e n ti ta ) 1600 1400 1200 1000 800 600 400 0 1 2 3 4 5 6 6,7 L (austenita) +L + Fe3C + Fe3C L+Fe3C wt% C 1148°C T (° C ) 727°C C0 R S CFe3C C b) Quantidade de Fe3C em 100 g = (100 g).WFe3C = (100 g).(0,057) = 5,7 g Exemplo: Resolução UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 29 Aços ligados com outros elementos mudam a Temperatura Eutetóide, a posição dos contornos de fase e as quantidades relativas de cada fase. UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 30 Composição geral Solidus Liquidus Limite de solubilidade sólida Composição química das fases em qualquer temperatura Quantidade de fases em qualquer temperatura Reações invariantes Desenvolvimento da microestrutura Atividade química Aplicação dos Diagramas de Fase UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 31 Determinação dos Diagramas de Fase Curvas de resfriamento Calorimetria por varredura diferencial Análise témica diferencial Metalografia / Petrografia Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios-X Análise por Microssonda Eletrônica Difração de Raios-X Microscopia Eletrônica de Transmissão UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 32 Curvas de Resfriamento UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 33 Tratamento Térmico: Aplicabilidade Tratamentos térmicos são baseados no “controle” das taxas de transformação no estado sólido. Tratamento térmico de aços: controle da reação eutetóide Envelhecimento (endurecimento por precipitação) das ligas de alumínio: controle da reação de precipitação UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP ENGENHARIAS MECÂNICA, PRODUÇÃO E MECATRÔNICA 34 Tratamento Térmico dos Aços Reação eutetóide Martensita Austenita Perlita Diagramas TTT
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