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Fichamento - Estado e Partidos Políticos no Brasil (1930-64)

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Fichamento Política Brasileira e Comparada- Estado e Partidos Políticos no Brasil (1930-64) - SOUZA, Maria do Carmo Campello - Caps 4,5 e 6
Cap. IV - OS MECANISMOS DA CENTRALIZAÇÃO
1) Introdução-
década de 30: centralização autoritária; deslegitimação dos partidos políticos e dos mecanismos eleitorais. efeitos perduraram após Estado Novo, na redemocratização e na década de 50.
sistema partidário condicionado por ideologia e centralização prévia -pela existência entre 30 e 45 de aparato burocrático estatal de peso. este aparato ocupava espaço organizacional e decisório - excluindo partidos (existentes ou futuros)
PROBLEMA: estrutura estatal desenvolvida exclui hipótese de evolução partidária?
TODO processo de centralização (aparatos técnico-burocráticos sobre a economia, fortalecimento militar) exclui constituição de sistema de grandes org. partidárias? R: No Brasil, isso teve efeito
p/ maria, centralização nao trata de corte abrupto (após rev. de 30 e anulação da const de 34) defendido pelos ideológos do estado novo: teriam eliminado mecanismos carcomidos da rep. velha.
Para ela, estudo da centralização- e de seus MECANISMOS CONCRETOS - serve para visualizar progressiva ocupação do espaço ORGANIZACIONAL e DECISÓRIO por agências burocrático-estatais. maior parte dos estudos nao faz essa análise - ou por serem periodizações históricas, ou pelo desejo de destacar progressismo de GV. exceções: sindicalismo; comex; siderurgia, petróleo.
intenção autora: mostrar q processo de unificação político-administrativa (ñ completo em 7 anos de ditadua) foi gradual, através de mec. jurídicos-institucionais e políticos complexos. intenção: viabilizar controle do poder central sobre esferas estratégias da economia. - controle a distância das est. políticas regionais existentes (subordinando-as, absorvendo-as ou circunscrevendo o âmbito de atuação. Isso já vinha de antes de 30 - maior marco foi a reforma const de 26.
desmantelamento da velha ordem: ñ passou de modernização conservadora / sem alterações radicais na est. soc/eco com encaixe no sistema político de novos grupos/interesses. DADOS características sociais do golpe de 30 e o quadro de polarização (entre-guerras) a implatação do ESTADO FORTE no BR não significou marginalização dos interesses econonômicos preexistentes, mas sim redefinição dos canais de acesso e influencia para articulação de interesses (velhos e novos) com o poder central.
emergeñcia de movimentos mobilizantes à direita e esquerda intensificou a o autoritarismo, conduzindo ao ESTADO NOVO. sistema elitisita como a velha rep. Modus operandi diverso: autonomia estadual e política dos governadores X unificação, intervenção nos estados com extensa rede de órgãos estatais e suspensão dos partidos.
FORMATO: sistema de interventorias acoplados a órgãos subordinados ao DASP (Departamento Adm. do Serviço Público) sujeitos ao presidente. Papel do DASP decisivo ñ é a reforma da adm. pública, m as sua montagem da estrutura de poder burocático: CINTO DE TRANSMISSÃO ENTRE EXEC. FEDERAL E POLÍTICA ESTADUAL.
ALÉM do DASP e interventorias: órgãos técnico-econômicos chamados de institutos, autarquias, e grupos técnicos. Estes grupos têm caráter funcional: matérias específicas e ramos da economia.
Outro nível: crescimento da máquina do governo: novos ministérios (destaque p/ o do Trabalho, Indústria e Comércio) e Forças Armadas.
FUNÇÃO DO CAPÍTULO: mostrar papel de a) interventorias, b) entidades criadas, c) exército.
2) As interventorias
esfera estratégica: sistema interventoria/daspinhos interligando olig estaduais, ministérios e presidência. essência: noemação de interventores não fortemente relacionados com governos estaduais (marginais)
são paulo e rs: rodízio
ñ interferiu nos pilares econômicos da política estadual -nem tinha esse intuito. enfraquecia antigas situações (interventor independente da elite estadual). minímo necessário e máximo possível de mudança: combate à descentralização anterior, novo modo de articulação política, garantindo autonomia p/ poder federal efetivar medidas econômicas urgentes e de grande envergadura. discurso de getulio: prestação de conta ao povo, não a classes ou partidos.
INTERVENTORIAS: meio do caminho entre identidade e independência face grupos estaduais. Elemento NOVO: implantado como sistema nacionalmente; instrumento de controle e cunha do poder central em cada estado.
Não surgiu do dia para a noite, mas pré-revolução, segunda metade da década de 20 - pedidos de interferência pelos Estados devido a concorrências inter-regionais. Exemplos: inst. do Café. MG, ES e RJ x SP; pecuária gaúcha x MG; Açúcar NE x SP
Crises estaduais foram embrião do tenentismo. Dificuldades $$$ levaram arthur bernardes a promover reforma constitucional que reforçava poder executivo federal. 7
Mas após 30 as tensões centro (apoiados pelo tenentismo)/estados se fortalecem. ela traça uma separação importante entre estados fracos e fortes. Nos fortes, como SP e MG, há mais dificulda do gov. federal impor controle via interventorias. Estados grandes brigam pela reconstiucionalização, há contra-ataque, substituição de interventores - boa parte militar. INTERVENTORIAS chamadas pela autora de “pequenas ditaduras, minúsculos regimes de exceção dentro do período de exceção. págs 92-94: resumo das ações e rodízios nas interventorias. bloco N-NE tensa se fortalecer em contraposição ao Sul. -proposta de igualar as representações estaduais, que não foi aceita.
porém, houve meio termo: Inclusão de representação classista, que contrabalançava peso dos grandes estados, principalmente SP e RS. 
CONCLUSÃO DA SEÇÃO: interventores são cruciais na relação centro-estados - crucial no quadro almejado pelos revolucionários. era um papel difícil, pois sujeito ao centro e dos poderosos nos estados. Ação mais eficaz nos estados menos importantes. Nos grandes - que além da força economica, cultural, e da representividade, eram detentores de milícias apreciáveis. 
Interventorias não se tornaram modelos hierárquicos. O interventor-instrumento de controle- precisava também ser controlado. Procuraram-se duas soluções: rodízio em interventorias (evitar encastelamento político do int.) e criação de órgãos paralelos de centralização administrativa (DASP/daspinhos)
 
3) O Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP)
criado em 38: departamento adm. geral. Objetivo: realizar estudo global do sist. administrativo do país a fim de instituir mudanças em relação à economia e eficiência. Preparava e controlava o orçamento.
Lawrence Graham
teoria: organização técnica. os órgãos ministeriais se sujeitariam ao dasp em em relação a assuntos técnicos apenas. assuntos de adm. respeitariam a hierarquia usual.
prática: controle central do sistema administrativo. além da técnica. super-ministérios
daspinhos (nos estados): como legislativo estadual e como supervisor do interventor e min. da justiça. prefeitos submetiam-se ao interventor e ao presidente do daspinho. Também encaminhava apelo contra os interventores. daspinho sancionava decretos e leis do interventor. presidente do daspinho usualmente mais poderoso que o interventor.
1937, após um período de política regionalista entre 34-37: estados relegados a divisões admnistrativas subordinada a interventores federais e hierarquia de agências burocráticas. grandes decisões economicas passaram totalmente p os gov. federal. 
4) Os institutos, autarquias e grupos técnicos
fortalecimento do governo em seu núcleo central: máquina de governo e agências decisórias ao nível federal. 
órgãos criados para a coordenação setorial de políticas ligadas a produtos de exportação. - junto com Conselho de Comércio Exterior. 
4 grupos de órgãos (nominalmente dirigidos pelo Presidente; na prática pelos ministérios)
a) equilíbrio de consumo e produção de setores agrícolas e extrativos, ou reger import/exportação. - Pinho, Sal, Açúcar, Álcool, Café
b) incentivo à indústria privada- Comissão de Similares (34), Cons. Nac. de Política Industrial e Comercial (43)
c) implantação,ampliação ou remodelação de serviços básicos de infra-estrutura para industrialização. - Vale do Rio Doce (42), Conselho de Águas e Energia (39), Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional (40), Comissão de Combustíveis e lubs (42), Ferrovias (41), Gazogênio (39)
d) ingresso direto em atividades produtivas - Empresa mista no setor siderúrgico e depois estatal
apesar da centralização houve divergência sobre o escopo apropriado de participação estatal.
Eram agências coordenadores e centralizadoras do governo para campos de ação específicos, papel, poderes, e composições variados
Destacam-se Conselhos Técnicos: CTEF (econ. e finanças) e CFCE (comex) - embrião de um Min. do Planejamento. Baseava criação de órgãos.
5) O papel das Forças Armadas
Expansão e fortalecimento das FFAA foram mecanismo decisivo de descentralização. Não foi instrumento getulista. independente.
Quebrou autonomia das milícias estaduais.
Exército colaborou de duas maneiras com Getúlio: 1) avalista final da estrutura binomial interventores-burocracia, e de todo o arranjo político de controle dos estados. árbitro político - equivalente ao poder moderador do Império e dos grandes estados. 2) policy-makers através de quadros técnicos, notadamente nas decisões e planos sobre desenvolvimento industrial, como siderurgia e petróleo.
após rev. de 30: dividiu-se nos estados. poderia perpetuar divisão anterior. tenentismo interveio nisso, impedindo uma simples troca de oligarquias
6) Conclusão
xxxxx
Cap. V - DO ESTADO NOVO AO REGIME DE 1946
1) Introdução
2) A conjuntura
3) A “Lei Agamenon” 
4) A representação eleitoral na constituição de 1946
5) Conclusão
Cap. VI - O MECANISMO EM MARCHA
1) Introdução
finalidade: iniciar sistematização e avaliação crítica dos diagnósticos da crise do regime de 45-64 
2) Principais teses sobre a crise institucional
3) Declínio dos partidos ‘conservadores” e passagem da concentração à dispersão eleitoral
4) Aumento da proporção de eleitos por alianças e coligações
5) Aumento da proporção de votos brancos e nulos nas eleições parlamentares
6) Conclusões

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