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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE PIRACICABA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DA COMARCA DE PIRACICABA- SÃO PAULO
 
Inquérito nº [...]
MÁRIO XISTA, devidamente qualificado nos autos em epígrafe, vem, por intermédio de seu advogado (procuração em anexo), com fulcro no artigo 310, inciso I do Código de Processo Penal e, artigo 5º, LXV da Constituição Federal, vem à ínclita presença de vossa Excelência apresentar 
RELAXAMENTO DE PRISÃO 
pelas razões de fato e fundamento a seguir:
DOS FATOS 
MÁRIO XISTA, no dia 15/04/2020, quinta-feira, no bairro São Jorge, em Piracicaba (SP) foi preso em flagrante por volta 21h59, por descumprido medida protetiva, requerida por sua ex-namorada, SOFRIDA DA SILVA de 44 anos.
A parte requerida foi até a casa do requerente e iniciou uma discussão com ela e ainda desferiu um soco em sua cabeça, que não deixando lesões.
A guarda civil municipal ao comparecer no local, na rua Helly de Campos Melges, foi informada pela requerente que possui medida protetiva deferida por juiz de direito, mas todavia o requerido não foi intimado para tal conhecimento da medida protetiva, no qual informou a policial que não sabia, e que estava tendo o conhecimento da medida protetiva no momento.
A guarda conduziu as partes à delegacia do município. O delegado plantonista tomou ciência dos fatos ocorrido e ratificou a prisão em flagrante do requerido.
DO DIREITO
De acordo com os fatos narrados, a prisão ocorreu de forma ilegal pelo delegado plantonista, pois o requerido não foi intimado para ter conhecimento de medida protetiva deferida pelo magistrado. 
Deste modo, os artigos 370, 371 e 372 do Código de Processo Penal, “DAS INTIMAÇÕES” vejamos:
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1o. 
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. 
 Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida, observado o disposto no art. 357.
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.
Os artigos elucidam que toda intimação é a ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença. Refere-se a um ato já passado, já praticado. Portanto o requerido não praticou conduta delituosa prevista no artigo 24-A da lei nº 11.340. No que foi informado pela guarda civil ficou surpreso de tal erro processual, uma vez que é dever do Estado informar todo ato processual.
Nestes termos, a prisão em flagrante foi ilegal segundo o artigo 302 do Código de Processo Penal, sejamos:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - Está cometendo a infração penal;
II - Acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
A prisão em flagrante é uma medida caracterizada pela privação de liberdade de locomoção do agente surpreendido em situação de flagrância, que independe de prévia autorização judicial. Contudo o requerido não pode ser sujeitar a essa situação, pois não praticou crime algum.
Destaca-se ainda os ditames do artigo 310 do mesmo diploma processual:
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
I - Relaxar a prisão ilegal;
II - Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Logo, devido à ausência da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva no tempo hábil, a prisão do réu passou a configurar uma prisão ilegal, observando o fato de que a prisão em flagrante se deu em [...], e até a presente data permanece a restrição da liberdade de locomoção do indivíduo, sem observância das normas vigentes. Vejamos o que nos mostra o artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
O enunciado do dispositivo constitucional deixa evidente o cabimento do pedido de relaxamento da prisão sempre que a prisão se apresentar ilegal e, por essa razão, requer que seja concedido ao indiciado o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, sob pena de violação do artigo 310 do Código de Processo Penal e do artigo 5º, incisos II, LIV e LXVI da Carta Magna.
DO PEDIDO 
Ante todo o exposto, requer que Vossa Excelência, se digne à:
1) A conceder o RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, devido à ausência de realização da audiência de custódia no prazo determinado em lei, sob pena de violação dos artigos 306 e 310 do CPP e artigo 5º, incisos II e LIV da Constituição Federal.
2) Alvará de soltura do requerido.
Termos em que, pede deferimento
Piracicaba, Data___
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Advogado ___, OAB___.

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