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Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 1 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Aula – Classes Gramaticais Curso: Português Professor: Bruno Spencer Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 2 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Olá amigos! Em primeiro lugar, quero agradecer pela confiança que depositaram em nosso curso. Vamos oferecer a vocês um material completo e objetivo de Português, para que possam melhorar seus conhecimentos e praticar a matéria de forma eficaz e eficiente. Quaisquer dúvidas, críticas ou sugestões, fiquem à vontade para nos contactarem pelo fórum. Portanto, mãos à obra e bons estudos!!! Sumário 1 - Substantivo .................................................................................... 4 2 - Adjetivo ......................................................................................... 7 3 - Artigo .......................................................................................... 12 4 - Numeral ...................................................................................... 13 5 - Pronome ...................................................................................... 14 6 - Verbo .......................................................................................... 14 7 - Advérbio ...................................................................................... 15 8 – Palavras Denotativas ..................................................................... 20 9 - Preposição ................................................................................... 21 10 - Conjunção .................................................................................. 22 11 - Interjeição.................................................................................. 22 Nesta aula vamos ver um assunto muito importante, em que precisamos estar bem seguros, pois é a BASE do conhecimento da Língua Portuguesa. Trata-se das classes gramaticais. Temos em nosso idioma 10 classes gramaticais, além das palavras denotativas (item 8). Vamos apenas revisá-las, focando os principais pontos de cada uma, a fim de abordarmos o conteúdo de forma EFICIENTE e EFICAZ. Vamos lembrar quais são elas? Aula – Classes Gramaticais Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 3 de 86 www.exponencialconcursos.com.br •Nomeiam as coisas, os seres, lugares, sensações e estados. (NOMES)SUBSTANTIVOS •Qualificam os nomes ou substantivos. ADJETIVOS •Acompanham e definem os nomes ou substantivos.ARTIGOS •Enumeram, ordenam as coisas. NUMERAIS •Acompanham ou substituem os nomes.PRONOMES •Indicam ação, estados ou fenômenos. VERBOS •Modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios.ADVÉRBIOS •Modificam o sentido de uma outra palavra ou da oração.PALAVRAS DENOTATIVAS •Ligam palavras ou termos, sendo um principal e um subordinado.PREPOSIÇÕES •Ligam palavras ou orações. CONJUNÇÕES •Expressam emoções, sentimentos, surpresa e etc...INTERJEIÇÕES Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 4 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Os SUBSTANTIVOS são as palavras que NOMEIAM as coisas, seres e fenômenos. Eles têm um papel principal na oração, pois são eles que AGEM (sujeitos) e que SOFREM A AÇÃO (objeto). Nesta aula, porém, trataremos apenas da morfologia das palavras (valor intrínseco). Na aula 03, abordaremos detalhadamente as funções sintáticas das palavras (função das palavras na oração). Vamos à classificação dos substantivos. Lembram??? Comuns – servem para denominar seres ou coisas de mesma espécie. Ex. casa, menino, água X Próprios – denominam nomes de pessoas, lugares, entidades de forma única, específica. Ex. Lucas, Recife, Clube Português Simples – formados por apenas um elemento formador (radical) Ex. trabalho, tapete, crachá X Compostos – Formados por mais de um radical. Ex. couve-flor, guarda-costas, passatempo Concretos – seres materiais ou que existem independentemente de outros. Ex. casa, cabelo, céu, mar X Abstratos – nomeiam coisas imateriais, tais como sentimentos, qualidades e estados de espírito. Ex. amor, riqueza, disciplina, ordem, progresso Primitivos – Não derivam de outra palavra. Ex. terra, casa, verão X Derivados – Derivam de outra palavra. Ex. terreiro, casarão, veraneio Coletivos – Denominam um CONJUNTO de coisas ou seres de uma mesma espécie. Ex. Alcateia (lobos), enxame (abelhas), flora (plantas de uma região), biblioteca (livros) Note que um só substantivo, possui muitas classificações, de acordo com o critério em que é classificado. Exemplos: • casa (comum, simples, concreto e primitivo) • flora (comum, simples, concreto, primitivo e coletivo) 1 - Substantivo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 5 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Além da tradicional classificação, devemos lembrar das FLEXÕES que sofrem os substantivos: • gênero (masculino ou feminino) • número (singular ou plural) • grau (aumentativo ou diminutivo) Existem diferentes maneiras de diferenciar os gêneros masculino e feminino na Língua Portuguesa. Uma das maneiras mais utilizadas é o emprego da vogal “a”, para designar o gênero feminino, quer seja acrescentando-a no final da palavra, substituindo a vogal “o”, ou mesmo acrescentando o artigo “a” antes da palavra. Ex. cantor/cantora, menino/menina, o motorista/a motorista Há casos em que se utiliza de uma mesma palavra para designar os dois gêneros, sem alteração alguma. Ou ainda, em alguns casos podemos entender que não há gênero. Ex. a criança, o tempo, o casal, o dia, a noite Em alguns casos pode-se lançar mão dos adjetivos macho e fêmea, e em outros utilizarmos uma palavra totalmente diversa para designar o gênero oposto. Ex. peixe macho / peixe fêmea; jacaré macho / jacaré fêmea; boi / vaca; homem / mulher ATENÇÃO! Há situações em que a mudança do artigo, que antecede o nome, muda o seu sentido e não o seu gênero. Ex. o grama (unidade de medida) / a grama (relva); o capital (dinheiro) / a capital (sede de governo) Vamos revisar o plural dos substantivos compostos, assunto que, às vezes, gera alguma dúvida nas pessoas. 1.1 – Flexão de Gênero 1.2 – Flexão de Número Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 6 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Pluraliza-se apenas o primeiro: • substantivo + preposição + substantivo – ex. câmaras de ar, pães de ló, pés de moleque • substantivo + substantivo (quando o segundo qualifica ou restringe o sentido do primeiro) – ex. pombos-correio, peixes-boi, bolsas-família OBS – Neste último caso, é facultativo o uso de plural nos dois termos, porém a primeira forma é a mais tradicional. Ex. pombos-correios, peixes-bois, bolsas-famílias Pluraliza-se apenas o segundo: • palavras compostas sem hífen – ex. girassóis, pontapés, planaltos • verbo + substantivo – ex. beija-flores, guarda-roupas, para-choques • palavras repetidas - ex. tico-ticos, quebra-quebras • termo invariável + termo variável – ex. recém-nascidos, abaixo- assinados, vaga-lumes, ave-marias Pluralizam-se os dois: • substantivo + substantivo – ex. tenente-coronel / tenentes-coronéis • substantivo + adjetivo – ex. guada-noturno / guardas-noturnos • adjetivo + substantivo – ex. curto-circuito / curtos-circuitos • numeral + substantivo – ex. sexta-feira / sextas-feiras Pluraliza-seapenas o ARTIGO: • verbo + advérbio – ex. os fala-mansa, os bota-fora • verbo + substantivo plural – ex. os saca-rolhas, os salva-vidas Os substantivos flexionam-se nos graus diminutivo e aumentativo. Exemplos: • menino – menininho – meninão – menino pequeno - menino grande As formas contendo os sufixos “ão” e “inho” são chamadas de sintéticas (formadas de uma só palavra), enquanto flexões formadas pelo acréscimo das palavras pequeno e grande, são chamadas de analíticas. 1.3 – Flexão de Grau Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 7 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Exemplos: • barquinho (diminutivo sintético) – barcaça (aumentativo sintético) – barco pequeno (diminutivo analítico) – barco grande (aumentativo analítico) • casinha ou casebre (diminutivo sintético) – casarão (aumentativo sintético) – casa pequena (diminutivo analítico) – casa grande (aumentativo analítico) Outros exemplos de diminutivo sintético: • livreto, cabrito, riacho, burrico, serrote, vilarejo, flautim... Mais alguns exemplos de aumentativo sintético: • muralha, bocarra, fogaréu, homenzarrão, mulherona... ATENÇÃO!!! Nosso objetivo nessa aula é revisar o conhecimento básico sobre as classes gramaticais e entendê-las mais profundamente. NÃO é produtivo gastar tempo decorando todas as regras ou conceitos, porém é importante a leitura atenta da teoria e a prática dos exercícios. Vamos em frente! Os adjetivos são palavras que QUALIFICAM o nome (substantivo ou pronome que o substitua). Exemplo: Bons jogadores fazem jogadas decisivas. Observe que os adjetivos “bons” e “decisivas” qualificam os nomes “jogadores” e “jogadas”, ampliando o sentido da oração. Os adjetivos também podem vir expressos por um conjunto de palavras, são as locuções adjetivas. Exemplos: • abraço de irmão = abraço fraterno • água da chuva = água pluvial 2 - Adjetivo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 8 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Abaixo, mais alguns exemplos de locuções adjetivas: Os adjetivos também se flexionam em gênero, número e grau de forma análoga aos substantivos. OBSERVAÇÃO: No feminino e no plural de adjetivos compostos formados por adjetivo + adjetivo, flexiona-se o último termo. Ex. chapéu azul-claro – capa azul-clara – capas azul-claras LOCUÇÃO ADJETIVA de abelha de abdômen de ano de asno de astro de audição de boca de cão de estrela de face de gado de gato de gelo de guerra de junho de lua de mãe de pai de páscoa de pombo de rim de serpente de sol de tarde de verão sem piedade ADJETIVO apícola abdominal anual asinino sideral ótico ou óptico bucal canino estelar facial pecuário felino glacial bélico junino lunar maternal paternal pascal columbino renal ofídico solar vespertino estival impiedoso Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 9 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Exceções: São invariáveis: • ultravioleta, sem-vergonha, azul-marinho, cor de rosa, azul celeste, laranja (cor) OBSERVAÇÃO: As cores cinza, laranja, rosa, significam cor de rosa, cor de laranja, cor de cinza, assim como marinho, celeste, significam cor de mar e cor de céu, todos eles DERIVAM DE SUBSTANTIVO e são invariáveis. Ex. chapéu rosa-claro – chapéus rosa-claro De acordo com Domingos Paschoal Cegalla, flexionam os dois elementos na palavra surdo-mudo (surdos-mudos). Vamos ver um esquema com o resumo sobre a flexão dos adjetivos em grau. Exemplos do grau comparativo: Ela é mais alta que você. (comparativo analítico de superioridade) Ela é maior que você. (comparativo sintético de superioridade) Ela é menos alta que você. (comparativo analítico de inferioridade) Ela é menor que você. (comparativo sintético de inferioridade) Ela é tão alta quanto você. (comparativo de igualdade) GRAU DO ADJETIVO comparativo sintético analítico superlativo sintético analítico Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 10 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Observe as frase abaixo: Ele é o mais baixo da turma. Ele é o menos alto da turma Apesar de ambas terem o mesmo sentido, a primeira se trata de um comparativo de superioridade, enquanto a segunda de um comparativo de inferioridade. O grau superlativo indica um alto grau das qualidades e conta ainda com duas variações: absoluto ou relativo. Exemplos: Ela é muito/extremamente bela. (superlativo absoluto analítico) Ela é belíssima. (superlativo absoluto sintético) Ela é a mais bela de todas. (superlativo relativo analítico de superioridade) Este é o melhor livro que já li. (superlativo relativo sintético de superioridade) Note que no superlativo relativo há uma espécie de “comparação”, enquanto no absoluto, apenas há um acréscimo no grau do adjetivo. 1) FCC/TJ/TRE-MS/Administrativa/2007 Brasileiro se realiza em arte menor. Com raras exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em matéria de grandes manifestações artísticas. Em compensação, a caricatura ou a canção popular, por exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma densidade raramente obtida por nossos melhores artistas plásticos ou compositores sinfônicos. Outras artes, ditas “menores”, desempenham um papel fundamental na cultura brasileira. É o caso da crônica e da telenovela. Gêneros inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis de superação artística nem sempre observada em seus congêneres de outros quadrantes do planeta. Mas são menores diante do quê? É óbvio que o critério de valoração continua sendo a norma européia: a epopéia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar – nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 11 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Machado de Assis, como de costume, intuiu admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos mostra Pestana, compositor que deseja tornar-se um Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado – mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas “menores” por excelência, Caetano sempre soube refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...] O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando para outros campos (e gramados) da sociedade brasileira. É o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte. Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o Carnaval. Quem acompanha a cobertura do evento costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a respeito das imensas “qualidades artísticas” dos desfiles nacionais... Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que nos exprime.”), pode-se arriscar que muito daprodução artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart? Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara, Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura. Afinal são eles, e não outros, que expressam o que somos. (Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106, (Idéias que desafiam o senso comum) Brasileiro se realiza em arte menor. (1a frase) O adjetivo flexionado de maneira idêntica ao do grifado acima está na expressão: a) com raras exceções. b) é bastante sintomático. c) de imenso apelo popular. d) grandes manifestações artísticas. e) por nossos melhores artistas plásticos. Comentários: O adjetivo “menor” encontra-se flexionado no grau comparativo sintético de superioridade, sendo originado do adjetivo pequeno. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 12 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Alternativa A – Incorreta – O adjetivo “raras” está flexionado no gênero feminino e no plural. Alternativa B – Incorreta – O adjetivo “bastante” não se flexiona em gênero, e, em relação ao número, encontra-se no singular. Alternativa C – Incorreta – “Imenso” e “popular” encontram-se no singular, sendo que apenas o primeiro flexiona-se em gênero. O primeiro está flexionado no grau superlativo absoluto sintético. Alternativa D – Incorreta - “Grandes” e “artísticas” estão no plural. Apenas o segundo flexiona-se em gênero. Alternativa E – Correta – O adjetivo “melhores”, assim como “menor”, flexiona- se apenas em número e grau, este também está flexionado no grau comparativo sintético de superioridade. Gabarito: E Os artigos acompanham os substantivos, dando-lhes um caráter geral (artigos indefinidos) ou específico (artigos definidos). Flexionam-se em gênero e número. Definidos – o, a, os, as Indefinidos – um, uma, uns, umas Exemplos: • Comprou uma boneca. (sentido geral) • Comprou a boneca que a filha queria. (sentido específico) ATENÇÃO – Podemos usar um artigo para MUDAR a classe gramatical de um termo, fazendo com que ele funcione como SUBSTANTIVO. Exemplos: • Ele aprecia o cantar dos pássaros. (a forma verbal “cantar” passou a funcionar como substantivo) • Ouviram um sonoro não. (o termo “não” - advérbio de negação - passou a funcionar como substantivo) • Olhem o azul do mar. (o adjetivo “azul” funciona como substantivo) 3 - Artigo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 13 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Os numerais são palavras que indicam quantidade, ordem, multiplicidade ou divisão. Dividem-se em cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. Cardinais – Servem para indicar um determinado número ou quantidade. Ex. Ele viu quatorze anjos em seu sonho. Ordinais – Indicam uma ordem ou posição. Ex. Ela ficou em primeiro lugar no concurso. Multiplicativos – Dão ideia de multiplicação. Ex. Eu tenho o dobro da sua idade. Fracionários – Indicam uma fração ou divisão. Ex. A metade dos candidatos não estudaram para a prova. OBS. O termo AMBOS é considerado um numeral. Abaixo uma tabela para recordarmos! Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários um primeiro - - dois segundo dobro, duplo meio três terceiro triplo, tríplice terço quatro quarto quádruplo quarto cinco quinto quíntuplo quinto seis sexto sêxtuplo sexto sete sétimo sétuplo sétimo oito oitavo óctuplo oitavo nove nono nônuplo nono dez décimo décuplo décimo onze décimo primeiro - onze avos doze décimo segundo - doze avos treze décimo terceiro - treze avos catorze décimo quarto - catorze avos quinze décimo quinto - quinze avos dezesseis décimo sexto - dezesseis avos 4 - Numeral Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 14 de 86 www.exponencialconcursos.com.br dezessete décimo sétimo - dezessete avos dezoito décimo oitavo - dezoito avos dezenove décimo nono - dezenove avos vinte vigésimo - vinte avos trinta trigésimo - trinta avos quarenta quadragésimo - quarenta avos cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos sessenta sexagésimo - sessenta avos setenta septuagésimo - setenta avos oitenta octogésimo - oitenta avos noventa nonagésimo - noventa avos cem centésimo cêntuplo centésimo duzentos ducentésimo - ducentésimo trezentos trecentésimo - trecentésimo quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo quinhentos quingentésimo - quingentésimo seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo setecentos septingentésimo - septingentésimo oitocentos octingentésimo - octingentésimo novecentos nongentésimo ou noningentésimo - nongentésimo mil milésimo - milésimo milhão milionésimo - milionésimo bilhão bilionésimo - bilionésimo Os pronomes foram abordados separadamente na aula 00. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós. ” Os verbos são estruturas fundamentais do idioma, que indicam as ações, os estados, os fatos e os fenômenos. Assim como os pronomes, abordaremos esse assunto numa aula específica (aula 02), a fim de melhor concentrarmos neste assunto, devido à sua importância e à grande quantidade de informações que contém. 5 - Pronome 6 - Verbo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 15 de 86 www.exponencialconcursos.com.br São palavras que modificam verbos, adjetivos ou outros advérbios. Indicam tempo, lugar, modo, intensidade, negação, dúvida, afirmação, ordem ou interrogação. OBSERVAÇÃO: Apesar de serem termos invariáveis, muitos advérbios aceitam a flexão em grau. Exemplo: Ele jogou bem. Ele jogou tão bem quanto Neymar. (comparativo de igualdade) Ele jogou melhor que Neymar (comparativo de superioridade) Ele jogou muito bem. (superlativo analítico) NÃO CONFUNDIR o numeral fracionário “meia” com o advérbio “meio”. Exemplo: • Ela comeu meia melancia. (comeu a metade da melancia) • Ela ficou com a barriga meio cheia após comer a melancia. Repare que “meio” é advérbio de intensidade, portanto INVARIÁVEL, significando “um pouco”. Aqui, não cabe a palavra “meia”, ok? Fique atento às locuções adverbiais. Elas ocorrem quando duas ou mais palavras juntas adquirem o valor de um advérbio. Exemplo: • Tomaram a decisão às escuras. • As pessoas saíam às pressas. Colocamos uma lista de advérbios classificados e com suas respectivas locuções a seguir, para melhor nos familiarizarmos com esta classe. NÃO aconselho decorar a lista, pois devemos sempre analisar o sentido em que a palavra está inserida no texto para podermos classificá-la corretamente. 7 - Advérbio Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 16 de 86 www.exponencialconcursos.com.br TIPO ADVÉRBIO LOCUÇÃO ADVERBIAL TEMPO hoje, ontem, amanhã, logo, antes, depois, agora, tarde, cedo, outrora, ainda, antigamente, nunca, jamais, sempre, já, enfim, afinal, breve, constantemente, imediatamente às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia LUGAR Aqui, ali, acolá, dentro, fora, adiante, atrás, além, lá, cá, detrás, aquém, além, abaixo, acima, longe, perto, aí, aonde, adentro, afora, embaixo, externamente à distancia, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta MODO bem, mal, assim, pior, melhor, depressa, devagar, calmamente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, generosamente, bondosamente às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito,desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, a maior INTENSIDADE muito, pouco, demais, tão, quanto, menos, mais, em excesso, pouco, bastante, demasiado, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 17 de 86 www.exponencialconcursos.com.br 2) FGV/Analista Legislativo/SEN/Informática Legislativa/Análise de Sistemas/2008 Desafios do crescimento econômico A crise do sistema financeiro internacional, que ameaça lançar o mundo numa profunda recessão, revela a importância do papel do governo no funcionamento da economia em diferentes dimensões, sobretudo na promoção de uma melhor operação dos mercados, da estabilidade e do crescimento econômico. DÚVIDA acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente por certo, quem sabe NEGAÇÃO não, nem, nunca, jamais, tampouco de modo algum, de forma nenhuma, de jeito nenhum AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras com certeza, sem dúvida ORDEM primeiramente, segundamente, ultimamente em primeiro lugar, por último INTERROGAÇÃO onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), quanto?(preço e intensidade) por que?(causa), para que?(finalidade Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 18 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Entretanto, após algumas décadas de excessivo crescimento dos gastos governamentais e da crise financeira que se abateu sobre inúmeros governos, particularmente em países da América Latina, a eficiência da ação pública começou a ser questionada. Novamente vigoravam idéias de que as economias deveriam ser liberalizadas da ação governamental, de que, quanto menos governo, melhor e de que o setor privado por si só resolveria todos os problemas. Na realidade, o que se notou foi uma grande confusão. Em vez de defendermos um governo eficiente, comprometido com o crescimento econômico, acabamos por tentar excluir o governo das funções econômicas, esquecendo seu importante papel. Era muito comum a idéia de que a privatização e a liberalização dos mercados seriam condições eficientes para que os países entrassem numa rota de crescimento econômico. Entretanto, a realidade mostrou que essa bandeira não tem sustentação. A crise financeira que estamos atravessando e não sabemos ainda suas reais conseqüências sobre a economia mundial realça um fato inconteste: faltou a presença do governo, mediante uma regulação mais ativa do mercado financeiro. Recente estudo promovido pela Comissão para o Crescimento Econômico, cujo objetivo primordial é entender o fenômeno do desenvolvimento com base na experiência mais exitosa dos países durante as décadas de 1950 a 1980, transmite informações relevantes para o entendimento do momento que vivemos, ainda que seu objetivo seja totalmente distinto. Em primeiro lugar, não estão em xeque as inegáveis e insubstituíveis virtudes que os mercados possuem quando funcionam de maneira mais livre, sem interferências externas, na alocação dos recursos. Entretanto, não podemos esquecer que as ações tomadas pelos diversos agentes econômicos se baseiam em perspectivas de retornos privados e, portanto, na ânsia de obter tais retornos, mercados como o financeiro podem gerar instabilidades. O papel da regulação, tarefa que deve ser executada por autoridades governamentais, não pode ser esquecido. Por outro lado, apesar da virtude dos mercados, não se pode esquecer que eles não são garantia para a promoção de desenvolvimento econômico ou a melhor distribuição de renda. O relatório da comissão enfatiza o papel do governo no processo de desenvolvimento econômico, mostrando inicialmente que o processo de desenvolvimento é um fenômeno complexo e difícil de ser entendido. "Não damos aos formuladores de políticas públicas uma receita ou uma estratégia de crescimento. Isso porque não existe uma única receita a seguir." Mais adiante, afirma: "Não conhecemos as condições suficientes para o crescimento. Podemos caracterizar as economias bemsucedidas do pós guerra, Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 19 de 86 www.exponencialconcursos.com.br mas não podemos apontar com segurança os fatores que selaram seu êxito nem os fatores sem os quais elas poderiam ter sido exitosas." Certamente essas frases devem nos deixar algo perplexos, especialmente quando ouvimos as certezas que dominam a maioria dos analistas econômicos espalhados pelo mundo, em especial quando tratam de fornecer fórmulas prontas para o crescimento dos países. A comissão reconhece que a dificuldade do entendimento sobre o fenômeno do crescimento dificulta a ação governamental na definição das estratégias a serem seguidas. A recomendação dada é a de que o governo "não deve ficar inerte, por temor de malograr; os governos devem testar diversos programas e devem ser rápidos em aprender quando dão errado. Se dão um passo errado, devem tentar um plano diferente, e não submergir na inação ou recuar." Outra recomendação dada pela comissão se relaciona com a tentativa de adoção de receitas prontas de outros países: "Os planos de ação ruins de hoje em geral são os bons planos de ontem, mas aplicados por tempo demasiado." Em suma, a comissão defende um governo crível, comprometido com o crescimento e eficiente. Um governo forte, capaz de realizar investimentos na área de educação, saúde e infraestrutura a fim de elevar a rentabilidade dos investimentos privados. É com uma ação eficiente do governo e do setor privado que certamente poderemos promover o desenvolvimento dos países. (Carlos Luque. Folha de São Paulo, 30 de setembro de 2008.) Assinale a alternativa em que a palavra indicada, no texto, se classifique como advérbio. a) livre b) profunda c) melhor d) algo e) após Comentários: Alternativa A - A palavra “livre” é um adjetivo que qualifica a palavra “maneira”. Alternativa B - A palavra “profunda” é um adjetivo. Repare que ela qualifica o substantivo “recessão”. Alternativa C - Igualmente às alternativas anteriores, “melhor” qualifica o nome “operação”. Alternativa D - Embora a palavra “algo” seja originalmente um pronome indefinido, no entanto, temos que ter ATENÇÃO ao sentido empregado pelo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 20 de 86 www.exponencialconcursos.com.br examinador. Repare que o sentido de “algo” nessa oração é de “um tanto” ou “um pouco”, modificando o adjetivo “perplexo”, portanto, sendo empregada como advérbio. Alternativa E – A palavra “após” é preposição que liga as orações do período. Estudaremos esse assunto com mais detalhes na aula sobre períodos e conectivos. Gabarito: D Tais palavras já foram classificadas como advérbios outrora. Atualmente, por não enquadrarem-se perfeitamente em nenhuma das outras classes, são classificadas separadamente pela Nomenclatura Gramatical Brasileira. Indicam contextos diversos, modificando sentido de uma palavra ou mesmo da oração, tais como: situação, designação, exclusão, inclusão, limitação, realce, retificação, explanação ou afetividade. SITUAÇÃO - afinal, então, mas, agora... Ex. Afinal, decidiu se vai estudar DESIGNAÇÃO - eis. Ex. Senhor, eis me aqui. EXCLUSÃO - menos, exceto, salvo, fora, sequer... Ex. Todos, menos ele, foram ao teatro. INCLUSÃO - inclusive, também, até, além disso... Ex. Comemos bem, teve até sobremesa! 8 – Palavras Denotativas Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno SpencerProf. Bruno Spencer 21 de 86 www.exponencialconcursos.com.br São palavras invariáveis que ligam dois termos da oração, sendo um principal (regente ou subordinante) e um dependente (regido ou subordinado). São classificadas em: essenciais e acidentais. As preposições essenciais são aquelas originalmente classificadas como preposição, enquanto as acidentais são palavras de outras classes empregadas como preposição. Exemplos de preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Exemplos de preposições acidentais: conforme, consoante, segundo, durante, mediante LIMITAÇÃO - apenas, unicamente, somente, só... Ex. Só o amor constrói. REALCE - mesmo, lá, embora, é que, sobretudo... Ex. Eu mesmo é que não dou palpite em briga alheia. RETIFICAÇÃO - isto é, ou melhor, aliás... Ex. Chegarei pela manhã, ou melhor, na hora do almoço. EXPLANAÇÃO - por exemplo, a saber... Ex. Coma coisas saudáveis, por exemplo, brócolis. AFETIVIDADE - ainda bem, infelizmente, felizmente... Ex. Felizmente chegamos bem. 9 - Preposição Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 22 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Vamos ver alguns exemplos de orações com preposições: • Voltou para casa depois do trabalho. (“voltou” – principal / “casa” – dependente) Note que o termo “voltou” necessita do complemento “para casa”, para ter um sentido completo. • Pensei em você. (“pensei” – principal ou regente / “você” – regido) Se você diz para alguém: Pensei, fatalmente, você ouvirá a pergunta em quê? Ao responder em você, finalmente, estará completando o sentido da frase. Assim como outras classes, as preposições também formam LOCUÇÕES, quando se associam a outras palavras (advérbios ou locuções adverbiais) para exercer a mesma função de preposição. Eis algumas locuções prepositivas: Abaixo de, acima de, a fim de, além de, apesar de, atrás de, através de, antes de, junto a, ao encontro de, embaixo de, em frente a, longe de, por causa de, por trás de, em virtude de, na proporção de, à custa de... Exemplos: • Ele passou no concurso apesar de todas as dificuldades. • Caminhou ao encontro de seu Mestre com alegria. Conjunção significa união ou ligação. São palavras que ligam termos de mesma função sintática em uma oração ou orações em um período composto. Elas podem ser coordenativas ou subordinativas. As conjunções serão estudadas detalhadamente na aula 04 - Períodos e Conectivos. É um termo que exprime uma ideia de forma independente, expressando um forte sentimento, emoção, saudação e outros. 10 - Conjunção 11 - Interjeição Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 23 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Domingos Pachoal Cegalla, define interjeições como “frases resumidas”, porque elas contêm em si o sentido implícito de toda uma frase. Exemplo: Ai!!! Apenas essa interjeição já diz tudo, você sabe que alguém sentiu dor. Vamos a alguns exemplos de interjeições e algumas idéias que elas podem expressar. Note que, algumas são originalmente ou exclusivamente interjeições enquanto outras pertencem a outras classes gramaticais, mas que são usadas em alguns contextos como interjeição. Ok pessoal... mandem suas dúvidas pelo fórum, terei satisfação em clareá-las! Não deixem de fazer os exercícios, pois este assunto faz parte da BASE do conhecimento da Língua Portuguesa. Vamos aos exercícios!!! •viva!Aclamação •uau! nossa! caramba!Admiração •ufa! Advertência •obrigado! grato!Agradecimento •cuidado! atenção! devagar! Alegria •oh! viva! aleluia! Alívio •muito bem! boa! isso!Aprovação •perdão! desculpa!Desculpa •oxalá! tomara!Desejo •adeus! até logo! tchau! Despedida •ai! ui! oh!Dor •ora! francamente! vixe!Reprovação •salve! ave! bom dia!Saudação •psiu! silêncio!Silêncio Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 24 de 86 www.exponencialconcursos.com.br 3) VUNESP/AOJ/TJ SP/Eletricista de Autos/2010 Leia o texto para responder à questão. Rodar a baiana Quase todas as expressões que ouvimos ou falamos como – motorista barbeiro, sem eira nem beira e ganhar de mão beijada – nasceram de alguma situação do cotidiano. É o caso da expressão rodar a baiana. Quando alguém diz: pare com isso ou vou rodar a baiana, qualquer pessoa discreta para na hora ou, pelo menos, toma cuidado. Essa ameaça, na verdade, consiste em dar um escândalo público. Mas o que poucos sabem é que rodar a baiana não tem sua origem na Bahia, e sim na cidade do Rio de Janeiro que, no início do século 20, já era palco de famosos desfiles de blocos de Carnaval. No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia rodada e turbante na cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de capoeira. As pessoas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana rodar e começar a confusão. (Lívia Lombardo, Aventuras na História, junho de 2006. Adaptado) Assinale a alternativa em que a palavra destacada na frase tem a função de adjetivo. a) ... qualquer pessoa discreta para na hora... b) ... a cidade já era palco de famosos desfiles... c) Para acabar com o problema, alguns capoeiristas... d) Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe... e) ... a baiana rodar e começar a confusão. Comentários: Alternativa A – Correta – O termo “discreta” qualifica o substantivo “pessoa”, por isso é classificado como adjetivo. Alternativa B – Incorreta – O termo “desfiles” é um substantivo, que vem qualificado pelo adjetivo “famosos”. Alternativa C – Incorreta – O termo “acabar” é verbo. Alternativa D – Incorreta – O termo “desrespeito” é substantivo. Alternativa E – Incorreta - O termo “começar” é verbo. 12 - Questões Comentadas Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 25 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito: A 4) VUNESP/At NP/PC SP/2014 Leia o texto para responder à questão. Ortotanásia e eutanásia O que é a vida, afinal? É simplesmente um conjunto de reações bioquímicas? Ou algo maior, sagrado e eterno? A nossa perplexidade diante desse tema tão polêmico, que é a eutanásia, advém das incertezas que cercam o sentido da existência humana. Sou oncologista e imunologista. Faz 28 anos que busco mais vida com qualidade para os pacientes com câncer e portadores de Aids com câncer. Os pacientes que já na primeira consulta me dizem que querem morrer antes de tentar os tratamentos são exceções. Mas existem. Todos os pacientes, tanto os que querem enfrentar tratamentos antes de morrer como os que não querem, têm um elemento comum, que é a falta de esperança, a depressão e o medo do sofrimento. Independentemente das novas e eficientes técnicas de tratamento, há instantes em que se perde a batalha contra as doenças. É então que uma pergunta se faz necessária: até quando é lícito prolongar com medidas artificiais a manutenção da vida vegetativa? Existe grande confusão entre os diversos tipos de eutanásia – ou boa morte. Uma é a eutanásia ativa, na qual o médico ou alguém causa ativamente a morte do indivíduo. Ela é proibida por lei no Brasil, mas é prática regulamentada, em alguns outros países, como Holanda e Dinamarca. Em um outro extremo, há a distanásia que, segundo o especialista em bioética padre Leo Pessini, “é um procedimento médico que prolonga inútil e sofridamente o processo de morrer procurando distanciar a morte”. Sou contra a distanásia. E como seriaa verdadeira boa morte? Creio que é aquela denominada morte assistida que prefiro denominar de ortotanásia. É cuidar dos sintomas sem recorrer a medidas intervencionistas de suporte em quadros irreversíveis. É respeitar o descanso merecido do corpo, o momento da limpeza da caixa preta de mágoas e rancores; é a hora de dizer coisas boas, os agradecimentos que não fizemos antes. É a hora da despedida e da partida. Então, talvez possamos acreditar no escritor Jorge Luis Borges: “Morrer é como uma curva na estrada, é não ser visto”. (Nise Hitomi Yamaguchi, doutora pela Faculdade de Medicina da USP. Folha de S.Paulo, Tendências/Debates, 26 de março de 2005. Adaptado) Assinale a alternativa em que a palavra em destaque na frase pertence à classe dos adjetivos (palavra que qualifica um substantivo). a) ... o médico ou alguém causa ativamente a morte... b) Ela é proibida por lei no Brasil,... Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 26 de 86 www.exponencialconcursos.com.br c) Existe grande confusão entre os diversos tipos de eutanásia... d) E como seria a verdadeira boa morte? e) prolonga o processo de morrer procurando distanciar a morte. Comentários: Alternativa A – Incorreta – O termo “alguém” é pronome indefinido. Alternativa B – Incorreta – O termo “lei” é um substantivo. Alternativa C – Incorreta – “Confusão” é substantivo, que vem qualificado pelo adjetivo “grande”, provocando sua flexão para o grau aumentativo analítico. Alternativa D – Correta – O termo “verdadeira” é adjetivo e qualifica a expressão “boa morte”. Alternativa E – Incorreta – O termo “morte” é substantivo. Gabarito: D 5) VUNESP/Serv/CM Jabo/2015 Leia o texto a seguir para responder à questão. Mentem como respiram Conheço inúmeras pessoas que mentem. Para falar a verdade, mente-se por qualquer motivo: as pessoas ficam com vergonha quando estão doentes e dizem que estão ótimas; comentam que a amiga está bem vestida, quando acham um horror; elogiam alguém que emagreceu, para comentar nas costas que continua gordíssima. Eu mesmo minto: digo que vou viajar ou reclamo que não me sinto bem e fujo de um compromisso; finjo para mim mesmo que, no próximo mês, começo um regime e perderei a barriga. Ultimamente, tento parar com isso. Se me convidam, digo que não posso. Se vou a uma peça de teatro e não gosto, digo que não gostei. Sempre dá errado, a pessoa preferia uma mentira. A franqueza, descobri, é muito malvista. Até considerada falta de educação. Quantas mães e avós são assassinadas por empregados que querem faltar ao trabalho? Outros dizem que estão doentes. E por aí vai. A psicologia forjou um termo para designar aquele que faz da mentira um hábito: síndrome de Münchausen. Os mentirosos inventaram outro: “mentira branca”, aquela que não prejudica ninguém. Para mim, não existe a tal “mentira branca”. Tem gente que mente como respira. Mentira é mentira, e a tal “mentira branca” é só uma mentira a mais. (Walcyr Carrasco. http://epoca.globo.com. Adaptado) Nos trechos – … comentam que a amiga está bem vestida… – e – Sempre dá errado… – os termos destacados indicam, correta e respectivamente, a) lugar e tempo. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 27 de 86 www.exponencialconcursos.com.br b) modo e tempo. c) dúvida e intensidade. d) intensidade e tempo. e) modo e intensidade. Comentários: O advérbio “bem” modifica o adjetivo “vestida”, indicando o modo como “a amiga está vestida”. Já o advérbio “sempre” modifica o verbo “DAR”, indicando o tempo em que ele ocorre. Ex. quando/nunca/sempre/hoje/todos os dias... MODO bem, mal, assim, pior, melhor, depressa, devagar, calmamente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, generosamente, bondosamente às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão, a maior TEMPO hoje, ontem, amanhã, logo, antes, depois, agora, tarde, cedo, outrora, ainda, antigamente, nunca, jamais, sempre, já, enfim, afinal, breve, constantemente, imediatamente às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia LUGAR Aqui, ali, acolá, dentro, fora, adiante, atrás, além, lá, cá, detrás, aquém, além, abaixo, acima, longe, perto, aí, aonde, adentro, afora, embaixo, externamente à distancia, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 28 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito: B 6) VUNESP/ContJ/TJ SP/2015 Leia o texto para responder à questão. O vilão da história É um fato incontornável: o planeta passa por um aquecimento global intenso, e a maior parte da responsabilidade pelo descompasso do clima é do ser humano. Com fábricas, carros e o desmatamento generalizado de habitats, multiplicamos por 180 a quantidade de CO2 na atmosfera desde a Revolução Industrial, motor do efeito estufa, responsável pelo aumento de 0,8 grau na temperatura da Terra. Parece pouco, mas foi o suficiente para consolidar um caos climático que se agrava: o calor elevado faz com que eventos extremos, como tempestades e secas duradouras, sejam cada vez mais frequentes. Em 2014, o ano mais quente desde que começaram os registros, em 1880, a situação só piorou. Nesse contexto, cabe, portanto, a pergunta: a falta de chuvas e o calorão do início de janeiro no Sudeste brasileiro são também filhos do aquecimento global? Climatologistas dizem não ter certeza, pois dependem de projeções de longo prazo para responder. Ou seja, precisam esperar para verificar se a situação se repete por muitos anos ou se trata de uma anomalia, provocada por algum fenômeno climático pontual e ainda desconhecido. Mas, afastada a minuciosidade exigida por comprovações científicas, é concebível concluir que o aquecimento planetário está na origem da seca. E, se essa é a resposta, pode- se esperar por tempos ainda mais áridos nas próximas décadas. DÚVIDA acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente por certo, quem sabe INTENSIDADE muito, pouco, demais, tão, quanto, menos, mais, em excesso, pouco, bastante, demasiado, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 29 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Trata-se de uma lógica cujo desfecho é um cenário de contornos assustadores, com evidentes repercussões econômicas, e que alguns, com certo exagero, denominam de apocalípticos. (Veja, 28.01.2015. Adaptado) Na passagem – ... provocada por algum fenômeno climático pontual e ainda desconhecido. – (segundo parágrafo), o advérbio em destaque expressa circunstância de a) dúvida e, nesse contexto, equivale a “provavelmente”. b) afirmação e, nesse contexto, equivale a “indubitavelmente”. c) negação e, nesse contexto, equivale a “absolutamente”. d) concessão e, nesse contexto, equivale a “apesar disso”. e) tempo e, nesse contexto, equivale a “até agora”. Comentários: Alternativa A – Incorreta – O advérbio “ainda” não indica dúvida, não podendo ser equiparado ao termo “provavelmente”. Alternativas B e C – Incorretas – O advérbio “ainda” não pode ser utilizado para substituir os termos “indubitavelmente” ou “absolutamente”, não podendo ser classificado como advérbio de afirmação ou negação. Alternativa D – Incorreta – A expressão que indica concessão é “ainda que”, além disso não é esse o sentido do textoAlternativa E – Correta – A palavra “ainda” tem simplesmente um valor temporal, ela indica algo que se espera que aconteça, mais que não aconteceu. Gabarito: E 7) VUNESP/Dir Esc/Pref Itápolis/2016 Leia o texto “Carnes vivas”, de João Pereira Coutinho, e responda à questão. Tive uma infância de príncipe. Passei longas horas na rua, sem supervisão parental, a me aventurar. Isso na cidade. No campo, o cardápio era melhor. Parti o braço (uma vez) e o pulso (idem). Tudo porque teimava em subir nas árvores. E, por falar em árvores, cheguei a construir uma casa rudimentar no cimo de uma oliveira que aguentou apenas duas horas. Findas as duas horas, já eu estava no chão, com os joelhos em carne viva. Às vezes pergunto o que aconteceria aos meus pais se o pequeno selvagem que fui reaparecesse agora. Provavelmente, seria exibido em uma jaula, como um King Kong pré-púbere. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 30 de 86 www.exponencialconcursos.com.br “Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos, uma criança que gosta de brincar!” Imagino a plateia, horrorizada, tapando os olhos dos filhos – ou, melhor ainda, ligando os tablets e anestesiando-os com a dose apropriada de pixels. E a minha mãe certamente estaria presa. Exagero? Não creio. Conta a “Economist” dessa semana que Debra Harrell, da Carolina do Sul, foi detida por deixar a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada. Engraçado. Na década de 1950, uma criança tinha cinco vezes mais possibilidades de morrer precocemente do que uma criança do século 21. Mas os pais da “baby-boom generation” deixavam as suas crianças à solta, talvez por entenderem que uma criança é uma criança. Esses pais não eram, como diz a revista, “pais-helicóptero”. Expressão feliz. Conheço vários casais que devotam aos filhos a mesma atenção obsessiva que um pesquisador dedica aos seus ratinhos de laboratório. Gostam de controlar tudo sobre os filhos. Como os helicópteros, estão constantemente a planar sobre a existência dos petizes. E quando finalmente descem a terra, é a desgraça: correm com eles para aulas de música, caratê, natação, matemática. No regresso a casa, é ver esses pequenos escravos, mortificados e exaustos, antes de se recolherem aos quartos. Não sei que tipo de crianças os “pais-helicóptero” estão a produzir. Deixo essas matérias para os especialistas. Digo apenas que a profusão de “pais-helicóptero” é uma brutal amputação da infância e da adolescência. Para além de corromper a relação entre pais e filhos. Sobre a amputação, não sei que adulto eu seria se nesses primeiros anos não houvesse a sensação de liberdade, mas também a percepção do risco, que me acompanhava todos os dias. Apesar dos ossos que quebrei, dores foram compensadas pela confiança que ganhei e pela intuição de que o mundo não é uma ameaça constante, povoado por sequestradores, pedófilos ou extraterrestres. Mas os “pais-helicóptero” corrompem a relação essencial entre eles e os filhos. Anos atrás, o filósofo Michael Sandel escreveu um ensaio contra o uso da engenharia genética para produzir descendências perfeitas. Dizia Sandel que se os pais pudessem manipular os fetos para terem super-filhos, estaria quebrada a qualidade essencial da parentalidade: o fato de amarmos os filhos incondicionalmente. Sejam ou não perfeitos. Igual raciocínio é aplicável aos “pais-helicóptero”: é natural desejar o melhor para os filhos. Porém não é natural ter com os filhos a mesma relação que existe entre um treinador e o seu atleta, como se a vida – acadêmica, pessoal, emocional – fosse uma mini-Olimpíada permanente. Na minha infância, as únicas medalhas que colecionei são as cicatrizes que trago no corpo. Não as troco por nada. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 31 de 86 www.exponencialconcursos.com.br (Folha de S.Paulo, 29.07.2014. Adaptado) Assinale a alternativa correta sobre as expressões destacadas. a) Em “Provavelmente, seria exibido em uma jaula”, ocorre circunstância adverbial de intensidade, como em: Disse que muito se alegrava com a promoção na empresa. b) Em “Minhas senhoras e meus senhores, vejam com os próprios olhos”, ocorre circunstância adverbial de causa, como em: Saiu às pressas, pois não queria deixar o colega à sua espera. c) Em “E a minha mãe certamente estaria presa”, ocorre circunstância adverbial de afirmação, como em: Encantou-se com o apartamento por ele ser bem arejado. d) Em “a filha de nove anos brincar no parque sem vigilância apurada”, ocorre circunstância adverbial de modo, como em: Sentia-se à vontade na casa dos sogros. e) Em “deixavam as suas crianças à solta, talvez por entenderem”, ocorre circunstância adverbial de dúvida, como em: Infelizmente ele se ofendeu com o nosso comentário. Comentários: Alternativa A – Incorreta – O advérbio “muito” realmente indica intensidade, no entanto, “provavelmente” indica dúvida. Alternativa B – Incorreta – Ambas as expressões destacadas indicam o modo como acontece a ação. VER como/de que forma/de que modo? Com os próprios olhos. SAIR como/de que forma/de que modo? Às pressas. Alternativa C – Incorreta – De fato, “certamente” indica afirmação, porém o advérbio “bem” está indicando a intensidade com a qual o apartamento é arejado. Alternativa D – Correta – Ambos indicam modo. A primeira expressão indica a maneira/o modo como a criança brinca no parque enquanto a segunda indica a maneira/o modo como a pessoa sentia- se “na casa dos sogros”. Alternativa E – Incorreta – O advérbio “talvez” indica dúvida, mas “infelizmente” quer dizer de modo infeliz, portanto, indica modo. Gabarito: D 8) VUNESP/Aux PMPE SP/MPE SP/Administrativo/2014 Leia o texto para responder à questão. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 32 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Este ano marca o 20.º aniversário do genocídio em Ruanda. Em exatos cem dias, de abril a julho de 1994, entre 800 mil e um milhão de ruandeses, predominantemente da etnia tutsi, foram massacrados, quando um governo extremista liderado por outra etnia, a hutu, lançou um plano nacional para basicamente exterminar a minoria tutsi e qualquer outra que fizesse oposição a suas políticas, até mesmo hutus moderados. Foi um cenário infernal no qual assassinatos brutais – inclusive de crianças e bebês – eram realizados por pessoas que poucos dias antes eram vizinhas, colegas ou mesmo amigas. O genocídio só chegou ao final quando a Frente Patriótica de Ruanda (RPF, na sigla em inglês), movimento tutsi liderado por Paul Kagame, saiu da vizinha Uganda e derrubou o governo hutu. Kagame tornou-se presidente em abril de 2000 e continua sendo até hoje. As coisas mudaram muito em Ruanda desde então, e para melhor. Foi a partir de 2006 que a evolução do país passou a mostrar dados impressionantes: mais de um milhão de ruandeses saíram da pobreza; o acesso à saúde e à educação está em expansão; um boom imobiliário transformou a capital Kigali; e pelo menos dois terços da população do país estão abaixo dos 25 anos, tornando o potencial para a força de trabalho de Ruanda extremamente promissor. Apesar disso, o austero e exigente Kagame reconhece que do vírus do ódio, da raiva e do desejo de vingança não é fácil de se livrar. (http://revistasamuel.uol.com.br, 28.03.2014. Adaptado) Em relação à classificação dos numerais, os fracionários indicam a parte de um inteiro, como se comprova com a expressão: a) pelo menos dois terços da população. b) mais de um milhão de ruandeses. c) Em exatos cem dias. d) de abril a julho de 1994. e) o 20.º aniversário. Comentários: Alternativa A – Correta – “Dois terços” (2/3) é um numeral fracionário. AlternativaB – Incorreta – “Um milhão” é um numeral cardinal. Alternativa C – Incorreta – “Cem” é numeral cardinal. Alternativa D – Incorreta - “1994” é numeral cardinal. Alternativa E – Incorreta - “20º” (vigésimo) é numeral ordinal. Gabarito: A 9) VUNESP/AuxPMPE SP/MPE SP/Administrativo/2014 Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 33 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Leia o texto para responder à questão. Chuvas com lembranças Começam a cair uns pingos de chuva. Tão leves e raros que nem as borboletas ainda perceberam, e continuam a pousar, às tontas, de jasmim em jasmim. As pedras estão muito quentes, e cada gota que cai logo se evapora. Os meninos olham para o céu cinzento, estendem a mão – vão fazer outra coisa. (Como desejariam pular em poças d’água! – Mas a chuva não vem...) Nas terras secas, tanta gente a esta hora está procurando, também, no céu um sinal de chuva! E nas terras inundadas, quanta gente estará suspirando por um raio de sol! Penso em chuvas de outrora: chuvas matinais, que molham cabelos soltos, que despencam as flores das cercas, que entram pelos cadernos escolares e vão apagar a caprichosa caligrafia dos exercícios! Chuvas de viagens: tempestade na Mantiqueira, quando nem os ponteiros do para-brisa dão vencimento à água; quando apenas se vê, na noite, a paisagem súbita e fosfórea mostrada pelos relâmpagos. Chuvas antigas, nesta cidade nossa, de eternas enchentes: a de 1811, que com o desabamento de uma parte do Morro do Castelo soterrou várias pessoas, arrastou pontes, destruiu caminhos e causou tal pânico em toda a cidade que durante sete dias as igrejas e capelas estiveram abertas, acesas, com os sacerdotes e o povo a pedirem a misericórdia divina. Chuvas modernas, sem igrejas em prece, mas com as ruas igualmente transformadas em rios, os barracos a escorregarem pelos morros; barreiras, pedras, telheiros a soterrarem pobre gente! Por enquanto, caem apenas algumas gotas aqui e ali, que nem as borboletas percebem. Os meninos esperam em vão pelas poças d’água onde pulariam contentes. Tudo é apenas calor e céu cinzento, um céu de pedra onde os sábios e avisados tantas coisas liam, outrora... “São Jerônimo, Santa Bárbara Virgem, lá no céu está escrito, entre a cruz e a água benta: Livrai-nos, Senhor, desta tormenta!” (Cecília Meireles, Escolha o seu sonho. Adaptado) Assinale a alternativa em que a preposição em destaque forma uma expressão indicativa de lugar. a) Começam a cair uns pingos de chuva. b) … e causou tal pânico em toda a cidade… c) Os meninos esperam em vão pelas poças d’água… d) … quanta gente estará suspirando por um raio de sol! e) Penso em chuvas de outrora… Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 34 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: Alternativa A – Incorreta – A expressão “de chuva” indica matéria. Alternativa B – Correta – A preposição “em” forma uma locução adverbial de lugar (“em toda a cidade”). Alternativa C – Incorreta – A expressão “em vão” é uma locução adverbial de modo. Alternativa D – Incorreta – “Por um raio de sol” indica causa. Alternativa E – Incorreta – A preposição “em” na expressão “em chuvas” tem valor semântico de assunto (penso sobre/a respeito de chuvas). Gabarito: B 10) VUNESP/Serv/CM Jabo/2015 Leia a manchete a seguir, publicada em um portal de notícias, e assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas. Morador flagra suposto descarte de entulho na zona sul de Ribeirão Preto Restos __________ poda e entulhos seriam deixados em terreno ______ condomínios. Administradora diz ter aval da prefeitura _____ descarte, mas governo nega. (http://goo.gl/d4aqut. Adaptado) a) com … até … em b) por … de … até c) de … por … para d) por … por … com e) de … para … em Comentários: Item I – Nesta lacuna, a preposição correta é DE, a fim de indicar matéria. Item II – Devemos preencher a segunda lacuna com a preposição POR indicando a autoria ou o agente da ação. Item III – A preposição PARA é necessária a fim de indicar o sentido de finalidade. Gabarito: C 11) IBFC/Ag PJ/PC-SE/2014 Texto I Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 35 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Ética e moral: que significam? (Leonardo Boff) Face à crise generalizada de ética e de moral, importa resgatar o sentido originário das palavras. Ética e moral é a mesma coisa? É e não é. 1. O significado de ética Ética é um conjunto de valores e princípios, de inspirações e indicações que valem para todos, pois estão ancorados na nossa própria humanidade. Que significa agir humanamente? O primeiro princípio do agir humano, chamado por isso de regra de ouro, é esse: “não faças ao outro o que não queres que te façam a ti". Ou positivamente: “faça ao outro o que queres que te façam a ti". Esse princípio áureo pode ser traduzido também pela expressão de Jesus, testemunhada em todas as religiões: “ama o próximo como a ti mesmo". É o princípio do amor universal e incondicional. Quem não quer ser amado? Quem não quer amar? Alguém quer ser odiado ou ser tratado com fria indiferença? Ninguém. Outro princípio da humanidade essencial, é o cuidado. Toda vida precisa de cuidado. Um recém-nascido deixado à sua própria sorte morre poucas horas após. O cuidado é tão essencial que, se bem observarmos, tudo o que fazemos vem acompanhado de cuidado ou falta de cuidado. Se fazemos com cuidado, tudo pode dar certo e dura mais. Tudo o que amamos também cuidamos. A ética do cuidado hoje é fundamental: se não cuidarmos do planeta Terra, ele poderá sofrer um colapso e destruir as condições que permitem o projeto planetário humano. A própria política é o cuidado para com o bem do povo. Outro princípio reside da solidariedade universal. Se nossos pais não fossem solidários conosco quando nascemos e nos tivessem rejeitado, não estaríamos aqui para falar de tudo isso. Se na sociedade não respeitamos as normas coletivas em solidariedade para com todos, a vida seria impossível. A solidariedade para existir de fato precisa sempre ser solidariedade a partir de baixo, dos últimos e dos que mais sofrem. A solidariedade se manifesta então como com-paixão. Com-paixão quer dizer ter a mesma paixão que o outro, alegrar-se com o outro, sofrer com o outro para que nunca se sinta só em seu sofrimento, construir junto algo bom para todos. Pertence também à humanidade essencial a capacidade e a vontade de perdoar. Todos somos falíveis, podemos errar involuntariamente e prejudicar o outro conscientemente. Como gostaríamos de ser perdoados, devemos também nós perdoar. Perdoar significa não deixar que o erro e o ódio tenham a última palavra. Perdoar é conceder uma chance ao outro para que possa refazer as relações boas. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 36 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Tais princípios e inspirações formam a ética. Sempre que surge o outro diante de mim, aí surge o imperativo ético de tratá-lo humanamente. Sem tais valores a vida se torna impossível. Por isso, ethos, donde vem ética, significava para os gregos, a casa. Na casa cada coisa tem seu lugar e os que nela habitam devem ordenar seus comportamentos para que todos possam se sentir bem. Hoje a casa não é apenas a casa individual de cada pessoa, é também a cidade, o estado e o planeta Terra como casa comum. Eis, pois, o que é a ética. Vejamos agora o que é moral. 2. O significado de moral A forma concreta como a ética é vivida, depende de cada cultura que é sempre diferente da outra. Um indígena, um chinês, um africano vivem do seu jeito o amor, o cuidado, a solidariedade e o perdão.Esse jeito diferente chamamos de moral. Ética existe uma só para todos. Moral existem muitas, consoante as maneiras diferentes como os seres humanos organizam a vida. Vamos dar um exemplo. Importante é ter uma casa (ética). O estilo e a maneira de construí-la pode variar (moral). Pode ser simples, rústica, moderna, colonial, gótica, contanto que seja casa habitável. Assim é com a ética e a moral. Hoje devemos construir juntos a Casa Comum para que nela todos possam caber inclusive a natureza. Faz-se mister uma ética comum, um consenso mínimo no qual todos se possam encontrar. E ao mesmo tempo, respeitar as maneiras diferentes como os povos organizam a ética, dando origem às várias morais, vale dizer, os vários modos de organizar a família, de cuidar das pessoas e da natureza, de estabelecer os laços de solidariedade entre todos, os estilos de manifestar o perdão. A ética e as morais devem servir à vida, à convivência humana e à preservação da Casa Comum, a única que temos que é o Planeta Terra. (Disponível em: http://www.leonardoboff.com/site/vista/outros/etic...Acesso em:07/10/2014) Considerando o contexto, ao fazer uso do hífen na grafia do vocábulo destacado em “A solidariedade se manifesta então como com-paixão” (5°§), o autor pretendeu destacar o sentido que é apreendido pelo prefixo. Tal valor está mais bem explicitado pela noção de: a) meio b) causa c) companhia d) instrumento Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 37 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Comentários: Alternativa A – Incorreta – Ex. Falei com ele pelo telefone. Alternativa B – Incorreta – Ex. Fiz tudo aquilo por você. Morreu de medo. Alternativa C – Correta – Ex. Ele chegou com a sua amiga. A banca considerou na expressão o valor semântico de companhia (com-paixão = com ela = em companhia da paixão). Outro valor semântico relacionado à expressão seria o de MODO. Eis um exemplo de valor semântico de modo: Fez tudo com amor (de forma amorosa). Alternativa D – Incorreta – O valor semântico de instrumento está mais ligado a algum instrumento físico, material com o qual se executa alguma ação. Ex. Consertei o carro com um alicate. Cortei o papel com uma tesoura. Escrevia a carta a lápis. Gabarito: C 12) IBFC/EBSERH/Técnico em Contabilidade/2015 TEXTO Plataforma O Rio vive uma contradição no carnaval que parece não ter saída. Não vai longe o tempo em que reclamava da decadência da folia nas ruas. O carnaval tinha se transformado no desfile de escolas de samba, uma festa elitista que se resumia ao que acontecia nos limites do Sambódromo e que era vista por apenas 30 mil pessoas que pagavam caro para participar da brincadeira. E que só durava duas noites. Para quem se diz o maior carnaval do mundo, convenhamos que é muito pouco mesmo. Agora, quando os blocos voltaram a animar as ruas da cidade durante toda a folia e ainda nas semanas que a antecedem, o Rio continua reclamando. Tem bloco demais, tem gente demais, tem pouco banheiro, tem muito banheiro... Carnaval é festa espontânea. Quanto mais organizado, pior. Chico Buarque fala sobre isso no ótimo samba "Plataforma". "Não põe corda no meu bloco/ Nem vem com teu carro-chefe/ Não dá ordem ao pessoal", já dizia ele num disco de antigamente. Bem, como antigamente as letras de Chico sempre queriam dizer outra coisa, é capaz de ele não estar falando de organização do carnaval. Mas à certa altura ele é explícito: "Por passistas à vontade que não dancem o minueto". Para quem está chegando agora, pode parecer o samba do crioulo doido. Mas o compositor faz uma referência ao desfile do Salgueiro de 1963, quando "Xica da Silva" foi apresentada à avenida. A escola "inovou" apresentando uma ala com 12 pares de nobres que dançavam o minueto. Foi um escândalo. Não pode. Passista tem que desfilar livre, leve e solto. Falando disso agora, quando Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 38 de 86 www.exponencialconcursos.com.br passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos. Mas isso é escola de samba, e o assunto aqui é carnaval de rua (faz tempo que escola de samba não é carnaval de rua). Com o renascimento dos blocos, o Rio recuperou a alegria do carnaval nas calçadas, no asfalto, na areia. E agora? Basta dar uma olhada nas cartas dos leitores aqui do jornal. Reclama um leitor: "Para os moradores de Ipanema, (o carnaval de rua 2011) transformou-se num tormento. Ruas bloqueadas até para o trânsito de pedestres, desrespeito à Lei do Silêncio, atos de atentado ao pudor e, por vezes, de vandalismo". Escreve outro, sobre os mijões, figura que ficou tão popular no período quanto a colombina e o pierrô: "A Guarda Municipal deveria agir com mais atenção e no rigor da lei. Está muito sem ação". Mais um: "Com que direito a prefeitura coloca esses banheiros horrorosos nas avenidas da orla, onde se paga dos IPTUs mais caros do mundo, ocupando vagas de carros que já são tão poucas?" Como se vê, e voltando a citar o samba do Chico, o carioca tem o peito do contra e mete bronca quando o assunto é carnaval. Mas carnaval de rua muito organizado... não sei, não. É como botar o pessoal que sai nos blocos pra dançar o minueto. Carnaval de rua e organização não combinam. (Artur Xexéo. Revista O Globo, dezembro de 2011) Em “Falando disso agora, quando passistas não têm a menor importância, quando eles mal são vistos na avenida, percebe-se que o minueto era o de menos”, o termo em destaque tem os corretos comentários morfológicos e semânticos indicados em: a) Advérbio de tempo; indica uma referência ao momento atual vivido pelo Carnaval. b) Pronome indefinido; expressa vagamente o momento da ação. c) Advérbio de tempo; indica uma referência exclusiva ao momento de escrita da crônica. d) Advérbio de modo; destaca a pouca relevância das passistas na atualidade. e) Advérbio de afirmação: realça a imagem negativa das passistas, nos tempos atuais, incluindo o autor nesse grupo que lhes nega importância. Comentários: Alternativa A – Correta – O termo “agora” é um advérbio de tempo e podemos perceber que ele foi utilizado na frase com esse mesmo valor semântico. Ele refere-se ao momento do carnaval, o que é ratificado pelas expressões que o substituem: “quando passistas não têm a menor importância” e “quando eles mal são vistos na avenida”. Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 39 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Alternativa B – Incorreta – São exemplos de pronomes indefinidos: alguns, vários, muitos, tantos e etc. Estes são vagos e imprecisos, o que não acontece com o advérbio “agora”. Alternativa C – Incorreta – As expressões “quando passistas não têm a menor importância” e “quando eles mal são vistos na avenida” indicam que o autor refere-se ao período do carnaval a que ele se refere no texto. Alternativa D – Incorreta – São exemplos de advérbios de modo: bem, mal, assim, pior, melhor, depressa, devagar, calmamente, pacientemente e etc. Alternativa E – Incorreta – Não há qualquer sentido de afirmação no termo destacado. Reveja alguns advérbios de afirmação: sim, indubitavelmente, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras e etc. Gabarito: A 13) IBFC/EBSERH/Engenheiro de Segurança do Trabalho/2015 No trecho “na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno;", as palavras em destaque, no contexto em que se encontram, podem ser classificadas, morfologicamente, como: a) verbos b) adjetivos c) advérbios d) pronomes e) substantivos Comentários: Alternativa A – Incorreta – Os verbos indicamações. Alternativa B – Incorreta – Os adjetivos qualificam os nomes. Alternativa C – Incorreta – Os advérbios modificam os verbos, adjetivo ou outros advérbios. Alternativa D – Incorreta – Os pronomes são termos que substituem ou acompanham os nomes. Alternativa E – Correta - As palavras “floração”, “abuso” “dissonância” e “conforto” são nomes ou substantivos. Gabarito: E Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 40 de 86 www.exponencialconcursos.com.br 14) IBFC/Técnico Contábil/MGS/2016 Texto II A classe gramatical da palavra “meio”, presente na tira acima é: a) numeral b) adjetivo c) substantivo d) advérbio Comentários: Alternativa A – Incorreta – NÃO CONFUNDIR o numeral fracionário “meia” com o advérbio “meio”. Exemplo: • Ela comeu meia melancia. (comeu a metade da melancia) • Ela ficou com a barriga meio cheia após comer a melancia. Repare que “meio” é advérbio de intensidade, portanto INVARIÁVEL, significando “um pouco”. Aqui, não cabe a palavra “meia”, ok? Alternativa B – Incorreta – No exemplo acima, “Ela comeu meia melancia”, o numeral “meia” tem valor adjetivo, embora seja, a rigor, um numeral. Alternativa C – Incorreta – meio (substantivo) = forma, maneira; Ex. Aquele é o seu meio de vida Alternativa D – Correta – A palavra “meio” foi utilizada no sentido de um pouco (AAV de intensidade). Gabarito: D Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 41 de 86 www.exponencialconcursos.com.br 15) FGV / Aux. Leg. Op. / ALE-MA / Bombeiro Hidráulico / 2013 A Lei seca A nova Lei Seca ajudou a reduzir o número de mortes nas estradas federais no feriado de Páscoa, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda está em alerta para a principal causa de óbitos nas rodovias brasileiras: a colisão frontal. Com o objetivo de reduzir esse tipo de acidente, o governo planeja aprovar um pacote de medidas ainda este mês no Congresso, endurecendo multas e reforçando a fiscalização, a exemplo do que ocorreu em dezembro para coibir a mistura entre álcool e direção. Segundo a PRF, a Lei Seca por si só não é capaz de reduzir a colisão frontal, porque esse tipo de acidente é resultado de outros fatores, como a disposição das estradas brasileiras e a imprudência dos motoristas, mesmo sem consumo de álcool. Além disso, a fiscalização é dificultada, já que a colisão pode ocorrer em qualquer ponto ao longo das rodovias, principalmente na zona rural, onde a maioria conta com apenas uma pista para ida e outra para volta. "É um acidente muito fatal. Se vem um carro a 100 km/h e outro, no sentido oposto, também a 100 km/h, é a mesma coisa que pegar um carro e bater num muro de concreto a 200 km/h", afirma o inspetor da PRF Stênio Pires. "Por isso que nós queremos endurecer a legislação. É praticamente um homicídio, correndo o risco de matar uma pessoa de uma forma muito cruel", completa. Em 2011, foram 2.652 mortes nesse tipo de acidente, quase 2.200 em zona rural. Segundo a PRF, apesar de representar 3,5% dos acidentes, essa modalidade provoca 40% dos óbitos. Os números de 2012 ainda estão sendo auditados e não foram divulgados, mas a instituição utiliza dados dos últimos feriados para avaliar que a Lei Seca não conseguiu inibir essas mortes nas estradas federais. (Rosane d’Agostino) O substantivo “imprudência” está ligado ao adjetivo “imprudente”. Entre os substantivos e adjetivos a seguir, assinale a correspondência incorreta. a) Lei / Legal b) Morte / Mortal c) Acidente / Acidental d) Álcool / Alcoolismo e) Rodovia / Rodoviário Comentários: Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 42 de 86 www.exponencialconcursos.com.br Observe que em quatro alternativas há um substantivo e um adjetivo derivado daquele. No entanto, em uma delas, há dois substantivos. Conseguiu identificar? Vou comentar a questão com exemplos fictícios. Alternativa A – Incorreta – Ex. Ato legal - “Legal” qualifica o nome “ato”, logo é adjetivo. Alternativa B – Incorreta – Ex. Golpe mortal - “Mortal” qualifica “golpe”, logo é adjetivo. Alternativa C – Incorreta – Ex. Lance acidental - “Acidental” qualifica “lance”, logo é adjetivo. Alternativa D – Correta – Ex. O alcoolismo mata muitas pessoas. Note que o termo “alcoolismo” não qualifica qualquer termo, ele é um substantivo, sujeito da oração, pois é ele quem exerce a ação. Alternativa E – Incorreta – Ex. Policial rodoviário - “Rodoviário” qualifica o substantivo “policial”, logo é adjetivo. Gabarito: D 16) FGV / Analista Legislativo / SEN / Apoio Técnico e Administrativo / Tradução e Interpretação / 2008 Constituição à brasileira Vinte anos. Congresso superlotado, emoção quase palpável, o presidente da Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à vontade, no auge da glória, expressão de felicidade no rosto altivo, termina vigoroso discurso. De pé, ergue os longos braços para exibir um livro de 292 páginas, capa verde- amarela, 245 artigos e 70 disposições transitórias, que chama de Constituição Cidadã, porque acha que recuperará como cidadãos milhões de brasileiros. "Mudar para vencer! Muda, Brasil!", grita entusiasmado. Foram 20 meses de muito poder, palco iluminado, pressão, choques, trabalho extenuante, abertura à participação popular. Esperava muito da Carta, seu maior feito. E também a Presidência da República. De outubro a dezembro de 1988, em ambiente nacional de sinistrose e medo de hiperinflação, funcionou o chamado "pacto social", reunindo governo, empresários, trabalhadores e, no fim, políticos. Espaço de diálogo e negociação. Deu certo. Os entendimentos foram essenciais para amenizar o impacto inicial da Constituição. A convocação da Assembléia Nacional Constituinte ganhara força na reta final da ditadura. Tancredo Neves, candidato a presidente, prometera fazê-lo. Hábil, usava o compromisso para se desvencilhar de questões embaraçosas. Seu eventual mandato seria de quatro, cinco ou seis anos? "Será o que a Constituinte fixar." Um dia, na intimidade, perguntei: "Seis anos, doutor Tancredo?". "Muito", respondeu. "Quatro?". "Pouco." Indispensável, mas Curso: Português Teoria e Questões Comentadas Prof. Bruno Spencer Prof. Bruno Spencer 43 de 86 www.exponencialconcursos.com.br também fonte de instabilidade, a Constituinte podia quase tudo. Quando foi instalada, fevereiro de 1987, o presidente Sarney me disse que, apesar de tema conjuntural, a duração de seu mandato ocuparia o centro das atenções. Tinha certeza de que iam politizar o assunto. Coisas da política, do poder e da paixão. Havia forte enxame de moscas azuis no Congresso Nacional, muitos presidenciáveis. Difícil governar com inflação alta, economia em baixa e um suprapoder em cima. No Palácio do Planalto, inesgotável romaria de parlamentares, parte de nariz empinado, salto 15 ou mais, exalando poder e importância. A questão do mandato realmente pegou fogo. Em 15/11/1987, um domingo, a Comissão de Sistematização votou quatro anos para Sarney. A terra tremeu no Plano Piloto. Final da manhã, telefonema do general Ivan de Souza Mendes, ministro-chefe do SNI. Está ansioso e preocupado. Pede que eu vá depressa ao Palácio da Alvorada, residência presidencial. Meia hora depois, encontro lá o presidente Sarney, os ministros militares e muitos civis. Dia tenso, perigoso. Grande atividade, agitação, nervosismo. O presidente ouvia muito e falava pouco. Aguentou firme. Não arredou pé do compromisso democrático. Começo da noite, li nota à imprensa, em que ele reafirmava o respeito a todas as decisões que viessem a ser adotadas pela Constituinte. Inclusive eleições em 1988. No final do processo, acirrada disputa da duração do mandato e do
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