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Prof. Fillipe Virgolino – Engº. Mecânico RECIFE, 2019.1 GRADUAÇÃO ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA : MOTORES E COMBUSTÃO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RECIFE CAMPUS SAN MARTIN APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR • Doutorando em engenharia Mecânica • Mestre em engenharia Mecânica • Especialista Engenharia de Segurança do Trabalho • Engenheiro Mecânico; Contato: fsmecanica@gmail.com FILLIPE VIRGOLINO mailto:fsmecanica@gmail.com TÓPICOS ABORDADOS 3 Definição Objectivo e Divisão dos Motores de Combustão Interna; Motor Wankel; Motor de êmbolo; Bases utilizadas para a classificação dos motores; Valores usuais nos motores de combustão interna; Motor de Ignição por Faísca; Motor de Ignição por Compressão. Componentes do Motor CONTEÚDO DO CURSO Unidade I Introdução aos motores de combustão interna. • Definição e aplicação dos motores de combustão interna. • Perspectiva histórica do desenvolvimento de motores de combustão interna. • Classificação dos motores quanto à combustão, ao ciclo operativo e a disposição dos cilindros. • Motores 2 tempos e 4 tempos. • Identificação e estudo dos componentes, partes fixas e móveis dos motores. • Funcionamento dos motores de ignição por faísca elétrica (ICE). • Funcionamento dos motores de ignição por compressão (ICO). • Comparação e análise das diferenças de funcionamento. CONTEÚDO DO CURSO Unidade II Princípios termodinâmicos aplicados ao funcionamento de motores térmicos. • Analisar os ciclos padrão de ar Carnot, Otto e Diesel. • Rendimento e perdas térmicas nos ciclos padrão de ar Carnot, Otto e Diesel. • Comparação entre ciclos teórico e real. Unidade III Parâmetros característicos de motores de combustão interna. • Definir e calcular cilindrada, taxa de compressão, rendimento térmico. Resolver exercícios de fixação. • Definir e calcular pressão média efetiva, torque, potência e consumo especifico. • Analisar a influência das condições atmosféricas sobre o rendimento de motores. Resolver exercícios de fixação. Unidade IV Sistemas de alimentação. • Analisar o funcionamento dos sistemas de alimentação: carburação, injeção eletrônica (motor ICE), injeção (motor ICO). Diagrama de comando de válvulas. Sobre alimentação dos motores - (turbo compressores). CONTEÚDO DO CURSO Unidade V Sistemas de ignição. • Sistema de ignição: por centelha e por compressão. Atraso de ignição e ocorrência de detonação. • Estrutura de propagação de chama. • Fatores que influenciam a taxa de combustão. • Geometria da câmara de combustão. Unidade VI Sistemas de lubrificação • Identificar o funcionamento do sistema de lubrificação. • Propriedades dos lubrificantes automotivos. • Principais aditivos. • Classificação e especificação de óleos para motores. CONTEÚDO DO CURSO Unidade VII Combustão. • Composição do ar e dos combustíveis. • Combustíveis para motores do ciclo Otto e combustíveis para motores do ciclo Diesel. • Propriedades físico-químicas dos combustíveis. • A influência da turbulência no processo. • Reações elementares da combustão e estequiometria. Misturas pobres e ricas. • Emissões residuais produzidas pelo funcionamento dos motores. • Controle de emissões. Óxidos de Nitrogênio, monóxido de carbono e HC não queimados. • Combustíveis alternativos. • Influencia das propriedades dos combustíveis no desempenho dos motores. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA: volume 1 / Franco Brunetti: São Paulo: Blucher . Aula 1 - Tópicos 9 Breve Histórico dos Motores de Combustão Interna Christian Huygens (1629-1695) Etienne Lenoir (1822-1900) Alphonse Beau de Rochas (1815-1893) Otto(1832 -1891) e Langen(1833-1895) Siegfried Marcus (1831-1898) Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach Karl Friedrich Benz (1844 –1929) Rudolf Christian Karl Diesel (1858-1913) Definição e Aplicações Definições 1 0 Motor Máquina destinada a converter qualquer forma de energia (térmica, elétrica, hidráulica, etc.) em energia mecânica. No caso dos motores de combustão interna, ha transformação de energia térmica (queima de combustível) em energia mecânica. Objetivos 1 1 Os motores de combustão interna tem por objetivo transformar energia térmica em energia mecânica, diretamente utilizável. Apos a mistura combustível/ar ser comprimida na câmara de combustão de cada cilindro, inicia-se uma queima, a qual libera uma forca contra a cabeça do pistão, forcando este a deslocar-se na direção do virabrequim (eixo de manivelas). A biela, elemento de ligação entre o pistão e o virabrequim, transmite a forca atuante na cabeça do mesmo (resultante da expansão dos gases) ao colo do virabrequim (moente), fazendo com que este gire. Converte assim o movimento retilíneo alternado do pistão em movimento rotativo do virabrequim Christian Huygens (1629-1695) 1 2 O anseio pelo desenvolvimento de um meio de tracção que não necessitasse mais dos animais ou da força humana, levou diversos inventores à criação de soluções originais. O motor de combustão interna, ou a explosão, foi concebido até mesmo antes da era do vapor, pelo físico holandês Christian Huygens, no século XVII. Ele construiu um motor no qual um peso era levantado pela explosão de uma mistura de pólvora num sistema fechado, que tinha um pistão.A pólvora, ao explodir dentro do cilindro, forçava o pistão para cima, e este, ao voltar à sua posição, forçado pela pressão atmosférica, levantava um peso. Christian Huygens (1629-1695) Christian Huygens (1629-1695) 1 3 Etienne Lenoir (1822-1900) 1 4 No começo do século XIX, com o aumento da extracção do gás de carvão e sua utilização para iluminação e aquecimento, começaram a ser exploradas as propriedades explosivas da mistura gás-ar.Vários construtores efectuavam experiências com gás, realizando sua combustão no interior de um motor a vapor, que era a tecnologia conhecida e dominante na época. O primeiro a ter êxito foi o francês Etienne Lenoir, em 1859, que realizou a conversão de um motor a vapor. Era um motor de dupla acção, isto é, as forças da combustão actuavam de um lado e de outro do pistão, alternadamente. Etienne Lenoir (1822-1900) Etienne Lenoir (1822-1900) 1 5 Etienne Lenoir (1822-1900) 1 6 Uma característica singular deste motor é que a combustão acontecia dos dois lados do pistão. O controle de entrada e saída dos gases acontecia por meio de válvulas de admissão e escape. O princípio de funcionamento deste motor era o seguinte: gás e ar eram introduzidos no pistão durante a primeira metade do deslocamento do mesmo. A carga era então queimada mediante uma faísca, a pressão aumentava e então os gases queimados empurravam o pistão até o fim do curso do mesmo. Na segunda batida do pistão, os gases de exaustão eram expelidos, enquanto uma nova combustão acontecia do outro lado do pistão. O ciclo era completado com uma segunda batida do pistão, de exaustão. 5000 destes motores foram construídos entre 1860 e 1865, com uma potência de até 6 HP. O melhor valor da eficiência obtido foi em torno de 5%. Alphonse Beau de Rochas (1815-1893) 1 7 Na França, em 1862, Beau de Rochas (1815-1893), listou as condições sob as quais, um melhor desempenho do motor poderia ser obtido: -Menor relação superfície/volume para o cilindro do pistão (cilindro com um diâmetro da mesma ordem de grandeza que seu comprimento) -Processo de expansão o mais rápido possível -Máxima expansão possível -Máxima pressão possível no começo do processo de expansão dos gases dentro do cilindro. As duas primeiras condições visavam reduzir as perdas de calor a um mínimo, conservando a exergia nos gases de combustão.A terceira e quarta visavam obter o máximo de potência possível. Alphonse Beau de Rochas (1815-1893) 1 8 Beau de Rochas também indicou o método de operação desejável num motor de combustão interna: 1.- Admissão durante o deslocamento do pistão“para fora” . 2.- Compressão durante o movimento do pistão “para dentro”. 3.- Ignição da carga de combustível e ar no ponto morto superior do pistão, seguida por expansão durante o deslocamento seguinte do pistão, para fora. 4.- Exaustão durante a corrida seguinte do pistão, para dentro. Este processo é o que é utilizado até hoje. Beau de Rochas patenteou o principio do motor de 4 tempos, em 1862, mas não o desenvolveu comercialmente. Alphonse Beau de Rochas (1815-1893) Beau de Rochas (1815-1893) 1 9 Otto(1832 -1891) e Langen(1833-1895) 2 0 Uma das realizações bem sucedidas nos motores a gás foi a de Nicolaus Otto e Eugen Langen, construída em 1867. O motor estava ligado ao eixo motriz não por uma alavanca, mas por meio de uma cremalheira e roda livre. A carga de gás era admitida na base do cilindro, e, quando explodia, empurrava o pistão para cima. Quando o pistão descia, por gravidade, empurrava a cremalheira e esta fazia o volante girar. Havia um dispositivo especial para manter a ignição com duas chamas, pois a primeira era apagada aquando da explosão, e então uma segunda a reacendia para a próxima explosão.Apesar destes complicados mecanismos, este motor era altamente confiável, e muito popular nesse tempo. Otto(1832 -1891) e Langen(1833-1895) Eugen Langen (1833-1895) Nicolaus Otto (1832 -1891) 2 1 Otto(1832 -1891) e Langen(1833-1895) 2 2 Este motor foi apresentado na Exposição Industrial de Paris, em 1867. O conceito deste motor era o de “pistão livre”, sendo este pistão impulsionado pela explosão dos gases no cilindro, o pistão estava ligado a um volante através de uma cremalheira e uma engrenagem. No retorno do pistão era produzido trabalho mecânico. O movimento do volante produzia por sua vez a abertura e fecho de uma válvula de admissão e a ignição. Também neste caso não havia compressão dos gases antes da combustão. Uns 10000 motores deste tipo foram construídos, e dominaram o mercado até a introdução do motor Otto de quatro tempos. A eficiência era de 11%. Siegfried Marcus (1831-1898) Siegfried Marcus (1831-1898) 15 1864 1875 Nikolaus Otto 1863 2 4 Apesar da ideia do motor de 4 tempos ter sido originalmente concebida e patenteada por Alphonse Beau de Rochas, em 1862, a primeira realização prática foi de autoria do alemão Nicolaus Otto. Ele pôde obter uma patente em 1863 através da influência de seu novo sócio, Eugen Langen, que o financiou. Em 1867, seu motor de dois tempos ganhou uma medalha de ouro na Feira Mundial de Paris. Segundo algumas fontes, a sua profissão original era a de caixeiro viajante, e, numa ocasião, estando em Paris, conheceu o motor de Lenoir. Fascinado com a invenção, de algum modo ele intuiu as possibilidades desta nova máquina. Instalou uma pequena oficina em sua casa, e realizou suas pesquisas, durante as quais descobriu o princípio do motor de quatro tempos, com a compressão da mistura admitida. O ciclo de quatro tempos passou, desde então, a ser conhecido como ciclo Otto. Conseguiu então produzir o primeiro motor de quatro tempos bem-sucedido em 1876, chamando-o de motor silencioso, em contraste com o seu motor anterior, barulhento. Otto teve sucesso com sua empresa, e teve como empregados Daimler e Maybach, que posteriormente fundaram sua própria fábrica Nikolaus Otto 1863 2 5 Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach 2 6 O motor de combustão interna de alta velocidade do alemão Gottlieb Daimler revolucionou a indústria automotiva. Ele havia trabalhado na fábrica de Otto junto com um colega, Wilhelm Maybach, mas os dois decidiram fundar o seu próprio estabelecimento, e deixaram Otto. O motor deles, monocilíndrico de quatro tempos, criado em 1883, atingia uma velocidade várias vezes superior a qualquer outro motor existente, e desta forma produzia muitas vezes mais potência que os outros com o mesmo peso. Enquanto o motor de Otto atingia 130 rotações por minuto (rpm), o de Daimler e Maybach chegava a 600 rpm. Este motor usava a ignição a tubo quente. Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach Wilhelm Maybach (1846-1929) Gottlieb Daimler (1834 –1900) 2 7 Reitwagem: carro de cavalgar Karl Friedrich Benz (1844 –1929) 2 9 A construção do primeiro automóvel do mundo é atribuída a Karl Benz. Resultado de longo trabalho, ele teve a patente deste veículo concedida em 29 de Janeiro de 1886 e em 3 de Julho desse mesmo ano, ele surpreendeu o mundo com a aparição de seu veículo. Esta viatura, um pequeno triciclo, na qual ele utilizou elementos de bicicletas, tinha um motor a quatro tempos refrigerado a água, colocado sob a carroçaria e ligado por uma correia à transmissão e ao diferencial. Sua potência mal chegava a 1/2 kw (3/4 de cv), mas, entretanto, percorria as ruas de Mannheim a uma velocidade de 15 km/h. Foi a partir deste modesto veículo, e da associação de Benz com outro pioneiro, Gottlieb Daimler, que surgiu a poderosa marca Mercedes-Benz, uma das mais importantes até os dias de hoje. Karl Friedrich Benz (1844 –1929) Karl Friedrich Benz (1844 –1929) 3 0 Rudolf Christian Karl Diesel (1858-1913) Rudolf Diesel (1858-1913) 3 1 Rudolf Christian Karl Diesel (1858-1913) 3 2 # Em 1898, Diesel demonstrou sua invenção na Feira Mundial em Paris, usando óleo de amendoim como combustível! A sua intenção foi a de oferecer um meio a pequenas indústrias, agricultores e pessoas comuns de competirem com o monopólio das grandes indústrias, que controlavam toda a geração de energia naquela época! Sua ideia era o uso de fontes naturais de combustível, como biomassa. # Em 1913, Diesel desapareceu do navio numa viagem à Inglaterra. Não se sabe se foi suicídio, acidente ou homicídio, uma vez que ele se opunha fortemente ao uso de seus motores com fins bélicos pela Alemanha. Rudolf Christian Karl Diesel (1858-1913) 3 3 # Como resultado do trabalho e visão de Diesel, motores de ignição por compressão foram alimentados com óleos combustíveis até 1920! # O petróleo foi descoberto na Pensilvânia em 1859, tendo sido utilizado principalmente para a produção de querosene de iluminação. Porém, já na década de 1920, os fabricantes do motor diesel fizeram alterações de modo a utilizar os resíduos baratos e de baixa viscosidade do petróleo ao invés de biocombustíveis. A indústria do petróleo estava crescendo e se estabelecendo no mercado! Motores de Combustão Interna • Motor: Máquina projetada para converter uma forma de energia em energia mecânica, podendo ser de diversos tipos: 1. Motores pneumáticos: convertem ar comprimido em movimento mecânico. 2. Motores elétricos: convertem eletricidade em movimento mecânico. 3. Motores a combustão: queimam combustível para gerar calor e com isto gerar força. • Motores a combustão queimam combustível, o qual pode ser de origem fóssil, tal como gasolina, óleo diesel, óleo combustível (não confundir com diesel), gás natural, ou de fontes renováveis, tais como biometanol, biodiesel, metanol, hidrogênio. • Podem ser de combustão interna ou externa. • Combustão externa: a queima ocorre em pressão atmosférica (motor Stirling, motor a vapor, etc.). Motor combustão externa: Locomotiva a vapor • Combustão interna: a queima ocorre em uma câmara de alta temperatura e alta pressão. Motor combustão interna: motor diesel Motor combustão interna: motor turbojato • Motores a combustão interna possuem algumas vantagens sobre os de combustão externa: 1. Ausência de trocadores de calor no circuito do fluido de trabalho, tal como a caldeira e condensador de uma instalação a vapor. Isto implica em simplicidade, menor peso, menor tamanho e evita-se as perdas no processo de transmissão de calor. 2. Todas a peças podem trabalhar a temperatura bem abaixo da máxima temperatura cíclica, o que permite o uso de temperaturas cíclicas elevadas,aumentando a eficiência do conjunto. • Estas vantagens são de importância no campo de transportes terrestres, onde é essencial o pequeno peso e volume do par motor / combustível. • Combustão interna: a queima pode ser contínua ou intermitente. • Contínua: foguetes, turbinas a gás (aviões), turbinas a vapor (navios de grande porte, geração de eletricidade). Turbofan GP7200 Pratt & Whitney Foguete Soyuz-FG Turbinas a vapor Motor 2 tempos • Intermitente: grande variedade de tipos já inventados, mas os de alguma relevância em termos de projeto ou de aplicação comercial são: motores de 4 tempos, 2 tempos, e rotativo Wankel. Motor 4 tempos Motor Wankel Motor de Dois Tempos • O motor de dois tempos é um tipo de motor de combustão interna no qual ocorrem as etapas de admissão, compressão, expansão e exaustão de gases a cada volta do eixo. • Existe uma grande variedade de tipos de motores de dois tempos. Devido a sua simplicidade e baixo peso, trata-se de um motor popular em aplicações de baixa potência, tais como motosserras, motocicletas e geradores elétricos portáteis. • Por outro lado, são fabricados motores dois tempos de grande porte, tal como o maior motor de combustão interna do mundo, o Wärstsilä-Sulzer RT- flex96C, diesel, naval. • Motores dois tempos de pequeno porte não utilizam o cárter para conter o óleo lubrificante. • A lubrificação é feita misturando-se óleo lubrificante ao combustível (normalmente 1:40) seja diretamente no tanque de combustível, seja através de um dispositivo dosador automático. • Durante a funcionamento do motor, o lubrificante contido no combustível deposita-se nas superfícies deste, lubrificando os elementos mecânicos a medida em que passa da câmara de combustão para o cárter. • Motores dois tempos de pequeno porte normalmente não tem válvulas, e sim duas janelas na parede da câmara de combustão, comunicando o cilindro com o exterior (exaustão) e o cárter (admissão). • No caso de motores dois tempos de pequeno porte, o funcionamento pode ser descrito genericamente como segue: • À medida que ocorre o movimento ascendente do êmbolo, este obstrui as janelas, e em seguida comprime a mistura gasosa existente na parte superior do cilindro. • Ao mesmo tempo cria-se um vácuo no cárter, que força a admissão de ar atmosférico no interior do mesmo. vela Mistura ar- combustível- lubrificante Janela de admissão virabrequim O fluxo da mistura ar- combustível-lubrificante é normalmente chamado de fluxo de limpeza. • Existem dezenas de variantes do funcionamento aqui descrito, mas para motores dois tempos de pequeno porte esta descrição atende razoavelmente na maioria dos casos. • Entretanto, motores de grande porte e elevada potência utilizam uma dinâmica bastante diferenciada. Um dos modelos de maior sucesso com motores diesel de grande porte,é o que utiliza o sistema “uni-flow”. • No sistema “uni-flow” a mistura ar- combustível, neste caso ar- diesel, entra por janelas próximas ao PMI do pistão, enquanto que os gases de escape saem através de uma válvula de escape, disposta na área superior do cilindro. Assim, o fluxo de limpeza ocorre em uma única direção, e por isto o nome “uni-flow”. • A adoção de válvulas em motores dois tempos não é incomum, podendo ser encontrada em motores de motocicleta, motores diesel estacionários (Detroit Diesel), alguns pequenos motores de dois tempos marítimos (Cinza Marine), locomotivas diesel (Electro-Motive Diesel) e grandes motores de propulsão navais diesel, dois tempos (Wärtsilä). • Outras soluções também são encontradas embora não sejam comuns em projetos atuais, tais como a adoção de dois pistões no mesmo cilindro, operando em sentidos opostos (Junker Jumo, Napier Deltic). Motor Junkers Jumo 205, diesel, aeronáutico, de pistões opostos. Motor Quatro Tempos • A maioria dos motores a combustão interna são baseados neste ciclo, sendo aplicado para a fabricação de motores mais eficientes e menos poluentes do que os motores a dois tempos, apesar da maior complexidade, peso e volume, comparando motores de mesma potência. • A combustão ocorre na câmara de combustão (composto pelo cilindro, fechado na parte superior pelo cabeçote, e na parte inferior, pelo topo do pistão. • Graças ao sistema biela-manivela, o movimento alternativo de translação do pistão é transformado em movimento rotativo no virabrequim. • Os motores multicilindros associam os diversos cilindros segundo geometrias variáveis: as mais usadas são as em linha ou em "V", mas existem também radiais, em "H“ (boxer), etc. Motor em V Motor em H, boxer Motor radial • Por outro lado, o motor de combustão interna diesel não utiliza centelha ou faísca para inflamar o combustível, uma vez que o diesel, quando injetado na câmara de combustão no estágio final da compressão, entra em combustão espontaneamente ao encontrar-se em elevada pressão e em contato com oxigênio. Motor Rotativo Wankel Inicialmente o motor era chamado de motor rotativo NSU/Wankel • Como já mencionado, o motor Wankel não utiliza pistões, bielas e virabrequim, não tendo assim qualquer movimento alternativo e empregando um número menor de peças. • Isto faz com que não tenha massas que tenham de ser aceleradas e desaceleradas continuamente, permitindo, em conjunto com o menor número de peças, um funcionamento com menos vibração e atrito, e consequentemente, mais suave e silencioso. • Estas características tornaram o motor Wankel atrativo tecnicamente, mas dificuldades com a vedação interna entre câmaras, baixa durabilidade e alto consumo tem impedido sua utilização em larga escala na área automobilística, embora tenha encontrado espaço consistente na motorização de aeronaves de pequeno porte. • De modo simplificado, pode ser afirmado que o “bloco” do motor Wankel consiste em uma câmara (3) cujo formato interno se aproxima de dois círculos que se sobrepõem quase totalmente. • Na câmara, o “pistão” do motor, o rotor (6) de formato prismático, gira de forma excêntrica em relação ao eixo (8), o qual seria o equivalente ao virabrequim dos motores alternativos. • O formato do rotor e da câmara foi desenvolvido de modo que os três vértices do rotor estão sempre muito próximos da superfície interna da câmara, sendo que esta proximidade funciona como uma vedação. • O movimento do rotor faz com que o espaço entre as arestas do rotor e a parede interna da câmara varie continuamente, aumentando e diminuindo em acordo com a rotação. Compressão IgniçãoExaustão Admissão • Deste modo, a mistura ar/combustível é succionada pela baixa pressão da região de admissão (4a), pois esta encontra-se aumentando de tamanho. Logo após, com o movimento do rotor, a mistura é conduzida e comprimida até a região de ignição (4b), onde sofre detonação por meio de centelha (9). Por fim, os gases de combustão são expulsos através da janela de escape (2), ao sofrerem compressão na região de exaustão. Compressão IgniçãoExaustão Admissão4a 4b 4c • Desta forma, verifica-se que todas as etapas do ciclo do motor quatro tempos (admissão, compressão, explosão e exaustão) também ocorrem no motor Wankel. • Além disso, pode-se afirmar que todas as faces do rotor estão em três etapas diferentes todo o tempo, durante sua operação. Compressão IgniçãoExaustão Admissão4a 4b 4c • Entretanto, o formato que a câmara de ignição assume faz com que a queima da mistura seja incompleta, fazendo com que combustível não detonado seja eliminado na exaustão. • Esta característica, intrínseca ao seu projeto, faz com que o motor Wankel tenha um consumo mais elevado, assim como maior nível de emissões de exaustão do que um motor convencional de mesma potência. • Outra particularidade é a questão da vedação entre os vértices do rotor e as paredes da câmara. Devido a dilatação térmica ea necessidade de elevada precisão dos componentes, esta vedação é difícil de ser obtida. Além disso, devido à rotação elevada, o motor Wankel gera mais calor um motor 4 tempos convencional. Estas duas características juntas fazem com que este motor opere com máxima eficiência em uma faixa de rotações, o que reduz a versatilidade de operação. • Embora o número de desvantagens frente aos motores alternativos sejam muitas, suas vantagens ainda fazem o motor Wankel atraente para muitos. • Algumas das vantagens do motor Wankel (baixo nível de vibração mesmo em alta rotação, baixo desgaste, vida longa, simplicidade de manutenção) o tornam atraente para o consumidor comum • Entretanto, são os aficionados de carros esportivos que tem especial atenção sobre este tipo de motor, pois sua capacidade de entregar com rapidez elevada potência e torque, aliada ao pequeno tamanho e peso, permitem o projeto de carros com baixo centro de gravidade e alto desempenho. Mazda RX-7 1997 Mazda 787B – vencedor na 24h Le Mans 1991 Mazda RX-7 FD3S Veilside Fortune Motores Turbo-Jato • Em julho de 1944 o Messerschmitt Me 262, equipado com dois motores turbojato Jumo 004B de 900 kg de empuxo cada, tornou-se o primeiro avião a jato produzido em série a entrar em serviço operacional. Messerschmitt Me 262 A-1a Schwalbe (Andorinha) Motor turbojato Jumo 004B – o grande precursor. • Deste tempo para a atualidade, os motores à jato puro evoluíram enormemente, porém os princípios fundamentais do funcionamento deste tipo de motor continuam inalterados. • O ar atmosférico entra no motor e é parcialmente comprimido no difusor, sendo depois comprimido a uma taxa muito mais elevada no compressor, o qual pode ser do tipo centrífugo ou de fluxo axial. • Este ar altamente comprimido entra na câmara de combustão, na qual uma quantidade suficiente de combustível é injetada continuamente. • A mistura é queimada também de forma contínua, o que faz elevar a temperatura dos gases no ponto (4) até ≈930oC. • O ar aquecido, contendo aproximadamente 25% de gases produzidos na combustão, expande na turbina, a qual é diretamente conectada ao compressor de ar. • A rotação da turbina, portanto, é o que movimenta o compressor. • Da turbina, os gases passam através de um tubo o qual pode ser equipado com um pós-queimador (não necessariamente). • Os gases, desta forma, expandem em uma saída de geometria variável e são ejetados para a atmosfera em um jato de alta velocidade. • Uma vez que os gases da exaustão da turbina contém uma grande quantidade de ar que não foi empregado na combustão, a velocidade dos gases de saída pode ser aumentada (e consequentemente, o empuxo) pela queima de combustível adicional no interior do bocal de saída. • O dispositivo para realizar esta ação é denominado de pós- queimador. • O pós-queimador, e é capaz de aumentar o empuxo em cerca de 35%. Na velocidade de ≈930 km/h, em uma emergência tática, o pós- queimador pode aumentar o empuxo em até 60%. Com o acionamento deste equipamento, a temperatura no ponto 7 (começo da redução no bocal de saída) pode chegar a ≈1850oC. Pós-queimador Definição 80 Os motores de combustão podem ser classificados em: Motores de Combustão Externa nos quais o fluido de trabalho está completamente separado da mistura ar e combustível, sendo o calor dos produtos da combustão transferido através das paredes de um reservatório ou caldeira; e Motores de Combustão Interna nos quais o fluido de trabalho consiste nos próprios produtos da combustão da mistura de ar e combustível. Classificação Geral do Motores de Combustão Interna 81 Os Motores de Combustão Interna Dividem-se basicamente em três tipos: Motores de êmbolo oscilante: que são motores em que o êmbolo desloca- se numa trajectória rectilínea de um ponto ao outro do cilindro; Motores de êmbolo rotativo (Wankel); que são motores nos quais um membro rotativo é disposto de forma a variar o volume de trabalho de maneira análoga à de um compressor do tipo palheta; e Turbinas A Gás: que são motores de combustão interna em que os produtos da combustão passam através dos expansores e palhetas da turbina provocando o movimento de rotação. Motor de êmbolo alternativo 82 O motor de êmbolo alternativo de combustão interna possui uma vantagem fundamental e importante sobre a instalação a vapor ou turbina a gás, a saber: todas as peças podem funcionar a temperaturas muito abaixo da temperatura máxima do ciclo. Este detalhe possibilita o uso de temperaturas cíclicas bastante altas o que torna possível alcançar alta eficiência. Motor de êmbolo alternativo 8 3 Motor Wankel 84 São motores nos quais um membro rotativo é disposto de forma a variar o volume de trabalho de maneira análoga à de um compressor do tipo palheta, ou por meio de alguma espécie de movimento excêntrico de um rotor num espaço cilíndrico (geralmente não circular). A maior dificuldade em tais motores é a selagem da câmara de combustão contra vazamentos sem excessivo atrito e desgaste. A solução desse problema é bem mais difícil do que o dos anéis de segmento convencionais, devido às seguintes razões: 1.“contacto de linha” em lugar de contacto de superfície; 2. as superfícies a selar são descontínuas, com arestas vivas; 3. a velocidade do selo é elevada durante parte do ciclo de alta pressão, em contraste com os anéis de segmento, cuja velocidade é próxima de zero na máxima pressão do cilindro. Motor Wankel Em geral, o objectivo dos projectos de motores rotativos de deslocamento foi de evitar vibração, a redução do tamanho, peso e custo em comparação com os tipos convencionais. A única vantagem básica deste tipo de motor está no facto de ter uma alta relação volume de deslocamento sobre volume total do motor, obtendo-se assim, maiores potências. 85 Turbina a Gás 86 O conceito de turbina a gás é antigo, mas ele não se concretizou como fonte prática de potência até após a II Guerra Mundial. Seu desenvolvimento comercial foi estimulado pela introdução bem sucedida dos motores turbojactos em aviões ingleses e alemães, próximo do final da guerra. Os motores de turbinas a gás são geralmente usados para propulsar aviões devido a apresentarem uma alta potência específica. Turbinas a Gás Bases utilizadas para a classificação dos motores 88 Método de Ignição Ignição por faísca (motor Otto) Auto-ignição (motor Diesel) Formação da Mistura Fora do cilindro, no carburador ou por injecção de combustível na tubagem de aspiração (motor Otto) Dentro do cilindro, isto é, à injecção de combustível no espaço de trabalho (motor Diesel) Ignição por faísca (motor Otto) Tempo 1: Tempo 2: Tempo 3: Tempo 4: A mistura de ar e combustível é introduzida no cilindro pela válvula de admissão. A mistura de ar e combustível é comprimida. Combustão ocorre (aproximadamente a volume constante) e os produtos gasosos ao expandirem-se realizam trabalho. Os gases produtos de combustão são retirados do cilindro pela válvula de escape. 89 Auto-ignição (motor Diesel) Tempo 1: Tempo 2: Tempo 3: Tempo 4: O ar é introduzido no cilindro pela válvula de admissão. O ar é comprimido. Combustão ocorre (aproximadamente a pressão constante)e os produtos gasosos ao expandirem-se realizam trabalho. Os gases produtos de combustão são retirados do cilindro pela válvula de escape. 90 Bases utilizadas para a classificação dos motores 91 Número de Tempos do Motor motor de quatro tempos motor de dois tempos Número e Posição dos Cilindros Normalmente: 1,2,(3),4,(5),6,8,12 e 16 cilindros Posição:Vertical Inclinada Horizontal Invertida Bases utilizadas para a classificação dos motores (continuação) Número de Tempos do Motor motor de quatro tempos 1. Admissão 2. Compressão3. Explosão 4. Escape 92 Bases utilizadas para a classificação dos motores Número de Tempos do Motor motor de dois tempos 93 Bases utilizadas para a classificação dos motores Disposição dos Cilindros Motor em linha 94 Bases utilizadas para a classificação dos motores Disposição dos Cilindros Motor emV 95 Bases utilizadas para a classificação dos motores Disposição dos Cilindros Motor com cilindros horizontalmente opostos 96 Bases utilizadas para a classificação dos motores Disposição dos Cilindros Motores em estrela 97 Disposição dos Cilindros Motores de Contra – êmbolo 98 Bases utilizadas para a classificação dos motores 99 Relação entre o curso do êmbolo e o diâmetro do cilindro De curso curto De curso longo Motor Diesel 1 ...1,35 1,35...2,2 Motor Otto 0,8...1,0 1,0...1,1 Bases utilizadas para a classificação dos motores 10 0 Velocidade Média do êmbolo Tipo de Motor Velocidade média Cme (m/s) Motor lento 4 ... 7 Motor rápido 7 ... 12 Bases utilizadas para a classificação dos motores 10 1 • Enchimento do Motor • Motor aspirado • Motor sobrealimentado • Construção do mecanismo de propulsão • Motor de êmbolo mergulhador • Motor de cruzeta Bases utilizadas para a classificação dos motores Valores usuais nos motores de combustão interna 25 Valor ou Grandeza Motor do ciclo Otto Motor do ciclo Diesel Relação de compressão 6,5 ... 11 12,5 ... 22 Pressão Final de compressão 2,5 ... 4,5 (6) Mpa Pressão máxima do motor aspirado 3 ... 4 (7) Mpa 5 ... 9 Mpa Pressão máxima do motor sobrealimentado 8 ... 10 Mpa 8 ... 14 Mpa Temperatura final de compressão 300 ... 500 ºC 500 ... 750 ºC Temperatura máxima de combustão 2000 ... 2800 ºC 1400 ... 2000 ºC Temperatura média do gás no espaço de combustão 400 ... 850 ºC 300 ... 500 (600) ºC Temperatura do gás de escape 800 ... 1200 ºC 400 ... 750 ºC Vantagens do Motor Alternativo em relação às Turbinas a Vapor 10 3 1.Maior eficiência máxima; 2. Menor razão de peso e volume da instalação para a potência máxima (excepto, possivelmente, no caso de unidades maiores do que 7353 kW ou 10.000 c.v.); 3. Maior simplicidade mecânica; 4. O sistema de refrigeração de um motor de combustão interna transfere uma quantidade de calor muito menor do que o condensador de uma instalação a vapor de igual potência e, normalmente, é operada com temperaturas mais elevadas na superfície. O que faz com que este sistema seja muito menor que um condensador seria. 10 4 Vantagens Práticas Da Instalação A Vapor Sobre O Motor Alternativo De Combustão Interna: 1.A instalação a vapor pode usar maior variedade de combustíveis, incluindo os sólidos; 2.A turbinas a vapor vibram menos; 3.A turbina a vapor é mais prática em unidades de grande potência (de 147000 kW ou mais). Componentes do Motor 10 5 C Cabeça; C Bloco; C Cárter; C Válvulas; C Árvore de Cames; C Cambota; C Pistão; C Biela. Constituição dos Motores 10 6 O motor de combustão interna é um conjunto de mecanismos que transforma energia térmica em energia mecânica. 3.1 Principais partes do motor C Cabeça, bloco e cárter 3.1.1 Cabeça do motor 10 8 • C Num motor de combustão interna, a cabeça do motor é a tampa que fecha a parte superior do bloco de cilindros e consiste numa plataforma perfeitamente fresada de modo ajustar-se ao bloco a fim de oferecer resistência às explosões. A cabeça do motor é a parte superior da câmara de combustão e onde se localizam as velas e as válvulas de admissão e escape. • C Além de facilitar a manutenção do motor, a cabeça do motor é a chave para o bom desempenho, por determinar o formato da câmara de combustão, a passagem dos gases de admissão e escape, o funcionamento das válvulas e seu comando. Pode alterar-se por completo o desempenho de um motor alterando apenas a cabeça do mesmo. • C A cabeça do motor é geralmente fabricada do mesmo material que o bloco, ferro fundido, ou em motores de alto desempenho, de ligas de alumínio. • Também como o bloco do motor, tém tubagens separadas para passagem de lubrificante e água da refrigeração 3.1.1 Cabeça do motor C A cabeça é a parte superior do motor; C São fabricados em ferro fundido ou alumínio. 10 9 3.1.2 Junta da cabeça 11 0 A junta da cabeça, situa-se entre o bloco dos cilindros do motor e a respectiva cabeça. Tem como finalidade assegurar a "estanquicidade" de cada uma das câmaras de combustão, bem como a continuidade dos circuitos de água de refrigeração do motor e dos circuitos de passagem do óleo lubrificante do motor. O material da junta tem que estar em condições de impedir a penetração da mistura gasosa, da água ou do óleo nos circuitos adjacentes.Tem que possuir uma elevada resistência térmica, química e mecânica. 3.1.2 Junta da cabeça A junta possui orifícios para assegurar a continuidade dos vários circuitos que atravessam o motor do automóvel, bem como para a passagem dos parafusos de fixação da cabeça ao bloco do motor, chamados parafusos prisioneiros. 11 1 3.1.3 Bloco do motor 11 2 C Os blocos são, na sua maioria, de ferro fundido, material resistente, econômico e fácil de trabalhar na produção em série. A resistência do bloco pode ser aumentada, se for utilizada na sua fabricação uma liga de ferro fundido com outros metais. Alguns blocos de motor são fabricados com ligas de metais leves, o que diminui o peso e aumenta a dissipação calorífica; são, contudo, de preço mais elevado. Como são também mais macios, para resistir aos atritos dos pistões, os cilindros desses blocos têm de ser revestidos com camisas de ferro fundido.A camisa (câmara) de água – conjunto de condutores que através dos quais circula a água de resfriamento dos cilindros – é normalmente fundida com o bloco, do qual faz parte integrante. 3.1.3 Bloco do motor C O bloco é a parte central do motor; C Normalmente construído de ferro fundido. 11 3 3.1.4 Cárter do motor 11 4 C O Cárter é a parte inferior do motor, e nada mais é que um recipiente metálico onde fica acumulado o óleo lubrificante. A sua função é manter um certo nível de óleo de modo a garantir a lubrificação do motor. Com o motor desligado, o óleo que circulou pelo motor escorre por gravidade até ao Cárter onde fica acumulado para a próxima vez em quem o motor for ligado. Esse reservatório ajuda também a resfriar o óleo. 3.1.4 Cárter do motor C O cárter é a parte inferior do motor; C Normalmente é o reservatório de óleo lubrificante. 11 5 3.1.5 Válvulas 11 6 C A válvula de um motor de combustão interna é um dispositivo que visa permitir ou bloquear a entrada ou a saída de gases dos cilindros do motor. C A válvula é constituída por uma cabeça em forma de disco, fixa a uma haste cilíndrica. A haste desliza dentro de uma guia constituída por metal que provoque reduzida fricção ( por. ex. ferro fundido ou bronze). C O topo da haste está em contacto mecânico com um impulsor que, accionado pelo excêntrico da árvore de cames, provoca a sua abertura e a consequente entrada ou saída dos gases do motor. C Uma mola assegura que a válvula regressa à sua posição de fecho mal deixe de haver pressão mecânica para a sua abertura. Em alguns motores este regresso da válvula à sua posição de repouso sobre o assento, também chamado "sede", da válvula é conseguido por comandos pneumáticos e não mecânicos. 3.1.5 Válvulas C As válvulas são usadas nos motores de quatro tempos e em alguns de dois tempos. Controlam a entrada e saída de gases em cada cilindro do motor. 3.1.5 Válvulas 3.1.6 Árvore de Cames 11 9 C A árvore de cames, também chamada árvore de comando de válvulas, veio de excêntricos, veio de ressaltos ou eixo comando de válvulas, é um mecanismo destinado a regular a aberturadas válvulas num motor de combustão interna. C Consiste num veio cilíndrico no qual estão fixados um conjunto de peças ovaladas, chamadas cames, excêntricos ou ressaltos, uma por válvula a controlar. Este veio tem um conjunto de apoios que asseguram a sua estabilidade durante o movimento rotativo a que é sujeito. 3.1.6 Árvore de Cames C Árvore de cames; C Árvore de comando de válvulas; C Possui excêntricos ou cames para cada válvula; C São fabricadas em aço forjado ou ferro fundido. 12 0 3.1.7 Bloco e Cilindro 12 1 C Os cilindros são geralmente de ferro fundido, uma vez que a fundição fácil permite obter as mais variadas formas para o bloco do motor, para as câmaras e água, para a sede das válvulas e para os canais de admissão e escape. Algumas fundições atuais contêm uma pequena proporção de cromo, para aumentar a resistência dos cilindros ao desgaste. A presença de níquel e de magnésio modifica a estrutura molecular da grafita na fundição e favorece a durabilidade do motor. C Revestindo os cilindros de alguns motores existem as camisas, que podem ser classificadas em secas e humidas (ou molhadas). Esta camisa é o revestimento do cilindro no bloco para que o pistão não o desgaste durante a realização de trabalho. 3.1.7 Bloco e Cilindro C Cilindro: o cilindro é um furo no bloco aberto nas duas extremidades. 3.1.7 Bloco e Cilindro As camisas denominam-se secas quando sua superfície exterior não está em contacto com a câmara de arrefecimento. Devem ser bem ajustadas ao bloco para facilitar a condutibilidade térmica. As camisas denominadas húmidas são aquelas que formam a parede interna da câmara de água. Neste caso, devem possuir uma perfeita vedação afim de evitar infiltração de água para o cárter do motor. 12 3 3.1.8 Cambota 12 4 C A cambota ou eixo de manivelas (virabrequim, eixo de manivelas ou árvore de manivelas) é a componente do motor para onde é transferida a força da explosão ou combustão do carburante por meio da cabeça da biela (formando um mecanismo biela-manivela, que por sua vez, se liga com o êmbolo (pistão)), transformando a expansão de gás em energia mecânica. C Na extremidade anterior da cambota, encontra-se uma roldana responsável por fazer girar vários dispositivos como por exemplo, a bomba de direção hidráulica, o compressor do ar-condicionado a bomba de água etc. Na outra extremidade encontra-se o volante do motor, que liga à caixa de velocidades — cuja força-motriz será transmitida ou não, consoante a pressão da embraiagem. C Os esticões provocados pela explosão ou combustão são suavizados pela inércia do volante motor e pelos apoios. Muitas vezes, ao realizar tuning num automóvel opta-se por reduzir ligeiramente o peso do volante motor, conseguindo assim obter uma maior aceleração. No entanto, esta alteração tem a desvantagem de aumentar as vibrações produzidas pelo motor. 3.1.8 Cambota C Cambota ou árvore de manivelas: a cambota é normalmente fabricada de aço. 3.1.9 Pistão do Motor 12 6 C O pistão do motor é uma peça que fica localizada no interior dos cilindros, na verdade cada cilindro possui um pistão. C Este componente que na maioria das vezes é fundido em ligas leves movimenta-se rectilineamente em dois sentidos, para cima e para baixo, e tem por principal função receber, em toda sua área superior, a explosão da mistura de ar e combustível. A explosão da mistura de combustíveis gera um deslocamento de massa de gases dentro da câmara de combustão e o pistão recebe esta força e passa a diante. De diferentes tamanhos, geometrias e formas os pistões têm diversas aplicações dependendo do tipo de motor onde é instalado. 3.1.9 Pistão do Motor 12 7 O pistão de um motor de combustão interna funciona em condições particularmente desfavoráveis: C Para um regime de 3600 rpm, ele pára 120 vezes por segundo; C Entre cada curso ele varia de velocidades que podem atingir 70 km por hora até 0 km por hora; C No momento da explosão, ele recebe um impulso de mais ou menos 20000 N (2000 kg),e isto, 30 vezes por segundo; C A sua temperatura sobe a 620 °K (350 °C), no centro da cabeça, e cerca de 420 a 450°K (150 - 200 °C) na extremidade final da saia. 3.1.9 Pistão do Motor C O pistão é fechado na parte superior e aberto na inferior. Apresenta ranhuras na parte superior para fixação dos anéis de segmento. 12 8 3.1.9 Pistão do Motor Os anéis de segmento têm duas funções: evitar o vazamento do gás e manter o fluxo de óleo na câmara de combustão no mínimo necessário para a adequada lubrificação do anel e do pistão. Todos os anéis tomam parte no controle do fluxo de óleo, mas existe pelo menos um anel cuja função principal é essa. São os chamados anéis raspadores de óleo, enquanto que os outros são anéis de compressão. 12 9 3.1.10 Biela do Motor 13 0 C A biela do motor é o componente responsável por transmitir a força recebida pelo pistão e passa-la à árvore de manivelas ou cambota. C Com a exclusiva função de inverter o sentido de movimento, pois ligada ao pistão através de um pino a biela sobe e desce e é ligada a cambota, presa com uma capa entre bronzinas, a biela transmite a força em forma de movimento rotativo ou circular. Geralmente é feita de aço forjado e assume determinadas formas e tamanhos diferentes conforme o tipo e configuração de cada motor. 3.1.10 Biela do Motor C Biela: em forma de haste, serve para transmitir o movimento linear alternativo do pistão para a cambota. OBRIGADO!
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