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Faculdade Pitágoras – Betim Curso de Enfermagem Disciplina: Programa Nacional de Imunização - PNI Imunização Conjunto de métodos terapêuticos destinados a conferir ao organismo um estado de resistência, ou seja de imunidade, contra determinadas enfermidades infecciosas. A imunização é definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa. História da vacina O criador da primeira vacina, contra a varíola, foi Edward Jenner. Em 1796 Jenner observou que as vacas tinham nas tetas algumas feridas iguais às provocadas pela varíola no corpo de humanos. Os animais tinham uma versão mais leve da doença, a varíola bovina. Ao observar que as moças responsáveis pela ordenha, que comumente acabavam infectadas pela doença bovina tinham uma versão mais suave da doença, ficando imunizadas ao vírus humano, ele recolheu o líquido que saía destas feridas e o passou em cima de arranhões que ele provocou no braço de um garoto, filho de seu jardineiro. O menino teve um pouco de febre e algumas lesões leves, tendo uma recuperação rápida. A partir daí, o cientista pegou o líquido da ferida de outro paciente com varíola e novamente expôs o garoto ao material. Semanas depois, ao entrar em contato com o vírus da varíola, o pequeno passou incólume à doença. Estava descoberta assim a propriedade de imunização (o termo vacina seria, portanto, derivado de vacca, no latim). Criação do PNI O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola na década dos anos sessenta, mostrou que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no mundo em 1977 na Somália. Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. http://www.saude.gov.br/ http://www.saude.gov.br/ http://www.saude.gov.br/ http://www.saude.gov.br/ http://www.saude.gov.br/ PNI •Objetivo: normatizar a imunização em nível nacional, assim, contribuindo para o controle ou erradicação das doenças infecto-contagiosas e imunopreveníveis, como exemplo: a poliomielite (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e outras. Em seguimento à erradicação da varíola, inicia-se em 1980 a 1ª CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELITE, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba em março de 1989. Em setembro de 1994 o Brasil junto com os demais países da região das américas, recebeu da Comissão Internacional para a Certificação da Ausência de Circulação Autóctone do Poliovírus Selvagem nas Américas, o Certificado que a doença e o vírus foram eliminados de nosso continente. • Torna-se cada vez mais evidente, no Brasil, que a vacina é o único meio para interromper a cadeia de transmissão de algumas doenças imunopreveníveis. É uma técnica simples e relativamente barata, porém exige uma boa organização dos serviços de saúde • O Brasil e um dos países que oferece o maior numero de vacinas a população. Atualmente, o PNI disponibiliza mais de 300 milhões de doses anuais distribuídas entre 44 imunobiológicos, incluindo vacinas, soros e imunoglobulinas. PNI • O desenvolvimento do Programa é orientado por normas técnicas estabelecidas nacionalmente, no que se refere à conservação, manipulação, transporte e aplicação dos imunobiológicos, assim como aos aspecto de programação e avaliação. • Não existem excluídos para o PNI. • As vacinas do programa estão à disposição de todos nos postos ou com as equipes de vacinação, cujo empenho permite levar a imunização mesmo a locais de difícil acesso — às matas, aos morros, aos becos das favelas. • Eles vão aonde é preciso ir para imunizar a população. As competências do Programa, estabelecidas no Decreto nº. 78.231, podem ser consideradas válidas até o momento: •Implantar e implementar as ações do Programa, relacionadas com as vacinações de caráter obrigatório; •Estabelecer critérios e prestar apoio técnico e financeiro à elaboração, implantação e implementação dos programas de vacinação a cargo das secretarias de saúde das unidades federadas; •Estabelecer normas básicas para a execução das vacinações; •Supervisionar, controlar e avaliar a execução das vacinações no território nacional, principalmente o desempenho dos órgãos das Secretarias de Saúde, encarregados dos programas de vacinação; •Centralizar, analisar e divulgar as informações referentes ao PNI. • O PNI tem por objetivo conscientizar a população da importância da vacinação, e imunizar a maioria delas, por este motivo, existem metas para as ações como: Para < de 5 anos meta : vacinar 90% da população com as vacinas da tríplice viral, Tetravalente, BCG. •95% contra a poliomielite •principalmente nos dias nacionais de vacinação, onde também é completado o esquema daqueles que, por diferentes motivos, estão com a vacinação atrasada. •Para o grupo de mulheres em idade fértil, de 12 a 49 anos, a meta é vacinar todas as mulheres contra o tétano e síndrome da rubéola congênita, evitando assim contaminações durante a gestação. • Para o grupo de adolescentes, existem as ações de controle da febre amarela, do tétano e raiva humana e o controle da hepatite B. •O controle das doenças só será obtido se as coberturas alcançarem índices homogêneos para todos os subgrupos da população e em níveis considerados suficientes para reduzir a morbimortalidade por essas doenças. Tipos de imunidade A imunidade pode ser: Natural ou inespecífica: E constituída de mecanismos de defesa bioquímicos e celulares que já estão presentes no organismo antes mesmo de se iniciar o processo infeccioso, respondendo, prontamente, a infecção Adquirida especifica: corresponde a proteção contra cada agente infeccioso ou antígeno. A resposta especifica inicia-se quando os agentes infecciosos são reconhecidos nos órgãos linfoides pelos linfócitos T e B. Os linfócitos B iniciam a produção de anticorpos específicos (imunidade humoral) contra o antígeno. Já os linfócitos T viabilizam a produção de células de memoria (imunidade celular). IgG (Imunoglobulina G) e IgM (Imunoglobulina M) são anticorpos que o organismo produz quando entra em contato com algum tipo de micro-organismo invasor. A diferença entre eles é que o IgM é produzido na fase aguda da infecção, enquanto que o IgG, que também surge na fase aguda, é mais específico e serve para proteger a pessoa de futuras infecções, permanecendo por toda a vida. A imunidade pode ser: Ativa: utiliza-se de microorganismos vivos atenuados, mortos e componentes inativados de microorganismos vivos atenuados são multiplicados e tratados em culturas de tecidos onde há perda da patogenicidade sem perda do poder imunogênico. Os microorganismos mortos são inativados por calor, fenol, raios ultravioletas etc. A imunização conferida por microorganismos vivos em geral apresenta resposta imune superior e mais prolongada. Passiva: é obtida através da administração de anticorpos previamente formados (imunoglobulinas) ou soros hiperimunes. É útil nos pacientes com defeito na formação de anticorpos ou nos indivíduos que podem desenvolver a doença antes que a imunização ativa possa estimular a produção de anticorpos. Imunização – Vacina A vacina é o imunobiológico que contém 1 ou + agentes imunizantes (vacina isolada ou combinada)sob diversas formas: bactérias ou vírus vivos atenuados, inativados, etc. Princípio: É a capacidade de tolerar o que é do corpo e de estar reconhecendo o que não é do corpo e manter o equilíbrio. Classificação das vacinas Vacinas vivas atenuadas Vacinas inativadas Vacinas conjugadas Vacinas recombinante Vacinas combinadas Vacinas vivas atenuadas Imunidade prolongada,com apenas uma dose. Microorganismos vivos, mas a sua multiplicação não costuma causar a doença Exemplos de vacinas vivas atenuadas: caxumba, rubéola,sarampo, poliomielite oral, febre amarela, varicela, tríplice viral,e BCG. Vacinas vivas inativadas Exigem várias doses para produzir a imunidade e, em alguns casos, necessitam de uma dose de reforço para a manutenção da imunidade. Microrganismos inativados, ou seja, não se encontram vivos, e incapazes de multiplicarem. Vacinas vivas inativadas Exemplos de vacinas inativadas: poliomielite inativada (tipo Salk), influenza, difteria, tétano, coqueluche e raiva. Vacinas conjugadas Utilizam frações de microorganismos purificadas e conjugadas (ligação química, com proteínas) - potencializar a resposta imune, principalmente em crianças de baixa idade. Exemplos:Haemophilus influenzae tipo b conjugada (Hib) e vacina contra Neisseria meningitidis tipo C conjugada. Vacinas recombinantes Antígeno protéico obtido com a inserção (recombinação genética) em um microrganismo ou uma cultura celular, de um fragmento apropriado, geralmente um plasmídeo bacteriano que contém o gene ou seguimento de DNA que codifica o antígeno desejado. Exemplo: Vacina contra Hepatite B Vacinas combinadas Agregação de 2 ou + microorganismos atenuados, inativados ou antígenos purificados combinados no processo de fabricação. A combinação visa prevenir várias doenças ou prevenir uma doença causada por vários sorotipos do mesmo microorganismo. Exemplos: Tríplice Bacteriana - DTP Tríplice Viral- SCR Tetravalente – DTP + Hib Idade No primeiro ano de vida, o sistema imunológico ainda esta em desenvolvimento. Para algumas vacinas, devido a sua composição, e necessária a administração de um numero maior de doses, de acordo com a idade, como ocorre com a vacina conjugada pneumocócica 10 valente, a meningocócica C e a vacina hepatite B. E necessário que as crianças sejam vacinadas nos primeiros meses de vida, pois se espera que o primeiro contato seja com o antígeno vacinal. No entanto, para algumas vacinas, poderá ocorrer a interferência dos anticorpos maternos. Fatores que influenciam a resposta imune Gestação As gestantes não devem receber vacinas vivas, pois existe a possibilidade de passagem dos antígenos vivos atenuados para o feto e de causar alguma alteração, como malformação, aborto ou trabalho de parto prematuro. Nas situações especificas de profilaxia, estará indicada a imunização passiva, que prevê o recebimento de soros ou imunoglobulinas especificas, como a imunoglobulina especifica contra varicela ou hepatite B ou imunoglobulina hiperimune. Fatores que influenciam a resposta imune Amamentação De maneira geral, não ha contraindicação de aplicação de vacinas virais atenuadas para as mães que estejam amamentando, pois não foram observados eventos adversos associados a passagem desses vírus para o recém-nascido. No entanto, a vacina febre amarela não esta indicada para mulheres que estejam amamentando, razão pela qual a vacinação deve ser adiada ate a criança completar seis meses de idade. Em caso de mulheres que estejam amamentando e tenham recebido a vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias apos a vacinação (com o mínimo de 15 dias). Fatores que influenciam a resposta imune Reação anafilática Alguns indivíduos poderão apresentar reação anafilática a alguns componentes dos imunobiológicos. No mecanismo dessa reação, estão envolvidos os mastócitos. A reação ocorre nas primeiras duas horas apos a aplicação e é caracterizada pela presença de urticaria, sibilos, laringoespasmo, edema de lábios, podendo evoluir com hipotensão e choque anafilático. Geralmente, a reação anafilática ocorre na primeira vez em que a pessoa entra em contato com o referido imunobiológicos. Neste caso, as próximas doses estão contraindicadas. Pacientes imunodeprimidos Os pacientes imunodeprimidos – devido as neoplasias ou ao tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia, corticoide em doses elevadas, HIV/aids – deverão ser avaliados caso a caso para a administração adequada de imunobiológicos. Tais pacientes não deverão receber vacinas vivas. Nas situações de pós-exposição, eles receberão soros ou imunoglobulinas especificas. Para cada imunodeficiência pode-se substituir, indicar, contraindicar ou adiar a indicação de algum imunobiológicos. Uso de antitérmico profilático Em estudos realizados, observou-se que as crianças que receberam paracetamol profilático apresentaram uma redução nos títulos de anticorpos das vacinas administradas. E importante salientar que não há necessidade de revacinação, pois os títulos – embora sejam menores em comparação ao grupo de crianças que não receberam antitérmico profilático – estavam em níveis protetores. Recomenda-se a sua utilização apenas para as crianças com historia pessoal e familiar de convulsão e para aquelas que tenham apresentado febre maior do que 39,5oC ou choro incontrolável apos dose anterior de vacina tríplice bacteriana (penta ou DTP ou DTPa). Nessas situações, indica-se antitérmico/analgésico no momento da vacinação e com intervalos regulares nas 24 horas até às 48 horas subsequentes. Fatores que influenciam a resposta imune Via de administração O uso de vias de administração diferentes da preconizada poderá interferir na resposta imune. Dose e esquema de vacinação De modo geral, as vacinas inativadas necessitam de mais de uma dose para uma adequada proteção (por exemplo: a vacina hepatite B, tétano e difteria), enquanto as vacinas virais atenuadas, geralmente, necessitam apenas de uma dose para uma adequada proteção. Adjuvantes São substancias presentes na composição de algumas vacinas e que aumentam a resposta imune dos produtos que contem micro-organismos inativados ou seus componentes (por exemplo: os toxóides tetânico e diftérico). Não são utilizados em vacinas que contem micro-organismos vivos. Os sais de alumínio são os adjuvantes mais utilizados em vacinas para o uso humano. Referencias BRASIL. Manual de Rede de Frio / elaboração de Cristina Maria Vieira da Rocha et al. - 3. ed. - Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde; 2001. 80p. il. SCHMITZ, E.M.R et al. A enfermagem em pediatria e puericultura. São Paulo: Editora Atheneu, 2005. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp. Acesso em 22/03/2017 MITSUKA-BREGANÓ, R., LOPES-MORI, FMR., and NAVARRO, IT., orgs. Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita: vigilância em saúde, diagnóstico, tratamento e condutas [online]. Londrina: EDUEL, 2010. Diagnóstico. pp. 15-24. ISBN 978-85-7216-676-8. Available from SciELO Books . http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp
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