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Prévia do material em texto

2015
Higiene do TrabalHo
Prof.ª Tathyane Lucas Simão 
Prof.ª Jovania Regina Formighieri
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Tathyane Lucas Simão 
Jovania Regina Formighieri
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
363.11 
S588h Simão, Tathyane Lucas
 Higiene do trabalho /Tathyane Lucas Simão, Jovania Regina 
Formighieri. Indaial : UNIASSELVI, 2015.
 207 p. : il.
 
 ISBN 978-85-7830-877-3
 1. Higiene no trabalho. 2. Segurança no trabalho 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresenTação
Antes da Revolução Industrial, pouco se estudou sobre a saúde dos 
trabalhadores e seus ambientes de trabalho. Têm-se relatos que, no século IV 
a.C., Hipócrates reconheceu e registrou a toxicidade do chumbo em minas, 
porém nenhuma medida preventiva foi adotada. 500 anos depois, Plínio 
descreveu os perigos relacionados à utilização do zinco e do enxofre, além 
da aparência dos trabalhadores expostos ao chumbo, mercúrio e poeiras. Ele 
descreveu, também, as primeiras “máscaras” utilizadas, isto é, os escravos 
colocavam panos ou membranas sobre o rosto para minimizar a inalação de 
poeiras (FUNDACENTRO, 2004).
Em 1473, um panfleto sobre doenças ocupacionais foi publicado, no qual 
havia instruções sobre a higiene ocupacional. Em seguida, a obra De re metallica 
(Dos Metais), em 1556, do pesquisador alemão Georgius Agricola, que publicou 
a precariedade com que os mineradores desenvolviam suas atividades e alguns 
dos métodos de prevenção de doenças utilizando a ventilação. 
Após certo tempo estagnada, a higiene ocupacional ganhou nova 
publicação, em 1700, com a obra De morbis artificum diatriba (As doenças dos 
trabalhadores) do médico italiano Bernardino Ramazzini, que descreveu 
uma variedade de doenças provenientes dos ambientes de trabalho. Este 
médico é considerado, hoje, o “pai da higiene ocupacional”. 
Durante o século XVIII, inúmeros problemas relacionados à higiene 
ocupacional foram descobertos. As mudanças ocorridas nesta época na 
economia e tecnologia resultaram na Revolução Industrial, aumentando 
consideravelmente as doenças relacionadas ao trabalho, devido ao ritmo de 
trabalho acelerado e sem as mínimas condições de higiene.
Nas décadas de 1930 e 1940, muitos empregadores foram influenciados 
pelo médico Robert Baker a contratar médicos do trabalho para analisar os 
problemas de saúde dos seus trabalhadores, além de ajudar no cumprimento 
das legislações. Esta atitude foi o passo inicial para os serviços de saúde 
dentro das indústrias. 
Ainda durante a Revolução Industrial, Charles Dickens descreveu as 
diversas alterações nos processos produtivos, as quais geravam mais riscos 
à integridade física e à saúde dos trabalhadores. Suas descrições serviram 
como base para a legislação sobre higiene ocupacional, legislação esta que 
até hoje vigora na Inglaterra.
IV
Já no Brasil, o impulso industrial ocorreu no final do século XIX 
com grandes semelhanças com a Revolução Industrial de cem anos antes na 
Inglaterra. Não diferente da Europa, as condições de trabalho nas indústrias 
brasileiras da época eram péssimas, jornadas de trabalho longas, mão de obra 
feminina e infantil e várias ocorrências de acidentes e doenças profissionais 
(FUNDACENTRO, 2004).
Semelhante ao que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos, após 
denúncias de trabalhadores, jornais e estudos em universidades é que houve 
maior preocupação com a saúde do trabalhador. A partir disso, o Estado começou 
a intervir nas relações de trabalho através de legislações específicas, aprovando, 
em 1919, o Decreto nº 3.754 (primeira lei sobre acidentes de trabalho).
A atuação do Ministério do Trabalho no campo da higiene e segurança 
do trabalho iniciou no governo de Getúlio Vargas e, assim, influenciou a 
formação de profissionais nesta área.
 
 Diante da importância da Higiene Ocupacional para os trabalhadores 
e para a sociedade em geral, este Caderno de Estudos trará uma apresentação 
sobre os agentes físicos, químicos e biológicos. Apresentará as doenças 
relacionadas a estes agentes, bem como os processos para caracterizá-los, os 
métodos de avaliação de cada agente, os equipamentos para essa avaliação e 
como interpretar os resultados encontrados nas avaliações ambientais. Trará, 
ainda, as normas, nacionais e internacionais, sobre os agentes, os programas 
de prevenção para estes agentes e como selecionar os equipamentos de 
proteção adequados.
 Este caderno será dividido da seguinte forma: na primeira unidade 
serão abordados os agentes físicos, na segunda unidade serão abordados 
os agentes químicos e para finalizar, a terceira unidade trará tudo sobre os 
agentes biológicos.
Bons estudos!
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
UNIDADE 1 – AGENTES FÍSICOS ..................................................................................................... 1
TÓPICO 1 – RUÍDO E VIBRAÇÃO ..................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 RUÍDO .................................................................................................................................................... 3
2.1 CONCEITOS GERAIS RELACIONADOS AO RUÍDO .............................................................. 4
2.2 DOENÇAS E SINTOMAS QUE O RUÍDO CAUSA NO ORGANISMO ................................. 4
2.3 AVALIAÇÃO DO RUÍDO ............................................................................................................... 5
2.4 PROCESSOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AO RUÍDO .............................. 6
2.5 INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DO RUÍDO ................................................................. 6
2.6 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXOS 1 E 2 ....................................................... 7
2.6.1 Anexo 1 ..................................................................................................................................... 7
2.6.2 Anexo 2 .....................................................................................................................................9
2.7 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 01 ................................................................. 9
2.8 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA ............................................................. 10
2.9 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAIS E COLETIVOS .............. 11
2.9.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI ...................................................................... 11
2.9.2 Equipamentos de Proteção Coletivos – EPC ...................................................................... 12
2.9.2.1 Medidas de controle na fonte ............................................................................................. 12
2.9.2.2 Medidas de controle na trajetória ...................................................................................... 12
3 VIBRAÇÕES .......................................................................................................................................... 13
3.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO 
 CAUSA NO ORGANISMO ............................................................................................................ 14
3.2 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A VIBRAÇÃO LOCALIZADA OU DE MÃO
 E BRAÇO CAUSAM NO ORGANISMO ...................................................................................... 14
3.3 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO À VIBRAÇÃO ........................... 15
3.4 INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA VIBRAÇÃO ......................................................... 15
3.5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 8 .......................................................... 17
3.6 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 09 E 10 ......................................................... 17
3.6.1 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 09: avaliação da exposição
 ocupacional a vibrações de corpo inteiro ............................................................................ 18
3.6.2 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 10: avaliação da exposição
 ocupacional a vibrações em mãos e braços ......................................................................... 18
3.7 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA .................. 18
3.7.1 Equipamento de Proteção Individual – EPI ........................................................................ 19
3.7.2 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC .......................................................................... 19
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 20
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 21
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 22
TÓPICO 2 – TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS ................................... 23
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23
2 TEMPERATURAS EXTREMAS ......................................................................................................... 23
2.1 CALOR ............................................................................................................................................. 23
sumário
VIII
2.1.1 Doenças e sintomas que o calor causa no organismo ........................................................ 24
2.1.2 Processo para caracterização de exposição ao calor .......................................................... 24
2.1.3 Instrumentos para avaliação do calor .................................................................................. 25
2.1.4 Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo nº 3 ..................................................................... 26
2.1.5 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 06 ........................................................................ 28
2.1.6 Seleção de Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo .......................................... 29
2.1.6.1 Equipamentos de Proteção Individuais - EPI ................................................................. 29
2.1.6.2 Equipamentos de Proteção Coletivos – EPC ................................................................... 29
2.2 FRIO ................................................................................................................................................... 30
2.2.1 Doenças e sintomas que o frio causa no organismo ......................................................... 30
2.2.2 Processo para caracterização de exposição ao frio............................................................. 31
2.2.3 Instrumentos para avaliação do frio .................................................................................... 32
2.2.4 Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo nº 9 ..................................................................... 34
2.2.5 ACGIH – Limites de tolerância ............................................................................................. 35
2.2.6 Seleção de Equipamentos de Proteção Individuais e Coletivos ...................................... 36
2.2.6.1 Equipamento de Proteção Individual ............................................................................... 36
2.2.6.2 Equipamento de Proteção Coletivo ................................................................................... 37
3 PRESSÕES ANORMAIS ..................................................................................................................... 38
3.1 TRABALHOS SOB CONDIÇÕES DE ALTA PRESSÃO – HIPERBÁRICA ............................. 38
3.1.1 Doenças e sintomas que a alta pressão causa no organismo ............................................ 38
3.1.2 Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo nº 6 ..................................................................... 38
3.2 TRABALHOS SOB CONDIÇÕES DE BAIXA PRESSÃO – HIPOBÁRICA ............................. 39
3.2.1 Doenças e sintomas que a pressão hipobárica causa no organismo ............................... 40
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42
TÓPICO 3 – RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM
 E ULTRASSOM E UMIDADE........................................................................................ 43
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 43
2 RADIAÇÕES IONIZANTES .............................................................................................................. 43
2.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A RADIAÇÃO IONIZANTE CAUSA NO ORGANISMO 44
2.2 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO IONIZANTE .. 44
2.3 INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE ................................ 45
2.4 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 5 .......................................................... 47
2.5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 16 – PERICULOSIDADE ............................................. 47
2.6 CNEN-NE-3.01 – DIRETRIZES BÁSICAS DE RADIOPROTEÇÃO ......................................... 48
2.7 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 05 ................................................................. 48
2.8 ACGIH – LIMITES DE TOLERÂNCIA ......................................................................................... 49
2.9 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO ................. 49
2.9.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI ...................................................................... 50
2.9.2 Equipamentos de ProteçãoColetiva – EPC ........................................................................ 50
3 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES ................................................................................................... 52
3.2 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE 
 CAUSA NO ORGANISMO ........................................................................................................... 53
3.2 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO NÃO 
IONIZANTE ..................................................................................................................................... 54
3.3 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 7 .......................................................... 54
3.4 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO ................. 54
3.4.1 Equipamento de Proteção Individual – EPI ........................................................................ 54
3.4.2 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC .......................................................................... 55
4 INFRASSOM E ULTRASSOM ........................................................................................................... 56
5 UMIDADE .............................................................................................................................................. 56
IX
5.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A UMIDADE CAUSA NO ORGANISMO........................... 57
5.2 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO À UMIDADE ............................ 57
5.3 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 10 ........................................................ 58
5.4 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO ................. 59
5.4.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI ...................................................................... 59
5.4.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC ........................................................................ 59
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62
UNIDADE 2 – AGENTES QUÍMICOS ................................................................................................ 63
TÓPICO 1 – CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E 
 DOENÇAS RELACIONADAS ....................................................................................... 65
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 65
2 CONCEITOS .......................................................................................................................................... 65
2.1 GASES E VAPORES ......................................................................................................................... 65
2.2 AERODISPERSOIDES ..................................................................................................................... 66
3 VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NO ORGANISMO ............................... 68
4 DOENÇAS RELACIONADAS AOS AGENTES QUÍMICOS ..................................................... 69
4.1 PNEUMOCONIOSES ...................................................................................................................... 69
4.1.1 Silicose ...................................................................................................................................... 71
4.1.2 Asbestose .................................................................................................................................. 71
4.1.3 Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC) ......................................................... 72
4.1.4 Prevenção da Pneumoconiose .............................................................................................. 73
4.2 ASMA OCUPACIONAL ................................................................................................................. 75
4.3 SATURNISMO .................................................................................................................................. 75
4.4 HIDRARGIRISMO ........................................................................................................................... 77
4.5 DOENÇA CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO AO CROMO .......................................................... 78
4.6 DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES ORGÂNICOS........................ 79
4.7 BENZENISMO ................................................................................................................................. 80
4.8 DERMATITE ..................................................................................................................................... 81
4.8.1 Dermatite de contato por irritantes ...................................................................................... 82
4.8.1.1 Dermatite irritativa de contato forte (DICF) .................................................................... 82
4.8.2 Dermatites alérgicas de contato (DAC) ............................................................................... 83
4.9 ULCERAÇÕES ................................................................................................................................. 84
4.9.1 Úlcera crônica da pele não classificada em outra parte .................................................... 84
4.10 CÂNCER CUTÂNEO OCUPACIONAL .................................................................................... 85
4.11 PREVENÇÃO DAS DERMATITES ............................................................................................. 86
4.11.1 Prevenção primária: promoção da saúde .......................................................................... 86
4.11.2 Prevenção secundária .......................................................................................................... 86
4.11.3 Prevenção terciária .............................................................................................................. 86
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 87
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 90
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 91
TÓPICO 2 – CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO ................................. 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 CARACTERIZAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS ..................................................................... 93
3 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS AGENTES QUÍMICOS ...................................................... 95
4 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DOS AGENTES QUÍMICOS .................................................. 97
4.1 TIPOS DE AMOSTRAGEM ............................................................................................................ 98
4.2 DURAÇÃO E NÚMERO DE AMOSTRAS ................................................................................... 99
X
4.3 INSTRUMENTAÇÃO ..................................................................................................................... 99
4.3.1 Avaliação de gases e vapores ..............................................................................................100
4.3.2 Avaliação de Aerodispersoides ...........................................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................106AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107
TÓPICO 3 – NORMAS E RESULTADOS .........................................................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS ..........................................................................................109
3 NORMAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS ..........................................................................110
3.1 NR 15: ANEXO 11 ..........................................................................................................................112
3.2 NR 15: ANEXO 12 ..........................................................................................................................114
3.3 NR 15: ANEXO 13 ..........................................................................................................................115
3.4 ACGIH .............................................................................................................................................116
4 MEDIDAS DE CONTROLE .............................................................................................................119
4.1 MEDIDAS RELATIVAS AO AMBIENTE ...................................................................................119
4.2 MEDIDAS RELATIVAS AO HOMEM ........................................................................................119
5 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ..........................................................................................................122
5.1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA E SELEÇÃO DE 
 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO ............................................................................................122
5.1.1 Administração do programa ...............................................................................................123
5.1.2 Procedimentos operacionais escritos .................................................................................123
5.1.3 Seleção, limitação e uso de respiradores ...........................................................................124
5.1.3.1 Treinamento........................................................................................................................127
5.1.3.2 Ensaio de vedação..............................................................................................................127
5.1.3.3 Manutenção, Inspeção e Guarda .....................................................................................128
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130
UNIDADE 3 –AGENTES BIOLÓGICOS ..........................................................................................131
TÓPICO 1 – CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS .................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 AGENTES BIOLÓGICOS .................................................................................................................133
3 CLASSIFICAÇÃO E FORMAS DE DISPERSÃO NO AMBIENTE ..........................................136
4 CONTRAÇÃO DOS AGENTES PELO ORGANISMO ..............................................................139
5 DOENÇAS RELACIONADAS .........................................................................................................140
5.1 HUMAN IMMUNODEFICIENCY VIRUS - HIV (AIDS) ........................................................142
5.2 VHA - HEPATITE A ......................................................................................................................142
5.3 VHB – HEPATITE B .......................................................................................................................143
5.4 VHC – HEPATITE C ......................................................................................................................143
5.5 VHD – HEPATITE D ......................................................................................................................144
5.6 MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS – TUBERCULOSE ......................................................144
5.7 ORTOMIXOVIRUS INFLUENZA – INFLUENZA ....................................................................145
5.8 FLAVIRIDAE – DENGUE CLÁSSICA .........................................................................................145
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................147
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................148
TÓPICO 2 – HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO .......................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
3 FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO ..............................................................................................152
4 INSTRUMENTAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS ............................153
XI
5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS .....................155
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 4 – NORMAS E RESULTADOS .........................................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 LEGISLAÇÃO E NORMAS REGULAMENTADORAS .............................................................163
3 NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE ................165
4 NORMAS INTERNACIONAIS .......................................................................................................176
5 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES ................................................178
6 RELAÇÃO DOS RESULTADOS COM PROGRAMAS DE 
 SEGURANÇA DO TRABALHO .....................................................................................................180
7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO ..........................................186
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................193
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................196
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................197
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................199
XII
1
UNIDADE 1
AGENTES FÍSICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender os agentes físicos e suas formas de energia;
• compreender quais são as doenças relacionadas ao agente físico;
• definição dos instrumentos e métodos de medição e caracterização dos agen-
tes físicos ligados às Normas Regulamentadoras e Normas Internacionais;
• apresentação dos limites detolerância exigidos pela Norma Regulamenta-
dora nº 15;
• apresentação de Normas Internacionais relacionadas aos agentes físicos;
• definição dos equipamentos de proteção individual para cada agente físico.
Esta unidade de ensino está dividida em 3 tópicos, sendo que, ao final de cada 
um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação 
dos conteúdos.
TÓPICO 1 – RUÍDO E VIBRAÇÃO
TÓPICO 2 – TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
TÓPICO 3 – RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, 
INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE 
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
RUÍDO E VIBRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Neste tópico você irá estudar sobre os agentes 
físicos ruído e vibração. Vai estudar todos os itens que compõem o entendimento 
desses itens. Os riscos físicos expõem uma troca de energia surpreendente entre 
o organismo e o ambiente, mas, se a quantia for excedente ao que o organismo 
pode resistir, as doenças podem aparecer.
2 RUÍDO
Todos os dias acontecem várias situações que envolvem som ou ruído, 
mas nunca percebemos ou paramos para decifrar o que está acontecendo. E esse 
é o problema quando o assunto é ruído no ambiente de trabalho, onde, hoje em 
dia, passamos a maior parte do nosso tempo.
Segundo Russo, Toise e Pereira (1984), o ruído é uma superposição de 
vários movimentos vibratórios, com frequências e intensidades diferentes. Seus 
componentes não são harmônicos entre si, comportando-se como um todo único. 
Geralmente, a sensação auditiva subjetiva provocada por ele é desagradável e 
perturbadora, principalmente quando se apresenta intenso e inesperado.
Leal (2008, S.P) relata que os riscos físicos se caracterizam por:
a) Exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem 
sua nocividade. 
b) Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a 
fonte do risco. 
c) Em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas.
Com isso podemos ter uma noção do quanto o ruído é um problema na vida 
dos empregados e dos empregadores, porque ele não prejudica apenas quem está 
operando a máquina ou outro equipamento, pois, por ser o meio de transmissão o 
ar, o ambiente todo apresenta o ruído, afetando todos os empregados que estão lá.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
4
2.1 CONCEITOS GERAIS RELACIONADOS AO RUÍDO
Existem algumas explicações que precisam ser entendidas para que fique 
mais fácil compreender o ruído.
Som: é uma vibração que se dissemina através do ar em forma de ondas e é 
compreendida pelo ouvido humano. O som é confortável aos nossos ouvidos. 
Dependendo da frequência e da intensidade, ele pode ser relativamente danoso.
Ruído: é uma vibração que se dissemina através do ar em forma de ondas e é 
compreendida pelo ouvido humano. Ao contrário do som, o ruído é insuportável 
aos nossos ouvidos. Dependendo da frequência e da intensidade, ele pode ser 
relativamente danoso.
Frequência: é a quantia de ondas de um som difuso no período de 1 segundo. Os sons 
agudos são considerados os de alta frequência, já os sons graves são considerados os 
de baixa frequência. Nossos ouvidos são mais vulneráveis em algumas frequências 
do que em outras. A forma de medida da frequência é o Hertz (Hz).
Intensidade: é a ação ou pressão que o som desempenha em nossos ouvidos. É 
chamado como altura ou volume. Podemos diferenciar os sons de alta e baixa 
intensidade da seguinte forma: um sítio onde só existe a tranquilidade do mato e 
nada mais tem sons de baixa intensidade, enquanto uma fábrica onde tem máquinas 
ruidosas tem sons de alta intensidade. Então, conhecendo a diferença, conseguimos 
entender que quanto maior os valores da intensidade, mais o ruído torna-se uma 
ameaça para o empregado. A forma de medida da intensidade é o decibel (dB).
2.2 DOENÇAS E SINTOMAS QUE O RUÍDO CAUSA NO 
ORGANISMO
O ruído, sem que notem, causa uma série de problemas à saúde. Brito 
(1999, p. 16) deixa claro em seu estudo sobre o assunto:
O corpo humano começa a responder aos ruídos a partir de 85 dB. Essa 
reação ao ruído leva nosso organismo a ter diferentes respostas, como: 
dilatação da pupila; aumento da produção de hormônios da tireoide; 
aumento de batimento cardíaco; contração dos vasos sanguíneos; 
aumento da produção de adrenalina; baixo rendimento no trabalho; 
ansiedade; tensão; irritabilidade; insônia; alteração nos ciclos 
menstruais; impotência; nervosismo; baixa concentração; cansaço; 
aumento da pressão sanguínea; acidentes e outros.
Os efeitos do ruído são inúmeros, mas existe um facilmente 
demonstrável, que é a interferência com a comunicação oral. Esta 
acontece principalmente nas frequências de 500, 1000 e 2000 Hz, as 
denominadas bandas de oitava. Quando existe um som que possui 
níveis semelhantes aos da voz humana, e este é emitido nas frequências 
da voz, ocorre uma espécie de “mascaramento” que pode dificultar 
a comunicação oral, propiciando, assim, um aumento do número de 
acidentes de trabalho.
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
5
A vulnerabilidade da orelha humana à ação do ruído pode desencadear 
uma perda auditiva.
Quando ocorre uma lesão auditiva neurossensorial, surge a 
possibilidade de vários outros sintomas, entre eles:
· Zumbidos.
· Dificuldade no entendimento da fala.
· Outros (algiacusia; sensação de plenitude auricular; dificuldade de 
localização da fonte sonora).
Na audição, os efeitos podem ser:
Perda Auditiva Temporária (TTS) – ocorre quando o indivíduo é 
exposto a ruído intenso mesmo que por pouco tempo, e faz com que o 
limiar auditivo sofra alteração. Essa redução é temporária, e a audição 
volta ao normal após um período de repouso auditivo.
Trauma Acústico – é considerado como uma perda auditiva repentina, 
quando ocorre uma única exposição de ruído de impacto como 
explosões, produzindo lesões irreversíveis na cóclea, pois os níveis 
sonoros excedem os limites fisiológicos dessa estrutura.
Perda Auditiva Permanente (PAIR) – é decorrente da exposição a 
ruídos de alta intensidade por longos períodos. É também irreversível, 
pois há destruição de células auditivas.
A PAIR pode acarretar dificuldades para perceber sons agudos, como 
telefone, campainhas, relógio e outros. Rapidamente a lesão também 
começa a comprometer as frequências das áreas de conversação, 
afetando, assim, o reconhecimento da fala.
Pôde perceber, acadêmico(a), como é importante você entender tudo 
sobre ruído? O quanto ele é prejudicial e silencioso na vida das pessoas? O ruído 
não demonstra que está chegando à vida das pessoas, por isso precisa ser tratado 
com muita cautela.
2.3 AVALIAÇÃO DO RUÍDO
Conforme Saliba (2013, p. 205), a avaliação do ruído pode ser feita com os 
seguintes objetivos:
Avaliação Ocupacional: Esse tipo de controle visa constatar os 
possíveis riscos de dano auditivo e seu controle.
Avaliação do ruído para caracterização da insalubridade: A perícia 
visando à possível caracterização da insalubridade tem como base 
legal a NR 15, Anexos 1 e 2, e na maioria das vezes é realizada em 
perícias judiciais.
Avaliação para fins de aposentadoria especial: Essa avaliação é 
realizada para fins de comprovação junto ao INSS da exposição a 
níveis de ruído prejudiciais à saúde. O critério utilizado são as normas 
da NR 15, ACGIH, e da Previdência Social (Decreto nº 3.048/99).
Avaliação para fins de conforto: O critério utilizado nessa avaliação 
está regulamentado na NR 17 da Portaria nº 3.214/78 e nas normas da 
ABNT, em especial, NBR 10152, que serão mais detalhadas no capítulo 
VII – Ergonomia.
Avaliação da perturbação do sossego público: Nessa avaliação, a 
regulamentação em legislação municipal, estadual ou federal e as normas 
técnicas pertinentes encontram-se, em especial, nas normas da NBR 10151 
e 10152 da ABNT, que sugerimos aos leitores que fossem consultadas.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
6
2.4 PROCESSOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃOAO RUÍDO
Para ser constatada a exposição ao ruído de um trabalhador, precisa ser 
realizado o levantamento do ambiente de trabalho englobando a função do 
trabalhador, o que ele faz durante sua jornada de trabalho, quais são as máquinas 
e os equipamentos que ele opera, quais são os EPIs que ele utiliza, entre outras 
informações necessárias. Depois de realizado o levantamento de informações, 
são efetuadas as medições em cada operador ou em cada grupo homogêneo, que 
é um grupo de trabalhadores que realiza a mesma atividade. Após as medições 
concluídas, são expostos os resultados e é averiguado o que precisa ser feito para 
melhorar o ambiente de trabalho e quais são os tipos de EPI que o operador terá 
que utilizar caso o ruído passe do seu limite de tolerância estabelecido pela NR 15. 
2.5 INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DO RUÍDO
Os homens são capazes de detectar de onde vêm as ondas sonoras e 
distingui-las, mas com o aumento repentino de barulho em todos os lugares 
não é possível fazer afirmações precisas sobre um determinado som. Foi 
justamente pensando nisso que o mercado de aparelhos de medidas e precisão 
passaram a oferecer aparelhos, cuja função é medir a intensidade do som, como 
o decibelímetro e o dosímetro de ruído (SANCHES, 2012).
O decibelímetro dá o resultado do nível de pressão sonora na hora em 
seu leitor digital. Esse aparelho é o mais utilizado para comprovar a existência do 
som no ambiente de trabalho.
FIGURA 1 - MEDIDOR DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA – 
DECIBELÍMETRO
FONTE: Disponível em: <http://www.ferramentaskennedy.com.
br/loja/produto/31/8644/decibelimetro-digital-35-a-130-decibeis-
calibracao-interna-de460-instrutherm>. Acesso em: 24 fev. 2015.
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
7
O dosímetro de ruído é colocado no cinto ou no cós da calça do 
trabalhador, e próximo ao seu ouvido fica o microfone conectado a um cabo 
que leva as informações até o dosímetro. Esse aparelho pode ser utilizado em 
diversos trabalhadores em um dia, contando que as medições realizadas em cada 
trabalhador seja o suficiente de informações necessárias do seu dia de trabalho.
FIGURA 2 - DOSÍMETRO DE RUÍDO
FONTE: Disponível em: <http://www.segrad.com.br/locacao-detalhes.
php?id=1462&titulo=Dos%C3%ADmetro%20de%20Ruido%20/%20
Calibrador%20Ac%C3%BAstico>. Acesso em: 24 fev. 2015.
Lembrando que a calibração de todos os aparelhos de medição é importante 
e as aferições precisam ser realizadas periodicamente. Essas aferições, depois de 
realizadas, devem ser certificadas pelo fabricante, assistência técnica autorizada 
ou laboratórios credenciados para esse objetivo.
2.6 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXOS 1 E 2
A Norma Regulamentadora nº 15, em seus anexos 1 e 2, traz os limites de 
tolerância para os ruídos contínuos ou intermitentes e de impacto.
2.6.1 Anexo 1
QUADRO 1 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE
NÍVEL DE RUÍDO dB (A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
8
FONTE: Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A47594D040147D14EAE840951/
NR-15%20(atualizada%202014).pdf>. Acesso em: 23 fev. 2015.
Veja o que diz a Norma Regulamentadora nº 15 (2014) sobre o ruído 
contínuo ou intermitente:
1) Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de 
aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto. 
2) Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em 
decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando 
no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). 
As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. 
3) Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os 
limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo. 
4) Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será 
considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível 
imediatamente mais elevado. 
5) Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) 
para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos. 
6) Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de 
exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus 
efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes frações:
C1 + C2 + C3 + Cn
T1 T2 T3 Tn
Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na 
equação acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto 
a um nível de ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária 
permissível a este nível, segundo o quadro deste anexo. 
7) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a 
níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem 
proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente.
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
9
2.6.2 Anexo 2
O anexo 2 da Norma Regulamentadora nº 15 (2014) trata sobre o ruído 
de impacto:
1) Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de 
energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos 
superiores a 1 (um) segundo. 
2) Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com 
medidor de nível de pressão sonora operando no circuito linear 
e circuito de resposta para impacto. As leituras devem ser feitas 
próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para ruído 
de impacto será de 130 dB (linear). Nos intervalos entre os picos, o 
ruído existente deverá ser avaliado como ruído contínuo. 
3) Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora 
com circuito de resposta para impacto, será válida a leitura feita no 
circuito de resposta rápida (FAST) e circuito de compensação "C". 
Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C). 
4) As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem 
proteção adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 
dB(LINEAR), medidos no circuito de resposta para impacto, ou 
superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de resposta rápida (FAST), 
oferecerão risco grave e iminente.
O grau de insalubridade afixado para os ruídos contínuos ou intermitentes 
e de impacto é de 20%.
Acadêmico(a)! Verifique na Norma Regulamentadora nº 15 todas as 
informações importantes sobre o ruído, a qual está disponível no site oficial do Ministério 
do Trabalho e Emprego: <http://portal.mte.gov.br/>.
IMPORTANT
E
2.7 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 01
A NHO 01 tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a 
avaliação da exposição ocupacional ao ruído, que implique risco potencial de surdez 
ocupacional. Ela se aplica à exposição ocupacional a ruído contínuo ou intermitente 
e a ruído de impacto, em quaisquer situações de trabalho, contudo não está voltada 
para a caracterização das condições de conforto acústico (FUNDACENTRO, 2001).
Vamos ver o que diz a Norma de Higiene Ocupacional NHO 01 
(FUNDACENTRO, 2001) referente aos ruídos contínuos, intermitentes e de impacto: 
Ruído contínuo ou intermitente: todo e qualquer ruído que não está 
classificado como ruído de impacto ou impulsivo.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
10
Acadêmico(a)! Verifique na Norma de Higiene Ocupacional – NHO 01 – todas 
as informações importantes sobre o ruído. Disponível no site oficial da FUNDACENTRO: 
<http://www.fundacentro.gov.br/>.
IMPORTANT
E
2.8 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA
O programa de Proteção Auditiva traz benefício a quem é portador de 
perda auditiva ou não. Tem como objetivoprevenir as perdas auditivas e até 
estabilizar as perdas já acentuadas em decorrência da exposição ocupacional ao 
ruído (NETO, 2014).
O ponto inicial do PCA é a inspeção no ambiente de trabalho, verificando 
cada função e analisando cada posto de trabalho, identificando onde possa 
existir o ruído.
Na fase de avaliação ocupacional do ruído será feita uma avaliação 
sistemática e repetitiva dos níveis de ruído, definindo a dose e o LEQ em cada 
posto de trabalho (grupo homogêneo da exposição) (SALIBA, 2013).
Conforme Saliba (2013, p. 463), vamos entender agora como proceder nos 
casos de cada dose:
Dose > 0,5 < 1,0
Nesse caso, a NR 9 exige “Nível de Ação”. Segundo o subitem 9.3.6.1, 
esse nível representa o valor acima do qual devem ser iniciadas as 
ações preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as 
exposições a ruído ultrapassem os limites. As ações devem incluir o 
monitoramento periódico da exposição, a informação ao trabalhador 
e o controle médico.
Dose > 1,0
Nesse caso, devem-se, prioritariamente, estudar medidas de controle 
na fonte e na trajetória. Se essas medidas forem suficientes para 
reduzir a intensidade do ruído abaixo do limite (dose < 0,50), devem-
se apenas monitorar os riscos periodicamente. Se essas medidas 
não forem suficientes para reduzir a dose a < 1, devem-se adotar 
medidas de controle no homem, tais como limitação do tempo de 
exposição e o uso de EPIs. No caso dos EPIs, após a seleção deve-
se calcular sua atenuação, conforme explicado anteriormente. Caso 
sua atenuação reduza a intensidade abaixo do Limite de Tolerância, 
deve ser implantado o seu uso. O treinamento para o uso correto, 
Ruído de impacto ou impulsivo: ruído que apresenta picos de energia 
acústica de duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores 
a 1 (um) segundo.
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
11
a substituição periódica, a higienização, a obrigatoriedade do uso 
efetivo, entre outros, são medidas necessárias na busca da eficiência 
de EPIs. Lembramos que o uso parcial do protetor auricular reduz 
significativamente sua atenuação. Caso o EPI não seja suficiente para 
reduzir a exposição à dose < 1,0, deve-se limitar o tempo de exposição 
ou adotar medidas de controle na fonte ou trajetória.
O controle médico, especialmente os exames audiométricos, irá verificar 
a eficiência das medidas de controle adotadas. A audiometria deve ser realizada 
na admissão, na demissão, nas mudanças de função e, periodicamente, conforme 
preceitua a NR 7 da Portaria nº 3.214 (SALIBA, 2013).
2.9 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Chegamos ao final do estudo sobre o ruído. A seleção dos equipamentos 
e medidas de controle deve ser feita conforme os resultados obtidos e o que 
melhor encaixa.
As medidas de controle do ruído podem ser consideradas basicamente 
de 3 (três) maneiras distintas: na fonte, na trajetória e no homem. As medidas 
na fonte e na trajetória deverão ser prioritárias, quando viáveis tecnicamente 
(SALIBA, 2013).
Vamos verificar, agora, os Equipamentos de Proteção Individual e os 
Equipamentos de Proteção Coletivos para eliminação ou neutralização do ruído.
2.9.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI
Os profissionais de segurança no trabalho e empregadores devem entender 
que o controle no homem, que é a utilização de Equipamentos de Proteção 
Individual (EPI), é a última saída que deve ser tomada. Os EPIs podem servir 
de complemento para as medidas adotadas na fonte e na trajetória, e também 
quando essas adotadas não forem o bastante para reparar o problema.
FIGURA 3 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA RUÍDO
FONTE: Disponível em: <http://www.cenciseg.com.br/>. Acesso em: 24 fev. 2015.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
12
2.9.2 Equipamentos de Proteção Coletivos – EPC
Os EPCs, ou medidas de controle, são mais eficientes do que os EPIs e 
também não geram tantos transtornos ao trabalhador.
2.9.2.1 Medidas de controle na fonte
Saliba (2013, p. 206) relata que são várias as medidas de controle na fonte que 
podem ser adotadas a fim de evitar que o ruído faça parte do dia a dia do trabalhador:
- Substituir equipamento por outro mais silencioso;
- Balancear e equilibrar partes móveis;
- Lubrificar eficazmente rolamentos, mancais etc.;
- Reduzir impactos, na medida do possível;
- Alterar o processo;
- Programar as operações, de forma que permaneça o menor número 
de máquinas funcionando simultaneamente;
- Aplicar material de modo a atenuar as vibrações;
- Regular os motores;
- Reapertar as estruturas;
- Substituir engrenagens metálicas por outras de plástico ou celeron.
2.9.2.2 Medidas de controle na trajetória
Quando as medidas de controle na fonte foram estudadas, mas chega-se à 
conclusão de que não será viável, entra-se no processo de verificação de medidas 
de controle no meio.
Vamos entender melhor o processo de medidas de controle na trajetória 
que Saliba (2013, p. 207) demonstra:
- Evitar a propagação – por meio de isolamento.
- Conseguir um máximo de perdas energéticas por absorção.
O isolamento acústico pode ser feito das seguintes formas:
1 – Evitando que o som se propague a partir da fonte;
2 – Evitando que o som chegue ao receptor.
Isolar a fonte: Significa a construção de barreira que separe a causa 
do ruído do meio que o rodeia, para evitar que esse som se propague.
Isolar o receptor: Construção de barreiras que separem a causa e o 
meio do indivíduo exposto ao ruído.
Deve-se ressaltar que a simples utilização do EPI não implica a eliminação de 
o risco do trabalhador vir a sofrer diminuição da capacidade auditiva. Os protetores 
auriculares, para serem eficazes, deverão ser usados de forma correta e obedecer aos 
requisitos mínimos de qualidade representada pela capacidade de atenuação, que 
deverá ser devidamente testada por órgão competente. O uso constante do protetor 
é importante para garantir a eficácia da proteção (SALIBA, 2013).
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
13
3 VIBRAÇÕES
A vibração no meio industrial é bem comum e seu acompanhamento deve ser 
levado em conta, assim como qualquer outro agente. As consequências que ele gera 
na saúde humana são significativas, sendo essencial avaliação e monitoramento.
A vibração é um deslocamento oscilatório de um corpo em razão de forças 
desequilibradas de elementos rotativos e movimentos intermitentes de uma 
máquina ou equipamento. É representado um movimento oscilatório e periódico 
caso o corpo vibre, abrangendo deslocamento em um determinado tempo.
Vamos entender dois tipos de vibrações ocupacionais que são muito 
presentes nos ambientes industriais: vibração de corpo inteiro e vibração 
localizada ou de mão e braço.
• Vibração ocupacional de corpo inteiro: Essas vibrações são passadas 
ao corpo em uma totalidade, frequentemente por meio da superfície de 
sustentação, como os pés, costas, nádegas de um indivíduo assentado. 
Normalmente, ocorrem em trabalho com máquinas pesadas: tratores, 
caminhões, ônibus, aeronaves, máquinas de terraplanagem, grandes 
compressores, máquinas industriais. 
• Vibração ocupacional localizada ou de mão e braço: Essas vibrações 
abrangem certas partes do corpo, em especial mãos e braços. 
Normalmente, ocorrem em operações com ferramentas manuais 
vibratórios: marteletes, britadores, rebitadeiras, compactadores, 
politrizes, motosserras, lixadeiras, peneiras vibratórias, furadeiras 
(HABRA, 2015, p. 5).
Os materiais mais utilizados para fazer o isolamento acústico são cortiça 
e lã de vidro, que são absorventes de som. Esses materiais devem ser utilizados 
para envolver as barreiras isolantes de som.
Percebem como vários dos tipos de medidas de controle são os EPCs que 
auxiliam a empresa a não terem gastos com os EPIs, e não ter o desgaste dos 
profissionais de segurança no trabalho e lideranças na imposição ao seu uso faz 
toda a diferença?Sempre devemos ter em mente que os EPCs e as medidas de controle 
precisam estar sempre em primeiro lugar. Só salvo quando estes saem muito 
caro financeiramente ou deem muito trabalho para a sua instalação, aí sim, 
entra o uso do EPI.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
14
3.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A VIBRAÇÃO DE CORPO 
INTEIRO CAUSA NO ORGANISMO
Um indivíduo exposto à vibração de corpo inteiro pode apresentar vários 
problemas de saúde físicos definitivos ou também alterações no sistema nervoso. 
A região espinhal, o sistema circulatório e urológico e o sistema nervoso central 
são afetados se o trabalhador tem exposição frequente à vibração. Sintomas 
de alteração constantemente ocorrem ao longo da exposição ou após, que são 
insônia, dor de cabeça, tremores e cansaço, mas após um período de descanso os 
sintomas devem desaparecer.
De acordo com Saliba (2013, p. 214), os efeitos constatados em grupos 
sujeitos a circunstâncias rigorosas de vibração foram os seguintes: “Problemas na 
região dorsal e lombar, gastrointestinais, sistema reprodutivo, desordens no sistema 
visual, problemas nos discos intervertebrais, degeneração na coluna vertebral”.
3.2 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A VIBRAÇÃO LOCALIZADA 
OU DE MÃO E BRAÇO CAUSAM NO ORGANISMO
Os efeitos predominantes da exposição à vibração nas mãos e braços 
podem ser de ordem neurológica, osteoarticular, muscular e vascular. 
O desenvolvimento da doença nas suas múltiplas fases em decorrência 
da exposição diária, em vários meses, pode ser notado por meio da apresentação 
demonstrada a seguir por Saliba (2013, p. 224):
- Formigamento ou adormecimento leve e intermitente, ou ambos, são 
frequentemente ignorados pelo paciente porque não interferem no 
trabalho ou em outras atividades. São os primeiros sintomas da síndrome.
- Mais tarde, o paciente pode experimentar ataques de branqueamento 
de dedos, confinados primeiramente às pontas; entretanto, com a 
continuidade da exposição, os ataques podem se estender à base do dedo.
- O frio frequente provoca os ataques, mas há outros fatores envolvidos 
com o mecanismo de disparo, como a temperatura central do corpo, a 
taxa metabólica, o tônus vascular (especialmente cedo, pela manhã) e 
o estado emocional.
- Os ataques de branqueamento geralmente duram de 15 a 60 minutos, 
mas, nos casos avançados, podem durar uma ou duas horas. A recuperação 
se inicia com um rubor, uma hiperemia reativa, especialmente vista na 
palma da mão, avançando do pulso para os dedos.
- Nos casos avançados, devido aos repetidos ataques isquêmicos, o 
tato e a sensibilidade à temperatura ficam comprometidos. Há perda 
de destreza e incapacidade para a realização de trabalhos minuciosos. 
- Prosseguindo a exposição, o número de ataques de branqueamento 
se reduz, sendo substituído por uma aparência cianótica dos dedos.
- Finalmente, pequenas áreas de necrose da pele aparecem na ponta 
dos dedos (acrocianose).
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
15
3.3 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO 
À VIBRAÇÃO
No passado, até poucos anos atrás, a avaliação de vibração no corpo 
humano era pouco realizada, visto que, normalmente, quando se está num 
ambiente com vibrações elevadas, o nível de pressão sonora é bastante elevado. 
A avaliação da atividade por meio da dosimetria de ruído já caracterizava a 
atividade como insalubre (HABRA, 2015).
Para os dois tipos de vibração existentes, temos os instrumentos de 
medição, que fazem os levantamentos de valores que precisamos para obter os 
valores a indicar se existe mesmo a exposição à vibração ou não.
Deve ser feita uma antecipação de quais máquinas ou ferramentas que o 
operador usa; quais são suas atividades; quanto tempo o trabalhador fica exposto 
em cada procedimento que executa; verificar qual o tempo das pausas que ele faz 
e o tempo de exposição integral diário.
Depois de fazer o levantamento, deve ser instalado o instrumento de 
medição no trabalhador para evitar a influência do trabalho rotineiro do operador. 
É importante ressaltar que o trabalhador precisa estar ciente do que esse aparelho 
mede, o porquê que ele vai ser controlado e a importância de ele executar suas 
atividades normalmente, como faz todos os dias para evitar que a medição não 
tenha problemas e que seja realmente como o trabalhador está exposto.
Quando as medições forem encerradas, os valores da medição serão 
comparados aos limites de exposição que são indicados na NR 15 em seu anexo 
nº 8, que será estudado logo abaixo.
3.4 INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA VIBRAÇÃO
Para que a medição seja realizada dentro do solicitado pelas Normas 
NHO 09 e NHO 10, devem ser analisados os procedimentos de medição e tudo 
o que está relacionado aos aparelhos conforme essas Normas, pois a NR 15, 
no seu anexo nº 8, deixa claro que todos os procedimentos técnicos devem ser 
acompanhados nas normas da FUNDACENTRO.
A seguir, vamos conhecer quais são os equipamentos de medição para 
cada tipo de vibração:
A NHO 10 (FUNDACENTRO, 2013) deixa claro que: 
Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição 
ocupacional à vibração em mãos e braços devem atender aos 
requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras 
revisões e complementações e estarem ajustados de forma a atender 
aos seguintes parâmetros:
- circuito de ponderação para mãos e braços (Wh);
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
16
FIGURA 4 - MEDIDOR DE VIBRAÇÃO ACOPLADO AO 
ACELERÔMETRO DE MÃO E BRAÇO
FONTE: Disponível em: <http://www.aiqloja.com.br/medidor-de-
vibracao-mod-mv-100-digital-para-o-corpo-humano.html> Acesso 
em: 20 fev. 2015.
A NHO 09 (FUNDACENTRO, 2013) diz que:
Os medidores a serem utilizados na avaliação da exposição ocupacional 
à vibração de corpo inteiro devem ser integradores, atender aos 
requisitos constantes da Norma ISO 8041 (2005) ou de suas futuras 
revisões e complementações e estar ajustados de forma a atender aos 
seguintes parâmetros:
- circuitos de ponderação para corpo inteiro;
• Wk para o eixo “z”;
• Wd para os eixos “x” e “y”;
- fator de multiplicação “fj” em função do eixo considerado;
• fx = 1,4;
• fy = 1,4;
• fz = 1,0;
- medição em rms.
FIGURA 5 - MEDIDOR DE VIBRAÇÃO ACOPLADO AO ACELERÔMETRO 
DE ASSENTO
FONTE: Disponível em: <http://www.moset.com.br/seg_trabalho.htm>. 
Acesso em: 20 fev. 2015.
- fator de multiplicação em função do eixo considerado: f j = 1,0 para 
os eixos “x”, “y” e “z”;
- medição em rms.
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
17
3.5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 8
A Norma Regulamentadora nº 15 (2014), no seu anexo nº 8, referente a 
vibrações, diz que deve:
Estabelecer critérios para caracterização da condição de trabalho 
insalubre decorrente da exposição às Vibrações de Mãos e Braços 
(VMB) e Vibrações de Corpo Inteiro (VCI). 
Os procedimentos técnicos para a avaliação quantitativa das VCI e 
VMB são os estabelecidos nas Normas de Higiene Ocupacional da 
FUNDACENTRO. 
Caracterização e classificação da insalubridade 
Caracteriza-se a condição insalubre caso seja superado o limite de 
exposição ocupacional diária a VMB correspondente a um valor de 
aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 5 m/s2. 
Caracteriza-se a condição insalubre caso sejam superados quaisquer 
dos limites de exposição ocupacional diária a VCI: 
a) valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren) de 
1,1 m/s2; 
b) valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 21,0 m/s1,75.
Para fins de caracterização da condição insalubre, o empregador deve 
comprovar a avaliação dos dois parâmetros acima descritos. 
As situações de exposição a VMB e VCI superiores aos limites de exposição 
ocupacional são caracterizadas como insalubres em grau médio. 
A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição, 
abrangendo aspectos organizacionais e ambientais que envolvam o 
trabalhador no exercício de suasfunções. 
A caracterização da exposição deve ser objeto de laudo técnico que 
contemple, no mínimo, os seguintes itens: 
a) Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos; 
b) Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, 
realizada de acordo com o item 3 do Anexo 1 da NR-9 do MTE; 
c) Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da 
exposição e representatividade da amostragem; 
d) Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de 
calibração; 
e) Dados obtidos e respectiva interpretação; 
f) Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação; 
g) Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente 
existentes e indicação das necessárias, bem como a comprovação de 
sua eficácia; 
h) Conclusão.
O grau de insalubridade para vibração, conforme inspeção em local de 
trabalho, tem o percentual de 20%.
3.6 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 09 E 10
Vamos verificar, agora, o que dizem as Normas de Higiene Ocupacional 
(NHO) da FUNDACENTRO sobre as vibrações.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
18
3.6.1 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 09:
avaliação da exposição ocupacional a vibrações de 
corpo inteiroa
Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos 
para a avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro (VCI), que 
impliquem possibilidade de ocorrência de problemas diversos à saúde do trabalhador, 
entre os quais aqueles relacionados à coluna vertebral (FUNDACENTRO, 2013).
Acadêmico(a)! Verifique na íntegra a NHO 09, com todas as especificações e 
recomendações para avaliação e exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro. Site 
oficial da FUNDACENTRO: <http://www.fundacentro.gov.br/>.
IMPORTANT
E
3.6.2 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 10:
avaliação da exposição ocupacional a vibrações em 
mãos e braços
Esta norma técnica tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos 
para avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços que 
implique risco à saúde do trabalhador, entre os quais a ocorrência da síndrome 
da vibração em mãos e braços (SVMB) (FUNDACENTRO, 2013).
Acadêmico(a)! Verifique na íntegra a NHO 10, com todas as especificações e 
recomendações para avaliação e exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços. 
Site oficial da FUNDACENTRO: <http://www.fundacentro.gov.br/>.
IMPORTANT
E
3.7 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DEPROTEÇÃO INDIVIDUAL 
E COLETIVA
Chegamos, agora, ao ponto de escolher as melhores maneiras e opções de 
proteger o trabalhador em suas atividades que são expostas à vibração. Vejamos 
a seguir algumas opções para auxiliar o trabalhador em sua jornada.
TÓPICO 1 | RUÍDO E VIBRAÇÃO
19
3.7.1 Equipamento de Proteção Individual – EPI
O EPI mais conhecido e mais utilizado para vibração é a luva antivibração, 
mas devemos lembrar que só o uso da luva não é indicado, pois ela auxiliará 
na diminuição do impacto do equipamento transmitido à mão. É importante 
ressaltar que a vibração acaba deixando o trabalhador exposto a outros riscos, 
que deverão ser analisados e levantados os tipos de EPI, como o ruído e a poeira.
FIGURA 6 - UTILIZAÇÃO DE LUVA ANTIVIBRAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://segurancasaude.blogspot.com.
br/2013/03/riscos-fisicos-no-trabalho-sao.html> Acesso em: 21 fev. 2015.
3.7.2 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC
Saliba (2013, p. 230) selecionou algumas medidas de controle que são 
eficientes no combate à vibração:
Medidas de controle para vibrações de corpo inteiro:
- assentos com suspensão a ar;
- cabines com suspensão;
- calibração adequada do pneu;
- utilização de bancos com descanso para os braços, apoio lombar e 
ajuste do assento e do apoio das costas;
- limitação do tempo de exposição;
- implantação de programa de supervisão médica.
Medidas de controle para vibrações de mão e braço:
- usar ferramentas com características antivibratórias;
- utilizar luvas antivibração;
- executar práticas adequadas de trabalho que permitam manter as 
mãos e o corpo do trabalhador aquecidos bem como minimizar o 
acoplamento mecânico entre o trabalhador e a ferramenta vibratória;
- limitar o tempo de exposição;
- implantar programa de supervisão médica.
Entre outras medidas de prevenção, podemos sempre colocar em pauta 
os treinamentos com os operadores, sua conscientização sobre os riscos que 
estão expostos, quais os problemas que podem causar à sua saúde e também à 
implantação de sinalizações de segurança.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
20
POR QUE OUVIMOS E COMO FUNCIONA A AUDIÇÃO
O sistema auditivo é composto de 3 compartimentos: 
☛ O ouvido externo - formado pela orelha e o canal auditivo (local onde às vezes 
acumula cera), que tem a função de facilitar a captação do som e o amplifica nas 
frequências mais altas. Este fato é uma das principais razões do porquê, embora 
o ruído predominante nas fábricas tenha frequência entre 1000 e 2000 hz, a lesão 
observada no trabalhador compromete primeiro a audição de sons de 3000 a 6000 
hz. O ouvido externo funciona como um amplificador para frequências altas, 
chegando a aumentar a pressão sonora na frequência de 3000 Hz em até 20 decibéis. 
☛ O ouvido médio - composto pela membrana timpânica (o tímpano) e de 3 
ossículos (ossos pequenos) chamados de estribo, martelo e bigorna e dois 
músculos, um chamado estapédio e o outro tensor do tímpano. Os 3 ossos têm 
a função de facilitar a transmissão da energia sonora que chega na membrana 
para o interior de canais cheios de líquido, onde a energia sonora é convertida em 
hidráulica. A maneira como eles estão organizados tem a função de compensar a 
perda de energia que ocorre quando a energia passa do ar para um meio líquido. 
Os dois músculos, quando estimulados, se contraem, tendo a função de proteger 
o ouvido contra efeito de som muito elevado. 
☛ O ouvido interno - formado pela cóclea, que contém os elementos sensoriais 
para a audição e o sistema vestibular responsável pelo nosso equilíbrio (este, 
quando alterado, a pessoa pode apresentar vertigens, como ocorre na labirintite).
COMO PERCEBEMOS OS SONS?
 
A onda sonora atinge a cabeça, penetra no canal auditivo e atinge a membrana 
timpânica, vibrando-a. Esta membrana, ao vibrar, pela pressão dos sons, movimenta 
os 3 ossinhos que pressionam um líquido que existe dentro de canais chamados 
escalas, que fazem parte da cóclea. Este líquido pressionado se movimenta e estimula 
as células ciliadas existentes numa estrutura da cóclea, chamada órgão de Corti, que 
transformam a energia mecânica da onda sonora em impulsos elétricos e os transmitem 
ao cérebro, através do nervo acústico, informando da chegada de um determinado 
som. Isto ocorre, por exemplo, quando algum barulho ocorre inesperadamente perto 
de nós. Se um cão late, o ouvido capta a energia sonora emitida pelo latido, processa 
a energia e informa o cérebro, que aprendeu desde criança, que aquele é o som de um 
cão, de maneira a identificar rapidamente não apenas a existência do som mas sua 
localização e até quem o produziu.
FONTE: Disponível em: <http://www.cerest.piracicaba.sp.gov.br/site/images/caderno7_ruido.pdf>. 
Acesso em: 31 mar. 2014.
LEITURA COMPLEMENTAR
21
Neste tópico, você viu que:
• O ruído é uma superposição de vários movimentos vibratórios, com 
frequências e intensidades diferentes. Seus componentes não são harmônicos 
entre si, comportando-se como um todo único. Geralmente, a sensação auditiva 
subjetiva provocada por ele é desagradável e perturbadora, principalmente 
quando se apresenta intenso e inesperado.
• A vibração é um deslocamento oscilatório de um corpo em razão de forças 
desequilibradas de elementos rotativos e movimentos intermitentes de uma 
máquina ou um equipamento. É representado um movimento oscilatório e 
periódico caso o corpo vibre, abrangendo deslocamento em um determinadotempo.
• Vibração ocupacional de corpo inteiro: essas vibrações são passadas ao corpo 
em uma totalidade, frequentemente por meio da superfície de sustentação, 
como os pés, costas e nádegas de um indivíduo assentado.
• Vibração ocupacional localizada ou de mão e braço: essas vibrações abrangem 
certas partes do corpo, em especial mãos e braços.
RESUMO DO TÓPICO 1
22
1 Quais são os instrumentos utilizados para medir a quantidade de ruído 
presente em um ambiente?
a) ( ) Acelerômetro e Decibelímetro.
b) ( ) Anemômetro e Decibelímetro.
c) ( ) Decibelímetro e Dosímetro.
d) ( ) Dosímetro e Termômetro.
2 Qual o grau de insalubridade que é indicado pela Norma Regulamentadora 
nº 15 para trabalhadores que são expostos à vibração?
a) ( ) 10%.
b) ( ) 20%.
c) ( ) 30%.
d) ( ) 40%.
3 Quantas horas um trabalhador pode ficar exposto a um ruído contínuo de 
85dB (A)?
a) ( ) 8 horas.
b) ( ) 9 horas.
c) ( ) 10 horas.
d) ( ) 11 horas.
AUTOATIVIDADE
23
TÓPICO 2
TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão estudadas as temperaturas extremas, que são o calor e 
o frio, e as pressões anormais, que são as hiperbáricas e as hipobáricas. E referente 
a cada item, serão abordadas as legislações pertinentes e outras informações 
importantes para o entendimento de cada item.
2 TEMPERATURAS EXTREMAS
As temperaturas extremas são situações térmicas que exigem muito dos 
trabalhadores em seus afazeres profissionais. Elas podem ser identificadas em 
vários locais de trabalho, que podem ser em ambientes internos ou externos, mas 
que ambos podem acarretar muitos problemas aos trabalhadores.
As temperaturas extremas são divididas em calor e frio. Vamos, a seguir, 
entender sobre essas duas extremidades da temperatura.
2.1 CALOR 
Calor é uma forma de energia que se transfere de um sistema para outro 
em virtude de uma diferença de temperatura entre eles (ALMEIDA, 2015).
A exposição ao calor é comum em indústrias de fundição, metalúrgicas, 
papel, vidro, siderurgias, olarias, entre outros. E também em ambientes externos 
comuns em épocas do ano que são quentes.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
24
2.1.1 Doenças e sintomas que o calor causa no organismo
No organismo sujeito a uma sobrecarga térmica, várias reações 
fisiológicas ocorrem visando manter o equilíbrio, porém, essas reações provocam 
outras alterações que, somadas, podem resultar em distúrbio fisiológico. Uma 
das reações do organismo é a vasodilatação periférica, que tem a finalidade de 
aumentar a circulação sanguínea na superfície do corpo, através da qual se fazem 
as trocas de calor com o ambiente, pelos mecanismos mencionados. Oura reação 
é a ativação das glândulas sudoríparas, ou seja, há aumento do intercâmbio de 
calor por mudança do suor do estado líquido para vapor. A evaporação do calor 
tende a equilibrar as trocas de calor entre o organismo e o ambiente. Todavia, há 
limitações fisiológicas na perda de calor pelo suor (SALIBA, 2013).
As quatro principais doenças que a exposição ao calor causa são:
Exaustão: Os vasos sanguíneos dilatam e acontece uma falta de sangue do córtex 
cerebral, onde resulta na baixa de pressão arterial.
Desidratação: Reduz o volume do sangue, onde resulta a exaustão do calor.
Câimbras: Com o suor excessivo, o trabalhador perde água e sais minerais, 
principalmente o cloreto de sódio, que tem consequência de ocorrer espasmos 
musculares e câimbras.
Choque térmico: Quando a temperatura do corpo chega a certa temperatura, 
coloca em risco algum tecido vital que não pode ser atingido.
2.1.2 Processo para caracterização de exposição ao calor
Para a caracterização do calor, deve-se realizar uma inspeção no local de 
trabalho, acompanhando:
- Todo o procedimento de trabalho.
- Quais são as máquinas e os equipamentos que o trabalhador utiliza em sua 
jornada de trabalho.
- Se o trabalhador está exposto à carga solar ou não.
- Qual o seu ciclo de trabalho contando tempo trabalhado e tempo de descanso.
- Outras informações que apontem necessárias.
Após a inspeção e anotação de todas as informações pertinentes ao 
processo de exposição, vão ser realizadas as medições necessárias, seguindo 
todas as recomendações existentes na NR 15 e na NHO 06.
Depois de realizadas as medições e levantados os valores, é hora de 
comparar os valores obtidos aos expostos na NR 15 em seu anexo nº 3. Somente 
assim será caracterizada ou não a insalubridade.
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
25
2.1.3 Instrumentos para avaliação do calor
Para sabermos qual a temperatura que o ambiente de trabalho possui, 
devemos fazer as medições com os instrumentos a seguir:
Termômetro de globo (Tg): O termômetro de mercúrio deve ser fixado 
no interior do orifício da rolha, e ambos devem ser inseridos no globo. 
A rolha deve ser fixada no globo com certa pressão a fim de não se 
soltar durante o uso. A posição relativa entre termômetro e rolha deve 
ser tal que, após montado no globo, o bulbo do termômetro fique 
posicionado no centro da esfera.
Termômetro de bulbo úmido natural (tbn): O termômetro de mercúrio 
deve ser montado na posição vertical e revestido com uma camisa de 
algodão branca que deverá envolver totalmente o bulbo de mercúrio. 
Na montagem, verificar que a distância entre a extremidade do 
bulbo (revestido pela camisa) e a lâmina d’água destilada contida no 
erlenmeyer deve ser de 25 mm ou de 2,5 cm. No momento da utilização 
do sistema, umedecer o pano totalmente com água destilada e encher 
o erlenmeyer até a extremidade com água destilada.
Termômetro de bulbo seco (tbs): Esses termômetros devem ser 
montados em um tripé e devem ficar no mesmo plano horizontal 
(SALIBA, 2013, p. 237 - 239).
FIGURA 7 - TERMÔMETROS DE GLOBO, BULBO SECO E BULBO ÚMIDO
Termômetro
de Globo
Termômetro
de Bulbo Seco
Termômetro
de Bulbo
Úmido
FONTE: Disponível em: <http://www.cursosegurancadotrabalho.net/2013/07/
Calculando-temperaturas-Instrumentos-de-medida-de-calor-e-umidade.html>. 
Acesso em: 16 fev. 2015.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
26
2.1.4 Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo nº 3
A Norma Regulamentadora nº15 (2014), em seu Anexo nº 3, expõe todos 
os parâmetros e cálculos para definição de um trabalhador estar exposto ou não 
ao agente físico calor, sabendo assim se terá direito ou não à insalubridade. Vamos 
verificar a seguir o Anexo nº 3 na íntegra:
1) A exposição ao calor deve ser avaliada através do Índice de Bulbo Úmido 
Termômetro de Globo – IBUTG, definido pelas equações que se seguem: 
Ambientes internos ou externos sem carga solar: 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg 
Ambientes externos com carga solar: 
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg 
onde: 
tbn = temperatura de bulbo úmido natural 
tg = temperatura de globo 
tbs = temperatura de bulbo seco. 
2) Os aparelhos que devem ser usados nesta avaliação são: termômetro de bulbo 
úmido natural, termômetro de globo e termômetro de mercúrio comum. 
3) As medições devem ser efetuadas no local onde permanece o trabalhador, à 
altura da região do corpo mais atingida. 
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho 
intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de serviço. 
1) Em função do índice obtido, o regime de trabalho intermitente será definido 
no Quadro nº 1.
QUADRO Nº 1
REGIME DE TRABALHO 
INTERMITENTE COM 
DESCANSO NO PRÓPRIO 
LOCAL DE TRABALHO 
(por hora)
TIPO DE ATIVIDADE
LEVE MODERADA PESADA
Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho, 
sema adoção de medidas 
adequedas de controle
acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
27
2) Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os 
efeitos legais. 
3) A determinação do tipo de atividade (Leve, Moderada ou Pesada) é feita 
consultando-se o Quadro nº 3. 
Limites de Tolerância para exposição ao calor, em regime de trabalho 
intermitente com período de descanso em outro local (local de descanso). 
1) Para os fins deste item, considera-se como local de descanso ambiente 
termicamente mais ameno, com o trabalhador em repouso ou exercendo 
atividade leve. 
2) Os limites de tolerância são dados segundo o Quadro nº 2.
QUADRO Nº 2
M (Kcal/h) MÁXIMO IBUTG
175
200
250
300
30,5
30,0
28,5
27,5
350
400
450
500
26,5
26,0
25,5
25,0
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, determinada 
pela seguinte fórmula:
M = Mt x Tt + Md x Td
 60
Sendo: 
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho. 
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho. 
Md - taxa de metabolismo no local de descanso. 
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
_____
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora, determinado pela 
seguinte fórmula:
_____
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td
 60
Sendo: 
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho. 
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso. 
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
28
Tt e Td = como anteriormente definidos. 
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo 
de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos. 
3) As taxas de metabolismo Mt e Md serão obtidas consultando-se o Quadro nº 3. 
4) Os períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os 
efeitos legais.
QUADRO Nº 3 - TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE
TIPO DE ATIVIDADE Kcal/h
SENTADO EM REPOUSO 100
TRABALHO LEVE
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia). 125
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir). 150
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços. 150
TRABALHO MODERADO
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas. 180
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 175
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação. 220
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 300
TRABALHO PESADO
Trabalho intermitente de levnatar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá). 440
Trabalho fatigante. 550
O grau de insalubridade para exposição ao calor com valores de IBUTG, que 
são maiores do que os limites de tolerância fixados nos Quadros 1 e 2, será de 20%.
2.1.5 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 06
Esta Norma Técnica tem por objetivo o estabelecimento de critérios e 
procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor, que implique 
sobrecarga térmica ao trabalhador, com consequente risco potencial de dano à 
saúde. É aplicada à exposição ocupacional ao calor em ambientes internos ou 
externos, com ou sem carga solar direta, em quaisquer situações de trabalho, 
não estando, no entanto, voltada para a caracterização de conforto térmico 
(FUNDACENTRO, 2002).
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
29
Acadêmico(a)! Verifique na íntegra a NHO 06, com todas as especificações e 
recomendações para avaliação e exposição ocupacional ao calor. Acessem o site oficial da 
FUNDACENTRO: <http://www.fundacentro.gov.br/>.
IMPORTANT
E
2.1.6 Seleção de Equipamentos de Proteção Individual 
e Coletivo
São vários os tipos de Equipamentos de Proteção Individuais para os 
trabalhos com calor, pois variam muito do tipo de ambiente de trabalho e se o 
trabalho é em ambiente interno ou externo. Lembramos, porém, que o EPI deve 
ser escolhido sempre com o objetivo de ter a maior eficiência e conforto.
FIGURA 8 - VESTIMENTAS RESISTENTES À TEMPERATURA
FONTE: Disponível em: <http://sao-paulo.all.biz/aluminizados-aramidas-g
68030#.VPD_5_nF-mg>. Acesso em: 27 fev. 2015.
2.1.6.2 Equipamentos de Proteção Coletivos – EPC
Devemos lembrar que a melhoria no ambiente de trabalho deve vir antes 
do uso dos EPIs, pois todo agente deve ser controlado primeiramente na fonte ou 
na trajetória. Só serão aplicados os EPIs depois que verificadas as razões de por 
que os EPCs não são viáveis ou se não dão total proteção solicitada.
Vamos, agora, entender sobre os Equipamentos de Proteção Individuais e 
Coletivos para trabalhos que tenham exposição ao calor.
2.1.6.1 Equipamentos de Proteção Individuais – EPI
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
30
2.2 FRIO
No frio ocorre o oposto de quando estamos expostos ao calor extremo 
com o nosso corpo. Acontece um estreitamento dos vasos sanguíneos da pele e 
extremidades (orelhas, nariz e dedos da mão e do pé) para segurar a perda de 
calor do ambiente, que traz a consequência de queda repentina de temperatura. 
Assim sendo, mais sangue é remetido aos órgãos indispensáveis à nossa vida, 
como o cérebro e o coração.
FIGURA 9 - TRABALHO EM CÂMARA FRIGORÍFICA
FONTE: Disponível em: <http://www.concurseirosligadosnotrt.com/2012/10/trabalhador-
submetido-frio-continuo-em.html>. Acesso em: 6 fev. 2015.
É muito comum o trabalho que envolva situações com exposição ao frio, 
que pode ser desde um trabalho a céu aberto com temperatura baixa até uma 
indústria que possua em seu interior câmaras frigoríficas, como as indústrias 
alimentícias, enlatados, sorvete, pescados, entre outros.
2.2.1 Doenças e sintomas que o frio causa no organismo
A vasoconstrição periférica é a primeira resposta do organismo para 
tentar uma regularização entre perda e ganho de calor, ou seja, o fluxo sanguíneo 
é reduzido na mesma proporção que o abaixamento da temperatura. Esse 
São várias as medidas que podem ser tomadas para evitar o agente físico calor. 
Entre elas estão: barreiras, ventilação, aclimatização, pausas para descanso e hidratação, 
entre outras, que podem ser consideradas por um profissional especializado.
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
31
abaixamento acarretará, quando a temperatura corpórea chegar a 35°C, em uma 
diminuição gradual de todas as atividades fisiológicas, tais como frequência do 
pulso, pressão arterial e taxa metabólica. Em contrapartida, o corpo reage de forma 
que o indivíduo começa a tremer compulsivamente de maneira a produzir calor 
(aumento da atividade muscular). Se isso não for suficiente para produzir o calor 
necessário, o corpo continuará a perder calor e, por volta dos 29°C, o hipotálamo 
perderá sua capacidade termorreguladora; as células cerebrais irão deprimir-se, 
consequentemente, o indivíduo poderá entrar em sonolência e posterior coma, ou 
seja, o indivíduo adquire o quadro de hipotermia (SALIBA, 2013).
São várias as lesões e os sintomas que a exposição ao frio pode causar ao 
trabalhador, porém existem algumas que são as mais comuns:
Hipotermia: Acontece quando a temperatura interna do corpo reduz abaixo do 
que a temperatura considerável estável ao nosso corpo que é 37,5°C. Os primeiros 
sintomas podem ser calafrios, amnésia, desorientação, entre outros. A temperatura 
corporal, quando alcança o valor de 26°C até 30°C, faz com que a pessoa corra um 
grande risco de vida, podendo ela ter fibrilação ventricular, parada respiratória, 
arritmia e até sua morte.
Congelamento: Acontece quando a temperatura do tecido atinge seu ponto de 
congelamento. As mãos e os pés são mais suscetíveis ao congelamento, pois ficam 
mais expostas. O que causa o congelamento é a falta de circulação sanguínea 
e produção de cristais de gelo no tecido. As células das superfícies congeladas 
morrem, dependendo da dimensãodo congelamento o tecido pode restabelecer-
se ou necrosar. 
Doença nos pés: Acontece em funções onde exijam o trabalho com os pés dentro 
da água fria ou apenas úmidos por ciclos extensos, o que faz o trabalhador ficar 
com pernas e pés paralisados e interrompe a circulação do sangue.
Problemas na pele: Devido ao frio excessivo, o trabalhador poderá apresentar 
gangrenas, rachaduras, fissuras, machucados, entre outros.
Além disso, o frio interfere na eficiência do trabalho e na incidência de 
acidentes, além de desencadear inúmeras doenças reumáticas e respiratórias 
(SALIBA, 2013).
2.2.2 Processo para caracterização de exposição ao frio
A Norma Regulamentadora nº 15 não deixa parâmetros de limite de 
tolerância para fazermos uma avaliação e, com o resultado, descobrir se o ambiente 
de trabalho é insalubre ou não. O único método é realizar uma avaliação qualitativa 
no ambiente de trabalho, caracterizando assim se o ambiente é insalubre ou não.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
32
FIGURA 10 - TERMÔMETROS DE GLOBO, BULBO SECO E BULBO ÚMIDO
Termômetro
de Globo
Termômetro
de Bulbo Seco
Termômetro
de Bulbo
Úmido
FONTE: Disponível em: <http://www.cursosegurancadotrabalho.net/2013/07/
Calculando-temperaturas-Instrumentos-de-medida-de-calor-e-umidade.html>. 
Acesso em: 16 fev. 2015.
2.2.3 Instrumentos para avaliação do frio
Mesmo não possuindo os limites de tolerância estabelecidos pela Norma 
Regulamentadora nº 15, pode utilizar equipamentos que nos dão resultados 
significativos na hora de avaliar se o ambiente é insalubre ou não.
Existem dois equipamentos que podem ser utilizados nesse tipo de 
medição: termômetro de bulbo seco e anemômetro.
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
33
FIGURA 11 - ANEMÔMETRO
FONTE: Disponível em: <http://www.impac.com.br/anemometro/
digitallutron/anemometrodigitaltipoconcha.html>. Acesso em: 16 
fev. 2015.
A gravidade da exposição ocupacional ao frio deve levar em consideração a 
temperatura do ar e a velocidade do vento e da atividade física. A velocidade do ar 
proporciona um agravamento significativo na exposição a baixas temperaturas. A 
combinação entre a velocidade do ar e a temperatura de bulbo seco é denominada 
de temperatura equivalente. Quanto maior for a velocidade do vento e menor a 
temperatura do local de trabalho, maior deverá ser o isolamento da roupa protetora, 
e menor o tempo no qual o trabalhador pode ficar exposto. A temperatura do 
ar é medida com um termômetro de bulbo seco comum em graus Celsius com 
graduação negativa suficiente para a temperatura utilizada (preferencialmente 
-50°C). A velocidade do vento deve ser medida por meio de anemômetros, que 
devem medir na escala de quilômetro por hora (km/h) (MATOS, 2007).
O local de trabalho deve ser monitorado da seguinte forma:
a) todo local de trabalho com temperatura ambiente inferior a 16°C deverá dispor de 
termômetro adequado para permitir total cumprimento dos limites estabelecidos;
b) sempre que a temperatura do ar no local de trabalho cair abaixo de -1°C a 
temperatura deve ser medida e registrada a cada quatro horas;
c) sempre que a velocidade do vento exceder a 2 m/s em ambientes fechados deve 
ser medida e registrada a cada quatro horas;
d) em situações de trabalho a céu aberto, a velocidade do vento deve ser medida 
e registrada junto à temperatura do ar quando esta for inferior a -1°C;
e) em todas as situações que forem necessárias, a medição de movimentação do 
ar e a temperatura equivalente de resfriamento (TER) devem ser obtidas por 
meio da Tabela 1, e registrada com outros dados sempre que a resultante for 
inferior a -7°C (MATOS, 2007).
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
34
2.2.4 Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo nº 9
O Anexo nº 9 da Norma Regulamentadora nº 15 (2014) deixa claro que:
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras 
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que 
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, 
serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção 
realizada no local de trabalho.
Não existem limites de tolerância para atividades expostas ao frio na 
Norma Regulamentadora nº 15.
A Norma Regulamentadora nº 15 (2014) apresenta o grau de insalubridade 
de 20% para locais onde a inspeção foi realizada e o frio constatado.
TABELA 1 - PODER DE RESFRIAMENTO DO VENTO SOBRE O CORPO EXPOSTO, EXPRESSO COMO 
TEMPERATURA EQUIVALENTE
FONTE: Disponível em: <http://www.higieneocupacional.com.br/download/frio-paiva.pdf>. Acesso 
em: 16 fev. 2015.
Velocidade
do vento
Temperatura do ar/temperatura de bulbo seco (°C)
10 4 -1 -7 -12 -18 -23 -29 -34 -40 -46 -51
m/s km/h Temperatura de esfriamento equivalente
calmo 10 4 -1 -7 -12 -18 -23 -29 -34 -40 -46 -51
2,24 8 9 3 -3 -9 -14 -21 -26 -32 -37 -44 -49 -56
4,47 16 4 -2 -9 -16 -23 -31 -36 -43 -50 -57 -64 -71
6,71 24 2 -6 -13 -21 -28 -36 -42 -50 -58 -65 -73 -80
8,94 32 0 -8 -16 -23 -32 -39 -47 -55 -63 -71 -79 -85
11,18 40 -1 -9 -18 -26 -34 -42 -50 -59 -67 -76 -83 -92
13,41 48 -2 -11 -19 -28 -36 -44 -52 -67 -70 -78 -87 -96
15,65 56 -3 -12 -20 -29 -37 -46 -55 -63 -72 -81 -89 98
17,88 64 -3 -12 -21 -29 -38 -47 -56 -65 -73 -82 -91 -100
Velocidade do 
vento acima de 
17,88 m/s ou 
64,37 km/h quase 
não alteram 
as situações já 
descritas
Pouco risco
Para exposições menores que 1 
hora com a pele seca. O maior 
risco está na falsa sensação de 
segurança.
Aumenta o risco
Risco de congelamento 
da parte exposta em 1 
minuto
Muito risco
A parte exposta pode congelar em 30 
segundos.
Pés de trincheira e pés de imersão podem ocorrer em qualquer ponto deste gráfico.
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
35
2.2.5 ACGIH – Limites de tolerância
Como já sabemos, a Norma Regulamentadora nº 15 não demonstra limites 
de tolerância para o frio.
A ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) 
estabelece limites para exposição ao frio em função da velocidade do ar, da 
temperatura de bulbo seco, obtendo-se índice de temperatura equivalente de 
resfriamento, valor esse que determina o grau de risco da exposição. Além disso, a 
ACGIH estabelece alternância trabalho/descanso, em um período de quatro horas, 
em função de velocidade do ar, temperatura e tipo de atividades (SALIBA, 2013).
Conforme Saliba (2013), além dos limites estabelecidos pela ACGIH, 
poderá ser utilizado como parâmetro o quadro a seguir, que leva em consideração 
a temperatura de bulbo seco, zona climática onde atua o trabalhador e fornece a 
máxima exposição diária permissível, de acordo com o estabelecido no art. 253 
da CLT.
QUADRO 3 - PARÂMETROS ESTABELECIDOS NO ART. 253 DA CLT
Faixa de temperatura 
de bulbo seco (ºC) Faixa de temperatura de bulbo seco (ºC)
15,0 a -17,9 (*) Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 (seis) horas e 40 
(quarenta) minutos, sendo quatro períodos de 1 (uma) hora e 40 
(quarenta minutos), alternados com 20 (vinte) minutos de repouso e 
recuperação térmica, fora do ambiente frio.
12,0 a -17,9 (**)
10,0 a -17,9 (***)
18,0 a -33,9
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 (quatro) horas, 
alternando-se 1 (uma) hora de trabalho com 1 (uma) hora para 
recuperação térmica fora do ambiente frio.
34,0 a -56,9
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 (uma) hora, sendo dois 
períodos de 30 (trinta) minutos com separação mínima de 4 (quatro) 
horas para recuperação térmica fora do ambiente frio.
57,0 a -73,0
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 (cinco) minutos, sendo 
restante da jornada cumprida obrigatoriamente fora do ambiente frio.
Abaixo de -73,0
Não é permitida exposição ao ambiente frio, seja qual for a 
vestimenta utilizada.
(*) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo com o mapaoficial do IBGE.
(**) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática subquente, de acordo com o 
mapa oficial do IBGE.
(***) Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de acordo com 
o mapa oficial do IBGE.
FONTE: Saliba (2013, p. 245)
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
36
A American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) 
é uma instituição não governamental, privada, sem fins lucrativos, cujos membros são 
higienistas ocupacionais ou profissionais de segurança e saúde ocupacional dedicados a 
promover a saúde e a segurança dentro de um local de trabalho. A ACGIH publica guias 
de orientação, denominados Threshold Limit Values (TLVs) e Biological Exposure Indices 
(BEls), para a utilização por higienistas ocupacionais na tomada de decisões em relação a 
níveis de exposição seguros de vários agentes químicos e físicos encontrados no ambiente 
de trabalho. Ao usar essas diretrizes, os higienistas devem estar cientes de que os TLVs e 
os BEIs são somente um dos múltiplos fatores a serem levados em conta na avaliação de 
um determinado local de trabalho e de determinadas condições deste (MEIO AMBIENTE 
E CIDADANIA, 2011).
IMPORTANT
E
2.2.6 Seleção de Equipamentos de Proteção Individuais 
e Coletivos
Como estudamos nos itens anteriores sobre o trabalho exposto ao frio, os 
danos que ele causa são extremamente preocupantes à saúde dos trabalhadores. 
Por esse motivo, os Equipamentos de Proteção Individuais e Coletivos devem ser 
bem analisados e escolhidos para que o dano não seja tão grande.
2.2.6.1 Equipamento de Proteção Individual
É necessário que o isolamento do corpo pela vestimenta de trabalho seja 
satisfatório e que a camada de ar compreendida entre a pele e a roupa elimine 
parcialmente a transpiração para que haja uma troca regular de temperatura 
(SALIBA, 2013).
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
37
FIGURA 12 - VESTIMENTA PARA TRABALHO EM CÂMARAS 
FRIGORÍFICAS
FONTE: Disponível em: <http://www.jmarseg.com.br/
linhafrigorifica.php>. Acesso em: 6 fev. 2015.
2.2.6.2 Equipamento de Proteção Coletivo
Para a proteção do trabalhador coletivamente, não existe um EPC preciso 
para auxiliar, reduzir ou tirar o agente agressor do ambiente. Mas existem medidas 
de controle que podem ser adotadas com o intuito de amenizar a situação.
Conforme Saliba (2013, p. 246), podem ser adotadas as seguintes medidas 
de controle:
Aclimatização: É uma medida que, para a exposição ao frio, não foi ainda 
muito estudada, mas sabe-se que alguns indivíduos conseguem respostas 
termorreguladoras satisfatórias, quando gradualmente são expostos a 
ambientes frios, ou seja, segundo determinados gradientes térmicos e sob 
controle da velocidade do ar, alguns indivíduos têm boa adaptação.
Regime de trabalho: Quando a exposição ao frio é intensa, o trabalhador 
deve ter em mente que será necessário intercalar períodos de descanso 
em local termicamente superior ao local do frio, de forma a manter 
uma resposta termorreguladora satisfatória do corpo humano.
Exames médicos: Na seleção de pessoal para execução de trabalhos 
em locais de frio intenso, devem-se realizar exames médicos pré-
admissionais para se conhecer o histórico ocupacional do indivíduo e 
saber se ele é portador de diabetes, epilepsia, se é fumante, alcoólatra, 
ou se já sofreu lesões por exposição ao frio, ou se apresentam problema 
no sistema circulatório etc. Tais trabalhadores em hipótese alguma 
deverão se expor a trabalho sob frio intenso. Rotineiramente, deverão 
ser realizados exames médicos periódicos para controle e verificação 
com antecedência de problemas ou ruídos da exposição ao frio.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
38
3 PRESSÕES ANORMAIS
As pressões anormais são conhecidas assim pelo fato de serem operações 
praticadas com pressões acima (hiperbárica) e abaixo (hipobárica) da pressão 
atmosférica normal.
3.1 TRABALHOS SOB CONDIÇÕES DE ALTA PRESSÃO – 
HIPERBÁRICA
As condições em pressões hiperbáricas significam que o trabalhador 
está sujeito a pressões acima da pressão atmosférica. São eles os trabalhos sob ar 
comprimido e trabalhos submersos.
3.1.1 Doenças e sintomas que a alta pressão causa no 
organismo
Barotrauma Pulmonar: É uma lesão pulmonar que é ocasionada por alteração 
de pressão barométrica. É acometida pela subida rápida, onde não é respirado 
corretamente.
Barotrauma de Ouvido: É quando se tem a sensação de pressão no ouvido, dor de 
ouvido, diminuição da audição, entre outros.
Doença Descompressiva: É causada pela produção de bolhas de nitrogênio no 
corpo depois do mergulho.
3.1.2 Norma Regulamentadora nº 15 – Anexo nº 6
O Anexo nº 6 da Norma Regulamentadora nº 15 trata dos trabalhos sob 
condições hiperbáricas, que são os trabalhos sob ar comprimido e trabalhos 
submersos.
Trabalho sob ar comprimido: são os efetuados em ambientes onde o trabalhador é 
obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige cuidadosa 
descompressão, de acordo com as tabelas anexas (MTE – NR 15, 2014, p. 6). 
Alguns exemplos de exposição ao ar comprimido são os túneis pressurizados e 
os tubulões pneumáticos.
Cada carga horária de trabalho deve adotar as seguintes obrigações:
• 8 horas: 0 a 1,0 kgf/cm².
• 6 horas: 1,1 a 2,5 kgf/cm².
• 4 horas: 2,6 a 3,4 kgf/cm².
TÓPICO 2 | TEMPERATURAS EXTREMAS E PRESSÕES ANORMAIS
39
O trabalho em ar comprimido deve ser realizado somente após uma 
avaliação médica, para a verificação da saúde do trabalhador, especialmente se 
apresenta algum problema respiratório. Após o período de descompressão, o 
trabalhador deve permanecer durante duas horas para ter certeza que ele está bem.
Trabalho submerso: é qualquer trabalho realizado ou conduzido por mergulhador 
em meio líquido (MTE – NR 15, 2014, p. 17). O planejamento do trabalho submerso 
deve ser realizado, analisando os riscos, assegurando a saúde do trabalhador. 
Esta avaliação de riscos conta as condições da água, envolvendo temperatura da 
água, visibilidade, movimento das ondas, entre outros.
O grau de insalubridade para as pressões hiperbáricas é de 40%.
Acadêmico(a)! Verifique na íntegra do Anexo nº 6, da NR 15, todas as 
especificações e recomendações que os trabalhos sob ar comprimido e submersos exigem. 
Acesse o site oficial do Ministério do Trabalho e Emprego: <http://portal.mte.gov.br/>.
IMPORTANT
E
3.2 TRABALHOS SOB CONDIÇÕES DE BAIXA PRESSÃO – 
HIPOBÁRICA
Pode ser considerada uma pressão hipobárica quando o trabalhador 
vai exercer suas atividades a pressões menores que a pressão atmosférica. Essa 
circunstância pode ocorrer quando o trabalhador vai trabalhar em altitudes 
elevadas. Um exemplo é trabalhadores de um arranha-céu.
No Brasil, situações de atividades envolvendo baixa pressão são raras. Na 
condição hipobárica, o aumento na altitude faz com que a pressão atmosférica 
diminua, reduzindo também a pressão parcial do oxigênio no ar.
Conforme Peixoto (2012, p. 40): 
Com a queda na pressão parcial, o processo de difusão do oxigênio 
dos alvéolos pulmonares para as hemácias, e destas para os tecidos, 
é afetado negativamente, diminuindo a porcentagem de O2 na 
hemoglobina (o transporte de oxigênio para os tecidos). Então, uma 
menor pressão parcial de oxigênio (pO2) produz uma diminuição no 
número de moléculas de oxigênio por unidade de volume, ou seja, se 
respira menos quantidade de oxigênio que na pressão normal.
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
40
3.2.1 Doenças e sintomas que a pressão hipobárica 
causa no organismo
Essa falta de oxigênio pode ocasionar ao trabalhador dores de cabeça, 
perda de percepção mental, perda de coordenação, perda de estabilidade física e 
problemas com movimentação do corpo.
41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• As temperaturas extremas são situações térmicasque exigem muito dos 
trabalhadores em seus afazeres profissionais. Elas podem ser identificadas em 
vários locais de trabalho, que podem ser em ambientes internos ou externos, 
mas que ambos podem acarretar muitos problemas aos trabalhadores.
• Calor é uma forma de energia que se transfere de um sistema para outro em 
virtude de uma diferença de temperatura entre eles (ALMEIDA, 2015).
• A exposição ao calor é comum em indústrias de fundição, metalúrgicas, papel, 
vidro, siderurgias, olarias, entre outros. E também em ambientes externos 
comum em épocas do ano que são quentes.
• No frio ocorre o oposto de quando estamos expostos ao calor extremo com 
o nosso corpo. Acontece um estreitamento dos vasos sanguíneos da pele e 
extremidades (orelhas, nariz e dedos da mão e do pé) para segurar a perda de 
calor do ambiente, que traz a consequência de queda repentina de temperatura. 
Assim sendo, mais sangue é remetido aos órgãos indispensáveis à nossa vida, 
como o cérebro e o coração.
• A exposição ao frio é comum desde um trabalho a céu aberto com temperatura 
baixa até uma indústria que possua em seu interior câmaras frigoríficas, como 
as indústrias alimentícias, enlatados, sorvete, pescados, entre outros.
• As pressões anormais são conhecidas assim pelo fato de serem operações 
praticadas com pressões acima (hiperbárica) e abaixo (hipobárica) da pressão 
atmosférica normal.
• As condições em pressões hiperbáricas significam que o trabalhador está 
sujeito a pressões acima da pressão atmosférica. São eles os trabalhos sob ar 
comprimido e trabalhos submersos.
• Pode ser considerada uma pressão hipobárica quando o trabalhador vai 
exercer suas atividades a pressões menores que a pressão atmosférica. Essa 
circunstância pode ocorrer quando o trabalhador vai trabalhar em altitudes 
elevadas. Um exemplo é trabalhadores de um arranha-céu.
42
1 A Norma Regulamentadora nº 15 tem um anexo que trata somente sobre 
trabalhos que tenham exposição ao calor. Conforme estudamos nesse 
capítulo, qual é este anexo?
a) ( ) Anexo nº 1.
b) ( ) Anexo nº 2.
c) ( ) Anexo nº 3.
d) ( ) Anexo nº 4.
2 As pressões hiperbáricas são aquelas que estão acima da pressão atmosférica. 
Quais são as atividades que estão expostas a essas pressões? E qual o grau 
de insalubridade que um trabalhador poderá receber se estiver exposto a 
essas atividades?
3 O frio, considerado uma temperatura extrema, deve ser muito bem analisado e 
estudado para que não venha a interferir no bem-estar do trabalhador e causar 
doenças para ele. Depois de feitos os levantamentos e as medições e chegado ao 
resultado, quais são as medidas de controle que podem ser aplicadas?
AUTOATIVIDADE
43
TÓPICO 3
RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM 
E ULTRASSOM E UMIDADE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você, acadêmico(a), vai conhecer e entender melhor o 
que são radiações ionizantes, radiações não ionizantes, infrassom, ultrassom e 
umidade. Cada item terá sua explicação devida e minuciosa sobre cada questão 
levantada. A legislação pertinente continua neste tópico, assim como as outras 
informações que serão necessárias para o seu estudo ficar completo.
2 RADIAÇÕES IONIZANTES
A radiação ionizante é a radiação eletromagnética que tem energia 
satisfatória para ocasionar transformação nos átomos em que se acomete 
– ionização –, que é a condição dos raios X, alfa, beta e gama e dos materiais 
radioativos. A seguir, os conceitos de raio X, alfa, beta e gama.
Raio X: Para caracterização de um raio X, uma máquina estimula os elétrons e 
faz com que eles se choquem contra uma placa de chumbo ou algum material 
diferente. Nesse choque, os elétrons deixam a energia cinética, onde acontece 
uma alteração em calor – próximo da integralidade – e uma pequena quantidade 
de raios X. Os raios transpassam corpos, por isso tiramos um raio X quando 
queremos ver nossos ossos ou órgãos internos.
Alfa: As partículas alfa têm sua massa e carga elétrica moderadamente maior, 
fazendo com isso que sejam facilmente retidos – até por uma folha de papel –, 
essas partículas em geral não conseguem transpassar as camadas externas das 
células mortas da pele de um ser humano fazendo com que ela seja quase inócua.
Beta: As partículas beta podem adentrar, aproximadamente, um centímetro nos 
tecidos, onde causa detrimento à pele, mas não chega a afetar os órgãos internos, 
somente se for ingerido ou aspirado.
Gama: Igualmente aos raios X, os raios gama são imensamente penetrantes, onde 
são segurados apenas por uma parede de concreto ou metal. De maneira oposta 
às radiações alfa e beta, que são compostas por partículas, a radiação gama é 
composta por ondas eletromagnéticas transmitidas por núcleos instáveis após a 
emissão de uma partícula alfa ou beta.
44
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
Acadêmico(a)! Verifique na Norma Regulamentadora nº 15 todas as 
informações importantes sobre as radiações ionizantes; estude, também, o anexo nº 5, que 
trata sobre os limites de tolerância para os trabalhos que envolvam radiações ionizantes. 
Acesse o site oficial do Ministério do Trabalho e Emprego: <http://portal.mte.gov.br/>.
IMPORTANT
E
2.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A RADIAÇÃO IONIZANTE 
CAUSA NO ORGANISMO
Segundo Dimenstein (2001), a exposição da radiação ionizante pode 
induzir a efeitos biológicos em órgãos ou tecidos pela produção de íons e 
disposição da energia, que podem danificar moléculas importantes como o DNA.
Neste caso, pode suceder à formação de radicais livres – moléculas 
quimicamente reativas com elétrons desirmanados –, que são formados pela 
relação da radiação ionizante com os tecidos, onde impulsionam a rupturas 
cromossômicas e desordens de múltiplas formas. O tamanho da lesão biológica 
decorre da dose que a pessoa recebeu de radiação.
Conforme Saliba (2013, p. 248), são várias as alterações que as radiações 
ionizantes causam ao organismo:
A resposta dos diferentes órgãos e tecidos à radiação é variável tanto em 
relação ao tempo de aparecimento quanto à gravidade dos sintomas. 
Assim, poderão ocorrer alterações no sistema hematopoiético (perda 
de leucócitos, diminuição do número de plaquetas, anemia), no 
aparelho digestivo (inibição da proliferação celular, diminuição ou 
supressão de secreções), na pele (inflamação, eritema e descamação), 
no sistema reprodutor (redução da fertilidade ou esterilidade), nos 
olhos, no sistema cardiovascular (pericardites), no sistema urinário 
(fibrose renal) e no fígado (hepatite de radiação).
2.2 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO 
À RADIAÇÃO IONIZANTE
Para caracterização da radiação ionizante em um ambiente de trabalho, 
deve ser realizada a avaliação quantitativa, onde é relatada a exposição com os 
equipamentos indicados: contador Geiger ou dosímetros fotográficos.
O quadro da CNEN-NE-3.01 mostra os limites primários anuais de dose 
equivalente, onde será verificado conforme os resultados das medições.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
45
QUADRO 4 – LIMITES PRIMÁRIOS ANUAIS DE DOSE EQUIVALENTE
DOSE EQUIVALENTE TRABALHADOR INDIVÍDUO PÚBLICO
Dose equivalente efetiva 50 mSv (5 rem) 1 mSv (0,1 rem)
Dose equivalente para órgão 
ou tecido T
500 mSv (50 rem) 1 mSv/wT (0,1 rem/wT)**
Dose equivalente para pele 500 mSv (50 rem) 50 mSv (5 rem)
Dose equivalente para 
cristalino
150 mSv (15 rem) 50 mSv (5 rem)
Dose equivalente para 
extremidades*
500 mSv (50 rem) 50 mSv (5rem)
* Extremidades são: mãos, antebraços, pés e tornozelos.
** w
T
 → fator de ponderação para o tecido ou órgão T.
FONTE: Disponível em: <http://www.lpr-den.com.br/ne301.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2015.
2.3 INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO 
IONIZANTE
São dois equipamentos que podem ser utilizados para medição de radiação 
ionizante no ambiente de trabalho:contador Geiger ou em cada trabalhador 
utilizando os dosímetros fotográficos.
FIGURA 13 - DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
Filtros metálicos
Filtros metálicos
Filme docimétrico
123
456
FONTE: Disponível em: <http://tecnicoderadiologia.blogspot.com.br/2013/0
5/epi-e-dosimetros.html>. Acesso em: 17 fev. 2015.
46
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
Conforme Marcel (2013), os dosímetros fotográficos:
Podem ser classificados como de leitura indireta, acumulam os efeitos da 
interação da radiação para posterior leitura (ex.: TLD, filmes dosimétricos) 
ou de leitura direta que possibilitam a visualização imediata das interações 
ocorridas (ex.: caneta dosimétrica e dosímetros eletrônicos).
FIGURA 14 - CONTADOR GEIGER
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/contador-geiger.
htm>. Acesso em: 17 fev. 2015.
A química Fogaça (2015) faz uma breve explicação sobre o contador 
Geiger:
O físico alemão Johannes Hans Geiger (1882-1945) era apenas 
assistente do químico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), 
quando inventou o Contador Geiger – um aparelho utilizado para 
detectar o nível de radiação na atmosfera.
No início ele era apenas um tubo cilíndrico com gás argônio à baixa 
pressão, um amplificador e uma fonte de alta voltagem.
O contador Geiger funciona da seguinte maneira: quando a radiação 
entra pelo tubo contendo argônio, este gás é ionizado.
Ao ser ionizado, o argônio fecha o circuito elétrico do aparelho, que 
é composto de eletrodos de cargas elétricas opostas. Com a formação 
dos íons, conduz-se eletricidade entre o cátodo e o ânodo, acionando, 
assim, um contador ou alto-falante. O sinal que indica a presença 
de radiação pode ser sonoro, uma luz ou a deflexão do ponteiro do 
medidor. Normalmente, ouvem-se estalos no contador, o que permite 
a contagem das partículas radioativas.
Hoje em dia este aparelho é um grande aliado das pessoas que 
trabalham com material radioativo; principalmente quando ocorrem 
acidentes nucleares, pois as substâncias que se desintegram são 
capazes de ionizar o ar e assim contaminar outros corpos no ambiente.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
47
2.4 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 5
O anexo nº 5 da Norma Regulamentadora nº 15 expõe que:
Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser expostos 
a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as 
obrigações e controles básicos para a proteção do homem e do seu 
meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela 
radiação ionizante, são os constantes da Norma CNEN-NE-3.01: 
‘Diretrizes Básicas de Radioproteção’, de julho de 1988, aprovada, em 
caráter experimental, pela Resolução CNEN nº 12/88, ou daquela que 
venha a substituí-la.
A Norma Regulamentadora nº 15 (2014) diz que o grau de insalubridade 
é de 40% para níveis de radiação ionizantes com radioatividade superior aos 
limites de tolerância fixados no anexo nº 5.
2.5 NORMA REGULAMENTADORA Nº 16 – PERICULOSIDADE
A Norma Regulamentadora nº 16 possui um anexo que trata só sobre 
as atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias 
radioativas.
A Portaria nº 3.393/1987, que foi editada pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego, prevê o direito ao adicional de periculosidade por exposição à radiação 
ionizante e substâncias radioativas. Revogada pela Portaria MTE nº 496/2002 
(GUIA TRABALHISTA, 2015).
Conforme Vendrame (2015), as atividades e operações perigosas com 
radiações ionizantes ou substâncias radioativas – atividades/área de risco 
envolvem as seguintes tarefas:
Produção, utilização, processamento, transporte, guarda, estocagem e 
manuseio de materiais radioativos, selados e não selados, de estado 
físico e forma química quaisquer, naturais ou artificiais;
Atividades de operação e manutenção de reatores nucleares;
Atividades de operação e manutenção de aceleradores de partículas;
Atividades de operação com aparelhos de raios X, com irradiadores de 
radiação gama, radiação beta ou radiação de nêutrons;
Atividades de medicina nuclear;
Descomissionamento de instalações nucleares e radioativas;
Descomissionamento de minas, moinhos e usinas de tratamento de 
minerais radioativos.
A Norma Regulamentadora nº 16 (2015) diz que o exercício de trabalho 
em condições de periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional 
de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes 
de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa.
48
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
Os trabalhadores que recebem o adicional de insalubridade podem optar 
por esse em vez da periculosidade, pois ele só receberá um dos dois adicionais. 
Então, fica a critério do trabalhador decidir qual adicional ele quer receber.
Acadêmico(a), verifique na íntegra da NR 16 tudo o que diz respeito ao adicional 
de periculosidade para os trabalhadores que estão expostos à radiação ionizante no site: 
<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A4B277C09014B4A45540355EF/NR-16%20
(atualizada%202015).pdf>.
IMPORTANT
E
2.6 CNEN-NE-3.01 – DIRETRIZES BÁSICAS DE 
RADIOPROTEÇÃO
O objetivo desta Norma é estabelecer as Diretrizes Básicas de Radioproteção, 
abrangendo os princípios, limites, obrigações e controles básicos para a proteção 
do homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados 
pela radiação ionizante (CNEN, 1988).
Acadêmico(a), verifique na íntegra as Diretrizes Básicas de Radioproteção 
CNEN-NE-3.01 no site: <http://www.lpr-den.com.br/ne301.pdf>.
DICAS
2.7 NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL – NHO 05
A NHO 05 trata sobre a avaliação da exposição ocupacional aos raios X 
nos serviços de radiologia.
Esta Norma estabelece procedimentos para a realização de levantamento 
radiométrico das salas de equipamentos emissores de raios X diagnóstico 
e para a medição da radiação de fuga do cabeçote desses equipamentos 
(FUNDACENTRO, 2001).
No procedimento de avaliação de raio X, conforme a NHO 05, devem ser 
empregadas câmaras de ionização como instrumento de medida.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
49
FIGURA 15 - CÂMARA DE IONIZAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.dfn.if.usp.br/pesq/dosimetria/
id114.htm>. Acesso em: 17 fev. 2015.
Acadêmico(a), verifique na íntegra todos os procedimentos indicados na NHO 
05 sobre a radiação ionizante no site oficial da FUNDACENTRO: <http://www.fundacentro.
gov.br/>.
DICAS
2.8 ACGIH – LIMITES DE TOLERÂNCIA
A ACGIH estabelece limites de tolerância para as radiações ionizantes, 
estabelecendo doses efetivas e equivalentes anuais em função da parte do corpo 
atingida, evitando sempre qualquer exposição desnecessária à radiação. Segundo 
a ACGIH, as radiações ionizantes incluem radiação corpuscular e radiação 
eletromagnética com energia superior a 12,4 eletron-volts (eV), correspondendo 
a um comprimento de onda inferior a aproximadamente 100nm (SALIBA, 2013).
2.9 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
INDIVIDUAL E COLETIVO
Sabemos que as radiações ionizantes são muito prejudiciais à saúde de 
quem está exposto a elas. Para fazer uma correta seleção de equipamentos que 
auxiliam a não ficar exposto à radiação, temos que ter muita atenção, estudar 
todas as normas disponíveis, verificar todas as fontes seguras de pesquisa, para 
termos a total certeza de que o que estamos fazendo é totalmente seguro e correto.
50
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
2.9.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI
No caso das radiações ionizantes, os equipamentos de proteção individual 
são utilizados se a radiação não é retida por algum meio técnico de segurança. 
Também pode ser utilizado se o cotidiano do trabalhador é desarranjado por 
alguma irregularidade, onde exija o uso dos EPIs pelos trabalhadores.
Conforme descritona NHO 05 (FUNDACENTRO, 2001), os equipamentos 
de proteção individual que devem ser utilizados pelos trabalhadores expostos ao 
raio X são: aventais plumbíferos, protetores de tireoide, protetores de gônadas, 
luvas, óculos e outras blindagens de contato, utilizadas para a proteção de 
pacientes, de acompanhantes autorizados ou de profissionais durante a exposição.
FIGURA 16 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA TRABALHOS DE RADIOLOGIA
FONTE: Disponível em: <http://radiologia.blog.br/radioprotecao/radioprotecao-ou-protecao-
radiologica-o-que-e>. Acesso em: 17 fev. 2015.
Acadêmico(a), acesse o site do Ministério do Trabalho e Emprego e verifique 
a Convenção nº 115 que fala sobre a Proteção contra as Radiações Ionizantes: <http://
portal.mte.gov.br/legislacao/convencao-n-115.htm>.
IMPORTANT
E
2.9.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC
Para as radiações ionizantes, podemos considerar medidas de controle 
para evitar o contato maior com o agente agressor.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
51
Conforme Torreira (1999, p. 395), vários são os tipos de controle da 
radiação, constituídos usualmente pela limitação das emissões radioativas na sua 
origem, pela limitação do tempo de exposição ou aumento da distância à fonte 
emissora. Vejamos a seguir alguns dos tipos de controle:
- Limitação das fontes de radiação: Uma das formas mais eficientes de 
eliminar os eventuais perigos consiste na limitação da quantidade de 
material ionizante.
- Tempo: Uma outra forma é a de limitar os tempos de exposição. 
Pode-se evitar o acesso aos locais que apresentarem elevadas 
radiações, prevenindo as pessoas sobre as eventuais radiações 
existentes no ambiente. Devido às exposições serem consideradas de 
efeito cumulativo e pelo fato de que a radiação pode ser sensoriada, 
sempre se deverá executar a sua medição e dosimetria, determinando 
esta última a duração à exposição.
- Distância: Geralmente as partículas transportadas pelo ar e outros 
gases contaminados sofrerão uma diluição proporcional à distância. 
As partículas mais pesadas separar-se-ão do ar ou gases, sendo que 
desta forma a probabilidade de exposição aos materiais radioativos 
reduzir-se-á também proporcionalmente com o aumento da distância. 
Os níveis de radiação diminuem com o quadrado da distância. A uma 
distância dupla de outra anteriormente considerada, a quantidade de 
radiação será de 1/4 da existente na primeira posição. Pelo exposto, a 
manutenção de uma distância adequada é uma solução apropriada 
para determinados tipos de exposição.
- Blindagem: Uma outra forma de proteção é a constituída pela 
interposição de blindagens ou proteções concordantes com o tipo de 
emissão. O ar apresenta uma atenuação efetiva aos Raios Beta, não o 
sendo igualmente para outros tipos de radiação. O hidrogênio, por 
sua vez, é um elemento efetivo na atenuação da radiação devido a 
nêutrons com baixos níveis de energia. As propriedades de atenuação 
medem-se conforme a espessura média dos elementos de proteção.
- Barreiras divisórias: Estas constituem uma outra forma de proteção 
contra as fontes de radiação. As paredes, piso e teto construídos com 
materiais apropriados, colocados em volta de fontes de radiação, 
constituem elementos protetores. Forros apropriados, colocados na 
parte inferior de depósitos com material contaminante, podem evitar 
infiltrações nas camadas superficiais da Terra e lençol freático.
Outro ponto que pode ser utilizado como medida de controle são as 
advertências, os avisos que indicam que em determinado local de trabalho 
existem materiais ionizantes radioativos. A seguir, o símbolo internacional de 
material radioativo e o símbolo complementar de radiação ionizante.
52
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
FIGURA 17 - SÍMBOLO INTERNACIONAL DE MATERIAIS 
RADIOATIVOS
FONTE: Disponível em: <http://conhecerparadebater.blogspot.
com.br/2011/07/entenda-os-simbolos-associados-radiacao.html>. 
Acesso em: 17 fev. 2015.
FIGURA 18 - SÍMBOLO COMPLEMENTAR DE RADIAÇÃO 
IONIZANTE
FONTE: Disponível em: <http://conhecerparadebater.blogspot.
com.br/2011/07/entenda-os-simbolos-associados-radiacao.html>. 
Acesso em: 17 fev. 2015.
3 RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
Radiação não ionizante abrange todas as radiações e os campos do espectro 
eletromagnético que não possuem energia o bastante a ponto de causar alterações 
nos átomos em que atinge. O traço de divisão entre as radiações ionizantes – altas 
frequências – e as radiações não ionizantes – baixas frequências – é a frequência 
da luz do sol que para nós é considerada a luz perceptível. 
Conforme o espectro eletromagnético, as radiações não ionizantes 
são: ultravioleta, infravermelho, micro-ondas, radiofrequências, laser, campos 
magnéticos estáticos, campos magnéticos de subfrequência e campo eletrostático 
(SALIBA, 2013).
Vamos, agora, entender de quais fontes vêm as principais radiações não 
ionizantes, conforme Saliba (2013, p. 250):
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
53
Radiações ultravioletas: A principal fonte natural é o sol, e a artificial as 
operações de soldagem e arco elétrico.
Radiação infravermelha: A principal fonte natural é o sol, e entre as 
artificiais podemos citar os corpos incandescentes e as superfícies muito 
quentes, por exemplo: fornos; as chamas entre outras.
Micro-ondas e radiofrequências: A radiação de micro-onda e 
radiofrequência se produz de forma natural, principalmente pela 
eletricidade atmosférica, que é estática, embora de intensidade muito 
baixa. As fontes de MO e RF artificiais podem estar presentes nas estações 
de rádio e televisão, nos radares e nos sistemas de telecomunicação, 
além de nos fornos de micro-ondas e nos equipamentos utilizados em 
processos de soldagem, fusão e esterilização.
Laser: Os equipamentos a laser são utilizados no tratamento de doenças e 
em cirurgias. As emissões estimuladas produzem uma superposição de 
ondas, resultando outra onda perfeita, muito estreita e de larga duração.
3.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A RADIAÇÃO NÃO 
IONIZANTE CAUSA NO ORGANISMO
Radiações ultravioletas: o estágio de penetração da R-UV decorre da 
extensão da onda e do grau de coloração da pele. Já pelos olhos a radiação é 
exaurida pelas córneas e pelo cristalino. As radiações UV-B e UV-C adentram 
apenas pela epiderme e as radiações UV-A alcançam a derme, o que faz o provável 
aparecimento de lesões nas terminações nervosas do organismo.
Os efeitos das R-UV pode ser escurecimento da pele, eritemas, pigmentação 
retardada, interferência no crescimento celular, perda de elasticidade da pele, 
queratose actínica e até mesmo câncer de pele. A ação mais frequente das R-UV 
sobre os olhos é a fotoqueratose (SALIBA, 2013).
A chance de desenvolver um câncer de pele decorre de diversas causas, como: 
coloração da pele; histórico de queimaduras solares; dose concentrada de UV; 
sensibilidade genética, entre outros.
Radiações infravermelhas: Pode remeter à perda da acuidade visual, 
turvação na córnea, lesões, intensificação de pigmentação da pele e queimaduras 
pelo fato de o trabalhador estar exposto a altos níveis de brilho causado pela 
radiação.
Micro-ondas e radiofrequências: Elevação da temperatura corporal, mas 
dependendo de qual parte do corpo que foi mais exposta à radiação. As micro-
ondas que elevam os 3.000 mHz são exauridas pela pele muito facilmente.
Laser: Os riscos da radiação laser estão limitados aos olhos, variando os 
efeitos adversos produzidos em diferentes regiões espectrais. Mesmo assim, 
podem atingir, de maneira leve, a pele (SALIBA, 2013).
54
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
3.2 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO 
À RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
Não existem limites de tolerância indicados pela Norma Regulamentadora 
para exposição às radiações não ionizantes.Então, para o ambiente de trabalho 
ser considerado um ambiente danoso, ele precisa passar por uma inspeção para 
comprovação da existência do agente.
3.3 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 7
O anexo nº 7 da Norma Regulamentadora nº 15 diz que:
Para os efeitos desta norma, são radiações não ionizantes as micro-
ondas, ultravioletas e laser. 
As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações 
não ionizantes, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres, 
em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 
As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às 
radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400-320 nanômetros) não 
serão consideradas insalubres.
A Norma Regulamentadora nº 15 (2014) expõe que o grau de insalubridade 
para radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção 
realizada no local de trabalho é de 20%.
3.4 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
INDIVIDUAL E COLETIVO
Vamos estudar a seguir quais são os Equipamentos de Proteção Individual 
e Coletiva que os trabalhadores devem aderir ao seu processo de trabalho.
3.4.1 Equipamento de Proteção Individual – EPI
Vários são os Equipamentos de Proteção Individual que devem ser utilizados 
em processos que envolvam radiações não ionizantes: avental de raspa, perneiras, 
mangotes, luvas de raspa, máscara de solda, respirador PFF2, calçado com sola 
isolante, protetor auricular, entre outros que podem ser indicados na inspeção.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
55
FIGURA 19 - EPI PARA PROCESSOS COM RADIAÇÃO NÃO 
IONIZANTE
FONTE: Disponível em: <http://boqueiraodopiaui.blogspot.
com/2010/10/boqueirao-do-piaui-escola-de-solda.html>. Acesso 
em: 4 fev. 2015.
Esses Equipamentos de Proteção Individual acima beneficiarão o 
trabalhador a não ficar exposto ao agente agressor.
3.4.2 Equipamento de Proteção Coletiva – EPC
Devemos lembrar a importância da utilização de Equipamentos de Proteção 
Coletiva onde as atividades com radiação ionizante existirem, pois o Equipamento 
de Proteção Individual protegem apenas o trabalhador que utilizará. O perigo de 
queimaduras nos olhos e no corpo também pode ser ocasionado nas pessoas que 
utilizam o mesmo local de trabalho ou até mesmo as que transitam pelo local.
FIGURA 20 - EPC PARA PROCESSOS COM RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
FONTE: Disponível em: <http://www.decaflexpvc.com.br/cortina-de-pvc/
cortina-de-pvc-solda/>. Acesso em: 4 fev. 2015.
56
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
4 INFRASSOM E ULTRASSOM
Um ser humano, normalmente, consegue discernir ou escutar sons na 
faixa de frequência dos 20Hz aos 20.000Hz. Acima desse espaço, os sons são 
chamados de ultrassons e abaixo de infrassons.
Ultrassom é um som que está em uma frequência excedente ao que nossa 
audição pode perceber. 
Os infrassons podem se estender por enormes longitudes, porque eles são 
parcamente suscetíveis às intercessões e perturbações, diferente das frequências 
que são mais altas.
Infrassom são ondas excessivamente graves, com frequências inferiores 
ao que nossa audição pode perceber. Os infrassons podem ser gerados pelo vento 
e também por alguns tipos de terremotos.
Apesar de não conseguirmos ouvir os infrassons e os ultrassons, existem 
alguns seres no reino animal, como o morcego e o golfinho, que são capazes de perceber 
esses sons. Isso acontece porque o sistema auditivo deles é sensibilizado por essas 
frequências sonoras. Outro exemplo de animal capaz de ouvir frequências ultrassônicas 
são os cachorros, os quais conseguem ouvir sons com frequências que chegam até 50 
000 hertz. É por esse motivo que esses animais conseguem ouvir os apitos de ultrassons 
e os seres humanos não.
Os morcegos não são cegos, eles são animais que emitem e ouvem sons com frequências 
que chegam até 120 000 Hz. É através dessas frequências ultrassônicas que eles conseguem 
se locomover no escuro. O  sonar  é um aparelho que, assim como os morcegos, 
consegue captar e localizar objetos e medir a distância até ele. Tanto esse aparelho quanto 
os morcegos emitem uma onda que, ao encontrar um determinado obstáculo, retorna 
à fonte emissora, possibilitando, dessa forma, calcular e medir a distância e localizar os 
objetos. Os navios e submarinos utilizam esse mesmo princípio para encontrar objetos no 
fundo do mar, como cardumes de peixes, por exemplo (SILVA, 2014).
UNI
5 UMIDADE
A umidade pode ser caracterizada pela quantia de vapor d’água que 
se encontra em suspensão na atmosfera. Assim como qualquer outro agente, 
a umidade pode ser favorável ou desfavorável para nós, pois vai depender da 
quantidade que vamos estar expostos e como a umidade vai atuar no local.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
57
Conforme Neto (2013), os locais com mais incidência de umidade são:
Lavanderias: Nas lavanderias a umidade sempre está presente de 
forma bem evidente. Lembro que quando trabalhei em lavanderia 
hospitalar não era raro ficar bem molhado e ter que trocar de roupa. 
Em lavanderias hospitalares a umidade está presente tanto na área 
suja quanto na limpa.
Lava a Jato: E nesse segmento ainda temos o agravante dos produtos 
químicos que são usados na lavagem e muitos entram em contato 
direto com a pele.
Frigoríficos: Juntamente com o frio a umidade é um dos grandes riscos 
dos frigoríficos.
Cozinhas: Na parte de lavagem de panelas e outros a umidade que é 
uma solução para a limpeza se torna um risco a mais para a segurança.
Pesca: No segmento de pesca a umidade é bem presente quanto no ato 
da pesca quanto no processo de limpeza do pescado.
Areais: No processo de dragagem de areia em areais em que se usa 
jato de água e draga o operador da draga e do jato estão sempre em 
contato com a água.
5.1 DOENÇAS E SINTOMAS QUE A UMIDADE CAUSA NO 
ORGANISMO
O trabalhador pode apresentar algumas doenças, ficando exposto aos 
trabalhos que tenham umidade, como: doenças no aparelho respiratório, na pele 
e circulatórias. 
A umidade também pode gerar acidente de trabalho, pois em um local 
úmido, que não tenha o acompanhamento correto, o trabalhador pode acabar 
escorregando e sofrer uma queda.
5.2 PROCESSO PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO 
À UMIDADE
Não existem limites de tolerância para exposição à umidade. Então, para 
o ambiente de trabalho ser considerado um ambiente úmido, ele precisa passar 
por uma inspeção, na qual será feita uma avaliação qualitativa.
58
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
FIGURA 21 - TRABALHO QUE ENVOLVE A UMIDADE
FONTE: Disponível em: <http://www.docol.com.br/planetaagua/consumo/o-
brasil-e-um-dos-maiores-compradores-de-agrotoxicos-do-mundo/>. Acesso 
em: 4 fev. 2015.
Mas existem alguns pontos que podemos levar em conta na avaliação do 
ambiente de trabalho:
• Os sapatos dos trabalhadores não podem estar encharcados quando forem 
exercer suas funções.
• Verificar se as vestimentas dos trabalhadores estão úmidas ou molhadas.
• Quanto tempo os trabalhadores estão expostos ao ambiente com umidade.
• Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva que os trabalhadores fazem uso.
Acadêmico (a), Lembra o que é uma avaliação qualitativa? É a avaliação ou 
inspeção do local de trabalho, na qual serão verificadas características exclusivas e quais 
são as funções exercidas.
DICAS
5.3 NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 – ANEXO Nº 10
O anexo nº 10 da Norma Regulamentadora nº 15 diz que:
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou 
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à 
saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em decorrência 
de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
TÓPICO 3 | RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, INFRASSOM E ULTRASSOM E UMIDADE
59
A Norma Regulamentadora nº 15 (2014)expõe que o grau de insalubridade 
para umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no 
local de trabalho é de 20%.
5.4 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO 
INDIVIDUAL E COLETIVO
Devemos ter em mente que a exposição do trabalhador à umidade pode 
ser controlada se medidas de proteção individual e coletiva forem tomadas.
5.4.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI
A Norma Regulamentadora nº 6 (2014) aponta as medidas de controle 
individual que podemos incluir ao dia a dia do trabalhador:
Vestimentas e macacão de corpo todo para proteção do tronco contra 
umidade proveniente de operações com uso de água, luvas, mangas, 
calçados e perneiras para proteção contra umidade proveniente de 
operações com uso de água.
 Esses Equipamentos de Proteção Individual citados acima auxiliarão o 
trabalhador a não entrar em contato com o agente agressor.
5.4.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC
A seguir, alguns tipos de Equipamentos de Proteção Coletiva que 
auxiliarão os trabalhadores a não ter contato direto com a umidade.
FIGURA 22 - ESTRADOS QUE EVITARÃO O CONTATO DIRETO DO 
TRABALHADOR COM A UMIDADE
FONTE: Disponível em: <http://equipamento-profissional-usado.
vivanuncios.com/artigo-profissional-usado+centro/estrado-plasticos--
fabricante-atacado--preco-r--6-00/76444996>. Acesso em: 31 jan. 2015.
60
UNIDADE 1 | AGENTES FÍSICOS
FIGURA 23 - RALOS QUE SERVIRÃO DE ESCOAMENTO DA ÁGUA
FONTE: Disponível em: <http://casaeimoveis.uol.com.br/tire-suas-duvidas/
arquitetura/como-faco-para-dimensionar-o-escoamento-e-nao-acumular-
agua-na-laje-de-minha-casa.jhtm>. Acesso em: 31 jan. 2015.
61
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• A radiação ionizante é a radiação eletromagnética que tem energia satisfatória 
para ocasionar transformação nos átomos em que se acomete – ionização –, que 
é a condição dos raios X, alfa, beta e gama e dos materiais radioativos. 
• Radiação não ionizante abrange todas as radiações e campos do espectro 
eletromagnético que não possuem energia o bastante a ponto de causar alterações 
nos átomos em que atinge. O traço de divisão entre as radiações ionizantes 
– altas frequências – e as radiações não ionizantes – baixas frequências – é a 
frequência da luz do sol que para nós é considerada a luz perceptível.
• Ultrassom é um som que está em uma frequência excedente ao que nossa 
audição pode perceber. 
• Os infrassons podem se estender por enormes longitudes porque eles são 
parcamente suscetíveis às intercessões e perturbações, diferente das frequências 
que são mais altas.
• Infrassom são ondas excessivamente graves, com frequências inferiores ao que 
nossa audição pode perceber. Os infrassons podem ser gerados pelo vento e 
também por alguns tipos de terremotos.
• A umidade pode ser caracterizada pela quantia de vapor d’água que se encontra 
em suspensão na atmosfera. Assim como qualquer outro agente, a umidade 
pode ser favorável ou desfavorável para nós, pois vai depender da quantidade 
que vamos estar expostos e como a umidade vai atuar no local.
62
1 Conforme o que estudamos sobre infrassom e ultrassom, qual a faixa de 
frequência que o ser humano consegue escutar?
a) ( ) 10Hz aos 10.000Hz.
b) ( ) 20Hz aos 20.000Hz.
c) ( ) 30Hz aos 30.000Hz.
d) ( ) 40Hz aos 40.000Hz.
2 As radiações não ionizantes são divididas em: radiações ultravioletas, 
infravermelhas, micro-ondas e radiofrequência e laser. Sendo assim, 
referente aos tipos de radiação não ionizante, avalie as sentenças abaixo:
I– Radiações ultravioletas.
II– Radiações infravermelhas.
III– Micro-ondas e radiofrequência.
IV– Laser.
( ) Estão presentes nas estações de radares, rádios e televisões.
( ) Estão presentes na área da saúde, no tratamento de doenças e em cirurgias.
( ) Estão presentes nas atividades que contenham soldagem.
( ) Estão presentes nas atividades que contenham fornos e chamas.
Assinale a alternativa que contenha a resposta CORRETA:
a) ( ) III – IV – I – II.
b) ( ) II – I – III – IV.
c) ( ) I – II – IV – III.
d) ( ) IV – III – II – I.
3 Conforme o que estudamos sobre a umidade, qual o grau de insalubridade 
que um trabalhador pode receber caso seja comprovada sua exposição a este 
agente físico?
a) ( ) 10%.
b) ( ) 20%.
c) ( ) 30%.
d) ( ) 40%.
AUTOATIVIDADE
63
UNIDADE 2
AGENTES QUÍMICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• definir o que é agente químico;
• compreender as vias de absorção destes agentes;
• discutir as doenças relacionadas aos agentes químicos;
• identificar os processos de caracterização dos agentes químicos;
• identificar os métodos de avaliação dos agentes;
• ilustrar os equipamentos de avaliação dos agentes;
• interpretar os resultados obtidos destas avaliações;
• relatar as normas nacionais e internacionais;
• esboçar os programas de segurança para agentes químicos;
• selecionar os equipamentos de proteção.
Esta unidade de ensino está dividida em três tópicos, sendo que, ao final de 
cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropria-
ção dos conteúdos.
TÓPICO 1 – CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELA-
CIONADAS
TÓPICO 2 – CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
TÓPICO 3 – NORMAS E RESULTADOS
64
65
TÓPICO 1
CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS 
RELACIONADAS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Para iniciarmos este tópico, o que você acha de relembrarmos alguns 
conceitos? Você se lembra qual é a definição de vapor e gás, por exemplo? Não? 
Então, vamos relembrar.
2 CONCEITOS
2.1 GASES E VAPORES
Vapor: é o estado gasoso de substâncias que em condições normais de 
temperatura e pressão (25ºC e 760mmHg), se encontram no estado líquido ou 
sólido. Ex.: Vapor de água.
Gás: em condições normais de temperatura e pressão, a substância já se 
encontra no estado gasoso. Ex.: Oxigênio.
Como se pode observar, gás e vapor não são sinônimos, porém apresentam 
comportamento similar. Outro ponto importante a se destacar é que quando do 
aumento da temperatura, a concentração do vapor tende a aumentar, porém, 
existe um ponto de saturação que corresponde ao valor máximo de concentração, 
no qual, seja qual for o acréscimo, o vapor se converterá em líquido ou sólido.
Quando se trata de Higiene Ocupacional, gases e vapores são estudados em 
conjunto, uma vez que se trabalha com concentrações inferiores às concentrações 
de saturação, que é o que basicamente os diferencia.
Os gases e vapores podem ser classificados em irritantes, anestésicos e 
asfixiantes, e uma substância pode ser enquadrada em mais de um tipo ao mesmo 
tempo. Por exemplo, um gás pode ser anestésico e asfixiante. Esta classificação é 
baseada no efeito que o agente causa no organismo humano. 
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
66
Irritantes: são gases e vapores que irritam as mucosas assim que entram em 
contato direto. Esses se dividem em irritantes primários e irritantes secundários. 
Aqueles caracterizam-se pela ação apenas irritante no local em que o contato 
ocorre; não afetam o organismo como um todo. Já estes, além de irritarem o local 
de contato, o organismo como um todo é atingido. O grau de irritação dependerá 
da solubilidade da substância.
Anestésicos: estes atuam sobre o sistema nervoso central, possuem 
efeito narcótico ou depressivo. Os gases e vapores anestésicos podem ainda 
ser classificados como anestésico primário, anestésico de efeito sobre o fígado 
e rins, anestésico de efeito sobre o sistema formador do sangue e anestésico de 
efeito sobre o sistema nervoso central. Vale ressaltar que esses agentes penetram 
o organismo através das vias respiratórias e quando atingem os pulmões são 
transferidos para o sangue e, consequentemente, para o restante do corpo, 
podendo tambémpenetrar o organismo através da pele.
Asfixiantes: sabe-se que o ar deve possuir 19,5% a 23,5% de oxigênio, 
onde concentrações superiores a 23,5% configuram risco de explosão devido 
à alta concentração de oxigênio e valores inferiores a 19,5% configuram riscos 
iminentes à saúde do trabalhador. Os asfixiantes são divididos em: asfixiantes 
simples, que são aqueles capazes de deslocar o oxigênio do ambiente, não atuam 
dentro do organismo do trabalhador; e asfixiante químico, que atua no organismo 
do trabalhador, dificultando a entrada de oxigênio nos tecidos.
Além dos gases e vapores, é de suma importância mencionar os agentes 
químicos que possuem penetração através da pele, que é o caso dos solventes químicos, 
que são empregados em muitos processos industriais. O solvente orgânico, por exemplo, 
é responsável por causar dermatites de contato devido à irritação causada. Assim como os 
gases e vapores irritantes, os solventes terão seu grau de irritação associado à solubilidade 
desses com os lipídeos. Outro ponto que interfere na ação irritante é o ponto de ebulição 
(P.E.), quanto mais baixo o P.E., mais irritante é o solvente. Solventes aromáticos são mais 
irritantes que os alifáticos.
IMPORTANT
E
2.2 AERODISPERSOIDES
São partículas sólidas ou líquidas que possuem diâmetro menor, em 
média, 100μm, ficando em suspensão na atmosfera. O tempo em que o agente 
fica em suspensão irá depender basicamente da densidade, do tamanho da 
partícula e da velocidade de movimentação no ar. Os aerodispersoides podem ser 
classificados quanto à sua formação em: poeiras, fumos, névoas, neblinas e fibras; 
e quanto ao seu efeito no organismo são classificados como: pneumoconiótico, 
tóxico, alérgico e inerte.
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
67
Quanto à sua formação:
Poeira: são partículas sólidas produzidas mecanicamente através de 
processo de ruptura, seja pela simples limpeza de um móvel, ou através de uma 
operação mecânica, como a moagem, trituração, entre outros. Seu diâmetro é 
de, aproximadamente, 0,1 μm a 25 μm. Após longos períodos de exposição a 
estes particulados, o trabalhador pode apresentar endurecimento dos tecidos 
pulmonares (pneumoconiose).
Fumos: são partículas sólidas oriundas da condensação de vapores 
metálicos. Estes vapores são produzidos em processos como fundição e soldagem, 
processos que envolvam a fusão de metais. A exposição prolongada e sem 
medidas de proteção adequadas a estes fumos metálicos pode gerar ulcerações 
no septo nasal.
Fibras: assim como as poeiras, as fibras são partículas sólidas produzidas 
através de ruptura mecânica de sólidos. A fibra se diferencia da poeira por suas 
características físicas. A fibra possui um formato mais alongado, com comprimento 
de 3 a 5 vezes maior que seu diâmetro. A exposição prolongada a este tipo de 
aerodispersoides também provoca agressões aos pulmões.
Fumaça: São partículas sólidas provenientes de processos de combustão 
incompleta. Em geral, possuem tamanhos inferiores a 0,1 micra.
Neblinas: são partículas líquidas oriundas da condensação de vapores 
de substâncias que em condições normais de temperatura e pressão são líquidas. 
Este tipo de aerodispersoide é raro de ser encontrado na indústria, uma vez que 
para sua formação é necessária uma atmosfera saturada de vapor para que ocorra 
a condensação, ficando mais associada a fenômenos climáticos.
Névoas: assim como a neblina, a névoa é uma partícula líquida que fica em 
suspensão no ar atmosférico, porém, as névoas são geradas através de rupturas 
mecânicas de líquidos. 
Os aerodispersoides podem ser classificados conforme o tamanho de suas 
partículas. O quadro a seguir representa esta classificação.
QUADRO 5 - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TAMANHO DAS PARTÍCULAS
Tipo de particulado Tamanho aproximado do diâmetro (µm)
Sedimentável 10 < Ø < 150
Visível Ø > 50
Inalável Ø < 10
Respirável Ø < 5
FONTE: Adaptado de Peixoto e Ferreira (2012)
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
68
As avaliações ocupacionais se concentram nos particulados denominados 
respiráveis, uma vez que estes permanecem mais tempo em suspensão e facilitam 
a sua penetração no organismo através do sistema respiratório. Lembrando 
sempre que, para que os agentes químicos causem danos à saúde do trabalhador, 
eles devem estar em concentração prejudicial e o trabalhador precisa ficar exposto 
por determinado tempo.
Como se pode observar, a maior parte dos agentes químicos contamina o ar 
e a principal via de penetração no organismo é o sistema respiratório. A seguir, serão 
abordadas as principais vias de penetração dos agentes químicos no organismo.
3 VIAS DE ABSORÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NO 
ORGANISMO
Existindo um agente químico no ambiente laboral, seja em suspensão ou 
não, o trabalhador está vulnerável a esta exposição. Ocorrendo a exposição, o 
agente nocivo pode penetrar no organismo através de uma ou mais vias, seja via 
respiratória, cutânea ou digestiva.
 
Via respiratória: corresponde ao sistema composto por nariz, boca, 
faringe, laringe, bronquíolos e pulmões. É a via de absorção mais significativa para 
os contaminantes químicos. Nem toda substância inalada poderá gerar danos à 
saúde do trabalhador. A concentração da substância, o tempo de exposição e a 
ventilação dos pulmões são fatores que interferem na intoxicação. 
Alguns particulados inalados são filtrados pela mucosa da traqueia e 
expelidos posteriormente. Uma parte desses particulados pode ser ingerida junto 
à mucosa e poderá ocorrer a absorção por via digestiva. Outros particulados 
podem ser absorvidos por algumas células e, posteriormente, alcançar a corrente 
sanguínea, ou se acumular em tecidos, ou até mesmo em órgãos. Os gases possuem 
passagem livre até os pulmões e, consequentemente, para a corrente sanguínea.
 
Via cutânea: corresponde a toda superfície que envolve o nosso corpo. 
Apesar de alguns metais serem absorvidos pela pele, são os solventes orgânicos os 
responsáveis por grande parte das intoxicações através dessa via. Estas substâncias 
atravessam a barreira cutânea atingindo a corrente sanguínea. Existem substâncias 
associadas a outras que também são capazes de penetrar a derme.
Via digestiva: corresponde ao sistema formado pela boca, faringe, esôfago, 
estômago e intestinos. O grau de absorção está diretamente ligado à solubilidade 
da substância, isto é, quanto menor a solubilidade, menor será a capacidade de 
absorção pelo organismo. O hábito de comer e beber no posto de trabalho é um 
dos grandes vilões desta via de absorção.
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
69
4 DOENÇAS RELACIONADAS AOS AGENTES QUÍMICOS
A doença do trabalho é desencadeada pelas condições do ambiente do 
trabalho. Podem se manifestar de forma lenta, levando até vários anos, o que 
dificulta a ligação da doença com o trabalho desenvolvido. Quando se realiza 
a investigação de uma doença do trabalho, é necessário avaliar todos os fatores 
presentes no local de trabalho, uma vez que esses podem estar interligados ao 
agravo de incidentes à saúde do trabalhador.
A seguir, serão apresentadas as doenças consideradas pela Área Técnica 
de Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, como principais para 
investigações epidemiológicas, tendo como objetivo a sua prevenção.
4.1 PNEUMOCONIOSES
Como já mencionado anteriormente, as vias respiratórias são as mais 
comuns no ambiente laboral. Elas estão diretamente associadas às substâncias 
inaladas, lembrando que a absorção das substâncias depende das propriedades 
físico-químicas, da susceptibilidade individual e do local de deposição das 
partículas (nariz, traqueia, brônquios ou parênquima pulmonar).
Deposição no nariz: geralmente, provoca rinite, perfuração septal ou 
câncer nasal.
Deposição na traqueia ou brônquios: podem provocar broncoconstricção,devido à reação antígeno x anticorpo ou induzida por reflexo irritativo.
Deposição no parênquima pulmonar: pode provocar alveolite alérgica 
extrínseca (poeiras orgânicas), pneumoconiose (poeiras minerais) ou lesão 
pulmonar aguda, bronquiolite e edema pulmonar.
 
Quando da presença de poeiras e gases radioativos no ambiente laboral, o 
câncer pulmonar pode ser uma das doenças desencadeadas.
Pneumoconioses são doenças originadas pela deposição de partículas 
sólidas no parênquima pulmonar, causando fibrose, que nada mais é do que o 
endurecimento intersticial do tecido pulmonar. As pneumoconioses mais comuns 
são as causadas pela poeira de sílica (silicose) e as causadas pelo asbesto (asbestose).
Dentre outras pneumoconioses, podemos citar: pneumoconiose do 
trabalhador do carvão (pulmão preto), siderose (por ferro), estanose (estanho), 
bagaçose (fibras vegetais), aluminíose (alumínio) e bissinose (algodão).
O quadro a seguir traz uma lista com algumas pneumoconioses com suas 
denominações, seus agentes causadores e suas consequências ao organismo.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
70
QUADRO 6 - PNEUMOCONIOSES, POEIRAS CAUSADORAS E PROCESSOS ANATOMOPATOLÓGICOS 
SUBJACENTES
PNEUMOCONIOSE AGENTE(S) ETIOLÓGICO(S)
PROCESSO 
ANATOMOPATOLÓGICO
Silicose Sílica livre Fibrose nodular
Asbestose
Todas as fibras asbesto ou 
amianto
Fibrose difusa
Pneumoconiose do 
trabalhador do carvão (PTC)
Poeiras contendo carvão 
mineral e vegetal
Desposição macular sem 
fibrose ou com diferenciados 
graus de fibrose
Silicatose Silicatos variados Fibrose difusa ou mista
Talcose Talco mineral (silicato) Fibrose nodular e/ou difusa
Pneumoconiose por poeira 
mista
Poeiras variadas contendo 
menos que 7,5% de sílica livre
Fibrose nodular estrelada e/ou 
fibrose difusa
Siderose Óxidos de ferro
Deposição macular de óxido 
de ferro associado ou não com 
fibrose nodular e/ou difusa
Estanose Óxido de estanho
Deposição macular sem 
fibrose
Baritose Sulfato de bário (barita)
Deposição macular sem 
fibrose
Antimoniose
Óxidos de antimônio ou Sb 
metálico
Deposição macular sem 
fibrose
Pneumoconiose por rocha 
fosfática
Poeira de rocha fosfáltica
Desposição macular sem 
fibrose
Pneumoconiose por abrasivos
Carbeto de silício (SiC)
Óxido de Alumínio (Al203)
Fibrose nodular e/ou difusa
Beriliose Berílio
Granulomatose tipo sarcoide.
Fibrose durante evolução 
crônica
Pneumopatia por metais 
duros
Poeiras de metais duros (ligas 
de W. Ti, Ta contendo Co)
Pneumonia intersticial de 
células gigantes. Fibrose 
durante evolução.
Pneumonites por 
hipersensibilidade (alveolite 
alérgica extrínseca)
Poeiras orgânicas contendo 
fungos, proteínas de penas, 
pelos e fezes de animais
Pneumonia intersticial por 
hipersensibilidade (infiltração 
linfocitária, eosinofílica e 
neutrofílica na fase aguda e 
fibrose difusa na fase crônica
FONTE: Brasil (2006a)
Vamos conhecer um pouco mais de algumas dessas pneumoconioses?
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
71
4.1.1 Silicose
É a mais comum no Brasil. Sua causa está associada à inalação de poeira de 
sílica livre cristalina (quartzo). Trabalhadores da indústria extrativa (mineração), 
de beneficiamento de minerais (corte de pedras, britagem, moagem, lapidação), 
fundições, cerâmicas, olarias, jateamento de areia, escavação de poços, polimentos 
e limpezas de pedras estão sujeitos à exposição à poeira de sílica. A silicose se 
caracteriza por um processo de fibrose intersticial, com o desenvolvimento de 
nódulos isolados ou aglomerados, posterior dificuldade respiratória.
Os sintomas podem demorar de 10 a 20 anos de exposição para surgirem. 
Inicialmente, o paciente é acometido de tosse e escarros e a doença não é detectada 
em exames como o raio X. Conforme a doença vai se agravando, o paciente passa 
a ter dispneia de esforço e astenia. Em estágios já avançados, a dispneia ocorre 
com o menor esforço ou até mesmo em repouso, caracterizando uma insuficiência 
respiratória. Sua evolução pode chegar à cor pulmonale crônico. A silicose é 
doença irreversível.
Raramente, pode ocorrer na sua forma aguda, para isso é necessária a 
exposição a elevadíssimas concentrações de poeira de sílica.
Para seu diagnóstico é necessário avaliar o histórico clínico-ocupacional 
do paciente, investigar o ambiente laboral, avaliar o exame físico e as alterações 
supostamente encontradas em radiografias de tórax. A análise destas radiografias 
deve seguir as técnicas descritas pela Organização Internacional do Trabalho 
(OIT) e deve ser realizada por três diferentes profissionais.
4.1.2 Asbestose
A asbestose é proveniente da exposição ao asbesto, também conhecido 
como amianto. Esta substância é cancerígena, o que levou à sua proibição na 
União Europeia e Austrália. No Brasil, ela foi parcialmente proibida, ainda 
sendo explorada a crisótila (amianto branco), porém Rio de Janeiro, São Paulo, 
Pernambuco e Rio Grande do Sul baniram todas as formas de amianto.
O amianto é amplamente utilizado na fabricação de produtos de cimento-
amianto, materiais de fricção, como pastilhas de freio, materiais de vedação, 
piso e produtos têxteis, como mantas e tecidos resistentes ao fogo. Encanadores, 
soldadores, zeladores, eletricistas, carpinteiros, trabalhadores da construção civil 
e naval, mineradores e pessoas que trabalham com materiais isolantes também 
estão expostos ao asbesto.
A asbestose é uma doença exclusivamente ocupacional, progressiva e 
irreversível. Os sintomas podem surgir após 20 ou 30 anos da exposição, por 
esta razão, em alguns países, o surgimento de casos é crescente, mesmo banida a 
utilização desta substância.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
72
Esta doença leva à fibrose pulmonar, enrijecendo o tecido pulmonar através 
de cicatrizes. Conforme Brasil (2001), os primeiros sintomas e sinais da asbestose 
são: falta de ar quando se realiza esforço físico, estertores crepitantes nas bases 
pulmonares, baqueteamento digital, alterações funcionais e pequenas opacidades 
irregulares na radiografia de tórax. Assim como na silicose, é necessário avaliar o 
histórico clínico-ocupacional do paciente, investigar o ambiente laboral, avaliar o 
exame físico e as alterações supostamente encontradas em radiografias de tórax 
para se chegar ao diagnóstico da asbestose, sempre considerando as técnicas 
descritas pela OIT para a leitura das radiografias.
A exposição ao amianto pode desencadear, além da asbestose, alterações 
pleurais benignas, o câncer de pulmão e os mesoteliomas malignos, que podem 
acometer a pleura, o pericárdio e o peritônio.
O mesotelioma maligno atinge o mesotélio, que é um tecido composto 
de finas membranas que envolvem alguns dos principais órgãos do nosso corpo. 
Esta doença é um tipo de câncer raro. 
4.1.3 Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC)
A pneumoconiose dos trabalhadores de carvão (PTC) é causada pela 
inalação da poeira de carvão mineral e sua deposição ocorre nos alvéolos 
pulmonares. Esta deposição inicia um processo inflamatório que provoca lesões 
no epitélio alveolar. Os mineiros de frente de lavra, detonadores, transporte 
e armazenamento de carvão mineral em locais confinados são exemplos de 
trabalhadores expostos à poeira de carvão mineral.
A PTC é uma doença crônica e irreversível. Possui um desenvolvimento 
lento e com poucos sintomas; quando já mais avançada (fibrose maciça progressiva), 
surgem sintomas como a dispneia de esforço e alterações respiratórias funcionais. 
Podem se fazer presente, isoladamente ou associadas, a bronquite crônica e o 
enfisema. Em rochas impuras com a presença de sílicas, a silicose pode ser 
desencadeada simultaneamente.
O diagnóstico é feito com o estudo das radiologias e do histórico 
ocupacional do paciente.
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMASDE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
73
A quantidade de poeira respirável varia com o tipo de carvão, sendo menor no 
betuminoso quando comparado ao antracitoso. Nas minas brasileiras em Santa Catarina e 
no Rio Grande do Sul, há uma alta concentração de sílica devida ao teor de contaminantes 
minerais existentes na rocha. É importante não confundir carvão mineral com carvão 
vegetal, este raramente associado à pneumoconiose.
FONTE: BRASIL (2001)
IMPORTANT
E
4.1.4 Prevenção da Pneumoconiose
Inicia-se o processo de prevenção com medidas simples de higiene 
pessoal e do local de trabalho, modificações do ambiente de trabalho a fim de 
torná-lo mais salubre, ações educativas e de controle médico dos trabalhadores 
expostos aos riscos químicos etc. Medidas de engenharia também podem ser 
adotadas para o controle de partículas respiráveis, e até mesmo na dispersão 
de particulados. 
Medidas como adoção de operações a úmido, lavagem do ambiente 
laboral constantemente, instalação de ventilação exaustora localizada, bem 
como a ventilação geral do ambiente, enclausuramento da fonte produtora 
de poeira, isolamento de processos como polimentos e mudança de layout são 
medidas indicadas quando viável. Com a vasta disponibilidade de matérias-
primas e produtos, a substituição de algumas substâncias é de grande valia: o 
uso de outros abrasivos em operações de jateamento com areia e a utilização de 
fibras alternativas em produtos de cimento-amianto, materiais de fricção e outros 
são exemplos desta medida de prevenção. É de suma importância o estudo e 
conhecimento de todas as propriedades físico-químicas das substâncias que se 
desejam utilizar em substituições.
Após aplicadas todas as medidas administrativas e coletivas possíveis 
e ainda assim persistir o problema, devem-se adotar medidas de proteção 
individuais com a adoção de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). 
Para o uso de máscaras, deve-se fazer uma análise de qual é a mais indicada 
para o tipo de particulado em suspensão. Esses equipamentos devem estar em 
boas condições de uso, ter boa qualidade, serem eficientes, de fácil adaptação no 
rosto do trabalhador, possuírem manutenção periódica, limpeza e troca de filtros 
sempre que for necessário.
Quando as roupas estiverem contaminadas com poeiras, elas devem 
ser lavadas na empresa, evitando levar para casa sob o risco de contaminação 
da família.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
74
Como em todo processo de prevenção, seja de acidentes ou de doenças 
ocupacionais, a conscientização tem papel primordial. Sendo assim, as ações 
educativas devem conter informações sobre os riscos aos quais os trabalhadores 
estão expostos, o tipo de poeira que possa estar em suspensão, bem como seus 
possíveis danos e agravos à saúde do trabalhador e como se proteger de tais 
danos. Os programas preventivos da empresa devem ser claros e os colaboradores 
devem estar cientes de como proceder no ambiente de trabalho, levando, assim, 
os programas preventivos ao sucesso.
Como sempre falamos em prevenção, o diagnóstico das doenças 
ocupacionais devem ocorrer ainda em sua fase inicial para que o tratamento 
seja eficaz. Diante disso, o controle médico exerce papel fundamental neste 
diagnóstico. Questionários de sintomas, exames físicos, radiografias, espirometrias 
periódicas são exemplos de um controle médico. Através destas repostas é que 
serão identificadas as medidas que estão funcionando, bem como aquelas que 
necessitam de alterações, até mesmo o afastamento de um funcionário. Para os 
exames complementares e periódicos, a NR 7 traz em seu texto o que é preciso, 
sempre baseado em uma leitura especializada e de bom senso clínico.
Resumidamente, a prevenção deve seguir a seguinte hierarquia de 
controle:
Na fonte do risco (que deve ser a primeira escolha):
− Substituição da areia, como abrasivo, por materiais menos perigosos.
− Utilização de materiais numa forma menos poeirenta. 
− Modificação de processos de modo a produzir menos poeira. 
− Utilização de métodos úmidos.
Na transmissão do risco (entre a fonte e o receptor): uma vez gerada a 
poeira, sua disseminação no local de trabalho deve ser evitada ou controlada por 
meio de medidas como: 
− Isolamento, enclausuramento de operações. 
− Ventilação local exaustora. 
− Limpeza nos locais de trabalho.
No trabalhador:
Utilização de proteção respiratória de boa qualidade, eficiente, que se 
adapte ao rosto do trabalhador, e bem utilizada dentro de um programa que 
inclua manutenção, higienização e reposição de filtros.
Todo cuidado é pouco quanto se trata da saúde do trabalhador!
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
75
4.2 ASMA OCUPACIONAL
Atualmente, a asma vem crescendo significativamente como doença 
respiratória relacionada ao trabalho.
A asma ocupacional se caracteriza com a obstrução generalizada e aguda 
das vias respiratórias ocasionada pela inalação de alergênicos de origem biológica, 
poeiras, gases ou vapores no ambiente de trabalho. A asma é uma doença de 
caráter reversível. Segundo Brasil (2001), os sintomas são: falta de ar, tosse, aperto 
e chiado no peito, acompanhados de rinorreia, espirros e lacrimejamento. Os 
sintomas surgem logo após a exposição ao agente nocivo e desaparecem após 
alguns dias de suspensa a exposição.
A asma ocupacional pode ser subdividida em dois grupos: asma alérgica 
ocupacional e síndrome da disfunção reativa das vias aéreas (RADS). Observa-se 
que a RADS também pode ser chamada de asma induzida por irritantes.
O diagnóstico da asma ocupacional não pode ser baseado apenas no 
histórico clínico do paciente. Hoje, o método mais utilizado para diagnosticar a 
doença é o teste de provocação específico em laboratório ou no próprio local de 
trabalho, que deve ser supervisionado por um médico habilitado.
A síndrome da disfunção reativa das vias aéreas (RADS) foi descrita por Brooks 
em 1985. Foram descritos dez casos de indivíduos que desenvolveram sintomas de asma 
após uma única exposição (geralmente, acidental) a altos níveis de vapores, fumaça ou 
gases irritantes, sem que nenhum apresentasse história prévia de sintomas respiratórios. 
A sintomatologia da asma persistiu em média por três anos. O tempo de exposição ao 
agente variou de alguns minutos até 12 horas (média de 9 horas). Outra característica é que 
a reexposição ao agente não reproduz a doença. FONTE: Disponível em: <http://www.
higieneocupacional.com.br/download/asma-ocupacional-1.pdf>. Acesso em: 24 fev. 2015.
IMPORTANT
E
4.3 SATURNISMO
O chumbo está presente no meio industrial, na água, no solo, no ar e até 
mesmo no organismo humano, porém, em pequenas quantidades, o que não 
acarreta danos à saúde.
No ambiente ocupacional, atividades como mineração, fundição, refino, 
reciclagem de acumuladores, utilização de tintas, esmaltes, betumes e cores com 
chumbo, construção e reparação automóvel, trabalho em joalheria, entre outros, 
são exemplos de atividades com exposição ao chumbo. O chumbo se apresenta 
na forma de vapor, fumo ou poeira.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
76
O chumbo pode penetrar no organismo humano através das três vias de 
absorção (respiratória, digestiva e cutânea), porém, cerca de 35 a 50% do chumbo 
inalado atinge a corrente sanguínea, enquanto apenas 10% do chumbo ingerido 
chega ao sangue.
A doença oriunda da intoxicação por chumbo recebe o nome de saturnismo. 
Intoxicações agudas são mais raras de ocorrer, caracterizando o saturnismo como 
uma intoxicação em longo prazo (crônica) e pode atingir o sistema nervoso, renal, 
cardiovascular e hematológico. Podem ocorrer dermatites e úlceras na epiderme 
quando existir o contato com os compostos de chumbo.
Segundo Brasil (2001), os sinais e sintomas mais comuns da intoxicação 
crônica por chumbo são: cefaleia, astenia, cansaço fácil, alterações do 
comportamento(irritabilidade, hostilidade, agressividade, redução da 
capacidade de controle racional), alterações do estado mental (apatia, obtusidade, 
hipoexcitabilidade, redução da memória), alteração da habilidade psicomotora, 
redução da força muscular, dor e parestesia nos membros. Modificação da 
frequência e do volume urinário, das características da urina, aparecimento de 
edema e hipertensão arterial também são sintomas e sinais dessa intoxicação.
Como já mencionado, as intoxicações agudas são mais raras de ocorrer e, 
quando ocorrem, geralmente são acidentais. Os sintomas dessa intoxicação são: 
náuseas, vômitos, às vezes de aspecto leitoso, dores abdominais, gosto metálico 
na boca e fezes escuras.
O diagnóstico de intoxicação por chumbo deve se basear nas evidências 
de exposição ocupacional ao metal, evidências laboratoriais de exposição e efeitos 
biológicos associados à exposição ao chumbo, sinais e sintomas compatíveis com 
o saturnismo.
A prevenção quanto à exposição ao chumbo requer medidas que 
busquem a eliminação ou redução a essa exposição. Essas medidas são as boas 
práticas nos locais de trabalho, técnicas de engenharia e, mesmo assim, se ainda 
existir a exposição, adotam-se as proteções individuais dos trabalhadores. Uma 
vez detectada a exposição ao chumbo, o controle médico deve ser realizado 
individualmente, tratando cada trabalhador exposto.
Segundo Brasil (2006a), as principais medidas de prevenção primária da 
exposição excessiva ao chumbo metálico são:
Medidas de engenharia: 
• Substituição do chumbo por outros agentes menos tóxicos. 
• Isolamento das operações que utilizam chumbo. 
• Enclausuramento das operações que utilizam chumbo. 
• Instalação de sistema de exaustão. 
• Adequado tratamento de efluentes.
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
77
 Uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPI):
• Uso de máscaras de filtro químico. 
• Uso de luvas. 
• Uso de uniformes que devem ser lavados pela empresa (evitar o carreamento 
de chumbo para o espaço domiciliar). 
Boas práticas de trabalho: 
• Manutenção da limpeza da área de trabalho por via úmida (evitar varrição). 
• Adequada deposição de rejeitos contendo chumbo. 
• Evitar consumo de bebidas, alimentos e tabagismo no local de trabalho. 
• Proteger depósitos de água para consumo da possibilidade de contaminação 
pelo chumbo. 
• Informação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposição, 
manifestações da intoxicação por chumbo e formas de prevenção da absorção 
do metal. 
• Informação aos trabalhadores dos resultados de exames toxicológicos. 
• Divulgação dos resultados das avaliações ambientais.
Para maiores informações sobre o saturnismo, acesse:
Legislação Trabalhista Brasileira: <http://www.met.gov.br>
Center for Disease Control: <http://www.cdc.gov>
Regulamentação da Occupational Safety Hygiene Association (USA): <http://www.osha-
slc.gov> 
Regulamentação da Environmetal Protection Agency – EPA (USA): <http://www.epa.gov>
National Institute of Occupational and Safety Health – NIOSH (USA): <http://www.cdc.gov/
niosh/homepage.html>
DICAS
4.4 HIDRARGIRISMO
Hidrargirismo é o nome da doença causada pela exposição ao mercúrio. 
A principal via de penetração é a via respiratória.
Em garimpos, por exemplo, é utilizado o mercúrio metálico; em células 
eletrolíticas para produção de cloro e soda, na fabricação de termômetros, 
barômetros, aparelhos elétricos e em amálgamas para uso odontológico também 
se emprega este metal. O mercúrio inorgânico e seus compostos são utilizados nas 
indústrias de compostos elétricos, eletrodos, polímeros sintéticos e como agentes 
antissépticos. Já os compostos orgânicos são utilizados como fungicidas fumigantes 
e inseticidas. Indústrias de fabricação de tintas e lâmpadas também fazem uso do 
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
78
mercúrio em seus processos, expondo, assim, seus trabalhadores a essa substância 
nociva. Existem casos de intoxicação por mercúrio na área de saúde, principalmente 
em processos de esterilização de materiais, e no setor odontológico, pois, como já 
mencionado, utiliza-se mercúrio na composição das amálgamas.
O mercúrio, quando lançado na natureza, pode contaminar rios devido 
à sua precipitação e, consequentemente, os peixes, afetando a cadeia alimentar.
Na pele e mucosas, ele possui efeito irritante e sua intoxicação aguda age 
nos pulmões provocando intersticial aguda, bronquite e bronquiolite. Por ele agir 
sobre o sistema nervoso central, o hidrargirismo causa tremores e aumento da 
excitabilidade. Já na exposição crônica (longos períodos a baixas concentrações), 
segundo Brasil (2006a), os sintomas são: cefaleia, redução da memória, instabilidade 
emocional, parestesias, diminuição da atenção, tremores, fadiga, debilidade, perda 
de apetite, perda de peso, insônia, diarreia, distúrbios de digestão, sabor metálico, 
sialorreia, irritação na garganta e afrouxamento dos dentes. Gengivite, sialorreia, 
irritabilidade e tremores são os quatro principais sintomas.
O diagnóstico de hidrargirismo deve-se basear na história da exposição 
ocupacional e no quadro clínico do paciente.
A prevenção à exposição do mercúrio é basicamente medidas de 
engenharia, alterando os locais de trabalho de forma a neutralizar ou eliminar a 
exposição do trabalhador e, se ainda necessário, o emprego de Equipamentos de 
Proteção Individuais adequados ao risco.
Vale ressaltar que, em caso de doenças do trabalho diagnosticadas, se 
o trabalhador possua carteira de trabalho assinada, deve-se emitir uma CAT e 
encaminhar o trabalhador ao INSS.
4.5 DOENÇA CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO AO CROMO
A exposição ao cromo ocorre, principalmente, em galvanoplastias, 
indústria do cimento, produção de ligas metálicas, soldagem de aço inoxidável, 
produção e utilização de pigmentos na indústria têxtil, de cerâmica, vidro e 
borracha, indústria fotográfica e em curtumes. Geralmente, ele ocorre na forma 
de névoas ácidas dispersas no ambiente laboral.
As vias de absorção são cutânea e respiratória, onde o composto apresenta 
características irritantes e alergênicas.
Segundo Brasil (2006a), uma vez ocorrida a intoxicação, os sintomas são: 
prurido nasal, rinorreia, epistaxe, que evoluem com ulceração e perfuração de 
septo nasal; irritação de conjuntiva com lacrimejamento e irritação de garganta; 
na pele, observa-se prurido cutâneo nas regiões de contato, erupções eritematosas 
ou vesiculares e ulcerações de aspecto circular com dupla borda, a externa rósea 
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
79
e a interna escura (necrose), o que lhe dá um aspecto característico de "olho de 
pombo"; a irritação das vias aéreas superiores também pode manifestar-se com 
dispneia, tosse, expectoração e dor no peito. O câncer pulmonar é, porém, o efeito 
mais importante sobre a saúde do trabalhador.
O diagnóstico de intoxicação ao cromo deve-se basear na história da exposição 
ocupacional e no quadro clínico do paciente, assim como nas demais doenças.
A prevenção à exposição ao cromo é basicamente medidas de engenharia, 
alterando os locais de trabalho de forma a neutralizar ou eliminar a exposição 
do trabalhador e, se ainda necessário, o emprego de Equipamentos de Proteção 
Individual adequados ao risco.
4.6 DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES 
ORGÂNICOS
Inúmeros são os produtos químicos utilizados, atualmente, como 
solventes. Estas substâncias são líquidas à temperatura ambiente, são voláteis e 
lipossolúveis. São produtos amplamente utilizados em processos industriais, no 
meio rural, em laboratórios químicos como solubilizante, dispersante ou diluente 
em sua forma pura ou misturada.
Podemos citar como exemplo os hidrocarbonetos alifáticos, os 
hidrocarbonetos aromáticos, os hidrocarbonetos halogenados, os álcoois, as 
cetonas e os ésteres.Sua entrada no organismo humano é através da via respiratória e cutânea, 
sendo a respiratória a mais significante, pois os solventes são altamente voláteis, 
o que facilita a inalação do produto.
Segundo Brasil (2006a), após a penetração e biotransformação e excreção 
podem se manifestar efeitos tóxicos a nível hepático, pulmonar, renal, hemático 
e do sistema nervoso. Estes efeitos podem ser favorecidos por fatores de ordem 
ambiental (temperatura), individual (dieta, tabagismo, etilismo, enzimáticos, 
peso, idade, genéticos etc.), além da comum interação entre os diversos solventes 
na maioria dos processos industriais.
Além disso, é importante frisar que algumas destas substâncias possuem 
efeito ototóxico, causando problemas funcionais e degeneração celular dos tecidos da 
orelha interna, especialmente nos órgãos sensoriais e neurônios da cóclea e aparelho 
vestibular. Para que isso ocorra é necessário que o trabalhador esteja exposto ao 
solvente orgânico e ao ruído em doses prejudiciais e sem a devida proteção.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
80
Para compreender mais sobre os solventes ototóxicos e seus efeitos, não 
deixe de ler a dissertação: Efeitos da Exposição Ocupacional a Solventes Orgânicos no 
Sistema Auditivo, escrita por Lígia Bertoncello.
DICAS
4.7 BENZENISMO
Antigamente, o benzeno possuía o seu uso deliberado, porém, atualmente, 
existe uma legislação que regulamenta seu uso nas indústrias brasileiras.
A intoxicação por benzeno recebe o nome de benzenismo, um conjunto 
de manifestações ou alterações hematológicas resultantes da exposição a esta 
substância.
Siderurgia, refinaria de petróleo, indústrias que utilizam benzeno como 
solvente e atividades que empregam tintas, verniz, selador, tíner expõem seus 
trabalhadores ao benzeno.
Sua absorção pode ocorrer pelas três vias (respiratória, digestiva e 
cutânea), porém, a via respiratória é a mais importante. Em caso de intoxicação 
aguda, o benzeno é retido no sistema nervoso central e, quando da intoxicação 
crônica, ele permanece na medula óssea, fígado e tecidos gordurosos.
Segundo Brasil (2006b), os sintomas clínicos não são típicos, mas pode 
haver queixas relacionadas às alterações hematológicas, como fadiga, palidez 
cutânea e de mucosas, infecções frequentes, sangramentos gengivais e epistaxe. 
Pode encontrar-se sinais neuropsíquicos, como astenia, irritabilidade, cefaleia 
e alterações da memória. Hoje, existem vários estudos epidemiológicos que 
demonstram a relação do benzeno com as leucemias mieloide aguda, mieloide 
crônica, linfocítica crônica, com a doença de Hodgkin e com a hemoglobinúria 
paroxística noturna.
O diagnóstico do benzenismo é realizado através da análise do histórico 
clínico e ocupacional e exames complementares. Mais uma vez, é importante 
lembrar que o acompanhamento médico dos trabalhadores que estiveram 
expostos ao benzeno durante o tempo em que seu uso era permitido é de 
suma relevância.
A forma mais eficaz de prevenção à exposição ao benzeno é a substituição 
desta substância por outra mais segura, ou investir em tecnologias capazes de 
assegurar a não exposição ao benzeno. O benzeno é uma substância que não 
possui limite de exposição seguro.
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
81
A Portaria Nº 776/GM, de 28 de abril de 2004, dispõe sobre a regulamentação 
dos procedimentos relativos à vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno. 
Que tal você realizar a leitura deste material?
DICAS
Para conhecer um maior número de doenças do trabalho, bem como seus 
sintomas e sinais, acesse: <http://www4.seg-social.pt/documents/10152/156134/lista_
doencas_profissionais>.
DICAS
4.8 DERMATITE
Dentre as doenças ocupacionais mais importantes temos a dermatite. 
Porém, ela não chega a entrar nas estatísticas, uma vez que em inúmeros 
casos o próprio paciente a trata sem auxílio médico ou ela é tratada no próprio 
ambulatório da empresa.
Mas o que é a dermatite ocupacional? É toda alteração das mucosas, pele 
e seus anexos que seja direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida 
ou agravada por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de 
trabalho (ALI, 1995).
As dermatites ocupacionais, geralmente, são causadas por agentes 
biológicos, físicos e químicos e provocam desconforto, dor, prurido, queimação, 
reações psicossomáticas e outras que geram até a perda do posto de trabalho. 
Dentre os agentes químicos, os principais responsáveis por provocar dermatite 
são: irritantes (cimento, solventes, detergentes, ácidos, álcalis, entre outros) e 
alérgenos (aditivos da borracha, níquel, cromo e cobalto, resinas, entre outros).
Para se obter o diagnóstico que a dermatite é ocupacional, deve-se avaliar o 
quadro clínico, o histórico ocupacional, a localização das lesões e realizar exames 
específicos. As dermatites ocupacionais apresentam melhoras com o afastamento 
do trabalhador do seu posto de trabalho e com o retorno elas pioram.
Vamos conhecer quais são as principais dermatites ocupacionais?
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
82
4.8.1 Dermatite de contato por irritantes
Ocorre através do contato com substâncias irritantes em concentrações 
acima das toleráveis, com tempo grande de exposição, e o trabalhador é exposto 
com frequência a esta substância. Manter o contato com água, sabão e detergente 
favorece a ocorrência de irritações.
Segundo Brasil (2006b, p. 25): 
O quadro clínico varia de acordo com o irritante, podendo aparecer 
sob a forma de dermatites indistinguíveis das dermatites de 
contato alérgicas agudas, até ulcerações vermelhas profundas, 
nas queimaduras químicas. A dermatite irritativa crônica é mais 
frequente que a aguda ou acidental. Agressões repetidas, por 
irritantes de baixo grau, ocorrem ao longo do tempo. Nesses casos, 
a secura da pele e o aparecimento de fissuras são, frequentemente, 
os primeiros sinais, que evoluem para eritema, descamação, pápulas, 
vesículas e espessamento gradual da pele. As dermatites de contato 
irritativas podem ser facilmente diagnosticadas pelas histórias 
clínica e ocupacional. Os testes epicutâneos ou patch test não estão 
indicados para o diagnóstico. Mas para dermatites de contato por 
irritantes crônicas, que não respondem bem ao tratamento pode ser 
realizado o teste de contato para investigar sensibilização às vezes ao 
medicamento usado.
A dermatite de contato por irritantes (DCI) pode se dividir em:
4.8.1.1 Dermatite irritativa de contato forte (DICF)
  Etiopatogenia
Quando a substância química, em contato com a pele, provocar graves 
lesões inflamatórias já no primeiro contato, estas são consideradas irritantes 
fortes.
O contato com cimento, que é abrasivo, alcalino, altamente higroscópico, 
causa ulcerações (rasas ou profundas). Estas lesões irão aparecer devido ao tempo 
de contato com a massa de cimento associado ao atrito gerado pelo calçado e 
vestimentas na pele do trabalhador, podendo chegar à necrose da região atingida. 
Por exemplo, após 12 horas de contato com o cimento úmido podem surgir 
ulcerações profundas na região atingida.
Quadro Clinico: após algumas horas de uma determinada região estar em 
contato com o cimento, podem surgir eritema com prurido, ardor, queimação. 
Após 24h, podem ser observadas lesões em fase ativa, exulceradas, ulceradas 
ou necrosadas, dependendo somente do tempo de contato e da alcalinidade do 
cimento ou concreto.
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
83
 Segundo Brasil (2006b, p. 27, grifo do autor), os principais aspectos 
clínicos das principais dermatites de contato são:
Dermatite irritativa de contato (DIC). Ressecamento da pele na área de 
contato. Descamação com ou sem eritema. Pode evoluir com fissuras 
e sangramentos. É importante salientar que o processo irritativo irá 
depender do agentecausal (vide abaixo a classificação dos irritantes 
conforme CID 10).
Dermatite irritativa forte de contato (DIFC). Surge ulceração na área 
de contato com posterior necrose. Ardor, queimação e dor são sintomas 
presentes. O contato com ácidos, álcalis fortes são os principais agentes 
responsáveis. Outro agente importante é a queda de massa de cimento 
ou concreto dentro da bota, calçado ou luvas.
Dermatite Alérgica de Contato (DAC). Presença de eritema, edema, 
vesiculação e prurido. Ao se cronificar, verifica-se a formação de crostas 
serosas às vezes com infecção secundária às vezes ocorre liquenificação 
(espessamento da pele). Observação: prurido, juntamente com os 
demais achados clínicos, é um bom indicador de Dermatite Alérgica 
de Contato (DAC). 
Ainda segundo Brasil (2006b, p. 27), os agentes que causam as principais 
dermatites de contato por irritantes são:
Dermatite de contato por irritantes devido a detergentes.
Dermatite de contato por irritantes devido a óleos e gorduras.
Dermatite de contato por irritantes devido a solventes: cetonas, 
ciclohexano, compostos de cloro, ésteres, glicol, hidrocarbonetos.
Dermatite de contato por irritantes devido a cosméticos
Dermatite de contato por irritantes devido a drogas em contato com a pele.
Dermatite de contato por irritantes devido a outros produtos químicos: 
arsênio, berílio, bromo, cromo, cimento, flúor, fósforo, inseticidas.
Dermatite de contato por irritantes devido a alimentos em contato com 
a pele.
Dermatite de contato por irritantes devido a plantas, exceto alimentos.
Dermatite de contato por irritantes devido a outros agentes químicos: 
corantes.
4.8.2 Dermatites alérgicas de contato (DAC)
Atualmente, existem cerca 5 mil substâncias que estão classificadas como 
alergênicas. Os sinais da dermatite alérgica de contato são eczemas agudos ou 
crônicos. Em sua fase aguda, os eczemas vêm acompanhados de prurido intenso, 
já na fase crônica surgem descamações e fissuras na pele. Este tipo de substância é 
capaz de penetrar a pele e estimular o sistema imunológico do indivíduo a produzir 
linfócitos T que liberam várias citocinas, provocando uma reação inflamatória.
Após a exposição inicial, os primeiros sintomas podem aparecer entre 5 e 
21 dias. Caso o trabalhador já tenha sensibilidade ao agente, os sintomas aparecem 
em até 3 dias da nova exposição.
Caso o trabalhador seja afastado do agente, poderá haver uma diminuição 
no quadro ou até sua total cura, porém a hipersensibilidade latente permanece e 
reexposições voltam a desencadeá-lo.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
84
Segundo Brasil (2006b, p. 29), os agentes que causam as principais 
dermatites alérgicas de contato são:
Dermatite alérgica de contato devido a metais.
Dermatite alérgica de contato devido a adesivos.
Dermatite alérgica de contato devido a cosméticos (fabricação/
manipulação).
Dermatite alérgica de contato devido a drogas em contato com a pele.
Dermatite alérgica de contato devido a corantes.
Dermatite alérgica de contato devido a outros produtos químicos.
Dermatite alérgica de contato devido a alimentos em contato com a 
pele (fabricação/manipulação). 
Dermatite alérgica de contato devido a plantas (não inclui plantas 
usadas como alimentos).
Dermatite alérgica de contato devido a outros agentes (causa externa 
especificada).
De acordo com Brasil (2006b), os quadros crônicos são caracterizados por pele 
espessada, com fissuras, e podem piorar nas reexposições ao antígeno. O diagnóstico 
é feito baseado na história clínico-ocupacional e no exame clínico. A identificação das 
substâncias alergênicas (para fins de diagnóstico e para prevenção de novos contatos 
e reexposição) pode ser auxiliada pelos testes epicutâneos ou patch tests.
4.9 ULCERAÇÕES
4.9.1 Úlcera crônica da pele não classificada em outra 
parte
Segundo Brasil (2006c), o contato da pele com ácidos ou álcalis fortes pode 
provocar ulceração da pele em curto prazo (forma aguda) ou em longo prazo 
(forma crônica).
Entre as substâncias químicas irritantes capazes de produzir úlceras 
crônicas de pele de origem ocupacional temos o cromo e seus compostos, como 
o ácido crômico, os cromatos de sódio ou o potássio e os dicromatos de amônio, 
entre outros.
A exposição ao cromo pode provocar, além das úlceras crônicas de pele, 
a dermatite de contato irritativa, irritação e ulceração da mucosa nasal, levando 
à perfuração do septo nasal, principalmente em trabalhadores expostos a névoas 
de ácido crômico, nas galvanoplastias. Entretanto, o surgimento de dermatite de 
contato alérgica também é comum. A exposição em longo prazo pode provocar 
câncer das fossas nasais e câncer de pulmão.
As úlceras causadas por exposição ao cromo desenvolvem-se, geralmente, em 
áreas úmidas, como a mucosa nasal, ou em pontos da pele que apresentam feridas. 
As úlceras podem aparecer sobre a junção das falanges dos dedos da mão, nos pontos 
mais proeminentes ou próximos às unhas, entre outras localizações (BRASIL, 2006c).
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
85
As úlceras são bastante sensíveis e dolorosas e podem ser cobertas por 
uma crosta, podendo aparecer infecções bacterianas secundárias. A evolução é 
lenta e pode deixar cicatriz. A continuidade da exposição pode levar à necrose da 
pele em torno da úlcera, com aumento de suas dimensões.
O cromo hexavalente sobre as mucosas e vias aéreas superiores pode 
provocar: lesões periungueais, ulceração e perfuração do septo nasal, coloração 
marrom na língua e nos dentes, rinites e crises asmáticas e câncer dos brônquios.
O diagnóstico é feito baseado no quadro clínico e no histórico ocupacional 
de exposição ao cromo ou a outro agente irritativo. Quando o agente causador da 
doença for o cromo, devem ser investigados outros efeitos lesivos, como ulceração, 
perfuração de septo nasal, câncer de septo nasal e efeitos crônicos sobre o pulmão 
(BRASIL, 2006c).
4.10 CÂNCER CUTÂNEO OCUPACIONAL
Além da exposição à radiação solar, alguns agentes químicos são capazes 
de causar câncer de pele. É fundamental que a exposição seja habitual para que 
se chegue neste quadro clínico.
O Quadro 7 descreve os principais agentes químicos carcinogênicos 
ocupacionais.
QUADRO 7 - AGENTES QUÍMICOS CARCINOGÊNICOS OCUPACIONAIS
Grupo I Carcinôgenos para 
seres humanso
Órgão-Alvo em seres 
humanos Principais usos
Ársênico e seus compostos Pulmões, pele
Indústria do vidro, metais e 
pesticidas.
Cromo VI e seus compostos Pulmões, cavidade nasal, pele
Eletrodeposição de metais, 
corantes, indústria de couro, 
cimento e outros.
Coaltar, peixe, fuligem Pulmões, pele, bexiga
Conservante de madeiras, 
construção de estradas
Óleo mineral impuro Pele
Lubrificantes usados ou 
reciclados
Óleo de baleia Pele Combustível, lubrificante
Pó de algumas madeiras Cavidade nasal
Indústria madeireira, 
carpintaria, marcenaria, 
indústria moveleira.
Grupo 2 A - Carcinógenos 
prováveis para seres humanos
Órgão-Alvo em seres 
humanos Principais usos
Creosoto Pele
Indústria de plásticos, têxteis, 
borracha, componentes elétricos, 
preservativo de madeiras.
FONTE: Brasil (2006c)
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
86
4.11 PREVENÇÃO DAS DERMATITES
4.11.1 Prevenção primária: promoção da saúde
A prevenção deve iniciar-se no ambiente de trabalho, onde as regras de 
conforto, bem-estar e segurança no trabalho estabelecidas devem ser cumpridas. 
Brasil (2006c, p. 53) traz ainda outras medidas preventivas:
• Estrutura sanitária de fácil acesso e que permita boa higiene pessoal.
• Restaurante com alimentação apropriada para o clima e a atividade 
exercida.
• Centro de treinamento.
• Orientação sobre riscos específicos atinentes à atividade.
Metodologia segura de trabalho.
• Orientação sobre doenças gerais: tuberculose, aids, diabetes, 
hipertensão, estresse e outras.
• Malessociais: tabagismo, alcoolismo, drogas, medicamentos, 
ansiolíticos psicotrópicos, outros.
• Normas de higiene e imunização.
4.11.2 Prevenção secundária
Conforme Brasil (2006c, p. 53), após observadas possíveis lesões que 
estejam afetando o trabalhador, a prevenção ocorrerá por:
• Por meio do atendimento no ambulatório da empresa.
• Mediante inspeção periódica aos locais de trabalho.
• Por meio dos exames periódicos e do tratamento precoce.
Nesta etapa da prevenção podemos agir de forma imediata, neutralizando 
ou minimizando os riscos, e evitando que a dermatose se instale e atinja os 
trabalhadores expostos.
4.11.3 Prevenção terciária
Quando o trabalhador apresenta lesões em fase crônica ou se sentir 
sensibilizado a algum agente presente no ambiente de trabalho, é fundamental 
a adoção de medidas terapêuticas adequadas, como: retirada do ambiente de 
trabalho, testes epicutâneos a fim de se detectar a presença de possíveis alérgenos 
etc. (BRASIL, 2006c).
No caso específico de alergia por cimento (cromatos e cobalto), o trabalhador 
será impedido de retornar à mesma atividade; neste caso, o trabalhador deverá 
ser reabilitado para outro tipo de atividade, onde possa atuar afastado do risco
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
87
LEITURA COMPLEMENTAR
HIPOACUSIA OTOTÓXICA
1 DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
 
Hipoacusia ototóxica ou perda da audição ototóxica é a perda auditiva, do 
tipo neurossensorial, induzida por substâncias químicas de origem endógena ou 
exógena. O efeito ototóxico pode alcançar, também, com frequência, o aparelho 
do equilíbrio. 
2 EPIDEMIOLOGIA – FATORES DE RISCO DE NATUREZA 
OCUPACIONAL CONHECIDOS 
As ototoxinas endógenas incluem toxinas bacterianas e metabólitos 
tóxicos de distúrbios metabólicos, tais como no diabetes e em nefropatias. As 
ototoxinas exógenas incluem drogas, tais como aminoglicosídeos (estreptomicina, 
kanamicina, gentamicina, tobracinina, amicacina etc.) e diuréticos, substâncias 
químicas de origem ocupacional, fumo e álcool.
Listam-se, entre as muitas substâncias químicas ototóxicas a que se 
expõem os trabalhadores em seus ambientes de trabalho, as seguintes:
• arsênio e seus compostos;
• monóxido de carbono;
• aldeído fórmico;
• organofosforados;
• chumbo e seus compostos;
• sulfeto de carbono;
• estireno;
• tolueno;
• etileno glicol;
• tricloroetileno;
• gás sulfídrico (H2 S);
• trinitrotoluol;
• mercúrio e seus compostos;
• xileno;
• mistura de solventes.
Segundo Morata e colaboradores (1993), existe uma superposição dos 
efeitos das exposições ocupacionais a ruído excessivo e a distintos solventes, 
fazendo com que a exposição combinada a ambos os agentes patogênicos sobre a 
audição sejam sinérgicos.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
88
3 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO 
Os sintomas da lesão tóxica da audição e do aparelho do equilíbrio 
caracterizam-se por: 
• tinido (geralmente é o primeiro sintoma); 
• perda auditiva: surdez neurossensorial pura progressiva. Inicialmente, a 
perda é para tons agudos, mas, posteriormenWte, há estreitamento do campo 
auditivo, evoluindo das frequências altas para as médias e inferiores. A surdez 
é sempre bilateral; 
• vertigem posicional e associada a náuseas; 
• distúrbios do equilíbrio, com vertigem persistente e instabilidade de marcha; 
• osciloscopia, isto é, uma fraqueza de fixação devida a um distúrbio do reflexo 
vestibulococlear. 
O diagnóstico de perda auditiva ototóxica baseia-se em: 
• anamnese clínica e ocupacional;
• exame físico, com otoscopia; 
• audiometria tonal e exame otoneurológico. A audiometria mostra uma surdez 
neurossensorial progressiva pura para tons agudos, bilateral, semelhante à 
observada na PAIR. Segundo McCunney (1992), os achados audiométricos em 
casos de ototoxicidade tendem a ser semelhantes aos da presbiacusia, mostrando 
perdas em 8.000 Hz maiores que em 4.000 Hz. Os testes vestibulares podem 
mostrar um nistagmo espontâneo, depressão da reação térmica labiríntica e 
reflexos vestibuloespinhais normais. 
O diagnóstico de perdas auditivas neurossensoriais ototóxicas é facilitado 
quando o médico tem acesso ao histórico das exposições do paciente a ruído e 
a outros agentes ototóxicos ao longo de sua vida laboral. O médico que atende 
ao trabalhador no serviço de saúde pode solicitar ao colega responsável pelo 
PCMSO da empresa os exames audiométricos e outros resultados de exames, 
com a autorização do paciente. Cabe ainda ao médico saber avaliar a qualidade 
técnica das avaliações de exposições e exames complementares realizados na ou 
a pedido da empresa.
 
O diagnóstico diferencial mais importante é com a PAIR, que pode resultar 
de exposições combinadas a ruído e solventes ototóxicos. O prognóstico da 
hipoacusia ototóxica é reservado, dada a irreversibilidade da lesão neurossensorial, 
exceto nos casos devido a medicamentos, por exemplo, salicilatos, que tendem a 
ser reversíveis. 
4 PREVENÇÃO 
Na vigilância da exposição às substâncias químicas ototóxicas relacionadas 
no item 2, as medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à manutenção 
de níveis de exposição considerados aceitáveis, por meio de:
TÓPICO 1 | CONCEITOS, FORMAS DE ABSORÇÃO E DOENÇAS RELACIONADAS
89
• enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível 
utilizando sistemas hermeticamente fechados;
• normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação 
exaustora adequados e eficientes;
• monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;
• adoção de formas de organização do trabalho que permitam diminuir o número 
de trabalhadores expostos e o tempo de exposição;
• medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene 
pessoal, recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de 
vestuário;
• fornecimento, pelo empregador, de equipamentos de proteção individual 
adequados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva.
Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, 
do PPRA (NR 9) e do PCMSO (NR 7), da Portaria/MTb nº 3.214/78, além de outros 
regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. O 
Anexo nº 11 da NR 15 define os LT das concentrações em ar ambiente de várias 
substâncias químicas, para jornadas de até 48 horas semanais. Esses parâmetros 
devem ser revisados periodicamente, e sua manutenção dentro dos limites 
estabelecidos não exclui a possibilidade de ocorrerem danos para a saúde. 
O exame médico periódico objetiva a identificação de sinais e sintomas 
para a detecção precoce da doença, por meio de: 
• avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas otoneurológicos, por meio 
de protocolo padronizado e exame físico criterioso;
• exames complementares orientados pela exposição ocupacional;
• informações epidemiológicas;
• análises toxicológicas. 
Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho deve-se: 
• informar ao trabalhador; 
• examinar os expostos, visando a identificar outros casos; 
• notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária 
e/ou de saúde do trabalhador), por meio dos instrumentos próprios, à DRT/
MTE e ao sindicato da categoria; 
• providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT da 
Previdência Social; 
• orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais 
adequados para eliminação ou controle dos fatores de risco.
FONTE: DOENÇAS DO OUVIDO RELACIONADAS AO TRABALHO. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/partes/doencas_trabalho2.pdf>. Acesso em: 03 abr. 2015.
90
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os agentes químicos são classificados em gases, vapores e aerodispersoides, e esses 
podem se apresentar naforma de poeiras, fumos, névoas, neblinas e de fibras.
• Os gases são classificados como irritantes, anestésicos e asfixiantes.
• Os aerodispersoides podem ser classificados conforme o tamanho da partícula 
em respirável, visível, sedimentável e inalável.
• As vias de penetração dos agentes no organismo são as vias respiratórias, 
digestiva e cutânea, sendo a principal delas a respiratória.
• Os agentes químicos são capazes de provocar inúmeras doenças.
• As principais pneumoconioses ocupacionais.
• Cada substância química é capaz de provocar uma doença específica e, para 
que isso não ocorra, são necessárias adoções de medidas de prevenção.
91
AUTOATIVIDADE
1 Os agentes químicos podem ser classificados em gases, vapores e 
aerodispersoides. Associe cada agente à sua definição:
I– Poeiras.
II– Névoas.
III– Fibras.
( ) São partículas líquidas produzidas através de processos mecânicos.
( ) São partículas sólidas produzidas através de processos mecânicos.
( ) São partículas sólidas produzidas através de processos mecânicos e 
possuem um formato mais alongado.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) II – I – IV.
b) ( ) II – IV – I.
c) ( ) I – II – IV.
d) ( ) IV – I – II.
2 Os gases e vapores, muitas vezes, são confundidos, porém eles possuem 
uma particularidade que os diferencia. Que particularidade seria essa?
3 Existem três vias de penetração do agente químico no organismo humano, 
porém, uma possui destaque entre as demais. Qual é esta via e por que ela 
merece destaque?
4 Os agentes químicos são capazes de provocar inúmeras doenças ao 
trabalhador. Cite três doenças e seu respectivo agente causador.
92
93
TÓPICO 2
CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A higiene do trabalho é composta por quatro etapas: antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle do agente que possa a vir causar danos à 
saúde do trabalhador.
A etapa de antecipação visa prever os riscos aos quais o trabalhador está 
submetido e que possam vir a causar danos à sua saúde e integridade física. Na 
etapa de reconhecimento, é necessário conhecer todas as fontes de exposição que 
os trabalhadores possam estar expostos ao realizar suas atividades.
A etapa de avaliação, a qual será abordada mais precisamente neste tópico, 
corresponde à identificação das concentrações ambientais dos agentes químicos 
e se estes estão ou não dentro dos limites de tolerância. Por fim, temos a etapa de 
controle, que é onde serão definidos quais os melhores métodos para manter as 
concentrações de agentes dentro dos limites de tolerância.
A avaliação da exposição a agentes químicos é de suma importância para 
manutenção de um ambiente salubre para execução das atividades laborais.
2 CARACTERIZAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS
O objetivo da caracterização é a definição de um plano de avaliação da 
exposição ocupacional. Uma vez caracterizado o agente de exposição, é hora de 
realizar a avaliação desta exposição para que as medidas de controle adequadas 
sejam tomadas.
Segundo Vendrame (2007), para a identificação da exposição é necessário 
identificar o processo, a operação, as atividades e um inventário completo dos 
agentes químicos utilizados e seus respectivos limites de tolerância.
Como já dito, a contração de uma doença ocupacional irá depender da 
concentração do agente no ambiente, do tempo de exposição, das características 
físico-químicas desse agente e da susceptibilidade de cada trabalhador. Logo, 
para caracterizar uma exposição, deve-se determinar qual é a concentração deste 
agente no ambiente mais precisamente possível, e o tempo em que o trabalhador 
executa determinada atividade que envolva a utilização do agente químico.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
94
Segundo a AIHA (2015), a caracterização básica é composta por quatro 
etapas: caracterização do ambiente de trabalho, caracterização das atividades 
realizadas, caracterização do agente e formação do GHE. 
Na caracterização do ambiente de trabalho, devem-se descrever os 
processos e as operações envolvidas, bem como as reações químicas pertinentes, 
os subprodutos gerados e os catalisadores utilizados. O objetivo desta 
caracterização é a identificação de todas as fontes de exposição, a localização de 
todos os produtos químicos e as tarefas envolvidas, as medidas de controle, como 
a ventilação, e outros métodos.
A caracterização das atividades realizadas vem com o objetivo de 
entender como é a relação do trabalhador com o processo de produção, de forma 
a compreender os procedimentos e as práticas de trabalho. Esta etapa caracteriza-
se pela análise documental de cargo/função/subfunção por área/departamento/
setor para os estudos epidemiológicos. Além disso, deve-se observar a execução 
de cada atividade, para que seja levantada a frequência, a duração, a forma de 
interação com o agente químico, entre outros fatores pertinentes.
Em um processo produtivo são inúmeros as funções e os ambientes de 
trabalho, sendo necessário classificar cada um de forma a se caracterizar qual é 
o que apresenta maior risco. Esta classificação deve se basear nos efeitos nocivos 
dos agentes empregados em cada uma delas. A caracterização desses agentes 
químicos é dada pelas propriedades físico-químicas dos produtos químicos 
presentes, a quantidade que é manuseada, os dados toxicológicos, entre outros 
fatores significativos a esta caracterização.
Para finalizarmos nossa caracterização básica, é necessário estabelecer os 
grupos homogêneos de exposição (GHE) prévios. Mas o que é o GHE?
Grupo Homogêneo de Exposição – GHE: segundo a Instrução Normativa 
nº 1, de 20 de dezembro de 1995, grupo homogêneo de exposição corresponde:
a um grupo de trabalhadores que experimentam exposição semelhante, 
de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de 
qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do 
restante dos trabalhadores do mesmo grupo.” (BRASIL, 1995).
 Ou seja, o GHE é um grupo de trabalhadores que possuem a mesma 
probabilidade de exposição a um determinado agente, de forma que qualquer 
trabalhador do grupo apresente o mesmo resultado na avaliação de exposição. 
Isto significa que a exposição ao agente não precisa ser a mesma para todos os 
trabalhadores ao longo de uma jornada de trabalho, porém a probabilidade de 
exposição sim.
Os GHE são definidos na etapa básica de caracterização e a seleção de 
amostragem de trabalhadores deve seguir o quadro de amostragem (GHE) da 
NIOSH.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
95
QUADRO 8 - AMOSTRAGEM EM GHE
Tamanho do Grupo - Nº Número de amostras exigidas - n
8 7
9 8
10 9
11 - 12 10
13 - 14 11
15 - 17 12
18 - 20 13
21 - 24 14
25 - 29 15
30 - 37 16
38 - 49 17
50 18
Acima de 50 22
FONTE: Adaptado de Moraes (2014)
Se o grupo for formado por sete ou menos trabalhadores, todos os 
trabalhadores devem fazer parte da amostra. O ideal seria que todos os 
trabalhadores expostos fizessem parte da avaliação, porém, por questões de 
viabilidade econômica ficou designada a porcentagem a ser amostrada para cada 
GHE. A escolha dos trabalhadores amostrados deve ser aleatória e imparcial.
A avaliação dos agentes químicos pode ser qualitativa ou quantitativa 
dependendo da situação. Quando um determinado agente encontra-se em 
grandes concentrações em um ambiente de forma que fique visível, ou que 
apenas se deseja saber se existe um agente e qual seus efeitos, utiliza-se a 
avaliação qualitativa, porém terá ambientes que, embora pareçam limpos, 
os agentes nocivos estarão presentes, sendo necessária a realização de uma 
avaliação quantitativa para sua caracterização.
3 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS AGENTES QUÍMICOS
A avaliação qualitativa é caracterizada pela classificação da exposição 
aos agentes químicos que se baseia em informaçõessobre o tipo de substância 
utilizada, como ela é utilizada e seus efeitos sobre a saúde do trabalhador. 
Este tipo de avaliação é falha uma vez que dependerá do consenso sobre um 
determinado risco.
A avaliação qualitativa visa à classificação dos efeitos nocivos à saúde do 
trabalhador, bem como à exposição a cada agente de forma a estipular o grau de 
prioridade para monitoração dos grupos homogêneos de exposição.
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
96
E como isso é realizado? Vamos começar pela classificação da exposição 
ao agente de risco. Todos os GHE devem ser monitorados quanto à sua exposição. 
Para classificar a exposição, podemos construir nossa tabela de critérios conforme 
julgarmos mais apropriados para a atividade. Podemos utilizar “indicadores”, 
como frequência de exposição, limites de tolerância, entre outros.
QUADRO 9 - EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA DE EXPOSIÇÃO
Categoria Descrição
Não exposto Sem contato com o agente
Pouco exposto
Contato raro com o agente a baixas 
concentrações
Moderamente exposto
Contato frequente com o agente a baixas 
concentrações ou contato raro a altas 
concentrações
Muito exposto
Contato frequente com o agente a altas 
concentrações
Altamente exposto
Contato frequente com o agente a 
concentrações muito altas
FONTE: AIHA (2015)
Classificada a exposição do trabalhador, é hora de classificar os efeitos 
nocivos das substâncias. Esta classificação deve se basear na gravidade dos efeitos 
causados no organismo do trabalhador devido à exposição deliberada a estes 
agentes. O Quadro 6 traz um exemplo de classificação de efeito, lembrando que 
outras classificações podem ser adotadas, como enfatizar o efeito cancerígeno.
QUADRO 10 - EXEMPLO DE CLASSIFICAÇÃO QUALITATIVA QUANTO AO EFEITO NOCIVO
Categoria Efeitos à saúde
0 Efeitos reversíveis pouco preocupantes ou sem 
efeitos adversos conhecidos
1 Efeitos reversíveis preocupantes
2 Efeitos reversíveis severos
3 Efeitos irreversíveis
4 Risco da vida ou doença incapacitante
FONTE: AIHA (2015)
De posse de todos os dados de exposição e efeitos nocivos à saúde, 
determina-se qual é a atividade que necessita de maior preocupação e consequente 
monitoração. Informações como número de trabalhadores nos GHE, grupos com 
exposições próximas ao Limite de Tolerância, frequência de exposição, agentes 
cuja exposição é controlada apenas com EPIs devem ser levados em consideração 
(AIHA, 2015).
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
97
Uma vez definida a ordem de prioridade de monitoramento dos agentes 
químicos, faz-se necessária avaliação quantitativa, sobre a qual veremos a seguir.
4 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DOS AGENTES QUÍMICOS
A Norma Regulamentadora nº 9 (BRASIL, 2014), em seu item 9.3.4, traz que:
A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária 
para:
a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos 
identificados na etapa de reconhecimento; 
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores; 
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle. 
A avaliação quantitativa refere-se às medições de concentração dos 
agentes aos quais os trabalhadores ficam expostos por um determinado período 
e é o principal elemento para o planejamento da implantação de medidas de 
controle. É uma análise mais precisa, onde as concentrações das substâncias serão 
quantificadas. Para cada agente existe um método de coleta e análise que utiliza 
equipamentos específicos, o que necessita de certo investimento financeiro.
A avaliação quantitativa realiza coletas ou medições dentro da zona 
respiratória do trabalhador, para casos de agentes particulados, e o tempo de 
amostragem deve ser maior que um ciclo de trabalho para que se possa avaliar 
a atividade como um todo. Estas avaliações não podem interferir no processo, 
nem mesmo no conforto do trabalhador durante a execução de suas atividades, 
os equipamentos devem ficar presos na cintura e o coletor próximo à zona 
respiratória, conforme Figura 24.
FIGURA 24 - EXEMPLO DE UM SISTEMA DE AMOSTRAGEM
FONTE: Adaptado de FUNDACENTRO (2007)
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
98
Zona Respiratória: é a região próxima às narinas, que sofre influência da 
respiração.
Ciclo de Trabalho: é o conjunto de atividades desenvolvidas de forma repetida e contínua 
durante a jornada de trabalho.
NOTA
Normalmente, as amostragens ocorrem durante 3 dias e abrangem 75% da 
jornada de trabalho. O número de amostra dependerá do tempo de amostragem 
de cada coleta, bem como os níveis de concentração ambiental e o volume máximo 
e mínimo de cada método.
4.1 TIPOS DE AMOSTRAGEM
As amostragens podem ser pessoal, ambiental, instantânea ou contínua. 
As amostragens pessoais são aquelas cujo coletor estará preso ao trabalhador, 
acompanhando-o durante sua jornada de trabalho. Este tipo é o mais indicado 
para caracterização de exposição.
A amostragem ambiental tem como objetivo caracterizar os níveis de 
agente poluente do ambiente, o coletor fica fixo em um determinado ponto. 
O coletor deve ficar posicionado no centro do posto de trabalho e de maneira 
que não fique exposto à trajetória do poluente. Este tipo serve para auxiliar no 
dimensionamento de sistemas de controle de poluição.
Uma das grandes aplicações das amostragens instantâneas é indicar a 
localização de uma fonte poluidora utilizando equipamentos de leitura direta. 
Este tipo de amostragem tem como finalidade estimar o nível de exposição de 
forma mais simplificada, além de avaliar picos de concentrações. As amostragens 
instantâneas possuem duração que variam de segundos até 10 minutos. A 
amostragem instantânea possui a vantagem de imediata leitura de sua medição. 
Após várias medições a concentração será dada por:
Cm = (C1 * t1) + (C2 * t2) +...+ (Cn * tn)
8 horas
Onde:
C = Concentração
t = Tempo
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
99
Quando se deseja realizar a comparação com os limites de tolerância, 
indicando se o ambiente é salubre ou não, a amostragem contínua é mais indicada. 
Esta amostragem possui duração que varia de 10 a 15 minutos até várias horas. 
O resultado da amostragem contínua representa a média dos níveis de agente 
durante a jornada de trabalho, não indica flutuações de níveis ou picos existentes. 
Em alguns casos, as amostras devem ser encaminhadas a laboratórios para se 
conhecer as medições, caracterizando assim sua desvantagem.
Para ter uma maior eficiência nas amostragens, estas devem ser realizadas 
em condições normais de trabalho.
4.2 DURAÇÃO E NÚMERO DE AMOSTRAS
A duração de uma amostragem deve ser escolhida levando em consideração 
a existência de limites (de oito horas, TWA, ou STEL, 15 minutos, por exemplo) e 
os efeitos da exposição ao agente de forma a adequar o tempo de amostragem. As 
amostragens podem ter durações diferentes para um mesmo agente, devido aos 
seus efeitos à saúde (AIHA, 2015).
Conforme AIHA (2015), o número de amostras pode variar entre 6 e 10, 
sendo que abaixo de seis existe muita incerteza e, acima de dez, o ganho em 
confiabilidade é pequeno.
 
Já para Fundacentro (2007), 
O número de amostras a serem coletadas está relacionado com o 
dispositivo de coleta a ser utilizado e a capacidade de retenção do filtro 
de membrana, variando conforme o tipo de amostra, podendo ser:
a) Amostra única de período completo
Uma única amostra de ar é coletada continuamente, cobrindo um 
período de coleta correspondente à jornada diária de trabalho.
b) Amostras consecutivas de período completo
Várias amostras de ar são coletadas, sendo que o período de coleta 
deverá corresponder à jornada diária de trabalho.
c) Amostras de período parcial
Uma única amostra de ar é coletada continuamente ou várias amostras 
são coletadas com iguais ou diferentes tempos de coleta. O período 
total de coleta deverácorresponder a, pelo menos, 70% da jornada 
diária de trabalho.
4.3 INSTRUMENTAÇÃO
Equipamentos de leitura direta, amostradores de ar total e amostradores 
de separação de contaminantes são exemplos de equipamentos a serem utilizados 
nas avaliações quantitativas.
Para selecionar os instrumentos, devem-se observar os seguintes fatores:
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
100
− Facilidade de transporte e operação do aparelho.
− Confiabilidade no aparelho, independente da condição de uso.
− Tipo de informação que se deseja obter.
− Métodos de avaliação disponíveis no aparelho.
− Oferta do aparelho no mercado.
− Indicação ou experiência com o aparelho.
Existem equipamentos de leitura direta que são aparelhos que coletam 
e analisam a amostra no próprio local de trabalho. Estes aparelhos avaliam 
amostras de gases, vapores ou aerodispersoides e podem utilizar métodos 
químicos ou físicos em suas análises. Os equipamentos que utilizam métodos 
químicos baseiam os resultados em reações químicas, já os que se baseiam em 
fenômenos físicos são os que utilizem métodos físicos. Apesar de haver esta 
divisão, a maioria dos equipamentos utiliza ambos os métodos simultaneamente.
Existem também equipamentos de leitura indireta, sendo que, após a 
coleta do material a ser analisado, a amostra é encaminhada a um laboratório para 
análise. Este método é mais demorado e necessita de maiores cuidados para não 
contaminar a amostra no momento da coleta até a sua análise, que pode levar dias.
4.3.1 Avaliação de gases e vapores
Dentre os equipamentos de amostragem, temos:
Tubos Colorimétricos: estes equipamentos utilizam métodos químicos e 
suas avaliações e através da alteração de sua coloração é que a concentração do 
poluente é indicada. É um equipamento de leitura direta.
Tubos indicadores são utilizados para analisar concentrações de gases e 
vapores dispersos no ambiente através de uma substância química impregnada 
no sólido constante em seu interior. Já para a análise de aerodispersoides são 
utilizados os filtros de papel que são quimicamente tratados. Gases ácidos ou 
alcalinos são analisados através de líquidos reagentes.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
101
FIGURA 25 - TUBOS INDICADORES
FONTE: Vestuário Laboral (2015)
Este equipamento possui um método bem simplificado, baseia-se na 
passagem de uma quantidade conhecida de ar através do tubo que contém 
reagente. Se o ar estiver contaminado, ocorrerá uma reação química e o reagente 
mudará sua coloração. A passagem de ar é forçada através de uma bomba 
aspiradora tipo fole ou pistão. A concentração deste poluente será determinada 
através da comparação da intensidade da cor obtida com uma escala padronizada. 
Outra forma de se chegar à concentração de contaminante é verificar o número de 
bombadas necessárias para que se chegue à cor-padrão.
Antes de se iniciar uma amostragem é necessária a verificação do 
equipamento, se existe algum tipo de vazamento ou bloqueio da passagem de 
ar, conforme indicação do fabricante. Algumas substâncias podem interferir 
na análise de outras devido a reações semelhantes a da substância em questão 
(contaminante), pensando nisso muitos dos tubos possuem uma pré-camada de 
retenção para as substâncias que possam vir a interferir no resultado.
Apesar de ser um método simples, a margem de erro fica na casa de 
25% ou mais, sendo assim, as concentrações que ficarem próximas ao limite de 
tolerância deverão ser descartadas e devem-se utilizar métodos mais precisos. Este 
método deve ser aplicado por profissionais qualificados. Outro ponto relevante 
é a utilização sempre da bomba e dos tubos de mesma marca a fim de não gerar 
mais erros na medição.
Este tipo de equipamento sofre influência da temperatura e pressão ambiente. 
Tubos de carvão ativado, sílica gel, entre outros meios de retenção: neste 
método, um volume conhecido de ar passa por um tubo de carvão ativado ou 
sílica gel com o auxílio de uma bomba gravimétrica. Posteriormente, a amostra 
coletada é encaminhada a um laboratório para análise, caracterizando assim um 
método de leitura indireta. Tubos de carvão ativado podem ser utilizados para 
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
102
benzeno, tolueno, acetonas, entre outros. Tubos de sílica gel são empregados para 
anilina, ácidos, aminas, entre outras.
Dosimetria Passiva: Neste método, amostras de ar são coletadas sem o auxílio 
de bombas, fazendo uso do princípio da difusão de gases e vapores. Esse é um método 
de análise indireta e são conhecidos, também, por motores passivos (OVM).
Segundo Vendrame (2007), difusão consiste na passagem de moléculas através 
de uma barreira semipermeável, as moléculas tendem a se movimentar das áreas de 
maiores concentrações para as de menores. O método utilizado no dosímetro passivo 
consiste na adsorção sobre um suporte sólido (carvão ativado ou solução adequada) 
e, quanto maior o tempo de amostragem, maior será a precisão. Sua utilização deve 
ser na zona respiratória e sua precisão gira em torno de 25%, segundo a NIOSH.
FIGURA 26 - DOSÍMETROS PASSIVOS
Collar clip
DNPH - treated tape
(contained behind
diffusion barrier)
Sample blank/correction
(contained within housing)
Sliding cover
in sampling position
Diffusion barrier exposed
FONTE: Faster (2015)
Amostradores de Ar Total: são coletados volumes conhecidos de ar 
contaminado e encaminhado para análise laboratorial. A coleta pode ser realizada 
através de deslocamento de ar, que consiste na coleta através de um frasco com 
vácuo que é aberto no local da amostragem e o ar contaminado irá ocupar o frasco. 
Deve-se observar o material do frasco e o tipo de contaminante a fim que esses não 
reajam entre si. Este deslocamento pode ser feito com o auxílio de bombas de vácuo.
A coleta pode ser efetuada através de deslocamento de líquido que 
consiste no esvaziamento de um frasco cheio de líquido e ocupação deste espaço 
com ar contaminado. Deve-se atentar para a solubilidade do agente contaminante 
para que erros não sejam gerados.
Amostradores de separação dos contaminantes do ar: o ar contaminado 
passa em um meio coletor que irá separar os contaminantes do ar. A coleta é 
encaminhada a um laboratório para análise. Estes aparelhos podem ser utilizados 
para gases, vapores ou aerodispersoides.
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
103
Cada substância ou conjunto de substâncias possuem um método de 
avaliação diferente, sendo necessário consultar os métodos do NIOSH, onde você 
encontrará toda a metodologia de amostragem de campo (vazão, tempo de coleta, tipo 
de meio de retenção) e análise laboratorial para cada substância. Você pode acessar o site 
<www.cdc.gov/niosh> para realizar suas consultas.
DICAS
4.3.2 Avaliação de Aerodispersoides
Os equipamentos disponíveis são:
 Bombas de Sucção — Amostradores para Poeiras e Fumos: 
Hoje, no mercado, existem vários modelos desses equipamentos que são 
de pequeno porte e podem ser levados individualmente pelo trabalhador na 
sua cintura quando se deseja coletar amostras pessoais. Os equipamentos mais 
modernos têm introduzido reguladores eletrônicos de fluxo, com capacidade 
de vazão de 1 litro/min a 4 litros/min. As bombas são alimentadas por baterias 
de níquel-cádmio recarregáveis e possuem regulação eletrônica de fluxo, 
conseguindo-se variações pequenas de vazão e, portanto, volumes de ar coletados 
mais precisos, o que é de grande importância numa amostragem.
A vazão de amostragem dependerá do volume de ar necessário para se 
coletar uma massa de material particulado suficiente para efetuar as análises.
FIGURA 27 - BOMBA DE SUCÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.environ.com.br/images/impinger.
jpg>. Acesso em: 21 fev. 2015.
Bomba
Amostrador
Vazio
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
104
 Sistema Filtrante (Filtros,Porta-Filtros e Suportes):
Filtros: os filtros devem ser de malha rígida, uniforme e contínua, de material 
polímero, com tamanhos de poro determinados precisamente durante a fabricação.
Para coleta de sílica, por exemplo, utiliza-se filtro de PVC (cloreto de 
polivinila), com 5 μm de poro e 37 mm de diâmetro, pois permitem a captação 
de partículas de retenção no tecido pulmonar (0,5μm a 10μm). Já para a coleta de 
poeiras metálicas ou fumos metálicos, utiliza-se como sistema filtrante um filtro 
de éster de celulose tipo AA, com 0,8 μm de poro e 37 mm de diâmetro.
Porta-Filtros ou “cassetes”: são constituídos de poliestireno, podendo ter 
duas ou três partes que deverão ser bem vedadas após a preparação dos filtros. 
Esta vedação pode ser realizada com bandas de celulose ou teflon, de modo a 
evitar contaminação das amostras.
Suportes: são placas de prata ou papelão de 25 mm ou 37 mm de diâmetro, 
utilizadas para apoiar os filtros dentro do cassete. Os de papelão deverão ser 
descartados após as coletas para evitar a contaminação. Os suportes de prata já 
não são muito utilizados, atualmente, e devem passar por um processo de limpeza 
após a sua utilização (SALIBA, 2013).
FIGURA 28 - DISPOSITIVO DE COLETA PARA PARTICULADO RESPIRÁVEL (ALUMÍNIO)
A) Suporte para o dispositivo de coleta
B) Parte inferior do porta-filtro
C) Suporte do filtro
D) Filtro de membrana
E) Anel central do porta-filtro
F) Separador de partículas
G) Porta-resíduos
FONTE: Adaptado de Fundacentro (2007)
TÓPICO 2 | CARACTERIZAÇÃO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
105
 Separadores de Partículas:
São utilizados para separação das partículas por tamanho. O miniciclone é 
o utilizado para separação de partículas onde as partículas maiores que 10 μm não 
passam pelo filtro. O mais utilizado é o ciclone de nylon de 10 mm de diâmetro.
FIGURA 29 - CICLONE DE NYLON
FONTE: Disponível em: <http://www.zefon.com/store/zefon-10mm-
conductive-nylon-cyclone.html> Acesso em: 21 fev. 2015.
 Calibração de Bombas de Amostragem:
 Método da Bolha de Sabão: apesar de existirem modernos calibradores 
de bombas gravimétricas de calibração rápida e precisa, o método de calibração 
tipo bolha de sabão ainda é bastante utilizado devido ao seu baixo custo e a 
resultados satisfatórios. A vazão é calculada através da cronometragem do tempo 
de percurso da bolha de sabão na bureta.
Calibradores eletrônicos: possuem o mesmo princípio de funcionamento 
do método de bolha de sabão, porém o resultado já é dado no display do 
equipamento.
106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, discutimos:
• Que a caracterização básica da exposição é composta por quatro etapas: 
caracterização do ambiente de trabalho, caracterização das atividades 
realizadas, caracterização do agente e formação do GHE.
• O que são e como são formados os grupos de exposição homogêneos.
• A caracterização da avaliação qualitativa que se baseia em informações sobre o 
tipo de substância utilizada, como essa é utilizada e seus efeitos sobre a saúde 
do trabalhador.
• Que a avaliação qualitativa visa classificar os efeitos nocivos à saúde do 
trabalhador, bem como a exposição a cada agente de forma a estipular o grau 
de prioridade para monitoração dos grupos homogêneos de exposição.
• Os tipos de amostragem: instantânea, contínua, pessoal e ambiental e suas 
aplicações.
• Quais os instrumentos que devem ser utilizados para cada tipo de amostragem.
107
AUTOATIVIDADE
1 Sabe-se que em um determinado setor da empresa os trabalhadores estão 
expostos a um tipo de agente químico e que é necessário realizar uma 
avaliação do local para caracterizar o tipo de exposição. Sabe-se que neste 
setor trabalham 28 pessoas realizando a mesma função. Qual é a quantidade 
de trabalhadores selecionados para a amostragem?
2 Explique o que é uma amostragem instantânea e pessoal.
3 Associe o método de leitura ao respectivo tipo de instrumento.
I– Leitura direta.
II– Leitura indireta.
( ) Tubos colorimétricos.
( ) Sistema de filtros.
( ) Amostradores de ar total.
( ) Tubos de carvão ativado.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) I – II – II – II.
b) ( ) II – I – II – I.
c) ( ) I – II – II – I.
d) ( ) I – II – I – II.
108
109
TÓPICO 3
NORMAS E RESULTADOS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Após realizar as avaliações necessárias e mensurar a exposição dos 
trabalhadores ao agente químico é necessário analisar essa exposição. Esta análise 
deve ser feita baseada nas normas regulamentadoras vigentes quando falamos 
de caracterização de um ambiente (salubre ou não), porém, quando tratamos 
da prevenção contra esse agente, utilizamos outras normas como parâmetro de 
exposição. No que tange à prevenção, podem ser utilizadas normas internacionais, 
as quais serão tratadas ao longo deste tópico.
Mas o que devemos observar nestas normas? Os limites de tolerância 
de cada agente presente. E você se lembra do que são esses limites? Limites de 
Tolerância: segundo a NR-15 (2014) “é a concentração ou intensidade máxima ou 
mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não 
causará danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral”.
A Norma Regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego é 
responsável pela caracterização das atividades e operações insalubres e traz em 
seu texto os limites de tolerância de vários agentes físicos, químicos e biológicos.
Não deixe de conferir na íntegra a Norma Regulamentadora nº 15 e seus anexos 
acessando <http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm>.
DICAS
2 INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS
Uma vez definido o grupo de exposição homogêneo e realizadas todas 
as avaliações qualitativas e quantitativas é hora de tomar uma decisão quanto 
ao grau de exposição deste grupo aos agentes presentes. Esta decisão pode ser 
baseada no julgamento profissional (qualitativo), ou nas medições realizadas in 
loco (quantitativas), ou ainda na combinação de ambos os métodos.
110
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
Unindo o conhecimento do processo com as amostragens realizadas 
no local de trabalho é possível decidir se a exposição está dentro dos limites 
aceitáveis, se ela ultrapassa os limites aceitáveis sendo necessária a adoção de 
medidas de controle, ou se os dados não são suficientes para tomar uma decisão.
Os dados coletados in loco devem ser comparados aos limites de exposição 
existentes na legislação para definir se o ambiente é ou não insalubre. Para adoção 
de medidas de prevenção, os valores das amostras não podem ultrapassar os 
valores de ação que normalmente são os valores descritos na ACGIH (American 
Conference of Governmental Industrial Hygienists).
 
Caso seja constatado que a exposição está acima dos limites aceitáveis, 
é necessário realizar uma investigação mais detalhada para descobrir como é a 
fonte de emissão desses agentes para que as medidas de controle sejam adotadas. 
O processo de avaliação ambiental não para no momento da implantação 
dessas medidas, são necessárias novas amostragens após a implantação para o 
monitoramento do ambiente.
Vale ressaltar que devem ser adotados os métodos de amostragem 
adequados para cada tipo de substância química para que a avaliação seja válida.
Quando a análise utilizar da estatística para julgamento, é imprescindível 
que a amostragem tenha sido realizada de forma aleatória, que durante a 
amostragem o processo tenha se mantido inalterado e que as amostragens tenham 
sido realizadas de maneiras similares, não podendo misturar dados de coleta de 
curta duração com métodos de média ou longa duração.
3 NORMAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Na Unidade 1 deste caderno, você já teve a oportunidade de conhecer um 
pouco mais sobre os agentes físicos e, nesta unidade, iremos tratar dos limites de 
tolerância dos agentes químicos.
Comojá dito, a NR 15 é a norma que caracteriza as atividades como 
salubres ou não, trazendo em seus anexos os limites de tolerância dos agentes 
ambientais. Em seus anexos 11 e 12, o anexo 11 trata dos limites de tolerância 
válidos para absorção por via respiratória e para algumas substâncias que podem 
ser absorvidas pela pele, e o anexo 12 trata de poeiras minerais contendo sílica 
livre. Outras substâncias prejudiciais à saúde dos trabalhadores foram abordadas 
no anexo 13 da referida norma.
A NR 9 é destinada à elaboração do PPRA das empresas, visando à 
prevenção, e adota os limites de tolerância da NR 15, ou os da ACGIH, ou outros 
valores, desde que mais rigorosos.
Hoje, no Brasil, são aceitáveis os seguintes limites de exposição:
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
111
 Para exposições ao longo das 8h de trabalho:
- Média Ponderada no Tempo (LT – MPT): 8h/dia e 48h/semana (NR 15, anexos 
11 e 12);
- TLV® - TWA: 8h/dia e 40h/semana (ACGIH);
- TLV® para misturas que se baseia no TLV® - TWA da ACGIH.
As medições para este tipo de exposição devem ser representativas da 
média ponderada no tempo para a jornada de trabalho inteira. 
 Para exposições de curto prazo:
- Valor Teto: para até 48h/semana (Anexo 11 da NR 15);
- TLV® - Ceiling: 8h/dia e 40h/semana (ACGIH);
- TLV – STEL (15min.): média ponderada de 15 minutos (ACGIH);
- TLV® para misturas que se baseia no TLV® - Ceiling e STEL da ACGIH.
As medições deste tipo de exposição devem ser instantâneas. 
A Norma Regulamentadora nº 15 baseou-se nos valores da ACGIH para 
definição dos limites de tolerância, sendo necessário aplicar um fator de redução 
para adequá-los à jornada de trabalho brasileira.
Quando a jornada de trabalho exceder 40 h/semana, deve-se aplicar a 
seguinte fórmula para obtenção do fator de redução:
Fator de redução (TR) = 40 x 168 – h 
 h 128 
Onde:
h – horas de exposição por semana.
Este FR será aplicado ao limite de exposição ocupacional da seguinte forma:
LEO reduzido = FR X LEO (40 horas)
Para jornadas superiores a 8 horas diárias, a fórmula ficará:
Fator de redução (TR) = 8 x 24 – h 
 h 16 
Onde:
h – horas efetivamente trabalhadas por dia.
Este FR será aplicado ao limite de exposição ocupacional da seguinte forma:
LEO reduzido = FR X LEO (8 horas)
Vamos conhecer mais um pouco da nossa Norma Regulamentadora nº 15 
e seus anexos 11 e 12?
112
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
3.1 NR 15: ANEXO 11
Lembrando mais uma vez que a NR 15 serve para caracterizar um ambiente 
como insalubre ou não, e isto está bem claro no item 1 do Anexo 11. Os valores 
de limite de tolerância são pertinentes à absorção via respiratória, sendo que 
algumas substâncias apresentaram valores apropriados para absorção cutânea.
Algumas substâncias serão indicadas como asfixiantes e, para estes casos, 
deve-se observar a concentração de oxigênio, que deverá ser de, no mínimo, 18% 
em volume. Situações cujo valor não for alcançado serão consideradas de risco 
grave e iminente.
Quando o campo do Valor Teto estiver assinalado, o valor do limite de 
tolerância não poderá ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de 
trabalho, em nenhuma das amostras.
O item 6 do Anexo 11 da NR 15 traz como a amostragem deve ser realizada 
para que sejam significativas. 
A avaliação das concentrações dos agentes químicos através de 
métodos de amostragem instantânea, de leitura direta ou não, deverá 
ser feita pelo menos em 10 (dez) amostragens, para cada ponto - ao nível 
respiratório do trabalhador. Entre cada uma das amostragens deverá 
haver um intervalo de, no mínimo, 20 (vinte) minutos (BRASIL, 2014).
Ainda segundo a NR 15, anexo 11, uma situação pode ser considerada de 
risco grave e iminente quando uma das concentrações, obtida nas amostragens, 
ultrapassar o valor máximo. 
Este valor máximo é obtido através da multiplicação do limite de tolerância 
e o fator de desvio.
Valor máximo = L.T. x F. D. 
Onde: 
L.T. = limite de tolerância para o agente químico, segundo o Quadro nº 1 
do anexo 11. 
F.D. = fator de desvio, segundo definido no Quadro nº 2 do anexo 11. 
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
113
FIGURA 30 - QUADRO Nº 1 DO ANEXO 11 DA NR 15
AGENTES QUÍMICOS Valor teto
Absorção 
também 
p/ pele
Até 47 horas/semas
Grau de 
insalubridade a 
ser considerado 
no caso de sua 
caracterização
ppm* mg/m3**
Acetaldeío 78 140 máximo
Acetato de cellosolve + 78 420 médio
Acetato de éter monoetílico de etileno 
glicol (vide acetado de cellsolve)
- - -
Acetato de etila 310 1090 mínimo
Acetato de 2-etóxi etila (vide acetato 
de cellosolve)
- - -
Acetileno Asfixiante simples -
Acetona 780 1870 mínimo
Acetonitrila 30 55 máximo
Ácido acético 8 20 médio
Ácido cianídrico + 8 9 máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 máximo
Ácido crômico (névoa) - 0,04 máximo
Ácido etanóico (vide ácido acético) - - -
Ácido fluorídrico 2,5 1,5 máximo
Ácido fórmico 4 7 médio
Ácido metanóico (vide ácido fórmico) - - -
Acrilato de metila + 8 27 máximo
Acrilonitrila + 16 35 máximo
Álcool isoamílico 78 280 mínimo
Álcool n-butílico + + 40 115 máximo
Álcool isobutílico 40 115 médio
Álcool sec-butílico (2-butanol) 115 350 médio
Álcool terc-butílico 78 235 médio
Álcool etílico 780 1480 mínimo
Álcool furfurílico + 4 15,5 médio
Álcool metil amílico (vide metil 
isobutil carbinol)
- - -
FONTE: Adaptado de: Brasil (2014)
114
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
FIGURA 31 - QUADRO Nº 2 DO ANEXO 11 DA NR 15
QUADRO Nº 2
L.T. F.D.
(pp, ou mg/m3)
0 a 1 3
1 a 10 2
10 a 100 1,5
100 a 1000 1,25
acima de 1000 1,1
FONTE: Adaptado de: Brasil (2014)
Para efeito desta norma, quando a média aritmética exceder os valores 
fixados no Quadro 1, o limite de tolerância será excedido, sendo necessária a 
adoção de medidas de controle.
3.2 NR 15: ANEXO 12
O Anexo 12 da NR 15 trata dos limites de tolerância para poeiras 
minerais, sendo aplicado para atividades em que os trabalhadores estão 
expostos ao asbesto.
Segundo esse anexo: 
Entende-se por ‘asbesto’, também denominado amianto, a forma 
fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas 
metamórficas das serpentinas, isto é, a crisotila (asbesto branco), e dos 
anfibólios, isto é, a actinolita, a amosita (asbesto marrom), a antofilita, 
a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou qualquer mistura que 
contenha um ou vários destes minerais (BRASIL, 2014).
Este anexo traz em seu texto, além dos cálculos dos limites de tolerância 
para algumas poeiras minerais, disposições sobre toda e qualquer exposição ao 
amianto. Vale ressaltar a importância da leitura da Norma Regulamentadora nº 
15, anexos 11 e 12 em sua íntegra através do site do MTE.
Sobre o manganês e seus compostos, o anexo 12 estabelece que:
1) O limite de tolerância para as operações com manganês e seus 
compostos referente à extração, tratamento, moagem, transporte do 
minério, ou ainda a outras operações com exposição a poeiras do 
manganês ou de seus compostos é de até 5mg/m3 no ar, para jornada 
de até 8 (oito) horas por dia. 
2) O limite de tolerância para as operações com manganês e seus 
compostos referente à metalurgia de minerais de manganês, 
fabricação de compostos de manganês, fabricação de baterias e 
pilhas secas, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação 
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
115
e uso de eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos, tintas 
e fertilizantes, ou ainda outras operações com exposição a fumos de 
manganês ou de seus compostos é de até 1mg/m3 no ar, para jornada 
de até 8 (oito) horas por dia. 
Para a sílica livre cristalizada é necessário realizar o cálculo do limite de 
tolerância,uma vez que, dependendo do tamanho da poeira e da quantidade de 
quartzo, será um limite de tolerância diferente.
Para amostras tomadas com impactador (impinger) no nível da zona 
respiratória, deverá ser utilizada a seguinte fórmula:
L.T. = 8,5 mppdc (milhões de partículas por decímetro cúbico) 
 % quartzo + 10
Quando se tratar de poeiras respiráveis, a fórmula utilizada será:
L.T. = 8,5 mg/m3 
 % quartzo + 2
Para poeiras totais (respiráveis e não respiráveis), a fórmula a ser utilizada é:
L.T. = 24 mg/m3 
 % quartzo + 3
A norma proíbe o processo de trabalho de jateamento que utilize areia 
seca ou úmida como abrasivo. E para finalizar diz que:
As máquinas e ferramentas utilizadas nos processos de corte e 
acabamento de rochas ornamentais devem ser dotadas de sistema 
de umidificação capaz de minimizar ou eliminar a geração de poeira 
decorrente de seu funcionamento.
3.3 NR 15: ANEXO 13
Traz em seu texto a relação das atividades e operações que envolvem 
agentes químicos, considerados, insalubres em decorrência de inspeção realizada 
no local de trabalho. Os agentes relacionados nos Anexos 11 e 12 devem ser 
desconsiderados neste anexo.
O anexo 13-A tem como principal objetivo regulamentar ações, 
atribuições e procedimentos de prevenção da exposição ocupacional ao benzeno, 
visando à proteção da saúde do trabalhador, visto tratar-se de um produto 
comprovadamente cancerígeno (BRASIL, 2014).
116
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
A partir de 1º de janeiro de 1997 fica proibida a utilização do benzeno, 
exceto nas indústrias e nos laboratórios que o produzem o utilizarem em processos 
de síntese química, o empregar em combustíveis derivados de petróleo ou em 
trabalhos de análise, ou investigação realizados em laboratório, quando não for 
possível sua substituição (BRASIL, 2014).
Sobre os valores de referência tecnológicos (VRT), esse anexo 13- A diz:
6.2 Para fins de aplicação deste Anexo, é definida uma categoria de 
VRT. VRT-MPT que corresponde à concentração média de benzeno 
no ar ponderada pelo tempo, para uma jornada de trabalho de 8 (oito) 
horas, obtida na zona de respiração dos trabalhadores, individualmente 
ou de Grupos Homogêneos de Exposição - GHE, conforme definido 
na Instrução Normativa n.º 01. 
6.2.1 Os valores Limites de Concentração - LC a serem utilizados na 
IN n.º 01, para o cálculo do Índice de Julgamento "I", são os VRT-MPT 
estabelecidos a seguir. 
7 Os valores estabelecidos para os VRT-MPT são: - 1,0 (um) ppm para 
as empresas abrangidas por este Anexo (com exceção das empresas 
siderúrgicas, as produtoras de álcool anidro e aquelas que deverão 
substituir o benzeno a partir de 1º.01.97). - 2,5 (dois e meio) ppm para 
as empresas siderúrgicas.
3.4 ACGIH
Quando falamos de ACGIH e seus limites de tolerância, devemos lembrar 
que esses devem ser aplicados para fins de prevenção, como na elaboração do PPRA. 
Esta é apenas uma recomendação e não deve ser utilizada como documento legal.
Anualmente, alguns limites de tolerância são revisados e você encontra 
informações a respeito desta norma em <www.acgih.org>.
NOTA
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
117
FIGURA 32 - RECORTE DA TABELA COM OS VALORES ADOTADOS PELA ACGIH
VALORES ADOTADOS
Substância (Nº CAS) TWA STEL Notações Peso Mol. Base do TLV®
Acetato de 2-metoxietila (EGMEA) [110-49-6] (2005) 0,1 ppm – Pele 118,13 Efe hematológico; efe reprodutivo
Acetato de n-propila [109-60-4] (1962) 200 ppm 250 ppm – 102,13 Irr olhos e TRS
Acetato de pentila, todos isômeros
[628-63-7; 626-38-0; 123-92-2;
625-16-1; 624-41-9; 620-11-1] (1997) 50 ppm 100 ppm – 130,20 Irr TRS
Acetato de vinila [108-05-4] (1992) 10 ppm 15 ppm A3 86,09
Irr olhos, pele e TRS; compr 
SNC
Acetileno [74-86-2] (1990)
asfixiante 
simples(D)
– 26,02 Asfixia
Acetofenona [98-86-2] (1990) 10 ppm – – 120,15 Irr olhos
Acetona [67-64-1] (1996) 500 ppm 750 ppm A4; BEI 58,05
Irr TRS e olhos; compr CNS, efe 
hematológico
Acetona cianidrina [75-86-5], como CN (1991) – C 5 mg/m3 Pele 85,10 Irr TRS; dor de cabeça; hipoxia; 
cianose
Acetonitrila (75-05-8) (1996) 20 ppm – Pele; A4 41,05 Irr TRI
Ácido acético [64-19-7] (2003) 10 ppm 15 ppm – 60,00 Irr TRS e olhos, func pulm
Ácido acetilsalicílico (Aspirina) [50-78-2] (1977) 5 mg/m3 – – 180,15 Irr pele e olhos
Ácido acrílico [79-10-7] (1986) 2 ppm – Pele; A4 72,06 Irr TRS
FONTE: Adaptado de ACGIH (2008)
A utilização desta tabela é similar à do Quadro nº 1, do anexo 11, da NR 
15, na qual cada substância possui os valores de TWA e STEL fixados.
Quando se fala em uma mistura de substâncias químicas, a ACGIH diz 
que se deve considerar os efeitos combinados e que, caso não se tenha informações 
suficientes, deve-se considerar os efeitos como aditivos, ou seja, o efeito resultante 
é igual à soma dos efeitos de cada uma das substâncias envolvidas.
Logo, para o cálculo da concentração para jornada integral deve-se utilizar 
a seguinte fórmula:
C1/T1 + C2/T2 + ... + Cn/Tn ≤ 1
Onde:
C = concentração encontrada
T = limite de exposição correspondente (TWA, STEL ou Teto)
Caso o resultado seja maior que 1 (uma unidade), significa que a mistura 
excede o limite de tolerância.
Por exemplo: A exposição de um trabalhador a solventes dispersos foi 
monitorada em uma jornada de trabalho completa e os resultados foram 350 ppm 
para acetona, 50 ppm para acetato de n-propila e 2 ppm para o ácido acético.
O cálculo será: 350/500 + 50/200 + 2/10 = 0,7 + 0,25 + 0,2 = 1,15.
Logo, a exposição ultrapassa a unidade, considerando-se, então, acima do 
limite de exposição.
118
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
Caso as medições fossem realizadas para exposição de curta duração, a 
fórmula empregada será:
 C1 + C2 + C3 ≤ 1
 T1STEL (T2)*(5) T3STEL
Supondo em um monitoramento de curta duração que os resultados 
obtidos fossem 450 ppm para acetona, 100 ppm para acetato de n-propila e 1,5 
ppm para o ácido acético, o cálculo seria:
 450 + 100 + 1,5 = 0,6 + 0,08 + 0,1 = 0,78
 750 (250)*(5) 15
Logo, a exposição de curta duração não excedeu ao limite de tolerância.
Segundo a ACGIH, os materiais particulados (PNOS) não devem conter 
asbesto e o teor de sílica cristalizada deve ser inferior a 1%. Apesar de não possuir 
limites de tolerância para os PNOS, a ACGIH recomenda que as concentrações 
sejam mantidas abaixo de 10 mg/m³ para frações inaláveis e de 3 mg/m³ para 
frações respiráveis.
A ACGIH possui um anexo (ANEXO A) que trata das substâncias 
carcinogênicas e na tabela dos valores de limites de tolerância no campo Notações 
estará marcando a sigla A1, A2 e A3. Quando A1 não possuir valor de TLV®, os 
trabalhadores devem possuir proteção adequada para eliminar ao máximo a 
exposição. A1, A2 e A3 com TLV® o ambiente deve ser monitorado de maneira 
que os níveis destas substâncias sejam mantidos os mais baixos possíveis.
 O IARC (International Agency for Research on Cancer) é uma organização que 
trata de substâncias carcinogênicas, classificando-as e realizando estudos pertinentes.
Ainda dentro das normas e recomendações, temos o NIOSH, onde são 
apresentados métodos de amostragem para cada substância. Acesse <http://www.asho.
com.br/wp-content/uploads/Manual-de-Estrat%C3%A9gia-de-Amostragem-do-NIOSH2.
pdf> para baixar o Manual de Amostragem do NIOSH.
DICAS
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
119
4 MEDIDAS DE CONTROLE
As medidas de prevenção à exposição à agentes químicos podem ser 
tanto relativas ao homem como também ao ambiente. Como já é de nosso 
conhecimento, sempre devemos tentar intervir, primeiramente, no ambiente e, 
só quando todas as possibilidadesestiverem esgotadas, é que a interferência no 
homem deverá ser estudada.
4.1 MEDIDAS RELATIVAS AO AMBIENTE
Dentre as medidas relativas ao ambiente, temos:
- Substituição do produto tóxico ou nocivo.
- Mudança ou alteração do processo ou operação.
- Encerramento ou enclausuramento da operação.
- Segregação da operação ou do processo.
- Umidificação do processo.
- Ventilação geral diluidora.
- Ventilação local exaustora.
- Ordem e limpeza do ambiente laboral.
4.2 MEDIDAS RELATIVAS AO HOMEM
Dentre as medidas relativas ao homem, podemos citar:
- Limitação do tempo de exposição.
- Educação e Treinamento.
- Equipamentos de Proteção Individuais.
- Controle médico.
Dentre os equipamentos de proteção individuais, temos:
120
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
QUADRO 11 - EXEMPLOS DE EPIs PARA AGENTES QUÍMICOS
NOME DO EPI UTILIZAÇÃO
ÓCULOS DE PROTEÇÃO AMPLA VISÃO
Utilizados para proteção dos olhos em trabalhos 
onde haja risco de respingos de produtos 
químicos (com ou sem ventilação)
PROTETOR FACIAL
Utilizado para proteção da face, em trabalhos onde 
haja risco de projeção de partículas (serralheria, 
corte de grama etc.), contra respingos de tintas, 
soluções e produtos químicos em geral
PROTETOR RESPIRATÓRIO SEM 
MANUTENÇÃO PFF 1 (DESCARTÁVEL)
Poeiras e nevoas (baixa concentração)
PROTETOR RESPIRATÓRIO SEM 
MANUTENÇÃO PFF 1 - VO (COM 
VÁLVULA E DESCARTÁVEL)
Poeiras e vapores orgânicos (tintas, vernizes, 
solventes, baixa concentração)
RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR 
TIPO PEÇA SEMIFACIAL FILTRANTE 
PARA PARTÍCULAS PFF 2/PFF 3 (SEM 
MANUTENÇÃO)
Proteção contra poeiras, névoas, fumos, 
radionuclídeos e particulados altamente tóxicos
PFF 2/N 95 (N 95 SERVIÇOS DE SAÚDE)
Proteção contra poeiras, névoas, fumos, vírus, 
bactérias e baixas concentrações de vapores orgânicos
RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR TIPO 
PEÇA FACIAL INTEIRA
Proteção do sistema respiratório contra partículas 
(poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos) e 
gases emanados de produtos químicos. PARA 
CADA TIPO DE CONTAMINIDADE DEVE-SE 
ESCOLHER UM FILTRO APROPRIADO
RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR TIPO 
PEÇA SEMIFACIAL
Proteção do sistema respiratório contra partículas 
(poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos) e 
gases amanados de produtos químicos. PARA 
CADA TIPO DE CONTAMINANTE DEVE-SE 
ESCOLHER UM FILTRO APROPRIADO
RESPIRADOR DE ADUÇÃO DE AR TIPO 
MÁSCARA AUTÔNOMA
Utilizado para proteção respiratóriaa em 
atividades e locais que apresentem tal 
necessidade (emergência, salvamento, espaço 
confinado ou em atmosfera IPVS - Imediatamente 
Perigosa à Vida e à Saúde).
LUVA DE PROTEÇÃO EM LÁTEX
Utilizada para proteção das mãos contra 
umidade, e produtos químicos (cozinha, 
laboratórios, construção civil etc)
LUVA DE PROTEÇÃO DE NITRÍLICA
Utilizada para proteção das mãos e punhos 
contra agentes químicos (solvente, tintas) e 
biológicos (vírus)
LUVA DE PROTEÇÃO EM PVC 
(HEXANOL)
Utilizada para proteção das mãos e punhos contra 
recipientes contendo óleo, graxa e solvente
CREME PROTETOR PARA A PELE Utilizados para proteção das mãos e braços
FONTE: Adaptado de: USP (2010)
Dentre os protetores respiratórios, temos:
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
121
QUADRO 12 - EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA COM AS RESPECTIVAS 
ESPECIFICAÇÕES, APLICAÇÕES E MANUTENÇÃO
Tipo de 
equipamento Especificação Aplicação Manutenção
Cartucho químico 
- classe 1 –p3
Filtro combinado para 
uso no respirador facial 
de 2 filtros – 
Filtro msa-gmc-h p/n 
10-297343
Contra vapores 
orgânicos e gases 
ácidos
Descartável
Nota observar a validade
Respirador contra 
poeira – classe 2
Respirador Semifacial, 
de 2 filtros 
Partículas de poeiras 
tipo p1 p2, névoas 
não tóxicas e fumaças
Limpeza e conservação: 
Lavar com água a 48ºc e 
sabão em pó. Trocar o 
filtro quando saturado
Respirador contra 
gases e vapores 
classe 2
Respirador Semifacial 
para produtos químicos
Vapores, nevoas, 
Pode ser usado 
em concentração 
de gases e vapores 
acima de 1000ppm
Uso de filtros: 
mecânicos, químicos 
e combinados
Limpeza e conservação: 
Lavar com água a 48 °C 
e sabão em pó. Trocar o 
filtro quando saturado
Máscara contra 
poeira classe – p1
Respirador, purificador 
de ar, facial filtrante. 
Com uma camada 
em poliéster e uma 
camada no meio em 
polipropileno
Contra partículas 
tóxicas de poeiras 
(sílica, fibras têxteis, 
pó de chumbo, 
cimento, manuseio 
de ferro, carvão, 
talco, cal etc.
Descartável
Máscaras de alta 
eficiência – classe 
p3
Máscara Semifacial Poeiras, fumos 
névoas e 
radionuclídeos
Descartável
Filtro combinado 
Cartucho para mascara 
Semifacial de 1 filtro
Contra vapores 
orgânicos e gases 
ácidos
Descartável 
Nota - observar validade
Respirador 
Semifacial 
químico – classe 
p1
Respirador Semifacial
Contra névoas, 
poeiras, fumos, 
radionuclídeos, 
vapores orgânicos, 
odores de gases 
ácidos.
Limpeza e conservação: 
Lavar com água a 48 °C 
e sabão em pó. Trocar o 
filtro quando saturado
Filtro mecânico 
para respirador 
Semifacial – classe 
p2
Filtro mecânico
Contra 
poeiras, fumos, 
radionuclídeos
Descartável
Respirador contra 
gases e vapores 
classe 2
Respirador Semifacial, 
de 2 filtros 
Partículas de 
poeiras tipo p1 p2, 
névoas não tóxicas e 
fumaças
Limpeza e conservação: 
Lavar com água a 48 °C 
e sabão neutro. Trocar o 
filtro quando saturado
FONTE: Adaptado de Programa de Proteção Respiratória (2015)
122
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
5 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Quando falamos em agentes químicos, sabemos que a via de absorção 
mais comum é a respiratória, logo, os programas de segurança do trabalho 
voltados a agentes químicos remetem-se à proteção respiratória. A fundacentro 
criou uma espécie de manual sobre o Programa de Proteção Respiratória.
Existe, ainda, a Instrução Normativa SSST/MTB nº 1, de 11 de abril de 
1994 (DOU de 15/04/1994), que estabelece o Regulamento Técnico sobre o uso de 
equipamentos para proteção respiratória.
5.1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA E SELEÇÃO 
DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
O objetivo principal deste programa é a minimização da exposição dos 
trabalhadores ao ar contaminado com poeiras, névoas, fumos, gases e vapores de 
forma a controlar o surgimento de doenças ocupacionais. Vale lembrar que a adoção 
de medidas preventivas deve-se iniciar pelas medidas coletivas (administrativas 
e de engenharia) e apenas quando todas essas possibilidades estiverem esgotadas 
inicia-se o processo de escolha dos equipamentos de proteção individual.
Segundo Torloni (2002, p. 13), os empregadores possuem responsabilidades 
para que a saúde do trabalhador esteja assegurada, tais como:
a) Fornecer o respirador, quando necessário, para proteger a saúde do 
trabalhador.
b) Fornecer o respirador conveniente e apropriado para o fim desejado.
c) Ser responsável pelo estabelecimento e manutenção de um programa 
de uso de respiradores para proteção respiratória, cujo conteúdo 
mínimo está no item 1.2.4.
d) Permitir ao empregado que usa o respirador deixar a área de risco 
por qualquer motivo relacionado com o seu uso. Essas razões podem 
incluir, mas não se limitam as seguintes:
- falha do respirador que altere a proteção proporcionada pelo mesmo;
- mau funcionamento do respirador;
- detecção de penetração de ar contaminado dentro do respirador;
- aumento da resistência à respiração;
- grande desconforto devido ao uso do respirador;
- mal-estar sentido pelo usuário do respirador, tais como náusea, 
fraqueza, tosse, espirro, dificuldade para respirar, calafrio, tontura, 
vômito, febre;
- lavar o rosto e a peça facial do respirador, sempre que necessário, 
para diminuir a irritação da pele;
- trocar o filtro ou outros componentes,sempre que necessário;
- descanso periódico em área não contaminada.
e) Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar 
providências para saná-la. Se o defeito for de fabricação, o empregador 
deverá comunicá-lo ao fabricante e ao órgão oficial de competência na 
área de EPI.
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
123
Quanto às responsabilidades do empregado para garantir o bom 
funcionamento do programa, Torloni (2002, p. 14) traz:
a) Usar o respirador fornecido de acordo com as instruções e 
treinamento recebidos.
b) Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo 
conveniente para que não se danifique ou deforme.
c) Se observar que o respirador não está funcionando bem deverá 
deixar imediatamente a área contaminada e comunicar o defeito à 
pessoa responsável indicada pelo empregador nos "Procedimentos 
operacionais escritos".
d) Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração do seu estado 
de saúde que possa influir na sua capacidade de usar o respirador de 
modo seguro.
O Programa de Proteção Respiratória deve conter, no mínimo, os 
seguintes itens:
5.1.1 Administração do programa
Apenas uma pessoa deve ter responsabilidade e autoridade sobre o 
programa. Para uma boa administração do programa, a pessoa designada para 
tal deve ter conhecimentos satisfatórios sobre proteção respiratória.
5.1.2 Procedimentos operacionais escritos
A pessoa designada para administrar o programa deve instituir os 
procedimentos operacionais para o uso correto dos respiradores para quaisquer 
situações, e esses devem ficar acessíveis aos trabalhadores. Os procedimentos 
devem ser lidos e revisados periodicamente ou quando se julgar necessário pelo 
administrador do programa. 
Os procedimentos operacionais rotineiros devem conter, segundo Torloni 
(2002, p. 20):
a) política da empresa na área de proteção respiratória;
b) seleção;
c) ensaios de vedação;
d) treinamento dos usuários;
e) distribuição dos respiradores;
f) limpeza, guarda e manutenção;
g) monitoramento do uso;
h) monitoramento do risco.
Para os procedimentos operacionais para uso em situações de emergência, 
devem-se levantar todos os possíveis riscos da operação e prever todas as possíveis 
situações de emergência.
124
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
5.1.3 Seleção, limitação e uso de respiradores
Para a seleção dos respiradores, deve ser analisada a atividade a ser 
desenvolvida, o local de execução da atividade (na área de risco), o tempo de 
uso deste respirador (uso rotineiro, de emergência ou de salvamento), o nível de 
esforço do trabalhador na execução da atividade e as características do próprio 
respirador.
Os respiradores devem possuir o CA (certificado de Aprovação) emitido 
pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Cada atividade deve ser analisada 
detalhadamente, determinando os riscos existentes para, assim, selecionar um 
respirador cujo tipo e classe sejam apropriados.
Torloni (2002), no livro Programa de Proteção Respiratória: Seleção e uso de 
Respiradores, descreve todas as etapas de seleção de respiradores, tanto para uso 
rotineiro quanto para uso em atmosferas IPVS (Imediatamente Perigoso à Vida 
ou à Saúde), espaço confinado ou atmosferas com pressão reduzida, além de 
operações de jateamento.
A NBR 13696 trata dos equipamentos de proteção respiratória no que diz 
respeito aos filtros químicos e combinados. A Figura 33 traz um fragmento da 
norma, no qual são descritas as classes dos filtros e as respectivas concentrações 
máximas de uso.
FIGURA 33 - MÁXIMA CONCENTRAÇÃO DE USO (MCU) DOS FILTROS QUÍMICOS1
Filtro Tipo
Máxima 
concentração de uso 
(ppm)
Tipo de peça facial 
compatível
C
la
ss
e 
FB
C FBC-1
Vapor orgânico2)
Cloro
502)
10
Semifacial filtrante, 
quarto facial, 
semifacial
FBC-2 Vapor orgânico2) 1000 Semifacial filtrante, 
semifacial, 
C
la
ss
e 
1
Cartucho pequeno
Vapor orgânico 2)
Amônia
Metilamina
Gases ácido2)
Ácido clorídrico
Cloro
1000
300
100
1000
50
10
Quarto facial
semifacial
facial inteira ou
conjunto bocal
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
125
C
la
ss
e 
2
Cartucho médio
Vapor orgânico2)
Amônia
Gases ácidos2)
50004)
50004)
50004)
Facial inteira
C
la
ss
e 
3
Cartucho grande
Vapor orgânico2)
Amônia
Gases ácidos2)
1 0004)
1 0004)
1 0004)
Facial inteira
1) A máxima concentração de uso dos respiradores em situações rotineiras que incorporem filtro 
químico, para um dado gás ou vapor, deve ser: 1) menor que o valor IPVS; 2) menor que o valor 
indicado na tabela para o referido gás ou vapor; 3) menor que o produto: fator de proteção atribuído 
do respirador purificador utilizado x limite de exposição. Dos três valores obtidos, o que for menor.
4) Essas máximas concentrações de uso (MCU) se referem a filtros classe 2 ou 3 utilizados em 
respiradores de fuga em situções IPVS. A MCU dos filtros classe 2 ou 3 pode ser superior aos valores 
indicados, desde que satisfaça os requisitos estabelecidos em norma adequada norte-americana 
ou da Comunidade Européia.
3) 50 ppm ou abaixo do Limite de Exposição Ocupacional, o valor que for menor.
2) O uso contra vapores orgânicos ou gases ácidos com fracas propriedades de alerta, ou que 
gerem alto calor de reação com o conteúdo do cartucho, deve obdecer ao exigido no Item 
Seleção de Respiradores para Uso Rotineiro da publicação Programa de Proteção Respiratória, 
Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores, da Fundacentro.
FONTE: Adaptado de: ABNT NBR 13696 (2005)
A Instrução Normativa SSST/MTB nº 1, de 11 de abril de 1994, é uma 
norma que estabelece o Regulamento Técnico sobre o uso de equipamentos 
para proteção respiratória e traz algumas recomendações de EPR. Na Figura 
34, são descritas as recomendações de EPI para sílica cristalina e, na Figura 35, 
recomendações para asbestos.
FIGURA 34 - RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA SÍLICA CRISTALINA
Nível de exposição Equipamento
Até 10 vezes o lmite de tolerância
Respirador purificador de ar com peça semifacial 
com filtro P1, P2 ou P3, ou peça semifacial 
filtrante (PFF1, PFF2 ou PFF3), de acordo com o 
diâmetro aerodinâmico das particulas(a).
Até 50 vezes o limite de tolerância
Respirador purificador de ar com peça facial 
inteira com filtro P2 ou P3(a).
Respirador purificador motorizado com peça 
semifacial e filtro P2.
Respirador de linha de ar comprimido com fluxo 
contínuo e peça semifacial.
Respirador de linha de ar comprimido de 
demanda com pressão positiva e peça semifacial.
Até 100 vezes o limite de tolerância
Respirador purificador de ar com filtro P2 ou 
P3(a).
Respirador de linha de ar comprimido de 
demanda sem pressão positiva com peça facial 
inteira.
Máscara autônoma de demanda sem pressão 
positiva com peça facial inteira.
126
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
Até 1000 vezes o limite de tolerância
Respiraador purificador de ar motorizado com 
peça facial inteira e filtro P3.
Capuz ou capacete motorizado com filtro P3.
Respirador de linha de ar comprimido com 
fluxo contínuo e peça facial inteira.
Respirador de linha de ar comprimido de 
demanda com pressão positiva e peça facial 
inteira.
Máscara autônoma de demanda com pressão 
positiva e peça facial inteira.
Maior que 1000vezes o limite de tolerância
Respirador de linha de ar comprimido de 
demanda com pressão positiva com cilindro 
auxiliar de fuga e peça facial inteira.
Máscara autônoma de demnada com pressão 
positiva e peça facial inteira.
Observação sobre a Tabela 3:
(a) Para diâmetro aerodinâmico médio mássico maior ou igual a 2 micra podem-se usar filtros 
classe P1, P2 ou P3. Para diâmetros menor que 2 micra deve-se usar o de classe P3.
FONTE: Brasil (1994)
FIGURA 35 - RECOMENDAÇÕES DE EPI PARA ASBESTO
Até 2 fibras/cm3
Respirador com peça semifacial com filtro P2 
ou peçasemifacial filtrante
Até 10 fibras/cm3
Respirador com peça semifacial com filtro P3.
Respirador motorizado com peça semifacial e 
filtros P2.
Linha de ar de demanda e peça semifacial com 
pressão positiva.
Até 100 fibras/cm3
Respirador com peça facial inteira com filtro P3.
Linha de ar de demanda com fluxo contínuo 
com pela facial inteira.
Linha de ar de demanda.
Máscara autônoma de demanda.
Até 200 fibras/cm3
Respirador motorizado com peça facial inteira 
e filtro P3.
Linha de ar de fluxo contínuo e peça facial inteira.
Linha de ar de demanda e peça facial inteira 
com pressão positiva.
Capuz ou capacete motorizado e filtro P3.
Linha de ar fluxo contínuo com capuz ou 
capacete.
Maior que 200 fibras/cm3
Linha de ar fluxo contínuo com peça facial 
inteira e cilindro de escape.
Linha de ar de demanda com peça facial 
inteira, pressão positiva e cilindro de escape.
Máscara autônoma de demanda com pressão 
positiva.
FONTE: Instrução Normativa nº 1 (1994)
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
127
Existem alguns fatores que podem interferir na eficiência dos respiradores, 
como: os pelos faciais interferem na vedação do EPR (Equipamento de Proteção 
Respiratória), a comunicação que pode deslocar o EPR, quando o operador fizer 
uso de outro tipo de proteção facial, ou ainda algum tipo óculos, esses não devem 
interferir na vedação do EPR, entre outros. Observa-se que a grande preocupação 
é com a vedação dos respiradores, por isso deve-se evitar o uso de qualquer 
adorno ou outro equipamento de proteção que interfira nela.
Além da escolha adequada dos respiradores, é necessário que o 
trabalhador passe por um treinamento adequado, e é sobre isso que abordaremos 
na sequência.
5.1.3.1 Treinamento
O principal objetivo do treinamento é garantir o uso correto dos 
respiradores. Os supervisores, trabalhadores, a pessoa que realiza a distribuição 
destes equipamentos e as equipes de salvamento e emergência devem receber 
treinamento apropriado, além de reciclagem periódica. Este treinamento deve ser 
ministrado por pessoa qualificada, sendo necessário registro por escrito contendo 
o nome das pessoas presentes, o assunto abordado, o nome de quem ministrou o 
treinamento e as datas de realização.
5.1.3.2 Ensaio de vedação
A adaptação do respirador ao rosto do trabalhador é um ponto a ser 
analisado antes de selecionar um EPR e é um ponto considerável na questão da 
vedação do equipamento. Todo tipo de respirador, seja de uso rotineiro ou de 
emergência e salvamento, deve ser submetido ao teste de vedação quantitativo 
e qualitativo.
Torloni (2002) traz em seu Anexo 5 os procedimentos para realização dos 
ensaios de vedação quali e quantitativos para alguns agentes químicos. Menciona, 
ainda, alguns critérios para aceitação de um respirador de pressão negativa e 
positiva, além de peças faciais.
5.1.3.3 Manutenção, Inspeção e Guarda
Os respiradores, quando utilizados apenas por uma pessoa, devem ser 
higienizados regularmente e, quando forem utilizados por mais de uma pessoa, 
ele deve ser higienizado após cada uso.
128
UNIDADE 2 | AGENTES QUÍMICOS
É importante para a construção do seu conhecimento enquanto profissional da 
área da segurança do trabalho que leia o livro Programa de Proteção Respiratória: Seleção 
e uso de Respiradores. Você o encontra acessando o link: <http://www.fundacentro.
gov.br/biblioteca/biblioteca-digital/publicacao/detalhe/2013/3/programa-de-protecao-
respiratoria-recomendacoes-selecao-e-uso-de-respiradores>.
DICAS
Antes do início de uma atividade que necessite a utilização de um 
respirador, esse deve ser inspecionado imediatamente. Após a higienização e 
limpeza, ele requer nova inspeção com a finalidade de mantê-lo em boas condições 
de uso. Caso seja detectada a necessidade de algum reparo ou substituição de peça, 
o respirador deve ser encaminhado para uma pessoa treinada na manutenção dele 
para realização do serviço. Ajustes de válvulas, reguladores e alarmes devem ser 
realizados apenas pelo fabricante ou assistência técnica autorizada. 
Os respiradores devem ser guardados longe da interferência de agentes 
químicos e físicos e de modo que não sofram deformações.
129
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, foram apresentados:
• Critérios para interpretação dos resultados das análises de exposição.
• Uma introdução às normas nacionais e internacionais sobre limites de exposição.
• O que são os limites de exposição e como calculá-los e interpretá-los em diversas 
situações.
• Critérios para a seleção de equipamentos de proteção para agentes químicos.
• Os tipos de EPIs e EPRs disponíveis no mercado.
• Como deve ser elaborado um Programa de Proteção Respiratória.
130
1 Se em uma amostragem de aerodispersoides contendo sílica livre foram 
encontrados 54% de quartzo de poeira respirável, qual é o limite de tolerância 
para esta amostra?
2 Entre as normas citadas temos a NR 15 e a ACGIH. Qual é a aplicabilidade 
de cada uma destas normas?
3 Em um ambiente cuja concentração de vapor orgânico permanece em 
aproximadamente 7500 ppm de concentração, qual é o filtro mais indicado 
para prevenção?
AUTOATIVIDADE
131
UNIDADE 3
AGENTES BIOLÓGICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer a definição de agentes biológicos;
• identificar as formas de dispersão no ambiente e a classificação;
• conhecer as formas de contração dos agentes pelo organismo;
• identificar as doenças relacionadas aos agentes biológicos;
• compreender os riscos envolvidos na exposição a agentes biológicos;
• levantar os processos para caracterização de exposição aos agentes;
• identificar métodos e instrumentos de avaliação dos riscos biológicos;
• levantar e compreender as normas pertinentes aos agentes e profissionais 
expostos;
• conhecer as normas nacionais e internacionais que especificam requisitos 
pertinentes ao tema;
• analisar os dados das avaliações;
• identificar medidas de segurança para prevenção de acidentes do trabalho 
e riscos nos estabelecimentos de saúde;
• identificar os equipamentos de proteção individual e coletivo.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final de cada um deles, você 
encontrará atividades que o(a) auxiliarão na apropriação dos conhecimentos.
TÓPICO 1 – CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
TÓPICO 2 – HIGIENE DO TRABALHO, MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
TÓPICO 3 – NORMAS E RESULTADOS
132
133
TÓPICO 1
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)! Este tópico traz uma contextualização sobre os 
agentes biológicos, quais são considerados, as formas de dispersão desses agentes 
no ambiente, os profissionais que são acometidos por estes, bem como algumas 
doenças relacionadas e como estes agentes adentram no organismo do homem, 
ou seja, as vias de acesso.
Para os agentes biológicos é importante identificar as formas de transmissão 
(direta e indireta) e as vias de entrada, que podem ser: por via cutânea (por 
contato direto com a pele), parenteral (por inoculação intravenosa, intramuscular, 
subcutânea), por contato direto com as mucosas, por via respiratória (por inalação) 
e por via oral (por ingestão).
Acredita-se que a dificuldade maior em se identificar os agentes biológicos 
é a incerteza de quantificação, qualificação e a própria presença destes no ambiente 
de trabalho. Muito se tem discutido sobre o tema, mas a questão é tida como um 
inimigo oculto, pelas dificuldades apresentadas na sua identificação.
2 AGENTES BIOLÓGICOS
Segundo Vilela (2008, p. 9), os riscos biológicos, no âmbito das Normas 
Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho – NR, incluem-se no 
conjunto dos riscos ambientais, junto aos riscos físicos e químicos, conforme pode 
ser observado pela transcrição do item 9.1.5 daNorma Regulamentadora nº 9 – 
Programas de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA:
9.1.5. Para efeito desta NR, consideram-se ris cos ambientais os agentes 
físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho 
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo 
de exposição, são capazes de causar danos à saúde do tra balhador.
A autora ainda cita que o reconhecimento dos riscos ambientais é uma 
etapa fundamental do processo que servirá de base para decisões quanto às ações 
de prevenção, eli minação ou controle desses riscos. Reconhecer o risco significa 
identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações com potencial de dano à 
saúde do trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste dano. 
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
134
Mas, afinal, você sabe o que são agentes biológicos? Agentes biológicos 
são aqueles oriundos da manipulação, transformação e modificação de seres 
vivos microscópicos, dentre eles: genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus e outros.
A NR 32 considera agentes biológicos os mi crorganismos geneticamente 
modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons 
(BRASIL, 2011). 
Segundo Vilela (2008), esses agentes são capazes de provocar danos à 
saúde humana, podendo causar infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, 
doenças autoimunes e a formação de neoplasias e malformações. Podem ser 
assim subdivididos:
• Microrganismos, formas de vida de dimensões microscópicas, visíveis 
individualmente apenas ao microscópio - entre aqueles que causam dano à saúde 
humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e vírus.
• Microrganismos geneticamente modificados, que tiveram seu material genético 
alterado por meio de técnicas de biologia molecular.
• Culturas de células de organismos multicelulares, o crescimento in vitro de 
células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multicelulares em meio 
nutriente e em condições de esterilidade - podem causar danos à saúde humana 
quando contiverem agentes biológicos patogênicos.
• Parasitas, organismos que sobrevivem e se desenvolvem às expensas de um 
hospedeiro, unicelulares ou multicelulares - as parasitoses são causadas por 
protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e pulgas).
• Toxinas, substâncias secretadas (exotoxinas) ou liberadas (endotoxinas) 
por alguns microrganismos e que causam danos à saúde humana, podendo 
até provocar a morte - como exemplo de exotoxina, temos a secretada pelo 
Clostridium tetani, responsável pelo tétano, e de endotoxinas, as liberadas por 
Meningococcus ou Salmonella.
• Príons, estruturas proteicas alteradas relacionadas como agentes etiológicos 
das diversas formas de encefalite espongiforme - exemplo: a forma bovina, 
vulgarmente conhecida por “mal da vaca louca”, que, atualmente, não é 
considerada de risco relevante para os trabalhadores dos serviços de saúde.
A autora ainda relata que não foram incluídos como agentes biológicos 
os organismos multicelulares, à exceção de parasitas e fungos. Diversos animais e 
plantas produzem ainda substâncias alergênicas, irritativas e tóxicas com as quais os 
trabalhadores entram em contato, como pelos e pólen, ou por picadas e mordeduras.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
135
Caro(a) acadêmico(a)! Segundo a Associação Brasileira de Prevenção de 
Acidentes (2005), a presença microbiana, no ambiente, apresenta algumas características, 
que são:
• Alta adaptação à biosfera.
• Alguns se multiplicam em água destilada.
• Um único micróbio em solução simples chega a um milhão em 18 horas.
• Um micróbio pode se dividir em 10 minutos.
• Presença na forma de células, esporos, toxinas e fragmentos moleculares.
NOTA
Quanto aos riscos biológicos, eles se referem ao contato do trabalhador com 
microrganismos (principalmente, vírus e bactérias) ou material infectocontagiante, 
os quais podem causar doenças, como: tuberculose, hepatite, rubéola, herpes, 
escabiose e AIDS (JANSEN, 1997 apud MARZIALE; RODRIGUES, 2002).
Para Bulhões (1998, p. 173, grifo da autora), alguns dos principais 
determinantes e condicionantes de insalubridade e periculosidade do trabalho 
hospitalar estão relacionados conforme o texto a seguir: 
Biológicos – densa população microbiológica, infecções cruzadas, 
contato com sangue e outros fluidos corporais, manipulação de 
amostras patológicas, deficiência de higiene e de limpeza (inclui falta 
de água e sabão até para lavagem das mãos). Inadequados tratamento 
e eliminação do lixo. Insuficiência ou falta de material para se trabalhar 
com segurança. Falhas nos processos de desinfecção, esterilização e 
assepsia. Ocorrência de ferimentos, erupções e outras dermatoses 
entre os trabalhadores. Falta de identificação e sinalização de 
material infectado. Carência ou inadequação de programas de saúde 
ocupacional com atenção especial para a biossegurança. Inexistência 
de programas de imunização para os trabalhadores expostos.
O Manual do Sesi (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007) define que 
os agentes biológicos são representados por todas as classes de microrganismos 
patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como 
insetos e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos. Note que merecem uma ação 
bem diversa da dos outros agentes e que muitas formas de controle serão específicas.
Com relação aos riscos biológicos, a ocorrência do evento danoso está 
ligada à:
• Existência ou não de medidas preventivas “Níveis de Biossegurança”.
• Existência ou não de medidas preventivas que garantam a execução dos 
procedimentos respeitadas as normas de Biossegurança.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
136
A necessidade de proteção contra o risco biológico é definida:
• Pela fonte do material.
• Pela natureza da operação.
• Pela natureza do experimento a ser realizado.
• Pelas condições ambientais de sua realização.
Mas, afinal, os agentes biológicos podem provocar doenças e causar danos 
à saúde dos trabalhadores, mas quais riscos são esses? Você saberia responder? 
Os agentes biológicos são inerentes aos estabelecimentos de saúde, assim 
classificados como: qualquer edificação destinada à prestação de assistência 
à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, 
pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade (BRASIL, 2011).
Em termos práticos, a equipe de enfermagem, por estar presente em maior 
número nos estabelecimentos de saúde, principalmente hospitais, é a categoria 
que mais sofre com os acidentes e doenças ocupacionais causados por exposição 
aos riscos biológicos.
3 CLASSIFICAÇÃO E FORMAS DE DISPERSÃO NO AMBIENTE
A NR 32 (BRASIL, 2011) trata da classificação dos agentes biológicos 
no seu Anexo I e, segundo Vilela (2008), estes encontram-se resumidamente no 
Quadro 13:
QUADRO 13 - RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE DE RISCO
Classe de Risco Risco individual1 Risco de propagação á coletividade
Profilaxia ou 
tratamento eficaz
1 baixo baixo -
2 moderado baixo existem
3 elevado moderado nem sempre existem
4 elevado elevado
atualmente não 
existem
1 O risco individual relaciona-se com a probabilidade do trabalhador contrair a doença e com a 
gravidade dos danos à saúde que essa pode ocasionar.
FONTE: Adaptado de: Vilela (2008)
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
137
Vilela (2008) descreve que:
A classificação dos agentes biológicos, que distribui os agentes em clas ses 
de risco de 1 a 4, considera os riscos que representam para a saúde do traba-
lhador, sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou 
não de profilaxia e tratamento. Em função desses e outros fatores específicos, 
as classificações existentes nos vários países apresentam algumas variações,embo ra coincidam em relação à grande maioria dos agentes.
Para a Fiocruz (2005):
Os agentes biológicos patogênicos para o homem e animais são 
distribuídos em classes de risco biológico em função de diversos critérios 
tais como a gravidade da infecção, nível de capacidade de se disseminar 
no meio ambiente, estabilidade do agente, endemicidade, modo de 
transmissão, da existência ou não de medidas profiláticas, como vacinas 
e da existência ou não de tratamentos eficazes. Alguns outros fatores são 
também considerados como as perdas econômicas que possam gerar, 
vias de infecção, existência ou não do agente no país e sua capacidade 
de se implantar em uma nova área onde seja introduzido.
Por este motivo, as classificações existentes em vários países, embora 
concordem em relação à maioria dos agentes, apresentam algumas variações em 
função de fatores regionais específicos. As classes de risco biológico são assim 
definidas (FIOCRUZ, 2005):
• Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a coletividade): incluem os 
agentes que não possuem capacidade comprovada de causar doença em 
pessoas ou animais sadios.
• Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): 
incluem os agentes que podem causar doença no homem ou animais, porém 
não apresentam riscos sérios para os profissionais do laboratório, para a 
comunidade, para animais e para o meio ambiente. Os agentes desta classe, 
quando não existentes no país, devem ter sua importação restrita, sujeita à 
prévia autorização das autoridades competentes.
• Classe de risco 3 (alto risco individual e risco moderado para a comunidade): 
incluem os agentes que usualmente causam doenças humanas ou animais graves, 
as quais, no entanto, podem usualmente ser tratadas por medicamentos ou medidas 
terapêuticas gerais, representando risco moderado para a comunidade e para o 
meio ambiente. Os agentes desta classe, quando não existentes no país, devem ter 
sua importação restrita, sujeita à prévia autorização das autoridades competentes.
• Classe de risco 4 (alto risco individual e alto risco para a comunidade): incluem 
os agentes de alto risco biológico que causam doenças humanas e animais de alta 
gravidade capazes de se disseminar na comunidade e no meio ambiente. Esta 
classe inclui, principalmente, agentes virais. Os agentes desta classe, quando não 
existentes no país, devem ter sua importação proibida e, caso sejam identificados 
ou se tenha suspeita de sua presença no país, os materiais suspeitos de conter 
estes agentes devem ser manipulados com os níveis máximos de segurança 
disponíveis e devem ser destruídos por processos físicos (autoclavação), ou por 
processos químicos de reconhecida eficácia e, posteriormente, incinerados.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
138
E ainda que, em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em 
Saúde – CBS (Portaria nº 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as atribuições da 
Comissão, inclui-se a competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamen te a 
classificação, considerando as características e peculiaridades do país (VILELA, 2008).
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2010) classifica os agentes biológicos que 
afetam o homem, os animais e as plantas, os quais são distribuídos em classes de 
risco, assim definidas:
• Classe de risco 1 (baixo risco individual e para a comunidade): inclui os agentes 
biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais 
adultos sadios. Exemplos: Lactobacillus sp. e Bacillus subtilis.
• Classe de risco 2 (moderado risco individual e limitado risco para a comunidade): 
inclui os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, 
cujo potencial de propagação na comunidade e de disseminação no meio 
ambiente é limitado, e para os quais existem medidas terapêuticas e profiláticas 
eficazes. Exemplos: Schistosoma mansoni e Vírus da Rubéola.
• Classe de risco 3 (alto risco individual e moderado risco para a comunidade): 
inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via 
respiratória e que causam patologias humanas ou animais, potencialmente 
letais, para as quais existem, usualmente, medidas de tratamento e/ou de 
prevenção. Representam risco se disseminados na comunidade e no meio 
ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa. Exemplos: Bacillus anthracis 
e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
• Classe de risco 4 (alto risco individual e para a comunidade): inclui os agentes 
biológicos com grande poder de transmissibilidade por via respiratória ou 
de transmissão desconhecida. Até o momento não há nenhuma medida 
profilática ou terapêutica eficaz contra infecções ocasionadas por estes agentes. 
Causam doenças humanas e animais de alta gravidade, com alta capacidade 
de disseminação na comunidade e no meio ambiente. Esta classe inclui 
principalmente os vírus. Exemplos: Vírus Ebola e Vírus Lassa.
Acadêmico(a)! Você sabia que, quando a exposição é do tipo “com intenção 
deliberada”, devem ser aplicadas as normas estabelecidas para o trabalho em contenção, 
cujo nível é determinado pelo agente da maior classe de risco presente. Por exemplo, para 
um laboratório em que são manipulados agentes das classes de risco 2 e 3, o nível de 
contenção a ser adotado deverá ser o nível de contenção 3 (VILELA, 2008).
NOTA
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
139
4 CONTRAÇÃO DOS AGENTES PELO ORGANISMO
As “vias de ingresso” ou de contato com o organismo, consideradas 
tradicionalmente, são as vias respiratória (inalação), cutânea (por meio da pele 
intacta) e digestiva (ingestão). A respiratória é a de maior importância industrial, 
seguida da via dérmica (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007).
A NR 32 (BRASIL, 2011) define como vias de transmissão o percurso 
feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. A 
transmissão pode ocorrer das seguintes formas:
• Direta: transmissão do agente biológico, sem a intermediação de veículos ou 
vetores.
• Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores.
E as vias de entrada, como tecidos ou órgãos por onde um agente penetra 
em um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via 
cutânea (por contato direto com a pele), percutânea (através da pele), parenteral 
(por inoculação intravenosa, intramuscular, subcutânea), por contato direto 
com as mucosas, por via respiratória (por inalação) e por via oral (por ingestão) 
(BRASIL, 2011).
Vilela (2008) cita que: 
A identificação das vias de transmissão e de entrada determina 
quais as medidas de proteção que devem ser adotadas. Se a via de 
transmissão for sanguínea, devem ser adotadas medidas que evitem o 
contato do trabalhador com sangue. No caso de transmissão via aérea, 
gotículas ou aerossóis, as medidas de proteção consistem na utilização 
de barreiras ou obstáculos entre a fonte de exposição e o trabalhador 
(exemplos: adoção de sistema de ar com pressão negativa, isolamento 
do paciente e uso de máscaras).
Segundo a Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005), os 
riscos biológicos em serviços de saúde estão relacionados com a interação: vias 
de transmissão e doenças, conforme demonstrado no quadro a seguir.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
140
QUADRO 14 - RELAÇÃO ENTRE AS VIAS DE CONTAMINAÇÃO E AS DOENÇAS
Riscos Biológicas em Serviços de Saúde
Relação entre vias de contaminação e doenças
▪	Via aérea:	tuberculose,	varicela,	rubéola,	sarampo,	influeza,	viroses	
respiratórias, doença meningocócica
▪	Exposição	ao	sangue	e	fluidos	orgânicos: HIV, hepatites B e C, raiva.
▪	Transmissão fecal-oral: hepatite A, poliomielite, gastroenterite, cólera.
▪	Contato com o paciente:	escabiose,	pediculose,	colonização	por	stafilococos.
FONTE: Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005). Disponível em: <http://www.higieneocupacional.com.br/download/riscos_boechat.ppt>. Acesso em: 10 mar. 2015
No próximo item, permearemos entre as doenças relacionadas aos agentes 
biológicos e que muito preocupam os gestores e profissionais da área da saúde, 
pois estes são os mais afetados, principalmente a equipe de enfermagem, por 
serem em maior número e estarem maior tempo em contato com os pacientes 
infectados e expostos nos ambientes de risco.
5 DOENÇAS RELACIONADAS
O nosso organismo está continuamente sujeito à ação de agentes 
patológicos, nomeadamente vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes 
parasitas. Estes agentes são capazes de invadir o organismo, multiplicando-se nas 
células e nos tecidos do hospedeiro, com as consequentes infecções e alterações na 
função de órgãos vitais. Esta situação ocorre quando o organismo não consegue 
mobilizar as suas defesas de uma forma rápida e eficaz, de modo a impedir a 
atividade daqueles agentes (SOUSA, 2008).
Nos trabalhos em hospitais e laboratórios é comum o contato com os 
agentes biológicos e materiais orgânicos, pois são característicos da atividade 
do trabalhador. Nas indústrias de alimento, por exemplo, os trabalhadores têm 
contato com materiais orgânicos que podem estar contaminados.
Já os trabalhadores rurais estão expostos a várias doenças que os animais 
podem transmitir; por se situar numa área de reserva florestal, a indústria 
apresenta uma série de riscos aos seus trabalhadores, tanto nos alojamentos 
quanto nas agrovilas e no canavial, dentre eles a presença de animais peçonhentos. 
O aparecimento de cobras, escorpiões, aranhas, abelhas e ratos é uma constante 
(LUCENA; RODRIGUES; LIMA, 2004).
A seguir, um quadro com as principais doenças causadas pelos agentes 
biológicos, lembrando que são muitas doenças além das citadas.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
141
QUADRO 15 - DOENÇAS CAUSADAS PELOS AGENTES BIOLÓGICOS
Vírus Bactérias Fungos Protozoários Parasitas
Human Immunodeficiency 
Virus - HIV
(AIDS/SIDA)
Mycobacterium 
tuberculosis
(Tuberculose)
Cryptococcus 
neoformans
(Criptococose)
Balantidium coli
(Colite)
VHA
Hepatite A
Bacillus anthracis
(Carbúnculo)
Aspergillus fumigatos
(Aspergilose)
Giardia lamblia
(Diarréia)
VHB
Hepatite B
Brucella
(Brucelose)
Candida albicans
(Candidíase)
Plasmodium 
falciparum
(Malária)
VHC
Hepatite C
Leptospira
(Leptospirose)
Histoplasma 
capsulatum
(Histoplasmose)
Toxoplasma gondii
(Toxoplasmose)
VHD
Hepatite D
Clostridium tetani
(Tétano)
Epidermophyton 
floccosum
(Dermatofitose)
Schistosoma mansoni
(Bilharzíase)
Flaviridae
(Dengue Clássica)
Streptococcus 
pneumoniae
(Pneumonia)
Paracoccidioides 
brasiliensis
(Blastomicose 
Brasileira)
Toxocara canis
(Toxocaríase)
Ortomixovirus influenza
(Influenza)
Shigella boydii
(Disenteria)
Taenia solium
(Teníases)
Flavivírus
(Febre Amarela)
Neisseria meningitidis
(Meningite)
Leishmania
(Leishmaniose 
cutânea e cutâneo-
mucosa)
Orthopoxvirus
(Varíola)
Salmonela typhi
(Febre Tifóide)
Morbillivirus
(Sarampo)
Vibrio cholerae
(Cólera)
Lyssavirus
(Raiva)
Legionella spp
(Legionelose)
Ebolavirus
(Ebola)
Bacillus anthracis
(Psitacose, Ornitose)
Enterovirus
(Poliomielite)
Escherichia coli
(Bactéria presente 
nas fezes)
FONTE: O autor
Vamos, agora, aprender um pouco mais de algumas doenças citadas, que 
são as mais comuns no meio de trabalho com contato direto aos agentes biológicos.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
142
5.1 HUMAN IMMUNODEFICIENCY VIRUS - HIV (AIDS)
HIV é o causador da AIDS. O HIV ataca o sistema imunológico, que é o 
responsável por resguardar o corpo das doenças.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos 
que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas 
podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo 
compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a 
gravidez e a amamentação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Materiais biológicos com risco de transmissão do HIV no ambiente de 
trabalho: sangue, qualquer fluido orgânico contendo sangue, secreção vaginal, 
sêmen, tecidos, líquido peritoneal, líquido pleural, líquido pericárdico, líquido 
amniótico, líquor, líquido articular, saliva (em ambientes odontológicos) e 
material concentrado de HIV (laboratório de pesquisa, com vírus em grande 
quantidade) (ABREU JUNIOR, 2002).
Os sintomas da AIDS, conforme o Ministério da Saúde (2003, p. 40), são:
Por ser um conjunto de doenças e vários tipos de mal-estar que 
aparecem juntos, a AIDS é chamada de síndrome. Entre seus sintomas 
mais comuns estão diarreia, vômito, gânglios inchados, ‘sapinhos’, 
perda de peso acentuada, ou doenças como sarcoma de Kaposi (um 
tipo de câncer visível em manchas na pele), tuberculose, toxoplasmose, 
herpes etc. Ou seja, são sintomas e doenças conhecidas – e cada uma 
por si não apresentaria muitos riscos para uma pessoa saudável. 
O problema é que elas podem aparecer juntas e se tornar graves. 
Essa falha nas defesas do organismo se chama imunodeficiência, 
isto é, aquilo que em estado saudável seria simples e relativamente 
inofensivo, torna-se, no caso da AIDS, muito mais complexo. Assim, 
a AIDS é uma doença do sistema imunológico o qual é descrito pelos 
cientistas como um conjunto de células organizadas para proteger o 
corpo das infecções. Com o sistema imunológico em falha, as infecções 
podem se tornar muito mais graves do que normalmente são. As 
infecções que se aproveitam das falhas do sistema imunológico são 
chamadas de infecções oportunistas.
Muitos dos vírus que conhecemos causam uma infecção rápida e 
visível (como a gripe), enquanto outros podem passar despercebidos. 
O HIV tem características muito particulares: uma vez no corpo da 
pessoa, ele pode ficar muito tempo sem se manifestar; portanto, diz-se 
que sua infecção é ‘lenta’. Muitas vezes, a pessoa está infectada mas 
não sabe, porque não tem sintomas, sendo chamada na linguagem 
médica de ‘soropositiva assintomática’. Mesmo nesse caso, a pessoa 
pode transmitir o vírus.
5.2 VHA - HEPATITE A
A Hepatite A é contagiosa e é chamada de Hepatite infecciosa.
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
143
A via de transmissão é a fecal-oral pelo próprio homem, com o contato de 
mãos sujas e, também, por água e comidas contaminadas.
Os sintomas mais presentes são: tonturas, febre, pele e olhos amarelados, 
urina escura, fezes claras, dor abdominal, cansaço, enjoo e vômitos.
5.3 VHB – HEPATITE B
A Hepatite B é infecciosa e é também intitulada de soro homóloga. Ela é 
classificada como uma doença sexualmente transmissível por apresentar-se no 
sangue, sêmen e leite materno.
A Hepatite B possui vacina, que é aplicada em três doses.
São causas de transmissão: por relações sexuais sem camisinha com uma 
pessoa infectada; da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a 
amamentação; ao compartilhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, 
cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, 
alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de 
tatuagem e colocação de piercings; por transfusão de sangue contaminado 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Os trabalhadores da área da saúde podem adquirir a doença sofrendo 
acidentes com materiais contaminados.
Os sintomas mais presentes são: tontura, febre, pele e olhos amarelados, 
urina escura, fezes claras, dor abdominal, cansaço, enjoo e vômitos.
5.4 VHC – HEPATITE C
A Hepatite C apresenta-se no sangue, e não tem vacina que combata a 
doença.
São causas de transmissão: transfusão de sangue; compartilhamento de 
material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos, entre outros), higiene 
pessoal (lâminasde barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou 
outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de tatuagem e colocação 
de piercings; da mãe infectada para o filho durante a gravidez (mais rara); sexo 
sem camisinha com uma pessoa infectada (mais rara). A transmissão sexual do 
VHC entre parceiros heterossexuais é muito pouco frequente, principalmente nos 
casais monogâmicos. Sendo assim, a Hepatite C não é uma Doença Sexualmente 
Transmissível (DST), porém, entre homens que fazem sexo com homens (HSH) 
e na presença da infecção pelo HIV, a via sexual deve ser considerada para a 
transmissão do VHC (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2015).
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
144
Os sintomas mais presentes são: tontura, febre, pele e olhos amarelados, 
urina escura, fezes claras, dor abdominal, cansaço, enjoo e vômitos.
5.5 VHD – HEPATITE D
A Hepatite D só infecta uma pessoa quando ela possui o vírus do tipo B. 
Então, a aplicação da vacina contra a Hepatite B é importante.
São causas da transmissão: por relações sexuais sem camisinha com uma 
pessoa infectada; da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou 
a amamentação; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, 
agulhas, cachimbos etc.), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, 
escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou 
de confecção de tatuagem e colocação de piercings; por transfusão de sangue 
infectado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Conforme o Ministério da Saúde (2015), a Hepatite D:
A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus 
D. Pode ocorrer ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B 
ou atacar portadores de hepatite B crônica (quando a infecção persiste 
por mais de seis meses).
Infecção simultânea dos vírus D e B: Na maioria das vezes, manifesta-
se da mesma forma que hepatite aguda B. Não há tratamento específico 
e a recomendação médica consiste em repouso e alimentação leve e 
proibição do consumo de bebidas alcoólicas por um ano.
Infecção pelo vírus D em portadores do vírus B: Nesses casos, o 
fígado pode sofrer danos severos, como cirrose ou até mesmo formas 
fulminantes de hepatite. Pelo caráter grave dessa forma de hepatite, 
o diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível e o tratamento só 
pode ser indicado por médico especializado. É a principal causa de 
cirrose hepática em crianças e adultos jovens na região amazônica 
do Brasil.
Os sintomas mais presentes são: tontura, febre, pele e olhos amarelados, 
urina escura, fezes claras, dor abdominal, cansaço, enjoo e vômitos.
5.6 MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS – TUBERCULOSE
A doença em referência é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, 
um microrganismo que se propaga, sobretudo, por via aérea facilitada pela 
aglomeração humana, por meio de gotículas contendo bacilos expelidos por um 
doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Os 
órgãos mais acometidos são os pulmões, gânglios, pleura, rins, cérebro e ossos, 
sendo que todos os órgãos podem ser acometidos pelo bacilo da tuberculose 
(TEIXEIRA, 2011).
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE AGENTES BIOLÓGICOS
145
É uma doença de evolução crônica que acomete, principalmente, os 
pulmões através das partículas leves que entram nas vias aéreas, normalmente 
contendo dois a três bacilos viáveis, atingindo os alvéolos onde a infecção pode 
se iniciar. Após a infecção, a pessoa pode desenvolver a doença em qualquer fase 
da vida quando seu sistema imune não consegue mais manter os bacilos sobre 
controle (TEIXEIRA, 2011).
Os sintomas mais presentes são: febre, cansaço, tosse, catarro, falta de 
apetite, emagrecimento e catarro com sangue.
5.7 ORTOMIXOVIRUS INFLUENZA – INFLUENZA
Também conhecida como gripe, a influenza é uma infecção do sistema 
respiratório, cuja principal complicação são as pneumonias, que são responsáveis 
por um grande número de internações hospitalares no país (ANVISA, 2015).
São causas de transmissão: de forma direta, através das secreções das vias 
respiratórias de uma pessoa contaminada ao falar, espirrar, ou tossir; de forma 
indireta, por meio das mãos que, após contato com superfícies recentemente 
contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem 
carregar o agente infeccioso diretamente para a boca, nariz e olhos. A transmissão 
direta inter-humana (ou seja, de pessoa a pessoa) é a mais comum, mas já foi 
documentada a transmissão direta do vírus de aves e suínos para o homem 
(ANVISA, 2015).
A pessoa infectada pode transmitir a doença até sete dias após a 
acomodação da doença e também um dia antes de ter contato com os primeiros 
sintomas.
Os sintomas mais presentes são: febre alta (superior a 38ºC), tosse seca, 
dores musculares, dor de cabeça e garganta.
5.8 FLAVIRIDAE – DENGUE CLÁSSICA
A infecção pelo vírus é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, 
uma espécie hematófaga originária da África que chegou ao continente americano 
na época da colonização. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas 
secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento (DENGUE, 2015).
Os sintomas mais presentes da dengue clássica são: febre alta com início 
súbito; forte dor de cabeça; dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles; 
perda do paladar e apetite; manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, 
principalmente no tórax e membros superiores; náuseas e vômitos; tonturas; 
extremo cansaço; moleza e dor no corpo; muitas dores nos ossos e articulações 
(DENGUE, 2015).
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
146
Como vimos acima, a maioria das doenças são transmitidas por contato 
direto de pessoa a pessoa ou com materiais orgânicos, por isso que os trabalhadores 
da área da saúde ou afins que tenham contato com pacientes ou seus materiais 
orgânicos precisam estar sempre atentos, seguir as recomendações diárias sobre 
as doenças, tomarem as vacinas, realizar os exames periódicos para acompanhar 
a sua saúde, realizar sempre treinamentos que sejam importantes para seu dia 
a dia de trabalho, usar os equipamentos de proteção individual, entre todas as 
outras medidas cabíveis para a sua proteção.
Acadêmico(a)! É importante o conhecimento de todas as doenças e sintomas 
que cada uma delas acomete. Pesquise e estude cada uma delas e também outras que não 
estão presentes na tabela acima.
DICAS
147
Neste tópico, você viu que:
• Agentes biológicos são aqueles oriundos da manipulação, transformação e 
modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles: genes, bactérias, fungos, 
bacilos, parasitas, protozoários, vírus e outros.
• Os agentes biológicos patogênicos para o homem e os animais são distribuídos 
em classes de risco biológico em função de diversos critérios, tais como 
gravidade da infecção, nível de capacidade de se disseminar no meio ambiente, 
estabilidade do agente, endemicidade, modo de transmissão, da existência 
ou não de medidas profiláticas, como vacinas, e da existência ou não de 
tratamentos eficazes. Alguns outros fatores são também considerados, como 
as perdas econômicas que possam gerar, vias de infecção, existência ou não do 
agente no país e sua capacidade de se implantar em uma nova área onde seja 
introduzido.
• A NR 32 (BRASIL, 2011) define como vias de transmissão o percurso feito pelo 
agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. A transmissão 
pode ocorrer das seguintes formas:
• Direta: transmissão do agente biológico, sem a intermediação de veículos ou 
vetores.
• Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores.
• E as vias de entrada, como: tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em 
um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via 
cutânea (por contato direto com a pele), percutânea (através da pele), parenteral 
(porinoculação intravenosa, intramuscular, subcutânea), por contato direto 
com as mucosas, por via respiratória (por inalação) e por via oral (por ingestão).
RESUMO DO TÓPICO 1
148
1 Estudamos no Tópico 1 sobre as vias de ingresso ou de contato com o 
organismo. Quais são essas principais vias de ingresso?
a) ( ) Cutânea, digestiva e respiratória.
b) ( ) Dérmica, digestiva e parenteral.
c) ( ) Digestiva, parenteral e respiratória.
d) ( ) Cutânea, parenteral e visual.
2 Os riscos biológicos em serviços de saúde possuem ligação direta em relação 
às vias de transmissão e as doenças. Sendo assim, referente aos tipos de vias 
de transmissão e doenças, avalie as sentenças abaixo:
I– Via aérea.
II– Exposição ao sangue e fluídos orgânicos.
III– Transmissão fecal-oral.
IV– Contato com o paciente.
( ) Cólera e Hepatite A.
( ) Escabiose e Pediculose.
( ) HIV e Hepatite C.
( ) Influenza e Tuberculose.
Assinale a alternativa que contenha a resposta CORRETA:
a) ( ) III – IV – I – II.
b) ( ) II – I – III – IV.
c) ( ) I – II – IV – III.
d) ( ) III – IV – II – I.
3 Qual das outras Hepatites que uma pessoa só tem o contágio quando possui 
o vírus da Hepatite B?
a) ( ) Hepatite A.
b) ( ) Hepatite C.
c) ( ) Hepatite D.
d) ( ) Hepatite E.
AUTOATIVIDADE
149
TÓPICO 2
HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você será apresentado à temática dos processos para 
caracterização da exposição aos agentes biológicos pelos trabalhadores, bem 
como fundamentos de medição, os métodos de avaliação de exposição desses 
riscos ambientais. Estes itens fazem parte do contexto e da problemática gerada 
pelos agentes biológicos e os riscos pertinentes a esses agentes.
Os métodos de avaliação, basicamente, são qualitativos, pois não se 
pode mensurar quantitativamente a presença destes no ambiente de trabalho, e 
consistem no conhecimento das atividades, a avaliação dos riscos e o controle, de 
forma a implementar medidas eficazes e a atuar preventivamente, para que os 
profissionais não sejam acometidos por doenças no seu ambiente laboral.
Em se tratando de riscos biológicos, é necessário atenção, conhecimento 
e implementação de medidas preventivas e de proteção, visando sempre antever 
os riscos antes que os acidentes aconteçam, permeando, assim, a saúde e a 
integridade física e mental dos profissionais frente ao inimigo oculto.
2 PROCESSOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE EXPOSIÇÃO 
AOS AGENTES
Segundo a NR 32 (BRASIL, 2011) – norma do Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE) que trata da Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos 
de Saúde –, a exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença 
desses agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias 
de exposição:
• Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou 
manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. 
É conhecida também como exposição com intenção de liberada.
Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está estabelecida 
e determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente simples, pois as 
características do agente são conhecidas e os procedimentos de manipu lação 
estão bem determinados, assim como os riscos de exposição (VILELA, 2008).
150
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
Vilela (2008) ainda relata que, na área de saúde, alguns exemplos poderiam 
ser: atividades de pesquisa ou desenvolvimento que envolvam a manipulação 
direta de agentes biológicos, atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico 
microbiológico, atividades relacionadas à biotecnologia (desenvolvimento de 
antibióticos, enzimas e va cinas, entre outros).
• Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique a 
manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do 
trabalho. Nesses casos, a exposição é considerada não deliberada.
Alguns exemplos de atividades: atendimento em saúde, laboratórios 
clí nicos (com exceção do setor de microbiologia), consultórios médicos e odon-
tológicos, limpeza e lavanderia em serviços de saúde (VILELA, 2008).
Para Vilela (2008), a diferenciação desses dois tipos de exposição é 
importante porque con diciona o método de análise dos riscos e, consequentemente, 
as medidas de proteção a serem adotadas. Mas, afinal, é preciso identificar como 
se estabelece a exposição aos riscos biológicos:
Veículo ou material biológico: 
• Sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos.
• Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, 
líquido articular e saliva.
• Suor, lágrima, fezes, urina, escarro.
• Ar.
E o tipo de exposição, que pode ser:
• Perfurocortante.
• Mucosa.
• Pele íntegra.
• Inalação de gotículas/aerossóis.
As fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias 
que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais se torna possível a transmissão 
a um hospedeiro ou a um reservatório (VILELA, 2008).
A autora ainda cita que o reservatório é a pessoa, animal, objeto ou substância 
no qual um agente biológico pode persistir, manter sua viabilidade, crescer ou 
multiplicar-se, de modo a poder ser transmitido a um hospedeiro (VILELA, 2008).
A identificação da fonte de exposição e do reservatório é fundamental 
para se estabelecerem as medidas de proteção a serem adotadas. 
Exemplos: o uso de máscara de proteção para doentes portadores de 
tuberculose pulmonar, a higienização das mãos após procedimentos 
como a troca de fraldas em unidades de neonatologia para diminuir o 
risco de transmissão de hepatite A (VILELA, 2008).
TÓPICO 2 | HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
151
Preste atenção, caro(a) acadêmico(a), pois a possibilidade de exposição ocorre 
em função da situação de trabalho e das características de risco dos agentes biológicos 
mais prováveis (VILELA, 2008).
DICAS
Segundo Martins (2009), médica e fiscal do trabalho, os agentes biológicos 
precisam ser avaliados quanto às vias de transmissão e às medidas de proteção 
que devem ser tomadas, como podemos identificar na figura abaixo:
FIGURA 36 - AGENTES BIOLÓGICOS: VIAS DE TRANSMISSÃO E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
FONTE: Martins (2009) 
A Associação Brasileira de Prevenção (2004) alerta para a seguinte situação 
enfrentada pelos principais grupos expostos: 
• Frequentemente, o acidente não é notificado.
• Acidentes com perfurocortantes representam 1/3 de todos os acidentes envolvendo 
profissionais de enfermagem. 
• Retirada de sangue, flebotomia, punção venosa periférica, sutura cirúrgica e 
reencapamento de agulhas são os momentos de maior risco.
IMPORTANT
E
152
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
3 FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO
O objetivo da avaliação do local de trabalho e do trabalhador é conhecer 
e descrever a situação de trabalho que pode influenciar na segurança, na saúde 
ou no bem-estar do trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que 
exercem atividades de promoção e assistência à saúde e, para tanto, devem ser 
considerados (VILELA, 2008):
• aspectos físicos e de organização do local de trabalho; 
• aspectos psicológicos e sociais do grupo de trabalho, isto é, do conjunto de 
pessoas de diferentes níveis hierárquicos.
O local de trabalho deve ter uma descrição física contendo, entre outros 
dados, a altura do piso ao teto, o tipo de paredes e do piso (laváveis ou não), os tipos 
e os sistemas de ventilação, a existência de janelas (com ou sem tela de proteção), 
o tipo de iluminação, o mobiliário existente (possibilidade de descontaminação), 
a presença de pia para higienização das mãos etc. (VILELA, 2008).
Quanto à organização do trabalho, é importante observar, de acordo com 
Vilela (2008, p. 21):
Os turnos, as escalas, as pausas para o descanso e as refeições, o 
relacionamentoentre os membros da equipe e a chefia, bem como as 
distâncias a serem percorridas para a realização dos procedimentos, 
entre outros. Deve ser verificado ainda se existem procedimentos 
escritos e determinados para a realização das atividades, e em caso 
positivo, se os mesmos são adotados (diferença entre tarefa prescrita e 
real). A observação do procedimento de trabalho é fundamental para 
a avaliação do risco.
A descrição das atividades e funções de cada local de trabalho tem por 
objetivo:
Descrever as atividades e funções em cada local de trabalho. Por 
exemplo, as atividades desenvolvidas em um posto de enfermagem 
de uma enfermaria geral podem ser: preparo de medicação, anotações 
em prontuário e preparo de material para curativos. A função ou 
finalidade de todos os postos de enfermagem é a de prestar assistência. 
No entanto, é necessária a caracterização do tipo de paciente assistido 
(renais crônicos, idosos, em pós-operatório, em isolamento, gestantes), 
que tem papel relevante na avaliação do risco existente no local de 
trabalho (VILELA, 2008, p. 22).
Quanto às medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento:
É importante analisarem-se as medidas já adotadas, verificando a sua 
pertinência, eficiência e eficácia. Após essa análise e a dos demais dados 
coletados anteriormente, devem ser determinadas as medidas de 
prevenção a serem implantadas, observando-se a hierarquia descrita 
na nota explicativa do item 32.2.4. Ao propor uma medida preventiva 
é fundamental que a informação seja completa, de forma a propiciar 
TÓPICO 2 | HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
153
a aplicação correta. Por exemplo, não basta citar a necessidade de 
utilização de máscara, deve ser descrito qual o tipo de máscara. Pode-
se dizer o mesmo para luvas, vestimentas, capelas químicas e cabines 
de segurança biológicas, entre outros (VILELA, 2008, p. 23). 
Persistência no ambiente é a capacidade de o agente permanecer no 
ambiente, mantendo a possibilidade de causar doença. Exemplo: a persistência 
prolongada do vírus da Hepatite B quando comparada à do vírus HIV. A 
persistência é um fator importante na avaliação do risco de exposição e de 
proteção do trabalhador (VILELA, 2008).
4 INSTRUMENTAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DOS RISCOS 
AMBIENTAIS
A importância da avaliação de risco dos agentes biológicos está, não 
somente na estimativa do risco, mas também no dimensionamento da estrutura 
para a contenção e a tomada de decisão para o gerenciamento dos riscos. Para 
isso, consideram-se alguns critérios, que podem ser visualizados no Quadro 16, 
entre os quais se destacam (BRASIL, 2010):
QUADRO 16 - CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DOS RISCOS POR AGENTES BIOLÓGICOS
Virulência
É a capacidade patogênica de um agente biológico, medida pela 
mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do 
hospedeiro. A virulência pode ser avaliada por meio dos coeficientes de 
letalidade e de gravidade. O coeficiente de letalidade indica o percentual de 
casos da doença que são mortais, e o coeficiente de gravidade, o percentual 
dos casos considerados graves.
Modo de transmissão
É o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o 
hospedeiro. O conhecimento do modo de transmissão do agente biológico 
manipulado é de fundamental importância para a aplicação de medidas 
que visem conter a disseminação do patógeno.
Estabilidade
É a capacidade de manutenção do potencial infeccioso de um agente 
biológico no meio ambiente. Deve ser considerada a capacidade de 
manutenção do potencial infeccioso em condições ambientais adversas 
como a exposição à luz, à radiação ultravioleta, às temperaturas, à umidade 
relativa e aos agentes químicos.
Concentração e 
volume
A concentração está relacionada à quantidade de agentes patogênicos por 
unidade de volume. Assim, quanto maior a concentração, maior o risco. 
O volume do agente patogênico também é importante, pois na maioria 
dos casos, os fatores de risco aumentam proporcionalmente ao aumento 
do volume do agente presente no meio. 
Origem do 
agente biológico 
potencialmente 
patogênico
Deve ser considerada a origem do hospedeiro do agente biológico (humano 
ou animal) como também a localização geográfica (áreas endêmicas) e a 
natureza do vetor.
154
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
Disponibilidade de 
medidas profiláticas 
eficazes
Estas incluem profilaxia por vacinação, antissoros e globulinas eficazes. 
Inclui ainda, a adoção de medidas sanitárias, controle de vetores e medidas 
de quarentena em movimentos transfronteiriços. Quando estas estão 
disponíveis, o risco é drasticamente reduzido.
Disponibilidade de 
tratamento eficaz
Refere-se à disponibilidade de tratamento eficaz, capaz de prover a 
contenção do agravamento e a cura da doença causada pela exposição ao 
agente patogênico. Inclui a imunização e vacinação pós-exposição, o uso 
de antibióticos e medicamentos terapêuticos, levando em consideração a 
possibilidade de indução de resistência dos agentes patogênicos.
Dose infectante
Consiste no número mínimo de agentes patogênicos necessários para 
causar doença. Varia de acordo com a virulência do agente e com a 
susceptibilidade do indivíduo.
Manipulação do 
agente patogênico
A manipulação pode potencializar o risco, como por exemplo, a 
amplificação, sonicação ou centrifugação. Além disto, deve-se destacar que 
nos procedimentos de manipulação envolvendo a inoculação experimental 
em animais, os riscos irão variar de acordo com as espécies utilizadas e com 
a natureza do protocolo. Deve ser considerada ainda a possibilidade de 
infecções latentes que são mais comuns em animais capturados no campo.
Eliminação do agente
O conhecimento das vias de eliminação do agente é importante para a 
adoção de medidas de contingenciamento. A eliminação em altos títulos 
por excreções ou secreções de agentes patogênicos pelos organismos 
infectados, em especial, aqueles transmitidos por via respiratória, podem 
exigir medidas adicionais de contenção. As pessoas que lidam com animais 
experimentais infectados com agentes biológicos patogênicos apresentam 
um risco maior de exposição devido à possibilidade de mordidas, 
arranhões e inalação de aerossóis.
Fatores referentes ao 
trabalhador
Deve ser considerado o estado de saúde do indivíduo, assim como, 
idade, sexo, fatores genéticos, susceptibilidade individual (sensibilidade 
e resistência com relação aos agentes biológicos), estado imunológico, 
exposição prévia, gravidez, lactação, consumo de álcool, consumo de 
medicamentos, hábitos de higiene pessoal e uso de equipamentos de 
proteção individual. Cabe ressaltar a necessidade dos profissionais 
possuírem experiência e qualificação para o desenvolvimento das atividades.
FONTE: Adaptado de: BRASIL (2010) 
O manual do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010) ressalta que, além dos 
aspectos sanitários, devem ser considerados também os impactos socioeconômicos 
de uma disseminação de agentes patogênicos em novas áreas e regiões antes não 
habituais para o agente considerado.
Conforme o Manual do Sesi (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007) 
sobre higiene ocupacional, o reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação 
deve levar a uma decisão de tolerabilidade; os riscos intoleráveis devem sofrer 
uma ação de controle. Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de 
referência devem existir. É o conceito dos limites de exposição (legalmente, 
limites de tolerância).
Por este motivo, as classificações dos agentes biológicos com potencial 
patogênico em diversos países, embora concordem em relação à maioria destes, 
variam em função de fatores regionais específicos (BRASIL, 2010).
TÓPICO 2 | HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
155
Os trabalhadores potencialmente expostos devem ter acompanhamento 
de saúde com especificidade parao risco a que estão submetidos. Esse 
compreende a avaliação clínica e ocupacional (anamnese clínica e ocupacional, 
exame físico e os exames complementares), a monitoração das condições de 
exposição e as ações necessárias resultantes do acompanhamento (VILELA, 2008). 
A autora ainda cita que as informações médicas individuais são confidenciais, 
respeitando sempre o direito à intimidade e à dignidade do trabalhador no que 
se refere ao seu estado de saúde.
Cabe ressaltar a importância da composição multiprofissional e da 
abordagem interdisciplinar nas análises de risco. Estas envolvem não apenas 
aspectos técnicos e agentes biológicos de risco, mas também seres humanos e 
animais, complexos e ricos em suas naturezas e relações (BRASIL, 2010).
5 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE EXPOSIÇÃO AOS RISCOS 
AMBIENTAIS
Para fins de aplicação da NR 32, considera-se risco biológico a probabilidade 
da exposição ocupacional a agentes biológicos (BRASIL, 2011).
Para bem realizar a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o 
controle dos agentes ambientais são necessárias múltiplas ciências, 
tecnologias e especialidades. Para a avaliação e o controle, é importante 
a engenharia; na avaliação, também se exige o domínio dos recursos 
instrumentais de laboratório (química analítica); no entendimento da 
interação dos agentes com o organismo, a bioquímica, a toxicologia e 
a medicina. A compreensão da exposição do trabalhador (esse termo 
é fundamental) a um certo agente passa pelas características físicas e/
ou químicas dos agentes e pelo uso dessas ciências básicas (SERVIÇO 
SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007).
E ainda é preciso ressaltar, segundo o Manual do Sesi (2007), que o 
reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação deve levar a uma decisão de 
tolerabilidade; os riscos intoleráveis devem sofrer uma ação de controle.
Nem todos os agentes são medidos apenas por sua ação de longo prazo, 
sendo também importantes as exposições agudas (curto prazo). Pode-se perceber 
que devem variar aqui os objetivos e formas de avaliação da exposição (SERVIÇO 
SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007).
Segundo a NR 32 (BRASIL, 2011), no item 32.2.4.11, os trabalhadores 
devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível 
exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando 
houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA. E ainda temos 
outros itens desta NR que tratam:
156
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
32.2.4.12 O empregador deve informar, imediatamente, aos 
trabalhadores e aos seus representantes qualquer acidente ou incidente 
grave que possa provocar a disseminação de um agente biológico 
suscetível de causar doenças graves nos seres humanos, as suas causas 
e as medidas adotadas ou a serem adotadas para corrigir a situação.
32.2.4.13 Os colchões, colchonetes e demais almofadados devem ser 
revestidos de material lavável e impermeável, permitindo desinfecção 
e fácil higienização.
32.2.4.13.1 O revestimento não pode apresentar furos, rasgos, sulcos 
ou reentrâncias.
32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes 
devem ser os responsáveis pelo seu descarte.
32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas.
32.2.4.16 O empregador deve elaborar e implementar Plano de 
Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes, 
conforme as diretrizes estabelecidas no Anexo III desta Norma 
Regulamentadora. (Alterado pela Portaria GM nº 1.748, de 30 de 
setembro de 2011)
32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam materiais 
perfurocortantes devem disponibilizar, para os trabalhadores dos 
serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo 
de segurança. (Alterado pela Portaria GM nº 1.748, de 30 de setembro 
de 2011)
32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalhadores dos 
serviços de saúde, a capacitação prevista no subitem 32.2.4.16.1. 
(Alterado pela Portaria GM nº 1.748, de 30 de setembro de 2011).
O Manual de Biossegurança do Departamento de Química (DQ-UA, 2013) 
especifica que a determinação do Risco Biológico pode ser abordada conforme o 
fluxograma para avaliação do risco, apresentado a seguir.
• 1º) Identificar os agentes perigosos: capacidade para infecção e doença, 
suscetibilidade do homem, agressividade da doença e avaliar a disponibilidade 
de medidas de prevenção e tratamentos efetivos. 
• 2º) Identificar os procedimentos perigosos da amostra: concentração (do agente), 
volume da suspensão (no caso de culturas de células ou microrganismos), 
equipamento onde será manuseada. 
• 3º) Determinar o nível de biossegurança e adotar as medidas adequadas pelo 
risco. Não se deve menosprezar que, na maioria das situações, o trabalho 
é realizado num laboratório onde coabitam outras pessoas que poderão 
evidenciar diferentes susceptibilidades. 
• 4º) Descrever os procedimentos básicos de forma a salvaguardar as boas práticas 
e a integridade do equipamento que será utilizado. 
O Manual do Sesi (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007) retrata que:
O processo do conhecimento da exposição de trabalhadores 
envolve uma série de considerações, abordagens, planificação e 
desenvolvimento de um trabalho de obtenção e análise de dados, que, 
em seu conjunto, pode ser chamado de estratégia de amostragem. 
Estratégia de Amostragem é um processo, no qual adquirimos 
um conhecimento progressivo da exposição de trabalhadores, que 
se inicia com uma adequada abordagem do ambiente (processo, 
TÓPICO 2 | HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
157
pessoas, tarefas, agentes) e termina com afirmações estatisticamente 
fundamentadas sobre essa exposição, para que o ciclo da higiene 
ocupacional possa prosseguir, a caminho do controle dos riscos. 
A avaliação dos riscos deve ser efetuada por pessoas com formação 
na área, isto é, por pessoas experientes e familiarizadas com as características 
específicas dos microrganismos, normas, equipamentos e modelos animais a 
utilizar, bem como do equipamento de confinamento e instalações disponíveis. 
Um dos instrumentos disponíveis mais úteis para efetuar uma avaliação dos 
riscos microbiológicos é a elaboração de uma lista dos grupos de risco por agentes 
microbiológicos (IHMT, 2014).
As ações de controle devem prosseguir até que a exposição seja eliminada 
ou reduzida a valores toleráveis (SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA, 2007).
A avaliação de risco de agentes biológicos considera critérios que 
permitem o reconhecimento, a identificação e a probabilidade do 
dano decorrente destes, estabelecendo a sua classificação em classes 
de risco distintas de acordo com a severidade dos danos. Assim, a 
classificação dos agentes biológicos constantes nesta publicação teve 
foco básico nos agentes causadores de enfermidades em humanos e 
na taxa de fatalidade do agravo. Por outro lado, a análise de riscos 
deve ser orientada por parâmetros que dizem respeito não só ao 
agente biológico manipulado, mas também ao tipo de procedimento 
realizado e ao próprio trabalhador. Também, devem-se considerar 
as várias dimensões que envolvem a questão, sejam elas relativas a 
procedimentos (boas práticas padrão e especial), a infraestrutura 
(desenho, instalações físicas e equipamentos de proteção) e a 
qualificação de recursos humanos. Além disso, a organização do 
trabalho e as práticas gerenciais passaram a ser reconhecidas como 
importante foco de análise, pelos incidentes, ou mesmo como 
integrantes fundamentais de um programa de biossegurança 
institucional (BRASIL, 2010).
Acadêmico(a)! Chamamos atenção para um trecho citado acima, que é de 
suma importância para a questão de avaliação dos riscos biológicos e classificação dos 
agentes, que é a classificação dos agentes biológicos teve foco básico nos agentes 
causadores de enfermidades em humanos e na taxa de fatalidade do agravo. Por outro 
lado, a análise de riscosdeve ser orientada por parâmetros que dizem respeito não só 
ao agente biológico manipulado, mas também ao tipo de procedimento realizado e ao 
próprio trabalhador (BRASIL, 2010).
NOTA
158
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
O mesmo manual do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010) relata que:
Os tipos, subtipos e variantes dos agentes biológicos patogênicos 
envolvendo vetores distintos; a dificuldade de determinar medidas 
de contenção; as possíveis recombinações genéticas e de organismos 
geneticamente modificados (OGM) são alguns dos desafios na 
condução segura de procedimentos com agentes biológicos. Assim, 
para cada análise ou procedimento diagnóstico, os profissionais 
deverão proceder a uma avaliação de risco, onde será discutido e 
definido o nível de contenção adequado para manejar as respectivas 
amostras. Neste processo há que se considerar os diferentes tipos de 
riscos envolvidos.
Quanto à necessidade do controle de riscos voltados para a questão 
de acidentes nos estabelecimentos de atenção à saúde, segundo a Secretaria 
Municipal de Saúde da cidade de São Paulo (SÃO PAULO, 2007), é referido que:
Os acidentes de trabalho configuram-se um grave problema de saúde 
pública, atingindo anualmente milhares de trabalhadores que perdem 
suas vidas ou comprometem sua capacidade produtiva em um evento 
potencialmente passível de prevenção. O acidente biológico é um 
tipo específico de acidente de trabalho, no qual os profissionais de 
saúde constituem o grupo de trabalhadores mais expostos – contudo 
não são os únicos. Os profissionais de limpeza também são bastante 
atingidos, devido principalmente aos descartes inadequados. Em 
se tratando de um tipo de acidente cujas consequências podem ser 
graves, com contaminação e evolução para doenças agressivas e/ou 
incuráveis, é importante reforçar os cuidados com a biossegurança e 
o cumprimento das recomendações, tanto quanto realizar a profilaxia 
pré-exposição (vacinação, uso de máscaras, luvas, lavagem de mãos 
etc.) e pós-exposição (lavagem da área contaminada, vacinação ou 
medicação profilática em tempo hábil etc.). 
A Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005) dispõe, em seu 
material sobre os riscos biológicos, algumas características gerais dos agentes 
biológicos e seus riscos, conforme o Quadro 17.
TÓPICO 2 | HIGIENE DO TRABALHO MÉTODOS E INSTRUMENTAÇÃO
159
QUADRO 17 - CARACTERÍSTICAS GERAIS
Riscos Biológicas em Serviços de Saúde
Características Gerais
▪	Principais agentes: bactérias, vírus, Rickétzias, protozoários, metazoários.
▪	Presentes em aerossóis, poeiras, alimentos, instrumentos de laboratório, 
água, culturas, amostras biológicas.
▪	18% dos trabalhadores são contaminados com amterial infectocontagioso 
nas atividades relacionadas ao trabalho: 25% por inoculação percutanea; 
27% por aerossóis e derramamentos; 16% por vidrarias e pérfurocortantes; 
13% por aspiração por instrumentos; 13,5% por acidentes com animais e 
contato com ectoparasitas.
▪	As principais fontes de contaminação no local de trabalho podem estar 
relacionadas à inalação de aerossóis.
▪	Todos os procedimentos microbiológicos são potencialmente formadores de 
aerossóis.
160
Neste tópico, você viu que:
• O objetivo da avaliação do local de trabalho e do trabalhador é conhecer e 
descrever a situação de trabalho que pode influenciar na segurança, na saúde 
ou no bem-estar do trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que 
exercem atividades de promoção e assistência à saúde e, para tanto, devem ser 
considerados:
• aspectos físicos e de organização do local de trabalho; 
• aspectos psicológicos e sociais do grupo de trabalho, isto é, do conjunto de 
pessoas de diferentes níveis hierárquicos.
• O local de trabalho deve ter uma descrição física contendo, entre outros 
dados, a altura do piso ao teto, o tipo de paredes e do piso (laváveis ou não), 
os tipos e os sistemas de ventilação, a existência de janelas (com ou sem tela 
de proteção), o tipo de iluminação, o mobiliário existente (possibilidade 
de descontaminação), a presença de pia para higienização das mãos. 
• O processo do conhecimento da exposição de trabalhadores envolve uma série 
de considerações, abordagens, planificação e desenvolvimento de um trabalho 
de obtenção e análise de dados, que, em seu conjunto, pode ser chamado de 
estratégia de amostragem. Estratégia de Amostragem é um processo, no qual 
adquirimos um conhecimento progressivo da exposição de trabalhadores, 
que se inicia com uma adequada abordagem do ambiente (processo, pessoas, 
tarefas, agentes) e termina com afirmações estatisticamente fundamentadas 
sobre essa exposição para que o ciclo da higiene ocupacional possa prosseguir 
a caminho do controle dos riscos.
RESUMO DO TÓPICO 2
161
AUTOATIVIDADE
1 Como é estabelecida a exposição aos riscos biológicos em questão ao contato 
com o veículo ou material biológico?
2 Os trabalhadores potencialmente expostos devem ter, obrigatoriamente, 
acompanhamento de saúde com atenção e especificidade para o risco que 
eles estão expostos. Como é compreendida essa avaliação?
162
163
TÓPICO 3
NORMAS E RESULTADOS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, veremos sobre o que a legislação dispõe sobre os agentes 
biológicos, bem como os riscos inerentes aos trabalhadores que desenvolvem suas 
atividades laborais expostos a esses agentes. Faz parte deste contexto, ainda, os 
riscos de acidentes, muito comuns e amplamente discutidos no campo da saúde 
dos trabalhadores da área da saúde.
No campo das Normas Regulamentadoras, a NR 32, que trata da Saúde e 
Segurança dos Trabalhadores em Serviços de Saúde, é a principal ferramenta que se 
dispõe para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais nesse meio de trabalho.
A NR 32 trata da identificação de agentes biológicos para confecção do 
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). A importância dessa 
identificação pode auxiliar no estabelecimento de serviço de saúde na prevenção 
de doenças, com o uso adequado de equipamento de proteção individual, 
equipamento de proteção coletiva, vacinação etc.
2 LEGISLAÇÃO E NORMAS REGULAMENTADORAS
Um estudo realizado por Galon et al. (2011, p. 161) mostra que foram 
encontradas 12 leis nacionais que regulamentam a saúde e a segurança ocupacional 
relacionadas aos agentes biológicos e aos trabalhadores de saúde. A maioria das 
leis brasileiras que regulamentam a saúde e segurança ocupacional é apresentada 
na forma de Normas Regulamentadoras (NRs), aprovadas pela Portaria nº 3.214, 
de 08 de junho de 1978, a saber.
QUADRO 18 - LEIS NACIONAIS QUE REGULAMENTAM A SAÚDE E A SEGURANÇA OCUPACIONAL 
DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE FRENTE AO RISCO BIOLÓGICO
Título Última atualização Ementa Fonte
Portaria nº 3.214, de 08 
de junho de 1978
Portaria SIT nº 17, de 
1º de agosto de 2007
Norma Regulamentadora (NR) 
4 - Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT)
MTE
Portaria nº 3.214, de 08 
de junho de 1978
Portaria SIT nº 16, de 
10 de maio de 2001
NR 5 - Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes de Trabalho 
(CIPA)
MTE
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
164
FONTE: Adaptado de: Galon et al. (2011)
A Portaria MS nº 1.914/2011, de 11 de agosto de 2011, aprovou a 
Classificação de Risco dos Agentes Biológicos, na forma do Anexo a esta Portaria, 
elaborada em 2010 pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) do Ministério 
da Saúde, e revogou a Portaria nº 1.608/GM/MS, de 5 de julho 2007.
A Comissão Tripartite Permanente Nacional (CTPN) da NR 32 utiliza este 
documento emitido pela CBS para classificar os agentes biológicos no anexo I e 
II. Consta no item 32.2.1.2, que “a classificação dos agentes biológicos encontra-se 
no anexo I desta NR” (SINDHOSP, 2012). 
A classificação dos agentes biológicos,que distribui os agentes em 
classes de risco de 1 a 4, considera o risco que representam para a saúde do 
trabalhador, sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou 
não de profilaxia e tratamento. Em função desses e outros fatores específicos, as 
classificações existentes nos vários países apresentam algumas variações, embora 
coincidam em relação à maioria dos agentes (VILELA, 2008).
Título Última atualização Ementa Fonte
Portaria nº 3.214, de 08 
de junho de 1978
Portaria nº 194, de 22 
de dezembro de 2006
NR 6 - Equipamentos de Proteção 
Individual - EPI
MTE
Portaria nº 3.214, de 08 
de junho de 1978
Portaria SSST nº 19, 
de 09 de abril de 1998
NR 7 - Programa de Controle Médico 
em Saúde Ocupacional (PCMSO)
MTE
Portaria nº 3.214, de 08 
de junho de 1978
Portaria SSST nº 25, 
de 29 de dezembro 
de 1994
NR 9 - Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais (PPRA)
MTE
Portaria nº 3.214, de 08 
de junho de 1978
 NR 26 - Sinalização de Segurança MTE
Portaria nº 2616/GM, de 
18 de novembro de 1999
 CCIH - Comissão de Controle de 
Infecção Hospitalar
MS
Portaria nº 1339/GM, de 
18 de novembro de 1999
 Lista de Doenças Relacionadas ao 
Trabalho
MS
Portaria nº 1679/GM, de 
19 de setembro de 2002
 
Dispõe sobre a estruturação da 
Rede Nacional de Atenção Integral 
à Saúde do Trabalhador no Sistema 
Único de Saúde (SUS) - RENAST e 
dá outras providências
MS
Portaria nº 777/GM, de 
28 de abril de 2004
 
Dispõe sobre os procedimentos 
técnicos para a notificação 
compulsória de agravos à saúde 
do trabalhador em rede de serviços 
sentinela específica no SUS
MS
Resolução RDC nº 306, de 
07 de dezembro de 2004
 
Dispõe sobre o Regulamento 
Técnico para o gerenciamento de 
resíduos de serviços de saúde
MS
Portaria GM nº 485, de 
11 de novembro de 2005
Portaria nº 939, de 18 
de novembro de 2008
NR 32 - Segurança e Saúde no 
Trabalho em Serviços de Saúde
MTE
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
165
Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em Saúde 
(Portaria nº 343/2002 do Ministério da Saúde). “Entre as atribuições da comissão, 
inclui-se a competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamente a classificação, 
considerando as características e peculiaridades do país” (SINDHOSP, 2012).
Comparando-se à atual Portaria de classificação de riscos dos agentes 
biológicos, com a relação que consta na NR 32, verifica-se uma explicação mais 
exemplificativa do que são os riscos (SINDHOSP, 2012).
Contudo, além de saber dos riscos a que está exposto no ambiente de 
trabalho, o trabalhador também precisa conhecer as legislações trabalhistas no 
sentido de identificar seus direitos e deveres e se integrar efetivamente no campo 
da saúde do trabalhador (GALON, 2011).
3 NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS 
DE SAÚDE
Preocupado com a questão da saúde do trabalhador e as doenças 
ocupacionais, o Ministério do Trabalho e Emprego criou a Norma Regulamentadora 
(NR) 32 através da Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Esta norma se 
remete à segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde (WADA, 
2006 apud OLIVEIRA et al., 2011).
Leis e normas existem para a nossa proteção, mas nenhuma norma fala tão 
diretamente aos profissionais de enfermagem como a Norma Regulamentadora 
32 ou, simplesmente, NR 32. Criada para garantir a oferta de todas as condições 
de segurança, proteção e preservação da saúde dos profissionais que atuam 
em estabelecimentos de saúde, a NR 32 precisa ter sua aplicação cobrada pelos 
profissionais a quem ela é voltada, mas para existir a cobrança deve haver antes o 
conhecimento a respeito de seus artigos (FAMEMA, 2015).
A referida NR é a única que normatiza a saúde e segurança dos 
profissionais da área da saúde, esta que é importante e necessária, pois até então 
inexistia legislação específica que tratasse da segurança e saúde no trabalho. A 
implantação desta norma proporciona mudanças benéficas, e essas poderão ser 
alcançadas uma vez que as medidas de proteção deverão ser feitas com o intuito 
de promover a segurança no trabalho e a prevenção de acidentes e doenças 
ocupacionais (MARZIALE; ROBAZZI, 2004).
A NR 32 dispõe que:
A responsabilidade é solidária (ou seja, compartilhada) entre 
contratantes e contratados quanto ao cumprimento desta NR, o que 
significa que ela deve ser observada também para os trabalhadores 
das empresas contratadas inclusive cooperados. Importante para a 
sua efetiva aplicação, é a consciência e participação dos trabalhadores, 
através das Comissões Institucionais de caráter legal e técnico, entre 
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
166
as quais, a CIPA (instituições privadas); COMSAT’S (instituições 
públicas), SESMT (Serviço Especializado em Engenharia e Segurança 
do Trabalho) e a CCIH (Comissão de Controle e Infecção Hospitalar), 
além dos eventos específicos, como as Semanas Internas de Prevenção 
de Acidentes de Trabalho – SIPATs (FAMEMA, 2015).
A NR 32 abrange as situações de exposição a riscos para a saúde do 
profissional, a saber: dos riscos biológicos; dos riscos químicos; da radiação 
ionizante. Abrange ainda a questão da obrigatoriedade da vacinação do 
profissional de enfermagem (tétano, hepatite e o que mais estiver contido no 
PCMSO), com reforços pertinentes, conforme recomendação do Ministério 
da Saúde, devidamente registrada em prontuário funcional com comprovante 
ao trabalhador. Determina, ainda, algumas situações na questão de vestuário 
e vestiários, refeitórios, resíduos, capacitação contínua e permanente na área 
específica de atuação, entre outras não menos importantes (FAMEMA, 2015).
Na sequência, veremos alguns itens específicos da NR 32 que não foram 
abordados ao longo dos demais tópicos dessa unidade, não se encaixando no conteúdo 
pertinente a estes. Vale lembrar que a leitura na íntegra da NR 32, e seus anexos, e 
o seu entendimento e aplicação, são de suma importância para os profissionais de 
segurança e saúde no trabalho, bem como para os profissionais da saúde.
O item 32.3 da NR 32, que trata dos Riscos Químicos, aborda os requisitos 
para manipulação, armazenagem, descarte dos resíduos e demais fatores 
relacionados aos agentes químicos pertinentes aos estabelecimentos de saúde e 
demais disposições, como podemos visualizar na sequência (BRASIL, 2011):
32.3.1 Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem 
original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde.
32.3.2 Todo recipiente contendo produto químico manipulado ou 
fracionado deve ser identificado, de forma legível, por etiqueta com o 
nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase 
e de validade, e nome do responsável pela manipulação ou fracionamento.
32.3.3 É vedado o procedimento de reutilização das embalagens de 
produtos químicos.
32.3.4 Do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
32.3.4.1 No PPRA dos serviços de saúde deve constar inventário de todos 
os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos, com indicação 
daqueles que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador.
32.3.4.1.1 Os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos 
que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador, devem ter 
uma ficha descritiva contendo, no mínimo, as seguintes informações:
a) as características e as formas de utilização do produto;
b) os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente, 
considerando as formas de utilização;
c) as medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da 
saúde dos trabalhadores;
d) condições e local de estocagem;
e) procedimentos em situações de emergência.
32.3.4.1.2 Uma cópia da ficha deve ser mantida nos locais onde o 
produto é utilizado.
32.3.5 Do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - 
TÓPICO 3| NORMAS E RESULTADOS
167
PCMSO
32.3.5.1 Na elaboração e implementação do PCMSO, devem ser 
consideradas as informações contidas nas fichas descritivas citadas no 
subitem 32.3.4.1.1.
32.3.6 Cabe ao empregador:
32.3.6.1 Capacitar, inicialmente e de forma continuada, os trabalhadores 
envolvidos para a utilização segura de produtos químicos.
32.3.6.1.1 A capacitação deve conter, no mínimo:
a) a apresentação das fichas descritivas citadas no subitem 32.3.4.1.1, 
com explicação das informações nelas contidas;
b) os procedimentos de segurança relativos à utilização;
c) os procedimentos a serem adotados em caso de incidentes, acidentes 
e em situações de emergência.
32.3.7 Das Medidas de Proteção
32.3.7.1 O empregador deve destinar local apropriado para a 
manipulação ou fracionamento de produtos químicos que impliquem 
riscos à segurança e saúde do trabalhador.
32.3.7.1.1 É vedada a realização destes procedimentos em qualquer 
local que não o apropriado para este fim.
32.3.7.1.2 Excetuam-se a preparação e associação de medicamentos 
para administração imediata aos pacientes.
32.3.7.1.3 O local deve dispor, no mínimo, de:
a) sinalização gráfica de fácil visualização para identificação do 
ambiente, respeitando o disposto na NR-26;
b) equipamentos que garantam a concentração dos produtos químicos 
no ar abaixo dos limites de tolerância estabelecidos nas NR-09 e NR-15 
e observando-se os níveis de ação previstos na NR-09;
c) equipamentos que garantam a exaustão dos produtos químicos 
de forma a não potencializar a exposição de qualquer trabalhador, 
envolvido ou não, no processo de trabalho, não devendo ser utilizado 
o equipamento tipo coifa;
d) chuveiro e lava-olhos, os quais deverão ser acionados e higienizados 
semanalmente;
e) equipamentos de proteção individual, adequados aos riscos, à 
disposição dos trabalhadores;
f) sistema adequado de descarte.
32.3.7.2 A manipulação ou fracionamento dos produtos químicos deve 
ser feito por trabalhador qualificado.
32.3.7.3 O transporte de produtos químicos deve ser realizado considerando 
os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente.
32.3.7.4 Todos os estabelecimentos que realizam, ou que pretendem 
realizar, esterilização, reesterilização ou reprocessamento por gás óxido 
de etileno, deverão atender o disposto na Portaria Interministerial n.º 
482/MS/TEM de 16/04/1999.
32.3.7.5 Nos locais onde se utilizam e armazenam produtos inflamáveis, 
o sistema de prevenção de incêndio deve prever medidas especiais de 
segurança e procedimentos de emergência.
32.3.7.6 As áreas de armazenamento de produtos químicos devem ser 
ventiladas e sinalizadas.
32.3.7.6.1 Devem ser previstas áreas de armazenamento próprias para 
produtos químicos incompatíveis.
32.3.8 Dos Gases Medicinais
32.3.8.1 Na movimentação, transporte, armazenamento, manuseio e 
utilização dos gases, bem como na manutenção dos equipamentos, 
devem ser observadas as recomendações do fabricante, desde que 
compatíveis com as disposições da legislação vigente.
32.3.8.1.1 As recomendações do fabricante, em português, devem ser 
mantidas no local de trabalho à disposição dos trabalhadores e da 
inspeção do trabalho.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
168
32.3.8.2 É vedado:
a) a utilização de equipamentos em que se constate vazamento de gás;
b) submeter equipamentos a pressões superiores àquelas para as quais 
foram projetados;
c) a utilização de cilindros que não tenham a identificação do gás e a 
válvula de segurança;
d) a movimentação dos cilindros sem a utilização dos equipamentos 
de proteção individual adequados;
e) a submissão dos cilindros a temperaturas extremas;
f) a utilização do oxigênio e do ar comprimido para fins diversos aos 
que se destinam;
g) o contato de óleos, graxas, hidrocarbonetos ou materiais orgânicos 
similares com gases oxidantes;
h) a utilização de cilindros de oxigênio sem a válvula de retenção ou o 
dispositivo apropriado para impedir o fluxo reverso;
i) a transferência de gases de um cilindro para outro, independentemente 
da capacidade dos cilindros;
j) o transporte de cilindros soltos, em posição horizontal e sem capacetes.
32.3.8.3 Os cilindros contendo gases inflamáveis, tais como hidrogênio 
e acetileno, devem ser armazenados a uma distância mínima de oito 
metros daqueles contendo gases oxidantes, tais como oxigênio e óxido 
nitroso, ou através de barreiras vedadas e resistentes ao fogo.
32.3.8.4 Para o sistema centralizado de gases medicinais devem ser 
fixadas placas, em local visível, com caracteres indeléveis e legíveis, 
com as seguintes informações:
a) nominação das pessoas autorizadas a terem acesso ao local e 
treinadas na operação e manutenção do sistema;
b) procedimentos a serem adotados em caso de emergência;
c) número de telefone para uso em caso de emergência;
d) sinalização alusiva a perigo.
32.3.9 Dos Medicamentos e das Drogas de Risco
32.3.9.1 Para efeito desta NR, consideram-se medicamentos e drogas de 
risco aquelas que possam causar genotoxicidade, carcinogenicidade, 
teratogenicidade e toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas.
32.3.9.2 Deve constar no PPRA a descrição dos riscos inerentes às 
atividades de recebimento, armazenamento, preparo, distribuição, 
administração dos medicamentos e das drogas de risco.
32.3.9.3 Dos Gases e Vapores Anestésicos
32.3.9.3.1 Todos os equipamentos utilizados para a administração dos 
gases ou vapores anestésicos devem ser submetidos à manutenção 
corretiva e preventiva, dando-se especial atenção aos pontos de 
vazamentos para o ambiente de trabalho, buscando sua eliminação.
32.3.9.3.2 A manutenção consiste, no mínimo, na verificação dos cilindros 
de gases, conectores, conexões, mangueiras, balões, traqueias, válvulas, 
aparelhos de anestesia e máscaras faciais para ventilação pulmonar.
32.3.9.3.2.1 O programa e os relatórios de manutenção devem constar 
de documento próprio que deve ficar à disposição dos trabalhadores 
diretamente envolvidos e da fiscalização do trabalho.
32.3.9.3.3 Os locais onde são utilizados gases ou vapores anestésicos devem 
ter sistemas de ventilação e exaustão, com o objetivo de manter a concentração 
ambiental sob controle, conforme previsto na legislação vigente.
32.3.9.3.4 Toda trabalhadora gestante só será liberada para o trabalho 
em áreas com possibilidade de exposição a gases ou vapores 
anestésicos após autorização por escrito do médico responsável pelo 
PCMSO, considerando as informações contidas no PPRA.
32.3.9.4 Dos Quimioterápicos Antineoplásicos
32.3.9.4.1 Os quimioterápicos antineoplásicos somente devem ser 
preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais 
diretamente envolvidos. A área deve dispor no mínimo de:
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
169
a) vestiário de barreira com dupla câmara;
b) sala de preparo dos quimioterápicos;
c) local destinado para as atividades administrativas;
d) local de armazenamento exclusivo para estocagem.
32.3.9.4.2 O vestiário deve dispor de:
a) pia e material para lavar e secar as mãos;
b) lava olhos, o qual pode ser substituído por uma ducha tipo higiênica;
c) chuveiro de emergência;
d) equipamentos de proteção individual e vestimentas para uso e reposição;
e) armários para guarda de pertences;
f) recipientes para descarte de vestimentas usadas.
32.3.9.4.3 Devem ser elaborados manuais de procedimentos relativos 
à limpeza, descontaminação e desinfecção de todas as áreas, incluindo 
superfícies, instalações, equipamentos, mobiliário, vestimentas, EPI e 
materiais.
32.3.9.4.3.1 Os manuais devem estar disponíveis a todos os 
trabalhadores e à fiscalização do trabalho.
32.3.9.4.4 Todos os profissionais diretamente envolvidos devem lavar 
adequadamente as mãos, antes e após a retirada das luvas.
32.3.9.4.5 A sala de preparo deve ser dotada de Cabine de Segurança 
Biológica Classe II B2 e na sua instalação devem ser previstos, no mínimo:
a)suprimento de ar necessário ao seu funcionamento;
b) local e posicionamento, de forma a evitar a formação de turbulência 
aérea.
32.3.9.4.5.1 A cabine deve:
a) estar em funcionamento no mínimo por 30 minutos antes do início 
do trabalho de manipulação e permanecer ligada por 30 minutos após 
a conclusão do trabalho;
b) ser submetida periodicamente a manutenções e trocas de filtros 
absolutos e pré-filtros de acordo com um programa escrito, que 
obedeça às especificações do fabricante, e que deve estar à disposição 
da inspeção do trabalho;
c) possuir relatório das manutenções, que deve ser mantido à 
disposição da fiscalização do trabalho;
d) ter etiquetas afixadas em locais visíveis com as datas da última e da 
próxima manutenção;
e) ser submetida a processo de limpeza, descontaminação e desinfecção, 
nas paredes laterais internas e superfície de trabalho, antes do início 
das atividades;
f) ter a sua superfície de trabalho submetida aos procedimentos de 
limpeza ao final das atividades e no caso de ocorrência de acidentes 
com derramamentos e respingos.
32.3.9.4.6 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos, compete 
ao empregador:
a) proibir fumar, comer ou beber, bem como portar adornos ou 
maquiar-se;
b) afastar das atividades as trabalhadoras gestantes e nutrizes;
c) proibir que os trabalhadores expostos realizem atividades com 
possibilidade de exposição aos agentes ionizantes;
d) fornecer aos trabalhadores avental confeccionado de material 
impermeável, com frente resistente e fechado nas costas, manga 
comprida e punho justo, quando do seu preparo e administração;
e) fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança que 
minimizem a geração de aerossóis e a ocorrência de acidentes durante 
a manipulação e administração;
f) fornecer aos trabalhadores dispositivos de segurança para a 
prevenção de acidentes durante o transporte.
32.3.9.4.7 Além do cumprimento do disposto na legislação vigente, 
os Equipamentos de Proteção Individual – EPI devem atender as 
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
170
seguintes exigências:
a) ser avaliados diariamente quanto ao estado de conservação e segurança;
b) estar armazenados em locais de fácil acesso e em quantidade 
suficiente para imediata substituição, segundo as exigências do 
procedimento ou em caso de contaminação ou dano.
32.3.9.4.8 Com relação aos quimioterápicos antineoplásicos é vedado:
a) iniciar qualquer atividade na falta de EPI;
b) dar continuidade às atividades de manipulação quando ocorrer 
qualquer interrupção do funcionamento da cabine de segurança biológica.
32.3.9.4.9 Dos Procedimentos Operacionais em Caso de Ocorrência de 
Acidentes Ambientais ou Pessoais.
32.3.9.4.9.1 Com relação aos quimioterápicos, entende-se por acidente:
a) ambiental: contaminação do ambiente devido à saída do 
medicamento do envase no qual esteja acondicionado, seja por 
derramamento ou por aerodispersoides sólidos ou líquidos;
b) pessoal: contaminação gerada por contato ou inalação dos 
medicamentos da terapia quimioterápica antineoplásica em qualquer 
das etapas do processo.
32.3.9.4.9.2 As normas e os procedimentos, a serem adotados em caso de 
ocorrência de acidentes ambientais ou pessoais, devem constar em manual 
disponível e de fácil acesso aos trabalhadores e à fiscalização do trabalho.
32.3.9.4.9.3 Nas áreas de preparação, armazenamento e administração 
e para o transporte deve ser mantido um “Kit” de derramamento 
identificado e disponível, que deve conter, no mínimo: luvas de 
procedimento, avental impermeável, compressas absorventes, 
proteção respiratória, proteção ocular, sabão, recipiente identificado 
para recolhimento de resíduos e descrição do procedimento.
32.3.10 Da Capacitação
32.3.10.1 Os trabalhadores envolvidos devem receber capacitação 
inicial e continuada que contenha, no mínimo:
a) as principais vias de exposição ocupacional;
b) os efeitos terapêuticos e adversos destes medicamentos e o possível 
risco à saúde, a longo e curto prazo;
c) as normas e os procedimentos padronizados relativos ao manuseio, 
preparo, transporte, administração, distribuição e descarte dos 
quimioterápicos antineoplásicos;
d) as normas e os procedimentos a serem adotadas no caso de 
ocorrência de acidentes.
32.3.10.1.1 A capacitação deve ser ministrada por profissionais de 
saúde familiarizados com os riscos inerentes aos quimioterápicos 
antineoplásicos.
A NR 32 dedicou especial atenção ao tratamento de resíduos por suas 
implicações na biossegurança pessoal e no meio ambiente. Importante ressaltar 
que a NR 32 não desobriga o cumprimento da Resolução ANVISA RDC nº 306, 
de 7 de dezembro de 2004, e Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005 
(FAMEMA, 2015).
Com relação aos resíduos dos serviços de saúde, o item 32.5 da NR 32 
(BRASIL, 2011), que trata deste tema, dispõe:
32.5.1 Cabe ao empregador capacitar, inicialmente e de forma 
continuada, os trabalhadores nos seguintes assuntos:
a) segregação, acondicionamento e transporte dos resíduos;
b) definições, classificação e potencial de risco dos resíduos;
c) sistema de gerenciamento adotado internamente no estabelecimento;
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
171
d) formas de reduzir a geração de resíduos;
e) conhecimento das responsabilidades e de tarefas;
f) reconhecimento dos símbolos de identificação das classes de resíduos;
g) conhecimento sobre a utilização dos veículos de coleta;
h) orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual 
– EPIs.
32.5.2 Os sacos plásticos utilizados no acondicionamento dos resíduos 
de saúde devem atender ao disposto na NBR 9191 e ainda ser:
a) preenchidos até 2/3 de sua capacidade;
b) fechados de tal forma que não se permita o seu derramamento, 
mesmo que virados com a abertura para baixo;
c) retirados imediatamente do local de geração após o preenchimento 
e fechamento;
d) mantidos íntegros até o tratamento ou a disposição final do resíduo.
32.5.3 A segregação dos resíduos deve ser realizada no local onde são 
gerados, devendo ser observado que:
a) sejam utilizados recipientes que atendam as normas da ABNT, em 
número suficiente para o armazenamento;
b) os recipientes estejam localizados próximos da fonte geradora;
c) os recipientes sejam constituídos de material lavável, resistente à 
punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de 
abertura sem contato manual, com cantos arredondados e que sejam 
resistentes ao tombamento;
d) os recipientes sejam identificados e sinalizados segundo as normas 
da ABNT.
32.5.3.1 Os recipientes existentes nas salas de cirurgia e de parto não 
necessitam de tampa para vedação.
32.5.3.2 Para os recipientes destinados a coleta de material 
perfurocortante, o limite máximo de enchimento deve estar localizado 
5 cm abaixo do bocal.
32.5.3.2.1 O recipiente para acondicionamento dos perfurocortantes 
deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a 
visualização da abertura para descarte.
32.5.4 O transporte manual do recipiente de segregação deve ser 
realizado de forma que não exista o contato do mesmo com outras 
partes do corpo, sendo vedado o arrasto.
32.5.5 Sempre que o transporte do recipiente de segregação possa 
comprometer a segurança e a saúde do trabalhador, devem ser 
utilizados meios técnicos apropriados, de modo a preservar a sua 
saúde e integridade física.
32.5.6 A sala de armazenamento temporário dos recipientes de 
transporte deve atender, no mínimo, às seguintes características:
I. ser dotada de:
a) pisos e paredes laváveis;
b) ralo sifonado;
c) ponto de água;
d) ponto de luz;
e) ventilação adequada;
f) abertura dimensionada de forma a permitir a entrada dos recipientes 
de transporte.
II. ser mantida limpa e com controle de vetores;
III. conter somente os recipientes de coleta, armazenamento ou transporte;
IV.ser utilizada apenas para os fins a que se destina;
V. estar devidamente sinalizada e identificada.32.5.7 O transporte dos resíduos para a área de armazenamento 
externo deve atender aos seguintes requisitos:
a) ser feito através de carros constituídos de material rígido, lavável, 
impermeável, provido de tampo articulado ao próprio corpo do 
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
172
equipamento e cantos arredondados;
b) ser realizado em sentido único com roteiro definido em horários não 
coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, 
períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas.
32.5.7.1 Os recipientes de transporte com mais de 400 litros de 
capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo.
32.5.8 Em todos os serviços de saúde deve existir local apropriado para 
o armazenamento externo dos resíduos, até que sejam recolhidos pelo 
sistema de coleta externa.
32.5.8.1 O local, além de atender às características descritas no item 
32.5.6, deve ser dimensionado de forma a permitir a separação dos 
recipientes conforme o tipo de resíduo.
32.5.9 Os rejeitos radioativos devem ser tratados conforme disposto na 
Resolução CNEN NE-6.05.
Já no item 32.6 da NR, temos as Condições de Conforto por Ocasião das 
Refeições (BRASIL, 2011):
32.6.1 Os refeitórios dos serviços de saúde devem atender ao disposto 
na NR-24.
32.6.2 Os estabelecimentos com até 300 trabalhadores devem ser dotados 
de locais para refeição, que atendam aos seguintes requisitos mínimos:
a) localização fora da área do posto de trabalho;
b) piso lavável;
c) limpeza, arejamento e boa iluminação;
d) mesas e assentos dimensionados de acordo com o número de 
trabalhadores por intervalo de descanso e refeição;
e) lavatórios instalados nas proximidades ou no próprio local;
f) fornecimento de água potável;
g) possuir equipamento apropriado e seguro para aquecimento de refeições.
32.6.3 Os lavatórios para higiene das mãos devem ser providos de papel 
toalha, sabonete líquido e lixeira com tampa, de acionamento por pedal.
O item 32.7 da NR aborda sobre as Lavanderias (BRASIL, 2011):
32.7.1 A lavanderia deve possuir duas áreas distintas, sendo uma 
considerada suja e outra limpa, devendo ocorrer na primeira o 
recebimento, classificação, pesagem e lavagem de roupas, e na segunda 
a manipulação das roupas lavadas.
32.7.2 Independente do porte da lavanderia, as máquinas de lavar 
devem ser de porta dupla ou de barreira, em que a roupa utilizada 
é inserida pela porta situada na área suja, por um operador e, após 
lavada, retirada na área limpa, por outro operador.
32.7.2.1 A comunicação entre as duas áreas somente é permitida por 
meio de visores ou intercomunicadores.
32.7.3 A calandra deve ter:
a) termômetro para cada câmara de aquecimento, indicando a 
temperatura das calhas ou do cilindro aquecido;
b) termostato;
c) dispositivo de proteção que impeça a inserção de segmentos corporais 
dos trabalhadores junto aos cilindros ou partes móveis da máquina.
32.7.4 As máquinas de lavar, centrífugas e secadoras devem ser dotadas 
de dispositivos eletromecânicos que interrompam seu funcionamento 
quando da abertura de seus compartimentos.
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
173
Da Limpeza e Conservação está identificada no item 32.8 (BRASIL, 2011):
32.8.1 Os trabalhadores que realizam a limpeza dos serviços de saúde 
devem ser capacitados, inicialmente e de forma continuada, quanto aos 
princípios de higiene pessoal, risco biológico, risco químico, sinalização, 
rotulagem, EPI, EPC e procedimentos em situações de emergência.
32.8.1.1 A comprovação da capacitação deve ser mantida no local de 
trabalho, à disposição da inspeção do trabalho.
32.8.2 Para as atividades de limpeza e conservação, cabe ao 
empregador, no mínimo:
a) providenciar carro funcional destinado à guarda e transporte dos 
materiais e produtos indispensáveis à realização das atividades;
b) providenciar materiais e utensílios de limpeza que preservem a 
integridade física do trabalhador;
c) proibir a varrição seca nas áreas internas;
d) proibir o uso de adornos.
32.8.3 As empresas de limpeza e conservação que atuam nos serviços de 
saúde devem cumprir, no mínimo, o disposto nos itens 32.8.1 e 32.8.2.
Acadêmico(a), preste atenção que a NR 32 ainda dispõem de meios sobre 
a Manutenção de Máquinas e Equipamentos no item 32.9 (BRASIL, 2011):
32.9.1 Os trabalhadores que realizam a manutenção, além do 
treinamento específico para sua atividade, devem também ser 
submetidos à capacitação inicial e de forma continuada, com o objetivo 
de mantê-los familiarizados com os princípios de:
a) higiene pessoal;
b) riscos biológicos (precauções universais), físico e químico;
c) sinalização;
d) rotulagem preventiva;
e) tipos de EPC e EPI, acessibilidade e seu uso correto.
32.9.1.1 As empresas que prestam assistência técnica e manutenção 
nos serviços de saúde devem cumprir o disposto no item 32.9.1.
32.9.2 Todo equipamento deve ser submetido à prévia descontaminação 
para realização de manutenção.
32.9.2.1 Na manutenção dos equipamentos, quando a descontinuidade de 
uso acarrete risco à vida do paciente, devem ser adotados procedimentos 
de segurança visando a preservação da saúde do trabalhador.
32.9.3 As máquinas, equipamentos e ferramentas, inclusive aquelas 
utilizadas pelas equipes de manutenção, devem ser submetidos à inspeção 
prévia e às manutenções preventivas de acordo com as instruções dos 
fabricantes, com a norma técnica oficial e legislação vigentes.
32.9.3.1 A inspeção e a manutenção devem ser registradas e estar 
disponíveis aos trabalhadores envolvidos e à fiscalização do trabalho.
32.9.3.2 As empresas que prestam assistência técnica e manutenção 
nos serviços de saúde devem cumprir o disposto no item 32.9.3.
32.9.3.3 O empregador deve estabelecer um cronograma de 
manutenção preventiva do sistema de abastecimento de gases e das 
capelas, devendo manter um registro individual da mesma, assinado 
pelo profissional que a realizou.
32.9.4 Os equipamentos e meios mecânicos utilizados para transporte 
devem ser submetidos periodicamente à manutenção, de forma a 
conservar os sistemas de rodízio em perfeito estado de funcionamento.
32.9.5 Os dispositivos de ajuste dos leitos devem ser submetidos à 
manutenção preventiva, assegurando a lubrificação permanente, de 
forma a garantir sua operação sem sobrecarga para os trabalhadores.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
174
32.9.6 Os sistemas de climatização devem ser submetidos a 
procedimentos de manutenção preventiva e corretiva para preservação 
da integridade e eficiência de todos os seus componentes.
32.9.6.1 O atendimento do disposto no item 32.9.6 não desobriga 
o cumprimento da Portaria GM/MS n.° 3.523 de 28/08/98 e demais 
dispositivos legais pertinentes.
No item 32.10, temos as Disposições Gerais (BRASIL, 2011):
32.10.1 Os serviços de saúde devem:
a) atender as condições de conforto relativas aos níveis de ruído 
previstas na NB 95 da ABNT;
b) atender as condições de iluminação conforme NB 57 da ABNT;
c) atender as condições de conforto térmico previstas na RDC 50/02 
da ANVISA;
d) manter os ambientes de trabalho em condições de limpeza e 
conservação.
32.10.2 No processo de elaboração e implementação do PPRA e 
do PCMSO devem ser consideradas as atividades desenvolvidas 
pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH do 
estabelecimento ou comissão equivalente.
32.10.3 Antes da utilização de qualquer equipamento, os operadores 
devem ser capacitados quanto ao modo de operação e seus riscos.
32.10.4 Os manuais do fabricante de todos os equipamentos e 
máquinas, impressos em língua portuguesa, devem estar disponíveis 
aos trabalhadores envolvidos.
32.10.5 É vedada a utilização de material médico-hospitalar em 
desacordo com as recomendações de uso e especificações técnicas 
descritas em seu manual ou em sua embalagem.
32.10.6 Em todo serviço de saúde deve existir um programa de controle 
de animais sinantrópicos, o qual deve ser comprovadosempre que 
exigido pela inspeção do trabalho.
32.10.7 As cozinhas devem ser dotadas de sistemas de exaustão e 
outros equipamentos que reduzam a dispersão de gorduras e vapores, 
conforme estabelecido na NBR 14518.
32.10.8 Os postos de trabalho devem ser organizados de forma a evitar 
deslocamentos e esforços adicionais.
32.10.9 Em todos os postos de trabalho devem ser previstos dispositivos 
seguros e com estabilidade, que permitam aos trabalhadores acessar 
locais altos sem esforço adicional.
32.10.10 Nos procedimentos de movimentação e transporte de 
pacientes deve ser privilegiado o uso de dispositivos que minimizem 
o esforço realizado pelos trabalhadores.
32.10.11 O transporte de materiais que possa comprometer a segurança 
e a saúde do trabalhador deve ser efetuado com auxílio de meios 
mecânicos ou eletromecânicos.
32.10.12 Os trabalhadores dos serviços de saúde devem ser:
a) capacitados para adotar mecânica corporal correta, na movimentação 
de pacientes ou de materiais, de forma a preservar a sua saúde e 
integridade física;
b) orientados nas medidas a serem tomadas diante de pacientes com 
distúrbios de comportamento.
32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que 
provoquem odores fétidos deve ser provido de sistema de exaustão 
ou outro dispositivo que os minimizem.
32.10.14 É vedado aos trabalhadores pipetar com a boca.
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
175
32.10.15 Todos os lavatórios e pias devem:
a) possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos 
quando do fechamento da água;
b) ser providos de sabão líquido e toalhas descartáveis para secagem 
das mãos.
32.10.16 As edificações dos serviços de saúde devem atender ao 
disposto na RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002, da ANVISA.
E no item 32.11 as Disposições Finais (BRASIL, 2011):
32.11.1 A observância das disposições regulamentares constantes 
dessa Norma Regulamentadora - NR, não desobriga as empresas 
do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, 
sejam incluídas em códigos ou regulamentos sanitários dos Estados, 
Municípios e do Distrito Federal, e outras oriundas de convenções 
e acordos coletivos de trabalho, ou constantes nas demais NR e 
legislação federal pertinente à matéria.
32.11.2 Todos os atos normativos mencionados nesta NR, quando 
substituídos ou atualizados por novos atos, terão a referência 
automaticamente atualizada em relação ao ato de origem.
32.11.3 Ficam criadas a Comissão Tripartite Permanente Nacional 
da NR-32, denominada CTPN da NR-32, e as Comissões Tripartites 
Permanentes Regionais da NR-32, no âmbito das Unidades da 
Federação, denominadas CTPR da NR-32.
32.11.3.1 As dúvidas e dificuldades encontradas durante a implantação 
e o desenvolvimento continuado desta NR deverão ser encaminhadas 
à CTPN.
32.11.4 A responsabilidade é solidária entre contratantes e contratados 
quanto ao cumprimento desta NR.
A NR 32 ainda traz em seus anexos os critérios de classificação dos 
agentes biológicos e, no Anexo II, apresenta uma tabela de agentes biológicos, 
classificados nas classes de risco 2, 3 e 4, de acordo com os critérios citados no 
Anexo I.
Caro(a) acadêmico(a), como a NR 32 é a única NR que se refere especificamente 
aos serviços de saúde, torna-se ampla e abrange diversos temas que se relacionam a esses 
tipos de serviços, portanto, sua leitura na íntegra faz-se necessária, tendo em vista sua atual 
importância e considerando os riscos biológicos.
NOTA
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
176
4 NORMAS INTERNACIONAIS
As normas nacionais e internacionais definem funções que envolvem 
adaptação do ambiente de trabalho, mudança das práticas e comportamento 
dos trabalhadores, fornecimento gratuito de materiais e equipamentos seguros, 
assistência médica, capacitação e vigilância (GALON et al, 2011).
O estudo realizado por Galon et al. (2011) agrupou os dados em cinco 
temas para melhor compreensão das informações, e faz a relação destes temas 
com o que especifica as normas internacionais. O quadro a seguir traz os temas e 
as normas internacionais que norteiam cada tema. Para saber: OIT – Organização 
Internacional do Trabalho; CDC - Centers for Disease Control and Prevention (US).
QUADRO 19 - RELAÇÃO DOS TEMAS E AS NORMAS INTERNACIONAIS PERTINENTES
Tema Normas internacionais
Função dos empregadores • A Recomendação da OIT n° 97 trata desse aspecto, 
preconizando que o empregador deve adotar 
medidas para que os resíduos não se acumulem, 
constituindo um risco para a saúde no ambiente 
de trabalho.
• Bloodborne Pathogens Standard, nos Estados Unidos, 
preconiza que os empregadores devem vedar a 
utilização de pias de trabalho para outros fins não 
previstos, a proibição do ato de fumar, do uso 
de adornos e lentes de contato e do consumo de 
alimentos e bebidas nos postos de trabalho.
• OIT também define que o empregador deve 
prever medidas para atuar frente a situações de 
urgência e emergência, proporcionando primeiros 
auxílios sem custo ao empregado.
• Para o CDC, os materiais perfurocortantes com 
dispositivo de segurança, como agulhas retráteis, 
são de fundamental importância na redução dos 
acidentes de trabalho e os empregadores devem 
avaliá-los e implementá-los.
• A OIT responsabiliza os empregadores quanto à 
capacitação dos trabalhadores, indicando que ela deve 
ser contínua e sem custo, e o CDC recomenda que a 
educação em saúde seja transmitida de forma clara, 
objetiva e de fácil acesso aos profissionais de saúde.
• A OIT preconiza que os empregadores têm a 
obrigação de consultar os trabalhadores e cooperar 
com eles, um elemento essencial das medidas 
organizativas para cumprir as normas e promover 
a saúde no ambiente de trabalho.
• A OIT acrescenta que o EPI não deve substituir 
a busca pela eliminação ou redução da exposição 
aos agentes biológicos patogênicos e pelas medidas 
ambientais e coletivas.
• Os empregadores, segundo a OIT, devem 
assegurar a vigilância, a avaliação e a inspeção 
periódica do ambiente de trabalho.
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
177
Função dos trabalhadores • O uso de EPIs pelos trabalhadores é definido 
em várias recomendações da OIT, nas quais 
é mencionada a importância do uso desses 
equipamentos para a proteção do trabalhador. 
• O CDC também trata desse aspecto, definindo 
que para prevenir os acidentes, é necessário o uso 
apropriado de barreiras, como luvas e óculos de 
proteção.
• A importância do manejo correto dos resíduos e 
da adoção de medidas para prevenção da infecção 
hospitalar, como lavagem das mãos, é recomendada 
pelo CDC.
• Para o CDC, além de todas as medidas citadas, é 
preciso que haja uma equipe adequada à proporção 
de pacientes.
Medidas de proteção materiais e ambientais • Para a norma americana Bloodborne Pathogens 
Standard é obrigatória a existência de lavatório 
exclusivo para higiene das mãos, com água 
corrente, torneiras ou comandos que dispensem 
a abertura manual, sabonete líquido, toalha 
descartável e lixeira com sistema de abertura sem 
contato das mãos.
• Segundo o CDC, no início da década de 80 as 
medidas de prevenção incluíam programas de 
educação, o não re-encape de agulhas, e melhores 
dispositivos de agulhas.
Vigilância/Fiscalização • Recomendação n° 171, uma das ações de 
vigilância do ambiente de trabalho envolve as 
visitas de profissionais qualificados em saúde e 
segurança para examinar o local e as condições 
laborais, com o objetivo de detectar precocemente 
qualquer alteração que possa causar danos à saúde 
dos trabalhadores.
• Com relação às estatísticas dos acidentes e 
doenças relacionadas ao trabalho, OIT e o CDC as 
consideram medidas básicas e essenciais para o 
desenvolvimento de estratégias de prevenção dos 
acidentes de trabalho.
Treinamento/Capacitação • CDC preconiza a capacitação do quadro de 
funcionários e profissionais da instituição, no quediz respeito à prevenção e controle das infecções 
hospitalares. Essa norma internacional também 
orienta que as diretrizes e a educação em saúde 
devem ser transmitidas de forma objetiva, com 
linguagem clara, e de fácil acesso aos trabalhadores, 
o que condiz com as diretrizes da NR 32.
• A recomendação n° 171 da OIT preconiza que 
os serviços de saúde no trabalho devem participar 
da elaboração e aplicação de programas de 
informação e educação dos trabalhadores sobre 
medidas preventivas de adoecimento e acidentes 
de trabalho.
FONTE: Adaptado de Galon et al. (2011, p.163-165)
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
178
Após a identificação dos agentes e o levantamento das classes de riscos, 
dos grupos de profissionais expostos em cada ambiente laboral, se faz necessário 
o levantamento das medidas de contenção, que são tidas conforme o tipo de 
atividade desenvolvida e a patogenicidade dos organismos manipulados e/ou 
presentes no ambiente, conforme pré-avaliação.
A Fiocruz (2005) especifica que, para manipulação dos microrganismos 
pertencentes a cada uma das quatro classes de risco, devem ser atendidos 
alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes 
níveis de contenção são denominados de níveis de Biossegurança. Os níveis são 
designados em ordem crescente, pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal 
do laboratório, meio ambiente e à comunidade.
O quadro a seguir faz uma relação dos níveis de biossegurança para cada 
classe de risco, bem como especificidades de cada nível. 
QUADRO 20 - DEFINIÇÃO DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA
Níveis de Biossegurança Definição dos níveis de Biossegurança
O nível de Biossegurança 1
É o nível de contenção laboratorial que se aplica 
aos laboratórios de ensino básico, onde são 
manipulados os microrganismos pertencentes 
a classe de risco 1. Não é requerida nenhuma 
característica de desenho, além de um bom 
planejamento espacial e funcional e a adoção de 
boas práticas laboratoriais.
O nível de Biossegurança 2
Diz respeito ao laboratório em contenção, onde 
são manipulados microrganismos da classe de 
risco 2. Aplica-se aos laboratórios clínicos ou 
hospitalares de níveis primários de diagnóstico, 
sendo necessário, além da adoção das boas 
práticas, o uso de barreiras físicas primárias 
(cabine de segurança biológica e equipamentos 
de proteção individual) e secundárias (desenho 
e organização do laboratório).
O nível de Biossegurança 3
É destinado ao trabalho com microrganismos 
da classe de risco 3 ou para manipulação de 
grandes volumes e altas concentrações de 
microrganismos da classe de risco 2. Para este 
nível de contenção são requeridos além dos 
itens referidos no nível 2, desenho e construção 
laboratoriais especiais. Deve ser mantido 
controle rígido quanto à operação, inspeção e 
manutenção das instalações e equipamentos 
e o pessoal técnico deve receber treinamento 
específico sobre procedimentos de segurança 
para a manipulação destes microrganismos.
5 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
179
FONTE: Adaptado de Fiocruz (2005) 
Níveis de Biossegurança Definição dos níveis de Biossegurança
O nível de Biossegurança 4
Ou laboratório de contenção máxima, destina-se 
à manipulação de microrganismos da classe de 
risco 4, onde há o mais alto nível de contenção, 
além de representar uma unidade geográfica e 
funcionalmente independente de outras áreas. 
Esses laboratórios requerem, além dos requisitos 
físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 
e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho 
equipamentos de proteção) e procedimentos 
especiais de segurança.
Na sequência, temos uma representação dos níveis de biossegurança, os 
equipamentos de proteção coletivo e individual para as classes de riscos e os 
níveis de segurança no trabalho, conforme a figura a seguir.
FIGURA 37 - RELAÇÃO DOS NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA E OS EPIs/EPCs
Riscos Biológicas em Serviços de Saúde
Níveis de Segurança no Trabalho
Nível 1 Avental, proteção respiratória, luvas, óculos CSB Classe II A
Nível 2 Avental, proteção respiratória, luvas, óculos CSB Classe II B2
Nível 3 Aental fechado, proteção respiratória, luvas 
resistentes, óculos
CSB Classe II B2
Classe 4 Roupa protetora completa, proteção respiratória, 
luvas, óculos
CSB Classe III
FONTE: Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005)
A Figura 38 ilustra o sinal de aviso de perigo que, segundo a OMS, deverá 
ser colocado na porta dos laboratórios de nível de biossegurança 2, 3 ou 4.
FIGURA 38 - PLACA DE SINALIZAÇÃO DE ALERTA DE PRESENÇA 
DE MATERIAL BIOLÓGICO
FONTE: Disponível em: <http://www.visarty.com.br/?25,sinalizacao-
de-risco-e-alerta.html>. Acesso em: 10 mar. 2015.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
180
Este símbolo é reconhecido internacionalmente e obrigatório para diferentes 
estabelecimentos de saúde, conforme especificações normativas, devendo, 
quando necessário, restringir o acesso de pessoas não autorizados aos ambientes 
de manipulação e/ou contaminação por agentes biológicos, conforme podemos 
visualizar na figura a seguir.
FIGURA 39 - PLACA DE SINALIZAÇÃO DE ALERTA DE ACESSO À PESSOA 
NÃO AUTORIZADA – RISCO BIOLÓGICO
ATENÇÃO
Somente
pessoa
autorizada.
Risco Biológico
FONTE: Disponível em: <http://www.seton.com.br/placas-e-etiquetas/
etiquetas-de-advertencia/etiquetas-de-alerta-para-maquinarios/
etiqueta-de-atenccedilatildeo-somente-pessoa-autorizada-risco-
bioloacutegico-c6256.html>. Acesso em: 10 mar. 2015
6 RELAÇÃO DOS RESULTADOS COM PROGRAMAS DE 
SEGURANÇA DO TRABALHO
No item 32.2.2 da NR 32, que trata do Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais – PPRA –, temos as especificações do que deve conter este programa, 
como podemos identificar a seguir:
O PPRA, além do previsto na NR-09, na fase de reconhecimento, deve 
conter:
I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da 
localização geográfica e da característica do serviço de saúde e seus 
setores, considerando:
a) fontes de exposição e reservatórios;
b) vias de transmissão e de entrada;
c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente;
d) persistência do agente biológico no ambiente;
e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos;
f) outras informações científicas.
II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando:
a) a finalidade e descrição do local de trabalho;
b) a organização e procedimentos de trabalho;
c) a possibilidade de exposição;
d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho;
e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.
E ainda que o PPRA deve ser reavaliado 01 (uma) vez ao ano e:
a) sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho, 
que possa alterar a exposição aos agentes biológicos;
b) quando a análise dos acidentes e incidentes assim o determinar.
Os documentos que compõem o PPRA deverão estar disponíveis aos 
trabalhadores (BRASIL, 2011).
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
181
O controle de riscos descrito no PPRA tem como objetivo eliminar ou reduzir ao 
mínimo a exposição dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem 
atividades de promoção e assistência à saúde, aos agentes biológicos (VILELA, 2008).
DICAS
Na publicação “Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção 
com Material Biológico”, do Ministério da Saúde, encontram-se descritas 
as especificações de estrutura física e operacional, visando à proteção dos 
trabalhadores, usuários e meio ambiente. Esses níveis aplicam-se a laboratórios 
de microbiologia, de diagnóstico, de pesquisa, de ensino e de produção. A 
publicação está disponível na internet, nos seguintes links (VILELA, 2008):
• <http://www.saudepublica.bvs.br/>
• <http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/04_0408_M.pdf>
• <http://www.anvisa.gov.br/reblas/diretrizes.pdf>Segundo a apresentação de Auditora do Trabalho (MARTINS, 2009), 
temos a relação dos programas PPRA e PCMSO com as diretrizes constantes da 
NR 32, como podemos identificar na figura a seguir:
FIGURA 40 - IMPLANTAÇÃO DA NR 32 E A RELAÇÃO COM OS 
PROGRAMAS: PPRA E PCMSO
FONTE: Martins (2009)
Na sequência, veremos o que nos diz a NR 32 quanto ao item 32.2.3, 
que trata do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. O 
PCMSO, além do previsto na NR 07, e observando o disposto no inciso I do item 
32.2.2.1, deve contemplar (BRASIL, 2011):
a) o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos;
b) a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do item 32.2.2;
c) a relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua 
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
182
função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que 
estão expostos;
d) a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos;
e) o programa de vacinação.
Sempre que houver transferência permanente ou ocasional de um 
trabalhador para um outro posto de trabalho, que implique mudança 
de risco, esta deve ser comunicada de imediato ao médico coordenador 
ou responsável pelo PCMSO.
O item 32.2.3.3 aborda que com relação à possibilidade de exposição 
acidental aos agentes biológicos, deve constar do PCMSO:
a) os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, 
acompanhamento e prevenção da soroconversão e das doenças;
b) as medidas para descontaminação do local de trabalho;
c) o tratamento médico de emergência para os trabalhadores;
d) a identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas 
pertinentes;
e) a relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar 
assistência aos trabalhadores;
f) as formas de remoção para atendimento dos trabalhadores;
g) a relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários 
de imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e 
insumos especiais.
O PCMSO deve estar à disposição dos trabalhadores, bem como da 
inspeção do trabalho.
Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou 
sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de 
Acidente de Trabalho – CAT.
Referente ao item 32.2.4, das Medidas de Proteção, estas devem ser 
adotadas a partir do resultado da avaliação, previstas no PPRA, 
observando o disposto no item 32.2.2.
Em caso de exposição acidental ou incidental, medidas de proteção 
devem ser adotadas imediatamente, mesmo que não previstas no PPRA.
A manipulação em ambiente laboratorial deve seguir as orientações 
contidas na publicação do Ministério da Saúde – Diretrizes Gerais para 
o Trabalho em Contenção com Material Biológico, correspondentes 
aos respectivos microrganismos.
Todo local onde exista possibilidade de exposição ao agente biológico 
deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água 
corrente, sabonete líquido, toalha descartável e lixeira provida de 
sistema de abertura sem contato manual.
Os quartos ou enfermarias destinados ao isolamento de pacientes portadores 
de doenças infectocontagiosas devem conter lavatório em seu interior.
O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que 
deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.
Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só 
podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com 
emissão de documento de liberação para o trabalho.
Segundo a NR, o empregador deve vedar:
a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato 
nos postos de trabalho;
c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;
e) o uso de calçados abertos.
Todos trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes 
biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em 
condições de conforto.
A vestimenta deve ser fornecida sem ônus para o empregado.
Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os 
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
183
equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em 
suas atividades laborais.
O empregador deve providenciar locais apropriados para fornecimento 
de vestimentas limpas e para deposição das usadas.
A higienização das vestimentas utilizadas nos centros cirúrgicos e 
obstétricos, serviços de tratamento intensivo, unidades de pacientes com 
doença infectocontagiosa e quando houver contato direto da vestimenta 
com material orgânico, deve ser de responsabilidade do empregador.
Segundo o item 32.2.4.9 da NR 32 (BRASIL, 2011), o empregador deve 
assegurar capacitação aos trabalhadores antes do início das atividades e de forma 
continuada, devendo ser ministrada:
a) sempre que ocorra uma mudança das condições de exposição dos 
trabalhadores aos agentes biológicos;
b) durante a jornada de trabalho;
c) por profissionais de saúde familiarizados com os riscos inerentes 
aos agentes biológicos.
A capacitação deve ser adaptada à evolução do conhecimento e à 
identificação de novos riscos biológicos e deve incluir:
a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde;
b) medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes;
c) normas e procedimentos de higiene;
d) utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e 
vestimentas de trabalho;
e) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;
f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência 
de incidentes e acidentes.
O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização 
da capacitação através de documentos que informem a data, o horário, 
a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou 
capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos.
Em todo local onde exista a possibilidade de exposição a agentes 
biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em 
linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de 
prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho, conforme o item 
32.2.4.10 (BRASIL, 2011). E as instruções devem ser entregues ao trabalhador, 
mediante recibo, devendo este ficar à disposição da inspeção do trabalho.
Os trabalhadores do serviço de saúde, bem como aqueles que exercem 
atividades de promoção e assistência à saúde, irão aderir mais facilmente a um 
programa de prevenção de riscos se compreenderem suas premissas e objetivos. 
Assim, a capacitação dos trabalhadores é um elemento que contribui para a 
implementação do PPRA (VILELA, 2008).
E, ainda, é importante ressaltar que, como o risco biológico pode variar 
entre as diversas funções, a capacitação deve ter seu conteúdo planejado de 
acordo com o risco de cada uma, conforme identificado no PPRA (VILELA, 2008).
Ao propor medidas para o controle de riscos, deve-se observar a ordem 
de prioridade conforme o quadro a seguir.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
184
QUADRO 21 - ORDEM DE PRIORIDADES PARA MEDIDAS DE CONTROLE DE RISCOS
Ordem de prioridades para medidas de controle de riscos
1 - Medidas para o controle de 
riscos na fonte, que eliminem ou 
reduzam a presença dos agentes 
biológicos, como:
• Redução do contato dos trabalhadores do serviço de saúde, bem 
como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência 
à saúde com pacientes-fonte (potencialmente portadores de 
agentes biológicos), evitando-se procedimentos desnecessários;
• Afastamento temporário dos trabalhadores do serviço de saúde, 
bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência 
à saúde com possibilidade de transmitir agentes biológicos;
• Eliminação de plantas presentes nos ambientes de trabalho;
• Eliminação de outras fontes e reservatórios, não permitindo o 
acúmulo de resíduos e higienização, substituição ou descartede 
equipamentos, instrumentos, ferramentas e materiais contaminados;
• Restrição do acesso de visitantes e terceiros que possam 
representar fonte de exposição;
• Manutenção do agente restrito à fonte de exposição ou ao 
seu ambiente imediato, por meio do uso de sistemas fechados e 
recipientes fechados, enclausuramento, ventilação local exaustora, 
cabines de segurança biológica, segregação de materiais e 
resíduos, dispositivos de segurança em perfurocortantes e 
recipientes adequados para descarte destes perfurocortantes.
2 - Medidas para o controle 
de riscos na trajetória entre a 
fonte de exposição e o receptor 
ou hospedeiro, que previnam 
ou diminuam a disseminação 
dos agentes biológicos ou 
que reduzam a concentração 
desses agentes no ambiente de 
trabalho, como:
• Planejamento e implantação dos processos e procedimentos 
de recepção, manipulação e transporte de materiais, visando a 
redução da exposição aos agentes;
• Planejamento do fluxo de pessoas de forma a reduzir a 
possibilidade de exposição; 
• Redução da concentração do agente no ambiente: isolamento 
de pacientes, definição de enfermarias para pacientes com a 
mesma doença, concepção de ambientes com pressão negativa, 
instalação de ventilação geral diluidora;
• Realização de procedimentos de higienização e desinfecção do 
ambiente, dos materiais e dos equipamentos;
• Realização de procedimentos de higienização e desinfecção 
das vestimentas;
• Implantação do gerenciamento de resíduos e do controle 
integrado de pragas e vetores.
3 - Medidas de proteção 
individual, como:
• Proteção das vias de entrada do organismo (por meio do uso 
de Equipamentos de Proteção Individual - EPIs): respiratória, 
pele, mucosas;
• Implementação de medidas de proteção específicas e adaptadas 
aos trabalhadores do serviço de saúde, bem como àqueles que 
exercem atividades de promoção e assistência à saúde com maior 
suscetibilidade: gestantes, trabalhadores alérgicos, portadores 
de doenças crônicas.
FONTE: Adaptado de: Vilela (2008)
Da Vacinação dos Trabalhadores, item 32.2.4.17 da NR 32 (BRASIL, 2011):
32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, 
gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, 
hepatite B e os estabelecidos no PCMSO.
32.2.4.17.2 Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes 
biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o 
empregador deve fornecê-las gratuitamente.
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
185
QUADRO 22 - DOENÇAS PASSÍVEIS DE IMUNIZAÇÃO
Riscos Biológicas em Serviços de Saúde
Imunização: doenças imunopreviníveis
Prevalência de doenças locais e riscos individuais de exposição
▪	 Hepatite B
▪	 Varicela
▪	 Sarampo
▪	 Influenza
▪	 Caxumba
▪	 Rubéola
▪	 Tétano
▪	 Hepatite A
▪	 Raiva
▪	 Febre amarela
▪ Coqueluche
▪ Febre tifóide
▪ Poliomielite
▪ Doença meningocócica
▪ Varíola
FONTE: Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005)
32.2.4.17.3 O empregador deve fazer o controle da eficácia da vacinação 
sempre que for recomendado pelo Ministério da Saúde e seus órgãos, 
e providenciar, se necessário, seu reforço.
32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério 
da Saúde.
32.2.4.17.5 O empregador deve assegurar que os trabalhadores 
sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como 
dos riscos a que estarão expostos por falta ou recusa de vacinação, 
devendo, nestes casos, guardar documento comprobatório e mantê-lo 
disponível à inspeção do trabalho.
32.2.4.17.6 A vacinação deve ser registrada no prontuário clínico 
individual do trabalhador, previsto na NR-07.
32.2.4.17.7 Deve ser fornecido ao trabalhador comprovante das vacinas 
recebidas.
Segundo Vilela (2008), o endereço eletrônico do Programa Nacional 
de Imunizações deve ser sempre consultado, ele fornece base importante no 
campo de vacinação: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.
cfm?idtxt=25806>.
A Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005) dispõe, em seu 
material sobre os riscos biológicos, e de acordo com o Manual de Vacinação do 
Ministério da Saúde, as doenças que são passíveis de imunização e, inclusive, 
prevista na nossa NR 32. Veja no Quadro 22.
7 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO
Os Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) são empregados quando 
profissionais se expõem diretamente a riscos não controláveis por outros meios 
técnicos de segurança, ou quando a rotina do trabalho é alterada por qualquer 
anormalidade, exigindo o uso de proteção pelos profissionais envolvidos.
UNIDADE 3 | AGENTES BIOLÓGICOS
186
QUADRO 23 - NÍVEIS DE RISCO DO TRABALHO
Riscos Biológicas em Serviços de Saúde
Níveis de risco do trabalho 1, 2, 3, 4
▪	 Uso de EPC (cabine de segurança 
biológica classe I, II ou III
▪	 Uso de EPIS (protetor respiratório, 
óculos, luvas, protetores)
▪	 Vestuário (avental, touca)
▪	 Procedimentos operacionais descritos
FONTE: Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005). Disponível em: <http://www.
higieneocupacional.com.br/download/riscos_boechat.ppt>. Acesso em: 10 mar. 2015.
O empregador ainda deve vetar a utilização de adornos nos postos de trabalho 
visando à prevenção da disseminação de contaminação por estes, e está previsto na NR 
32, e também no Guia Técnico sobre Riscos Biológicos (VILELA, 2008, p. 33), a saber: 
A proibição do uso de adornos deve ser observada para todo 
trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem 
atividades de promoção e assistência à saúde expostos a agente 
biológico, independentemente da sua função. O PPRA deve descrever 
as funções e os locais de trabalho onde haja exposição ao agente 
biológico, conforme previsto no item 32.2.2.1. São exemplos de 
Segundo Gallas e Fontana (2010, p. 791), o “dimensionamento adequado 
de pessoal, EPI disponíveis ao funcionamento das atividades da enfermagem 
no local de trabalho e vigilância das condições sanitárias parecem ser, ações 
prioritárias para a promoção da saúde do trabalhador e do usuário”.
Ainda nesse contexto, “ao trabalhar sob condições inseguras, seja por 
não adesão às precauções universais, seja por sobrecarga de atividades, seja 
por condições físicas insalubres o trabalhador fragiliza-se, o que favorece o 
adoecimento” (GALLAS; FONTANA, 2010, p. 791).
Segundo a NR 32 (BRASIL, 2011),
Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descartáveis ou não, 
deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de 
trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou 
reposição. Para tanto o item 32.2.4.8 diz que o empregador deve: a) 
garantir a conservação e a higienização dos materiais e instrumentos 
de trabalho; e b) providenciar recipientes e meios de transporte 
adequados para materiais infectantes, fluidos e tecidos orgânicos.
A Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes (2005) dispõe, 
em seu material sobre os riscos biológicos, os EPCs e EPIs necessários para o 
desenvolvimento de atividades em diferentes níveis de risco, conforme o Quadro 
11, na sequência.
TÓPICO 3 | NORMAS E RESULTADOS
187
FIGURA 41 - PROCESSO DE LAVAGEM DAS MÃOS
FONTE: Disponível em: <http://prosegonline.com.br/novidades/
medidas-preventivas-de-protecao-individual-um-resumo-para-os-
profissionais-da-area-de-saude/>. Acesso em: 10 mar. 2015.
FONTE: Disponível em: <http://www.mameluko.com.br/calcados-
hospital-e-clinica-enfermagem.html>. Acesso em: 10 mar. 2015.
FIGURA 42 - EXEMPLO DE CALÇADO FECHADO PARA ÁREA SAÚDE
Deve ser vetado, ainda, pelo empregador o uso de calçado aberto, também 
previsto na NR 32 e especificado na obra de Vilela (2008, p. 34):
Entende-se por calçado aberto aquele que proporciona exposição da 
região do calcâneo (calcanhar), do dorso (‘peito’) ou das laterais do 
pé. A proibição aplica-se aos trabalhadores

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