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2 CONTABILIDADE BANCARIA (1)

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___________________Contabilidade das Instituições Financeiras___________________ 
_______________________________Prof. Deomar Perini___________________________________ 
____
5 
 
 
3. TEXTO PARA ESTUDO 
 
 
 
3.1 Introdução 
 
 
 
Sistema Financeiro Nacional conforme apresentado por Lopes & Rossetti é 
caracterizado por quatro fases distintas. 
O Sistema Financeiro Nacional em sua primeira fase caracterizou-se pela 
intermediação financeira na sua forma mais simples através de atividades 
relacionadas ao setor cafeeiro e a implantação de projetos no setor de infra-
estrutura. 
A partir da segunda fase caracterizada pelo período das Guerras e da 
Depressão, que se estendeu de 1914 a 1945, houve uma série de processos de 
considerável importância no quadro geral da intermediação financeira no Brasil, com 
destaque aos seguintes: 
 
ü Expansão do sistema de intermediação financeira de curto e médio 
prazo; 
ü Disciplina, integração e ampliação das margens de segurança, face 
a criação da Inspetoria Geral dos Bancos (1920), instalação da 
Câmara de Compensação (1921) e a implantação da Carteira de 
Redescontos do Banco do Brasil (1921); 
ü Estudos para criação de um Banco Central no país. 
 
Esses destaques trouxeram amplos benefícios ao sistema financeiro do país, 
à medida que deu maior consistência ao processo de intermediação. 
A terceira fase que se estendeu de 1945 a 1964, caracterizou-se como fase 
de transição entre a estrutura simples de intermediação financeira da primeira 
metade do século e a complexa estrutura montada a partir das reformas 
institucionais de 1964-65. Nos anos de transição as principais transformações no 
sistema financeiro nacional foram: 
 
ü Consolidação e penetração no espaço geográfico da rede de 
intermediação financeira de curto e médio prazo; 
ü Implantação de um órgão normativo, de assessoria, controle e 
fiscalização, o SUMOC - Superintendência da Moeda e do Crédito; 
ü Criação de uma instituição financeira central de fomento, o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico, BNDE; 
ü Criação de instituições financeiras de apoio a regiões carentes; 
ü Desenvolvimento espontâneo de Companhias de crédito, 
financiamento e investimento de médio e longo prazo. 
 
 
 
___________________Contabilidade das Instituições Financeiras___________________ 
_______________________________Prof. Deomar Perini___________________________________ 
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A última fase da evolução da intermediação financeira no Brasil iniciou-se em 
1964-65, com a promulgação de três leis que introduziram profundas alterações na 
estrutura do sistema financeiro nacional: 
 
ü Lei n° 4.380 - 21/08/64: instituiu a correção monetária nos contratos 
imobiliários de interesse social, criou o Banco Nacional de 
Habitação e institucionalizou o Sistema Financeiro de Habitação; 
ü Lei n° 4.595 - 31/12/64: definiu as características e as áreas 
específicas de atuação das instituições financeiras e transformação 
do SUMOC e seu Conselho em Banco Central do Brasil e 
Conselho Monetário Nacional, respectivamente; 
ü Lei n° 4.728 - 14/07/65: disciplinou o mercado de capitais e 
estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. 
 
A partir desses três institutos legais, o sistema financeiro brasileiro passou a 
contar com maior e mais diversificado número de intermediários financeiros não 
bancários, com áreas específicas e bem determinadas de atuação. Ao mesmo 
tempo, foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros, abrindo-se um 
novo leque de opções para aplicação de poupanças e criando-se, em decorrência 
disto, condições mais efetivas para a ativação do processo de intermediação. 
A quarta fase iniciou-se pela implementação dessas reformas até os dias 
atuais. Além daquelas instituições citadas, foi incorporado ao quadro do sistema a 
Comissão de Valores Mobiliários, criada pela Lei n° 6.385, de 7/12/76. 
Após o período de 1968 a 1973, o país passou a conviver com uma 
conjuntura adversa internacional (choque do petróleo de 73 e 79 e a crise da dívida 
externa de 82) e conturbada a nível interno (redemocratização e inflação). 
Influenciado também por esses acontecimentos, surgiu por parte dos agentes 
econômicos a necessidade de se protegerem quanto as oscilações adversas a que 
estão sujeitos, tanto a fatos e políticas internas, quanto externas. 
A transformação que vem passando a intermediação financeira nos últimos anos é 
motivada pelo desenvolvimento da economia, refletindo em processos de fusões e 
incorporações, resultando em aumento de competitividade. 
Diante disso a atividade de intermediação financeira, além de minimizar a 
incerteza e os riscos a níveis compatíveis com as exigências de maximização dos 
ganhos, terá que proporcionar cada vez mais segurança e agilidade no julgamento e 
previsão de melhores retornos. 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição. 
Pode-se definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a 
política e a instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um 
conjunto de instituições financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores, 
e investidores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 1 – Estrutura funcional do Sistema Financeiro nacional 
Fonte: Bathke e Pereira (2002) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3.2 Sistema Financeiro Nacional (SFN) 
 
 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição. 
Pode-se definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a 
política e a instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um 
conjunto de instituições financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores, 
e investidores. 
Segundo Nyama e Gomes (2006, p. 1-3) “até 1964, O Sistema Financeiro 
Nacional (SFN) carecia de uma estrutura adequada a necessidades e carência da 
sociedade. A partir de então, foi editada uma série de leis que possibilitaram esse 
reordenamento: 
 
 
Instrumento 
 
Problema 
 
Solução 
 
Lei da Correção 
Monetária 
(4.357/64) 
Historicamente, a inflação brasileira 
superava os 12% a.a e, com base no 
Direito Canônico, a lei de usura limitava 
o juro a 12% a.a. As empresas e 
indivíduos preferiam aplicar seus 
recursos disponíveis em outras 
alternativas, adiando, inclusive,o 
pagamento de suas obrigações 
tributárias. 
A mesma limitava a capacidade do 
Poder Público de financiar-se mediante 
a emissão de títulos próprios, impondo 
a emissão primária de moeda para 
satisfazer às necessidades financeiras. 
Além disso, os valores históricos de 
demonstrativos financeiros deixavam de 
espelhar adequadamente a realidade 
econômica, novamente com 
conseqüências para o Tesouro – tendo 
em vista a redução da carga tributária 
– e para os potenciais investidores. 
A lei instituiu normas para indexação de 
débitos fiscais, criou títulos públicos 
federais com cláusula de correção 
monetária (ORTN) – destinados a 
antecipar receitas, cobrir défict público e 
promover investimentos. 
Lei Plano 
Nacional da 
Habitação 
(4.380/64) 
A recessão econômica dos anos 60 
aumentava a massa de trabalhadores 
com pouca qualificação e o Estado não 
tinha condições de criar ou fomentar 
diretamente postos de trabalho para 
essa mão-de-obra. 
Uma alternativa seria a criação de 
empregos na construção civil. 
Foi criado o Banco Nacional da 
Habitação (BNH), órgão gestor do 
também criado Sistema Brasileiro de 
Poupança e Empréstimo (SBPE), 
destinado a fomentar a construção de 
casas populares e obras de saneamento 
e infra-estrutura urbana, com moeda 
própria (Unidade Padrão de Capital – 
UPC) e seus próprios instrumentos de 
captaçãode recursos – Cédulas 
Hipotecárias, Letras Imobiliárias e 
Caderneta de Poupança. 
Posteriormente, a esses recursos foram 
adicionados os do Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço (FGTS). 
 
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9 
Lei da Reforma 
do Sistema 
Financeiro 
nacional 
(4.595/64) 
Os órgãos de aconselhamento e gestão 
da política monetária, de crédito e 
finanças públicas concentravam-se no 
Ministério da Fazenda, na 
Superintendência da Moeda e do 
Crédito (Sumoc) e no Banco do Brasil, 
e essa estrutura não correspondia aos 
crescentes encargos e 
responsabilidades na condução da 
política econômica. 
Criado O Conselho Monetário nacional 
(CMN) e o Banco Central do Brasil, bem 
como estabelecidas as normas 
operacionais, rotinas de funcionamento 
e procedimentos de qualificação aos 
quais as entidades do sistema financiro 
deveriam subordinar-se. 
Lei de Mercado 
de Capitais 
(4.728/65) 
O processo de popularização do 
investimento estava contido em função 
da nítida preferência dos investidores 
por imóveis de renda e de reserva de 
valor. Ao governo interessava a 
evolução dos níveis de poupança 
internos e seu direcionamento para 
investimentos produtivos. 
Estabelecidas normas e regulamentos 
básicos para a estruturação de um 
sistema de investimentos destinado a 
apoiar o desenvolvimento nacional e 
atender à crescente demanda por 
crédito. 
Lei da CVM 
(6.385/76) 
Criar uma entidade que absorvesse a 
regulamentação e a fiscalização do 
mercado de capitais, especialmente no 
que se referia às sociedades de capital 
aberto. 
Criada a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), transferida do Banco 
Central a responsabilidade pela 
regulamentação e fiscalização das 
atividades relacionadas ao mercado de 
valores mobiliários (ações, debêntures, 
etc.) 
Lei das S.A. 
(6.404/76) 
Atualizar a legislação sobre as 
sociedades anônimas brasileiras, 
especialmente quanto aos aspectos 
relativos à composição acionária, 
negociação de valores mobiliários 
(ações, debêntures, etc.) e 
modernização do fluxo de informações. 
Estabeleceu regras claras quanto a 
características, formas de constituição, 
composição acionária, estrutura de 
demonstrações financeiras, obrigações 
societárias, direitos e obrigações de 
acionistas e órgãos estatutários e legais. 
Lei 10.303/01 Aprimorar a legislação sobre as 
sociedades anônimas (Lei 6.404/76), 
especialmente quanto aos aspectos 
relativos ao direito do acionista 
minoritário, e da Lei nº 6.385/76, 
relativamente a algumas atribuições da 
CVM. 
Estabeleceu novos direitos de acionistas 
minoritários, tais como o tag along 
mínimo de 80% e a composição de 
ações (limitando o percentual de ações 
preferencial em 50%). Além disso, 
dentre as alterações na Lei 6.385/76 
destaca-se a transferência para a CVM 
da competência para regular e 
supervisionar os fundos de 
investimentos e os derivativos. 
Lei 11.638/07 Adequar a legislação societária tendo 
em vista a padronização das normas 
contábeis brasileiras face ao padrão 
internacional. 
Alterou e revogou dispositivos da Lei 
6.404/76 e da Lei 6.385/76 e estendeu 
às sociedades de grande porte 
disposições relativas à elaboração e 
divulgação de demonstrações 
financeiras. 
 
 De acordo ainda com Niyama e Gomes (2006) a estrutura do SFN é 
decorrente desse conjunto de instrumentos legais, inspirada no modelo de 
especialização de instituições existente nos Estados Unidos, sendo cada 
seguimento identificado de acordo com o objetivo das destinações dos recursos 
captados: 
 
 
 
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ü Crédito de custo e curtíssimo prazos: Bancos Comerciais, Caixa 
Econômica Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos 
com carteira comercial; 
ü Crédito de médio e longo prazo: Bancos de Investimentos, 
Bancos de Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos 
Múltiplos com carteira de investimentos e Desenvolvimentos; 
ü Crédito ao consumidor: Sociedade de Crédito, Financiamento e 
Investimento (“Financeiras”) e Bancos Múltiplos com carteira de 
crédito, financiamento e investimento; 
ü Crédito habitacional: Caixa Econômica Federal, Associação de 
Poupança e Empréstimo, companhias Hipotecárias, Sociedades de 
Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de crédito 
imobiliário; 
ü Intermediação de títulos e valores mobiliários: Sociedades 
Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bancos 
de Investimentos e Bancos Múltiplos com carteira de investimento; 
ü Arrendamento mercantil: Sociedades de Arrendamento Mercantil 
e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil. 
 
Niyama e Gomes (2006) destaca, ainda, que outras entidades, caracterizadas 
como detentoras de volume significativo de recursos do público em geral ou 
especializadas em determinados segmentos, têm tido representatividade crescente 
no âmbito do SFN, apesar de não participarem diretamente do processo clássico de 
intermediação financeira ou de distribuição de títulos e valores mobiliários, quais 
sejam: 
 
ü Seguradoras; 
ü Companhias de capitalização; 
ü Entidades fechadas e abertas de previdências privada; 
ü Empresas de factoring; 
ü Consórcios; 
ü Companhias hipotecárias; 
ü Agência de fomento; 
ü Sociedade de crédito ao microempreendedor. 
 
A Estrutura do Sistema Financeiro Nacional é dada pela Lei 4.595, que diz 
que ele será constituído da seguinte forma: 
 
1. Conselho Monetário Nacional (CMN) [1]; 
1.1. Banco Central do Brasil (Bacen / BCB) [2]; 
1.1.1. Instituições Financeiras Captadoras de Depósito à Vista [3]; 
1.1.1.1. Bancos Múltiplos [4]; 
1.1.1.2. Bancos Comerciais [4]; 
1.1.1.3. Caixa Econômica Federal [4]; 
1.1.1.4. Cooperativas de Crédito [4]; 
1.1.2. Demais Instituições Financeiras [3]; 
1.1.2.1. Agências de Fomento [4]; 
1.1.2.2. Associações de Poupança e Empréstimo [4]; 
1.1.2.3. Bancos de Desenvolvimento [4]; 
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1.1.2.4. Bancos de Investimento [4]; 
1.1.2.5. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES) [4]; 
1.1.2.6. Companhias Hipotecárias [4]; 
1.1.2.7. Cooperativas Centrais de Crédito [4]; 
1.1.2.8. Sociedades Crédito, Financiamento e 
Investimento [4]; 
1.1.2.9. Sociedades de Crédito Imobiliário [4]; 
1.1.2.10. Sociedades de Crédito ao Microempreendedor [4]; 
1.1.3. Outros Intermediários Financeiros e Administradores de 
Recursos de Terceiros [3]; 
1.2. Comissão de Valores Mobiliários (CVM) [2]; 
1.2.1. Bolsas de Mercadorias e Futuros [3]; 
1.2.2. Bolsas de Valores [3]; 
1.2.3. Outros Intermediários Financeiros e Administradores de 
Recursos de Terceiros [3]; 
 
2. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) [1]; 
2.1. Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) [2]; 
2.1.1. Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) [3]; 
2.1.2. Sociedades Seguradoras [3]; 
2.1.3. Sociedades de Capitalização [3]; 
2.1.4. Entidades Abertas de Previdência Complementar [3]; 
 
3. Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC) [1]; 
3.1. Secretaria de Previdência Complementar (SPC) [2]; 
3.1.1. Entidades Fechadas de Previdência Complementar 
(Fundos de Pensão) [3]; 1 
 
 
3.2.1 Órgãos normativos 
 
 
O Sistema Financeiro Nacional está dividido em dois grandes subsistemas, o 
normativo e o de intermediação e instituições auxiliares. Vamos começar 
falando um pouco do Subsistema Normativo. O Subsistema Normativo regulamenta 
e fiscaliza o mercado financeiro. Fazem parte desse subsistema: o Conselho 
Monetário Nacional – CMN; o Banco Central – BACEN; a Comissão de Valores 
Mobiliários – CVM; a Superintendênciade Seguros Privados – SUSEP; e a 
Secretaria de Previdência Complementar – SPC. 
 
 
1
 Onde temos: 
· [1] Órgãos Normativos do Sistema Financeiro Nacional (SFN); 
· São os órgãos responsáveis por expedir as leis do sistema financeiro. 
· [2] Entidades Supervisoras do Sistema Financeiro Nacional (SFN); 
· São entidades responsáveis por supervisionar o bom funcionamento do sistema, e 
supervisionam junto com seu órgão normativo. 
· [3] Operadores do Sistema Financeiro Nacional (SFN); 
· São as empresas que operam no sistema financeiro. 
· [4] Órgãos operadores do Sistema Financeiro Nacional (SFN), Alguns exemplos de entidades; 
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12 
 
 
Conselho Monetário Nacional (CMN) 
 
 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do 
Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das 
políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, 
funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os 
instrumentos de política monetária e cambial. 
O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo 
Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e pelo Presidente do Banco 
Central do Brasil (Bacen). Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo 
Bacen. 
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), 
composta pelo Presidente do Bacen, na qualidade de Coordenador, pelo Presidente 
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário Executivo do Ministério 
do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário Executivo do Ministério da Fazenda, 
pelo Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, pelo Secretário do 
Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e por quatro diretores do Bacen, 
indicados por seu Presidente. 
Está previsto o funcionamento também junto ao CMN de comissões 
consultivas de Normas e Organização do Sistema Financeiro,de Mercado de Valores 
Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de Crédito Industrial, de Crédito 
Habitacional e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana, de Endividamento Público 
e de Política Monetária e Cambial. 
 
Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do CMN são: 
 
· Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades 
da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; 
· Regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio no 
balanço de pagamento do país; 
· Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; 
· Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos 
financeiros; 
· Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; 
· Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e 
da dívida pública, interna e externa; 
· Fixar as diretrizes e normas da política cambial; 
· Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações 
creditícias em todas as suas formas; 
· Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que 
exercerem atividades subordinadas à Lei nº 4.595, de 1964, bem 
como as penalidades previstas; 
· Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem 
observadas pelas instituições financeiras; 
· Determinar recolhimentos compulsórios e encaixes obrigatórios de 
depósitos à vista, do total dos depósitos e/ou outros títulos 
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contábeis das instituições financeiras, função também atribuída ao 
Banco Central do Brasil pela Lei nº 7.730, de 31 de janeiro de 1989; 
· Disciplinas as atividades das bolsas de valores e dos corretores de 
fundos públicos. 
 
 
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) 
 
 
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um 
órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, 
conforme disposto no Decreto nº 91.152, de 15 de março de 1985, e na Lei nº 9.069, 
de 29 de junho de 1995; 
O CRSFN teve seu Regimento Interno aprovado pelo Decreto nº 1.935, de 20 
de junho de 1996, com a nova dada pelo Decreto nº 2.277, de 17 de julho de 1997. 
Dispõe sobre as competências, prazos e demais atos processuais vinculados às 
suas atividades. 
O CRSFN possui competência para julgar em segunda e última instância 
administrativa os recursos interpostos das decisões relativas às penalidades 
administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores 
Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior. 
 
 
Banco Central do Brasil 
 
 
Para Fortuna (1995) o Banco Central do Brasil é a entidade criada para atuar 
como órgão executivo central do Sistema Financeiro Nacional, cabendo-lhe a 
responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o 
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetário 
Nacional. 
Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do Banco 
Central do Brasil são: 
 
· Emitir papel moeda e moeda metálica; 
· Executar os serviços de meio circulante; 
· Determinar os percentuais de recolhimentos de compulsórios; 
· Receber os recolhimentos compulsórios e também os depósitos 
voluntários a vista das instituições financeiras; 
· Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições 
financeiras; 
· Efetuar o controle de capitais estrangeiros; 
· Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e 
de direitos especiais de saque; 
· Exercer fiscalização das instituições financeiras e aplicar as 
penalidades previstas; 
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· Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que 
possam: 
¾ Funcionar no país; 
¾ Instalar ou transferir suas sedes ou dependências, inclusive 
no exterior; 
¾ Ser transformadas, fundidas, incorporadas, cindidas ou 
encampadas; 
¾ Praticar operações de câmbio crédito rural e venda habitual 
de títulos da dívida pública federal, estadual e municipal, 
ações, debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de 
crédito ou mobiliários; 
¾ Ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento, 
alterar seus estatutos; 
· Estabelecer condições para a posse em quaisquer cargos de 
administração de instituições financeiras privadas, assim como para 
o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e 
semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo CMN; 
· Efetuar como instrumento de política monetária, operações de 
compra e venda de títulos públicos federais; 
· Entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições 
financeiras estrangeiras e internacionais; 
· Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e 
outros papéis; 
· Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de 
capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram 
nesses mercados e em relação a modalidades ou processos 
operacionais que utilizem. 
 
 
Comissão de Valores Mobiliários 
 
 
A Comissão de Valores Mobiliários - CVM é uma autarquia especial, 
vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar 
e promover o mercado de valores mobiliários. Criada pela Lei 6.385, de 07/12/76, a 
CVM exerce atividade de fiscalização e normatização do mercado de valores 
mobiliários, de modo a assegurar o exercício de práticas eqüitativas e coibir 
qualquer tipo de irregularidade. Ao mesmo tempo, desenvolve estudos e pesquisas, 
dos quais obtém elementos necessários à definição de políticas e iniciativas capazes 
de promover o desenvolvimento do mercado.No exercício de suas atribuições, a 
Comissão de Valores Mobiliários poderá examinar registros contábeis, livros e 
documentos de pessoas e/ou empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a 
prestar declarações ou esclarecimentos, sob pena de multa; requisitar informações 
de órgãos públicos, outras autarquias e empresas públicas; determinar às 
companhias abertas a republicação de demonstrações financeiras e dados diversos; 
apurar infração mediante inquéritos administrativos e aplicar penalidade. 
 
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Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições da CVM são: 
 
· Disciplinas e fiscalizar: 
¾ A emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; 
¾ A negociação e intermediação no mercado de valores 
mobiliários; 
¾ A organização, o funcionamento e as operações das bolsas 
de valores; 
¾ A administração de carteiras e a custódia de valores 
mobiliários; 
¾ A auditoria de companhia abertas; 
¾ Os serviços de consultor e analista de valores mobiliários; 
· Regulamentar matérias previstas nas Leis nº 6.385, de 1976, 6.404, 
de 1976, e 10.303, de 2002;2 
· Administrar registros instituídos pela Lei nº 6.385, de 1976; 
· Fixar limites máximos de preços e comissões cobradas pelos 
intermediários; 
· Fiscalizar companhias abertas, dando prioridade às que não pagam 
dividendos; 
· Suspender a negociação de determinado valor mobiliário; 
· Decretar recesso das bolsas de valores; 
· Divulgar informações para orientar os participantes do mercado; 
· Conceder registro para negociação em bolsa e no mercado de 
balcão. 
 
 
 
3.2.2 Instituições financeiras bancárias (ou monetárias) 
 
 
Howells e Bain (2001) destacam que as instituições financeiras apresentam 
de várias formas diferentes e oferecem uma variedade de serviços. De maneira 
geral, pode-se dizer que as instituições financeiras se especializam em uma ou mais 
das seguintes funções: 
 
· Provisão de um mecanismo de pagamentos; 
· Fornecimentos de um meio de emprestar e tomar emprestado; e 
· Outros serviços; como câmbio, seguros e assim por diante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Acrescentamos a lei 11.638 de 2007 que fez alterações na Lei 6.404 de 1976. 
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16 
 
No entanto, as instituições financeiras bancárias caracterizam pelo fato de 
terem a capacidade de criação de moeda.3 
 
 
Bancos comerciais 
 
 
 Instituições especializadas em operações de curto e médio prazos, que 
oferecem capital de giro para o comércio, indústria, empresas prestadoras de 
serviços e pessoas físicas, bem como concedem crédito rural. 
 Niyama e Gomes (2006) destacam que as operações autorizadas a essas 
instituições podem ser divididas em: ativas, passivas, especiais, acessórias, e de 
prestação de serviços, sendo as principais (i) aplicações em títulos e valores 
mobiliários, (ii) operações de crédito, (iii) captação de depósito à vista, de poupança 
e a prazo, (iv) gestão de recursos de terceiros, (v) cobrança e recebimentos e 
pagamentos por conta de terceiros. 
 
 
Operações 
ativas 
ü Desconto de títulos 
ü Abertura de crédito, simples e em conta corrente 
ü Crédito rural 
ü Empréstimo para capital de giro 
ü Operações de repasses e refinanciamentos 
ü Aplicações em títulos e valores mobiliários 
ü Depósitos interfinanceiros 
ü Financiamentos de projetos do Programa de Fomento à 
Competitividade Industrial 
Operações 
passivas 
ü Depósitos à vista 
ü Depósitos a prazo fixo 
ü Obrigações contraídas no país e no exterior relativas a repasses e 
refinanciamentos 
ü Emissão de cédulas pignoratícias de debêntures 
ü Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI) 
 
Operações 
especiais 
ü Operações de câmbio 
ü Custódia de títulos e valores 
ü Prestação de fianças e outras garantias 
ü Operações compromissadas (operações de mercado aberto ou open market) 
ü Compra e venda no mercado físico de ouro 
ü Administração de fundos de investimentos 
 
3
 Esse processo chama-se monetização. Monetização é a criação de moeda pelos bancos 
comerciais. Os bancos de depósito criam moeda usando os valores dos depósitos. Os depósitos 
bancários são a fonte abundante da moeda escritural. Os bancos utilizam os fundos que lhes são 
emprestados pelos correntistas, os depositantes, para conceder empréstimos. Esses valores 
concedidos em empréstimos são, por sua vez, também depositados em banco. Daí vem o processo 
multiplicador de moeda. Dessa forma, o crédito é o que permite a criação de moeda escritural. Boa 
parte dos depósitos feitos num banco são valores obtidos por empréstimos (operação de crédito) 
tomados anteriormente em outros bancos. É óbvio que o processo de criação não é lento e nem tão 
simples como descrito aqui. Os estudiosos do tema ilustram o mecanismo de criação de moeda com 
fórmulas e cálculos complexos, mas para nós o importante é conhecer a noção básica do fenômeno. 
Lembrete: Não devemos fazer confusão com emissão, criação e fabricação da moeda. Quem emite é 
o Banco Central, quem cria são os bancos comerciais e quem fabrica as cédulas e cunha as moedas 
metálicas é a Casa da Moeda. 
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17 
Operações 
acessórias 
ü Ordens de pagamentos e transferências de fundos 
ü Cheques de viagem 
ü Cobrança 
ü Serviços de correspondente 
ü Recebimentos e pagamentos de interesse de terceiros 
ü Saneamento do meio circulante e fornecimento de troco 
ü Intermediação na aquisição de títulos federais em leilões 
ü Serviços ligados ao câmbio e ao comércio internacional 
Prestações de 
serviços 
ü No recebimento de tributos, FGTS, INSS, PIS, prêmios de seguros e conta de 
água, energia elétrica, gás e telefone 
ü No pagamento para o FGTS, INSS, PIS e segurados em geral 
ü Na prestação de serviços a outras instituições financeiras e a empresas de 
atividades complementares ou subsidiárias, cartão de crédito, administração 
de bens e processamento de dados 
ü Na prestação de outros serviços, quando vinculados à arrecadação e ao 
pagamentos de interesse público 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
Cooperativas de crédito 
 
 
 Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma 
de sociedade cooperativa, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos 
associados, como concessão de crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, 
cheques, prestação de serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e 
pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras 
públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras operações 
específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor. 
 Assaf e Carvalho citados por Pinheiro (2008) discordam quanto aos critérios 
para classificar uma instituição como bancária ou não, mas concordam que as 
cooperativas de crédito não possuem capacidade de criar moeda. Na verdade, uma 
cooperativa de crédito está habilitada a realizar praticamente todas as operações 
financeiras permitidas a um banco comercial e, por estar autorizada a captar 
depósitos à vista, “verdadeiramente ela está autorizada a criar moeda escritural”, 
como mesmo admite Carvalho (2000). Por outro lado, as cooperativas de crédito, 
além de receberem depósitos à vista, realizam operações ativas de concessão de 
créditos em diversas modalidades, motivo pelo qual incorrem nos mesmos riscos de 
intermediação financeira inerentes aos bancos múltiplos e comerciais em geral. 
 
Operações ativas 
ü Desconto de títulosü Abertura de crédito, simples e em conta corrente 
ü Crédito rural 
ü Empréstimo para capital de giro 
ü Operações de repasses e refinanciamentos 
Operações passivas 
ü Depósitos à vista 
ü Depósitos a prazo fixo 
ü Obrigações contraídas junto a instituições financeiras 
Operações acessórias 
ü Cobrança de títulos 
ü Serviços de correspondente e custódia 
ü Recebimentos e pagamentos desde que conveniados 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
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18 
 
 
3.2.3 Instituições financeiras não bancárias (ou não 
monetárias) 
 
 
Mishkin (2000) relata que embora os bancos possam ser as instituições 
financeiras com as quais lidamos mais frequentemente, não são as únicas com as 
quais temos contato. Suponha que você obtenha um seguro de uma seguradora, 
consiga um empréstimo de uma financeira para adquirir um carro novo, ou compre 
ação ordinária com ajuda de um corretor. Em cada uma dessas transações, você 
está lidando com uma instituição financeira não-bancárias também desempenham 
um papel importante na canalização de recursos de emprestadores-poupadores 
para tomadores-gastadores. 
 
 
 
Bancos de investimentos 
 
 
Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas 
especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de 
financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de 
administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de 
sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a 
expressão "Banco de Investimento". 
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, 
repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento 
por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital 
de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, 
depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 
2.624, de 1999). 
 
Operações ativas 
ü Financiamento de capital fixo 
ü Financiamento de capital de giro 
ü Repasse de empréstimos externos 
ü Repasses de recursos oficiais 
ü Arrendamento mercantil (lease back) 
ü Aquisição de direitos creditórios 
ü Subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários 
ü Credito rural 
ü Depósitos interfinanceiros 
ü Financiamento de projetos do Programa de fomento à 
Competitividade Industrial 
Operações 
passivas 
ü Depósito a prazo fixo 
ü Empréstimos externos 
ü Empréstimos no país, oriundos de recursos de instituições financeiras 
oficiais 
ü Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias 
ü Emissão de Cédulas Pignoratícias de Debêntures 
ü Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI) 
ü Emissão de Títulos de Desenvolvimentos Econômicos 
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Operações 
acessórias 
ü Administração de fundos de investimentos 
ü Distribuição, intermediação ou colocação no mercado de títulos de 
valores mobiliários 
ü Realização de operações compromissadas 
ü Concessão de fiança ou aval 
ü Realizações de operações de câmbio 
ü Compra e venda no mercado físico de ouro 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
 
Bancos de desenvolvimentos 
 
 
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos 
governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento 
oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo 
prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento 
econômico e social do respectivo Estado. 
As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, 
emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de 
debêntures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico. 
As operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos 
prioritariamente ao setor privado. 
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na 
capital do Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e 
privativamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de 
Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede (Resolução CMN 
394, de 1976). 
 
 
Operações ativas 
ü Financiamento de capital fixo 
ü Financiamento de capital de giro 
ü Repasse de empréstimos externos 
ü Repasses de recursos oficiais 
ü Arrendamento mercantil (lease back) 
ü Aquisição de direitos creditórios 
ü Credito rural 
ü Depósitos interfinanceiros 
ü Financiamento de projetos do Programa de fomento à 
Competitividade Industrial 
Operações 
passivas 
ü Depósito a prazo fixo 
ü Operações de repasse/contribuições do setor público 
ü Empréstimos externos 
ü Empréstimos no país, oriundos de recursos de instituições financeiras 
oficiais 
ü Emissão ou endosso de cédulas hipotecárias 
ü Emissão de Cédulas Pignoratícias de Debêntures 
ü Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI) 
ü 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
 
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20 
 
Sociedade de arrendamento mercantil (leasing) 
 
 
As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de 
sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a 
expressão "Arrendamento Mercantil". 
As operações passivas dessas sociedades são emissão de debêntures, 
dívida externa, empréstimos e financiamentos de instituições financeiras. Suas 
operações ativas são constituídas por títulos da dívida pública, cessão de direitos 
creditórios e, principalmente, por operações de arrendamento mercantil de bens 
móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela 
entidade arrendadora para fins de uso próprio do arrendatário. 
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 2.309, de 
1996). 
 
Operações 
ativas 
ü Arrendamento mercantil: podem ser objeto bens móveis, de produção 
nacional ou estrangeira, e bens imóveis, adquiridos pela entidade 
arrendadora, segundo especificações e para uso da arrendatária em sua 
atividade econômica 
ü As disponibilidades podem ser aplicadas em: 
¾ Títulos da dívida pública 
¾ Letras de câmbio 
¾ Letras Imobiliárias 
¾ Letras Hipotecárias 
¾ CDB 
¾ RDB 
¾ CDI 
¾ Ouro 
¾ Depósito em moeda estrangeira junto ao Bacen 
¾ Mercados futuros 
¾ Aquisição de direitos creditórios 
¾ Moeda estrangeira 
Operações 
passivas 
ü Empréstimos contraídos no exterior, inclusive repasses de recursos externos 
ü Empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais 
ü Recursos oriundos de instituições financeiras oficiais, destinados a repasses 
dentro de programas específicos 
ü Emissão de debêntures 
ü Cessão de direitos creditórios de contratos de arrendamento mercantil 
ü Cessão de contratos de arrendamento mercantil 
ü Emissão de Certificados de Depósitos Intewrfinancenros (CDI) 
ü 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
Sociedades de crédito, financiamento e investimentos (“financeiras”) 
 
As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas 
por financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30 
de novembro de 1959. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo 
básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de 
giro. 
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21 
 
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua 
denominação social deve constar a expressão "Crédito,Financiamento e 
Investimento". 
Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras de 
Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários 
(Resolução CMN 3454, de 2007 
 
 
Operações 
ativas 
ü Financiamento de bens e serviços a pessoas físicas ou jurídicas 
ü Financiamento de capital de giro a pessoa jurídica 
ü Refinanciamento de operações de arrendamento mercantil 
ü Aplicações em títulos e valores mobiliários 
ü Depósitos interfinanceiros 
Operações 
passivas 
ü Aceite de Letras de Câmbio 
ü Recursos oriundos de instituições financeiras oficiais, destinados a repasses 
dentro de programa específicos 
ü Emissão de Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI) 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
Sociedade de Crédito Imobiliário 
 
 
As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela 
Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. 
Constituem operações passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a 
emissão de letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros. 
Suas operações ativas são: financiamento para construção de habitações, 
abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento de 
capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de 
construção. 
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando 
obrigatoriamente em sua denominação social a expressão "Crédito Imobiliário". 
(Resolução CMN 2.735, de 2000). 
 
 
Operações 
ativas 
ü Financiamento de empreendimentos relativos à construção de 
habitações 
ü Abertura de crédito para compra ou construção de casa própria 
ü Operações de faixa livre: 
¾ Financiamentos habitacionais não contemplados pelo SFH 
¾ Financiamento de capital de giro a empresas ligadas ao setor 
de construção 
¾ Aquisição de títulos da dívida pública 
¾ Arrendamento mercantil de bens imóveis celebrado com o 
próprio vendedor do bem (lease back) 
¾ Aquisição de direitos creditórios 
¾ Empréstimos hipotecários 
¾ Financiamentos imobiliários não habitacionais 
¾ CDI 
ü Aplicações em títulos e valores mobiliários 
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Operações 
passivas 
ü Emissão de Letras Imobiliárias 
ü Emissão de Letras Hipotecárias 
ü Emissão de Cédulas Hipotecárias 
ü Depósito de Poupança 
ü Refinanciamentos concedidos pela Caixa 
ü Obrigações por recursos captados no país e no exterior para execução de 
projetos habitacionais 
ü Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI) 
Fonte; Niyama e Gomes (2006) 
 
 
Associação de Poupança e Empréstimo (APE) 
 
 
As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma de 
sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados. 
Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário 
e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são 
constituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas 
de poupança, depósitos interfinanceiros e empréstimos externos. Os depositantes 
dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por isso, não 
recebem rendimentos, mas dividendos. 
Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no patrimônio líquido 
da associação e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de 1967). 
 
 
Operações 
ativas 
ü Financiamento habitacionais aos associados 
ü Financiamento de empreendimentos relativos à construção de 
habitações que serão vendidas aos associados 
ü Aplicações em títulos e valores mobiliários 
ü Operações de faixa livre: 
¾ Financiamentos habitacionais não contemplados pelo SFH 
¾ Financiamento de capital de giro a empresas ligadas ao setor 
de construção 
¾ Aquisição de títulos da dívida pública 
¾ Arrendamento mercantil de bens imóveis celebrado com o 
próprio vendedor do bem (lease back) 
¾ Aquisição de direitos creditórios 
¾ Empréstimos hipotecários 
¾ Financiamentos imobiliários não habitacionais 
¾ CDI 
Operações 
passivas 
ü Emissão de Letras Hipotecárias 
ü Emissão de Cédulas Hipotecárias 
ü Depósito de Poupança 
ü Refinanciamentos concedidos pela Caixa 
ü Obrigações por recursos captados no país e no exterior para execução de 
projetos habitacionais 
ü Emissão de Certificados de Depósito Interfinanceiros (CDI) 
 
 
 
 
 
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3.2.4 Bancos múltiplos 
 
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que 
realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições 
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou 
de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, 
financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas 
legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às 
suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por 
banco público. 
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo 
uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a 
forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar 
depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" 
(Resolução CMN 2.099, de 1994). 
 
 
3.2.5 Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários 
 
 
Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários é constituído pelas bolsas 
de valores, bolsas de mercadoria, sociedades corretoras de títulos de valores 
mobiliários, sociedade corretora de câmbio, agentes autônomos de investimento, e 
caixa de registro e liquidação 
 
 
Bolsa de valores 
 
 
As bolsas de valores são locais que oferecem condições e sistemas 
necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores 
mobiliários de forma transparente. Além de seu papel básico de oferecer um 
mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços 
prestados por seus intermediários, facilitar a divulgação constante de informações 
sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas 
de valores propiciam liquidez às aplicações de médio e longo prazos, por intermédio 
de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. É por meio das 
bolsas de valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo 
moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas 
em expansão, que, diante deste apoio, poderão assegurar as condições para seu 
desenvolvimento. 
 
 
 
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24 
 
Sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários 
 
 
As sociedades corretoras são instituições financeiras, devidamente 
credenciadas pelo Banco Central do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e 
estão habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. As corretoras podem ser 
definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens e operações 
por conta própria e determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série 
de serviços a investidores e empresas, tais como: 
 
ü diretrizes para seleção de investimentos; 
ü intermediação de operações de câmbio; 
ü assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures 
e debêntures conversíveis em ações, renovação do registro de capital 
etc. 
 
As sociedades corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido 
pelas bolsas de valores, com o propósito de assegurar a seus clientes eventualreposição de títulos e valores negociados em pregão, e atender a outros casos 
previstos pela legislação. As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de 
valores, representando a certeza de uma boa orientação e da melhor execução dos 
negócios de seus investidores. 
 
 
Distribuidoras 
 
 
As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas 
sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, 
devendo constar na sua denominação social a expressão "Distribuidora de Títulos e 
Valores Mobiliários". 
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de 
títulos e valores mobiliários no mercado; administram e custodiam as carteiras de 
títulos e valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos e clubes de 
investimento; operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo 
títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a 
intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos 
públicos de ações; operam no mercado aberto e intermedeiam operações de 
câmbio. 
São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 
1986). 
 
 
3.2.6 Agentes especiais 
 
 
Os agentes especiais são instituições que complementam funções do 
subsistema normativo e operam em nome do Tesouro Nacional. 
 
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25 
 
 
Banco do Brasil S.A 
 
 
 Segundo Fortuna (1995) o Banco do Brasil é um banco comercial que opera 
na prática como agente financeiro do Governo Federal. Além disso, é o principal 
executor da política oficial de crédito rural e industrial. Conserva, portanto. Algumas 
funções que não são próprias de um banco comercial, como o Departamento de 
Comércio Exterior (DECEX) que desempenha funções nitidamente governamentais ; 
a Câmara de Compensação de Cheques e Outros Papéis; a execução de serviços 
ligados ao orçamento geral da União; a execução do serviço da dívida pública 
consolidada, a aquisição de estoques de produção exportável e a execução de 
política de preços mínimos dos produtos agropecuários. 
 
 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
 
Fortuna (1995) destaca que o BNDES é a instituição responsável pela política 
de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição 
financeira de fomento do País, tendo como objetivos básicos: 
· Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País; 
· Fortalecer o setor empresarial nacional; 
· Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos pólos de produção; 
· Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, 
industriais e de serviços; 
· Promover o crescimento e a diversificações das exportações. 
 
 
Banco do Nordeste do Brasil 
 
 
O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento 
regional da América Latina e diferencia-se das demais instituições financeiras pela 
missão que tem a cumprir: atuar, na capacidade de instituição financeira pública, 
como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o 
na dinâmica da economia nacional. 
 
 
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26 
 
Sua visão é a de ser referência como agente indutor do desenvolvimento 
sustentável da Região Nordeste. Sua preocupação básica é executar uma política 
de desenvolvimento ágil e seletiva, capaz de contribuir de forma decisiva para a 
superação dos desafios e para a construção de um padrão de vida compatível com 
os recursos, potencialidades e oportunidades da Região.4 
 
 
 
Banco da Amazônia 
 
 
O Banco da Amazônia é uma instituição financeira federal de fomento com a 
missão de promover o desenvolvimento da região amazônica. Possui papel 
relevante tanto no apoio à pesquisa quanto no crédito de fomento, respondendo por 
mais de 60% do crédito de longo prazo da Região. Com sua atuação, o Banco se 
articula com diversos órgãos vinculados ao Governo Federal, Estadual e Municipal, 
através de parcerias com diversas entidades, universidades, Sebrae, organizações 
não-governamentais ligadas ao fomento sustentável e aquelas representativas dos 
diversos segmentos do empresariado e dos pequenos produtores rurais.5 
 
 
 
Caixa Econômica Federal 
 
 
Criada em 1861, a CAIXA é um agente das políticas públicas do governo 
federal. Atende não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores 
formais do Brasil, estes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-
desemprego; beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias. 
Além disso, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico, infra-
estrutura e prestação de serviços, a Caixa Econômica Federal exerce um papel 
fundamental na promoção do desenvolvimento urbano e social no país, contribuindo 
para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a de baixa renda. 
A atuação da CAIXA também se estende aos palcos, salas de aula e pistas 
de corrida, com o apoio a iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas.6 
 
 
 
 
 
 
4 Fone: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/O_Banco/Principal/gerados/o_banco.asp 
5 Fonte: http://www.bancoamazonia.com.br/ 
6 Fonte: http://www.caixa.gov.br/acaixa/index.asp 
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3.3 Contabilização das operações bancárias 
 
 
 
É competência do Conselho Monetário Nacional expedir normas gerais de 
contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras. Tal 
competência foi delegada ao Banco Central do Brasil, em reunião daquele Conselho, 
de 19/07/78. 
Cabe ao Banco Central do Brasil e à Comissão de Valores a expedição de 
normas para avaliação dos valores mobiliários registrados nos ativos das 
sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
A escrituração deve ser completa, mantendo-se em registros permanentes 
todos os atos e fatos administrativos que modifiquem ou venham a modificar, 
imediatamente ou não, sua composição patrimonial. 
O simples registro contábil não constitui elemento suficientemente 
comprobatório, devendo a escrituração ser fundamentada em comprovantes hábeis 
para a perfeita validade dos atos e fatos administrativos. No caso de lançamentos 
via processamento de dados, tais como: saques em caixa eletrônico, operações "on 
line" e lançamentos fita a fita, a comprovação faz-se mediante listagens extraídas 
dos registros em arquivos magnéticos. 
A par das disposições legais e das exigências regulamentares específicas 
atinentes à escrituração, observam-se, ainda, os princípios fundamentais de 
contabilidade, cabendo à instituição: 
 
a) adotar métodos e critérios uniformes no tempo, sendo que as 
modificações relevantes devem ser evidenciadas em notas 
explicativas, quantificando os efeitos nas demonstrações 
financeiras, quando aplicável; 
b) registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e 
não na data do efetivo ingresso ou desembolso, em respeito ao 
regime de competência; 
c) fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas, 
ganhos, lucros, despesas, perdas e prejuízos, independentemente 
da apuração de resultado a cada seis meses; 
d) apurar os resultados em períodos fixos de tempo, observando os 
períodos de 1º de janeiro a 30 de junho e 1º de julho a 31 de 
dezembro; 
e) e) proceder às devidas conciliações dos títulos contábeis com os 
respectivos controles analíticos e mantê-las atualizadas, conforme 
determinado nas seções próprias destePlano, devendo a 
respectiva documentação ser arquivada por, pelo menos, um ano. 
 
A forma de classificação contábil de quaisquer bens, direitos e obrigações não 
altera, de forma alguma, as suas características para efeitos fiscais e tributários, que 
se regem por regulamentação própria. 
 
 
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O fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de conciliações 
contábeis e a escrituração mantida em atraso por período superior a 15 (quinze) 
dias, subseqüentes ao encerramento de cada mês, ou processados em desacordo 
com as normas consubstanciadas neste Plano Contábil, colocam a instituição, 
seus administradores, gerentes, membros do conselho de administração, fiscal e 
semelhantes, sujeitos a penalidades cabíveis, nos termos da lei. 
O profissional habilitado, responsável pela contabilidade, deve conduzir a 
escrituração dentro dos padrões exigidos, com observância dos princípios 
fundamentais de contabilidade, atentando, inclusive, à ética profissional e ao sigilo 
bancário, cabendo ao Banco Central providenciar comunicação ao órgão 
competente, sempre que forem comprovadas irregularidades, para que sejam 
aplicadas as medidas cabíveis. 
Eventuais consultas quanto à interpretação de normas e procedimentos 
previstos neste Plano, bem assim a adequação a situações específicas, devem ser 
dirigidas ao Banco Central/Departamento de Normas do Sistema Financeiro, com 
trânsito, para instrução, pela Delegacia Regional sob cuja jurisdição encontra-se a 
sede da instituição, obrigatoriamente firmadas pelo diretor e pelo profissional 
habilitado responsáveis pela contabilidade. 
A existência de eventuais consultas sobre a interpretação de normas 
regulamentares vigentes ou até mesmo sugestões para o reexame de determinado 
assunto não exime a instituição interessada do seu cumprimento. 
 
3.3.1 COSIF 
 
 
As normas consubstanciadas no Plano Contábil das Instituições Financeiras 
(COSIF) têm por objetivo uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos 
administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer regras, 
critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados, possibilitar 
o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do 
desempenho e o controle, de modo que as demonstrações financeiras elaboradas, 
expressem, com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da 
instituição e conglomerados financeiros. 
As normas e procedimentos, bem como as demonstrações financeiras 
padronizadas previstas neste Plano, são de uso obrigatório para: 
a) os bancos múltiplos; 
b) os bancos comerciais; 
c) os bancos de desenvolvimento; 
d) as caixas econômicas; 
e) os bancos de investimento; 
f) as sociedades de crédito, financiamento e investimento; 
g) as sociedades de crédito ao microempreendedor; 
h) as sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e 
empréstimo; 
i) as sociedades de arrendamento mercantil; 
j) as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e câmbio; 
k) as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; 
l) as cooperativas de crédito; 
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m) os fundos de investimento; 
n) as companhias hipotecárias; 
o) as agências de fomento ou de desenvolvimento; 
p) as administradoras de consórcio; 
q) as empresas em liquidação extrajudicial. 
 
Sendo o Plano Contábil um conjunto integrado de normas, procedimentos e 
critérios de escrituração contábil de forma genérica, as diretrizes nele 
consubstanciadas, bem como a existência de títulos contábeis, não pressupõem 
permissão para prática de operações ou serviços vedados por lei, regulamento ou 
ato administrativo, ou dependente de prévia autorização do Banco Central. 
O COSIF foi criado com a edição da Circular BACEN 1.273, em 29 de 
dezembro de 1987, com o objetivo de unificar os diversos planos contábeis 
existentes à época e uniformizar os procedimentos de registro e elaboração de 
demonstrações financeiras, o que veio a facilitar o acompanhamento, análise, 
avaliação do desempenho e controle das instituições integrantes do Sistema 
Financeiro Nacional. 
O COSIF está dividido em três capítulos: 
· No capítulo 1, Normas Básicas, estão consolidados os princípios, 
critérios e procedimentos contábeis que devem ser utilizados por 
todas as instituições integrantes do sistema financeiro. 
· No capítulo 2, Elenco de Contas, são apresentadas as contas 
integrantes do plano contábil e respectivas funções. 
· No capítulo 3, Documentos, são apresentados os modelos de 
documentos de natureza contábil que devem ser elaborados por 
todas as instituições integrantes do sistema financeiro 
 
 
3.4 Operações de crédito 
 
As operações de crédito representam, usualmente, a principal aplicação de 
recursos captados pelas instituições financeiras, sendo, portanto, a fonte de receita 
mais significativa. 
A legislação define quais as modalidades de operações que cada instituição 
está autorizada a realizar, e o Banco Central estabelece nomenclatura contábil a ser 
utilizada, de acordo com a destinação dos recursos e a atividade predominante do 
tomador de crédito. 
Segundo Niyama e Gomes (2006), em termos contábeis, as operações de 
crédito devem ser classificadas em: 
I. Empréstimos: operações realizadas sem destinação específica ou 
vinculo à comprovação da aplicação de recursos. Exemplo: capital de 
giro, pessoal, adiantamento a depositantes. 
II. Títulos descontados: operações de desconto de títulos, quer sejam 
duplicatas que tenham por lastro transações mercantis, quer sejam 
notas promissórias; 
III. Financiamentos: com destinação específica, vinculada à comprovação 
da aplicação de recursos. Exemplo: financiamentos imobiliários, rurais, 
máquinas e equipamentos e outros. 
 
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3.4.1 Processo decisório de crédito 
 
 
Silva (2000) define que a matéria-prima para a decisão de crédito é a 
informação. Para o autor a obtenção de informações confiáveis e o competente 
tratamento das mesmas constituem uma base sólida para uma decisão de crédito. 
A tomada de decisão pode ser entendida como a escolha entre alternativas. 
Todas as pessoas, todos os dias, tomam decisões optando entre alternativas de que 
dispõem e conhecem. A análise do processo decisório é algo complexo, envolvendo 
experiência anterior, conhecimento sobre o que está sendo decidido, método para 
tomar decisão e uso de instrumentos e técnicas que auxiliem o administrador. 
A decisão de conceder crédito numa empresa comercial ou industrial está 
relacionada ao volume de vendas que se quer atingir em determinado produto e em 
determinada época. Uma vez tomada a decisão de conceder o crédito, o 
administrador não encerrou o processo decisório, sendo necessário tomar outras 
decisões, como as relativas à cobrança, por exemplo. 
Numa instituição financeira, a decisão de crédito está diretamente relacionada 
a diversos fatores, tais como: taxas, prazos e garantias. 
 
 
3.4.2 Risco de crédito 
 
 
Segundo Silva (2000) crédito, no sentido restrito, consiste na entrega de um 
bem ou de um valor presente mediante uma promessa de pagamentos em data 
futura. Isso significa, em termos financeiros, a expectativa de recebimento de um 
montante de dinheiro numa data futura. Enquanto promessa de pagamento, há um 
risco da mesma não ser cumprida. Desse modo, o risco de crédito é a probabilidade 
de que o recebimento não ocorra, ou seja, é igual a 1 (um) menos a probabilidade 
de recebimento. 
Silva (2006) classificaainda os riscos de crédito de um banco em quatro 
grupos: 
 
1. Risco do cliente ou risco intrínseco: esse tipo de risco é inerente ao 
tomador e decorre de suas características. Portanto, o não-
cumprimento da promessa de pagamento pelo devedor pode decorrer 
de um conjunto de fatores associados ao próprio devedor. 
 
2. Risco da operação: um empréstimos ou financiamento específico 
carrega certas características de risco inerentes a sua finalidade e a 
sua natureza. Os principais componentes de uma operação são (i) o 
produto, (ii) o montante, (iii) o prazo, (iv) a forma de pagamento, (v) as 
garantias, e (vi) o preço. 
 
3. Risco de concentração: no gerenciamento do crédito, a decisão de 
conceder ou não determinado limite ou operação a um cliente depende 
em grande parte de dois fatores principais, ou seja, do risco e do 
retorno esperados em relação ao negócio específico. A análise do risco 
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31 
intrínseco permite classificar o cliente numa escala de risco. A análise 
do risco da operação em si, compreendendo a natureza da mesma e 
as garantias associadas, fornece o complemento da apreciação de 
risco necessário à tomada de decisão. Adicionalmente, a carteira de 
crédito do banco pode estar concentrada num determinado segmento 
de atividade econômica, numa região geográfica ou num produto 
específico, por exemplo. Portanto, risco de concentração decorre da 
composição da carteira de recebíveis do banco, quanto à maior ou 
menor concentração que a mesma apresenta. 
 
4. Risco da administração do crédito: a alta direção do banco tem 
responsabilidade na diversificação da carteira de crédito, no 
fornecimento de condições materiais e na manutenção de uma equipe 
de profissionais preparada e atualizada para analisar, avaliar, decidir, 
formalizar e acompanhar os créditos concedidos. A estrutura de crédito 
do banco deve ser dotada das diversas unidades especializadas na 
coleta, na organização, no armazenamento, na análise e no uso das 
informações sobre clientes atuais e potenciais. 
 
 
3.4.3 Classificação das operações de crédito por nível de 
risco 
 
 
No Brasil, a Resolução nº 2.682, de 21 de dezembro de 1999, do Banco 
Central do Brasil, determinou as escalas de classificação de risco e fixou os 
respectivos percentuais de provisionamento para créditos de liquidação duvidosa, 
entre outros assuntos tratados naquela norma. 
Segundo Silva (2000) do ponto de vista de uma instituição financeira, a 
graduação do risco de crédito do cliente cumpre duplo papel. Primeiro, serve como 
referencial para identificar a chance de perda de uma determinada operação e, 
dessa forma, orientar na precificação do empréstimo ou financiamento. Segundo, 
atende às exigências das autoridades monetárias do país, que segue uma tendência 
internacional de utilização de sistemas de classificação de risco com forma de 
graduar o risco da carteira de crédito de banco e, consequentemente, orientar o 
provisionamento dos créditos de liquidação duvidosa. 
A classificação adotada pela Resolução nº 2.682/99 definiu as classes de 
risco e o respectivo provisionamento para as operações de créditos abrigadas em 
cada classe: 
 
Classes de risco AA A B C D E F G H 
Provisionamento 0,0% 0,5% 1,0% 3,0% 10% 30% 50% 70% 100% 
 
 Note que a classe AA é a que representa menor risco, para a qual não há 
provisionamento para crédito de liquidação duvidosa. No outro extremo, temos a 
classe H, para a qual há um provisionamento de 100%, ou seja, o Banco Central do 
Brasil está admitindo que operações com essas características devem ser 
provisionadas em sua totalidade. 
 
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32 
 
A Resolução nº 2.682/99 determina, também, que as operações sejam 
revisadas mensalmente, com base nos atrasos, e que os dias de atraso impõem 
automaticamente nova classificação de risco. 
 
Dias de 
atraso 
Até 14 
dias 
De 15 a 
30 dias 
De 31 a 
60 dias 
De 61 a 
90 dias 
De 91 a 
120 dias 
De 121 a 
150 dias 
De 151 a 
180 dias 
Acima de 
180 dias 
Classes 
de risco 
A B C D E F G H 
 
 Portanto, uma operação com mais de 180 dias de atraso necessariamente 
será classificada com risco H e terá provisionamento de 100% para crédito de 
liquidação duvidosa. Essa rápida apresentação da Resolução nº 2.682/99 tem como 
finalidade auxiliar na compreensão das escalas de riscos. Por outro lado, do ponto 
de vista prático, modificações podem ocorrer em decorrência da dinâmica do 
mercado financeiro. 
 
 
 
3.5 Mercado de capitais 
 
 
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, 
que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e 
viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, 
sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. 
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os 
representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, 
via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de 
subscrição e “commercial papers” —, que permitem a circulação de capital para 
custear o desenvolvimento econômico. 
O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos 
de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais 
derivativos autorizados à negociação 
 
 
3.5.1 Mercado de ações 
 
 
À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para 
investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a 
fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos 
são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, 
com conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante. 
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de 
desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de 
mais e mais recursos, que podem ser obtidos por meio de: 
ü empréstimos de terceiros; 
ü reinvestimentos de lucros; 
ü participação de acionistas. 
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33 
 
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente, as empresas 
utilizam-nas para manter sua atividade operacional. 
Mas é pela participação de novos sócios — os acionistas — que uma 
empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis, como contrapartida 
à participação no seu capital. 
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em 
novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas, melhorando seu 
processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade. 
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens, dos quais ele 
também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da 
distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. 
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da 
participação em seus lucros. 
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o investidor 
se dirija a uma corretora de uma bolsa de valores, na qual funcionários 
especializados poderão fornecer os mais diversos esclarecimentos e orientação na 
seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se 
pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o 
investidor deverá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores 
mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas. 
 
 
3.5.2 Bolsa de valores 
 
 
As bolsas de valoressão locais que oferecem condições e sistemas 
necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores 
mobiliários de forma transparente. 
Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos 
nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus intermediários, 
facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os 
negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez 
às aplicações de médio e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, 
representado por seus pregões diários. 
É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um importante 
objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao 
investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio, poderão 
assegurar as condições para seu desenvolvimento. 
 
 
3.6 Conclusão 
 
 
O sistema financeiro (mercados acionários e de títulos de dívida negociáveis, 
intermediários financeiros bancários e não-bancários) tem, como atributo peculiar, a 
capacidade de aglomerar capital de poupadores isolados, alocar tal capital e 
monitorar seu uso. Provê, portanto, uma ponte possível entre, de um lado, 
empresários individuais com planos de investimento em montantes superiores a 
seus recursos próprios; e, de outro, detentores individuais de riqueza. 
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34 
 
Sem a aglomeração permitida pelo sistema financeiro, tais poupadores não 
teriam a oportunidade de usufruir de retornos crescentes de escala em seus 
investimentos, além de se defrontarem com riscos maiores e menor liquidez. Ao 
mesmo tempo em que pode materializar tal apropriação de benefícios de 
aglomeração de capital, o sistema financeiro transfere, agrupa e reduz riscos, 
aumenta a liquidez e transmite informações. 
Contudo, a amplificação de tais ganhos pode ainda ocorrer mediante a 
intermediação financeira, entendida esta como a interposição de estruturas 
patrimoniais (instituições bancárias e financeiras não-bancárias) entre a emissão de 
passivos pelos captadores de recursos e a retenção de ativos pelos aplicadores no 
sistema financeiro. 
Os passivos emitidos pelos captadores ficam como ativos dos intermediários 
e são os passivos destes que são detidos pelos aplicadores. 
Em uma hipotética economia sem intermediação financeira, os ativos 
correspondentes aos instrumentos de financiamento são retidos diretamente por 
agentes de fora do sistema financeiro. Os bancos meramente executam serviços de 
transação financeira, sustentando o circuito de meios de pagamento, e suas 
estruturas patrimoniais carregam aplicações de grande liquidez e baixo risco diante 
de seus passivos monetários ou de curto prazo. 
Portanto, se há um intermediário que, em comparação com o caso sem 
intermediação, prometa aos investidores uma maior compensação para o consumo 
no período 1, bem como uma menor compensação para o consumo no período 2, tal 
intermediário estará contribuindo para que os riscos envolvidos sejam melhor 
compartilhados. Em termos específicos, o intermediário pode obter esse resultado 
por meio do desenho de um contrato de depósito a prazo que assegure ao 
depositante o vetor desejado de compensações futuras. Como esse vetor contém 
uma compensação para o consumo no período 1 maior que no caso sem 
intermediação, o intermediário financeiro estará contribuindo decisivamente para 
melhorar a liquidez e o compartilhamento dos riscos. 
 
 
3.7 Referências bibliográficas 
 
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 6. ed. Rio de 
Janeiro: Qualtymark, 1995. 
 
HOWELLS, Peter. BAIN, Keith. Economia monetária: moedas e bancos. Rio de 
Janeiro: LTC, 2001. 
 
MISHKIN, Frederic S. Moedas, bancos e mercados financeiros. 5. ed. Rio de 
Janeiro,: LTC, 2000. 
 
NYAMA, Jorge K. GOMES, Amaro L. Oliveira. Contabilidade de instituições 
financeiras. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
PINHEIRO, Marcos Antonio H. Cooperativas de crédito: história da evolução 
normativa no Brasil. 6. Ed. Brasília, BCB, 2008. 
 
SILVA, José Pereira da. Gestão e análise de risco de crédito. 3. Ed. São Paulo: 
Atlas, 2000. 
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35 
 
4. MATERIAL COMPLEMENTAR 
 
 
4.1 Modelo - Balancete / Balanço Patrimonial 
 
CÓD DISCRIMINAÇÃO DOS VERBETES (em R$ mil) 
 ATIVO CIRCULANTE 
110 DISPONIBILIDADES 
 APLICAÇÕES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 
121 Aplicações no Mercado Aberto 
122 Aplicações em Depósitos Interfinanceiros 
124 Aplicações Voluntárias no Banco Central 
126 Aplicações em Depósitos de Poupança 
128 (Provisões para Perdas) ( ) 
 TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E INSTRUMENTOS 
FINANCEIROS DERIVATIVOS 
 
131 Carteira Própria 
132 Vinculados a Compromissos de Recompra 
140 Instrumentos Financeiros Derivativos 
137 Vinculados ao Banco Central 
138 Moedas de Privatização 
134 Vinculados à Prestação de Garantias 
136 Títulos Objeto de Operações Compromissadas com Livre 
Movimentação 
 
139 (Provisões para Desvalorizações) ( ) 
 RELAÇÕES INTERFINANCEIRAS 
141 Pagamentos e Recebimentos a Liquidar 
 Créditos Vinculados 
142 Depósitos no Banco Central 
144 Convênios 
145 Tesouro Nacional – Recursos do Crédito Rural 
146 SFH - Sistema Financeiro da Habitação 
147 Repasses Interfinanceiros 
148 Correspondentes 
149 Centralização Financeira - Cooperativas 
 RELAÇÕES INTERDEPENDÊNCIAS 
151 Recursos em Trânsito de Terceiros 
152 Transferências Internas de Recursos 
 OPERAÇÕES DE CRÉDITO 
161 Operações de Crédito 
 Setor Público 
 Setor Privado 
169 (Provisão para Operações de Crédito de Liquidação Duvidosa) ( ) 
 OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL 
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36 
171 Arrendamentos e Subarrendamentos a Receber 
 Setor Público 
 Setor Privado 
178 (Rendas a Apropriar de Arrendamento Mercantil) ( ) 
179 (Provisão para Créditos de Arrendamento Mercantil de Liquidação 
Duvidosa) 
( ) 
 OUTROS CRÉDITOS 
181 Créditos por Avais e Fianças Honrados 
182 Carteira de Câmbio 
183 Rendas a Receber 
184 Negociação e Intermediação de Valores 
185 Créditos Específicos 
186 Operações Especiais 
187 Diversos 
189 (Provisão para Outros Créditos de Liquidação Duvidosa) ( ) 
 OUTROS VALORES E BENS 
191 Investimentos Temporários 
192 (Provisões para Perdas) ( ) 
194 Outros Valores e Bens 
197 (Provisões para Desvalorizações) ( ) 
199 Despesas Antecipadas 
 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
 (Repetir os verbetes que possuem saldo no Longo Prazo) 
 PERMANENTE 
 INVESTIMENTOS 
311 Dependências no Exterior 
 Participações em Coligadas e Controladas 
312 No País 
314 No Exterior 
315 Outros Investimentos 
319 (Provisões para Perdas) ( ) 
 IMOBILIZADO DE USO 
323 Imóveis de Uso 
325 Reavaliações de Imóveis de Uso 
324 Outras Imobilizações de Uso 
329 (Depreciações Acumuladas) ( ) 
 IMOBILIZADO DE ARRENDAMENTO 
332 Bens Arrendados 
339 (Depreciações Acumuladas) ( ) 
 INTANGÍVEL 
351 Ativos Intangíveis 
359 (Amortização Acumulada) ( ) 
 DIFERIDO 
341 Gastos de Organização e Expansão 
349 (Amortização Acumulada) ( ) 
 TOTAL DO ATIVO 
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37 
 PASSIVO CIRCULANTE 
 DEPÓSITOS 
411 Depósitos à Vista 
412 Depósitos de Poupança 
413 Depósitos Interfinanceiros 
414 Depósitos a Prazo 
419 Outros Depósitos 
 CAPTAÇÕES NO MERCADO ABERTO 
421 Carteira Própria 
422 Carteira de Terceiros 
423 Carteira Livre Movimentação 
 RECURSOS

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