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direito empresarial II franquia -recente

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DIREITO EMPRESARIAL II
 FRANQUIA
 
8° SEMESTRE 
2020
Adriana Lopes dos Reis Christiani 
RA: 201607456321
Ana Maria de Freitas 
RA: 201608343537
Elisete Rita da Silva Cristani
RA: 201501247549 
Jessica Costa de Souza Nunes 
RA: 201607272652 
Marly de Oliveira do Nascimento 
RA:201608090991
 FRANQUIA EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
A palavra franchising tem sua origem na Idade Média, onde o dinheiro e o poder estavam ligados à posse de terras, época de servos, cavaleiros e príncipes.
 Origina-se do francês Franc., que significava transferência de um privilégio. A primeira experiência de franquia já relatada mesmo que inconsciente na época nasceu nos Estados Unidos no ano de 1850, através da indústria de máquinas de costura Singer Sewing Machine que, pretendendo aumentar seus negócios e investindo pouco capital, passou a estabelecer novos pontos de venda de seus produtos em todo território americano. Para isto, utilizou-se da marca de seus produtos, de sua publicidade e de sua técnica de venda no varejo, estabelecendo, para isso, alguns padrões: o nome passaria a se chamar apenas Singer. Quanto às novas lojas, seriam implantadas e operadas pelos próprios comerciantes, com seu próprio capital e, finalmente, seriam ali comercializados apenas produtos Singer. Essa foi a primeira experiência de franquia conhecida pela atualidade.
CONCEITO: Franquia é um sistema de comércio onde o proprietário de uma marca (franqueador), cede à outra pessoa o direito de vender e distribuir seus produtos, sua marca e sua patente (franqueado). O direito de distribuição pode ser exclusivo ou semi-exclusivo a depender da franquia.
 O FRANQUEADOR: é a pessoa jurídica ou física que autoriza os franqueados a fazerem uso de uma marca cujos direitos lhe são próprios, sendo transmitidos também conhecimentos e padrões necessários para a operação do negócio.
 Assim, Leite (1991, p. 26) conceitua franqueador como “aquele que outorga, ou que concede o direito de uso de sua marca a outrem”. 
 Schwartz (1994, p. 66) pontua franqueador como: É a pessoa física ou jurídica que concede e vende a franquia. É aquele que detém a marca e o know-how (experiência, técnica) de comercialização de um bem ou serviço e que concede através de um contrato os direitos de uso e/ou de revenda dando assistência técnica-operacional e administrativa na organização e gerenciamento do negócio para o franqueado. 
Para se tornar franqueador, há alguns requisitos, como: haver desenvolvido uma unidade piloto para, somente depois, lançar a rede com todas as características operacionais, financeiras e funcionais do estabelecimento padrão; ser titular dos direitos identificadores do seu conceito perante o mercado consumidor, através de marcas, logotipos, comunicação visual, direitos autorais e outras insígnias; treinar seus franqueados, ofertando assistência técnica e ou comercial enquanto perdurar o contrato; aperfeiçoamento e desenvolver o seu conceito junto as necessidades do mercado consumidor.
O FRANQUEADO (franchisee): é a pessoa jurídica ou física que adquire a franquia (SCHWARTZ, 1994, p.67). 
 Segundo Fazzio Júnior (2002, p. 582). “é o licenciado que, adquire a franquia, operacionaliza a distribuição dos respectivos produtos e serviços.” 
Para se tornar franqueado existem alguns requisitos, tais como: empenhar-se ao máximo para o desenvolvimento de sua franquia, assim como conservação e reputação da rede; fornecer aos franqueados dados referentes ao funcionamento da franquia, que possibilita um controle eficaz, permitindo o acesso por parte do franqueador ao seu estabelecimento; não divulgar a terceiros o Know-how e seus segredos de negócios, nem após a cessação do contrato e, principalmente, ser leal às relações mútuas.
KNOW HOW: Conhecimentos detidos por uma pessoa ou empresa, são as inovações, habilidades que tornam um produto ou serviço valioso, no contexto de franchising.
ROYALTIES: (Na antiguidade aquilo que pertence ao Rei) no contrato de franquia são definidos como sendo a “remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado”.
FINALIDADE DA FRANQUIA
É uma estratégia utilizada em administração que tem como proposito, um sistema de venda de licença na qual o franqueador (que detém a marca) cede ao franqueado (a autorização a explorar a marca), o direito de uso da sua marca, patente, infraestrutura, know-how e direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos e serviços, para o franqueador, expansão e consolidação do negócio, e consequência o lucro, para o franqueado a entrada no mercado já conhecido com força da marca, em busca de um mercado já conhecido e operante visando o lucro.
NATUREZA JURÍDICA
A natureza jurídica da franquia e de um contrato, pode se notar, então, que este é uma espécie de contrato híbrido e que, dentro do (contrato de franquia), podem ser observadas várias outras espécies de contratos, sem que, no entanto, assuma a forma específica de um dele, possui características peculiares que o distingue das demais espécies contratuais.
CARACTERISTICAS
Atente-se para o fato de que o contrato de franquia se apresenta como um complexo negocial muito amplo, possuindo em seu bojo clara aproximação e conteúdo de vários outros contratos típicos e atípicos, hibrido, misto, complexo, bilateral, oneroso, consensual, formal, empresarial, comercial, comutativo, de execução continuada, assemelha-se com compra e venda, locação, licenciamento de marcas, cessão de know-how, assistência técnica, mandato, comissão, prestação de serviços etc. E geralmente de adesão e intuito personae, isto torna a franquia um emaranhado de deveres e obrigações.	Comment by adriana christiani: 
PRINCIPIOS QUE NORTEIA A FRANQUIA
Baseia-se nos princípios gerais dos contratos: 
Autonomia da vontade- o poder das partes exercerem seus direitos de pactuar
A função social do contrato- servir a sociedade, para que haja harmonia social.
Boa fé- dever das partes de respeitar uns aos outros com probidade, ética 
Pact sun servanda- a força do contrato gerando leis entre as partes, efetivando os efeitos do contrato
CITAÇÃO DE MARCA E PATENTE
(marca: é registrada, e patente é uma solicitação de registro, junto ao INPI em que o inventor apresenta seu produto para ser analisado podendo ser o registro, concedido ou não.
MARCA:
 É a representação simbólica de uma entidade, qualquer que ela seja, algo que permite identificá-la de um modo imediato. (Na teoria da comunicação, pode ser um signo, um símbolo ou um ícone). 
Quando se fala em marca, é comum se a referir, na maioria das vezes, a uma representação gráfica no âmbito e competência do
designer gráfico, onde a marca pode ser representada graficamente por uma composição de um símbolo e/ ou logotipo, tanto individualmente quanto combinados.
No entanto, o conceito de marca é bem mais abrangente que a sua representação gráfica. Uma empresa através de seu nome fantasia e da sua representação gráfica - comunica a "promessa" de um produto, seu diferencial frente aos concorrentes que o faz especial e único. Busca-se associar às marcas uma personalidade ou uma imagem mental. Assim, pretende marcar a imagem na mente do consumidor, isto é, associar a imagem à qualidade do produto elemento temático para a publicidade. Possui vários níveis de significado, entre eles cultura, atributos ou benefício
PATENTE:
Falar em "registro de patente" é errado porque o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) não registra patente.
O INPI recebe pedidos de patente, examina esses documentos, defere-os (ou indefere, dependendo do caso); em seguida, após o pagamento de uma taxa de concessão pelo titular, o INPI concede a patente. 
O INPI concede o que ele entende que é patenteável, aquilo que no julgar de seus examinadores está de acordo com a lei 9279 de 96. Enfim, o termo correto é "depósito de pedido de patente". 
É muito comum a confusão entre patente e marca. 
O termo PATENTE é utilizado para identificar umtítulo de propriedade sobre uma invenção ou modelo de utilidade, é analisada pelo INPI, que concederá ou não a patente, com base nas informações apresentadas no momento do pedido de registro sendo assim, a marca é registrada.
(INPI): Instituto Nacional da propriedade Industrial
De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (nº 9.279/96) só é detentor da marca aquele que a registra. Por esse motivo, o registro de marca para franquia, junto ao INPI, é obrigatório. A mesma legislação estabelece a cessão do registro ou mesmo a possibilidade de licenciamento para uso da marca. Necessidade do registro do contrato de franquia no INPI.
O registro do contrato de franquia no INPI é obrigatório quando franqueadores são domiciliados no exterior e é facultativo para contratos internos, mas são altamente recomendados, pois garantem assim um acordo seguro, além de conferir validade perante terceiros.
A Lei de Propriedade Industrial, em seu Art. 211, especifica o contrato de franquia empresarial, com a assertiva da necessidade de registro junto ao INPI para que se produzam efeitos em relação a terceiros.
Isso é tão importante que, caso outra pessoa registre marca idêntica à da franquia, devidamente dentro dos trâmites legais e tome conhecimento do negócio, pode até ingressar com ações cíveis e criminais, tanto contra a franqueadora, quanto contra os franqueados, por estarem auferindo lucro com uma marca que não possuem.
Vantagem do registro do contrato de franquia no INPI
A marca é o maior patrimônio e ativo financeiro do franqueador. A proteção de tudo que se estende sobre ela é fundamental para que, ao ocorrer uma cópia ou falsificação, sobre mesma, ou sobre seus produtos, o franqueador ou o franqueado estejam devidamente amparados para tomar as medidas cabíveis.
O registro do contrato de franquia junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial é obrigatório apenas quando o franqueado tiver residência fora do país e necessite realizar pagamentos.
PECULARIEDADE DO CONTRATO DE FRANQUIA
Portanto podemos dizer que o contrato de franquia e decorrente de um complexo de contratos somados e outras características próprias devido as peculiaridades dos contratos da franquia temos uma necessidade de uma segurança em torno destes contratos chamada de Circular de oferta de franquia.
COF: Documento pelo qual o franqueador poderá fornecer informações jurídicas, comerciais e financeiras para eventuais investidores, para que o contrato se faça valido, dentre as principais cláusulas especificadas na COF, estão os balanços financeiros, os valores das taxas, o investimento inicial exigido, os layouts, os suportes oferecidos pela franqueadora, fatores relacionados ao ponto comercial, área geográfica de atuação, entre outras.
A Lei de Franquias determina que a COF seja entregue ao interessado no mínimo dez dias antes da assinatura do pré-contrato ou contrato de franquia. Caso contrário, o franqueado poderá pleitear a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias já pagas ao franqueador ou a terceiros por ele indicados. 
A LEI Nº 13.966/19 promulgada em 26 de dezembro de 2019 entrando em vigor agora no dia 26 de março de 2020, que subistituiu a LEI Nº 8.955/94 revogada que regulamentou a atividade a anos a fio até então. A nova regulamentação institui algumas mudanças na Circular de Oferta de Franquia e busca detalhar informações com linguagem mais jurídica e com maior transparência nas atividades que envolvem o ramo adequando as mudanças na sociedade e no mercado. 
(I) a inserção de relação completa dos franqueados, subfranqueados ou subfranqueadores que tenham se desligado da rede nos últimos 24 meses (e não 12 meses como constava no texto da lei revogada) – inciso X;
(II) a indicação da política de concorrência territorial (definindo-se a área de atuação e eventual exclusividade) praticada entre as unidades próprias e as franqueadas, assim como as regras de não concorrência entre franqueado e franqueador e entre os próprios franqueados – incisos XI e XXI;
(III) a estimativa dos aportes e investimentos, e a descrição do valor da taxa inicial de filiação, excluindo-se a caução a ser prestada pelo franqueado, prevista no texto da Lei nº 8.955/94;
(IV) a especificação da possibilidade (ou não) de transferência do contrato de franquia, bem como a disciplina para o caso de sucessão – inciso XVII;
(V) a informação quanto ao prazo de vigência do contrato (se por prazo determinado ou indeterminado); as condições e requisitos a serem atendidos para sua renovação e as situações que poderão gerar a aplicação de penalidades em caso de descumprimento das obrigações contratuais;
(VI) em caso de obrigatoriedade de aquisição de quotas mínimas, deverá a COF indicar o montante e em quais condições poderá o franqueado recusar – inciso XIX;
(VII) a indicação da existência de conselhos ou associações que representem os interesses dos franqueados – inciso XX;
Outra inovação de relevo diz respeito ao ponto comercial, aquele que servirá para instalação da unidade franqueada e que, como todos sabem, pode ser do franqueador como pode ser do franqueado. A norma atual, preocupando-se com o investimento aplicado na instalação do empreendimento, passou a disciplinar a hipótese de o ponto comercial estar na posse do franqueador que o subloca ao franqueado. Dispõe o art. 3º que a renovação do contrato de locação poderá ser exercida não só pelo locatário/sublocador (o franqueador, no caso) como pelo sublocatário (o franqueado) que somente deixará de deter a legitimidade para pleitear a renovação do vínculo locatício caso tenha descumprido alguma obrigação disposta no contrato de franquia. Ainda prevê o art. 3º, em seu parágrafo único, a possibilidade de o aluguel pago pelo sublocatário ser superior ao aluguel pago pelo locatário/sublocador ao proprietário do imóvel, desde que a Circular de Oferta de Franquia informe tal situação e que não implique em excessiva onerosidade ao franqueado/sublocatário. Valorizando assim a flexibilização e dando maior segurança jurídica para as partes. 
Os vínculos trabalhistas outra questão que se trazia muita controvérsia e assim processos intermináveis na justiça do trabalho, a nova lei esclarece que franqueador e franqueado ambos são considerados empresários considerando assim que não existe relação trabalhista em relação ao franqueador, a regra equivale mesmo no período de treinamento sem vínculos, a lei disciplinou esta mesma regra para o Código de defesa do consumidor desobrigando o vínculo.
Em relação a intercionalização da franquia disciplina a lei que contrato internacional de franquia é “aquele que, pelos atos concernentes à sua conclusão ou execução, à situação das partes quanto a nacionalidade ou domicílio, ou à localização de seu objeto, tem liames com mais de um sistema jurídico” (art. 7º, § 2º), o franqueador tem a obrigação de o prover traduzido na língua portuguesa, a lei prevê ainda que nos contratos internacionais a rede obtém deveres jurídicos em ambos os países. Portanto, a parte domiciliada no exterior deve deter representante legal com pleno poder para a representar administrativamente e judicialmente.
No que diz respeito à solução de eventuais controvérsias, prevê a lei a possível submissão das partes ao sistema de arbitragem (art. 7º, § 1º). Já quanto à língua do contrato, deverá ser observada a língua portuguesa em se tratando de contrato de franquia cujos efeitos se produzam no território nacional (art. 7º, I). O mesmo idioma deverá ser observado no texto dos contratos de franquia internacional, admitindo-se, no caso, a tradução certificada para a língua portuguesa custeada pelo franqueador.
Importante, ainda, consignar que, embora a lei preveja que a franquia pode ser adotada por empresa estatal (art. 1º, § 2º), o artigo que explicita o procedimento a ser adotado pelas empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 6º e seus parágrafos) foi vetado pelo Presidente da Repúblicasob argumento do descompasso da norma com a Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016). A matéria será agora deliberada pelos senadores e deputados em sessão conjunta, nos termos do art. 57, § 3º, IV, da CF.
Conclusão:
A inovação, conclui-se que o texto da atual lei que disciplina o sistema de franquia foi capaz de trazer expressivas inovações ao instituto, delineando a necessária transparência na relação jurídica que se estabelece entre franqueador e franqueado, em prestígio à autonomia das partes para deliberar quanto ao conteúdo do contrato a ser por elas cumprido. O foco não parece ser outro senão acompanhar a franca ascensão do instituto da franquia o que impõe, cada vez mais, garantir transparência nas informações do contrato na abertura de novas franquias, escolhas conscientes segurança jurídica aos agentes econômicos. Não podendo deixar de citar que a lei de franquias entrou em vigor em pleno episodio da epidemia que já se estende mundialmente, a crise do Covid 19 atingiu em cheio o comércio, e em especial as micro e pequenas empresas. Com o movimento reduzido de consumidores e as medidas de restrição, que determinaram o fechamento de lojas e shoppings, 89% desses negócios já enfrentam os efeitos econômicos da pandemia, segundo o Sebrae.  Na Franquia não foi diferente: com impactos variados em cada segmento , serviços e produtos diversos), os reflexos começaram a ser sentidos no final da primeira quinzena de março, com impacto maior em São Paulo e no Rio de Janeiro, com a restrição de circulação, e o sistema home office que muitas empresas implantaram, e muitas outras redes que não possuem a característica para tal mercado os efeitos são imagináveis, mesmo muitos franqueadores e franqueados em uma forca de união estarem buscando soluções para diminuir tal impacto, ainda esta se realizando uma sondagem para avaliar a dimensão negativa e severa do atual momento e as regras de circulação e restrições sociais que impactaram as franquia e a economia Brasileira e mundial como um todo. 
BIBLIOGRAFIA 
 Tania Carvalho Siqueira Mestre e Doutora em Direito Comercial pela PUC/SP www.Jus Brasil.com 
 MARTINS, Fran. Contratos e obrigações comerciais. 15.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000. 
 IBIS JUS - Instituto de direito. 
UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL GABRIEL MACHADO. 
SCHWARTZ, José Castro. Franchising: o que é, como funciona. Brasília: SEBRAE, 1994. 
LEITE, Roberto Cintra. Franchising: na criação de novos negócios. São Paulo: Editora Atlas, 1990.
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