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A vida para além da razão

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Capítulo 8 – A vida para além da razão da obra: DWORKIN, Ronald. Domínio da vida: aborto, eutanásia e liberdades individuais. 
Discentes: ANDREIA HERINGER DE OLIVEIRA ;
			 ARIANE SILVEIRA PRADO COELHO; 
			 EMERSON MIRANDA DE OLIVEIRA; 
			 MARCOS VINICIUS LIMA SOUZA; 
			 PRISCYLLA ISLLA; 
			 RODRIGO FERREIRA CHAGAS
Alzheimer
É um transtorno neurodegenerativo. A demência é uma síndrome caracterizada pelo:
Declínio de várias habilidades intelectuais (perda de memória, incapacidade de compreender e julgar);
Transtorno do comportamento( alteração de personalidade);
Restrições funcionais (dificuldade de locomoção e de comunicação);
A questão a ser tratada será a de direitos morais que as pessoas nos estágios terminais da demência têm ou mantêm.
Alzheimer
Os mentalmente incapacitados têm os mesmos direitos de pessoas normalmente competentes ou seus direitos são alterados, reduzidos ou ampliados de alguma forma em virtude de sua doença?
Terão tais pessoas os mesmos direitos à autonomia, à assistência, à dignidade e a um nível mínimo de recursos. Direitos estes respeitados pelos doentes que não perderam sua consciência mental?
Caso Margo
Era sempre assistida por um acompanhante e esporadicamente visitado por um estudante de medicina, Firlik. Seu apartamento, tinha muitas fechaduras para impedir possíveis fugas que já ocorrera antes. Margo dizia conhecer Firlik, mas ele não tinha certeza quanto a isso pois nunca era chamado pelo nome. Ela dizia estar lendo romances, mas ele também tinha duvidas quanto a isso, pois notava varias paginas dobradas. Ela também participava de um curso de pintura para doentes de Alzheimer, mas pintava sempre o mesmo quadro, algo que só se alterou já bem perto do fim. Mas ele enfatizava a felicidade daquela mulher, o prazer que ela sentia em comer sanduiches de manteiga de amendoim com geleia.
Caso Margo
O que esta sendo levando em conta são os direitos e interesses de alguém que no passado era totalmente competente. 
Como uma pessoa demenciada, enfatizando seu estado e sua capacidade atual, 
Como uma pessoa que se tornou demenciado, a qual deve ser levada em conta toda sua trajetória passada.
Autonomia
Há um consenso geral de que os cidadãos adultos dotados de competência normal têm direito à autonomia, isto é, direito a tomar, por si próprios, decisões importantes para a definição de suas vidas.
Autonomia Comprobatória
Interesses Fundamentais;
Não estenderíamos o direito da autonomia às decisões tomadas pelos que sofrem de demência grave;
Fraqueza de Vontade: Fumantes
Se acreditarmos, que respeitar sua autonomia significa permitir que ajam desse modo, não poderemos aceitar que o objetivo da autonomia consista em proteger o bem-estar de uma pessoa. 
Talvez seja possível, que os demenciados tenham direito à autonomia, se outros tivessem o direito de decidir por eles.
Autonomia centrada na Integridade:
Reconhece que as pessoas frequentemente fazem escolhas que refletem fraqueza, indecisão, ou simplesmente irracionalidade;
Distinção entre objetivo geral e valor da autonomia e consequência para determinada pessoa em situação específica.
Os pacientes incapacitados terão ou não direito a tal autonomia, dependendo do grau de sua capacidade geral de conduzir sua vida.
Demencia Moderada com decisões estáveis e coerentes
Decisões sem coerência e falta de objetivos 
Portanto, nem a concepção comprobatória de autonomia, nem a que tem por base a integridade, recomendam qualquer direito à autonomia para pacientes gravemente demenciados.
Autonomia Anterior
Autonomia comprobatória: seus desejos podem ter passado por uma drástica transformação;
Autonomia integridade: um juízo sobre a forma geral do tipo de vida que pretende ter levado.
O que faz a diferença, quando estamos tomando a decisão de respeitar o pedido de uma pessoa, é se ela agora tem competência para tomar uma decisão dessa natureza e não poderá vir a lamentar o fato de tê-la tomado. 
Beneficência
Tutor toma decisões que favoreçam interesses fundamentais do tutelado. Esse direito só rege a utilização de quaisquer recursos que de fato estejam disponíveis para a assistência do beneficiário.
Demenciados não tem nenhuma percepção de seus interesses críticos, mas antes tinham quando eram competentes.
Direito à Beneficência pode entrar em conflito com Direito a Autonomia.
Beneficência no Caso Margo
Então o direito atual de Margo, agora que sofre de demência, seria uma razão para ignorar sua autonomia anterior?
Não há razão para duvidar que ela tem direito à beneficência. No entanto, Quais são os interesses fundamentais de uma pessoa demenciada?
Estaria entre os interesses fundamentais de Margo continuar vivendo do modo que esta, ou seria melhor morrer o mais breve possível?
Caso Joseph Finelli
Joseph Finelli vivia em Boston, tinha 4 filhos e estava consciente, mas tinha a idade mental de um bebe. Ficou assim depois de um dano grave sofrido durante uma cirurgia de transplante de coração. O Hospital, onde a cirurgia foi realizada cuidava dele a anos desde então e a um custo exorbitante, o qual pedira então ao tribunal para transferisse para um clinica particular ou para sua casa. A família se opôs o juiz então indicou Elizabeth Dew, que faria uso do direito à beneficência, para avaliar os interesses do paciente e representá-los. E Elizabeth recomendou que ele parasse de receber a medicação imonossupressora necessária para impedir a rejeição de seu coração transplantado e pudesse assim morrer, ela disse que, se ele pudesse decidir por si próprio, preferiria morrer. A família ficou estarrecida com a recomendação e o juiz a rejeitou. A família de Joseph saiu vencedora, mas e ele?
Dignidade
Os demenciados têm direito à Dignidade?
INDignidade – no caso de apenados
INDignidade – no caso de apenados
INDignidade – no caso de apenados
Sujeira
Superlotação
Abusos
Torturas
INDignidade – no caso de apenados
Fonte: http://www.mppa.mp.br/index.php?action=Menu.interna&id=7239&class=N
INDignidade – no caso de apenados
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160317_prisoes_noruega_tg
Dignidade – no caso de apenados
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160317_prisoes_noruega_tg
“De fato, o sistema penitenciário da Noruega já foi descrito por visitantes e analistas como "a utopia das prisões".
Duas instituições carcerárias do país preferem usar outras denominações: "A mais humana das prisões" e "O cárcere mais agradável (do mundo)".
Na ilha de Bastoey, no sul de Oslo, por exemplo, os detentos podem caminhar ao redor de uma prisão que parece um povoado cercado por sítios.
Dignidade – no caso de apenados
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160317_prisoes_noruega_tg
“De fato, o sistema penitenciário da Noruega já foi descrito por visitantes e analistas como "a utopia das prisões".
"Um dia na prisão não deve ser diferente do que seria na vida diária, tanto como seja possível", disse à BBC Tom Eberhardt, diretor da prisão.
Dignidade – no caso de apenados
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160317_prisoes_noruega_tg
Dignidade – no caso de apenados
A taxa de reincidência criminal na Noruega é de 20%, a mais baixa do mundo.
Em outros países, como o Reino Unido, chega a 46%, e nos EUA 76% das pessoas que deixam a prisão voltam nos cinco anos seguintes.
Há ainda a economia que significa não ter tantas pessoas em cadeias.
"Autoridades dos EUA e do Reino Unido talvez deveriam se perguntar o que aconteceu com milhões de dólares e libras esterlinas que gastaram trancando gente atrás de todas essas cercas e muros", afirmou Eberhardt.
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160317_prisoes_noruega_tg
INDignidade dos Demenciados
Dignidade
Os demenciados têm direito à Dignidade?
INDignidade – no caso do demenciados
Sujeira 
Maus tratos
Abandono
Uso abusivo de Sedativos
Dignidade – no caso do demenciados
Higiene Pessoal
Privacidade
Atenção individual
Evitar usode barbetúricos
Dignidade
“A expressão “direito e dignidade” é usada de muitas formas e em muitos sentidos na filosofia moral e política”
(DWORKIN, 2009. p.333)
Dignidade
“Aqui, porém, devemos examinar uma ideia mais limitada: a de que as pessoas têm direito de não ser vítimas da indignidade (grifo nosso), de não ser tratadas de um modo que, em sua cultura ou comunidade, se entende como demonstração de desrespeito”
(DWORKIN, 2009. p.333-334)
Dignidade
“Em geral, acredita-se que esse direito à dignidade é mais fundamental e urgente do que o direito à beneficência1”
(DWORKIN, 2009. p.334)
1 – É o direito de que seja ofertado ao paciente todos os recursos disponíveis para o seu tratamento.
Dignidade
“O direito à dignidade é mais imperativo: EXIGE (grifo nosso) que a comunidade lance mão de qualquer recurso necessário para assegurá-lo”
(DWORKIN, 2009. p.334)
1 – É o direito de que seja ofertado ao paciente todos os recursos disponíveis para o seu tratamento.
Dignidade
Os demenciados têm direito à Dignidade?
Os demenciados (em estágios finais) parecem ter perdido a capacidade de reconhecer a indignidade, ou sofrer por ela. Terão direito mesmo assim?
Direito à Dignidade dos demenciados
“Assim como a autonomia, o respeito por si mesmo exige um certo grau de competência geral, e em especial, um senso de auto-identidade ao longo do tempo, que já se perderam para as pessoas gravemente demenciadas (grifo nosso)”
(DWORKIN, 2009. p.335)
Teoria experiencial da indignidade
“Pressupõe que a indignidade provoca em suas vítimas um sofrimento mental especialmente grave e característico, do qual as pessoas se ressentem e que as leva, em consequências, a sofrer mais com a indignidade do que com a qualquer outra forma de privação”
(DWORKIN, 2009. p.335)
Direito à Dignidade dos demenciados
Seriam então os demenciados merecedores da dignidade?
De fato, “com base na explicação experiencial, parece duvidoso que o demenciado tenha algum direito geral à dignidade, e a preocupação por seu amor-próprio parece ser, de fato, apenas um sentimentalismo dispendioso, algo como chamar um cabelereiro para quem está em coma (grifo nosso)” (DWORKIN, 2009. p.336)
Direito à Dignidade dos demenciados
Por que essa teoria não é convincente quando aplicada em relação à dignidade dos demenciados?
“Essa Teoria experiencial da indignidade não é convincente, pois não dá conta de características centrais de nossas convicções sobre a dignidade. Não explica nosso entendimento de que a dignidade tem tanto uma voz ativa quanto uma voz passiva e que as duas estão interligadas.” (DWORKIN, 2009. p.336)
Direito à Dignidade dos demenciados
“[...] voz ativa: nossa compreensão de que as pessoas se importam, e devem importar-se, com sua própria dignidade”
(DWORKIN, 2009. p.335)
Direito à Dignidade dos demenciados
“Entender que a dignidade significa reconhecer os interesses críticos de uma pessoa, como coisa distinta de fomentar esses interesses, nos proporciona uma leitura útil do princípio kantiano segundo o qual as pessoas devem ser tratadas como fins, nunca simplesmente como meios (grifo nosso)”
(DWORKIN, 2009. p.338-339)
Dignidade
Os demenciados têm direito à Dignidade?
Direito à Dignidade dos demenciados
“Argumentei que uma pessoa que se tornou demenciada conserva seus interesses críticos porque o que lhe acontece afeta o valor ou sucesso de sua vida como todo. O fato de continuar sendo uma pessoa e de o valor geral de sua vida continuar tendo importância intrínseca são verdades que pesam decisivamente em favor de seu direito à dignidade (grifo nosso)”
(DWORKIN, 2009. p.339-340)
Agradecimentos
OBRIGADO.

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