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PROF. PEDRO RICCIOPPO MERCANTILISMO Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime pelos Estados Absolutistas. Como já dissemos, o governo absolutista interferia na economia para se fortalecer. Era sujeito e objeto. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional. Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista: Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha retirou toneladas de ouro das comunidades indígenas da América. Desenvolvimento Manufatureiro: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros. Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países. Exploração Colonial: as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto a colonização do Brasil só faz sentido se percebermos os objetivos mercantilistas que se queria alcançar. Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira. Crescimento Populacional: mais gente para trabalhar nas oficinas, servir ao exército e a marinha. Piarataria: nem os países deram a sorte da Espanha, rica em colônias com minas de ouro e prata. Portanto, uma maneira bem eficiente de obtê-los era roubando. Piratas recebem do Rei uma Carta de Corso, onde são autorizados a roubar em nome do Rei. Invasão e conquista da américa Portuguesa PROF. PEDRO RICCIOPPO O Período Pré Colonial - 1500/1530 O período pré-colonial é a fase transcorrida entre a chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral e o primeiro projeto nitidamente colonizador empreendido por Martim Afonso de Souza em 1531. Durante esse período, a região conhecida como América portuguesa, teve um papel secundário na economia de Portugal, no momento em que o comércio com as Índias Orientais monopolizava os interesses mercantis do Império. Exploração de Pau - Brasil A primeira riqueza explorada pelo europeu em terras brasileiras foi o pau- brasil (caesalpinia echinata),árvore que existia com relativa abundância em largas faixas da costa brasileira. O interesse comercial nessa madeira decorria da possibilidade de extrair-se dela uma substância corante, comumente utilizada para tingir tecidos. Antes da conquista da América indústria europeia de tintas comprava o pau-brasil trazido do Oriente pelos mercadores que atuavam nas rotas tradicionais do comércio indiano. Após a conquista do Brasil, tornava-se mais lucrativo extraí-lo diretamente de nossas matas litorâneas. O rei de Portugal não demorou a declarar a exploração do pau-brasil um monopólio da coroa portuguesa. Oficialmente, ninguém poderia retirá-lo de nossas matas sem prévia concessão da coroa e o pagamento do correspondente tributo. A primeira concessão para explorar o pau-brasil foi fornecida a Fernão de Noronha, em 1501, que estava associada a vários comerciantes judeus. Os Franceses, que não reconheciam a legitimidade do Tratado de Tordesilhas, agiam intensamente no litoral brasileiro, extraindo a madeira sem pagar os tributos exigidos pela coroa portuguesa. O esquema montado para a extração do pau-brasil contava ,essencialmente , com a importante participação do indígena. Só as tripulações dos navios que efetuam o tráfico não dariam conta, a não ser de forma muito limitada , da árdua tarefa de cortar árvores de grande porte como o pau-brasil , que alcança um metro de diâmetro na base do tronco e 10 a 15m de altura. A princípio , o trabalho do índio era conseguido "amigavelmente" com o escambo. Este consistia , basicamente , em derrubar as grandes árvores , cortá-las em pequenas toras , transportá-las até a praia e , daí, aos locais onde estavam ancorados os navios. Não devemos considerar que os indígenas eram enganados ou simplesmente saiam perdendo com o escambo. Caso imaginemos o índio enganado e prejudicado cometeremos o erro do Etnocentrismo. Etnocentrismo é um conceito da Antropologia definido como a visão demonstrada por alguém que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano mais importante que as outras culturas e sociedades. O termo é formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro. Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e valores da sua própria cultura PROF. PEDRO RICCIOPPO melhores do que as das outras culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceitos e ideias infundamentadas. Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas. Este fenômeno universal pode atingir proporções drásticas, quando culturas tecnicamente mais frágeis entram em contato com culturas mais dominantes e avançadas. Alguns exemplos de etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um deles é o hábito indígena de vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso do kilt (uma típica saia) pelos escoceses. São duas situações que podem ser tratadas com alguma hostilidade ou estranheza por quem não pertence àquelas culturas. Etnocentrismo e relativismo cultural . O relativismo cultural é uma corrente de pensamento ou doutrina que tem como objetivo entender as diferenças culturais e estudar o porquê das diferenças entre culturas distintas. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o relativismo aborda as diferenças de uma forma apaziguadora. É importante destacar que o relativismo cultural é uma ideologia que defende que os valores, princípios morais, o certo e o errado, o bem e o mal, são convenções sociais intrínsecas a cada cultura. Um ato considerado errado em uma cultura não significa que o seja também quando praticado por povos de diferente cultura. Conquista e Colonização Foi no ano de 1531, com Portugal sob o reinado de D. João III, que a política colonialista portuguesa em relação ao Brasil passou a tomar novos rumos: a expedição de Martim Afonso de Sousa ao Brasil manteve os objetivos das expedições anteriores, porém acrescentando-se a tais objetivos a efetivação da ocupação portuguesa em solo brasileiro. Portanto, a expedição de Martim Afonso de Sousa é tomada como o marco do início do processo de colonização portuguesa no Brasil. Uma nova mentalidade econômica que se afirmara a partir do século XV a antiga ordem feudal fora substituída pelos territórios das nações europeias unificados por um poder centralizante. À orientação econômica geral que estas nações passaram a seguir em sua busca por terras que oferecessem vantagens comerciais é resumida no conceito de mercantilismo. Essa orientação que na verdade nunca obtiveracomo origem uma formulação científica baseava-se em preceitos como: o acúmulo de riquezas através da detenção de metais preciosos, o que garantiria o poder econômico do Estado; o desenvolvimento manufatureiro como exclusividade da metrópole; a garantia dos domínios comerciais no exterior; o superávit da balança comercial, que originou políticas protecionistas e intervencionistas por parte dos estados. O conceito mercantilista teve projeção no processo de colonização da América paralela e contraditoriamente à projeção de certas características do mundo feudal em extinção, como pode PROF. PEDRO RICCIOPPO ser observado na futura organização da colônia em capitanias. A Plantation Até algumas décadas atrás, quando se fazia referência à economia açucareira, estava sempre presente o tripé latifúndio, monocultura e escravidão como características fundamentais dessa cultura. Entretanto, estudos mais recentes mostraram que ainda que esse tripé seja válido para as plantações de cana-de-açúcar, ele é insuficiente para explicar o funcionamento da economia canavieira como um todo. A cultura da cana-de-açúcar tem um setor agrícola, que compreende as plantações, que é realmente fundado no latifúndio monocultor escravista. Contudo, apresenta também um setor fabril – o engenho – que pede uma caracterização mais ampla. Por isso, foi utilizado o termo Plantation, que significa um latifúndio monocultor em que há o beneficiamento do produto, no nosso caso, a transformação da cana em açúcar visando a exportação. Observe atentamente esta imagem. Na imagem vemos um engenho, que foi, na época da economia açucareira da América Portuguesa, um sofisticado artefato mecânico. Nele, se dava todo o processo de transformação da cana em açúcar. Nesse espaço atuavam diversos tipos de trabalhadores responsáveis pelas inúmeras tarefas que a produção e a preparação para a exportação exigiam. No engenho atuavam, homens livres e assalariados, a exemplo dos mestres de açúcar, entretanto a maioria dos trabalhadores era constituída por escravos africanos. Por tudo isso, o termo Plantation é mais adequado, porque explicita essa importante face fabril da economia açucareira. Neste capítulo, você irá estudar também, alguns aspectos relacionados ao escravismo colonial. Tema este que sofreu uma das maiores revisões historiográficas dos últimos tempos. Desde as análises marxistas que viam os escravos como meras mercadorias, como seres moventes, desprovidos de vontade própria, explorados, oprimidos e invariavelmente castigados por seus senhores, a historiografia caminhou um bocado. Hoje, a escravidão é encarada como uma gama de possibilidades de negociações envolvendo senhores e escravos; onde os cativos são vistos como agentes históricos com vontade própria, capazes de fazer valer os seus direitos na justiça; possuir terras a chamada brecha camponesa; ajuntar um certo pecúlio, vender seus produtos no mercado e por aí vai. Agora, é claro que não se pode negar o caráter violento da escravidão. É preciso lembrar que o castigo e a violência física faziam parte do dia a dia da sociedade como um todo, marcando as relações entre pais e filhos, esposo e esposa, mestres e alunos. Uma clara expressão da legitimidade do castigo violento era o direito que o Estado tinha de aplicar pena de morte em pessoas vistas como ameaças à ordem social. Esse direito foi amplamente exercido durante todo o período escravista, tirando a vida de livres e cativos. Considerando esse contexto histórico, podemos afirmar que, apesar das injustiças, os escravos também compartilhavam da noção de legitimidade do castigo, embora, PROF. PEDRO RICCIOPPO evidentemente não gostassem dele. Assim, por exemplo, os libertos que se tornassem senhores de escravos – e eles eram numerosos – não hesitavam em aplicar castigos físicos nos seus cativos, quando julgavam necessário. O Escravismo Colonial A escravidão existia na África muito antes da chegada dos europeus, sancionada pelas leis e pelos costumes das várias regiões desse continente. O sofrimento, imposto pelo tráfico negreiro, começava em terras africanas, antes mesmo de os cativos serem embarcados nos navios negreiros. No primeiro século da escravidão, os índios representaram a principal mão de obra nas atividades econômicas da América Portuguesa. Gradativamente, foram sendo substituídos pelos africanos, que se tornaram, como disse um cronista da época, “as mãos e os pés” dos senhores. Entre o final do século XVI e as últimas décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-se a mão de obra por excelência da América Portuguesa. A economia agroexportadora necessitava, para sua realização, de grandes extensões de terra, especialmente de um só produto e mão de obra compulsória. A disponibilidade de terras na América Portuguesa poderia gerar, se houvesse a predominância do trabalho livre, o trabalho familiar, o minifúndio, estatutos incompatíveis com as necessidades de exportação agrícola da metrópole. Assim, o trabalho escravo completava o latifúndio e a monocultura, imprescindíveis para o sucesso da economia agroexportadora implantada na América Portuguesa. A escravidão existia na África muito antes da chegada dos europeus, sancionada pelas leis e pelos costumes das várias regiões desse continente. O sofrimento, imposto pelo tráfico negreiro, começava em terras africanas, antes mesmo de os cativos serem embarcados nos navios negreiros. No primeiro século da escravidão, os índios representaram a principal mão de obra nas atividades econômicas da América Portuguesa. Gradativamente, foram sendo substituídos pelos africanos, que se tornaram, como disse um cronista da época, “as mãos e os pés” dos senhores. Entre o final do século XVI e as últimas décadas do século XIX, os escravos negros tornaram-se a mão de obra por excelência da América Portuguesa. A economia agroexportadora necessitava, para sua realização, de grandes extensões de terra, especialmente de um só produto e mão de obra compulsória. A disponibilidade de terras na América Portuguesa poderia gerar, se houvesse a predominância do trabalho livre, o trabalho familiar, o minifúndio, estatutos incompatíveis com as necessidades de exportação agrícola da metrópole. Assim, o trabalho escravo completava o latifúndio e a monocultura, imprescindíveis para o sucesso da economia agroexportadora implantada na América Portuguesa. A substituição do trabalho indígena pelo trabalho escravo africano pode ser explicada por uma série de fatores. A metrópole possuía o monopólio do tráfico negreiro, e os traficantes portugueses trataram de convencer os PROF. PEDRO RICCIOPPO proprietários de terras que os negros eram melhores trabalhadores que os indígenas. A Igreja ajudou bastante nesse trabalho de convencimento, uma vez que condenava a escravidão indígena. Por isso, gradativamente, a mão de obra tornou-se preponderante nas atividades econômicas da América Portuguesa. Os indígenas também continuaram trabalhando sob a vigilância e o comando dos jesuítas nas chamadas reduções, onde se exploravam as drogas do sertão – pimenta, cravos e outras especiarias – em especial na região norte da América Portuguesa. Foram também utilizados nas áreas de criação de gado e na exploração de terras minerais. A substituição do trabalho indígena pelo trabalho escravo africano pode ser explicada por uma série de fatores. A metrópole possuía o monopólio do tráfico negreiro, e os traficantes portugueses trataram de convencer os proprietários de terras que os negros eram melhores trabalhadores que os indígenas. A Igreja ajudou bastante nesse trabalho de convencimento, uma vez que condenava a escravidão indígena. Por isso, gradativamente, a mão de obra tornou-se preponderante nas atividades econômicas da América Portuguesa. Os indígenas tambémcontinuaram trabalhando sob a vigilância e o comando dos jesuítas nas chamadas reduções, onde se exploravam as drogas do sertão – pimenta, cravos e outras especiarias – em especial na região norte da América Portuguesa. Foram também utilizados nas áreas de criação de gado e na exploração de terras minerais. Os escravos negros foram empregados, no Brasil, nas mais diversas atividades. Nas áreas de produção de açúcar, os negros cuidavam do plantio da cana, da limpeza dos canaviais, retirando as ervas daninhas, da colheita, do transporte da cana dos canaviais às moendas, das fornalhas e das caldeiras nos engenhos. O engenho funcionava durante o dia e à noite. Alguns escravos trabalhavam exclusivamente no setor fabril do engenho. Outros se dedicavam, de dia, ao trabalho nos canaviais e, à noite, nas moendas que funcionavam dezoito a vinte horas por dia, interrompendo seu funcionamento apenas para a limpeza do maquinário. Era nesse curto espaço de tempo que os escravos descansavam. Entretanto, não foi só nas plantations açucareiras que predominou o trabalho escravo negro. Eles foram também escravos domésticos, servindo seus senhores em suas casas, dedicaram-se ao trabalho de criação de gado e em todos as atividades para as quais fossem requisitados. Na região mineradora, os escravos trabalhavam em busca de ouro e do diamante nos ribeiros, nas catas e nas grupiaras. Nessas regiões, foram também donos de venda e negras de tabuleiro. Apesar do trabalho árduo dos escravos negros, a recente historiografia, apoiada em novas evidências documentais, desconstrói o mito do escravo “coisa”, uma mera mercadoria, sem personalidade e vontade próprias. Além disso, desmistifica a ideia de escravo “vítima” do sistema, baseado no “imaginário do tronco”. Os escravos negociavam com seus senhores, tinham várias regalias e, muitos deles possuíam escravos. Ou seja, muitos escravos conseguiram, PROF. PEDRO RICCIOPPO como agentes históricos que foram, encontrar formas de acomodação à escravidão. Aqueles que não conseguiram se acomodar, ou não quiseram faze-lo, buscaram formas para reagir contra a escravidão por meio da formação de quilombos, das fugas individuais, de assassinato de senhores, da feitiçaria e das tentativas de fazer eclodir revoltas escravas. Seja como for, acomodando-se ou não, os escravos negros agiram como sujeitos históricos e assim devem ser estudados. Exercícios: 1) (FUVEST) No processo de formação dos Estados Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser identificados os seguintes aspectos: a) Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do Estado Moderno b) Ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja c) Desagregação do feudalismo e centralização política d) Diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial e) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre Estado e Igreja. 2) (PUC) Na obra O Príncipe , Maquiavel defendia o absolutismo como forma de consolidar e fortalecer o Estado. Entre seus argumentos destaca-se: a) a necessidade de o governante cercar-se de bons conselheiros, com os quais dividiria o poder; b) a ideia de que somente a lei moral e religiosa limitaria os poderes do rei c) a constante utilização da guerra como meio de demonstrar a força do Estado; d) o reconhecimento de que todos os meios utilizados para defender os interesses do governante e do Estado seriam justificados; e) o princípio da constante mudança das instituições , para que elas se adequassem sempre às novas situações. 3) (FUVEST) O Estado Moderno absolutista atingiu seu maior poder de atuação no século XVII. Na arte e na economia suas expressões foram, respectivamente: a) rococó e liberalismo b) renascentismo e capitalismo c) barroco e mercantilismo d) maneirismo e colonialismo e) classicismo e economicismo. 4) Quais os fatores do surgimento do absolutismo? PROF. PEDRO RICCIOPPO 5) Quais foram os mecanismos utilizados pelo absolutismo monárquico? 6) São características do mercantilismo: a) livre cambismo, fomento às indústrias, balança comercial favorável; b) fomento às indústrias, tarifas protecionistas, metalismo, leis de mercado; c) livre cambismo, pacto colonial, intervencionismo estatal; d) monopólio, livre cambismo, tarifas protecionistas, metalismo; e) balança comercial favorável, metalismo, tarifas protecionistas, intervencionismo estatal. 7) Acerca do absolutismo na Inglaterra, NÃO é possível afirmar que: a) fortaleceu-se com a criação da Igreja Anglicana; b) foi iniciado por Henrique VIII, da dinastia Tudor, e consolidado no longo reinado de sua filha Elizabeth I; c) a política mercantilista intervencionista foi fundamental para a sua solidificação; d) foi conseqüência da guerra das Duas Rosas, que eliminou milhares de nobres e facilitou a consolidação da monarquia centralizada; e) o rei reinava mas não governava, a exemplo do que ocorreu durante toda a modernidade. 8) O sistema de colonização objetivado pela política mercantilista tinha em mira: a) criar condições para a implantação do absolutismo; b) permitir à economia metropolitana o máximo de auto-suficiência e situá-la vantajosamente no comércio internacional, pela criação de complementos à economia nacional; c) evitar os conflitos internos, resultantes dos choques entre feudalismo e capitalismo, que entravavam o desenvolvimento dos países europeus; d) ganhar prestígio internacional e) obter a garantia de acessos às fontes de matérias-primas e aos mercados consumidores no ultra-mar. 9) (FUVEST) O Estado Moderno absolutista atingiu seu maior poder de atuação no século XVII. Na arte e na economia suas expressões foram, respectivamente: a) rococó e liberalismo b) renascentismo e capitalismo c) barroco e mercantilismo d) maneirismo e colonialismo PROF. PEDRO RICCIOPPO e) classicismo e economicismo. 10. (Ufc) Acerca das pretensões iniciais da exploração e conquista do Brasil, assinale a alternativa correta. a) Interesses antropológicos levaram os portugueses a fazer contato com outros povos, entre eles os índios do Brasil. b) O rei dom Manuel tinha-se proposto chegar às Índias navegando para o ocidente, antecipando-se, assim, a Cristovão Colombo. c) O interesse científico de descobrir e classificar novas espécies motivou cientistas portugueses para lançarem- se à aventura marítima. d) Os conquistadores estavam interessados em encontrar terras férteis para desenvolver a cultura do trigo e, assim, dar solução às crises agrícolas que sofriam em Portugal. e) Os portugueses estavam interessados nas riquezas que as novas terras descobertas podiam conter, além de garantir a segurança da rota para as Indias. 11. (Ufes) Os Tupinikim, uma das maiores nações indígenas brasileiras, possuíam as seguintes características no período colonial: I - viviam da pesca, da caça, da coleta de frutos e raízes proporcionada pelas florestas e matas; II - tiveram suas manifestações culturais, tradições e ritos cerceados, nas regiões onde foram encampados pelos aldeamentos jesuítas; III - exploravam latifúndios respeitados pela colonização branca e viviam pacificamente com os portugueses no interior do Brasil; IV - ocupavam parte do litoral brasileiro, na faixa compreendida entre o sul da Bahia e o Paraná. Em relação às proposições acima, está CORRETO o que se afirma a) apenas em I, II e III. b) apenas em II, III e IV. c) apenas em I, III e IV. d) apenas em I, II e IV. e) em todas elas. 12. (Uff) A "Carta de Pero Vaz de Caminha", escrita em 1500, é considerada como um dos documentos fundadores da Terra Brasilis e reflete, em seu texto, valores gerais da cultura renascentista, dentre os quais destaca- se: a) a visãodo índio como pertencente ao universo não religioso, tendo em conta sua antropofagia; b) a informação sobre os preconceitos desenvolvidos pelo renascimento no que tange à impossibilidade de se formar nos trópicos uma civilização católica e moderna; c) a identificação do Novo Mundo como uma área de insucesso devido à elevada temperatura que nada deixaria PROF. PEDRO RICCIOPPO produzir; d) a observação da natureza e do homem do Novo Mundo como resultado da experiência da nova visão de homem, característica do século XV; e) a consideração da natureza e do homem como inferiores ao que foi projetado por Deus na Gênese. 13. (Uflavras) "O fato de Cabral não ter trazido consigo nenhum padrão de pedra - com os quais desde os tempos de Diogo Cão, os lusos assinalavam a posse de novas terras - já foi apontado como uma prova de que o descobrimento do Brasil foi fortuito e que a expedição não pretendia "descobrir novas terras, mas subjugar as já conhecidas". Isto talvez seja fato. Mas por outro lado, é preciso lembrar que a posse sobre aquele território já estava legalmente assegurada desde a assinatura do Tratado de Tordesilhas - independentemente da colocação de qualquer padrão." (Eduardo Bueno. "A Viagem do Descobrimento - A verdadeira história da expedição de Cabral". 1998, p.109.) As alternativas abaixo correspondem a análises possíveis do trecho em questão. Todas são verdadeiras, EXCETO: a) o autor faz uma menção à "Tese da Casualidade da Descoberta". b) o autor é incondicionalmente favorável à segunda tese e justifica-se pelas características do Tratado de Tordesilhas. c) o autor se refere também à "Tese da Intencionalidade da Descoberta". d) para o autor, a questão dos "marcos de pedra" pode apoiar ambas as teses. e) o autor não atribui grande importância à questão dos "marcos de pedra". 14.(ANGLO/SIMULADO/2000) Leia os excertos abaixo, compare-os e assinale a alternativa que contém a asserção correta sobre eles. Excerto I “Esta [língua tupi] é mui branda, a qualquer nação fácil de tomar (...): carece de três letras, convém saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei e desta maneira vivem desordenadamente sem terem além disto conta nem peso, nem medida.” (Pero de Magalhães Gandavo – cronista português do séc. XVI. História da Província de Santa Cruz a que Vulgarmente Chamamos Brasil.) Excerto II “Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. (...) Nas conversas utilizam-se os paulistanos dum linguajar bárbaro e multifário, crasso de feição e impuro no PROF. PEDRO RICCIOPPO vernáculo, mas não deixa de ter o seu sabor e força nas apóstrofes, e também nas vozes do brincar. (...) Mas se de tal desprezível língua se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de Lineu exprimindo-se numa outra linguagem (...), que, com imperecível galhardia, se intitula: língua de Camões!” (Mário de Andrade. Macunaíma, cap. IX — “Carta pras Icamiabas”, 1928). a) O comentário do cronista sobre a língua e a cultura indígena contém uma ironia carregada de preconceito. Ao contrário disso, não há ironia cultural, só lingüística, no que Macunaíma diz da língua portuguesa. b) O cronista colonial observa a ausência de três letras na língua indígena, F, L e R, para concluir daí, sem nenhuma ironia, o estado de desordem em que viviam os aborígines. Também não há ironia no que Macunaíma diz da língua portuguesa. c) A visão do colonizador português, contida no excerto I, é idêntica à do colonizado, expressa no excerto II. Ambos se igualam na compreensão que revelam das diferenças lingüísticas e culturais. d) A ironia do colonizador (excerto I) desmerece a língua e a cultura indígena. A ironia do índio Macunaíma (excerto II) ridiculariza a colonização cultural dos brasileiros, quando escrevem numa suposta “língua de Camões”, latinizada e pomposa, que o próprio Macunaíma parodia em sua carta. e) O texto de Gandavo mostra uma compreensão da cultura indígena incomum para a sua época, ao tratá-la com respeito e seriedade, sem nenhum traço de ironia. O mesmo não se pode dizer do 15. (Ufpe) As feitorias portuguesas no Novo Mundo foram formas de assegurar, aos conquistadores, as terras descobertas. Sobre essas feitorias, é correto afirmar que: a) a feitoria foi uma forma de colonização, empregada por portugueses na África, na Ásia e no Brasil, com pleno êxito para a atividade agrícola. b) as feitorias substituíram as capitanias hereditárias durante o Governo Geral de Mem de Sá, como proposta mais moderna de administração colonial. c) as feitorias foram estabelecimentos fundados por portugueses no litoral das terras conquistadas e serviam para armazenamento de produtos da terra, que deveriam seguir para o mercado europeu. d) tanto as feitorias portuguesas fundadas ao longo do litoral brasileiro quanto as fundadas nas Índias tinham idêntico caráter: a presença do Estado português e a ausência de interesses de particulares. PROF. PEDRO RICCIOPPO e) o êxito das feitorias afastou a presença de corsários franceses e estimulou a criação das capitanias hereditárias. 16. (Ufrrj) "Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo dagora assim os achávamos como os de lá. (As) águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute (isso) bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!" ("Carta de Pero Vaz Caminha ao Rei de Portugal" em 1°/5/1500.) Seguindo a evidente preocupação de descrever ao Rei de Portugal tudo o que fora observado durante a curta estadia na terra denominada de Vera Cruz, o escrivão da frota cabralina menciona, na citada carta, possibilidades oferecidas pela terra recém-conhecida aos portugueses. Dentre essas possibilidades estão a) a extração de metais e pedras preciosas no interior do território, área não explorada então pelos portugueses. b) a pesca e a caça pela qualidade das águas e terras onde aportaram os navios portugueses. c) a extração de pau-brasil e a pecuária, de grande valor econômico naquela virada de século. d) a conversão dos indígenas ao catolicismo e a utilização da nova terra como escala nas viagens ao Oriente. e) a conquista de Calicute a partir das terras brasileiras e a cura de doenças pelos bons ares aqui encontrados. 17. (GUIADOESTUDANTE/SIMULADO/2009) Leia os fragmentos abaixo: – a terra entre o povo Maxakali (vale do Mucuri, nordeste mineiro) “Antigamente os Maxakali mudavam muito. Por que os Maxakali mudavam muito? Há muito tempo atrás tinha muita terra. A terra Maxakali era muito grande e os Maxakali viviam mudando de um lugar para outro. Os poucos antepassados que ainda existiam vieram de uma parte e de outra e se encontraram aqui (...). Enquanto os Maxakali estavam aqui, com as terras grandes para eles, vieram os fazendeiros, tomaram as terras e dividiram-nas entre si.(...)”. Fonte: Maxakali Mônâyxop `Ãgtux Yõg Tappet. O Livro que Conta Histórias de Antigamente. PROF. PEDRO RICCIOPPOMEC, Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. Projeto Nordeste/ PNUD, 1998. p.71. Trad. Rafael Maxakali – a terra entre o povo Munduruku (Amazonas, Mato Grosso e Pará) “(...) A preocupação com a preservação da natureza tem feito com que muitos povos se organizem para defender seus direitos garantidos pela Constituição Federal, aprovada em 1988. Essas organizações indígenas sabem que a terra é sagrada e tudo o que for feito a ela hoje atingirá, mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas do planeta." Fonte: MUNDURUKU, Daniel. Coisas de Índio – versão infantil. São Paulo, Callis Editora, 2003. p.51-2 Entres os povos indígenas mencionados prevalecem as concepções de: a) valorização da propriedade coletiva da terra e vínculo com a ancestralidade. b) valorização da posse privada da terra e negação das tradições herdadas dos antepassados. c) valorização da posse coletiva da terra e negação de vínculos com a ancestralidade. d) valorização da posse privada da terra e negação dos valores ligados ao mundo espiritual. e) valorização da posse coletiva da terra com desrespeito à natureza entendida como bem mercantil. 18. A descoberta de novas terras por navegadores portugueses e espanhóis alimentou a imaginação dos europeus e fomentou uma visão paradisíaca do Novo Mundo. Com respeito a essa “visão do paraíso” nos trópicos, é correto afirmar: a) Os europeus esperavam encontrar monstros e outras entidades mitológicas, o que se confirmou na presença de animais pré-históricos e seres humanos estranhos. b) Os temores com relação ao inesperado levaram muitas vezes os europeus a demonstrar uma violência desumana contra os nativos do chamado Novo Mundo. c) As descrições dos novos territórios, com suas florestas exuberantes e seus pássaros exóticos, vinham confirmar as expectativas de descoberta do Paraíso na Terra. d) O encontro com seres de uma nova cultura, em um ambiente natural diferente, criou um clima propício ao entendimento mútuo e ao respeito pela vida humana, como era pregado pelos religiosos europeus. e) Os primeiros colonizadores europeus ficaram maravilhados com a cultura indígena a ponto de sofrerem influência direta dos valores nativos. 19. Pero Vaz de Caminha, em sua carta ao rei D. Manoel, ressaltava que a salvação dos índios era a mais imediata contribuição à terra. Algumas décadas PROF. PEDRO RICCIOPPO depois, o ensino colonial desenvolvia- se fortemente influenciado pela cultura religiosa do colonizador. Sobre os primeiros educadores da fase colonial, é correto afirmar que eles: a) Conseguiram dissociar a evangelização do processo colonizador luso-brasileiro. b) Permaneceram alheios ou indiferentes aos abusos praticados pelos senhores de escravos. c) Presos às ideias etnocêntricas europeias, ignoraram as línguas indígenas. d) Pretenderam espalhar a fé, tomando novos súditos tementes a Deus e obedientes ao rei. e) Tinham por objetivo promover à Igreja Católica, mantendo intacta a cultura indígena. 20. Sobre a organização econômica, social e política das comunidades indígenas brasileiras, no período inicial da conquista do território pelos portugueses, é correto afirmar: I. Os nativos viviam em regime de comunidade primitiva, em que a terra era de propriedade privada dos casais e os instrumentos de trabalho eram de propriedade coletiva. II. A divisão das tarefas era por sexo e por idade; as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, plantavam e colhiam; os homens participavam de atividades guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da floresta para fazer a lavoura. III. A sociedade era organizada em classes sociais, sendo o excedente da produção controlado pelos chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição dos bens entre os indígenas. IV. Os indígenas brasileiros não praticavam o comércio pois tudo que produziam destinava-se à subsistência, realizando apenas trocas rituais de presentes. Está(ão) correta(s) a) apenas I e II. b) apenas I e III. c) apenas III. d) apenas IV. e) apenas II e IV. 21) (UEPG/PR) "O trono real não é trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor." Sobre estas idéias de Jacques Bossuet, que inspiraram as monarquias absolutistas, assinale o que for correto: 1 - O poderio e o esplendor dos monarcas absolutistas constituíam-se em obstáculos às navegações ultramarinas e ao comércio com o Oriente. 2 - Os Estados Absolutistas procuravam identificar Nação e Coroa. 4 - Parte significativa da nobreza apoiou a centralização monárquica, pois objetivava, entre outras, a PROF. PEDRO RICCIOPPO organização de um exército nacional, capaz de impedir as rebeliões dos camponeses. 8 - Maquiavel foi um dos autores que buscou legitimar o poder real, afirmando que a obrigação suprema do monarca é manter o poder e a segurança do país que governa. 16 - Procuravam legitimar o direito divino dos reis. SOMATÓRIA (_____) 22) (PUC-MG) Na Península Ibérica, o Absolutismo Monárquico, forma política predominante do Antigo Regime, tem relação com as seguintes instituições, exceto: A - Parlamento Bicameral. B - Mercantilismo. C - Colonialismo. D - Igreja. 23) (UESC/BA) Entre os séculos XV e XVIII, tomou forma na Europa um novo complexo de traços culturais. Tanto a forma quanto o conteúdo da vida urbana, em conseqüência, foram radicalmente alterados. O novo padrão de existência brotava de uma nova economia, (...) de uma nova estrutura política (...). (Munford, p. 376) A "nova economia" e a "nova estrutura política" citadas no texto referem-se, respectivamente: A - à servidão e aos Estados Teocráticos; B - ao artesanato e às Cartas de Franquia; C - ao capitalismo industrial e ao feudalismo; D - ao mercantilismo e aos Estados Nacionais; E - ao escravismo e ao governo das cidades-estado. 24) (UFES) "A longa crise da economia e da sociedade européias durante os séculos XIV e XV marcou as dificuldades e dos limites do modo de produção feudal no último período da Idade Média. Qual foi o resultado político final das convulsões continentais da época? No curso do século XVI, o Estado Absolutista emergiu no Ocidente." (ANDRESON, P. Linguagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985: 15.) Acerca das características do Estado Absolutista, não se pode afirmar que: A - se constituía como um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado que, ao manter submissas as massas camponesas, perpetuava o controle político exercido pela nobreza sobre a sociedade; B - se organizou a partir do incremento da autoridade pública e da crescente centralização administrativa, acontecimentos corporificados no poder absoluto do monarca cuja PROF. PEDRO RICCIOPPO fundamentação jurídica provinha do Direito Romano; C - empreendeu a retomada dos princípios tomistas vigentes no século XII, segundo os quais toda e qualquer autoridade terrena deveria submeter- se á Santa Sé, razão pela qual os soberanos absolutistas faziam contar o seu tempo de reinado a partir da sua sagração em Roma; D - procurou superar os particularismos regionais e promover a integração do reino, o que significou a extensão do poder régio sobre territórios controlados de modo autônomo pelos senhores feudais, passando os monarcas absolutistas a revestir novos e extraordinários poderes diante da nobreza; E - se empenhava em fortalecer a sua posição diante dos outros estados rivais por intermédio da exportação de mercadorias, da proibição de exportação de ouro e prata e do controle monárquico sobre a produção manufatureira e o comércio, princípios que integravam a assim denominada "Doutrina Mercantilista". 25)(UFRJ) O Absolutismo monárquico manifestou-se de formas variadas, entre os séculos XVI e XVIII na Europa, através de um conjunto de práticas e doutrinas político-econômicas que fundamentavam a atuação do Estado Nacional Absoluto. Dentre essas práticas e doutrinas, identificamos corretamente a: A - condenação da doutrina política medieval que justificava a autoridade monárquica absoluta através do Direito Divino dos Reis; B - concentração dos poderes de governo e da autoridade política na pessoa do rei identificado com o Estado; C - promoção política das burguesias nacionais, principais empreendedores mercantis da expansão econômica e geográfica do Estado Moderno Absoluto; D - adoção de práticas capitalistas e liberais como fundamento da organização econômica dos Impérios coloniais controlados pelas Monarquias europeias; E - rejeição dos princípios mercantilistas: dirigismo econômico e protecionismo alfandegário. 26) (UFPA) Relativamente à história do absolutismo monárquico na Inglaterra, é possível sustentar que: A - a revolução que derrubou o governo de Jaime II, da Dinastia Stuart, não assinalou apenas o fim do regime absolutista inglês, mas, igualmente, o triunfo da burguesia e do Parlamento sobre a Coroa britânica. B - o regime absolutista instala-se na Inglaterra em conseqüência das guerras de religião, já que somente dispondo de um governo centralizado e autoritário é que Henrique VIII poderia implantar o protestantismo no país. C - o estabelecimento do regime PROF. PEDRO RICCIOPPO absolutista na Inglaterra foi prejudicial aos interesses do país, posto que a burguesia britânica, privada da liberdade política, emigrou em massa para a França e para a Holanda. D - o fim do regime absolutista inglês ocorre com a revolução comandada por Oliver Comwell, oportunidade em que as forças parlamentares sob a sua chefia depõem Carlos I e encerram o ciclo dos governos autoritários dos Tudor. E - comparados a outros governos absolutistas europeus, os ingleses foram mais tolerantes e maleáveis. Veja-se, por exemplo, que durante o reinado dos Stuart a liberdade de religião sempre foi respeitada na Inglaterra. 27) (UPE) O Mercantilismo serviu de base para a exploração econômica das colônias e a expansão da dominação européia. O Mercantilismo defendia a: A - livre exportação de produtos, evitando taxações. B - mesma lógica econômica do feudalismo francês. C - exploração agrícola, apenas, nas colônias da América. D - prevalência das exportações sobre as importações. E - existência de uma ágil descentralização econômica. 28) (UFGD/MS) O chamado Antigo Regime, que existiu em muitos países europeus ao longo da Idade Moderna, compreende um conjunto de características econômicas, sociais, políticas e culturais. Dentre essas características, é CORRETO incluir: A - na economia, o predomínio de relações capitalistas; e, na política, a hegemonia das ideias liberais. B - na sociedade, uma hierarquia determinada não pelo nascimento mas pelas riquezas que o indivíduo conseguisse acumular; e, na economia, as práticas monopolistas. C - na política, o predomínio de monarquias absolutistas; e, na economia, o intervencionismo estatal (mercantilismo). D - na economia, a generalização do princípio do laissez-faire; e, na sociedade, uma hierarquia constituída segundo critérios de estamentos e ordens. E - na cultura, o predomínio do pensamento racional e científico; e na religião o enfraquecimento da influência das igrejas protestantes. 29) (UFMS) Metalismo ou Bulionismo, Comercialismo, Colbertismo e Companhias Comerciais Privilegiadas são termos que se referem a práticas econômicas do: A - capitalismo industrial; B - capitalismo monopolista; PROF. PEDRO RICCIOPPO C - liberalismo econômico; D - mercantilismo; E - neoliberalismo. 30) (Fuvest 2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura ... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979, p. 105. Adaptado. Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa, a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis. b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores. c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto que outros os consideravam uma “mercadoria”. d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas. e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização. 31) (Fgv 2012) Analise o gráfico abaixo: PROF. PEDRO RICCIOPPO O tráfico negreiro foi um dos mais importantes elementos do domínio colonial entre os séculos XVI e XVIII. A mão de obra escrava proveniente da África foi empregada nas principais atividades desenvolvidas nas colônias americanas, por iniciativa dos Estados europeus. Considerando os dados fornecidos pelo gráfico, é possível afirmar sobre a economia colonial nesse período: a) A utilização de escravos africanos na América espanhola cresceu em escala progressiva e acompanhou o aumento da extração de prata e ouro até o final do século XVIII. b) A introdução de escravos africanos nas Antilhas Francesas está associada à produção canavieira desenvolvida por holandeses após a sua expulsão de Pernambuco na metade do século XVII. c) Os governantes ingleses impediram o tráfico de escravos em suas colônias e estimularam, em contrapartida, o desenvolvimento do povoamento europeu nos territórios americanos sob o seu controle. d) A utilização de escravos africanos no Brasil ocorreu, apenas, com a descoberta de ouro e pedras preciosas na região das Minas Gerais, no século XVIII. e) O número de escravos africanos trazido ao Brasil foi sempre superior ao volume de escravos destinados às demais áreas coloniais referidas no gráfico. 32)(Unesp 2012) Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregava a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. (...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. (Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.) Ao caracterizar a escravidão na África e a venda de escravos por africanos para europeus nos séculos XVI a XIX, o texto a) reconhece que a escravidão era uma PROF. PEDRO RICCIOPPO instituição presente em todo o planeta e que a diferenciação entre homens livres e homens escravos era definida pelas características raciais dos indivíduos. b) critica a interferência europeia nas disputas internas do continente africano e demonstra a rejeição do comércio escravagista pelos líderes dos reinos e aldeias então existentes na África. c) diferencia a escravidão que havia na África da que existia na Europa ou nas colônias americanas, a partir da constatação da heterogeneidade do continente africano e dos povos que lá viviam. d) afirma que a presença europeia na África e na América provocou profundas mudanças nas relações entre os povos nativos desses continentes e permitiu maior integração e colaboração interna. e) considera que os únicos responsáveis pela escravização de africanos foram os próprios africanos, que aproveitaram as disputas tribais para obter ganhos financeiros. 33) (Unesp 2012) Leia o texto a seguir. Nas primeiras três décadas que se seguiram à passagem da armada de Cabral, além das precárias guarnições das feitorias [...], apenas alguns náufragos [...] e “lançados” atestavam a soberania do rei de Portugal no litoral americano do Atlântico Sul. (Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.) Os lançados citados no texto eram a) funcionários que recebiam, da Coroa, a atribuição oficial de gerenciar a exploração comercial do pau-brasil e das especiarias encontradas na colônia portuguesa. b) militares portugueses encarregados da proteção armada do litoral brasileiro, para impedir o atracamento de navios de outros países, interessados nas riquezas naturais da colônia. c) comerciantes portugueses encarregados do tráfico de escravos, que atuavam no litoral atlântico da África e do Brasil e asseguravam o suprimento de mão de obra para as colônias portuguesas. d) donatários das primeiras capitanias hereditárias, que assumiram formalmente a posse das novas terras coloniais na América e implantaram as primeiras lavouras para o cultivo da cana-de-açúcar. e) súditos portugueses enviados para o litoral do Brasil ou para a costa da África, geralmente como degredados, que acabaram por se tornar precursores da colonização. 34) (Unicamp simulado 2011) Os ventos e as correntes marítimas constituíam um entrave considerável ao tráfico de escravos índios pela costa do Atlântico Sul. Ao contrário, nas travessias entre Brasil e Angola, zarpava-se com facilidade de Pernambuco, da Bahia e PROF. PEDRO RICCIOPPO do Rio de Janeiro, até Luanda ou a Costa da Mina. (Adaptado de Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul (séculos XVI e XVII). São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 61-63.) Podemos relacionar as condições geográficas brasileiras ao sistema de exploração colonial na medida em que a) a dificuldade de fazer o tráfico de escravos índios do norte para o sul da colônia pela navegação litorânea levou os habitantes do sul a penetrarem o interior por terra, a fim de buscar uma outra via para a captura de nativos. b) a facilidade da travessia entre Brasil e Angola levou ao desenvolvimento do tráfico de escravos africanos, forma encontrada pelas capitanias do sul da colônia para compensar a falta de escravos índios para suas lavouras de café. c) o tráfico de escravos índios do norte para o sul era feito parcialmente por terra, expandindo o território além da linha de Tordesilhas, o que levou ao povoamento e desenvolvimento do interior da colônia em detrimento do litoral. d) a dificuldade da navegação litorânea para o tráfico de escravos índios e o alto custo da navegação atlântica para o tráfico de escravos africanos fizeram com que a lavoura paulista se desenvolvesse com a mão de obra livre. 35). (Unesp 2010) Sobre o emprego da mão de obra escrava no Brasil colonial, é possível afirmar que a) apenas africanos foram escravizados, porque a Igreja Católica impedia a escravização dos índios. b) as chamadas “guerras justas” dos portugueses contra tribos rebeldes legitimavam a escravização de índios. c) interesses ligados ao tráfico negreiro controlado pelos holandeses forçavam a escravização do africano. d) os engenhos de açúcar do Nordeste brasileiro empregavam exclusivamente indígenas escravizados. e) apenas indígenas eram escravizados nas áreas em que a pecuária e o extrativismo predominavam. 36) (Ufc 2010) Por aproximadamente três séculos, as relações de produção escravistas predominaram no Brasil, em especial nas áreas de plantation e de mineração. Sobre este sistema escravista, é correto afirmar que: a) impediu as negociações entre escravos e senhores, daí o grande número de fugas. b) favoreceu ao longo dos anos a acumulação de capital em razão do tráfico negreiro c) possibilitou a cristianização dos escravos, fazendo desaparecer as culturas africanas. d) foi combatido por inúmeras revoltas escravas, como a dos Malês e a do Contestado. e) foi alimentado pelo fluxo contínuo de mão de obra africana até o PROF. PEDRO RICCIOPPO momento de sua extinção em 1822. 37) (Pucrs 2010) Entre 1500 e 1530, os interesses da coroa portuguesa, no Brasil, focavam o pau-brasil, madeira abundante na Mata Atlântica e existente em quase todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro. A extração era feita de maneira predatória e assistemática, com o objetivo de abastecer o mercado europeu, especialmente as manufaturas de tecido, pois a tinta avermelhada da seiva dessa madeira era utilizada para tingir tecidos. A aquisição dessa matéria-prima brasileira era feita por meio da a) exploração escravocrata dos europeus em relação aos índios brasileiros. b) criação de núcleos povoadores, com utilização de trabalho servil. c) utilização de escravos africanos, que trabalhavam nas feitorias. d) exploração da mão de obra livre dos imigrantes portugueses, franceses e holandeses. e) exploração do trabalho indígena, no estabelecimento de uma relação de troca, o conhecido escambo. 38) (Fgv 2009) "O primeiro grupo social utilizado pelos portugueses como escravo foi o das comunidades indígenas encontradas no Brasil. A lógica era simples: os índios estavam localizados junto ao litoral, e o custo inicial era pequeno, se comparado ao trabalhador originário de Portugal. (...) No entanto, rapidamente ocorreu um declínio no emprego do trabalhador indígena." (Rubim Santos Leão de Aquino et alii, "Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais") O declínio a que o texto se refere e o avanço da exploração do trabalhador escravo africano podem ser explicados:a) pelo prejuízo que a escravização indígena gerava para os senhores de engenho que tinham a obrigação da catequese; pela impossibilidade de a Coroa portuguesa cobrar tributos nos negócios envolvendo os nativos da colônia; pela presença de uma pequena comunidade indígena nas regiões produtoras de açúcar. b) pela forte oposição dos jesuítas à escravização indiscriminada dos índios; pelo lucro da Coroa portuguesa e dos traficantes com o comércio de africanos; pela necessidade de fornecimento regular de mão de obra para a atividade açucareira, em franca expansão na passagem do século XVI ao XVII. c) pela imposição de escravos do norte da África, por parte dos grandes traficantes holandeses; pela determinação da Igreja católica em proibir a escravização indígena em todo Império colonial português; pelo custo menor do escravo de algumas regiões da África, como Angola e Guiné. d) pelos preceitos das Ordenações Filipinas, que indicavam o caminho da catequese e não o do trabalho para os nativos americanos; pelo PROF. PEDRO RICCIOPPO desconhecimento, por parte dos índios brasileiros, de uma economia de mercado; pelos acordos entre o colonizador português e parte das lideranças indígenas. e) pela extrema fragilidade física dos povos indígenas encontrados nas terras portuguesas na América; pelos preceitos religiosos da Contra-Reforma, que não aceitavam a escravização de povos primitivos; pela impossibilidade de encontrar e capturar índios no interior do espaço colonial. 39. (Ufpa 2008) Sobre os padres jesuítas, a Lei de 28 de abril de 1688 determinava o seguinte: "serão obrigados a fazer os resgates não só nas missões ordinárias e suas residências, mas para este efeito entrarão todos os anos em diversos tempos pelos sertões com a gente que entenderem necessária e cabos de escolta a sua satisfação, que uma e outra coisa lhe mandara dar prontamente nas ditas ocasiões o meu governador e capitão-general". "Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro", v. 66 (1948), p. 98. Essa Lei atribuía aos jesuítas a prática dos resgates, os quais consistiam em a) guerras contra os índios e a libertação de prisioneiros portugueses feitos por eles. b) lutas contra os muitos quilombos de africanos fugidos e o resgate desses escravos para devolução aos seus senhores. c) guerras contra os estrangeiros que invadiam os territórios da Amazônia portuguesa para escravizar os índios, e transformá-los em mão de obra nas propriedades agrícolas. d) expedições em direção ao sertão para a compra de prisioneiros índios cativados nas guerras entre as próprias nações indígenas, os quais eram considerados escravos pelos portugueses. e) capturas de índios do sertão pelos colonizadores, para a formação de núcleos próximos às grandes cidades a fim de evitar a formação de quilombos. PROF. PEDRO RICCIOPPO Gabarito: 1) C 2) D 3) C 4) 1. Aliança rei; - burguesia; 2. Reformas Religiosas; 3. Elementos Culturais 5) Criação de um Exército Nacional; Controle do Legislativo; Controle sobre a Justiça; Controle sobre as Finanças e Burocracia Estatal. 6) E 7) B 8) C 9) 10.E 11.D 12.D 13.E 14.D 15.C 16.D 17.A 18.B 19.D 20.E 21) 30 22) A 23) D 24) C 25) B 26) A 27) D 28) C 29) D 30) e 32)c 33)e 34)a 35) b 36)b 37)e 38)b 39)d
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