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PREVENÇÃO DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Medidas referentes à fonte de infecção, às vias de transmissão e ao hospedeiro.
Uma doença transmissível (ou infecciosa) é aquela causada pela transmissão de um agente patogênico específico para um hospedeiro suscetível. Agentes infecciosos podem ser transmitidos para humanos:
• diretamente, de outros humanos ou animais infectados,
• indiretamente, através de vetores, partículas aéreas ou outros veículos.
Os vetores são insetos ou animais que carregam o agente infeccioso de pessoa para pessoa. Veículos são objetos ou elementos contaminados (tais como, roupas, talheres, água, leite, alimentos, sangue, plasma, soluções parenterais ou instrumentos cirúrgicos). Doenças contagiosas sã o aquelas que podem ser transmitidas pelo toque, contato direto entre os seres humanos, sem a necessidade de um vetor ou veículo interveniente. A malária é, portanto, uma doença transmissível, mas não contagiosa, enquanto o sarampo e a sífilis são tanto transmissíveis quanto contagiosas. Alguns agentes patogênicos causam doença não apenas através de infecção, mas também através do efeito tóxico de compostos químicos que produzem. Por exemplo, o Staphylococcus aureus é uma bactéria que pode infectar diretamente os seres humanos, mas a intoxicação estafilocóccica é causada pela ingestão de alimentos contaminados com uma toxina que a bactéria produz.
As doenças transmissíveis são uma ameaça à saúde dos indivíduos e têm potencial de ameaçar a segurança das populações. Enquanto os países em desenvolvimento continuam a lutar contra as doenças transmissíveis, as mortes por doenças crônicas estão aumentando rapidamente, especialmente nos centros urbanos. Apesar de os países desenvolvidos terem proporcionalmente menor mortalidade por doenças transmissíveis, eles ainda sofrem com a morbidade elevada por este tipo de doença. Por exemplo, nos países desenvolvidos, as infecções do trato respiratório superior causam mortalidade importante apenas nos grupos etários extremos (crianças e idosos). Entretanto, a morbidade associada é substancial e afeta todos os grupos etários . O uso de métodos epidemiológicos na investigação e controle das doenças transmissíveis ainda é um desafio para os profissionais de saúde. As investigações devem ser feitas rápida e frequentemente com recursos limitados. As consequências de uma investigação de sucesso são recompensadoras, mas a falha em agir efetivamente pode ser perigosa. Na pandemia de AIDS, 25 anos de estudos epidemiológicos ajudaram a caracterizar o agente, o modo de transmissão e os meios efetivos de prevenção. Entretanto, apesar desse conhecimento, em 2006 a estimativa da prevalência global de HIV foi de 38,6 milhões de casos, com 3 milhões de óbitos a cada ano.
Infecções emergentes e reemergentes
Nas últimas décadas do século 20, emergiram ou reemergiram mais de 30% das doenças transmissíveis até então desconhecidas ou que estavam sob controle, isso teve consequências devastadoras.10 Dentre todas, o HIV/AIDS teve o maior impacto. As febres virais hemorrágicas, incluindo: Ebola, Marburg, Crimeia-Congo, febre amarela, febre do oeste do Nilo e dengue. Outras doenças virais problemáticas incluem a poliomielite, a SARA e a influenza A. Também ocorreu uma pequena epidemia da nova variante da doença de Creutzfeldt-Jacob em humanos, após um surto de encefalopatia bovina espongiforme. Entre as doenças bacterianas, antraz, cólera, febre tifoide, praga, doença de Lyme, brucelose e úlcera de Buruli têm sido de difícil controle. Entre as doenças parasitárias, a malária lidera em termos de carga, mas tripanossomíase, leishimaniose e dracunculose também desafiam os esforços de erradicação. Essas ameaças para a saúde da humanidade no século 21 necessitam de uma coordenação internacional para o efetivo controle e resposta. Enquanto algumas doenças emergentes parecem ser genuinamente novas, outras como a febre viral hemorrágica podem ter existido por séculos, apesar de apenas recentemente terem sido reconhecidas em decorrência de mudanças ecológicas ou ambientais que aumentaram o risco de infecções em seres humanos, ou de melhoria na capacidade de detectar tais infecções. Isso é conhecido como viés de aferição e é difícil de ser mensurado. Mudanças no hospedeiro, agente ou condições ambientais são geralmente consideradas como responsáveis por epidemias como as de difteria, sífilis e gonorreia, que aconteceram no início dos anos 1990 nos países do leste europeu recentemente independentes. As pandemias de influenza surgem quando aparece um novo vírus influenza, que infecta os seres humanos e se espalha rapidamente e de forma eficiente. O vírus que recentemente causou preocupação foi a variedade H5NI da influenza A, um dos muitos vírus que normalmente infecta as galinhas e pássaros migratórios. Pandemias severas de influenza em 1918, 1957 e 1968 ocasionaram a morte de dezenas de milhões de pessoas; por exemplo, entre 40 e 50 milhões de pessoas morreram na pandemia de 1918. Com base em projeções da pandemia de 1957, poderiam ocorrer entre 1 e 4 milhões de óbitos em seres humanos se as variantes mutantes do vírus H5NI originassem uma forma transmissível da influenza humana.
Cadeia de infecção
As doenças transmissíveis ocorrem como resultado de uma interação entre:
 • agente infeccioso
• processo de transmissão
• hospedeiro
• ambiente.
O controle dessas doenças pode envolver mudanças em um ou mais desses componentes, os quais são influenciados pelo ambiente. Essas doenças podem ter um grande número de efeitos, variando de uma infecção silenciosa – com sinal ou sintoma – até doença severa ou morte. A principal contribuição da epidemiologia nas doenças transmissíveis é esclarecer o processo de infecção a fim de desenvolver, implementar e avaliar medidas de controle. O conhecimento de cada fator em uma cadeia de infecção pode ser necessário antes de que uma intervenção efetiva possa acontecer. Entretanto, isso nem sempre é necessário. Pode ser possível controlar uma doença somente com um limitado conhecimento de sua cadeia específica de infecção. Por exemplo, melhoramentos no suprimento de água em Londres por volta de 1850 preveniram novas epidemias de cólera décadas antes da identificação do agente responsável. Somente o conhecimento também não é suficiente para prevenir epidemias. O cólera permanece como uma importante causa de doen- ça e morte em muitas partes do mundo. O agente infeccioso Um grande número de micro-organismos causa doenças em humanos. Infecção é a entrada e o desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no hospedeiro. Infecção não equivale a doença, pois algumas infecções não produzem doença clínica. As características específicas de cada agente são importantes para determinar a natureza da infecção, que é determinada por fatores tais como:
• Patogenicidade do agente: é a capacidade de produzir uma doença; é medida dividindo-se o número de pessoas que desenvolveram a doença clínica pelo número de pessoas expostas à infecção.
• Virulência: uma medida de gravidade da doença, pode variar de muito baixa a muito alta. Uma vez que um vírus tenha sido atenuado e seja de baixa virulência, pode ser usado para imunização, como ocorre com o vírus da poliomielite.
• Dose infectiva: é a quantidade requerida para causar infecção em um indivíduo suscetível.
• Reservatório de um agente: é o seu habitat natural e pode incluir humanos, animais e fontes ambientais.
• Fonte de infecção: é a pessoa ou objeto de onde o hospedeiro adquire a doença. O conhecimento tanto do reservatório quanto da fonte é necessário para o desenvolvimento de medidas efetivas de controle. Uma importante fonte de infecção pode ser o portador – uma pessoa infectada que não mostra qualquer evidência de doença clínica. A duração do estado de portador varia entre diferentes agentes. Os portadores podem ser assintomáticos durante todo o período de infecção, ou o estado de portador pode ser limitado a uma fase da doença. Os portadores desempenham um importante papel na disseminação globaldo vírus da imunodeficiência humana em decorrência da transmissão sexual durante os longos períodos assintomáticos. O processo de transmissão O segundo elo na cadeia de infecção é a transmissão ou difusão do agente infeccioso para o ambiente ou para outra pessoa.
A transmissão pode ser direta ou indireta.
Transmissão direta - A transmissão direta é a transferência imediata do agente infeccioso de um hospedeiro ou reservatório para uma porta de entrada através da qual a infecção poderá ocorrer. Esta pode ser pelo contato direto através do toque, beijo, relação sexual ou pela disseminação de gotículas ao tossir ou espirrar. A transfusão de sangue e a infecção transplacentária da mãe para o feto são outras importantes formas de transmissão direta.
Transmissão indireta - A transmissão indireta pode ser através de veículo, vetor ou aérea. A transmissão por veículos ocorre através de materiais contaminados tais como alimentos, vestimentas, roupas de cama e utensílios de cozinha. A transmissão por vetor ocorre quando o agente é carregado por um inseto ou animal (o vetor) para um hospedeiro suscetível; o agente pode ou não se multiplicar no vetor. A transmissão aérea de longa distância ocorre quando há disseminação de pequenas gotículas para uma porta de entrada, usualmente o trato respiratório. As partículas de poeira também facilitam a transmissão aérea, por exemplo, através de esporos de fungos.
A distinção entre os tipos de transmissão é importante quando são escolhidos os métodos de controle de doenças. A transmissão direta pode ser interrompida pela prevenção do contato com a fonte, enquanto a transmissão indireta requer abordagens diferentes, tais como, o fornecimento de mosquiteiros, ventilação adequada, armazenamento de alimentos sob refrigeração e fornecimento de agulhas e seringas descartáveis.
O hospedeiro - O hospedeiro é o terceiro elo na cadeia de infecção e é definido como uma pessoa ou animal que proporciona um local adequado para que um agente infeccioso cresça e se multiplique em condições naturais. O ponto de entrada no hospedeiro varia de acordo com o agente e inclui pele, mucosa, e tratos respiratório e gastrointestinal. A reação do hospedeiro à infecção é extremamente variável, sendo determinada pela sua interação com o agente e o modo de transmissão. A reação varia desde a infecção inaparente (sem sinais e sintomas visíveis) até as formas clínicas severas, com todas as variações possíveis entre esses extremos.
O período de incubação – tempo decorrido entre a entrada do agente infeccioso e o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas da doença – varia de poucas horas (intoxicação alimentar por estafilococos) até muitos anos (AIDS). O grau de resistência do hospedeiro é um importante determinante do desfecho de uma infecção. A resistência é normalmente adquirida através de exposições prévias ou pela imunização contra o agente. A imunização (vacinação) é a proteção dos indivíduos suscetíveis a doenças transmissíveis através da administração de vacinas, que podem ser:
 • um agente infeccioso vivo modificado (como no sarampo);
• uma suspensão de organismos mortos (como na coqueluche);
 • uma toxina inativada (como no tétano);
 • um polissacarídeo bacteriano.
Para algumas doenças (tais como, raiva, difteria, varicela-zóster e hepatite B), os anticorpos formados como parte da resposta imune natural aos patógenos podem ser coletados através da doação de sangue e aplicados como uma forma de profilaxia pós-exposição em pessoas que não tenham sido adequadamente imunizadas. Isso é chamado de imunização passiva e é feito em uma escala menor do que a imunização ativa em virtude dos seus riscos, indicações e custo. A transmissão passiva de anticorpos através da placenta pode também proteger o feto contra infecções. Ambiente O ambiente desempenha um papel importante no desenvolvimento das doenças transmissíveis. Condições sanitárias, temperatura, poluição aérea e qualidade da água estão entre os fatores que podem influenciar os estágios na cadeia de infecção. Além disso, fatores socioeconômicos, tais como, densidade populacional, aglo
meração e pobreza, são de grande importância.

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