Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TeoriaTeoria EconômicaEconômica TeoriaTeoria EconômicaEconômica SUMÁRIO Teoria Elementar da Demanda ...................5 Teoria Elementar da Oferta ...................... 15 Equilíbrio .............................................. 25 Elasticidade .......................................... 37 Elasticidades ......................................... 49 Estrutura de Mercado ............................. 61 Agregados Macroeconômicos .................. 69 Agregados Macroeconômicos - Parte 2 ..... 79 Política Fiscal ........................................ 87 Política Monetária .................................. 99 Política Cambial .................................... 111 A Questão Inflacionária - Noções Básicas ................................... 125 TeoriaTeoria EconômicaEconômica REITORIA Reitor Prof. Fernando de Melo Nogueira Pró-Reitor de Graduação Prof. João Batista de Mendonça Filho Pró-Reitor de Planejamento e Administração Prof. Márcio Dario da Silva Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Prof. Henrique Cordeiro Martins FACULDADE DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS (FACE) Diretora da Unidade Profa. Renata Tolentino FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E DA SAÚDE (FCH) Diretor da Unidade Prof. Rodrigo Suzana FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA (FEA) Diretor da Unidade Prof. Eduardo Georges Mesquita BELO HORIZONTE 2020 TeoriaTeoria EconômicaEconômica TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA BELO HORIZONTE - 2018 FI CH A T ÉC N IC A FUMEC VIRTUAL - SETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Gestão Pedagógica Coordenação Gabrielle Nunes Paixão Transposição Pedagógica Riane Gonçalves Gervásio Produção de Design Multimídia Coordenação Rodrigo Tito M. Valadares Design Multimídia Alan J. Galego Bernini Infra-Estrututura e Suporte Coordenação Anderson Peixoto da Silva AUTORIA Profa. Adriana França Guimarães Viana APRESENTAÇÃO Pode-se definir economia como sendo a administração de recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e serviços econômicos, visando ao atendimento do desejo ou da necessidade humana. Recursos escassos são entendidos como fatores de produção que são utilizados para a produção de bens e serviços econômicos. Os fatores de produção são: recursos naturais (extrativa mineral , vegetal e etc), trabalho (força física e capital intelectual), capital (máquinas e equipamentos) e tecnologia. Como se dá a transformação dos recursos de fatores ou fatores de produção em bens e serviços econômicos? Essa transformação se dá por meio dos agentes econômicos, que são os responsáveis pela geração da produção de bens e serviços econômicos. Os agentes econômicos são: famílias ou indivíduos, estado (setor público) e empresas. O resultado dessa produção é observado na atividade econômica que se concretiza com a produção de uma quantidade imensa de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades humanas (objeto de estudo da economia). A Teoria Econômica é dividida em Microeconomia e Macroeconomia. A Microeconomia é o ramo da Economia que estuda a unidade econômica, ou seja, o comportamento da família, das empresas e a interação destes dois agentes no mercado. A Macroeconomia é outro ramo da Teria Econômica, cujo campo de estudo são os grandes agregados. Nesse sentido, a macroeconomia se preocupa em analisar o Produto Interno Bruto (PIB), Balanço de Pagamentos, Política Monetária, Fiscal e inflação. etc. Uma das principais vantagens do estudo da Teoria Econômica é a possibilidade da compreensão de cenários econômicos, o que facilita a nossa visão do funcionamento do mercado. Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) a disciplina de Teria Econômica. É um prazer recebê-lo(a) neste módulo. Vamos juntos (as) durante este nosso percurso discutir o melhor modo de aprender e entender a economia. Este assunto é convidativo uma vez que vamos conhecer o mercado e suas ferramentas. A Teoria Econômica é dividida em Microeconomia e Macroeconomia. Como a economia participa do seu dia a dia, o seu entendimento vai lhe auxiliar na sequência do seu curso e também facilitará, a partir de agora, nas suas decisões pessoais e profissionais. Vamos lá? Bons estudos! Começaremos o curso pela Microeconomia que é um instrumental básico e importante para a compreensão da Macroeconomia. Neste módulo, iniciaremos o nosso estudo da Microeconomia e o nosso primeiro assunto será a Demanda. Demanda é o nome que se usa, no caso da economia, para o consumo. Vamos saber tudo sobre o consumo e o comportamento do consumidor, assim como tudo que pode afetar este consumidor. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final do módulo, espera-se que o aluno seja capaz de: • Entender claramente o que é demanda e as suas várias linguagens; • Conhecer todas as variáveis que afetam a demanda; • Saber representar graficamente a curva da demanda e interpretá-la; • Compreender a diferença entre variação da quantidade demandada e variação da demanda. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA O que é Demanda? Demanda significa consumo, procura. É um termo usado na economia, mas, que na verdade já usamos no nosso dia a dia para expressar o comportamento que temos como consumidores quando consumimos bens e serviços. Vamos então enumerar as diferentes variáveis que poderiam alterar o nosso compor- tamento como consumidores, ou seja, aquilo que poderia explicar o porquê de consu- mirmos mais ou menos os bens e serviços. Tente imaginar o que pode estimular o seu comportamento como consumidor. Veja alguns exemplos. • Preço - É claro que o preço do produto altera a nossa decisão de consumo. Se o preço do produto aumenta, nós consumiremos menos se o preço cai consumiremos mais. O preço estabelece uma relação tão importante com o consumo que sobre ele voltaremos a falar mais na frente. • Renda - Se a nossa renda aumenta, se ganhamos mais, consumimos mais, se a renda cai, consumimos menos. • Necessidade - Consumimos por necessidade, é claro, este é um fator extremamente importante. • Moda - Muito do que consumimos é porque está na moda. A demanda varia em função do fator moda. • Clima - Você pode perceber que para cada estação climática do ano, há um tipo diferente de vestuário, por exemplo. • Propaganda - A propaganda é a alma do capitalismo nos faz consumir produtos de todo tipo. Às vezes com a propaganda compramos até o que não pretendíamos. • Cenário econômico - Tudo que acontece na economia influencia nossa decisão de consumo, tanto para mais quanto para menos. Uma crise econômica, uma instabilidade econômica faz com que as pessoas consumam menos, fiquem mais receosas de consumirem. Por outro lado, um momento de prosperidade, de cres- cimento econômico, levará de forma geral a um aumento de demanda. • Cenário político - Se o país passa por instabilidade política isso sem dúvida algu- ma influenciará negativamente na decisão de consumo da população. • Preço do bem substituto - bens substitutos, são aqueles bens que nos satisfa- zem de forma razoavelmente igual, portanto somos indiferentes em consumir um produto ou outro. Assim, se tomarmos dois bens substitutos, manteiga e marga- rina, caso o preço da manteiga aumente, o consumo da margarina se elevará em decorrência do aumento do preço da manteiga. • Expectativa sobre o comportamento da oferta (produção) - Por exemplo, se tivermos a expectativa de que determinado produto vai faltar antecipamos o seu consumo. • Época do ano - Em determinados períodos do ano consumimos determinados tipos de produto, exemplo, na páscoa consumimos chocolate, bacalhau. Teoria Elementar da Demanda8 Estes não são todos, mas são sem dúvida, alguns dos mais importantes fatores que influenciam no comportamento da demanda e, portanto, do consumidor. Estes fatores estão divididos na literatura econômica em dois grupos. Em um grupo a literatura econômica coloca o preço e em outro os demais fatores. Quando o preço explica a alteração na demanda chamamos a isto de variação da quanti- dade demandada. Quando a explicação para a alteraçãoda demanda encontra-se nos outros fatores chama- mos de alteração da demanda. Variação da quantidade demandada A variação da quantidade demandada é a relação da demanda exclusivamente com o preço. Esta relação é tão importante que tem-se aqui uma das poucas leis da economia, a chamada lei da demanda. Vejamos como é esta lei. Para isso nós precisamos conhecer primeiro alguns símbolos que vamos usar daqui para frente: Para o preço usamos o símbolo “P”. Para quantidade demandada usamos o símbolo “Qd”. Lei da Demanda P Qd P Qd ↑ ↓ ↓ ↑ A representação gráfica da lei da demanda é feita da seguinte forma. Vamos imaginar que, colhemos no mercado, dados para um produto x qualquer, durante um determinado período de tempo. Durante quatro meses este produto apresentou os seguintes valores. Meses P Q Março 1,00 8 Abril 1,50 6 Maio 2,00 4 Junho 2,50 2 Teoria Elementar da Demanda 9 Você percebeu que, à medida que o preço aumentou a quantidade que as pessoas gosta- riam de consumir do produto x diminuiu. Vejamos agora como representar esta situação em um sistema cartesiano! GRÁFICO 1 2 4 6 8 1,00 1,50 2,00 2,50 P Q D Fonte: Próprio autor. Colocamos os valores do preço em cima (no eixo do y) e os valores da quantidade em baixo (no eixo do x). Juntamos os pontos referentes a cada mês e traçamos a curva que vai representar a curva da demanda. Observe que, a curva traçada tem inclinação negativa. ATENÇÃO Esta é uma característica da curva da demanda. Ela sempre tem inclinação negativa, pois expressa a relação entre as variáveis, preço e quantidade e estas duas variáveis sempre se relacionam de forma inversa. Se o preço aumenta a quantidade demandada diminui, se o preço diminui a quantidade demandada aumenta. P Qd P Qd ↑ ↓ ↓ ↑ Concluindo, podemos dizer que a variação da quantidade demandada mostra: Mudança na demanda, devido exclusivamente a alte- ração no preço do próprio produto, mantendo todos os demais fatores que podem alterar a demanda constantes, “ceteris paribus”. Ceteris Paribus Expressão latina que significa que todas as demais variáveis que poderiam influenciar a demanda serão mantidas constantes, somente o preço do próprio produto será considerado na análise em questão. Teoria Elementar da Demanda10 Variação da demanda A variação da demanda é a alteração da demanda devido à alteração em outras variáveis mantendo o preço do próprio produto inicialmente constante. Vamos relembrar aqui, rapidamente, as outras variáveis que podem alterar o consumo da demanda sem ser o preço do próprio produto. Vamos lá, estes fatores são: renda, propaganda, necessidade, moda, clima, cenário econômico, cenário político, preço de bem substituto, expectativa sobre o comportamen- to da oferta, época do ano, etc. Agora, vamos imaginar uma mudança em uma dessas variáveis e verificar o seu resultado sobre a demanda. Vamos trabalhar com a variável renda: Suponhamos que o governo altere o imposto de renda fazendo com que a renda disponível das pessoas inicialmente se eleve. Vamos representar graficamente esta situação. GRÁFICO 2 5 8 1,00 P Q D D’ Fonte: Próprio autor. Inicialmente ao preço de R$1,00 as pessoas consomem 5 unidades do produto, agora, com uma renda maior as pessoas têm condições de consumir uma quantidade maior do produto, 8 unidades por exemplo. A representação gráfica desta nova situação se faz deslocando a curva da demanda para a direita, ou deslocando a curva da demanda de forma a se afastar da origem. O deslo- camento para direita nos ajuda a padronizar para quando estivermos estudando a oferta, pois o mesmo raciocínio será feito, aumentos de quantidade serão representados com deslocamentos para a direita tanto da demanda quanto da oferta. Na nova situação o consumidor adquirirá, com uma renda maior, não mais cinco unidades, mas, oito unidades. Ganhando mais ele pode comprar mais e a nova demanda representa esta nova situação. A curva D’ representa esta nova situação. Observe que o preço do próprio produto permanece constante, apenas a quantidade demandada muda. Entretanto é importante chamar a atenção que este preço vai perma- necer constante apenas inicialmente. É como se estivéssemos tirando uma fotografia da economia em um dado momento. O que se quer dizer, aqui, é que o fator indutor para a alteração do consumo foi a renda, ou seja, o que levou as pessoas a consumirem mais foi o fato delas estarem ganhando mais e com isso poderem comprar mais. O preço ficará constante apenas inicialmente. Se ele vai ou não continuar constante é algo que só mais tarde, quando tivermos mais instrumentos poderemos dizer. Isto vai depender essencial- mente da oferta, o que iremos estudar em um próximo módulo. Teoria Elementar da Demanda 11 Portanto, para concluirmos, podemos dizer que quando, por exemplo, a variável renda aumenta deslocamos a curva da demanda para a direta, como representado no gráfico acima. Por outro lado, se a alteração feita no imposto de renda pelo governo resultar em uma redução na renda, agora o consumidor não terá mais condições de consumir a mesma quantidade de bens, a quantidade demanda será, por exemplo, de duas unidades. A representação gráfica será feita deslocando a curva da demanda para a esquerda, ou aproximando-a da origem, o que representará uma redução na demanda, como podemos observar pelos valores do eixo da quantidade. Novamente o preço inicialmente permanecerá constante e apenas a quantidade se alterará. GRÁFICO 3 5 1,00 P Q DD’’ 2 Fonte: Próprio autor. Para fechar podemos dizer que: Para representar aumentos na demanda deslocaremos a curva da demanda para a direita, e, para representarmos redução na demanda deslocare- mos a curva da demanda para a esquerda. GRÁFICO 4 5 8 1,00 P Q D D’D’’ 2 Fonte: Próprio autor. Finalmente, a última linguagem usada para representar a demanda é a linguagem mate- mática. A equação da demanda é: Qd a bP= − Onde: • Qd é quantidade demanda • P é preço • a,b são parâmetros Teoria Elementar da Demanda12 A variável “a” corresponde ao intercepto da curva, e a variável “b” corresponde a incli- nação da curva que no caso da demanda é negativa. Mais na frente quando estivermos estudando o mercado com demanda e ofertas juntas, voltaremos a trabalhar com esta equação. Por enquanto basta apenas saber que existe uma linguagem matemática para expressar a demanda. Pronto, chegamos ao fim deste módulo e através dele conhecemos os principais pontos da demanda. Vamos agora, fazer alguns exercícios de fixação para ver se realmente compreendemos o que foi estudado! Teoria Elementar da Demanda 13 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: 1. Os valores da tabela abaixo referem-se à variação do consumo de café e chá de um indivíduo em sua casa, quando o preço do café sobe (ceteris paribus). Escolha dentre as três alternativas abaixo qual a que representa graficamente a situação para o consumidor de café e de chá. Antes Depois P Q P Q Café 20,00 50 Café 30,00 30 Chá 10,00 40 Chá 10,00 50 Resposta: a. Explicação: O consumo do café passou de 50 xícaras para 30 xícaras porque o preço do café subiu de R$ 20,00 para R$ 30,00, portanto, foi o aumento do preço do café que explica a queda no seu consumo. Chamamos a isso de varia- ção da quantidade demandada. Como vimos pelo gráfico temos um movimento ao longo da curva da demanda. Portanto, o gráfico que representa o consumo de café está correto. Já no caso do chá, a representação gráfica está errada. A curva da demanda que representa o chá não é esta. A curva representa- da desta forma tem uma inclinação chamada de perfeitamente elástica. Nós iremos aprender isso em um próximo módulo. A representação para mudanças no consumo, quando o preço permanece constante não se faz dessa forma e sim por deslocamento de curva. Portanto, não é esta a alternativa correta. b. A representação gráfica do café está errada. Os pontos não foram unidos corre- tamente. Sendo assim a curva apresentadapassou a ter inclinação positiva e não negativa como deve ter a inclinação da curva da demanda. No caso da representação gráfica do chá temos que o preço do chá permane- ce em R$10,00, mas, o seu consumo sobe de R$40,00 para R$50,00. O que explica o aumento do consumo do chá é o fato do preço do café ter aumenta- do. Chá e café são considerados produtos substitutos, assim quando o preço do café sobe as pessoas substituem o consumo de café pelo consumo de chá. 30 50 20,00 30,00 P Q D Café 40 50 10,00 P Q Chá D1 D2 Teoria Elementar da Demanda14 Chamamos a isso de variação da demanda e a representação gráfica se faz por um deslocamento da curva da demanda para a direita. Esta é a representação correta para a alteração no consumo do chá. c. A representação gráfica do café está correta, vide explicação na letra a, e a repre- sentação para o chá também está correta, vide explicação na letra b. Portanto, a letra correta é esta. Neste exercício recordamos a diferença entre variação da demanda e variação da quantidade demandada. Chá e café são bens razoavelmente substitutos, portanto, quando o aumento do consumo de um produto se dá em decorrência do aumento do preço de um outro bem considerado substituto, como no caso do chá, cujo consumo só aumenta porque é substituído pelo café chamamos a isso de variação da demanda, repre- sentada por um deslocamento de curva. Já no caso do café, a redução do consumo se dá em função do aumento do próprio preço do produto. O preço do café sobe e em decorrência o seu consu- mo cai. Neste caso temos variação da quantidade demandada, e representamos graficamente com uma única curva. 2. Marque a resposta correta. Se assumirmos que a margarina e a manteiga são bens substitutos, um aumento no preço da manteiga poderá acarretar: a. um deslocamento da curva de demanda da margarina para a direita; b. um deslocamento da curva de demanda da manteiga para a esquerda; c. um aumento na quantidade demandada de manteiga; d. um aumento na quantidade demandada de margarina. Resposta: letra a Explicação: Manteiga Margarina Quando o preço da manteiga aumenta o consumidor substitui o consumo da manteiga pelo consumo da margarina. Quando o consumo de um produto aumenta em decor- rência do aumento do preço de outro produto, como é o caso da margarina, chama-se a isso de variação da demanda. O consumidor passou a comprar margarina por causa do aumento do preço da manteiga – A representação gráfica do aumento da demanda de margarina é um deslocamento da curva da demanda para a direita. Já no caso da manteiga, como o preço do produto aumentou o consumo do produto caiu – ou seja, o consumo da própria manteiga cai - chama-se a isso de variação da quantidade demandada. A representação gráfica neste caso é feita por uma única curva. 30 50 20,00 30,00 P Q D Café 40 50 10,00 P Q Chá D1 D2 Teoria Elementar da Demanda 15 Vamos então analisar as alternativas a. Correto - como o preço da manteiga aumentou os consumidores trocaram o consu- mo da manteiga pelo consumo da margarina (bens substitutos) - chama –se a isso de variação da demanda e a representação gráfica é feita por um deslocamento da curva para a direita, pois houve aumento de consumo. b. Errado – não houve deslocamento da curva de demanda da manteiga houve movi- mento ao longo da curva, pois, foi o preço da manteiga que aumentou e em decor- rência o consumo do próprio produto caiu – variação da quantidade demandada. c. Errado - não houve aumento da quantidade demandada e sim redução da quanti- dade demandada. d. Errado - não houve aumento na quantidade demandada de margarina, houve aumento na demanda de margarina (deslocamento de curva). Resposta: letra a Teoria Elementar da Demanda16 17 Síntese Neste módulo estudamos sobre a demanda, vamos lembrar alguns pontos importantes. Demanda é consumo, mostra as diferentes quantidades que os consumidores gostariam de consumir aos diferentes níveis de preço. Aprendemos algumas linguagens da demanda – literal, gráfica e matemática. Assim como os vários fatores que determinam a demanda. Estes fatores estão divididos em dois grupos denominados variação da demanda e variação da quantidade demandada. Você percebeu, quantos dados importantes fazem parte do nosso dia-a-dia. E observando estes pequenos detalhes, que interferem na nossa economia, que poderá fazer com que você tenha um rico aprendizado sobre a nossa disciplina. No próximo módulo vamos intro- duzir a oferta e com ela daremos um passo importante para a compreensão do mercado. Então vamos lá, estamos apenas começando, e a sua participação é de vital importância para o nosso sucesso! Referências Equipe de Professores da USP. Manual de Economia. Editora Saraiva, 2003. HALL, Robert E.; LEIBERMAN, Marc. Microeconomia - Princípios e Aplicações. Editora Thompson, 2003. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Editora Thompson, 2005. O’SULLIVAN, Arthur; NISHIJIMA, Marislei; SHEFFRIN, Steven. Introdução à Economia Princípios e Ferramentas. Editora Pearson Prentice Hall, 2004. TeoriaTeoria EconômicaEconômica TEORIA ELEMENTAR DA OFERTA BELO HORIZONTE - 2018 FI CH A T ÉC N IC A FUMEC VIRTUAL - SETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Gestão Pedagógica Coordenação Gabrielle Nunes Paixão Transposição Pedagógica Riane Gonçalves Gervásio Produção de Design Multimídia Coordenação Rodrigo Tito M. Valadares Design Multimídia Alan J. Galego Bernini Infra-Estrututura e Suporte Coordenação Anderson Peixoto da Silva AUTORIA Profa. Adriana França Guimarães Viana APRESENTAÇÃO Caro aluno(a), seja bem vindo(a)! Estamos iniciando, hoje, um novo módulo, onde falaremos da oferta. Aqui introduziremos mais um componente do mercado o produtor. Veremos o seu comportamento e suas reações, as variáveis que afetam a produção e as várias linguagens usadas para expressar o seu comportamento. Você vai ver que uma vez que entendemos a demanda, entender a oferta fica muito fácil, pois o raciocínio é muito similar. Vamos começar o nosso estudo? OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final do módulo, espera-se que o aluno seja capaz de: • Entender claramente o que é oferta e as suas várias linguagens; • Conhecer todas as variáveis que afetam a oferta; • Saber representar graficamente a curva da oferta e interpretá-la; • Compreender a diferença entre variação da quantidade oferta e variação da oferta. TEORIA ELEMENTAR DA OFERTA O que é Oferta? Oferta mostra quanto foi produzido. Representa, portanto, o lado do produtor. É o quanto que uma empresa poderia produzir. A oferta mostra as diferentes quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Assim como fizemos com a demanda vamos fazer também com a oferta enumerando os vários fatores que podem alterar, ou explicar, o comportamento do produtor. Tente se imaginar como produtor e vamos listar abaixo aquilo que poderia alterar o seu comporta- mento como produtor. O primeiro fator que poderíamos enumerar é o preço. • Preço – Um aumento no preço motiva o produtor a produzir mais, pois leva a uma expectativa de ganho maior e uma redução no preço desestimula as empresas a produzirem. Além do preço do próprio produto temos; • Disponibilidade dos fatores de produção – Os fatores de produção (já menciona- dos no módulo 1) são: matéria prima (recursos naturais), capital (por capital em economia entendemos máquinas, equipamentos) e mão de obra. Caso não haja disponibilidade de um dos fatores de produção, é claro que a quantidade produzi- da fica comprometida. Por exemplo, se tivermos falando de uma produção têxtil, a falta do algodão, sua principal matéria prima, poderá comprometer a produção do produto final que é o tecido. • Custo – Este custo está relacionado ao custo da matéria prima, ao custo da mão de obra, enfim ao custo de tudo envolvido para a empresa produzir. Um aumento neste custo, ou seja, no custo de produção da empresa tem comoconsequência uma quantidade produzida menor. Esta é a situação normal. É claro que você poderá pensar que nem sempre isso vai ocorrer, e eu irei concordar, pois, às vezes a empresa tem condições de absorver o custo e continuar produzindo a mesma quantidade. Mas esta não é a situação normal, esta seria uma exceção, o normal, o padrão dentro da economia, é que aumentos de custo levem a uma produção menor, assim como redução de custo tem como consequência produção maior. • Tecnologia – Estamos considerando aqui a tecnologia no sentido de quantidade produzida. Esta tecnologia possibilita uma maior produção, portanto, uma melho- ra tecnológica aumenta a produção e uma perda do conhecimento tecnológico diminui a quantidade produzida. • Cenário econômico – Tudo que acontece na economia afeta tanto a demanda quanto a oferta. Uma crise econômica, uma recessão, afeta a produção para menos. Com a crise as empresas vão produzir menos. Por outro lado, um cenário de prosperidade induzirá a uma maior produção nas empresas. Medidas econômicas tomadas pelo governo tanto podem afetar favoravelmente a produção quanto negativamente. Uma queda na taxa de juros, por exemplo, pode incentivar a produção. Vejamos como os juros afetam a produção. Com os juros mais baixos fica mais fácil e barato investir, portanto as empresas podem se financiar com taxas baratas o que incentiva a produção. Alteração nos impostos, uma redução nos impostos incentiva a produção assim como um aumento nos impostos teriam um efeito contrário. Subsídios (ajuda financeira ou isenção de determinados impostos que o governo concede para um determinado setor da economia para que este possa se desen- volver ou competir no mercado em que atua). Quando o governo os concede incentiva um determinado setor a produzir em condições mais competitivas. Teoria Elementar da Oferta 17 • Cenário político - Países instáveis politicamente recebem menos investimento externo e como consequência tem uma produção menor. Nesta linha de raciocí- nio a Venezuela é hoje um dos países que menos recebe investimentos estran- geiros na América Latina. • Expectativa sobre o comportamento do consumidor - O produtor age de olho no consumidor, ou seja, produz de olho no comportamento do consumidor. • Clima – O clima é outro fator que afeta a produção. A chuva e a seca afetam a quantidade produzida, quando falamos, por exemplo, de produtos da agricultura. O bom tempo aumenta a produção de todas as fazendas de uma região e o mau tempo destrói plantações reduzindo a produção. • Expectativa quanto aos preços futuros – Suponha que você seja presidente de uma empresa de siderurgia e que seu departamento de pesquisa tenha determi- nado que o preço do aço em breve se elevará drasticamente. O que você fará? Retardará as vendas para mais tarde, quando os preços estiverem mais altos e os lucros maiores. Uma expectativa quanto a um preço maior de um produto faz a oferta reduzir no curto prazo para uma venda maior no futuro, para se obter um lucro for maior. • Existem outros fatores, mas, estes são sem dúvida os mais importantes fatores determinantes da oferta. Assim como a literatura econômica fez com a demanda também fez com a oferta e dividiu os vários fatores determinantes da oferta em dois grupos. Em um grupo será colocado o preço e em outro os demais fatores. Quando é o preço que explica a alteração da oferta chamamos a isso de variação da quantidade ofertada. Quando a explicação para a alte- ração da oferta encontra-se nos outros fatores chamamos de alteração da oferta. Como pode se ver essa divisão é idêntica a da demanda. Portanto, se entendemos a demanda também entenderemos a oferta. Mas, vamos explicar melhor cada um destes grupos. Teoria Elementar da Oferta18 Variação da quantidade ofertada A variação da quantidade ofertada é a relação da oferta exclusivamente com o preço. Esta relação estabelece uma outra lei na economia que é a chamada lei da oferta. Para conhecermos esta lei vamos relembrar do símbolo do preço e introduzir um símbolo novo, que é o símbolo da quantidade ofertada. Para preço usamos “P”; Para quantidade ofertada vamos usar “Qo”. Pensando como empresários temos a seguinte relação entre preço e quantidade ofertada. Se o preço aumentar a quantidade ofertada tende a aumentar e se o preço diminuir a quantidade ofertada tende a diminuir. O que o empresário pensa quando o preço aumenta é que a perspectiva de lucro e de retorno é maior, portanto, ele tende a produzir mais deste bem, por outro lado, quando o preço diminui a perspectiva de retorno é menor, portanto ele tende a produzir menos deste bem. ↑ ↑ ↓ ↓ P Qo P Qo Lei da oferta – Sobre este ponto é importante observar que se, em um primeiro momento o preço aumenta e a quantidade ofertada aumenta, em um segundo momento quando a oferta for grande o preço irá cair. Claro, se a oferta cresce a tendência do mercado é reduzir o preço. Por outro lado, se o preço cai e a oferta cai em um segundo momento com a redução da oferta a tendência é que o preço se eleve. Bom, mas vamos voltar a lei da oferta. A representação gráfica desta lei (lei da oferta) é feita da seguinte forma. Vamos supor, um bem “x” qualquer, cujos dados para o preço e a quantidade ofertada colhemos no mercado durante quatro meses. Os valores são os apresentados abaixo. Meses P Qo Março 1,0 4 Abril 2,0 6 Maio 3,0 8 Junho 4,0 10 A representação desta tabela transpondo estes valores para um gráfico é a seguinte: GRÁFICO 1 (VARIAÇÃO DA QUANTIDADE OFERTADA) 4 6 8 10 1,0 2,0 3,0 4,0 P Q o Teoria Elementar da Oferta 19 Observe, que a curva da oferta tem inclinação positiva. Esta é uma característica da curva da oferta. Se o preço aumenta a quantidade ofertada aumenta, se o preço cai a quanti- dade ofertada cai. Comparando com a demanda, vamos recordar, demanda tem inclinação negativa, pois relaciona as variáveis preço e quantidade demandada de forma inversa. Se o preço aumenta a quantidade demandada cai e se o preço cai a quantidade demandada aumenta. Demanda retrata o comportamento do consumidor, enquanto oferta retrata o comporta- mento da empresa. A variação da quantidade ofertada, portanto, mostra a mudança na oferta devido exclusiva- mente a alteração no preço do próprio produ- to, mantendo todos os demais fatores que podem alterar a oferta constantes, “ceteris paribus” (novamente vamos usar aquela expressão latina que significa que todas as demais variáveis que poderiam influenciar a oferta serão manti- das constantes, somente o preço do próprio produto será consi- derado na análise em questão). Variação da oferta Variação da oferta é a alteração da oferta devido a modificação em outras variáveis mantendo-se o preço do próprio produto inicialmente constante. Vamos relembrar rapidamente, as variáveis que podem alterar a oferta. Lembre-se, o preço do próprio produto leva a variação da quantidade ofertada e não variação da oferta. Os fatores que levam a variação da oferta são: disponibilidade dos fatores de produção, custo, tecnologia, expectativa sobre o comportamento do consumidor, cenário econômi- co, etc. Agora, imagine uma alteração em uma dessas variáveis e o seu efeito sobre a oferta. Veja, por exemplo, a variável tecnologia e observe o seu efeito sobre a oferta. Vamos supor que, ao preço de R$ 1,00 sejam produzidas, inicialmente, cinco unidades de um bem “X” qualquer. Agora, vamos imaginar que com uma nova tecnologia a empresa tem condições de produzir não mais cinco unidades, mas, dez unidades do produto. A representação gráfica desta nova situação se faz deslocando a curva da oferta para a direita. GRÁFICO 2 (3-VARIAÇÃO DA OFERTA) 5 10 1,00 P Q 1o o Vamos voltar a falar da oferta? Teoria Elementar da Oferta20 O preço permanece constante, inicialmente, no sentido de não ter sido o indutor da nova situação, o que possibilitou uma produção maior foi a tecnologia e o preço permanece neste momento, apenas neste primeiro momentoconstante. Não se pode imaginar que o preço ficará constante o tempo todo, é claro, mas só poderemos falar em alteração do preço, quando estivermos no mercado, com consumidores e produtores juntos, ou seja, com as duas curvas de demanda e de oferta juntas. Portanto, se o preço vai cair ou não, só veremos isso mais adiante. Neste momento representamos esta situação de melhora tecnológica apenas deslocando a curva da oferta para a direita. Na situação oposta, vamos supor que, por uma razão qualquer haja uma perda do conhe- cimento tecnológico. A empresa agora, não tem mais como produzir dez ou cinco unida- des, mas, apenas duas unidades e a representação gráfica se faz deslocando a curva da oferta para a esquerda. GRÁFICO 3 (3-VARIAÇÃO DA OFERTA) 52 1,00 P Q 2 oo Novamente o preço permanece, inicialmente, constante no sentido de não ser o indutor da variação da produção. Podemos dizer que, deslocamentos para direita representam aumentos da oferta e deslo- camentos para a esquerda representam redução da oferta. Este comportamento é análogo ao da demanda onde deslocamentos para a direita, também representam aumento da demanda e deslocamentos para a esquerda representam redução da demanda. Finalizando, foi possível observar que, enquanto para a variação da quantidade ofertada costuma-se dizer que a representação gráfica é um movimento ao longo da curva da ofer- ta para a variação da oferta tem-se um deslocamento da curva da oferta. A última linguagem usada para representar a oferta é a linguagem matemática. A equação da oferta é Qo c dP= + Onde: • Qo é quantidade ofertada • P é o preço • c,d são parâmetros A variável “c” corresponde ao intercepto da curva, e a variável “d” corresponde a incli- nação da curva que no caso da oferta é positiva. Estes parâmetros vão adquirir valores numéricos quando estivermos fazendo exercícios. Mais na frente quando tivermos estu- dando o mercado com demanda e oferta junto voltaremos a trabalhar com esta equação. Por enquanto vamos apenas conhecer que existe uma linguagem matemática para expres- sar a oferta. Teoria Elementar da Oferta 21 Garantia de preços mínimos Convido você, a entender uma questão importante que acontece na economia. É comum os agricultores reivindicarem a adoção por parte do governo de um política de preços mínimos. Esta política tem como objetivo proteger os agricultores das flutuações dos preços dos produtos agrícolas no mercado. Vamos supor que, haja uma grande safra de amendoim e consequentemente uma grande oferta. O resultado com a grande oferta será, como já sabemos, uma redução no preço do produto. Como o preço cai os produtores alterarão seus planos para o próximo ano. Sentir-se-ão desestimulados a plantar amendoim e passarão a plantar outro produto que tenha um preço bom no mercado, cebola, por exemplo. Com isso faltará amendoim no mercado levando prejuízo para os consumidores e para a indústria de óleo e outros deriva- dos. Posteriormente, a situação se inverterá, a oferta de amendoim do ano seguinte cairá e o seu preço se elevará e a oferta de cebolas aumentará fazendo com que seu preço caia. Para evitar essas flutuações e os prejuízos decorrentes, o governo fixa os preços míni- mos garantidos evitando a troca de culturas que pode levar a falta de produtos com suas consequências. Isto tende, a estabilizar a oferta destes produtos. Esta política tem um efeito às vezes psicológico. Evita flutuações e garante a oferta. Teoria Elementar da Oferta22 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: 1. Por que a curva da oferta se inclina para cima? Resposta: A curva da oferta se inclina para cima, ou seja, é ascendente porque representa as duas variáveis, preço e quantidade que se comportam de forma direta. Preço aumenta quantidade ofertada aumenta, preço cai, quantidade ofertada cai. 2. Uma alteração no custo de produção para mais provocaria um movimento ao longo da curva de oferta ou um deslocamento da curva de oferta? Represente grafica- mente. Resposta: Uma alteração no custo de produção para mais deslocaria a curva da oferta para a esquerda. Com o aumento no custo de produção a empresa produziria menos e a representação gráfica seria a seguinte. P Q 2 oo 1 Teoria Elementar da Oferta 23 Síntese Neste módulo, aprendemos sobre a oferta e suas variações. Entendemos, que a principal questão em relação à oferta consiste no quanto as empresas estão dispostas a ofertar (produzir) de determinado bem. Esta relação está diretamente ligada ao preço. Aqui, mudamos o foco do lado do comprador para o lado do vendedor do mercado. Vimos, as várias linguagens da oferta – literal, gráfica e matemática, como também, os vários fatores determinantes da oferta Aprendemos que estes fatores se dividem em dois grupos denominados variação da quan- tidade ofertada e variação da oferta. A, a variação da quantidade ofertada está relaciona- da ao preço (representada graficamente por um movimento ao longo da curva da oferta) e a variação da oferta está relacionada aos demais fatores como (custo, tecnologia, cenário econômico, capacidade de produção, etc) e a representação gráfica é feita por um deslo- camento da curva da oferta. Referências HALL, Robert E.; LEIBERMAN, Marc. Microeconomia - Princípios e Aplicações. Editora Thompson, 2003. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Editora Thompson, 2005. O’SULLIVAN, Arthur; NISHIJIMA, Marislei; SHEFFRIN, Steven. Introdução à Economia Princípios e Ferramentas. Editora Pearson Prentice Hall, 2004. 24 EQUILÍBRIO TeoriaTeoria EconômicaEconômica BELO HORIZONTE - 2018 FI CH A T ÉC N IC A FUMEC VIRTUAL - SETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Gestão Pedagógica Coordenação Gabrielle Nunes Paixão Transposição Pedagógica Riane Gonçalves Gervásio Produção de Design Multimídia Coordenação Rodrigo Tito M. Valadares Design Multimídia Alan J. Galego Bernini Infra-Estrututura e Suporte Coordenação Anderson Peixoto da Silva AUTORIA Profa. Adriana França Guimarães Viana APRESENTAÇÃO Estamos iniciando hoje um novo módulo em que trabalharemos o mercado de forma mais realista com consumidores e produtores, demanda e oferta. Como vimos os compradores querem pagar o menor preço possível e os vendedores cobrar o maior preço possível. Como o equilíbrio então será encontrado? É isso que tentaremos responder neste módulo. Para isso precisamos estudar e entender algumas coisas. Vamos começar? OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final do módulo, espera-se que o aluno seja capaz de: • Entender claramente a dinâmica do mercado. • Determinar preço e quantidade de equilíbrio graficamente e matematicamente. • Explicar as conseqüências de um excesso de oferta e de um excesso de demanda. EQUILÍBRIO Equilíbrio Vamos agora juntar demanda e oferta, ou seja, consumidores e produtores para analisar o comportamento de cada um deles, no mercado. Quando estes dois agentes se encontram no mercado eles buscam maximizar a satisfação. Vamos ver como isto ocorre. A tendência do mercado é de alcançar o equilíbrio. Quando falamos de equilíbrio o pres- suposto que está por trás é o da igualdade entre a demanda e a oferta. Portanto, no equi- líbrio, a demanda e a oferta se igualam, ou seja, tudo que é produzido será consumido. Qo = Qd O que garante que o mercado possa tender ao equilíbrio é a flexibilidade no mecanismo de preços. Vejamos: Se a quantidade produzida for maior que a quantidade demanda, ou seja, se houver um excesso de produtos no mercado, as lojas reduzirão o preço para realizar a produção. Quando chega final de estação e sobram mercadorias, estoques que não são vendidos, as lojas fazem as liquidações para desfazer dos produtos. Isso é o que normalmente ocorre no mercado. A redução dos preços é uma forma de se eliminar o excesso de oferta. Por outro lado, quando existem mais consumidores do que produtos disponíveis para serem vendidos, os preços dos produtos sobem. É como se os consumidores estivessem disputan- do as poucas mercadorias disponíveis e o resultado dissoé um aumento no preço do produ- to. Por exemplo, no final do ano a disputa por pacotes turísticos faz o preço das viagens se elevarem. O aumento de preços é uma forma de se eliminar o excesso de demanda. Resumindo, se houver excesso de demanda o preço sobe se houver excesso de oferta o preço cai. A tendência do mercado é buscar o equilíbrio e a flexibilidade de preços é a forma de eliminar os desequilíbrios existentes. Os desequilíbrios existentes são dois, ou sobram mercadorias que não conseguem ser vendidas (excesso de oferta) ou há mais consumidores do que mercadorias disponíveis (excesso de demanda). Agora analisaremos esta situação graficamente unindo, no mercado, consumidores e produtores. A tabela abaixo para um bem “X” qualquer, representa as diferentes quantidades deman- dadas e as diferentes quantidades ofertadas durante cinco meses. BEM “X” Tempo P Qd Qo março 0,50 10 2 abril 1,00 8 4 maio 1,50 6 6 junho 2,00 4 8 julho 3,00 2 10 Fonte: Elaborado pela autora Equilíbrio 27 A tabela acima nos mostra que no mês de março ao preço de R$0,50 os consumidores gostariam de adquirir dez unidades do produto. No mês de abril quando o preço sobe para R$1,00 os consumidores diminuem o consumo para 8 unidades. No mês maio ao preço de R$1,50 a demanda cai ainda mais e passa para 6 unidades. Nos meses de junho e julho quando o preço aumenta para R$2,00 e R$3,00 respectivamente o consumo cai para 4 e 2 unidades. Para a oferta a interpretação é a mesma só que a medida que o preço sobe a produção (oferta) se eleva. No mês de março ao preço de R$ 0,50 a oferta é de 2 unidade, no mês de abril ao preço de $ 1,00 a oferta aumenta e passa para 4 unidades e assim sucessiva- mente nos meses seguintes. O preço que garante o equilíbrio é o preço de R$ 1,50, pois é o preço no qual a quantida- de ofertada é igual à quantidade demandada Qd = Qo = 6. Todos os outros preços levam a situações nas quais a quantidade ofertada e demandada são diferentes. Se o preço for de R$ 1,00, a Qd (quantidade demanda) será de 8 unidades e a Qo (quan- tidade ofertada) de 4 unidades, portanto, há um excesso de demanda de 4 unidades. Os consumidores gostariam de comprar 8 unidades, mas só são produzidas 4, faltam, portan- to, 4 unidades para atender ao consumo (demanda). Se o preço for de R$ 0,50 a Qd = 10 e a Qo = 2. O preço é baixo incentiva o consumo, mas desestimula a produção (oferta). Há, portanto, um excesso de demanda de 8 unidades. Nestas situações de excesso de demanda, desde que o mercado seja livre, sem interven- ção do governo, o mecanismo de preço vai atuar no sentido de buscar o equilíbrio. Neste caso o excesso de demanda será eliminado pelo aumento de preço, esta é a tendência do mercado, desde que atuando livremente pelas forças de mercado, ou seja, pela demanda e pela oferta. Situação oposta. Preço acima do equilíbrio, por exemplo, preço de R$ 2,00, Qd = 4 e Qo = 8, neste caso a oferta excede a demanda em 4 unidades. Se o preço for de R$ 3,00 a Qd = 2 e a Qo =10, o excesso de oferta é de oito unidades. Quando há excesso de oferta a tendência do mercado para eliminá-lo é reduzir o preço. Já que sobram mercadorias não vendidas as empresas vão reduzir preços para realizar a produção e o equilíbrio tenderá a ser restabelecido. Vamos agora, transpor estes valores para um sistema cartesiano. Observe que até então representávamos graficamente demanda e oferta, separadas. Neste gráfico construiremos juntas as curvas da demanda e da oferta. Vamos lá! Para isso, no eixo da quantidade tere- mos que ter valores tanto para a quantidade demandada quanto para a quantidade ofertada. Neste momento, faremos os pontos da curva e da demanda. Por exemplo: março (preço R$0,50, quantidade 10), abril (preço R$1,00, quantidade 8), maio (preço R$1,50, quanti- dade 6), junho (preço: R$2,00, quantidade 4); julho (preço R$3,00, quantidade 2). Feito todos os pontos, vamos juntar para obter a curva da demanda. A curva da demanda, lembre-se, tem inclinação negativa. Para a curva da oferta devemos fazer o mesmo procedimento. Para o primeiro ponto no mês de março temos (preço R$ 0,50, quantidade 2); para os demais: abril (preço R$1,00, quantidade 4), maio (preço R$1,50, quantidade 6), junho (preço R$ 2,00, quantidade 8), julho (preço R$ 3,00 quantidade 10). Depois de todos os pontos, vamos juntar para obter a curva da oferta. A curva da oferta tem inclinação positiva. Equilíbrio28 GRÁFICO 1 2 4 6 8 0,50 1,00 1,50 2,00 P Q D 10 2,50 3,00 E Elaborado: Pela autora O ponto de equilíbrio, graficamente falando, ocorre onde as duas curvas se interceptam. Neste ponto o preço é de R$1,50 e a quantidade é de 6,00 unidades. A mesma análise que fizemos pela tabela podemos fazer graficamente. Neste caso concluiremos que os valores de preço acima do ponto de equilíbrio levarão a excesso de oferta e os valores de preço abaixo do equilíbrio a excesso de demanda. O mercado neste caso tenderá a resta- belecer o equilíbrio eliminando o excesso de oferta pela redução de preço e eliminando o excesso de demanda pela elevação de preços. Uma última observação é importante ser feita, quando há uma grande população, uma super oferta, a tendência é que o preço caia. Por outro lado, uma boa maneira de contro- lar o preço no mercado é controlando a oferta. Foi assim, por exemplo, que a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) fez na década de 70. Os países que eram grandes produtores de petróleo se juntaram, reduziram a produção, e quintuplicaram o preço do barril no mercado mundial. Bom, agora vamos testar se realmente aprendemos, fazendo alguns exercícios. EXERCÍCIOS: 1) A partir dos valores da tabela abaixo responda as questões a seguir. P Qd Qo A B 10,00 700 25 15,00 400 180 20,00 300 300 25,00 230 430 30,00 180 510 35,00 125 580 40,00 100 640 Elaborado: Pela autora Equilíbrio 29 a. Trace as curvas correspondentes às sequências A e B. Indique qual curva corres- ponde a uma curva de procura e qual corresponde a uma curva de oferta. b. Determine preço e quantidade de equilíbrio. c. Indique a que nível de preço haveria um excedente da quantidade ofertada de 330 unidades. d. Indique qual seria o excesso de quantidade demandada ao preço de R$ 15,00. Resposta: a. Podemos identificar a curva da demanda tanto pela inclinação da curva (inclinação negativa) quanto pela relação do preço com a sequência A, (o preço aumenta e a quantidade A diminui, esta é a relação da demanda relação inversa entre preço e quantidade demandada). Já a curva da oferta podemos identificar tanto pela inclinação da curva (inclinação positiva), quanto pela relação do preço com a sequência B (o preço aumenta e a quantidade B também aumenta, esta é a relação da oferta, relação direta.) b. O preço de equilíbrio é R$20,00, pois é o preço que garante que a quantidade ofertada e demandada vão ser iguais. Qd=Qo=300 unidades. c. A oferta excede a demanda, ou seja, a oferta é superior a demanda em 330 unida- des ao preço de R$ 30,00 pois, a este preço a oferta (QB) = 510 unid e a demanda (QA) = 180 unid portanto, 510 unid –180 unid= 330 unid. d. Ao preço de R$15,00 a demanda (QA) é de 400 unid e a oferta (QB) é de 180 unid, portanto, a demanda excede a oferta em 220 unid 400 unid – 180 unid = 220 unid. 2) Determine preço e quantidade de equilíbrio sabendo que: Qd = 100 – 2P Qo = 15P – 2 Resposta: Neste exercício estamos usando as equações da demanda e da oferta que tínhamos conhecido anteriormente. Para saber o preço e a quantidade de equilíbrio basta igualar as equações. Então vamos lá! 100 – 2P = 15P – 2 100 + 2 = 2P + 15P 102 = 17P 102 ÷ 17 = P P = 6 Equilíbrio30 Para saber a quantidade, vamos substituir o preço em qualquer uma das equações (da demanda ou da oferta) Qd = 100 – 2(6) Qo = 15P – 2 Qd = 88 Qo = 15(6) – 2 Qo = 88 As quantidades demandada e ofertada são iguais, como esperado. Bom, vamos fazer uma variação neste exercício. a. E se o preço forde R$ 7,00 que tipo de desequilíbrio haverá e de quanto? b. E se o preço for de R$ 5,00 que tipo de desequilíbrio haverá e de quanto? Resposta: a. Se o preço for de R$ 7,00, como é um preço acima do preço de equilíbrio haverá excesso de oferta. Lembre-se, preço acima do preço de equilíbrio leva a excesso de oferta. Agora, para saber de quanto, teremos que substituir nas equações da demanda e da oferta. Qd = 100 – 2P Qo = 15P – 2 Qd = 100 – 2(7) Qo = 15(7) – 2 Qd = 100 – 14 Qo = 105 – 2 Qd = 86 Qo = 103 De fato a oferta é maior do que a demanda, como já havíamos previsto. A oferta excede a demanda em 17 unid. b. Se o preço for de R$ 5,00, ao contrário, como é um preço abaixo do preço de equilíbrio haverá excesso de demanda. Para saber de quanto, teremos de substituir nas equações de demanda e de oferta. Qd = 100 – 2P Qo = 15P – 2 Qd = 100 – 2(5) Qo = 15(5) – 2 Qd = 100 – 10 Qo = 75 – 2 Qd = 90 Qo = 73 Neste caso a demanda é maior que a oferta em 17 unidades. 3) Partindo de uma situação inicial de equilíbrio explique e represente graficamente o que ocorrerá com preço e quantidade de equilíbrio se: a. houver um aumento na renda dos consumidores; b. houver uma redução na renda dos consumidores; c. houver um aumento no custo de produção ; d. houver uma melhora tecnológica; e. houver um aumento simultâneo e rigorosamente equivalente da oferta e da demanda. Resposta: a. Vamos partir de uma situação de equilíbrio. Daqui para frente sempre partiremos do equilíbrio, afinal de contas o mercado só existe com consumidores e produtores, ou seja, de forma completa. Estudamos até agora separadamente demanda e oferta para entendermos melhor o comportamento de cada um. Mas, agora sempre trataremos do mercado de forma completa, como existe na realidade com consumidores e produtores. Equilíbrio 31 REFLITA A primeira pergunta a se fazer é: o fator renda é determinante da demanda ou da oferta? Relembrando os fatores determinantes da demanda temos – renda, moda, clima, propaganda, preço do bem substituto, etc. Portanto, renda é fator determinante da demanda, então vamos deslocar a curva da demanda. Como é aumento da renda, temos aumento de demanda então deslocamos a curva da demanda para a direita. a) QfQi Pi Pf P Q D Ef Ei D’ Deslocamos a curva da demanda para a direita e encontramos um novo ponto de equilíbrio que chamaremos de Ef (equilíbrio final). Neste novo ponto de equilíbrio temos um novo preço que chamaremos de Pf (preço final) e uma nova quantidade que chamaremos de Qf (quantidade final). Este novo preço, como se pode observar é maior que o preço inicial e a nova quantidade de equilíbrio também é maior que a quantidade inicial. O preço sobe para eliminar o excesso de demanda que haveria caso o preço permanecesse constante depois do deslocamento da demanda para a direita. Com o aumento da renda, a demanda se eleva, como a oferta permanece constante a demanda se torna maior que a demanda. Colocando de outra forma, se as pessoas ganham mais, passam a consumir uma quantidade maior de bens, como a oferta não acompanhou a demanda os preços subiram. b. Se houver uma redução na renda do consumidor a situação é contrária. Novamente deslocaremos a curva da demanda, só que agora para a esquerda. b) Qf Qi Pi Pf P Q D Ef Ei D’ Deslocamos a curva da demanda para a esquerda e encontramos um novo ponto de equilíbrio que chamaremos de Ef (equilíbrio final). Neste ponto o preço é menor do que o anterior e a nova quantidade de equilíbrio também. O preço cai para Equilíbrio32 eliminar o excesso de oferta que haveria caso o preço permanecesse constante depois do deslocamento da demanda para a esquerda. Com a redução da renda a demanda se reduz, como a oferta permanece constante a oferta se torna maior que a demanda. Falando de outra forma, como a renda diminuiu as pessoas passaram a consumir menos. Como as empresas já tinham produzido uma determinada quanti- dade de bens, para realizar esta produção os preços tiveram que cair. c. Aumento no custo de produção Vamos novamente partir do equilíbrio. Em seguida passamos a verificar se custo é fator determinante da demanda ou da oferta. Relembrando os fatores determinantes da oferta temos: tecnologia, disponibilidade dos fatores de produção, custo, cenário econômico, expectativa sobre o compor- tamento do consumidor, etc. Como custo é fator determinante da oferta deslocaremos a curva da oferta. O aumento do custo fará com que a produção da empresa diminua, então, nós vamos deslocar a curva da oferta para a esquerda. c) Qf Qi Pi Pf P Q D Ef Ei Deslocamos a curva da oferta para a esquerda e encontramos um novo ponto de equilíbrio, Ef (equilíbrio final). Neste novo ponto de equilíbrio temos um novo preço que chamaremos de Pf (preço final) e uma nova quantidade que chamaremos de Qf (quantidade final). Observe que este novo preço é maior que o preço inicial e a nova quantidade de equilíbrio encontrada menor que a anterior. A explicação para o preço maior é que o produtor repassa este custo para o preço final do produto que chega ao mercado. Por outro lado, com um custo maior o produtor agora não tem como produzir a mesma quantidade, a sua produção é menor que a anterior. d. Melhora tecnológica. De novo vamos partir do equilíbrio. Como tecnologia também é fator determinante da oferta, também neste caso vamos deslocar a curva da oferta. A melhora tecnológica possibilita uma produção em quantidade maior. Lembre-se, adotamos a simplificação quando estudamos oferta de que a tecnologia se restringia apenas a quantidade produzida. Assim com uma melhora tecnológica a empresa produzirá mais. Representamos esta situação deslocando a curva da oferta para a direita. Equilíbrio 33 d) QfQi Pi Pf P Q D Ef Ei Ao deslocarmos a curva da oferta para a direita encontramos um novo ponto de equilíbrio Ef (equilíbrio final). Neste novo ponto de equilíbrio temos um novo preço que chamaremos de Pf (preço final) e uma nova quantidade de equilíbrio (Qf). Este novo preço é menor que o preço inicial e a quantidade é maior que a quantidade inicial. Uma quantidade de bens maior é produzida para conquistar um novo merca- do (mais consumidores) e o preço cai. e. Aumento simultâneo e rigorosamente equivalente da demanda e da oferta. Com aumento da demanda e da oferta deslocaremos para a direita tanto a demanda quanto a oferta. Como os deslocamentos são rigorosamente equivalentes significa que a um aumento da demanda haverá igual aumento da oferta. Os consumidores gostariam de consumir mais a que os produtores atendem produzindo exatamen- te a quantidade desejada. Diante disso não há razão para os preços subirem. No novo ponto de equilíbrio Ef (equilíbrio final), a quantidade produzida e ofertada são maiores. Entretanto o preço permanece constante. e) QfQi Pi P Q D EfEi D’ 4) Assumindo que o mercado de soja esteja inicialmente em equilíbrio, então um aumento da oferta de mercado de soja, mantendo-se a demanda inalterada, deverá acarretar: a. Um aumento na quantidade e no preço de equilíbrio b. Uma redução na quantidade e no preço de equilíbrio; c. Um aumento no preço e uma redução na quantidade de equilíbrio; d. Uma redução no preço e um aumento na quantidade de equilíbrio e. Nenhuma das alternativas anteriores Equilíbrio34 QfQi Pi P Q D Ef Ei Pf Resposta: Letra d Um aumento da oferta é representado por um deslocamento da curva para a direita. Ao deslocarmos a curva para a esquerda encontramos um novo ponto de equilíbrio, onde a nova curva da oferta intercepta a curva da demanda que não se alterou. (ponto Ef). Neste novo ponto o preço é menor e a quantidade de equilíbrio (demandada e ofertada) é maior.Equilíbrio 35 Síntese Neste módulo vimos, que com o equilíbrio construímos uma situação de mercado mais real com consumidores e produtores. Vimos também, que o preço é o mecanismo pelo qual se estabelece o equilíbrio. Aprendemos também, que os Excessos de demanda são eliminados pela elevação de preço e excessos de oferta pela redução do preço. Referências Equipe de Professores da USP - Manual de Economia. Editora Saraiva, 2003. PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia - Livro de Exercícios. Editora Pioneira, 1999. HALL, Robert E.; LEIBERMAN, Marc. Microeconomia - Princípios e Aplicações. Editora Thompson, 2003. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Editora Thompson, 2005. O’SULLIVAN, Arthur; NISHIJIMA, Marislei; SHEFFRIN, Steven. Introdução à Economia Princípios e Ferramentas. Editora Pearson Prentice Hall, 2004. SALVATORE, Dominick. Microeconomia. Editora McGraw Hill, 1984. 36 TeoriaTeoria EconômicaEconômica ELASTICIDADE BELO HORIZONTE - 2018 FI CH A T ÉC N IC A FUMEC VIRTUAL - SETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Gestão Pedagógica Coordenação Gabrielle Nunes Paixão Transposição Pedagógica Riane Gonçalves Gervásio Produção de Design Multimídia Coordenação Rodrigo Tito M. Valadares Design Multimídia Alan J. Galego Bernini Infra-Estrututura e Suporte Coordenação Anderson Peixoto da Silva AUTORIA Profa. Adriana França Guimarães Viana APRESENTAÇÃO Iniciando, um novo módulo em que trabalharemos com a elasticidade. Como sabemos quando os preços se alteram a variação do consumo não é igual em relação a todos os produtos, pois alguns são mais importantes que outros. Assim a resposta do consumidor depende muito do produto em questão. Quem vai medir essa resposta do consumidor é a elasticidade. As elasticidades de forma geral são medidas de sensibilidade, pois medem a variação da demanda ou da oferta à mudança em outra variável. Existem três elasticidades do lado da demanda e uma do lado da oferta. As elasticidades são: elasticidade preço da demanda, elasticidade preço cruzada da demanda, elasticidade renda da demanda e elasticidade preço da oferta. Hoje iniciaremos o estudo da elasticidade preço da demanda. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final do módulo, espera-se que o aluno seja capaz de: • Conceituar e entender a elasticidade preço da demanda. • Compreender os fatores que determinam a elasticidade preço da demanda. • Determinar matematicamente a elasticidade preço da demanda. ELASTICIDADE Elasticidade preço da demanda A elasticidade preço da demanda mede a sensibilidade da demanda a uma mudança no preço. Quando estudamos a demanda vimos pela lei da demanda que quando o preço aumenta o consumo cai e vice versa, mas será que isso ocorre de forma homogênea para todo e qual- quer bem, ou seja, se o preço aumentar o consumo de todos os bens cairá de forma igual? Você deve estar pensando, logicamente que não, pois alguns produtos são mais impor- tantes que outros. Quando, por exemplo, o preço dos alimentos aumenta o seu consumo cai muito pouco, pois não podemos prescindir do seu consumo. Já se estivermos falando de lazer, idas a restaurantes, cinemas, viagens, entre outros, se o preço desses produtos aumentar a demanda por eles pode cair substancialmente, pois, não são produtos tão essenciais assim. É isso que a elasticidade preço da demanda mede. A resposta da demanda a uma mudança no preço do produto. Só que ao invés de chamar- mos estes produtos de essenciais e não essenciais na economia eles terão outro nome. Bom, antes de falarmos nisso vamos definir melhor a elasticidade preço da demanda. A elasticidade preço da demanda mede a variação percentual da quantidade demandada devido à variação percentual do preço, e é o coeficiente de elasticidade preço da demanda A fórmula matemática é a extensão do conceito literal. Assim podemos representar da seguinte maneira: % % % % % 1 100 % 1 100 % 1 100 % 1 100 ou x ou x x ou x ∆ ∆ = − = ∆ ∆ − ∆ = − ∆ = − − ∆ = − ∆ = − Q Qe e P P Qf Qf QiQ Q Qi Qi Pf Pf PiP P Pi Pi Como preço e quantidade são inversamente relacionados, o coeficiente de elasticidade preço da demanda é um número negativo. Com o objetivo de evitar o trabalho com valores negativos, um sinal negativo é frequentemente introduzido na fórmula da elasticidade ou é colocado em módulo; ou, dito de outra forma, o que importa é a magnitude da elastici- dade, se maior que a unidade (elástica) ou menor do que a unidade (inelástica), (não se preocupem com isso ainda, pois, iremos estudar essa questão a seguir). Fazendo-se um levantamento no mercado do que ocorre com o preço e quantidade demandada de alguns produtos durante um determinado período de tempo, dependen- do do valor encontrando para o coeficiente de elasticidade preço da demanda temos a seguinte classificação: - Se a uma variação do preço a demanda responder com uma variação menos do que proporcional, esse bem é chamado de inelástico. Por exemplo, se o preço aumentar e a quantidade demanda cair de forma menos do que proporcional ou se o preço diminuir e a quantidade aumentar de forma menos do que propor- cional é porque esse é um bem essencial, por isso sua variação da quantidade é pequena. Elasticidade 39 Em economia ele recebe o nome de inelástico. O coeficiente de elasticidade preço da demanda é menor que um (e< 1). Ao usar a fórmula encontraremos um valor para o coeficiente de elasticidade preço de demanda e< 1. O coeficiente menor que um significa que a variação percentual da quantidade vai ter qualquer valor menor que o valor da variação do preço. Se o preço variar 10% a quantida- de vai variar qualquer valor inferior a 10%, ou para mais ou para menos. Exemplo de bens inelásticos: alimentos, energia, medicamentos. O pressuposto é que o consumo destes produtos é mais ou menos uniforme assim, se o preço destes produtos cair não vamos consumir muito mais. Se o preço dos alimentos, medicamentos por exemplo, cair não vamos consumir muito mais em decorrência da queda do preço, pois já consumimos o necessário. Se o preço aumentar também não haverá uma queda sensível na demanda destes produ- tos, pois não podemos abrir mão do seu consumo. - Se a uma variação do preço a demanda responder com uma variação mais do que proporcional, esse bem é chamado de elástico. Por exemplo, se o preço aumentar e a quantidade demandada cair de forma mais do que proporcional ou se o preço diminuir e a quantidade aumentar de forma mais do que proporcional é porque esse é um bem não tão essencial, por isso sua variação da quanti- dade é grande. Em economia ele recebe o nome de elástico. Neste caso o coeficiente de elasticidade preço da demanda é maior que um (e > 1). Os produtos industrializados (eletrodomésticos, automóveis, alimentos processados), roupas e lazer são alguns exemplos de produtos sensíveis a variações de preços. O coeficiente maior que um significa que a variação percentual da quantidade vai ter qual- quer valor maior que o valor da variação do preço. Por exemplo, se o preço variar 10% a quantidade vai variar qualquer valor maior que 10%. - Se a uma variação do preço a demanda responder com uma variação na mesma propor- ção, esse bem tem elasticidade unitária. Por exemplo, se o preço aumentar e a quantidade demanda cair na mesma proporção ou se o preço diminuir e a quantidade aumentar na mesma proporção esse bem tem elasti- cidade igual a um (e=1). Ao contrário dos bens elásticos que são caracterizados por não serem tão essenciais e dos bens inelásticos por serem essenciais os bens unitários não tem essa caracterização. É circunstancial que um bem apresente o coeficiente unitário. Elasticidade40 Vejamos, agora, os fatores que explicam por que uns produtos são elásticos e outros inelásticos, ou seja: FATORES QUE AFETAM A ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA • grau de essencialidade do produto – sobre este fator nós já falamos. Alimentos, água, energia são exemplos debens essenciais, portanto, se o preço se alterar a mudança no consumo será insignificante, ou seja, os consumidores serão pouco sensíveis a variações nos preços, pois, como já dissemos são bens essenciais, não podemos deixar de consumir. Assim quanto mais essencial mais inelástico e quanto menos essencial mais elástico • número de bens substitutos - Um produto que tenha muitos substitutos terá uma maior elasticidade preço do que outro que não tenha substitutos. A lógica é quan- do o preço de um produto se eleva e os preços dos seus substitutos se mantêm constantes, o consumidor tende a demandar os substitutos. De forma análoga, se o preço de um produto cai os consumidores tendem a adquirir menos do produto substituto (porque passam a consumir mais do produto com o preço baixo). Ex. Apesar de alguns acharem que não a maioria reconhece que Coca é um substituto muito próximo da Pepsi e vice-versa. Existe ainda, uma variedade de outros substi- tutos razoavelmente satisfatórios para refrigerantes. Manteiga e margarina também podem ser consideradas razoavelmente substitutas. Por outro lado, como os ovos não têm um substituto muito próximo, a demanda por ovos é provavelmente menos elástica do que a demanda por refrigerantes. Se o preço de um refrigerante sobe poderá ser substituído por outro já o ovo não. Concluindo, quando o preço de um bem aumenta, procuramos por substitutos. Se for fácil encontrar reduzimos a demanda do produto em questão e a demanda será dita mais elástica. Se for difícil encontrar substitutos próximos, não tem como redu- zir muito e a demanda será considerada inelástica. • definição do mercado - O mercado pode ser definido de forma ampla ou restrita. Mercados definidos de forma ampla tendem a ter uma demanda menos elástica uma vez que é mais difícil encontrar substitutos. Quando falamos alimentos, uma catego- ria ampla, estamos falando de uma forma geral, e não temos substitutos (produtos inelásticos). Já quando especificamos, por exemplo, sucos industrializados, estamos falando de um mercado definido, específico, neste caso, temos substitutos (produto elástico). Não precisamos consumir sucos industrializados podemos consumir suco natural, então temos um produto mais elástico. Assim para mercados definidos de forma ampla temos uma demanda inelástica, para mercados definidos de forma restrita temos uma demanda mais elástica. • Peso no orçamento - Produtos que consomem uma parcela grande da renda dos consumidores são mais elásticos do que aqueles que consomem uma parcela peque- na. Produtos mais caros como eletrodomésticos, carros, imóveis têm um peso gran- de no orçamento comparativamente a outros, como sal, fósforo e alguns alimentos, que representam uma porcentagem pequena dos gastos do consumidor. Isso signi- fica que um aumento no preço destes produtos que normalmente custam barato não vai fazer o consumidor deixar de comprar, pois o peso destes produtos no orçamento do consumidor é muito pequeno. Por exemplo, um aumento de 10% no preço de uma caixa de fósforos não desestimula nenhum consumidor a comprar. Já um aumento de 10% no preço de um carro pode fazer um consumidor deixar de adquirir o produto. Em resumo, produtos definidos de forma ampla, produtos essenciais para o consu- midor, produtos com um menor número de substitutos e com menor peso no orça- mento terão demanda mais inelástica, ou seja, menor é a resposta do consumidor a variação do preço. O último fator relevante que podemos assinalar é o horizonte ou período de tempo. Elasticidade 41 • horizonte de tempo - O horizonte de tempo ou período de tempo se divide em curto prazo ou longo prazo.Entendemos por longo prazo o período de um ano ou mais e o curtos prazo um período menor que este. Os bens tendem a ser mais elásticos no longo prazo. Mudar um hábito um costu- me no curto prazo não é fácil. É mais fácil para os consumidores encontrarem um substituto quando eles têm mais tempo. Quando o preço da gasolina aumenta, a demanda por gasolina cai pouco inicialmente. Com o passar do tempo, contudo, as pessoas se habituam, compram carros que consomem menos gasolina, passam a usar transporte coletivo e se mudam para mais perto do local de trabalho. No longo prazo a demanda por gasolina cai de forma mais significativa. VAMOS RELACIONAR AGORA A ELASTICIDADE COM A RECEITA TOTAL E COM O GASTO TOTAL Ou seja, vamos ver o que acontece com a receita e com o gasto quando o preço varia e a demanda é elástica ou inelástica. Antes de começarmos o estudo, entretanto, vamos definir RECEITA TOTAL e GASTO TOTAL. A receita total que as empresas produtoras de determinado bem recebem é igual a quanti- dade vendida vezes o preço (RT = P x Q), da mesma forma que a despesa dos consumi- dores na compra desse bem é igual a quantidade comprada vezes seu preço (GT=P x Q) (GT = gasto total). Podemos dizer que receita e gasto são dois lados da mesma moeda, pois, dependem das mesmas variáveis, preço e quantidade. Um exemplo, a receita total de uma livraria depende da quantidade de livros vendidos e do preço de mercado dos livros. O gasto do consumidor com os livros depende de quantos livros forem comprados e do quanto for pago. Se o preço do livro é de R$ 10,00 e forem comprados 5 livros no mês a receita e o gasto vão ser de R$ 50,00. RT = P x Q 5 x R$10,00 = R$ 50,00 GT = P x Q 5 x R$10,00 = R$ 50,00 Bom, agora que definimos receita e gasto vamos relaciona-la com a demanda elástica e inelástica. Se o bem for elástico: quando o preço aumenta (10%, por exemplo) a quantidade cai mais do que proporcionalmente (20% por exemplo). Como a receita total e o gasto total = P x Q; a receita total e o gasto total de um bem elástico vão cair quando o preço aumentar. Quando o preço diminuir a quantidade aumenta mais do que proporcionalmente. Como a receita total e o gasto total = P x Q, a receita total e o gasto total de um bem elástico vão aumentar quando o preço diminur. Se o bem for inelástico: quando o preço aumenta (10% por exemplo) a quantidade cai menos do que proporcionalmente(5% por exemplo). Como a receita total e o gasto total = P x Q, a receita total e o gasto total de um bem inelástico vão aumentar quando o preço aumentar. Quando o preço diminuir a quantidade aumenta menos do que proporcionalmente. Como a receita total e o gasto total = P x Q, a receita total e o gasto total de um bem inelástico vão cair quando o preço aumentar. Se o bem for unitário: quando o preço aumenta a quantidade cai na mesma proporção. Como a receita total e o gasto total = P x Q, a receita total e o gasto total de um bem unitário não vão se alterar. Elasticidade42 Quando o preço diminui a quantidade aumenta na mesma proporção. Como a receita total e o gasto total = P x Q, a receita total e o gasto total de um bem unitário também não vão se alterar. Vamos agora representar graficamente as curvas de demanda elásticas, inelásticas unitá- rias e conhecer duas situações novas. Gráfico e<1 (inelástico) Se o preço aumenta a quantidade cai menos do que proporcionalmente, consequentemente a curva de demanda que representa o bem de demanda inelástica (e<1) é mais vertical. Lembre-se bem inelástico é um bem essencial que tem poucos substitutos, por isso que quando o preço aumenta a quantidade demandada cai pouco. Gráfico e>1 (elástico) Se o preço aumenta a quantidade cai mais do que proporcionalmente, consequentemente a curva de demanda que representa o bem de demanda elástica (e>1) é mais horizontal. Neste caso o bem não é tão essencial, por isso quando o preço aumenta a quantida- de demandada cai de forma mais do que proporcional. Gráfico e=1 (unitário) Se o preço aumenta a quantidade cai na mesma propor- ção, consequentemente a curva de demanda que repre- senta o bem de demanda unitária ( e = 1) tem inclina- ção intermediária entre o inelástico e o elástico. Gráfico e=0 (perfeitamente inelástico) O preço pode aumentar que a quantidade demanda- da não vai se alterar. Nestecaso extremo a curva de demanda é vertical e qualquer que seja a variação do preço, a quantidade demandada é sempre a mesma. Pela fórmula temos % , %10% % 0% 0, 0 10% ∆ = − = ∆ ∆ ∆ = = = Qe se P e P Q teremos e Esta é uma situação em que o bem é tão essencial e não tem substitutos que mesmo que o preço aumente, dobre, triplique, quadruplique o consumo não vai se alterar. A literatura apresenta como exemplo para um bem perfeitamente inelástico o sal. Produto essencial, sem substitutos e com peso pequeno no orçamento. Outro exemplo que podemos dar seria a insulina para um grupo seleto de pessoas que fazem uso desse produto. Elasticidade 43 Gráfico e =∞ (perfeitamente elástico) A um preço igual ou inferior a R$ 3,00, por exemplo, os consumidores compram qualquer quantidade, ou seja, elasticidade infinita (e =∞). Existem tantos substitu- tos, é o caso de vários produtos iguais, substitutos no mercado, várias marcas, que a este preço, R$3,00 ou a um preço menor os consumidores compram qualquer quantidade, a quantidade demandada é infinita. Com isso chegamos ao fim do nosso estudo de elasticidade preço da demanda. É hora de ver, portanto, se fixamos o nosso estudo. Vamos passar agora para alguns exercícios. Elasticidade44 EXERCÍCIOS: 1. A elasticidade preço da demanda do produto A é igual a 0,1. S o preço deste produto aumentar em 2%, a quantidade procurada deverá aumentar ou diminuir e de quanto? Resposta: Menos 0,2% significa que a quantidade vai cair 0,2%. Sabíamos que a quantida- de iria cair também porque se o preço aumentou e estamos falando da demanda, quando o preço aumenta o consumo cai. 2. A elasticidade preço da demanda de um bem é de 1,8 e a quantidade demanda ao preço atual de mercado é de 5000 unidades. Caso o preço do bem sofra uma redu- ção de 5% a quantidade demandada passará a ser de? Resposta: 1,8 5000 ( ) % 5% ( 5%) ? e Q qantidadeinicial P preçocai Qf = = ∆ = − = Para encontrarmos a quantidade final podemos raciocinar da seguinte forma, se soubermos a ΔQ%, ou seja, a porcentagem de variação da quantidade de um período para outro, sabendo a quantidade inicial chegamos na quantidade final. Vejamos: Vamos encontrar primeiro a ΔQ%, para isso temos a fórmula: % %1,8 % 5% % 5% 1,8 % 9% % 9% x ∆ +∆ = = ∆ − ∆ = ∆ = + ∆ = Q Qe P Q Q Q A quantidade vai aumentar 9%. O preço cai 5% e a quantidade aumenta 9%. Agora que sabemos que a quantidade vai aumentar 9% podemos chegar na quan- tidade final. Se a quantidade inicial é de 5000 e a quantidade final vai aumentar 9% a quanti- dade final será: Qf = 5000 + (9% 5000) Qf = 5000 + 450 Qf = 5450 0,1 % 2% % ? e P Q = ∆ = ∆ = % % %0,1 % 0,2% 2% Qe P Q Q ∆ = ∆ −∆ = ∆ = − + Elasticidade 45 3. O que acontecerá com a Receita Total se: a. o preço aumentar e a demanda for inelástica b. o preço aumentar e a demanda for elástica c. o preço diminuir e a demanda for elástica d. o preço diminuir e a demanda for inelástica Resposta: a. Se o preço aumenta e a demanda é inelástica a quantidade demandada irá cair menos do que proporcionalmente. Como RT = P x Q, o aumento do preço mais do que compensa a pequena redução da quantidade demandada, portanto a recei- ta total irá aumentar. b. Se o preço aumenta e a demanda é elástica a quantidade demandada irá cair mais do que proporcionalmente. Como RT = P x Q, a redução da quantidade mais do que compensa o pequeno aumento do preço, portanto a receita total irá cair. c. Se o preço diminui e a demanda é elástica a quantidade demandada irá aumentar mais do que proporcionalmente. Como RT = P x Q, o aumento da quantidade mais do que compensa a pequena redução do preço, portanto a receita total irá aumentar. d. Se o preço diminui e a demanda é inelástica a quantidade demandada irá aumen- tar menos do que proporcionalmente. Como RT = P x Q, a redução do preço mais do que compensa o pequeno aumento da quantidade demandada, portanto a receita total irá cair. 4. A elasticidade preço da demanda do bem X é de 0,5. Esta informação permite concluir que: a. Uma elevação do preço de X determina uma elevação de sua demanda em proporção maior que a elevação do preço. b. Uma redução do preço de X determina uma elevação de sua demanda em proporção maior que a redução do preço. c. Uma elevação do preço de X determina uma redução de sua demanda em proporção menor que a elevação do preço. d. Uma redução do preço de X determina uma redução de sua demanda em propor- ção menor que a redução de preço. e. Uma elevação de preço de X não altera sua demanda. Resposta: Uma elasticidade de 0,5 indica que o bem é inelástico e < 1. Um bem inelástico é essencial, portanto as variações do preço levam a variações na quantidade menos do que proporcionais (pequenas). A única opção que mostra esta possibilidade é a letra c. Elasticidade46 47 Síntese Neste módulo aprendemos sobre elasticidade preço de demanda. Vimos como a demanda responde de forma diferente dependendo do produto. Tem produtos que são mais impor- tantes e mesmo que o preço aumente sofre pouca variação do consumo e outros que são menos importantes. Referências Equipe de Professores da USP - Manual de Economia. Editora Saraiva, 2003. PASSOS, Carlos Roberto Martins; NOGAMI, Otto. Princípios de Economia - Livro de Exercícios. Editora Pioneira, 1999. HALL, Robert E.; LEIBERMAN, Marc. Microeconomia - Princípios e Aplicações. Editora Thompson, 2003. MANKIW, N. Gregory. Introdução à Economia. Editora Thompson, 2005. O’SULLIVAN, Arthur; NISHIJIMA, Marislei; SHEFFRIN, Steven. Introdução à Economia Princípios e Ferramentas. Editora Pearson Prentice Hall, 2004. SALVATORE, Dominick. Microeconomia. Editora McGraw Hill, 1984. TeoriaTeoria EconômicaEconômica ELASTICIDADES BELO HORIZONTE - 2019 FI CH A T ÉC N IC A FUMEC VIRTUAL - SETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Gestão Pedagógica Coordenação Gabrielle Nunes Paixão Transposição Pedagógica Viviane Cristina Martins Vieira Produção de Design Multimídia Coordenação Rodrigo Tito M. Valadares Design Multimídia Alan J. Galego Bernini Infra-Estrututura e Suporte Coordenação Anderson Peixoto da Silva AUTORIA Profa. Adriana França Guimarães Viana APRESENTAÇÃO Estamos iniciando, hoje, um novo conteúdo em que trabalharemos as demais elasticidades. Se você entendeu a elasticidade preço da demanda vai ser muito fácil entender as outras elasticidades, pois elas são muito parecidas. Todas as elasticidades são medidas de sensibilidade. As elasticidades que vamos estudar são: elasticidade preço cruzada da demanda, elasticidade renda da demanda e elasticidade preço da oferta. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final do módulo, espera-se que o aluno seja capaz de: • Conceituar e entender todas as elasticidades. • Compreender os fatores que determinam as elasticidades. • Saber resolver algumas questões matemáticas que envolvem as elasticidades. ELASTICIDADES Elasticidade preço cruzada da demanda Vamos começar com a ELASTICIDADE PREÇO CRUZADA DA DEMANDA. A elasticidade preço cruzada da demanda é bastante semelhante à elasticidade preço da demanda, a diferença é que se compara variação na demanda de um bem devido a varia- ção no preço de outro bem. Ou seja, vamos relacionar dois produtos, ou em outras pala- vras, vamos analisar como a variação do preço de um bem X, vai influenciar na demanda de um bem Y. A elasticidade preço cruzada da demanda mede a variação percentual da quantidade demandada de um bem X devido à variação percentual do preço do bem Y, exy → é o coeficiente de elasticidade preço cruzada da demanda A fórmula matemática é a extensão do conceito literal. Assim podemos representar da seguinte maneira: % % ∆ = ∆ Qxexy Py A maneira de calcular a variação percentual foi explicada anteriormente, se você tiver dúvida é só dar uma revisada na elasticidade preço da demanda. Quanto a elasticidade preço cruzada da demanda os bens se classificam em substitutos e complementares. • Se % 0 % ∆ = > ∆ Qxexy Py
Compartilhar