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Organizações e Sociedade, Iturama (MG), v. 4, n. 2, p. 57-71, jul./dez. 2015 
CUSTO-PADRÃO AUXILIANDO NO PLANEJAMENTO, CONTROLE E TOMADA 
DE DECISÃO 
 
Jairo de Souza DEPINA1 
Ana Paula de Araújo BARBOSA2 
 
RESUMO 
 
A Contabilidade de Custo é utilizada para auxiliar a administração a tomar decisões, fazer 
planejamentos e controles dos seus custos. Muitos confundem custos e despesas e não sabem 
diferenciá-los, mas cada um está classificado de acordo com suas características: os custos são 
todos gastos utilizados na fabricação ou produção de produtos, bens ou serviços; as despesas 
são todos os gastos relativos às áreas administrativas. Foi a partir de século XVIII que essa 
ferramenta ganhou sua importância dentro das entidades e, na atualidade, há exigências de 
informações qualificadas para que as empresas consigam alcançar seus objetivos no mercado 
competitivo e melhorem suas atividades internas. Com isso foi criado o sistema de 
custeamento para melhor atender as necessidades de cada organização de acordo com as suas 
atividades. Os métodos de custeio existentes são: custeio ABC, custeio variável, custeio por 
departamentalização, custeio por absorção e o custeio padrão ou custo-padrão; esses métodos 
de custeio são instrumentos de informações auxiliadoras no controle e na tomada de decisões. 
Conclui-se que sobre controle e tomada de decisão, o custo-padrão é o sistema adequado para 
direcionar a empresa ao resultado satisfatório, devido a sua comparação da situação real e 
estimada; por meio do resultado obtido são feitas as análises das variações, se foram 
favoráveis ou desfavoráveis. Com base nesses dados cabe a administração tomar a decisão 
adequada à empresa. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a pesquisa 
bibliográfica, com informações obtidas através de livros, sites, tendo como referencial 
Martins (2009), Crepaldi (2008), Carvalho (2002). 
 
Palavras chave: Custo-Padrão. Controle. Decisão. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Contabilidade de Custos alcançou o espaço fundamental na conduta 
organizacional, por ser uma ferramenta de suporte em processos decisivos e de base para os 
controles; também oferecem aos gestores as informações suficientes para suas estratégias 
organizacionais. Mas ela só conquistou o seu lugar e recebeu o seu devido reconhecimento 
após o século XVII depois da Revolução Industrial. 
Atualmente, as empresas não conseguem ter sucesso no mercado sem o uso da 
Contabilidade de Custos. Antes as pessoas não conheciam a importância deste instrumento 
para o desenvolvimento das empresas. Por ser uma ferramenta de muita importância nas 
 
1 Graduado em Ciências Contábeis, Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama-MG. 
jairodepina@gmail.com 
2 MBA em Finanças, Auditoria, Controladoria e Planejamento Tributário. Docente do Curso de Ciências 
Contábeis e Administração da Faculdade Aldete Maria Alves, Iturama-MG, e das Faculdades Integradas de 
Paranaíba-FIPAR, Paranaíba-MS. annapaul87@hotmail.com 
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gestões empresariais, as empresas estão sempre em busca de especialistas nesta área para 
estabelecer o melhor caminho a ser seguido em busca de bons resultados. 
Dentro da contabilidade existem vários métodos que fornecem os caminhos para 
obtenção de resultados e informações para a gestão controlar os custos e tomar as decisões. O 
contador estabelece para a alta administração qual o método que melhor se adapta para o 
funcionamento das operações e, através deste argumento, busca todas as informações 
necessárias para o desenvolvimento das atividades. 
Os métodos de custeios utilizados na Contabilidade de Custos possuem 
características diferentes, por isso é importante o conhecimento para o estabelecimento do 
sistema de custeamento adequado na empresa. Pode-se utilizar cada método de acordo com a 
atividade da empresa, dentro deste contexto estão inseridos o método de Custeio Padrão, 
Custeio por Absorção, Custeio ABC, Custeio por Departamentalização e Custeio Variável. 
Sendo que o mais trabalhado neste trabalho será o método de Custeio-Padrão. 
Conforme Crepaldi (2008, p. 177), “o custo-padrão é um instrumento muito 
poderoso para que a empresa tenha controle sobre os seus custos, comparando os que 
deveriam ser (custo-padrão) com os que efetivamente ocorreram (custo real)”. 
O custo-padrão possui uma grande importância nas organizações, pois é voltado para 
comparações dos custos já ocorridos com aqueles que irão ocorrer, é a chamada comparação 
do real com o previsto. 
Assim, este trabalho é importante, pois pretende enriquecer o conhecimento voltado 
para área de custos. O resultado da pesquisa irá contribuir para o desempenho de determinada 
função ligada a esta área, sabendo-se que a contabilidade de custo é uma ferramenta que tem 
como função principal fornecer informação para fins de planejamento, controle e tomada de 
decisão. 
Para tanto, é necessário definir o que é custo-padrão, os tipos de padrão e sua 
finalidade nas organizações, além de mostrar que esta informação de custos proporciona 
controle dos gastos e auxilia na tomada de decisão dentro da empresa. 
Esse tema justifica-se, principalmente, pelas vantagens que o custo-padrão traz a 
empresa, esclarecendo o tipo de situação da mesma durante um período, se foi favorável ou 
desfavorável; além disso, proporciona o controle dos gastos e mede a eficiência. Toda 
empresa deveria ter controle de seus gastos e de suas operações, só assim saberia se a empresa 
está encaminhando bem, se tem algum desvio, ou, se há a necessidade de fazer alguma 
mudança em se tratando de custos, para corrigir esse desvio. 
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De acordo com Crepaldi (2008), custo-padrão é um custo estabelecido ou estimado 
pela empresa, como meta para os produtos de sua linha de fabricação, além disso, esses custos 
são apropriados ao produto pelo seu valor estimado, e não pelo seu valor efetivo. 
O conhecimento sobre o custo-padrão é uma ferramenta de grande importância nas 
grandes organizações, sendo que este método exige mais trabalho e compreensão das 
informações devido à complexidade de coleta de dados para a comparação dos fatores 
necessária no gerenciamento das atividades. 
O trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, por meio de livros, sites, 
artigos, jornais, revistas, voltados para a área de custos. Os autores mais utilizados neste 
trabalho foram Crepaldi, Martins e Carvalho. 
 
2 CONTABILIDADE DE CUSTOS 
 
No início da civilização não existia a Contabilidade de Custos, mas as necessidades 
do consumo de bens e a utilização dos serviços. Os bens eram consumidos quase da forma 
que eram encontrados na natureza, sem passar por grandes processos de modificação, os 
pequenos serviços eram executados pelo próprio consumidor ou por membro de sua família. 
Com o desenvolvimento da civilização e o surgimento do sistema de trocas 
(DUTRA, 2009), foram criadas as empresas para comercializar os bens produzidos 
rudimentarmente e artesanalmente apenas por uma família ou por pequenos grupos familiares, 
o que conduziu ao aparecimento dos grandes empórios e das empresas de navegação. Este 
desenvolvimento contribuiu para a revolução comercial até o descobrimento de máquinas que 
agilizaram a produção, contribuindo assim para a Revolução Industrial (DUTRA, 2009). 
De acordo com Martins (2009), até a Revolução Industrial (século XVIII), quase só 
existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que foi desenvolvida na Era Mercantilista; 
estava bem estruturada para servir as empresas comercias, mas as empresas deixavam de 
apurar os custos gerados em cada operação. A Contabilidade de Custos hoje é a base de 
crescimento de qualquer organização, com base nos dados adquiridos e dos procedimentos de 
custeamentopode-se avaliar o desempenho da entidade para tomada de decisão no processo 
de precificação e o controle das atividades. 
 Segundo Martins (2009, p, 19): 
 
Para a apuração do resultado de cada período, bem como o levantamento do balanço 
em seu final, bastava o levantamento dos estoques em termos físicos, já que sua 
medida em valores monetários era extremamente simples: o Contador verificava o 
montante pago por item estocado, e dessa maneira valorava as mercadorias. 
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Com base nesta informação, há uma grande capacidade da Contabilidade de Custo 
atual em comparação com a Contabilidade usado antes da Revolução Industrial, onde bastava 
o cálculo dos estoques iniciais e estoques finais ou o CMV para chegar ao lucro. Atualmente, 
com o uso da Contabilidade de Custos nas entidades, exige-se mais qualidade das 
informações de custos para chegar aos resultados, passando a ser uma ferramenta de suma 
importância nas indústrias para a formação de preços, planejamento e controle. 
 
2.1 Conceitos e Importância 
 
A Contabilidade de Custos é uma atividade com grande potencial que se assemelha a 
um centro processador de informações, que recebe (ou obtém) dados, acumula-os de forma 
organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos 
níveis gerencias, cabe a eles decidirem qual a melhor informação para desenvolvimento da 
organização. Cada empresa possui um ramo de atividade diferente da outra, assim a 
Contabilidade de Custos ganha mais características em sua função dentro das organizações. 
(LEONE, 2000). 
Seria impossível nos dias atuais uma empresa atuar sem o auxílio da Contabilidade 
de Custos, que pode ser definida como processo ordenado de usar os princípios da 
Contabilidade Geral para registrar os custos de operação de um negócio e estes custos estão 
definidos como medidas monetárias dos sacrifícios que as organizações devem arcar para 
atingir seus objetivos (GONÇALVES et al., 2013). 
Para que esta ferramenta tenha o desempenho com qualidade e precisão naquilo que 
as empresas necessitam, é preciso o conhecimento do contador de qual o sistema de custos 
será favorável para a organização (LEONE, 2000). 
 
2.2 Diferença de Custos e Despesas 
 
Custo é um gasto que é reconhecido no momento da utilização dos bens ou serviços, 
para a elaboração dos produtos ou execução dos serviços. Na aquisição da matéria-prima é 
reconhecido como gasto que se torna um investimento; durante a estocagem continua sendo 
investimento. Quando é feita a utilização da matéria-prima na fabricação de produto passa a 
ser um custo como parte integrada do bem elaborado; no momento que o produto volta para o 
estoque se torna investimento, já que fica ativado até a sua venda (MARTINS, 2009). 
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Tudo aquilo que se refere aos processos das atividades de fabricação são 
considerados custos, sendo que a Contabilidade de Custos integra a Contabilidade Gerencial, 
o objetivo é gerar informações úteis à administração das empresas (CARVALHO, 2002). 
Despesa é a parcela do gasto relacionada à comercialização da mercadoria produzida 
ou de serviços, representando o consumo de bens e serviços de decorrência direta e indireta da 
obtenção de receitas. As despesas estão relacionadas aos gastos que envolvem todas as 
operações administrativas (DUTRA, 2009). 
Os custos existem para que as empresas consigam se estabelecer no mercado com 
mais capacidade de demanda no mercado atuante, então se organizam com o objetivo de 
produzirem bens e serviços para atenderem às exigências dos mercados. Ao estruturarem o 
processo produtivo, precisam conhecer um sistema de informações que permita o controle de 
suas fases de produção (CARVALHO, 2002). 
 
2.2.1 Classificação dos Custos e Despesas 
 
Conforme o Manual do Contábil Phoenix (2013), a maior questão dos gestores em 
relação aos custos é saber quando eles serão classificados como direto ou indireto, fixo ou 
variável; assim sendo: 
- Custo direto são os custos que estão relacionados diretamente com o produto e que 
a cada processo pode ser identificado através de medidas claras. 
- Custo indireto são os custos que estão relacionados a determinado produto e que 
para ser identificado será necessário a utilização de estimativas (muitas vezes arbitrárias) 
como forma de alocá-los aos produtos. A este método dá-se o nome de rateio. 
- Custo variável é aquele cujo custo se altera ou varia diretamente em proporção ao 
volume total produzido. 
- Custo fixo é aquele que se mantém constante, ou seja, não se altera ou não varia 
diretamente na proporção ao volume total produzido. 
Custos são tudo o que se referem à fabricação dos produtos sendo um dos fatores que 
contribui para a velocidade das mudanças e o ambiente competitivo, tornando os processos de 
planejamento bem mais difíceis para as empresas, aumentando consideravelmente os riscos de 
tomada de decisões equivocadas e exigem qualificação adequada para este desenvolvimento 
(CARVALHO, 2002). 
De acordo com Iudícibus (2008), as despesas estão classificadas como fixas e 
variáveis e são os gastos relacionados à área administrativa; assim sendo: 
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- Despesas Fixas são aquelas que se mantêm inalteradas dentro de certo limite, não 
dependem das variações de vendas, ou seja, não variam de acordo com o volume de vendas. 
- Despesas Variáveis variam de acordo com o número de mercadorias vendidas. É o 
caso típico de condições sobre vendas. 
Esses custos e despesas são utilizados em vários métodos de custeio para gerar 
informações para a empresa. Uma classificação errada desses custos e despesas pode levar a 
empresa a obter informações errôneas sobre o seu estado atual (MARTINS, 2009). 
 
3 MÉTODOS DE CUSTEIO 
 
3.1 Custeio Variável 
 
Custos variáveis estão ligados diretamente à atividade e produção da empresa, e 
variam proporcionalmente. Quanto mais a empresa produzir, maior será o consumo, uma vez 
que o valor do custo variável depende da quantidade que irá produzir. O custeio variável é um 
sistema de grande utilidade para os níveis gerenciais (GONÇALVES et al., 2013). 
Nesse método, os custos variáveis são os únicos a incorporarem os custos dos 
produtos vendidos, enquanto os fixos são levados aos resultados. Existem muitas críticas ao 
se comparar este método com o método de custeio por absorção, pois o custeio variável 
apresenta grande desvantagem, não sendo aceito pelo fisco devido a não conformidade com 
os procedimentos de Regime de Competência. Por outro lado, o lucro, comparado ao lucro 
obtido pelo custeio por absorção, é menor. Vale lembrar que o CPV, Custo dos Produtos 
Vendidos, no custeio por absorção é maior que aquele no custeio variável, considerando o 
mesmo preço de venda, custos e volume de produção e vendas (VASCONCELOS, 2010). 
Existem algumas vantagens na utilização do método de custeio varável dentro das 
organizações, sendo que este possui o papel de maior auxílio no planejamento e tomada de 
decisão. O custeio variável pode ser usado em qualquer entidade ou atividade de negócio, 
uma vez que este método serve apenas para finalidades gerenciais, o uso externo ainda não é 
aceito pela legislação fiscal e comercial (LEONE, 2000). 
 
3.2 Custeio por Absorção 
 
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O método de custeio por absorção se distingue pela obrigação de que todos os custos 
de fabricação, ou de prestação de serviço ocorrido durante as operações, sejam levados aos 
produtos ou aos serviços executados (CARVALHO, 2002). 
Segundo Leite (2009, p. 298): 
 
O método de custeio por absorção procura chegar ao custo dos estoques de produtos 
em processo e produtos acabadose a apuração do resultado pela reunião de todos os 
custos envolvidos na área industrial (tanto fixo como variáveis). Fiel ao principio do 
custo Histórico e ao principio de Competência de Exercícios, Custeio por Absorção 
tenta dimensionar o fluxo de custos que ocorre no processo produtivo: recursos 
fluem de diversos pontos do Ativo para o ponto relativo ao estoque de produtos (em 
processo e acabados). Consequentemente, estes custos (variáveis e fixos) somente 
irão para débito da conta de Lucros & Perdas quando e se ocorrer a vendas dos 
estoques. 
 
Sendo assim, o custeio por absorção pode não ser tão eficaz nos resultados das 
empresas, quando fizer a alocação dos preços dos produtos vão apresentar uma carga de 
custos que a gestão precisamente deverá elevar os preços para a empresa atinja os resultados 
lucrativos. Para o fisco esse método se torna eficiente, pois os resultados serão sempre 
maiores em comparação com o método do custeio variável. 
 
3.3 Custeio por Departamentalização 
 
Custeio por departamentalização é a maneira como se faz o rateio de cada processo 
produtivo de forma mais precisa, onde a empresa utiliza as fases ou operações em 
departamentos. O cálculo dos custos acomodados em todos os departamentos, realmente, 
traduz o esforço ou contribuição dada pelo departamento à produção da organização. 
(IUDÍCIBUS, 2008) 
Para uma adequada distribuição de custos entre os departamentos deve-se estabelecer 
os critérios de rateios para os departamentos, que assim não possa gerar mais nenhum outro 
custo; ao contrário do método do custeio por absorção é um método com objetivo de melhor 
controle dos custos e a desembaraço mais preciso de custos dos produtos (GONÇALVES et 
al., 2013). 
 
3.4 Custeio ABC 
 
O maior desafio que as gestões de custos enfrenta é na distribuição dos custos 
indiretos aos produtos e serviços executado. Para isso são feitas diversas tentativas com o 
objetivo de estabelecer os controles dos custos por departamentos ou centros de custos, sendo 
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o uso do sistema de custeio ABC de fundamental utilidade para este desenvolvimento 
(BRUNI; FAMÁ, 2007). 
Custeio ABC, conhecido como Custeio Baseado nas Atividades, procura fazer a 
alocação dos custos gerada por cada produto de fabricação. Trata-se de um método de custeio 
com o propósito de amenizar as distorções geradas pelos rateios arbitrários dos custos 
indiretos, àqueles excessivamente subjetivos. O custeio ABC se aplica tanto aos custos 
diretos quanto aos indiretos. A ideia é reduzir as distorções que marcam as práticas de rateio 
(VASCONCELOS, 2010). 
 
3.5 Custeio Padrão 
 
O custo-padrão convém como parâmetro nas organizações para controle dos custos 
reais e como instrumento para as empresas detectarem suas influências. Para atingir este 
objetivo, não há necessidade de o custo-padrão servir de base para os lançamentos contábeis 
da empresa. A comparação entre o custo real e o padrão pode ser feita na forma extra contábil, 
através dos relatórios especiais (CREPALDI, 2008). 
 
4 CUSTEIO PADRÃO 
 
O custo-padrão é um método que as empresas utilizam para melhorar o desempenho 
das atividades organizacionais e para a elaboração de controles internos, serve também de 
base para os processos de tomada de decisão. As empresas usam este método para auxiliar a 
gerência e motivar os colaboradores a estarem atentos aos custos (WARREN; REEVE; FESS, 
2008). 
Segundo Martins (2009, p, 315), “a mais eficaz forma de se planejar e controlar 
custos é a partir da institucionalização do Custo-padrão, que tanto pode ser usado com o 
custeio por Absorção como com o Variável”. 
Os custos são classificados por métodos que auxiliam nas tomadas de decisões e 
controle, um dos quais é o método de custo-padrão que tem uma grande eficiência nos 
controles dentro das entidades. 
Custo-padrão é o sistema estabelecido pela empresa como meta a ser cumprida 
dentro dos processos de fabricação e desenvolvimento organizacional. A característica do 
custeio padrão envolve elementos tecnológicos na cadeia produtiva e a quantidade e os preços 
dos insumos necessários para a produção (CREPALDI, 2008). 
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O objetivo deste método é o de controle dos gastos e medidas aceitável para a 
administração estabelecer os controles das operações, assim analisa se as metas estão sendo 
atingidas ou a situação está favorável (CREPALDI, 2008). 
Para saber se a situação esta favorável ou não, é feita uma comparação com o 
estimado e com o custo real, se o valor estimado estiver dentro dos números que foram 
planejados apresenta uma situação favorável, caso este valor se apresente acima do planejado 
para a empresa seria uma situação desfavorável (IUDÍCIBUS, 2008). 
 
4.1 Tipos de Padrão Existente 
 
Padrão é uma forma de estabelecer metas para que as empresas consigam atingir o 
seu objetivo no mercado, é um sistema que gera informação suficiente para os procedimentos 
organizacionais de acordo com a estimação das metas e a situação real (MARTINS, 2009). 
Conforme Crepaldi (2008), existem quatro tipos de padrão que serve de apoio para o 
exercício das operações: 
- Básicos: as mudanças não ocorrem em cada período, servindo de base para 
comparação de período posterior e não ocorre mudança, tornando-se uma base irrealista. 
- Eficiência máxima: possui qualidade suficiente para o fornecimento de informações 
adequadas. 
- Atingível normalmente: são mais difíceis de conseguir atingir os resultados 
esperados, devido a alguns desvios como defeitos previstos em equipamento, que serão 
considerados no cálculo dos padrões. 
- Esperados: são todos os números que foram previstos e que devem ser próximos 
aos números reais. 
 
4.2 Tipos de Custo-padrão 
 
O custo-padrão pode ser classificado em três tipos sendo eles: Custo-padrão Ideal, 
Custo-padrão Estimado e Custo-padrão Corrente, que é um método com muita eficiência 
comparando com o que deveria ser (CREPALDI, 2008). 
- Custo-Padrão Ideal é o uso de maiores categorias tecnológicas e científicas sem 
nenhum desperdício de tempo e de recursos, isso se torna uma meta difícil de ser alcançada. 
As empresas podem utilizar este método apenas para comparação de desempenho 
organizacional (MARTINS, 2009). 
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- Custo-Padrão Estimado é uma projeção para o futuro que as empresas optam de 
acordo com o que já foi alcançado, sem se preocupar em avaliar se ocorreu ineficiência na 
produção passada e que poderá ocorrer futuramente. Com este método as organizações 
acabam sofrendo desvios em relação aos controles dos custos ao focar em um fundamento que 
deu certo no passado e deixa de apurar as outras variações que ocorrerá durante o período 
estimad (CREPALDI, 2008). 
- Custo-Padrão Corrente é o método que oferece o desempenho mais eficaz para as 
empresas, pois este considera os dados ocorridos e o que poderá ocorrer durante o período e 
assim se torna capaz de atender as metas de curto e a logo prazo porque analisa o grau de 
eficiência da empresa (eficiência de fato não a ideal) (MARTINS, 2009). 
De acordo com Martins (2009, p. 15): 
 
Diferencia-se o Padrão Corrente do Ideal em diversos pontos. O Corrente inclui no 
custo do produto algumas ineficiências da empresa, só excluindo aquelas que a 
empresa julga possam de fato sanadas; o Ideal só inclui as que “cientificamente” não 
podem ser eliminadas. 
 
Com base nesta referência o Custo-padrão Corrente é desenvolvido através de 
estudos teóricos, pesquisas e testes práticos, pois este procedimento é que leva a empresa 
obter o melhor desempenho em relação ao planejamento e os resultados. Por outro lado, o 
Custo-padrão Ideal não oferece a mesma qualidade, sendo que as metas são de longo prazo e 
dificilmenteserão alcançadas devido à complexidade nos aspectos teóricos. Sendo assim, o 
Custo-padrão Corrente consiste em melhor opção para as empresas trabalharem em busca de 
bons resultados, uma vez que sua função é envolver os principais aspectos entre os outros 
métodos de Custo-padrão e trabalhados de forma científica, levando em consideração todos os 
detalhes que envolvem as partes teóricas e as práticas. 
 
4.3 Variações do Custo Direto 
 
 São comuns as alterações de variações de materiais diretos e variações de mão-de-
obras diretas. A variação dos custos diretos pode existir devido à variação da quantidade 
adquirida ou do preço dos materiais (GOMES; PAMPLONA, 2008). 
Custos diretos são todos os custos envolvidos com as operações diretamente com os 
produtos fabricados e que depende da mão-de-obra; nesse caso, os custos diretos, são os 
gastos específicos ou próprios do objeto de custeio, contrariamente ao que se trata a linhas de 
produto, centros de custos, departamentos dentre outros (CARVALHO, 2002). 
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Como exemplo, se determinada empresa fez uma estimativa para a sua produção 
cujos custos diretos totalizaram em sua provisão um valor de R$ 10.500,00, sendo R$ 
2.000,00 para mão-de-obra direta, os materiais usados na fabricação foram de R$ 4.000,00, a 
quantidade adquirida foi de R$ 4.500,00. As apurações dos Custos Reais chegaram ao valor 
de R$ 14.000,00 sendo: valor da mão-de-obra direta de R$ 3.000,00, os materiais usados na 
fabricação R$ 5.000,00, a quantidade adquirida foi R$ 6.000,00 assim a variação dos custos 
diretos foi de R$ 3.500,00 a mais que a estimada, sendo uma situação desfavorável de acordo 
com o padrão esperado. 
 
Figura 1 - Gráfico Representativo das Variações dos Custos Diretos. 
R$ 0,00
R$ 2.000,00
R$ 4.000,00
R$ 6.000,00
R$ 8.000,00
R$ 10.000,00
R$ 12.000,00
R$ 14.000,00
MOD R$ MF R$ QTAD R$ CUSTOS R$
CUSTOS REAIS
CUSTO-PADRÃO
VARIAÇÃO
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
Se o total dos custos tivesse atingido o valor estimado seria uma situação favorável 
sendo: Valor estimado 10.500,00 com uma variação de 3,500,00 para o valor real de 
14.000,00. 
 
4.4 Variações do Custo Indireto 
 
Para Warren, Reeve e Fess (2008), variações do custo indireto referem-se ao 
aumento dos custos em determinados departamentos em que os custos indiretos se tornam 
mais complexos, devido à dimensão dos custos fixos. Os custos indiretos de fabricação são 
mais difíceis de serem controlados que os custos diretos de materiais e mão-de-obra. O 
motivo é que a relação entre os custos indiretos e o volume de produção não é fácil de 
determinar. 
Nas variações dos custos indiretos considera pela diferença entre a quantidade 
determinada para o cálculo dos padrões e o volume real, pois esta diferença provoca alteração 
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nos custos unitários devido à existência dos custos indiretos fixos que não são ligados 
diretamente com o produto (GOMES; PAMPLONA 2008). 
Conforme Iudícibus (2008), uma empresa provisionou em seu orçamento a seguinte 
expressão para seus custos indiretos: 
 
Custos indiretos = $ 3.500,00 mais $ 0,89 por hora-padrão 
Previstos para de mão-de-obra direta. 
19x5 
A empresa consumiu 1.250.000 horas de mão-de-obra num ano (fábrica com 
aproximadamente 500 operários), a provisão de custos indiretos em reais ficará: 
Custos Indiretos = $ 3.500.000,00 mais $ 0,89 x 1.250.000,00 
 = $ 3.500.000,00 mais $ 1.112.500,00 
 = $ 4.612.500,00 
 Custo Real (valor suposto)...................... = $ 4.715.000,00 
Variação de provisão desfavorável = $ 102.500,00 
 
Quadro 1 - Base de Cálculo das Variações dos Custos Indiretos. 
Custos 
Indiretos 
previstos 
para 19/5 
Valor por 
hora de 
mão-de-
obra 
Consumo de 
horas mão-
de-obra/ano 
Custos 
Indiretos 
 
Custo Real 
(valor 
suposto) 
Variação dos 
Custos Indiretos 
$ 
3.500.000,00 
$ 
0,89 
$ 
1.250.000,00 
$ 
4.612.500,00 
$ 
4.715.000,00 
$ 
102.500,00 
Fonte: Iudícibus (2008). 
 
4.5 Relação do Custeio Padrão X Tomada de Decisão 
 
Quando se trata de custo-padrão dentro de uma organização, refere-se aos métodos 
necessários para a tomada de decisões e comparações dos custos reais com os esperados, é 
uma forma de produzir utilizando o menor recurso dentro de um sistema de custo bastante 
complexo onde exige um controle rigoroso para conhecer a realidade e compará-la com o que 
deveria ser. Uma empresa tem controle sobre seus custos e despesas quando conhece os que 
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estão incorridos, verifica se estão dentro do que era esperado, analisa as divergências e toma 
medidas para correção de tais desvios, (GOMES; PAMPLONA, 2008). 
De acordo com Iudícibus (2008, p. 204): 
 
Por outro lado, não podemos esquecer que Custo-padrão, além de ser baseado em 
previsões e metas, é consubstanciado em “padrão” ou Standards técnicos algo mais 
detalhado que as previsões orçamentárias e, acima de tudo, o Custo-padrão é, 
concomitantemente a sua finalidade de planejamento, um sistema de custeamento de 
produto e tem filosofia de controle das operações. 
 
Este método se torna bastante difícil dentro de uma organização, pois exige muito 
trabalho para manter o controle adequado nos processos produtivos para a tomada de decisão 
em relação à comparação do estimado com a situação real, onde é analisada a situação 
favorável ou desfavorável para a empresa; além disso, esse é um sistema bem detalhado sobre 
custos. 
A finalidade gerencial do custo-padrão é o controle em sua função ativa, dito de 
outra forma é a oportunidade de acompanhamento do desempenho e resposta aos problemas 
apontados. As diferenças entre o custo-padrão e o real norteiam a administração da entidade a 
variada respostas e decisão com base nos desvios observados potencializando meios para 
diminuição de custos. De fato, uma contribuição da análise do custo-padrão é o seu caráter 
positivo dentro da estrutura de controle da entidade (VASCONCELOS, 2010). 
Uma empresa que possui um bom resultado do cálculo do custo-padrão tomará ótima 
decisão em relação ao seu progresso. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Contabilidade de Custos oferece para as empresas uma grande vantagem para ao 
seu desenvolvimento, é uma ferramenta que tem por finalidade auxiliar a gestão nas tomadas 
de decisões e nos processos de precificação. Dentro deste sistema estão envolvidos todos os 
trabalhos necessários para a execução desta atividade, para desenvolver esta função o 
contador necessitará das informações e coletas de dados para chegar aos resultados de seu 
trabalho com qualidade e eficiência nos resultados almejados pela entidade. 
Os métodos de custeios são necessários para que as empresas possam trabalhar com 
as metas a serem alcançadas com base nas implantações de sistema de custeamento, que 
deverá ser implantado de acordo com o ramo de atividade e necessidade da empresa, cabendo 
ao contador decidir qual o melhor método a implantar para a empresa chegar aos seus 
objetivos. Esses sistemas são fundamentais para verificações de qualidade das informações 
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adquiridas sobre os custos, sendo uns com finalidades apenas para auxílio dos controles 
internos (não aceito pela legislação) e outros de uso tanto interno como externo (aceito pela 
legislação), mas com grande importância na qualidade das informações para planejamento, 
controle e a tomada de decisões, sendo o Custo-padrão e o Custeio Variável usado apenas 
para fins gerenciais. 
As organizações estão sempre precisando de informações que possam oferecer a 
melhor opção para o planejamento,controle e tomada de decisão. Por isso utilizam o sistema 
de custo-padrão para um conhecimento profundo das características dos custos estimados e 
das variações dos resultados alcançados de acordo com o esperado. As informações 
fornecidas pelo método de custo-padrão são a base para a administração analisar o 
desempenho organizacional e assim verificar o que foi estabelecido e o que foi atingido pela 
empresa. 
Caso essa meta não tenha sido alcançada, a empresa deverá utilizar essas 
informações e tentar verificar onde aconteceu e porque aconteceram os desvios, o que deveria 
ter feito de diferente ou o que deve ser mudado para atingir os resultados satisfatórios da 
organização, podendo assim planejar melhores resultados futuros, controlar melhor os devidos 
custos e tomar a decisão correta em relação ao futuro da própria empresa. 
 
COST STANDARD ASSISTING IN PLANNING, CONTROL AND DE CISION-
MAKING 
 
ABSTRACT 
 
The Cost Accounting is used to assist management to make judgments, planning and controls 
its costs. Many confuse costs and expenses and do not know differentiate them, but each is 
classified according to their characteristics: the costs are all costs used in the manufacture or 
production of products, goods or services; expenses are all expenses for administrative areas. 
It was from the eighteenth century that this tool has gained its importance within the entities, 
today there are requirements for qualified information so that companies are able to reach 
your goals in the competitive market and improve their internal activities. Thus was created 
the custeamentos systems to better meet the needs of each organization according to their 
activities. Existing costing methods are: ABC costing, variable costing, costing 
departmentalization, absorption costing and standard costing or standard cost, these costing 
methods are instruments of helper information in the control and decision-making. We 
conclude that under control and decision making, the standard cost is the proper system to 
direct the company to satisfactory result, due to its comparison of actual and estimated 
situation, through the result is the analysis of the changes made is gone favorable or 
unfavorable, on that basis it is up to management to take the appropriate decision the 
company. The methodology used for this work was the literature, information obtained from 
books, websites, taking as reference Martins (2009), Crepaldi (2008), Carvalho (2002). 
 
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Keywords: Cost-Standard. Control. Decision. 
 
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análise da utilização gerencial da informação da contabilidade de custos pelas indústrias de 
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custeio baseado em atividade (ABC) na empresa Ferrari Indústria Metalúrgica. Anais VI 
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Recebido em: 07 de outubro de 2015 
Aceito em: 17 de novembro de 2015

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