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A TEORIA DOS GRAFOS A solução proposta por Euler Após jogar O Labirinto de Konigsberg, você deve ter notado que é impossível atravessar todas as pontes do Rio Prega sem passar duas vezes pela mesma ponte, retornando ao ponto de partida. Euler percebeu isso e, além de provar que era impossível, tornou o problema das pontes de Konigsberg também um marco na Teoria dos Grafos. Vamos entender um pouco mais sobre ela? Afinal, o que é um grafo? Grafos são definidos como estruturas matemáticas que permitem codificar a relação entre pares de objetos, na qual os objetos são chamados de vértices e as relações são as arestas. No enigma de Konigsberg, os vértices são as ilhas e as margens, enquanto as arestas são as pontes. As pontes de Konigsberg e sua representação em grafo. Para que um grafo fique bem definido, temos, então, que ter dois conjuntos: • O conjunto V, dos vértices. • O conjunto A, das arestas. São exemplos de grafos: Exemplos de grafos. Quem contribuiu notoriamente com a definição dos grafos foi Leonhard Euler (1707-1783), grande matemático suíço e autor do primeiro artigo sobre o tema. O texto de Euler surgiu a partir da análise de um complexo famoso da cidade de Konigsberg. Por volta do século XVI, esse complexo era formado por duas ilhas que continham sete pontes. As pessoas que por ali passeavam se questionavam se seria possível caminhar pelo complexo sem a necessidade de repetir as pontes. Foi então que Euler desenhou o primeiro grafo. Após a análise do desenho, ele percebeu que seria impossível fazer o passeio sem repetir alguma ponte; assim, o grafo não seria atravessável. Estudando o caso, Euler elaborou algumas regras que explicam porque https://apps.univesp.br/labirinto-de-konigsberg/ o passeio é impossível. Para entendê-las, é preciso compreender alguns conceitos. Veja a seguir: Vértices adjacentes e aresta incidente: quando existe uma aresta ligando dois vértices, dizemos que os vértices são adjacentes e que a aresta é incidente aos vértices. Grau do vértice: o número de arestas que incidem sobre o vértice v é chamado grau do vértice v, simbolizado por d(v). Grau do vértice a: d(a) = 3 Grau do vértice b: d(b) = 3 Grau do vértice c: d(c) = 3 Grau do vértice d: d(d) = 5 Grafos conexos e desconexos: dizemos que um grafo é conexo se qualquer par de pontos é ligado por ao menos um caminho. Exemplo de grafo conexo. Se há pelo menos um par de vértices que não está ligado a nenhuma cadeia (caminho), o grafo é considerado desconexo. Exemplo de grafo desconexo. Analisando o grafo do problema de Konigsberg Considerando o grafo formado pelas pontes de Konigsberg, Euler demonstrou que o fato de os graus dos vértices serem ímpares influencia decididamente na impossibilidade do passeio. A partir dessa análise, o matemático formula o seguinte teorema: Um grafo conexo G é dito atravessável se, e somente se, todos os seus vértices têm grau par. Note que, no caso do enigma, os vértices (margens e ilhas) estão conectados por números ímpares de arestas (pontes). Por isso, ao retirar a ponte do meio, o passeio se torna possível: os graus tornam-se pares, conforme preconiza o teorema. Veja: Observe o grafo representado na própria página inicial do Facebook! Outro exemplo - não vinculado às tecnologias - foi o uso dos grafos pelo matemático britânico Arthur Cayley (1821-1895), que utilizou a ideia para a enumeração dos isômeros de hidrocarbonetos alifáticos saturados, em química orgânica. Os grafos também são reconhecíveis na representação das cadeias carbônicas. Observe que, na figura da esquerda, todos os vértices são de grau ímpar; ao retirar uma aresta (ponte), todos passam a ter grau par. A relevância do estudo dos grafos Somente por volta do século XIX o estudo dos grafos teve maior atenção. O desenvolvimento da tecnologia, em especial, foi o grande responsável para a evolução da Teoria dos Grafos. Surgiram, também, importantes aplicações em química e engenharia. Uma possibilidade de utilização dos grafos é a representação de relações pessoais, simbolizando as pessoas por vértices e a ligação entre elas por arestas - é o que acontece nas redes sociais. As conexões do Facebook, por exemplo, e a maneira como as sugestões de amizade surgem podem ser facilmente representadas por um grafo. Usando-o, a plataforma consegue descobrir qual sugestão está mais conectada às pessoas que já fazem parte da sua rede de amizade e, assim, potencializar as chances de você aceitar essa sugestão, aumentando cada vez mais as arestas/conexões. Além disso, uma das clássicas utilizações dos grafos está em descobrir o menor trajeto de um ponto para o outro, utilizando as arestas como ruas ou trilhos, por exemplo, e os cruzamentos como os vértices. Dessa forma, através da observação do grafo desenhado, surge a possibilidade de redefinir malhas viárias, desenvolver rotas mais rápidas etc. No mapa do metrô de São Paulo, podemos identificar grafos desconexos. Os grafos podem também auxiliar na criação de uma estratégia de controle de epidemias e vacinação. Nesse caso, usamos os vértices como os locais onde os casos foram notificados primeiramente, e as arestas representando a mobilidade urbana. Assim, retrata-se a circulação das pessoas infectadas, permitindo o controle da doença e indicando quais locais devem ser tratados primeiro. Com tudo isso, podemos concluir que os grafos são muito úteis na busca de soluções para nossos problemas cotidianos em diversas áreas - daí a relevância de compreendê-los e estudá-los! Para saber mais a respeito desta teoria, acesse este link do Portal do Saber. https://portaldosaber.obmep.org.br/index.php/modulo/ver?modulo=84
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