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simulado bernoulli dia 1

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PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
1 Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a 
Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira:
a. as questões de número 01 a 45 são relativas à área de Linguagens, 
Códigos e suas Tecnologias;
b. Proposta de Redação;
c. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências 
Humanas e suas Tecnologias.
2 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões 
e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o 
caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, 
comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3 Escreva e assine seu nome nos espaços próprios do CARTÃO-RESPOSTA com 
caneta esferográfica de tinta preta.
4 Não dobre, não amasse nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA, pois ele não poderá 
ser substituído.
5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções identificadas 
com as letras , , , e . Apenas uma responde corretamente 
à questão.
6 Marque no CARTÃO-RESPOSTA a opção de língua estrangeira.
7 Use o código presente nesta capa para preencher o campo correspondente no 
CARTÃO-RESPOSTA.
8 Com seu RA (Registro Acadêmico), preencha o campo correspondente ao 
código do aluno. Se o seu RA não apresentar 7 dígitos, preencha os primeiros 
espaços e deixe os demais em branco.
9 No CARTÃO-RESPOSTA, preencha todo o espaço destinado à opção escolhida 
para a resposta. A marcação em mais de uma opção anula a questão, mesmo 
que uma das respostas esteja correta.
10 O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
11 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. 
Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não 
serão considerados na avaliação.
12 Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
13 Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este 
CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA / FOLHA DE REDAÇÃO.
14 Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do 
início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em 
definitivo a sala de provas nos últimos 30 minutos que antecedem o término 
das provas.
15 Você será excluído do Exame, a qualquer tempo, no caso de:
a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata;
b. agir com incorreção ou descortesia para com qualquer participante 
ou pessoa envolvida no processo de aplicação das provas;
c. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das 
provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização 
do Exame;
d. se comunicar, durante as provas, com outro participante verbalmente, 
por escrito ou por qualquer outra forma;
e. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação 
durante a realização do Exame;
f. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou 
de terceiros, em qualquer etapa do Exame;
g. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame;
h. se ausentar da sala de provas levando consigo o CADERNO DE 
QUESTÕES antes do prazo estabelecido e / ou o CARTÃO-RESPOSTA 
a qualquer tempo.
leia atentamente as instruções seguintes
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
*de acordo com o horário de Brasília
2020
Simulado 3 – Prova I
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
We were anxious to begin our life as people who had 
no people. And it was easy to find an apartment because we 
had no standards; we were just amazed that it was our door, 
our rotting carpet, our cockroach infestation. We decorated 
with paper streamers and Chinese lanterns and we shared 
the ancient bed that came with the studio. 
We were excited about getting jobs; we hardly went 
anywhere without filling out an application. But once we were 
hired – as furniture sanders – we could not believe this was 
really what people did all day. Everything we had thought 
of as The World was actually the result of someone’s job. 
Each line on the sidewalk, each saltine. Everyone had rotting 
carpet and a door to pay for. Aghast, we quit. There had to 
be a more dignified way to live. We needed time to consider 
ourselves, to come up with a theory about who we were and 
set it to music.
JULY, M. No one belongs here more than you. 
Nova Iorque: Scribner, 2008. [Fragmento] 
A autora estadunidense Miranda July descreve, nesse trecho, 
a transição da juventude para a vida adulta. Ao longo desse 
processo, as personagens do texto demonstram
A. 	 decepção com a dura realidade do mundo do trabalho.
B. 	 dificuldade para alugar um apartamento em boas 
condições.
C. 	 desejo de recuperar os confortos que tinham no 
passado.
D. 	 entusiasmo por terem conquistado a independência 
financeira.
E. 	 ansiedade para encontrar um emprego bem 
remunerado.
QUESTÃO 02 
China issues warning over Hong Kong after election 
blow
China’s government has responded to a stunning 
landslide victory for pro-democracy candidates in the Hong 
Kong elections by emphasising that the city will always 
be ruled from Beijing, and warning against further protest 
violence.
The foreign minister, Wang Yi, warned against “attempts 
to disrupt Hong Kong”, as a few hundred people took to the 
streets again in support of protesters holed up in a university 
that has been under siege by police for over a week.
“No matter how the situation in Hong Kong changes, 
it is very clear that Hong Kong is a part of Chinese territory,” 
he told reporters on the sidelines of the G20 meeting in Tokyo. 
“Any attempts to disrupt Hong Kong or undermine its stability 
and prosperity will not succeed.”
The election results pose a dilemma for Beijing, and Hong 
Kong’s chief executive, Carrie Lam. Hand-picked to rule by 
party leaders, Lam always insists she rules independently, but 
is widely accepted to have coordinated her hardline response 
to protesters with China’s top leadership.
Disponível em: <https://www.theguardian.com>. 
Acesso em: 27 dez. 2019.
Hong Kong é um território pertencente à China, mas 
que possui alto grau de autonomia política. A vitória dos 
candidatos pró-democracia nas últimas eleições na região 
provocou
A. 	 discussões acaloradas sobre a legitimidade das 
votações.
B. 	 protestos violentos dos cidadãos locais exigindo a 
independência da ilha.
C. 	 demissões no alto escalão do governo local, incluindo 
da chefe do Executivo.
D. 	 reações fortes do governo chinês em represália a 
tentativas de independência.
E. 	 manifestações contra tentativas de minar a estabilidade 
no território chinês.
QUESTÃO 03 
Can palm oil demand be met without ruining 
rainforests?
The use of palm oil in food products has doubled 
worldwide in the past 15 years. About half of all items 
in a supermarket are now likely to contain it, and global 
consumption could climb to more than 100 million tons 
per year by 2025, 50% more than in 2016, according to 
researcher Gro Intelligence. To meet the demand, critics say, 
some growers in Indonesia and Malaysia, which together 
account for 85% of global production, use “slash-and-burn” 
land clearance techniques that routinely blanket parts of 
Southeast Asia with stinging smoke. In 2015, forest fires in 
Indonesia alone pumped out more greenhouse gases per day 
than all sources in the US. The fires not only spew carbon 
dioxide into the atmosphere but also destroy significant 
carbon-absorbing forests and ground cover.
RAGHU, A. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com>. 
Acesso em: 14 dez. 2019. [Fragmento]
O texto aborda a produção do óleo de palma no Sudeste 
Asiático. O uso da expressão “meet the demand” refere-se
A. 	 à urgência em conscientizar a indústria sobre os riscos 
ao meio ambiente.
B. 	 ao aumento da emissão de gases do efeito estufa na 
produção do óleo.
C. 	 à expansão da área de cultivo da palmapara outras 
regiões da Ásia.
D. 	 à tentativa dos produtores de atender à procura pelo 
produto.
E. 	 às técnicas danosas usadas pelos agricultores nas 
plantações.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 04 
Disponível em: <http://bizarro.com/wp-content/uploads/2017/01/Bizarro-01-22-17-WEBa.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017.
Os cartuns, não raramente, recorrem à hipérbole para alcançar o efeito de humor. No cartum anterior, essa estratégia pode 
ser notada no(a)
A. 	 feição perplexa da babá diante das orientações da mãe.
B. 	 contraste entre a prolixidade da mãe e o silêncio do pai.
C. 	 tranquilidade das crianças, apesar do que diz a mãe.
D. 	 quantidade de instruções dadas pela mãe à babá.
E. 	 tipo de orientações que a mulher dá à babá.
QUESTÃO 05 
5 ways to prevent hearing loss while using headphones
You know that listening to loud music can damage your ears, but just how loud can you crank up the volume on your 
AirPods before increasing your risk of hearing loss? Noise-induced hearing loss has always been a risk of certain professions, 
such as construction and military. Now, more and more young people are showing signs of noise-induced hearing loss, 
and nearly one in four US adults is affected. Many people experience hearing loss caused by repeated exposure to loud 
noises. And now, aside from noisy occupations, concerts and sporting events, public health officials are concerned about 
one other big culprit: headphones. You can still listen to music through your beloved headphones but take some precautions 
to preserve your hearing.
I. Turn down the volume;
II. Use noise-canceling headphones;
III. Wear actual headphones, not earbuds;
IV. Take listening breaks;
V. Set a volume limit.
Still uncertain? According to the National Institutes of Health (NIH), the best rule of thumb is to “avoid noises that are too 
loud, too close, or last too long.”
Disponível em: <https://www.cnet.com>. Acesso em: 08 jan. 2020. [Fragmento]
Além de indicar formas de prevenir a perda auditiva, o texto informa o leitor sobre o fato de que a perda induzida por ruído
A. 	 resulta da exposição prolongada a sons muito altos e muito próximos.
B. 	 afeta cerca de um quinto da população adulta dos Estados Unidos.
C. 	 atinge cada vez mais profissionais que atuam em ambientes barulhentos.
D. 	 pode ser evitada com o uso de fones introduzidos diretamente nos ouvidos.
E. 	 decorre do tipo de fone usado independentemente do tempo de exposição ao ruído.
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
EL ROTO. Disponível em: <http://elpais.com>. 
Acesso em: 03 fev. 2017.
Para construir o cartum, publicado no jornal espanhol El País, 
El Roto utilizou-se da primeira pessoa do plural na fala do 
personagem. Esse recurso linguístico foi empregado para 
A. 	 ironizar o discurso da classe política.
B. 	 denunciar a corrupção em seu país.
C. 	 criticar o despreparo dos políticos. 
D. 	 demonstrar rechaço pela classe política.
E. 	 sugerir a desonestidade dos poderosos.
QUESTÃO 02 
WhatsApp estrena videollamadas grupales
WhatsApp anunció hace unos meses que quería lanzar 
videollamadas en grupo, y ayer confirmó que esta posibilidad 
ya está lista para los usuarios de la app en iPhone y Android.
Los usuarios pueden ya realizar una llamada o 
videollamada grupal con hasta cuatro personas en total, 
“en cualquier momento y lugar”, señala la compañía en un 
comunicado. Simplemente, deben empezar una llamada o 
videollamada con uno de sus contactos, y después presionar 
el botón para “añadir participantes” en la esquina superior 
derecha y así añadir más contactos a la llamada.
“Las llamadas grupales están siempre cifradas de 
extremo a extremo, y han sido diseñadas para funcionar 
adecuadamente alrededor del mundo bajo distintas 
condiciones de conexión a Internet”, señala la compañía.
Disponível em: <https://elpais.com>. 
Acesso em: 03 out. 2018. [Fragmento]
Segundo a notícia, para realizar uma videochamada grupal 
por WhatsApp, o usuário deve
A. 	 criptografar a mensagem de ponta a ponta.
B. 	 formar um grupo composto por quatro pessoas.
C. 	 assinalar os contatos que não irão fazer parte do grupo.
D. 	 ligar para um contato e adicionar os demais 
participantes.
E. 	 confirmar os contatos previamente no canto direito da 
tela.
QUESTÃO 03 
La familia burguesa
Época: Vida cotidiana 
Inicio: Año 1870
Fin: Año 1914
En la familia decimonónica persisten los valores 
patrimoniales, siendo el padre el eje sobre el que pivota el 
sistema patrilineal de la transmisión de bienes. La herencia 
se considera como un derecho consuetudinario y tradicional, 
sancionado por la ley y los códigos civiles. Como marido, 
el padre es también el administrador único de los bienes 
familiares. 
La familia es, para la sociedad burguesa, la célula 
básica sobre la que se sustenta no sólo el sistema social 
sino también el económico y el político. Si durante el Antiguo 
Régimen muchas personas podían estar adscritas a señoríos 
nobiliarios o eclesiásticos, o veían en el rey a una figura a la 
que guardar fidelidad por encima de todas las cosas, ahora, 
con el encumbramiento de conceptos como nacionalidad o 
ciudadanía, los individuos han de aprender nuevos códigos 
de comportamiento, nuevas formas de pensar, nuevos valores 
y estructuras. Para este menester, la familia, así como la 
escuela, se manifiestan como el caldo de cultivo ideal. 
Disponível em: <http://www.artehistoria.com>. 
Acesso em: 07 mar. 2017. [Fragmento] 
Tanto a concepção quanto a organização da família vêm, 
ao longo da história, sofrendo modificações. De acordo com 
o texto, a família classificada como burguesa
A. 	 proibia os valores patrimoniais, sendo as mães as 
responsáveis por garantir que filhos e filhas tivessem 
igual acesso à herança.
B. 	 era considerada a célula básica do sistema social, 
pois sua estrutura se assemelhava a uma organização 
eclesiástica. 
C. 	 lutava pela garantia e implementação do direito 
consuetudinário, pleiteando a sua entrada em vigor nos 
códigos civis. 
D. 	 tinha como uma das suas funções cultivar os códigos 
de conduta, valores e tradições vigentes após o Antigo 
Regime. 
E. 	 propagava valores tradicionais como nacionalidade e 
cidadania, perpetuando a organização social do Antigo 
Regime.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 04 
El lago Titicaca
Hace mucho tiempo, el lago Titicaca era un valle fértil poblado de hombres que vivían felices y tranquilos. 
Nada les faltaba; la tierra era rica y les procuraba todo lo que necesitaban. Sobre esta tierra no se conocía ni la muerte, 
ni el odio, ni la ambición. Los Apus, los dioses de las montañas, protegían a los seres humanos.
No les prohibieron más que una sola cosa: nadie debía subir a la cima de las montañas donde ardía el Fuego Sagrado. 
Durante largo tiempo, los hombres no pensaron en infringir esta orden de los dioses. Pero el diablo, espíritu maligno 
condenado a vivir en la oscuridad, no soportaba ver a los hombres vivir tan tranquilamente en el valle. Él se ingenió para 
dividir a los hombres sembrando la discordia.
Les pidió probar su coraje yendo a buscar el Fuego Sagrado a la cima de las montañas.
Entonces un buen día, al alba, los hombres comenzaron a escalar la cima de las montañas, pero a medio camino fueron 
sorprendidos por los Apus. 
Éstos comprendieron que los hombres habían desobedecido y decidieron exterminarlos. Miles de pumas salieron de las 
cavernas y se devoraron a los hombres que suplicaban al diablo por ayuda. Pero éste permanecía insensible a sus súplicas.
Viendo eso, Inti, el dios del Sol, se puso a llorar. Sus lágrimas eran tan abundantes que en cuarenta días inundaron el valle.
Un hombre y una mujer solamente llegaron a salvarse sobre una barca de junco.
Cuando el Sol brillóde nuevo, el hombre y la mujer no creían a sus ojos: bajo el cielo azul y puro, estaban en medio de 
un lago inmenso. En medio de esas aguas flotaban los pumas que estaban ahogados y transformados en estatuas de piedra.
Llamaron entonces al lago Titicaca, el lago de los pumas de piedra.
Disponível em: <http://www.americas-fr.com>. Acesso em: 19 fev. 2019.
A narrativa anterior, acerca do lago Titicaca, caracteriza-se como um(a)
A. 	 fábula infantil com intenção moralizante. 
B. 	 documento religioso que explica a origem da vida. 
C. 	 manuscrito histórico sobre a exploração do lago peruano. 
D. 	 conto poético que ilustra a procedência dos povos indígenas.
E. 	 relato mítico a respeito da criação de um elemento natural. 
QUESTÃO 05 
Chicos en las redes o cómo huir de los adultos
Perfiles paralelos, lenguaje en código, identidades falsas: en Internet los adolescentes construyen un mundo propio 
y alejado de la mirada adulta.
Daniela Lepiscope no entendía por qué cuando entraba al perfil que Valentina tiene en Instagram le aparecían en la 
pantalla comentarios y fotos que ella no reconocía como de su hija. “Es que le presté mi usuario a Paz y ella me prestó 
el suyo. Lo hicimos porque yo bardeo mejor”, fue la respuesta casi crítica de la adolescente de 12 años. “¿Bardeo mejor? 
Te dije que por las redes no quiero que insultes porque queda horrible”, le recordó Daniela. “Ay, má, bardear no es insultar. 
Es responder de forma sagaz”, retrucó.
Además de prestarles su usuario a las amigas, donde adoptan la identidad – al menos virtual – de la otra, Valentina también 
le contó a su mamá que inventa perfiles de gente que no existe para llamar la atención de unos chicos que juegan al rugby 
y que cambia la contraseña de acceso a su perfil de Instagram y Snapchat casi a diario. Daniela la escucha con atención y trata 
de comprender un poco más acerca de ese universo que habita su hija en Internet y del que ella está prácticamente excluida. 
Disponível em: <http://www.elpais.com.uy>. Acesso em: 02 mar. 2017. [Fragmento]
O texto evidencia o quão particular se tornou o universo dos jovens e adolescentes após o advento da Internet. Ao usar 
a estrutura “Ay, má, bardear no es insultar. Es responder de forma sagaz”, a filha mostra-se
A. 	 impaciente com a falta de conhecimento da mãe.
B. 	 irônica perante o desejo da mãe de criar um perfil. 
C. 	 compreensiva com o interesse exposto pela mãe. 
D. 	 surpresa com as limitações apresentadas pela mãe.
E. 	 orgulhosa por saber mais sobre a Internet que sua mãe.
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
Disponível em: <http://ninumikingdom.blogspot.com/>. 
Acesso em: 25 jan. 2012.
Nessa charge, retoma-se o esquema da evolução de Darwin 
com o intuito de criticar certos padrões de comportamento 
contemporâneos. Considerando a última etapa de evolução 
apresentada na imagem, a característica principal da 
humanidade seria o(a)
A. 	 fortalecimento da individualidade, já que um indivíduo 
vê os outros como códigos de barras.
B. 	 desenvolvimento tecnológico favorável à evolução 
humana, garantindo um convívio social mais abrangente. 
C. 	 retrocesso do desenvolvimento devido à 
homogeneização dos indivíduos.
D. 	 modificação da atitude humana em face do 
desenvolvimento industrial e tecnológico.
E. 	 enfraquecimento da noção de individualidade em 
virtude da imposição de comportamentos homogêneos.
QUESTÃO 07 
IAT, a sigla inglesa para Teste de Associação Implícita, 
é o nome da técnica que revolucionou os estudos sobre o 
preconceito. Ao avaliar a facilidade com que associamos 
categorias como negros, gays, gordos, velhos etc. a 
conceitos positivos e negativos, ela permite não apenas 
acessar o inconsciente como também medir nosso grau de 
preconceito implícito, isto é, aquele que não admitimos nem 
para nós mesmos. E o que o IAT revela sobre o preconceito 
contra idosos? Há na discriminação etária um par de 
paradoxos bem intrigantes. 
Para começar, há a constatação de que, apesar de não 
se ter notícia de discursos de ódio ou mesmo de hostilidades 
sistemáticas contra idosos, o preconceito em relação a 
esse grupo é forte e disseminado. Quando medido pelo IAT, 
apenas 6% dos norte-americanos associam a velhice a algo 
positivo, contra 80% que relacionam juventude ao bem. Esse 
mesmo fenômeno aparece também em sociedades asiáticas, 
onde o respeito pelos mais idosos é tido como traço cultural 
marcante. Mais interessante ainda, os próprios idosos 
exibem, pelo IAT, níveis de preconceito contra os mais velhos 
semelhantes aos demonstrados por jovens, diferentemente 
do que ocorre com outras discriminações. 
A dissonância cognitiva se resolve quando usamos o IAT 
para avaliar como os idosos veem a si mesmos. O resultado, 
surpreendente, é que tanto jovens quanto idosos associam 
automaticamente seu eu com juventude, e não com velhice. 
Para os nossos cérebros, velho é só o outro. Seria o segredo 
da juventude eterna, se o corpo acompanhasse os desejos 
do cérebro e não fosse parando de funcionar direito.
SCHWARTSMAN, H. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 05 dez. 2017. [Fragmento adaptado] 
Textos opinativos valem-se de estratégias dissertativas 
diversas visando ao convencimento. No artigo, a apresentação 
de dados científicos corrobora a ideia de que a(o)
A. 	 discriminação contra idosos funciona de forma similar a 
qualquer outro tipo de preconceito. 
B. 	 segredo da juventude eterna pode ser descoberto com 
a ajuda da pesquisa divulgada. 
C. 	 Teste de Associação Implícita permite quantificar o 
grau de preconceito inconsciente.
D. 	 população estadunidense entende o envelhecimento 
de forma diferente da asiática. 
E. 	 preconceito etário se manifesta de forma contraditória 
nos resultados encontrados.
QUESTÃO 08 
Em São Paulo. Escritório de usura de Abelardo & 
Abelardo. Um retrato da Gioconda. Caixas amontoadas. 
Um divã futurista. Uma secretária Luís XV. Um castiçal 
de latão. Um telefone. Sinal de alarma. Um mostruário 
de velas de todos os tamanhos e de todas as cores. 
Porta enorme de ferro à direita correndo sobre rodas 
horizontalmente e deixando ver no interior as grades de 
uma jaula. O Prontuário, peça de gavetas, com os seguintes 
rótulos: MALANDROS – IMPONTUAIS – PRONTOS 
– PROTESTADOS. – Na outra divisão: PENHORAS – 
LIQUIDAÇÕES – SUICÍDIOS – TANGAS. 
Pela ampla janela entra o barulho da manhã na cidade 
e sai o das máquinas de escrever da antessala. 
ANDRADE, O. O rei da vela. In: ______. Obras completas. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. [Fragmento] 
O fragmento corresponde à rubrica inicial da famosa peça 
de Oswald de Andrade “O rei da vela”, escrita em 1933 e 
encenada apenas três décadas depois. Os elementos que 
compõem a figuração do cenário teatral destacam um(a) 
A. 	 paisagem urbana em que os aparatos tecnológicos são 
irrelevantes.
B. 	 ambiente sombrio que sugere o trânsito de personagens 
fantasmagóricas. 
C. 	 panorama político responsável pela violência e pelas 
desigualdades sociais. 
D. 	 tempo em que as obras de arte cumprem uma função 
meramente acessória. 
E. 	 momento histórico de intensa modernização nas 
cidades do Sudeste do país. 
219SE0A2POR2019XVII
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 09 
MONTANARO, J. Disponível em: <https://noticias.bol.uol.com.br/>. 
Acesso em: 12 dez. 2019.
A charge apresenta uma crítica ao uso da Internet. O argumento 
do autor é o de que o acesso à rede
A. 	 desestimula a assiduidade dos jovens na escola.
B. 	 impede a circulação de informações científicas.
C. 	 omite dos jovens informações sobre a natureza.
D. 	 infantiliza os usuários de suportes de tecnologia.
E. 	 aliena a juventude dos contextos social e natural.
QUESTÃO 10 
E vós, ó bem nascida segurança 
Da Lusitana antiga liberdade, 
E não menos certíssima esperança 
De aumento da pequena Cristandade; 
Vós, ó novo temor da Maura lança, 
Maravilha fatal danossa idade, 
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande, 
Pera do mundo a Deus dar parte grande;
 
[...] 
 
Vereis amor da pátria, não movido 
De prêmio vil, mas alto e quase eterno; 
Que não é prêmio vil ser conhecido 
Por um pregão do ninho meu paterno. 
Ouvi: vereis o nome engrandecido 
Daqueles de quem sois senhor superno, 
E julgareis qual é mais excelente, 
Se ser do mundo Rei, se de tal gente. 
 
Ouvi: que não vereis com vãs façanhas, 
Fantásticas, fingidas, mentirosas, 
Louvar os vossos, como nas estranhas 
Musas, de engrandecer-se desejosas: 
As verdadeiras vossas são tamanhas, 
Que excedem as sonhadas, fabulosas, 
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro, 
E Orlando, inda que fora verdadeiro. 
CAMÕES. L. V. Os Lusíadas. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 26 dez. 2017. [Fragmento]
As estrofes anteriores do poema épico Os Lusíadas 
consistem na parte em que o poeta o dedica a D. Sebastião, 
rei de incontestável importância para a nação portuguesa e 
para o cristianismo. Identificam-se aspectos da dedicatória na
A. 	 esperança de liberdade expressa pelo povo português, 
representado no texto pela voz poética.
B. 	 ameaça feita diretamente aos povos mouros – 
“a Maura lança” – em nome do deus dos católicos.
C. 	 atitude de louvor e de humildade do eu lírico e na 
evidência de que o texto trata de fatos históricos.
D. 	 interlocução da voz poética com as Musas, a quem 
pede bênçãos para as futuras façanhas do Rei.
E. 	 lealdade à pátria manifestada pelo eu lírico, o qual a 
demonstra sem esperar qualquer tipo de prêmio.
QUESTÃO 11 
Salve minha linda palmeira brasileira
Que vive prisioneira
Por entre os quatro cantos dos prédios da cidade
Nasceu como pequena semente
No ponto mais quente
Do nosso país continental tropical
Veio morar por aqui
No subúrbio desta Capital
E apesar de toda poluição infernal
Vive como antigamente
A irradiar ondas redondas serenamente
Como se fosse tudo natural
É com grande amizade
Que nos comunicamos e amamos de verdade
Eu do reino animal,
Ela do reino vegetal
Nós dois, pois, do superimpério democrático social
MAUTNER, J. Poesias de amor e de morte. São Paulo: Global, 1983.
No processo de elaboração do poema de Jorge Mautner, 
há uma crítica irônica à sociedade brasileira no contexto de 
sua escrita, o Golpe Militar de 1964. Isso se dá pelo uso da 
linguagem conotativa, que constrói a imagem do(a)
A. 	 amor ao país pela exaltação da natureza tida como 
riqueza nacional.
B. 	 identificação entre o eu poético e a palmeira brasileira 
por sua simbologia.
C. 	 humanização da palmeira pela relação estabelecida 
com o eu poético.
D. 	 estranhamento pelo encontro com as palmeiras nos 
subúrbios urbanos.
E. 	 nostalgia nacionalista pelas memórias vivificadas por 
símbolos nacionais.
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 12 
Os nativos da Geração Z constituem o primeiro 
agrupamento de indivíduos que nasceu digital, conectado, 
móvel e que nunca viu o mundo sem Internet. 
Falamos então de uma geração hipercognitiva, capaz 
de viver múltiplas realidades, presenciais e digitais, ao 
mesmo tempo. A tecnologia propicia que esses jovens vivam 
diferentes realidades e absorvam grande complexidade, com 
muita informação visual e muitos recursos para controlar 
cada passo da vida.
Os membros da Geração Z poderão ter muito mais 
capacidade de eliminar variadas formas de imprevistos. 
A partir da tecnologia e do uso intensivo de aplicativos que 
contornam problemas cotidianos, os jovens habilitam-se a 
eliminar toda sorte de eventos imprevisíveis.
Prever, antecipar e simplificar são seus imperativos. 
O fato de viverem completamente imersos em tecnologias 
e redes dá a eles muita margem de manobra, mobilizando 
comunicação e ações corretivas em um nível ainda não 
praticado ou experimentado por gerações anteriores.
MEIR, J. Disponível em: <https://www.consumidormoderno.com.br>. 
Acesso em: 23 jan. 2020.
De acordo com o texto, a Geração Z cresceu com uma 
relação intrínseca com as tecnologias da informação e da 
comunicação, o que gera em seus representantes a
A. 	 banalização das relações presenciais, consideradas 
ultrapassadas diante das possibilidades da 
comunicação digital.
B. 	 habilidade de mobilizar diferentes mecanismos de 
comunicação e informação para solucionar problemas 
e imprevistos.
C. 	 capacidade extrema de lidar com problemas e 
situações conflituosas a partir do uso de redes sociais 
e de aplicativos.
D. 	 carência afetiva em razão do uso exagerado das redes 
sociais e a consequente priorização das relações 
virtuais.
E. 	 hipercognitividade, caracterizada pela capacidade de 
conviver com pessoas de diferentes realidades.
QUESTÃO 13 
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), 
criada em 1995, é uma das 20 comissões permanentes da 
Câmara dos Deputados. Suas atribuições constitucionais 
e regimentais são receber, avaliar e investigar denúncias 
de violações de direitos humanos; discutir e votar propostas 
legislativas relativas à sua área temática; fiscalizar e 
acompanhar a execução de programas governamentais 
do setor; colaborar com entidades não governamentais; 
realizar pesquisas e estudos relativos à situação dos direitos 
humanos no Brasil e no mundo; além de cuidar dos assuntos 
referentes às minorias étnicas e sociais.
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/>. 
Acesso em: 12 dez. 2019. [Fragmento]
O texto define a Comissão de Direitos Humanos e Minorias. 
Quanto a seu aspecto sintático, a sequência “receber, avaliar 
e investigar”
A. 	 forma locução verbal e enfoca as ações do sujeito.
B. 	 demanda objeto direto e subordina os termos da frase.
C. 	 assume função predicativa e liga-se ao sujeito da 
oração.
D. 	 apresenta verbos infinitivos e expressa o sujeito do 
excerto.
E. 	 constitui orações coordenadas e segmenta o sentido 
do trecho.
QUESTÃO 14 
Conversa de senhoras
Não precisa nem casar
Tiro dele tudo o que preciso
Não saio mais daqui
Duvido muito
Esse assunto de mulher já terminou
O gato comeu e regalou-se
Ele dança que nem um realejo
Escritor não existe mais
Mas também não precisava virar deus
Tem alguém na casa
Você acha que ele aguenta?
Sr. ternura está batendo
Eu não estava nem aí
Conchavando: eu faço a tréplica
Armadilha: louca pra saber
Ela é esquisita
Também você mente demais
Ele está me patrulhando
Para quem você vendeu seu tempo?
Não sei dizer: fiquei com o gauche
Não tem a menor lógica
Mas e o trampo?
Ele está bonzinho
Acho que é mentira
Não começa
CESAR, A. C. A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2016. 
[Fragmento] 
O título do poema de Ana Cristina Cesar antecipa a forma 
como o texto se constrói, o que se concretiza na estrutura 
sustentada pela 
A. 	 expressão da crise existencial do eu lírico. 
B. 	 fuga da ordem lógica da narrativa ficcional.
C. 	 ausência da possibilidade do tom confessional.
D. 	 criação de um diálogo dinâmico entre as personagens.
E. 	 acusação da diferença de gênero no caráter das falas.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 15 
Disponível em: <http://www.saude.gov.br/>. 
Na campanha anterior, foi empregada uma estratégia para levar o leitor a uma reflexão sobre o racismo no sistema de saúde, 
o que é marcado pela
A. 	 ambiguidade provocada pelo termo “saúde”.
B. 	 crítica ao silêncio mantido pela sociedade.
C. 	 utilização dos verbos no modo imperativo.
D. 	 obrigação de denunciar crimes raciais. 
E. 	 postura séria e silenciosa do médico. 
QUESTÃO 16 
BECK, A. Disponível em: <https://tirasarmandinho.tumblr.com/>. Acesso em: 06 out. 2019. 
Na tirinha, ao associar o discurso da garota à ação que ela executa, o autor revela sua intenção de 
A. 	 abordar a temática referente à desvalorização feminina com humor.
B. 	 justificar os elogios recebidos pelas mulheres em relação à beleza.
C. 	 comprovar que a capacidade feminina independe da aparência. 
D. 	 mostrar como o discurso femininoé distante da realidade. 
E. 	 promover a dinamicidade de movimento da cena ilustrada.
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 17 
Em tempos de politicamente correto, em que o etarismo 
desponta como a próxima bola da vez, é arriscado sugerir 
que a velhice seja algo deplorável. David Sinclair, porém, 
não apenas não enaltece a “melhor idade” como ainda a 
classifica como uma moléstia que precisa ser extirpada. 
O que separa Sinclair de um genocida ordinário é que ele 
não pretende eliminar os velhos, mas sim os processos 
biológicos que dão causa à senescência.
Sinclair, como o leitor já deve ter intuído, é um cientista. 
Na verdade, é um dos mais reputados especialistas em 
envelhecimento, comandando laboratórios de genética em 
Harvard e na Austrália. Seu mais recente livro, Lifespan, 
é uma daquelas obras em que o otimismo é tão denso 
que dá para tocá-lo. Para o autor, estamos muito perto de 
fabricar uma pílula que nos permitirá viver bem além dos 
cem anos e com muita saúde, isto é, sem as moléstias que 
hoje vêm com a idade, como cânceres e demências. Quem 
não quiser esperar já pode recorrer a mudanças de hábitos, 
que incluem passar fome e frio, e ao uso “off-label” de alguns 
medicamentos que já estão no mercado.
SCHWARTSMAN, H. O fim da velhice. 
Disponível em: <https:// www1.folha.uol.com.br>. 
 Acesso em: 25 fev. 2020. [Fragmento adaptado] 
A partir dos parágrafos introdutórios expostos anteriormente, 
constata-se que o objetivo comunicativo do texto é 
A. 	 resenhar uma obra científica que aborda uma 
perspectiva polêmica. 
B. 	 corroborar as sugestões terapêuticas do médico em 
questão. 
C. 	 criticar os posicionamentos polêmicos do cientista 
nomeado. 
D. 	 refutar a ideia citada de que o envelhecimento é 
reversível. 
E. 	 resumir as pesquisas de Sinclair de forma técnica e 
isenta.
QUESTÃO 18 
Aproximei-me da janela. O sopro do vento era ardente 
como se a casa estivesse no meio de um braseiro. Respirei 
de boca aberta agora que ele não me via, agora que eu podia 
amarfanhar a cara como ele amarfanhara o papel. Esfreguei 
nela o lenço, até quando, até quando?!… E me trazia a 
infância, será que ele não vê que para mim foi só sofrimento? 
Por que não me deixa em paz, por quê? Por que tem que 
vir aqui e ficar me espetando, não quero lembrar nada, não 
quero saber de nada! Fecho os olhos. Está amanhecendo e o 
sol está longe, tem brisa na campina, cascata, orvalho gelado 
deslizando na corola, chuva fina no meu cabelo, a montanha 
e o vento, todos os ventos soprando. Os ventos! Vazio. 
Imobilidade e vazio. Se eu ficar assim imóvel, respirando 
leve, sem ódio, sem amor, se eu ficar assim um instante, 
sem pensamento, sem corpo…
TELLES, L. F. Verde lagarto amarelo. In: ______. Antes do baile verde. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2009. [Fragmento]
No fragmento do conto de Lygia Fagundes Telles, o trecho 
que realça a prosa poética é:
A. 	 “Esfreguei nela o lenço, até quando, até quando?!...”
B. 	 “Por que não me deixa em paz, por quê?”
C. 	 “Fecho os olhos. Está amanhecendo e o sol está longe 
[…].”
D. 	 “Os ventos! Vazio. Imobilidade e vazio.”
E. 	 “[...] se eu ficar assim um instante, sem pensamento, 
sem corpo…”
QUESTÃO 19 
No imenso metro entre nós
Talvez você não seja mais que isto: alguém, 
de costas, tenta acender um cigarro ao vento. 
Um oceano abstrato vem bater em nosso quarto.
É preciso cuidado, não são poucas e são altas suas 
ondas;
escuto, mas quem compreenderia a valsa
dos afogados, feita de uma boca intraduzível?
O vento dispersa o que eu diria, não chego a você,
a seus ouvidos; assim também minha mão
que desmorona antes de alcançar seu rosto onde
do que entre nós alguma vez foi nítido embaraçam-se 
os fios; o vento derrama seus olhos para longe,
dessalga e seca nos meus a hipótese da queixa;
Vento da noite, que espalha suas pedras negras
no imenso metro entre nós.
Talvez o mundo mais perfeito seja apenas isto: 
Você, enfim, acende seu cigarro.
FERRAZ, E. Escuta. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Em geral, o texto poético vale-se de uma linguagem 
predominantemente subjetiva, que pode se manifestar pela 
presença de figuras de linguagem. No poema de Eucanaã 
Ferraz, a personificação é uma dessas figuras de linguagem, 
identificada em:
A. 	 “alguém, / de costas, tenta acender um cigarro ao vento.”
B. 	 “Um oceano abstrato vem bater em nosso quarto.”
C. 	 “mas quem compreenderia a valsa / dos afogados, feita 
de uma boca intraduzível?”
D. 	 “do que entre nós alguma vez foi nítido embaraçam-se 
/ os fios” 
E. 	 “Talvez o mundo mais perfeito seja apenas isto” 
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 20 
O padre limpando a igreja. Entra João Grilo e Chicó.
Padre: Eu benzer a cachorra? Deixem de besteira! 
Não benzo de jeito nenhum!
João Grilo: Sempre disse a Chicó que o Senhor não 
benzia... benze, não benze?
Padre: Não benzo!
João Grilo: É, motor do major Antônio Morais o senhor 
benze…
Padre: Motor todo mundo benze, agora cachorra… 
Nunca ouvi dizer que alguém já benzeu cachorra… 
Não benzo!
João Grilo e Chicó vão saindo da igreja.
João Grilo: É, Chicó… motor de Antônio Moraes se 
benze… cachorra de Antônio Moraes não se benze.
Padre: Como é que é?
João Grilo: É que a cachorra também é de Antônio 
Moraes…. Eu bem que disse a Chicó que o padre ia ficar bravo!
Padre: Bravo nada, João!
João Grilo: Então o Senhor benze, não é?
Padre: Diga a Antônio Mores que traga a cachorra!
Chicó e João Grilo saem da igreja.
SUASSUNA, A. Auto da Compadecida. 26. ed. 
Rio de Janeiro: Agir, 1993. [Fragmento] 
As questões sociais são tratadas com humor crítico por 
Ariano Suassuna em Auto da Compadecida. O gênero 
dramático auto permite ao autor colocar o protagonista 
como herói vicentino medieval de caráter popular, papel 
que lhe garante
A. 	 explicitar a compaixão do padre, que, apiedado, dá a 
benção à cachorra.
B. 	 obedecer ao representante divino, o que aprendeu na 
didática religiosa.
C. 	 propagar a tradição romântica, que coloca a posição do 
padre como alguém sempre amoroso.
D. 	 questionar a moral das instituições, que aceitam a 
benção do animal pelo prestígio de seu dono. 
E. 	 expor a impaciência do padre para solicitações 
incomuns, que são feitas pelas pessoas cotidianamente.
QUESTÃO 21 
Velha a Chen Te – É uma mocinha da roça, nossa 
parenta. Esperamos não estar sendo demais para você. 
Quando você morava em nossa casa, nós não éramos 
tantos, não se lembra? Depois é que nós fomos aumentando. 
Quanto pior corriam as coisas, mais a família aumentava; 
e quanto mais a família aumentava, as coisas pioravam. 
Agora acho melhor trancar a porta, senão a gente não vai ter 
descanso. Ela tranca a porta e sentam-se todos. A coisa mais 
importante é não atrapalharmos você nos seus negócios; 
do contrário, como é que a chaminé vai fumegar? [...] 
Cantam a “Canção da Fumaça”:
Avô – 
Outrora, antes de ter brancos os meus cabelos, 
Eu, com a inteligência, pensava me dar bem; 
Hoje sei que não há inteligência que chegue 
Para manter cheia a barriga de ninguém. 
Por isso, eu digo: Deixa! 
Como a parda fumaça 
Que vai sumindo cada vez mais fria, 
É assim que a vida passa! [...] 
BRECHT, B. A alma boa de Setsuan. Tradução de Geir Campos e 
Antônio Bulhões. São Paulo: Paz e Terra, 1992. [Fragmento] 
O teatro de Bertold Brecht pode ser visto como uma 
experiência sociológica, buscando evidenciar aspectos 
controversos da sociedade que representa, de modo a 
despertar a reflexão em seus espectadores. O fragmento 
de A alma boa de Setsuan evidencia essa proposta pela 
crítica ao(à)
A. 	 aumento da taxa de mortalidade como consequência 
da miséria. 
B. 	 crescimento desordenado das cidades advindo da alta 
natalidade. 
C. 	 valorização das relações clientelistas devido à 
cobrança de favores. 
D. 	 êxodo rural advindo da falta de oportunidades de 
trabalho no campo. 
E. 	 exploração da mão de obra resultante doprocesso de 
industrialização.
QUESTÃO 22 
O diálogo interdiscursivo e cultural convida os 
representantes contemporâneos da crítica a romper os 
limites disciplinares e a se lançarem no espaço heterogêneo 
das produções artísticas e midiáticas. Há muito essas 
barreiras já começaram a se diluir, comprometendo a 
defesa da homogeneidade dos discursos e se opondo à 
crítica voltada apenas para a elucidação dos procedimentos 
literários, esquecendo-se de compreendê-la como integrante 
de uma visão cultural capaz de atingir outros aparatos e 
desdobramentos.
SOUZA, E. M. Crítica literária e formas massivas de acessar literatura. 
Disponível em: <https://www.suplementopernambuco.com.br>. 
Acesso em: 12 dez. 2019 (Adaptação).
O verbo “haver”, no segundo período do fragmento, 
desempenha a função de
A. 	 destacar a noção de existência e conectar o verbo ao 
objeto direto.
B. 	 ressignificar o ato de “fazer” e tornar-se o sujeito da 
oração destacada.
C. 	 registrar a norma-padrão e construir a noção de 
passado indefinido.
D. 	 universalizar a comunicação e aproximar o leitor pela 
linguagem formal.
E. 	 apontar para a temporalidade da ação e especificar a 
ocorrência dos eventos.
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 23 
TExTO I
Disponível em: <https://sjcdh.rs.gov.br>. Acesso em: 11 dez. 2019.
TExTO II
“Frequentemente a pessoa idosa se cala sobre os abusos físicos que sofre e se isola para que outros não tomem 
conhecimento desse tipo de violência, prejudicando assim sua saúde mental e sua qualidade de vida”, explica Maria Cristina 
Hoffmann, coordenadora de Saúde da Pessoa Idosa, do Ministério da Saúde. Ela conta que as estatísticas mostram que, por 
ano, cerca de 10% dos idosos brasileiros morrem por homicídio. 
Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br>. Acesso em: 11 dez. 2019. [Fragmento]
A comparação entre ambos os textos permite a inferência de que a informação presente no texto II está implícita na imagem 
do texto I, uma vez que
A. 	 a bengala permite o andar firme.
B. 	 a bengala obstrui a boca do idoso.
C. 	 a fisionomia remete à idade do sujeito.
D. 	 os óculos denotam a fragilidade do idoso.
E. 	 os olhos expressam o sofrimento da pessoa.
QUESTÃO 24 
QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
No último quadrinho da tirinha, existem duas ocorrências do pronome “se”. Com relação à sua classificação sintática, eles
A. 	 complementam o sentido dos verbos.
B. 	 retomam o emissor da mensagem.
C. 	 integram uma locução verbal.
D. 	 indicam voz passiva sintética.
E. 	 realçam as ações verbais.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 25 
EDUARDO – Tenho pressa, não posso esperar. Queres 
ir hoje ao Teatro Lírico?
CARLOTINHA – Não, não estou disposta.
EDUARDO – Pois representa-se uma ópera bonita 
(Enche a carteira de charutos). Canta a Charton. Há muito 
tempo que não vamos ao teatro.
CARLOTINHA – É verdade; mas quem nos acompanha 
é você, e seus trabalhos, sua vida ocupada... Depois, mano, 
noto que anda triste.
EDUARDO – Triste? Não, é meu gênio; sou naturalmente 
seco; gosto pouco de divertimentos.
CARLOTINHA – Mas houve um tempo em que não era 
assim; brincávamos, passávamos as noites a tocar piano 
e a conversar; você, Henriqueta e eu. Lembra-se?
EDUARDO – Se me lembro!... Estava formando há pouco, 
não tinha clínica. Hoje falta-me o tempo para as distrações.
ALENCAR, J. O demônio familiar. In: ______.Obra Completa. 
Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1960. [Fragmento] 
Nessa peça de José de Alencar, além do enredo, está 
presente, também como elemento da tipologia narrativa, o(a)
A. 	 diálogo, construído com o clímax e o desfecho 
implícitos.
B. 	 linguagem coloquial, marcada por vocativos e verbos 
imperativos.
C. 	 incorporação de personagens alegóricas, explícitas em 
tipos sociais.
D. 	 delimitação espacial, evidente na menção a locais 
situados numa cidade.
E. 	 caracterização das personagens, destacada em suas 
condutas e seus interesses.
QUESTÃO 26 
Primeiro emprego: justiça e autonomia
A busca pelo primeiro emprego é uma experiência que 
marca a história de muitas pessoas. A vontade de ganhar 
o próprio dinheiro vem acompanhada da grande expectativa 
pela independência e, em muitos casos, considerando as 
dificuldades nos lares brasileiros, representa a chance de 
poder colaborar com o orçamento da família. Cada situação 
envolve uma particularidade, mas em todas elas nem sempre 
a expectativa corresponde à realidade. E o principal motivo 
é que o jovem que busca sua primeira oportunidade no 
mercado formal de emprego não tem a experiência exigida 
por esse mesmo mercado. O que mostra que há uma lacuna 
a ser preenchida na legislação para dar a essa parcela da 
população oportunidades iguais, fazendo justiça e abrindo 
espaço para profissionais que, em médio prazo, contribuirão 
com sua força de trabalho para o desenvolvimento do país.
PAMPLONA, T. Primeiro emprego: justiça e autonomia. 
Disponível em: <https://odia.ig.com.br>. 
Acesso em: 13 dez. 2019. [Fragmento]
Com o intuito de introduzir a tese defendida, esse primeiro 
parágrafo, retirado de um artigo de opinião, recorre à 
estratégia de
A. 	 descrição subjetiva do assunto.
B. 	 exposição de dados do mercado.
C. 	 apresentação panorâmica do tema.
D. 	 caracterização genérica dos jovens.
E. 	 relato pessoal sobre o desemprego.
QUESTÃO 27 
Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de 
fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. 
E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para 
fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não 
abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo 
se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se 
acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado 
porque está na hora. A tomar o café correndo porque está 
atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o 
tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para 
almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no 
ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado 
sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a 
guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja 
números para os mortos. E, aceitando os números, aceita 
não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando 
nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos 
números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no 
telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem 
receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava 
tanto ser visto. 
COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1996. [Fragmento]
Textos transmitem ideias e provocam reflexões, cada 
qual contendo configurações específicas. O que se critica 
na crônica é a
A. 	 falta de autoaceitação do pobre e a grande autoestima 
do rico.
B. 	 ausência de recursos espirituais e financeiros para 
aceitar a vida.
C. 	 aceitação de diferentes e recorrentes situações 
inquietantes na vida.
D. 	 preferência pelo ritmo pacato das cidades e por 
relações mais distantes.
E. 	 afeição das pessoas por relacionamentos e moradia 
nas grandes cidades.
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 28 
Virgínia parecia-me um nome vagamente anacrônico, 
quase ridículo – até que a conheci. Foi no dia em que fiz 
cinquenta anos. Naquela época eu já perdera o brilhante 
futuro que, num passado recente, alguns críticos me 
haviam prometido. Esses mesmos críticos não gostaram 
do meu último romance. Troçaram dele, destroçaram-no. 
Depois disso nunca mais consegui concluir nem sequer 
um conto. Escrevia meia dúzia de páginas e parava por 
falta de ideias e de convicção. A convicção, a propósito, 
é muito mais importantedo que uma boa ideia. Apagava 
tudo. Recomeçava, lembrava-me das críticas e voltava a 
apagar. Aquilo fazia-me muito mal. Voltei a beber. À noite 
estendia-me na cama mas não adormecia. Levantava-me e 
bebia. Manuela, a minha primeira mulher, pediu o divórcio. 
Disse-me:
“Odeio falhados. Odeio sobretudo os falhados que 
bebem demais.”
AGUALUSA, J. E. É doce morrer no mar. In: Aquela canção: 12 contos 
para 12 músicas. (Vários autores) São Paulo: Publifolha, 2005. p. 87.
A composição literária se alicerça em um uso sofisticado das 
palavras, tornando seus sentidos mais plurais. No trecho, a 
expressão metafórica “já perdera o brilhante futuro” sugere 
que o narrador-personagem
A. 	 desconfia das boas intenções daqueles que lhe 
prometeram o amor e a glória.
B. 	 suspeita que ainda recuperará o reconhecimento dos 
críticos literários hostis.
C. 	 reafirma-se como um artista vaidoso sempre em busca 
de sucesso e dinheiro.
D. 	 desacredita da possibilidade de recuperar a excelência 
na escrita dos romances.
E. 	 desencanta-se de forma irremediável com os projetos 
anteriormente idealizados.
QUESTÃO 29 
A vaca pode ir para o brejo
Preço da carne dependerá da ação dos pecuaristas.
A peste suína africana na China atingiu cerca de 40% 
do plantel de 440 milhões de cabeças. Os chineses são os 
maiores consumidores de carne de porco do mundo – e este 
fato redesenhou a cadeia global de oferta de alimentos e 
resultou no aumento de preços da carne bovina no Brasil.
Quem manda no mercado de boi é a vaca – ou seja, 
o que o pecuarista faz com a sua matriz é que determina 
qual vai ser o comportamento dos preços.
Houve períodos em que o preço da carne bovina ficou 
tão baixo que fêmeas foram abatidas para reduzir a oferta 
de bezerros e, assim, recompor o caixa do pecuarista. 
Espero que isso não aconteça de novo para a vaca não ir 
para o brejo.
VOLK, S. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br>. 
Acesso em: 07 abr. 2020.
O título proposto para o texto revela a intenção do autor de 
A. 	 sinalizar a invalidade da expressão popular no cenário 
de consumo atual. 
B. 	 denunciar a ação dos pecuaristas, que determinam os 
preços das carnes.
C. 	 despertar o interesse do leitor por meio do uso de uma 
expressão popular. 
D. 	 indicar objetivamente o eixo temático de que tratará o 
texto argumentativo. 
E. 	 criticar a alta do preço da carne bovina, que impacta os 
gastos da população.
QUESTÃO 30 
Viagem na noite longa
Na noite longa
minha alma
chora sua fome de séculos 
Meus olhos crescem 
e choram famintos de eternidade
até serem duas estrelas 
brilhantes
no céu imenso
E o infinito se detém em mim
Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma 
e eu choro marítimas lágrimas 
enquanto meu desejo heroico
de engolir os céus 
se alarga e é já céu
Tenho então 
a sensação esparsamente longa
de vagar no absoluto
FONSECA, M. Poesia africana de Língua Portuguesa: antologia. 
Rio de janeiro: Lacerda Editores, 2003. p.163-164.
Em meados do século XX, a literatura de Cabo Verde 
conquistou um espaço definitivo no cenário lusófono, 
divulgando um fazer poético rico em metáforas que evocam 
as mazelas de um povo achacado pela sociedade colonial. 
No poema do escritor Mário Fonseca, a imagem da noite 
longa aparece metaforicamente associada à
A. 	 conduta insensível do sujeito perante a natureza.
B. 	 pobreza de um povo maltratado pela fome e pela miséria.
C. 	 impotência humana diante dos desígnios divinos.
D. 	 repulsa do indivíduo moderno às tradições do seu povo.
E. 	 sensação de imobilidade perante a vastidão do universo.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 31 
CAPÍTULO L
Não, senhora minha, ainda não acabou este dia tão comprido; não sabemos o que se passou entre Sofia e o Palha, 
depois que todos se foram embora. Pode ser até que acheis aqui melhor sabor que no caso do enforcado. 
Tende paciência; é vir agora outra vez a Santa Teresa. A sala está ainda alumiada, mas por um bico de gás; apagaram-se 
os outros, e ia apagar-se o último, quando o Palha mandou que o criado esperasse um pouco lá dentro. A mulher ia a sair, 
o marido deteve-a, ela estremeceu. 
– A nossa festa esteve bem bonita, disse ele.
– Esteve.
ASSIS, M. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. [Fragmento]
No fragmento de Quincas Borba, romance de Machado de Assis, a perspectiva da narrativa estabelece
A. 	 aproximação entre o narrador e as personagens. 
B. 	 fusão entre as diferentes vozes dentro da narrativa. 
C. 	 relação recíproca entre leitor e narrador no ato criativo. 
D. 	 distância entre o tempo da narrativa e os acontecimentos. 
E. 	 autonomia na instauração da linha de tempo para a história. 
QUESTÃO 32 
Disponível em: <http://www.secom.gov.br>. Acesso em: 12 dez. 2019.
A comparação entre “carona” e “ambulância” viabiliza a inferência de que o objetivo da campanha é
A. 	 inibir os eventos automobilísticos com comércio de álcool.
B. 	 convencer o leitor a não dirigir após o consumo de álcool.
C. 	 promover os aplicativos de carona como alternativa prática.
D. 	 sugerir ao público-alvo os benefícios de um transporte seguro.
E. 	 exaltar a preferência por carros comuns a transportes emergenciais. 
QUESTÃO 33 
Óbito do autor
Expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha 
uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério 
por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava – uma 
chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta 
engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova:
– “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda 
irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade.”
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. [Fragmento]
Memórias póstumas de Brás Cubas, célebre romance de Machado de Assis, é narrado em primeira pessoa por um defunto 
autor. No trecho, o ponto de vista do protagonista em relação aos acontecimentos ocorre de maneira
A. 	 duvidosa, pois parte da perspectiva do narrador-personagem.
B. 	 incondizente com os fatos, pois é infiel à realidade nas descrições.
C. 	 afetada, pois idealiza o caráter das demais personagens.
D. 	 caótica, pois reflete a imprevisibilidade dos eventos cotidianos.
E. 	 inverossímil, pois carrega a intenção de ludibriar o leitor. 
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 34 
DAHMER, A. Malvados. Disponível em: <http://www.malvados.com.br>. Acesso em: 19 out. 2019.
No texto, o verbo “derrubar” é empregado como recurso linguístico para expressar semanticamente que as novas práticas 
coletivas emergidas das redes sociais
A. 	 comprovam o protagonismo da juventude na divulgação de movimentos políticos que defendem a democracia. 
B. 	 confirmam a deficiência das mídias tradicionais que proporcionam mudanças governamentais efetivas.
C. 	 consideram a eficácia dos protestos organizados pelos sujeitos que utilizam a rede há mais tempo.
D. 	 promovem manifestações que culminam em alterações pouco significativas no espectro político.
E. 	 conferem legitimidade às demandas dos jovens que cresceram com acesso pleno à Internet.
QUESTÃO 35 
O Jardim Botânico, tranquilo e alto, lhe revelava. Com horror descobria que pertencia à parte forte do mundo – 
e que nome se deveria dar a sua misericórdia violenta? Seria obrigada a beijar um leproso, pois nunca seria apenas sua irmã. 
Um cego me levou ao pior de mim mesma, pensou espantada. Sentia-se banida porque nenhum pobre beberia água nas suas 
mãos ardentes. Ah! era mais fácil ser um santo que uma pessoa! Por Deus, pois não fora verdadeira a piedade que sondara 
no seu coração aságuas mais profundas? Mas era uma piedade de leão.
LISPECTOR, C. Amor. In: ______. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. [Fragmento]
No trecho do conto de Clarice Lispector, há a vivência de uma profunda experiência pela protagonista. Essa experiência é o(a)
A. 	 epifania advinda de uma experiência cotidiana.
B. 	 catarse causada por um evento traumático.
C. 	 empatia pela condição doentia do próximo.
D. 	 amor fraternal pelo indivíduo desconhecido. 
E. 	 fluxo de consciência no relato dos eventos. 
QUESTÃO 36 
DAVIS, J. Garfield. São Paulo: L&PM Pocket, 2009.
A estratégia discursiva responsável pela construção do humor na tirinha do Garfield é a mesma que se percebe em
A. 	 reportagens que apresentam um assunto de maneira impessoal e aprofundada.
B. 	 romances que têm sua narrativa construída sobre o processo de escrita de um livro.
C. 	 anúncios publicitários que utilizam recursos de persuasão para atingir o público-alvo.
D. 	 poemas visuais que empregam recursos gráficos e não verbais para transmitir a mensagem.
E. 	 manuais de instrução que vêm junto a aparelhos eletrônicos de uso ou instalação mais complexa.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 17BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 37 
O preconceito e o homem que dança: uma reflexão 
nas aulas de Educação Física
A Educação Física escolar tem papel fundamental de 
organizar e sistematizar conhecimento sobre as práticas 
corporais, possibilitando a comunicação entre as diferentes 
culturas que formam nosso país. Nesse sentido, é importante 
que a dança faça parte das aulas, tanto quanto os esportes, 
pois esse conteúdo leva o aluno a reflexões do ser no 
contexto em que está inserido. As aulas de EF são um espaço 
para o conhecimento da cultura corporal do movimento 
através da dança. 
Em um país como o Brasil, onde a dança está presente 
em diversas manifestações culturais, ela pode ter inúmeros 
significados. A dança está presente no cotidiano das pessoas, 
porém há a dificuldade em entendê-la e interpretá-la como 
cultura existente em nossa sociedade. Além disso, a dança 
na escola oferece oportunidades para que a sexualidade e a 
relação de gênero não sejam vistas de forma estereotipada 
ou preconceituosa, tanto ao interpretar os códigos das 
danças e suas origens, como ao criar suas coreografias.
PEREIRA, N. S.; VOLSKI, V. 
Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. 
Acesso em: 06 out. 2019. [Fragmento]
O título proposto para o texto antecipa seu tema central. 
Pressupõe-se, pela leitura de seu fragmento, que o artigo 
terá como foco o debate sobre 
A. 	 o protagonismo da disciplina de EF na organização do 
conhecimento corporal.
B. 	 os aspectos identitário e cultural do cidadão 
relacionados à prática de esportes.
C. 	 a busca de reflexão dos alunos sobre o contexto social 
e cultural em que se inserem.
D. 	 a importância da desconstrução de preconceitos 
relacionados à prática de dança na EF. 
E. 	 a manifestação da dança como objeto de construção 
da identidade cultural do sujeito.
QUESTÃO 38 
Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
LEMINSKI, P. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 
[Fragmento]
219SE02POR2020VII
Embora seja mais conhecido por sua poética sucinta 
e irônica, em “Amar você é coisa de minutos”, Paulo Leminski 
dá voz a um eu lírico
A. 	 resignado com seu destino.
B. 	 submisso aos desejos do ser amado.
C. 	 inquieto por ter sua paixão insatisfeita.
D. 	 saudosista diante da fugacidade do tempo.
E. 	 convicto de suas certezas sobre a existência.
QUESTÃO 39 
Disponível em: <http://organikalive.com/>. 
Acesso em: 01 nov. 2011.
OaKoAk é um artista contemporâneo francês que mistura 
elementos urbanos com arte de improviso. As imagens 
anteriores demonstram que um princípio estético do artista é 
A. 	 reler o mundo contemporâneo buscando referências 
da arte clássica.
B. 	 buscar a poetização do asfalto por meio de referências 
do cinema.
C. 	 intervir no espaço urbano recuperando referências de 
outras artes.
D. 	 reiterar a arte que se encontra nos espaços urbanos.
E. 	 criticar, com referências da arte universal, a degradação 
dos espaços urbanos.
LCT – PROVA I – PÁGINA 18 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 40 
Disponível em: <https://www.bb.com.br>. Acesso em: 19 nov. 2019.
Tendo em vista o gênero textual a que pertence, bem como 
os recursos verbais e não verbais empregados, o texto busca
A. 	 anunciar empresas apoiadas em discursos inovadores 
para gerar lucros.
B. 	 propagar ao leitor fatos relevantes acerca da 
diversidade racial no Brasil.
C. 	 associar uma instituição a ideais valorizadores do 
respeito à diversidade.
D. 	 incentivar a população negra a mobilizações contra o 
racismo na sociedade.
E. 	 denunciar a existência de desigualdade racial na 
sociedade contemporânea.
QUESTÃO 41 
Feliz aniversário
A família foi pouco a pouco chegando. Os que vieram de 
Olaria estavam muito bem-vestidos porque a visita significava 
ao mesmo tempo um passeio a Copacabana. A nora de 
Olaria apareceu de azul-marinho, com enfeite de paetês e um 
drapeado disfarçando a barriga sem cinta. O marido não veio 
por razões óbvias: não queria ver os irmãos. Mas mandara 
sua mulher para que nem todos os laços fossem cortados 
– e esta vinha com o seu melhor vestido para mostrar que 
não precisava de nenhum deles, acompanhada dos três 
filhos: duas meninas já de peito nascendo, infantilizadas em 
babados cor-de-rosa e anáguas engomadas, e o menino 
acovardado pelo terno novo e pela gravata.
Tendo Zilda – a filha com quem a aniversariante morava 
– disposto cadeiras unidas ao longo das paredes, como 
numa festa em que se vai dançar, a nora de Olaria, depois 
de cumprimentar com cara fechada aos de casa, aboletou-se 
numa das cadeiras e emudeceu, a boca em bico, mantendo 
sua posição de ultrajada. “Vim para não deixar de vir”, dissera 
ela a Zilda, e em seguida sentara-se ofendida. As duas 
mocinhas de cor-de-rosa e o menino, amarelos e de cabelo 
penteado, não sabiam bem que atitude tomar e ficaram de pé 
ao lado da mãe, impressionados com seu vestido azul-marinho 
e com os paetês.
LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 2009. 
p. 54-55. [Fragmento]
Como característica do gênero literário conto, “Feliz 
aniversário” apresenta
A. 	o relato objetivo e imparcial de um narrador que se 
limita a descrever a festa.
B. 	a descrição superficial das personagens, definidas pelo 
grau de parentesco.
C. 	a verossimilhança no relato, que busca disfarçar a alegria 
da comemoração.
D. 	a estrutura narrativa dividida em enredo primário (a 
festa) e secundário (Olaria).
E. 	o emprego de termos adjetivos para imprimir a visão da 
autora sobre aniversários.
QUESTÃO 42 
20 de junho... Dei leite para a Vera. O que eu sei é que 
o leite está sendo despesas extras e está prejudicando a 
minha minguada bolsa. Deitei a Vera e saí. Eu estava tão 
nervosa! Acho que se eu tivesse num campo de batalha, 
não ia sobrar ninguém com vida. Eu pensava nas roupas por 
lavar. Na Vera. E se a doença fosse piorar? Eu não posso 
contar com o pai dela. Ele não conhece a Vera. E nem a 
Vera conhece ele.
Tudo na minha vida é fantástico. Pai não conhece filho, 
filho não conhece pai.
... Não tinha papeis nas ruas. E eu queria comprar um par 
de sapatos para a Vera. [...] Segui catando papel. Ganhei 41 
cruzeiros. Fiquei pensando na Vera, que ia bradar e chorar, 
porque ela quando não tem o que calçar fica lamentando 
que não gosta de ser pobre. Penso: se a miséria revolta até 
as crianças...
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada.São Paulo: Ática, 2014. p. 66.
As narrativas, ao longo de sua disseminação nas comunidades 
ocidentais, exerceram variadas funções. No caso dessa obra 
de Maria Carolina de Jesus, em que ela relata o seu dia a 
dia numa comunidade pobre da cidade de São Paulo, o texto 
carrega consigo a função de
A. 	 denunciar a situação de privação material enfrentada 
pela população periférica.
B. 	 reiterar a ausência do poder público em locais distantes 
dos centros urbanos.
C. 	 romantizar o estado de vulnerabilidade social 
vivenciado pelas famílias pobres. 
D. 	 disseminar um estereótipo pejorativo de quem habita 
zonas marginais no Brasil.
E. 	 atualizar o contexto de violência doméstica praticada 
nas áreas nobres do país.
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 19BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 43 
MAY, E. Péssimas influências. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 25 fev. 2020.
O texto de Estela May representa um recorte do cotidiano de forma provocativa, recorrendo à confluência de tipos textuais. 
Uma tipologia textual identificada nesse cartum é a
A. 	 narrativa, pois as falas das personagens indicam ações e eventos passados, presentes e futuros.
B. 	 argumentativa, porque reflete sobre as “personas” construídas nos ambientes virtuais. 
C. 	 expositiva, visto que critica a cultura do “cancelamento”, comum nas redes sociais. 
D. 	 injuntiva, uma vez que orienta o que o leitor deve ou não fazer no âmbito virtual. 
E. 	 descritiva, já que a caracterização visual e verbal das personagens é destacada.
QUESTÃO 44 
Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina 
devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com 
calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava 
a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me 
que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
LISPECTOR, C. Felicidade clandestina. In: Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. [Fragmento]
A progressão temática de um texto é garantida por meio de recursos linguísticos diversos. No conto de Clarice Lispector, 
a expressão “como casualmente” demonstra que a antagonista deseja
A. 	 construir uma amizade com a narradora, compartilhando com ela seus bens.
B. 	 ceder à narradora o livro pelo qual ela ansiava, sem nada pedir em troca. 
C. 	 manipular a narradora, mencionando o livro que sabia que ela desejava.
D. 	 provocar a narradora ao lhe fazer uma promessa que não cumpriria. 
E. 	 negociar o empréstimo do livro que a narradora tanto queria ler.
QUESTÃO 45 
Homem faz cirurgia para retirar refrão de “Shallow” da cabeça
O carioca Fernando Andrade, de 35 anos, foi submetido hoje pela manhã a uma cirurgia para a retirada do refrão da 
música “Shallow” da cabeça. Esse é o primeiro caso clínico de remoção de música chiclete. Se der certo, a cirurgia ampliará 
os campos da medicina e livrará o ser humano de um de seus piores males.
Fernando disse que ficava cantarolando o refrão “shalalalala lou” o dia inteiro, e acabou sendo demitido. Segundo 
o médico, os primeiros resultados só aparecerão após três dias. O problema é que o próprio médico, ao descrever a operação, 
acabou também pegando o refrão.
Disponível em: <https://www.sensacionalista.com.br>. Acesso em: 07 jan. 2020. 
Sensacionalista é um site de entretenimento jornalístico considerado uma paródia da imprensa tradicional brasileira. 
Para gerar o humor de seus textos, o site subverteu o gênero notícia ao
A. 	 desconsiderar a importância da veracidade factual.
B. 	 fazer uso recorrente de figuras de linguagem.
C. 	 apresentar opinião explícita sobre um tema.
D. 	 empregar linguagem informal.
E. 	 utilizar um tom emotivo.
LCT – PROVA I – PÁGINA 20 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
TExTO I
A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da 
Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse 
vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por 
defender o organismo de doenças.
Já o HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos 
Lentiviridae e é uma Infecção Sexualmente Transmissível. 
Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns, 
como: período de incubação prolongado antes do surgimento 
dos sintomas da doença; infecção das células do sangue e 
do sistema nervoso; supressão do sistema imune.
A transmissão do HIV e, por consequência, da aids acontece 
das seguintes formas:
•	 Sexo vaginal, anal e oral sem camisinha;
•	 Uso de seringa por mais de uma pessoa;
•	 Transfusão de sangue contaminado;
•	 Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, 
no parto e na amamentação;
•	 Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
Disponível em: <https://www.saude.gov.br>. Acesso em: 07 fev. 2020.
TExTO II
No Brasil, estima-se que 866 mil pessoas vivem com o HIV, 
conforme o Ministério da Saúde. Desde os primeiros casos 
descobertos, nos anos 1980, o vírus costuma ser associado 
a homens gays.
Para especialistas, relacionar o HIV unicamente a homens 
que fazem sexo com outros homens é erro e preconceito – 
o número de mulheres infectadas tem crescido anualmente, 
por exemplo. Hoje é possível que uma pessoa com o HIV tenha 
qualidade de vida por meio de tratamentos com antirretrovirais 
que fazem com que o vírus se torne indetectável – quando 
a presença dele no sangue é extremamente baixa e a chance 
de transmissão se torna quase nula. Os medicamentos são 
disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Disponível em: <https://www.bbc.com>. Acesso em: 22 jan. 2020. 
[Fragmento]
TExTO III
Hoje, além do tratamento precoce dos infectados, o SUS 
oferece medicamentos para prevenir a transmissão (PrEP) 
e para a profilaxia pós-exposição (PEP).
Paradoxalmente, entretanto, relaxamos na educação. 
As campanhas públicas pelos meios de comunicação de 
massa desapareceram, a educação sexual nas escolas 
enfrenta barreiras impostas por religiosos, pelos moralistas 
das horas vagas e por grupos de conservadores medievais.
O Brasil que inovou ao implementar medidas ousadas de 
combate à aids, que serviram de exemplo aos países da 
África, Ásia e Américas, agora cruza os braços diante da 
nova onda de infecções que atinge os mais jovens.
São números assustadores que exigem medidas drásticas 
para evitar que se forme uma legião de infectados capaz de 
reviver os piores anos da epidemia.
VARELLA, D. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br>. 
Acesso em: 22 jan. 2020. [Fragmento]
TExTO IV
A aids cresce em jovens
de até 29 anos e cai na
população de 30 a 59 anos
Em dez anos (2006-2016), os casos de aids aumentaram:
A aids cresce entre as
jovens de 15 a 19 anos e entre
mulheres com mais 60 anos
175%
entre
homens
de 15 a
19 anos
111%
entre
homens
de 25 a
29 anos
17,5%
entre
homens
de 20 a
24 anos
14,5%
entre
mulheres
com mais
de 60 anos
13,9%
entre
mulheres
de 15 a
19 anos
Entre
homens
Entre
mulheres
Disponível em: <http://www.aids.gov.br>. Acesso em: 22 jan. 2020 
(Adaptação). 
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de 
linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 
4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.
4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaçodestinado ao texto.
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, 
redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema 
“Caminhos para a redução da transmissão de HIV / aids no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que 
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para 
defesa de seu ponto de vista.
TExTOS MOTIVADORES
ENEM – VOL. 3 – 2020 LCT – PROVA I – PÁGINA 21BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
CIêNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46 
Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br>. Acesso em: 02 jan. 2020.
A imagem retrata uma manifestação cultural brasileira cuja 
origem histórica está associada à
A. 	 concessão de liberdade religiosa aos negros no 
contexto escravocrata.
B. 	 organização política dos negros cativos contra o regime 
escravagista.
C. 	 integração plena dos escravizados à sociedade colonial 
portuguesa.
D. 	 adoção de diferentes formas de resistência ao sistema 
escravista. 
E. 	 sobreposição dos valores de origem africana à cultura 
europeia. 
QUESTÃO 47 
A cidade medieval teve um caráter semirrural, a 
começar pelo fato de que foi povoada em grande parte 
por camponeses. No caso daqueles núcleos urbanos que 
estavam localizados em regiões pertencentes aos senhores 
feudais, havia a cobrança de taxas variadas em cima do 
comércio. Também a produção agrária excedente dos 
senhorios alimentava a cidade. 
CALAINHO. D. B. História Medieval do Ocidente. Petrópolis. 
Rio de Janeiro: Vozes. 2019. [Fragmento adaptado] 
De acordo com o texto, o processo de revitalização urbana 
na Europa, durante a Baixa Idade Média, foi marcado pela
A. 	 supressão das obrigações servis.
B. 	 estabilização das relações sociais. 
C. 	 criação de uma nova classe social. 
D. 	 alteração da ordem política vigente. 
E. 	 integração das cidades com o campo.
QUESTÃO 48 
Portanto, relativamente à alma, reflete assim: quando 
ela se fixa num objeto iluminado pela verdade e pelo Ser, 
compreende-o, conhece-o e parece ser inteligente; porém, 
quando se fixa num objeto ao qual se misturam as trevas, 
o que nasce e morre, só sabe ter opiniões, vê mal, alternando 
o seu parecer de alto a baixo, e parece já não ter inteligência.
PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. 
9. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949. 
A reflexão de Platão sobre o papel da alma na obtenção do 
conhecimento se fundamenta em elementos
A. 	 religiosos, como as religiões falsas e verdadeiras.
B. 	 metafísicos, como as formas eternas e imutáveis.
C. 	 teológicos, como a dialética entre o bem e o mal.
D. 	 matemáticos, como a imprecisão da geometria.
E. 	 dialéticos, como a relevância das opiniões. 
QUESTÃO 49 
Estreia: O impossível reconstitui a tragédia do tsunami 
de 2004
Embora a roupagem aponte para mais um filme- 
-catástrofe, O impossível é uma obra contundente do diretor 
catalão Juan Antonio Bayona [...] com base no tsunami que 
devastou a costa asiática em 2004, deixando mais de 230 mil 
mortos. Inspirado no drama de uma família espanhola – no 
filme, britânica – que passava férias na Tailândia, Bayona 
vai além do registro e traz à tela uma história humanista de 
sobrevivência sem perder a tensão.
Disponível em: <http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2012/12/
estreia-o-impossivel-reconstitui-tragedia-do-tsunami-de-2004-1.html>. 
Acesso em: 12 dez. 2017. 
A sinopse anterior dá uma visão geral de um filme sobre 
os efeitos de um desastre natural na Tailândia. As ondas 
que caracterizam o fenômeno mencionado têm como 
característica
A. 	 gerarem eletricidade por meio da energia maremotriz, 
servindo de alternativa à matriz nuclear. 
B. 	 apresentarem uma pequena altura na origem e 
crescerem à medida que avançam até a costa. 
C. 	 terem grande poder destrutivo em terra firme, 
independentemente da localização do epicentro.
D. 	 serem provocadas por tufões no Pacífico que causam 
ondas e marés, podendo ter proporções catastróficas. 
E. 	 recuarem momentos antes de alcançarem o litoral, o 
que é provocado por alteração nas correntes marítimas.
CH – PROVA I – PÁGINA 22 ENEM – VOL. 3 – 2020 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 50 
Walter Raleigh poderá apropriar-se de todo o solo 
dessas terras, territórios e regiões por descobrir e possuir, 
como antes se disse, assim como todas as cidades, castelos, 
vilas e vilarejos e demais lugares dos mesmos, com os 
direitos, regalias, franquias e jurisdições, tanto marítimas 
como outras, nas ditas terras ou regiões ou mares adjuntos, 
para utilizá-los com plenos poderes, para dispor deles, em 
todo ou em parte, livremente ou de outro modo, de acordo 
com os ordenamentos das leis da Inglaterra [...] reservando 
sempre para nós, nossos herdeiros e sucessores, para 
atender qualquer serviço, tarefa ou necessidade, a quinta 
parte de todo o mineral, ouro ou prata que venha a se obter lá. 
CARTA DE DOAÇÃO A WALTER RALEIGH (1585). In: FEITOSA, L. D. 
Guerra de sentidos: uma leitura dos pronunciamentos do presidente 
George W. Bush sobre a guerra com o Iraque. Campinas, SP: [s.n.], 
2008.
Os aspectos presentes no texto que aproximam a colonização 
inglesa da colonização ibérica da América são
A. 	 o recurso à iniciativa privada e o ideal metalista.
B. 	 o patrocínio estatal e a doação de títulos nobiliários. 
C. 	 a vigilância metropolitana e a concessão de mordomias.
D. 	 a restrição da ocupação ao litoral e a autonomia 
jurídica.
E. 	 o desprezo pela população nativa e a permissão ao 
saque.
QUESTÃO 51 
– Ora, a verdade é que, entre muitas razões que tenho 
para pensar que estivemos a fundar uma cidade mais 
perfeita do que tudo, não é das menores a nossa doutrina 
sobre a poesia.
– Que doutrina, Sócrates?
– A de não aceitar da poesia de caráter imitativo. 
A necessidade de a recursar em absoluto é agora, segundo 
me parece, ainda mais claramente evidente, desde que 
definimos em separado cada uma das partes da alma.
– Que queres dizer?
– Aqui entre nós, todas as obras dessa espécie me 
parecem ser a destruição da inteligência dos ouvintes, 
de quantos não tiverem como antídoto o conhecimento da 
sua verdadeira natureza.
PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. 9. 
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949. (Adaptação)
A afirmação expressa no trecho revela uma preocupação 
platônica a respeito do(a)
A. 	 valorização da atividade dialética na pólis.
B. 	 afastamento da verdade pela arte imitativa.
C. 	 dificuldade de realização da pólis idealizada.
D. 	 empobrecimento da população com a poesia. 
E. 	 dedicação à literatura em detrimento da Filosofia.
QUESTÃO 52 
A Sociologia, portanto, não deve renunciar a nenhuma 
de suas ambições; por outro lado, se deseja responder às 
esperanças que se colocaram nela, deve aspirar a se tornar 
algo mais do que uma forma original da literatura filosófica. 
Que o sociólogo, em vez de se comprazer em meditações 
metafísicas a propósito das coisas sociais, tome como 
objetos de suas pesquisas grupos de fatos nitidamente 
circunscritos, que possam, de certo modo, ser apontados 
com o dedo, dos quais se possa dizer onde começam e onde 
terminam, e atenha-se firmemente a eles! Pois concepções 
que têm alguma base objetiva não dependem estritamente 
da personalidade de seu autor. Elas têm algo de impessoal 
que faz com que outros possam retomá-las e continuá-las; 
elas são suscetíveis de transmissão. 
DURKHEIM, É. O Suicídio: estudo de Sociologia. 
São Paulo: Martins Fontes, 2000 (Adaptação).
Responsável pela instituição acadêmica de sua disciplina, 
Émile Durkheim, no texto, expõe sua preocupação em 
A. 	 definir a subjetividade do sociólogo como metodologia. 
B. 	 estipular um método filosófico para a modernidade.
C. 	 impor as meditações metafísicas na ciência.
D. 	 identificar a situação anômica

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