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Rêgo de Oliveira_Sílvia Helena_Telhado verde uma possibilidade sustentável (1)

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SILVIA HELENA RÊGO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
TELHADO VERDE: UMA POSSIBILIDADE SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
 2019 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
Sílvia Helena Rêgo de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Telhado Verde: Uma possibilidade Sustentável 
 
Trabalho de Conclusão de Curso na 
modalidade Monografia, submetido ao 
Departamento de Engenharia Civil da 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
como parte dos requisitos necessários para 
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia 
Civil. 
 
Orientador: Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro 
da Camara de Queiroz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL - RN 
 2019 
 
 
 
 
 
 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN 
Sistema de Bibliotecas - SISBI 
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede 
 
Oliveira, Sílvia Helena Rêgo de. 
 Telhado verde: uma possibilidade sustentável / Sílvia Helena 
Rêgo de Oliveira. - 2019. 
 66f.: il. 
 
 Monografia (Graduação)-Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal, 
2019. 
 Orientador: Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de 
Queiroz. 
 
 
 1. Telhado Verde - Monografia. 2. Sustentabilidade - 
Monografia. 3. Clima Urbano - Monografia. I. Queiroz, Luiz 
Alessandro Pinheiro da Câmara de. II. Título. 
 
RN/UF/BCZM CDU 624:504 
 
 
 
 
 
Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429 
 
 
 
 
Sílvia Helena Rêgo de Oliveira 
 
Telhado Verde: Uma possibilidade Sustentável 
 
Trabalho de conclusão de curso na modalidade 
Monografia, submetido ao Departamento de 
Engenharia Civil da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte como parte dos 
requisitos necessários para obtenção do título 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
 
 
Aprovado em dia . 
 
 
 
 Prof. Dr Luiz Alessandro Pinheiro da Camara de Queiroz - Orientador 
 
 
 
 
 
Prof. Dr Marcos Lacerda Almeida – Examinador Interno 
 
 
 
Prof.ª Drª Jozilene de Souza – Examinadora Externa 
 
 
Natal-RN 
 
 
 2019 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos que divido minha casa, minha vida e meus sonhos. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Devo à minha mãe e às madrugadas que a vi estudando me estímulou para tentar ser 
melhor nas manhãs seguintes. Aprendi com ela que, assim como a ternura e o exemplo, bons 
trabalhos se constroem de parte por parte. Agradeço a Deus pelos meus caminhos e pelas 
pessoas que colocou neles como atalhos e amortecedores. Ao meu irmão pela compreensão e 
temperamento que ainda mais que acalentam, ensinam. Aos meus educadores, que me 
estimularam a entender os fatos e não apenas a decorá-los. Por fim, aos meus parentes e 
amigos que, simultaneamente, suavizaram minha jornada e fortaleceram meus passos em 
busca de melhores versões deste trabalho e de mim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O telhado verde pode ser definido como uma estrutura que permite suportar vegetação sobre a 
cobertura de uma edificação. Trata-se de uma técnica construtiva que vêm ganhando 
visibilidade em diferentes frentes de estudo. Ao longo da história da arquitetura, o telhado 
verde vem sendo utilizado com motivações distintas: à principio com uma decisão estética e 
recreativa até, mais recentemente, como uma alternativa ecológica e sustentável. A relação de 
benefícios abarca aspectos como a amenização das ilhas de calor e a captação e drenagem de 
águas pluviais. Mesmo com um espaço cada vez maior nos estudos teóricos, a técnica ainda 
encontra entraves para sua expansão prática. Desta forma, esse trabalho realizou uma revisão 
bibliográfica que reúna o posicionamento histórico, alguns benefícios, técnicas de aplicação e 
discuta os principais entraves. 
Palavras chave: Telhado verde, Sustentabilidade, Clima Urbano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The green roof is a structure that allows to support vegetation on the roof of a building. It is a 
constructive technique that has gained visibility on different fronts of study. Throughout the 
history of architecture, the green roof has been used with distinct motivations: initially with an 
aesthetic and recreational decision until, more recently, as an ecological and sustainable 
alternative. The benefits relation covers aspects such as the mitigation of heat islands and the 
abstraction and drainage of rainwater., the ability to mitigate floods places the technique as a 
possible political instrument. Even with an increasing space in theoretical studies, the 
technique still finds obstacles for its practical expansion. In this way, this work intends to 
carry out a bibliographical review that brings together the historical positioning, some 
benefits, application techniques and discusses the main obstacles. 
Keywords: Green roof, Sustainability, Urban Climate. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 – Distribuição do Consumo de Energia....................................................................19 
Figura 02 – Jardins da Babilônia...............................................................................................20 
Figura 03 – Torre Guinigi.........................................................................................................21 
Figura 04 - Palácio Gustavo Capanema....................................................................................22 
Figura 05 – Telhado Verde Intensivo na Fundação Acros........................................................26 
Figura 06 - Telhado verde Semi-intensivo em Chicago............................................................27 
Figura 07 – Telhado Verde Extensivo......................................................................................28 
Figura 08 - Inclinações adotadas para coberturas verdes extensivas entre 0° e 40°.................29 
 Figura 09 - Biesbosch Museum, National Park De Biesbosch, the Netherlands.................29 
Figura 10 – Telhado Verde Laminar.........................................................................................30 
Figura 11 – Telhado Verde Modular........................................................................................30 
Figura 12 –Estrutura do Telhado Verde Hidromodular...........................................................31 
Figura 13 – Estrutura do Telhado Verde Laminar Alto............................................................33 
Figura 14 - Estrutura do Telhado Verde Laminar Médio.........................................................34 
Figura 15 - Telhado Verde Laminar Médio..............................................................................34 
Figura 16 - Estrutura do Telhado Verde Alveolar Grelhado.....................................................36 
Figura 17 - Telhado Verde Alveolar Grelhado.........................................................................36 
Figura 18 – Esquema comparativo de Ciclo de água................................................................38 
Figura 19 – Esquema para Telhado Verde Laminar Alto.........................................................39 
Figura 20 – Sistema de Armazenamento de água.....................................................................40 
Figura 21 – Telhado Verde com Cascalhos..............................................................................41 
Figura 22 – Comparação de Transferência de Calor em Cobertura verde e de laje................43 
Figura 23 – Telhadoverde com casa de passarinho..................................................................44 
Figura 24 – Gráfico de Ponto de Compensação de Telhado Verde..........................................53 
Figura 25 – Impacto da lei de Telhado Verde em Chicago.......................................................56 
Figura 26 – Edifício Conde Matarazzo.....................................................................................57 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01 – Avanço da população urbana no Brasil e no mundo...........................................23 
Tabela 02 – Orçamento impermeabilização.............................................................................51 
Tabela 03 – Preço dos telhados considerando área de projeção da cobertura.........................52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 01 –Tipos de telhado verde..........................................................................................24 
Quadro 02 – Especificidades de vegetações............................................................................48 
Quadro 03 – Materiais para telhado verde alveolar leve..........................................................50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SIMBOLOGIA 
 
SÍMBOLO SIGNIFICADO 
C Coeficiente de Run Off 
Qx Quantidade de Calor 
L Espessura 
A Superfície de Área 
ΔT Diferença de temperatura 
k Coeficiente de Condutividade Térmica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................13 
1.1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................15 
1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................16 
1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................16 
1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................16 
1.3 METODOLOGIA............................................................................................17 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................18 
2.1 HISTÓRICO.....................................................................................................20 
2.2 CONCEITO......................................................................................................24 
2.3 CLASSIFICAÇÕES.........................................................................................25 
2.3.1 Quanto ao tipo de vegetação.......................................................................25 
2.3.1.1 Sistema Intensivo..................................................................................25 
2.3.1.2 Sistema Semi-Intensivo.........................................................................26 
2.3.1.3 Sistema Extensivo.................................................................................27 
2.3.2 Quanto à Declividade..................................................................................28 
2.3.3 Quanto ao Sistema.......................................................................................30 
2.3.3.1 Telhado Verde Hidromodular...............................................................26 
2.3.3.2 Telhado Verde Laminar Alto................................................................27 
2.3.3.3 Telhado Verde Laminar Médio.............................................................33 
2.3.3.4 Telhado Verde Alveolar Leve...............................................................35 
2.3.3.5 Sistema Modular Alveolar Grelhado....................................................36 
2.4 BENEFÍCIOS...................................................................................................38 
2.4.1 Redução do Pico de Escoamento................................................................38 
2.4.2 Retenção das Águas Pluviais......................................................................39 
2.4.3 Proteção Contra Incêndios..........................................................................41 
2.4.4 Proteção Acústica........................................................................................42 
2.4.5 Transferência de Calor................................................................................42 
2.4.6 Devolve a Biodiversidade à cidade.............................................................43 
2.5 CAMADAS.......................................................................................................45 
2.5.1 Impermeabilização e Camada anti-raiz.......................................................45 
2.5.2 Drenagem....................................................................................................45 
2.5.3 Substrato......................................................................................................36 
2.5.4 Vegetação....................................................................................................47 
2.6 CUSTO..............................................................................................................50 
2.7 INCENTIVOS NA LEGISLAÇÃO DO BRASIL............................................54 
2.8 CASOS-EXEMPLO..........................................................................................55 
2.8.1 Toronto........................................................................................................55 
2.8.2 São Paulo.....................................................................................................57 
2.8.3 João Pessoa..................................................................................................57 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................58 
 
4. REFERÊNCIAS...........................................................................................................60
13 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As preocupações com o meio ambiente vêm estimulando discussões em busca de uma 
engenharia mais sustentável, o que provoca o aumento da necessidade de estudos de práticas e 
materiais construtivos que conduzam a alternativas sustentáveis. Em razão do crescimento 
populacional e consequente urbanização, as construções e pavimentações descontroladas 
reduziram o volume de área verde. 
Ecossistemas são estruturas que apresentam variadas capacidades de absorção dos 
danos causados pelas atividades do ser humano. Tais danos podem ser classificados como 
perturbação quando o local afetado consegue voltar ao seu estado anterior (ex.: retirada e 
plantio de árvores) ou como degradação quando o local não apresenta condições de retorno 
ao seu estado anterior, como poluição de mananciais ou da atmosfera (POLETO, 2010). 
Nesse último caso deve-se considerar que as áreas degradadas, por fruto de ação antrópica, só 
retornarão a uma condição estável após uma intervenção ativa de recuperação. 
Nesse contexto, pode-se classificar a construção civil como uma atividade 
degradadora. Segundo dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, 
2017, a construção civil consome cerca de 20% a 50% de todos os recursos naturais. Este 
dado confere ao setor a posição de maior consumidor individual de recursos naturais 
disponíveis. Como destacado anteriormente, para o retorno da estabilidade, a degradação 
antrópica precisa de intervenção ativa e, nessa conjuntura, se desenvolve a necessidade de um 
olhar mais crítico e inovador sobre a forma de construir.Buscando esse aperfeiçoamento, também deve-se pensar no alcance da redução do 
consumo de energia no controle das condições ambientais em edifícios e para tanto, 
compreender que as soluções de arquitetura e de engenharia dos sistemas estão juntas na 
concepção de um projeto que possa ser chamado de integrado (BODE, 2015). Pensando em 
novas alternativas que unam esse projeto a pilares como a motivação ambiental e a 
viabilidade econômica, o presente trabalho pretende discutir a técnica de telhado verde. 
Uma das soluções ecológicas discutidas é o uso de telhado verde – a cobertura 
consiste, brevemente, em um substrato leve e uma vegetação apropriada plantada sobre uma 
base impermeável (WILLES, 2014). Embasado nessa problemática, o trabalho foi orientado 
14 
 
com base no estudo de telhado verde como agente amenizador do aumento de temperatura nos 
centros urbanos, captador de água pluvial e demais benefícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1.1 Justificativa 
 
Em um contexto de preocupação com questões climáticas e ambientais, a adoção de 
técnicas construtivas que contribuam com uma forma mais sustentável de construção civil 
justifica o aprofundamento dos estudos sobre a adoção de telhados verdes como opção capaz 
de atenuar temperaturas ao nível urbano e no interior das edificações, servir como filtro 
biológico, reduzir a poluição do ar e contribuir para o sistema de drenagem urbana. 
Somada às motivações ambientais, o telhado verde pode trazer viabilidade financeira, 
justificando-se assim também do ponto de vista econômico. Em virtude de funcionar como 
um amenizador da temperatura, promovendo conforto térmico e diminuindo a necessidade de 
meios de resfriamento artificiais, como por exemplo, ar condicionado (REIS E SILVA, 2014). 
Apesar de todas as vantagens citadas, a técnica ainda é pouco utilizada e estudada no 
Brasil. Devido ao clima tropical úmido, predominante em grande parte do território nacional, 
tanto do ponto de vista de adaptação das espécies vegetais quanto da necessidade de redução 
do calor e do consumo de energia para climatização. 
Justifica-se o presente estudo como forma de registrar o estágio atual das pesquisas 
sobre a técnica citada, ampliando-se o entendimento sobre legislações municipais, custos e 
casos-exemplos que podem incentivar a adoção do telhado verde como opção de cobertura 
para edificações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo geral: 
 
Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento do referencial a respeito dos 
tipos, exemplos e métodos para aplicação de telhado verde. 
 
1.2.2 Objetivos específicos: 
 
 - Apresentar diferentes tipos de telhado verde aplicado em edificações e suas 
especificações; 
 - Resumir os benefícios ambientais e viabilidade financeira em uma estrutura de 
telhado verde; 
- Discutir políticas de incentivo já utilizadas para aplicação de telhado verde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
1.3 Metodologia 
 
Este trabalho tem caráter exploratório e informativo, através da pesquisa realizada em 
literatura clássica, teses, dissertações e outros trabalhos científicos já existentes para a reunião 
de conteúdo que serão apresentados e discutidos. 
O estudo pode ser dividido em etapas maiores principais: 
- Consulta a sites especializados, como Periódico Capes, Google Acadêmico, Portal 
EMBRAPA e bancos de dissertações acadêmicas de outras instituições de ensino. Foram 
utilizadas palavras chave como “telhado verde” e “cobertura vegetal”. 
- Seleção de trabalhos que afinavam mais com os objetivos e pontos nevrálgicos 
dentro destes. 
- Segmentação do selecionado em temas recorrentes e expressivos. 
- Consulta de empresas especializadas para suporte a dúvidas técnicas e solicitação de 
orçamentos. 
Por fim, a pesquisa será feita com uma abordagem coerente com a recorrente 
potencialização dos métodos e formas de aplicação de telhado verde, visando uma ótica 
eficiente e crítica sobre a técnica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O telhado verde é um sistema construtivo caracterizado por uma cobertura vegetada 
feita com grama ou plantas, instalado em lajes ou sobre telhados convencionais além de 
camadas de impermeabilização e de drenagem, as quais recebem o solo e a vegetação 
indicada para o projeto. (CORSINI, 2011). 
 Historicamente, o sistema assumiu diferentes papéis na sociedade e em vista de uma 
consciência ecológica, os estudos sobre sua aplicabilidade vêm se voltando pra esse sentido. 
Isto é, a capacidade de absorção e armazenamento de água e o processo de evapotranspiração 
associado ao telhado verde são as características que vêm recebendo notada atenção. 
Em resumo, a habilidade de captação e drenagem da água podem ser designadas como 
instrumentos de reuso de água e gestão de riscos contra alagamento. Já o processo de 
evapotranspiração permite que uma grande quantidade de energia absorvida no solo possa ser 
lançada para o ambiente externo na forma de dissipação de calor latente; justificando a 
atuação como amenizador climático e das ilhas de calor. (FERRAZ, 2012) 
O interesse pelo tema induz a um maior conhecimento sobre as formas de 
aplicabilidade, suas limitações, custos e estratégias diferentes para seu uso. O que virá a ser 
discutido em seguida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Figura 01 – Distribuição do Consumo de Energia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: adaptado de: Edifício Ambiental (2015) e de EPE (2012) e de Perez-Lombard, Ortiz e 
Pout (2008). 
 
20 
 
2.1 Histórico 
 
 Existem relatos do telhado verde em diferentes momentos da história, ora como 
tecnologia estética, ora como solução ecológica. Desde a antiguidade, várias civilizações têm 
aprimorado suas técnicas e métodos em busca de uma convergência entre a economia, as 
necessidades do homem e da natureza. 
 As primeiras utilizações de telhado verde datam por volta de 600 a.C. na antiga 
Mesopotâmia, atual Iraque, e ficou conhecido como “jardins suspensos da Babilônia”. Na 
história, Nabucodonosor os construiu para agradar sua esposa doente que tinha saudades de 
arvores da Pérsia, como ilustrado na figura 02. (BUENO, 2010) 
 Os jardins suspensos, devido a sua beleza e imponência, são considerados hoje uma 
das sete maravilhas do mundo antigo, em época essas construções recebiam por nome 
Zigurates e o mais famoso era o Etemenanki, na Babilônia, que tinha estrondosos 91m de 
altura e uma base de 91x91m (QUINTELLA, 2012) 
 
Figura 02 – Jardins da Babilônia 
 
 
 
São encontrados outros exemplares de telhado verde datados de diversas épocas em 
culturas diferentes e, por vezes, não correlacionadas. Em países frios como Escandinávia, 
Islândia e Rússia, assim como em países de clima quente como a Tanzânia, além de cidades 
como Pompéia e outras cidades importantes do Império Romano e, posteriormente, no 
período renascentista italiano, quando os tetos com vegetação eram comuns na cidade de 
Fonte: Dicas de Arquitetura (209) 
21 
 
Gênova. No período pré-colombiano, essas estruturas também existiam em outros países, 
como no México. (PECK et al, 1999). 
Um período que merece destaque para a construção de telhados verdes é o 
renascimento. Uma amostra disso é a Torre Guinigi, na figura 03, que foi construída na 
segunda metade do século XIV pela família de ricos comerciantes como um símbolo do 
movimento. 
Figura 03 – Torre Guinigi 
 
 
 
No Brasil, o primeiro telhado verde foi implantado no Palácio Gustavo Capanema – 
sendo atualmente a sede do Ministério da Educação – no Rio de Janeiro em 1947, pelo 
arquiteto Lucio Costa, conforme figura 04. (CANERO e REDONDO, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Guia Florença (2019) 
 
22 
 
Figura 04 - Palácio Gustavo Capanema 
 
 
 
Percebe-seque, no Brasil, desde a década de 1990, a utilização do telhado verde está 
se expandindo lentamente. Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os mais 
notórios na aplicação destes sistemas, havendo inclusive, nas capitais destes estados, leis de 
incentivo à construção de coberturas vegetadas. (FERRAZ, 2012). 
Apesar da lenta expansão da ferramenta construtiva no Brasil, nos Estados Unidos já 
é mais familiar, e na Europa já possui uma longa história. Na década de 1960, com as 
crescentes preocupações com a destruição do meio ambiente, renovou se o interesse das 
coberturas verdes e ficou conhecido no Norte da Europa como uma “solução verde”. 
(QUINTELLA, 2012). 
Ao mesmo tempo, uma rápida expansão populacional global junto com a tendência 
urbanística está pressionando cada vez mais as cidades e seus sistemas de suporte à 
população. Dentre as vantagens, as infraestruturas verdes se encainxam no contexto de 
preocupação ambiental quando considera-se suas capacidades em melhorar o efeito da ilha de 
calor urbana, contribuindo positivamente para qualidade de vida e possibilitando a 
sustentabilidade em meios urbanos com densidade elevada. 
A partir da década de 1970, com o aumento da densidade urbana e diminuição das 
áreas verdes, a preocupação com o declínio da qualidade de vida nas cidades renovou o 
Fonte: Faculdade Max (2019) 
 
23 
 
interesse em telhados vegetados. A tabela 01 abaixo mostra em porcentagem a população 
urbana no Brasil e no mundo, elucidando a pratica de novas abordagens construtivas: 
 
Tabela 01 – Avanço da população urbana no Brasil e no mundo 
 
Fonte: adaptado de GARRIDO NETO (2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015
Brasil 55,91 60,79 65,47 69,86 73,92 77,61 81,19 84,23 86,53 88,24
Mundo 36,08 37,21 38,92 40,78 42,62 44,45 46,4 48,63 50,46 52,37
Anos
24 
 
2.2 Conceito 
 
 Telhado verde é uma técnica arquitetural que consiste em aplicar solo e vegetação 
sobre estruturas de cobertura impermeáveis, em diversos tipos de edificações. Telhados 
verdes existem – ou existiram – em regiões diversas, tais como Alemanha, Argentina, 
Tanzânia e Islândia, e em diversas fases históricas (REDA; TANZILLO; COSTA, 2012). 
 Para a IGRA, International Green Roof Association, (2011), os critérios descritos no 
quadro 1 podem ser utilizados para classificar as três formas principais de Telhados Verdes: 
entre extensivos, semi-intensivos e intensivos. 
 
Quadro 01 –Tipos de telhado verde 
 
Fonte: REIS E SILVA, (2014) 
 
 
 
 
 
 
25 
 
2.3 Classificações 
 
O telhado verde pode ser classificado quanto ao tipo de vegetação em sistema 
intensivo, semi-intensivo e extensivo; quanto à declividade ou ainda quanto ao sistema de 
instalação das empresas em telhado verde hidromodular, telhado verde laminar alto, telhado 
verde laminar médio e telhado verde alveolar leve. 
 
2.3.1 Quanto ao tipo de vegetação 
 
 A depender da altura e peso da vegetação sob o telhado verde, este pode ser, 
tradicionalmente, classificado em Sistema Intensivo, Sistema Semi-Intensivo e Sistema 
Extensivo. 
 
2.3.1.1 Sistema Intensivo 
 
O primeiro deles, sistema de telhados intensivos, comportam plantas de maior porte: 
nível médio a grande, em uma estrutura de 15 cm a 40 cm, onde a carga prevista varia entre 
180 kg/m² e 500 kg/m². Resultando em uma maior demanda de água e adubo, e de uma 
camada de substrato maior, no mínimo 30 cm, além de um reforço estrutural que suporte 
maior capacidade de carga. (IGRA, 2012) 
Em contrapeso aos esforços empregados, o telhado verde intensivo pode ter outras 
utilizações. Dependendo da concepção utilizada, podem destinar-se a fins desportivos, 
recreativos, de lazer e culturais; por isso, muitas vezes, são indistinguíveis de jardins naturais 
em sua aparência. (SANTOS et al., 2017) 
 
 
 
 
 
26 
 
Figura 05 – Telhado verde intensivo na fundação Acros 
 
 
 
 
2.3.1.2 Sistema Semi-Intensivo 
 
De acordo com a Associação Internacional de Telhados (IGRA, 2012), as coberturas 
verdes semi-intensivas podem ser classificadas como um meio termo entre as outras 
classificações, intensivas e extensivas, uma espécie de combinação entre elas. Num sistema 
de 12 cm a 25 cm. Pode exercer uma carga de 120 kg/m² a 200 kg/m². Como o peso é maior 
que o das extensivas, necessitam de mais manutenção e os custos são mais elevados, a 
comparação inversa pode ser feita às intensivas. Todavia, permitem que seja feito um 
paisagismo mais elaborado, como na figura 06, em Chicago. 
 
Fonte: Metalica (2019) 
27 
 
Figura 06 - Telhado verde Semi-intensivo em Chicago
 
 
 
2.3.1.3 Sistema Extensivo 
 
Nesse modelo as plantas tem uma configuração de pequeno porte, rasteiras; a altura da 
estrutura, descontada a vegetação, vai de 6 cm a 20 cm. O peso do conjunto fica entre 60 
kg/m² e 150 kg/m². Conforme Perussi (2011), um telhado verde extensivo (TVE) pode ser 
construído em prativamente todos os tipos de coberturas (telhas cerâmicas, de fibrocimento, 
coberturas de aço e lajes). Geralmente esse tipo de telhado é aplicado onde o ambiente será 
visitado ou visto por pessoas, e tem sua beleza espelhada em uma área gramada. 
Deve-se dar prioridade ao uso de vegetação nativa da região, mais adaptada ao clima 
local. No geral, os tipos de vegetação mais usados são os musgos, herbáceas, gramíneas e 
suculentas, dentre estas as do gênero Sedum sp. (PERUSSI, 2017) 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Wendy City Chicago (2019). 
28 
 
Figura 07 – Telhado Verde Extensivo 
 
 
 
 
2.3.2 Quanto à declividade 
 
Segundo Minke (2003), outro parâmetro relevante que caracteriza a escolha do tipo 
de cobertura entre extensiva, semi-intensiva ou intensiva de um projeto de telhado verde é a 
declividade da cobertura. As declividades comumente utilizadas estão no intervalo de 0° a 
40° (0% a 84%), sendo classificadas como coberturas planas quando 0°, coberturas com 
pouca inclinação para inclinações em torno de 3° (5%), coberturas com inclinação 
moderada para 20° (36%) e coberturas muito inclinadas 40° (84%), podendo se observar 
na figura 08 as classificações e um exemplo na figura 09. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
 
29 
 
Figura 08 - Inclinações adotadas para coberturas verdes extensivas entre 0° e 40° 
 
Fonte: Minke (2003). 
 
Figura 09 - Biesbosch Museum, National Park De Biesbosch, the Netherlands 
 
 
 
 
Fonte: Architectural Digest < https://www.architecturaldigest.com/gallery/green-
roof-living-roof-designs> acesso em 23 de abril de 2019 
https://www.architecturaldigest.com/gallery/green-roof-living-roof-designs
https://www.architecturaldigest.com/gallery/green-roof-living-roof-designs
30 
 
2.3.3 Quanto ao Sistema 
 
A instalação do telhado verde pode ser feita através de sistema um laminar, onde os 
componentes das camadas são instalados diretamente no local, ou através de sistemas 
modulares, com bandejas pré-vegetadas que já possuem as camadas formadas (PERUSSI, 
2016). 
Figura 10 – Telhado Verde Laminar 
 
Fonte: PERUSSI (2016). 
 
Figura 11 – Telhado Verde Modular 
 
Fonte: PERUSSI (2016). 
 
31 
 
2.3.3.1 Telhado Verde Hidromodular 
 
Este sistema possui um mecanismo de reserva de água caracterizado por três módulos. 
1, o Módulo Piso Nuvem - responsável pela drenagem controlada e retenção de água para 
as raízes da vegetação, dispensando a instalação de uma irrigação superficial; 
2, o Módulo Galocha que armazena água nas lajes; 
3, uma Membrana de Absorção, que retém parcialmente água e nutrientes para nutrição 
das raízes. Juntos, para um sistema de 7 cm de altura do Módulo piso nuvem e 5 cm para o 
módulo piso galocha, conseguem reservar até 50 l/m² de água.(ECOTELHADO, 2019) 
 
Figura 12 –Estrutura do Telhado Verde Hidromodular 
 
 
 
Em virtude desse sistema de armazenamento de água e nutrientes,quando colocado com 
grama o sistema se caracteriza como semi-hidropônico, ou seja, dispensa o uso de solo, suas 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
 
32 
 
raízes desenvolvem-se em cultivo de substrato (EMBRAPA, 2011). Ademais, essa necessidade 
de utilizar menos solo, contribui para outras vantagens do sistema Hidromodular, como por 
exemplo, em virtude do menor peso, os custos de instalação, manutenção e eventual retirada são 
mais simples.
 
 
2.3.3.2 Telhado Verde Laminar Alto 
 
De acordo com a Organização das Nações Unidas, cada pessoa necessita de cerca de 110 
litros de água por dia para atender às necessidades de consumo e higiene. O telhado verde 
Laminar alto garante um abastecimento de até 180 l/m², e dessa forma é o único sistema de 
telhado verde que serve como cisterna e que é independente de irrigação com água potável. 
Segundo o manual de especificações da empresa ECOTELHADO, o sistema funciona 
com base em diferentes camadas. Uma Membrana de Absorção que tem por finalidade retenção 
de água e nutrientes para suprir parcialmente as raízes da vegetação. Uma camada de substrato 
Leve, composto de materiais orgânicos e sintéticos capaz de reter água, nutrientes e compreender 
uma carga de peso baixa. E por fim, uma camada de argila expandida, que, suportada dentro do 
modulo hexagonal ecodreno, participa como um substrato, poder de retenção de água 
representativo e suporte para as raízes, conforme apresenta figura 13. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 13 – Estrutura do Telhado Verde Laminar Alto 
 
 
 
2.3.3.3 Telhado Verde Laminar Médio 
 
Muito semelhante ao hidromodular, exceto por ser de um sistema laminar e dispensar o 
uso da placa de plástico para reserva de água. Possui a capacidade de retenção de 50 a 60 l/m², se 
tornando ideal para ser instalado em cobertura de prédios ou lajes planas de residências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: adaptado de ECOTELHADO (2019) 
34 
 
Figura 14 - Estrutura do Telhado Verde Laminar Médio 
 
 
 
Figura 15 - Telhado Verde Laminar Médio 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: adaptado de ECOTELHADO (2019) 
 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
35 
 
2.3.3.4 Telhado Verde Alveolar Leve 
 
O sistema alveolar leve é caracterizado por ser um sistema que permite aplicação em 
telhados com pouca inclinação (de até 10° ou 20%) e possui uma carga leve; segundo dados do 
Manual de especificações do ECOTELHADO, o local deverá suportar o peso de 80kg/m². 
A principal característica desse sistema é a presença do módulo alveolar, este é fornecido 
em placas e com reservatórios de formato retangular. Possui uma retenção de água: 35 l/m² e tem 
por finalidade capacitar uma drenagem controlada, retenção de água para as raízes da vegetação 
(reserva de água sob as raízes), e evitar contato direto da vegetação com a laje. 
 
Figura 15 - Estrutura do Telhado Verde Alveolar Leve 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
36 
 
2.3.3.5 Sistema Modular Alveolar Grelhado 
 
Além das camadas do telhado verde alveolar leve , esse sistema possui como diferencial a 
inclusão de uma grelha tridimensional de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), que possui a 
capacidade de reter substrato dentro de seus círculos, o que não permite que o mesmo escoe com 
a inclinação, conforme figura 16. Dessa forma o sistema modular alveolar grelhado é o mais 
indicado para coberturas inclinadas, permitindo uma inclinação de até 20° ou 30%. 
Figura 16 - Estrutura do Telhado Verde Alveolar Grelhado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
 
37 
 
Figura 17 - Telhado Verde Alveolar Grelhado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
 
38 
 
2.4 Benefícios 
 
 Diante dos estudos sobre o uso e consequências de telhado verde é possível encontrar uma 
série de benefícios, podendo-se elencar nesse trabalho alguns deles: Redução do pico de 
escoamento, Retenção das águas pluviais, Proteção contra incêndios, Proteção acústica, 
Transferência de calor e Devolve a biodiversidade das cidades. 
 
 
2.4.1 Redução do pico de escoamento 
 
 O aumento das áreas impermeáveis nos centros urbanos pode resultar em uma sobrecarga 
nas formas de drenagem existentes e, por conseguinte, alagamentos cada vez mais frequentes. 
Posto isso, formas de precaução vêm sendo um ponto de suma importância na discussão sobre 
novas políticas de infraestrutura e moradia. O telhado verde pode assumir o papel de uma 
estratégia admissível, tendo em vista a redução do coeficiente de escoamento e consequente pico. 
 Uma das características mais estudadas na aplicação de telhado verde é a retenção de água 
e seus consequentes benefícios. A vegetação capta e armazena a água das chuvas juntas do 
substrato e, em seguida, libera parte dela para o ambiente por meio da evapotranspiração. Essa 
capacidade de retenção de água pode ser mensurada através do Coeficiente de runoff (C), que é 
calculado pela seguinte fórmula: (JOBIM, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Figura 18 – Esquema comparativo de Ciclo de água 
 
 
Fonte: adaptado de BEZERRA (2013) 
 
2.4.2. Retenção das águas pluviais 
 
Além da preocupação com alagamentos, a capacidade de retenção de água pelo telhado 
verde pode ser incorporado na discussão de reutilização da água. Com o crescente debate sobre 
desperdício e novas consciências ambientais, novas alternativas construtivas e habitacionais tidas 
como soluções ecológicas vêm surgindo, uma delas é um sistema de armazenamento atrelado ao 
telhado verde. De acordo com Basso, (2013), os sistemas para utilização da captação de água 
para fins não potáveis são relativamente simples e eficazes. 
Segundo a empresa ECOTELHADO, 2010, uma das formas de captação dessa água é 
pelo meio do telhado verde alveolar alto, unido a um sistema de drenagem, conforme esquemas 
abaixo. As águas pluviais são filtradas pelas camadas do telhado verde e encaminhadas para as 
40 
 
calhas com destino aos reservatórios. O sistema permite a utilização de reservatórios de água, no 
solo ou subsolo. (ECOTELHADO, 2010) 
Figura 19 – Esquema para Telhado Verde Laminar Alto 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
 
Figura 20 – Sistema de Armazenamento de água 
 
 
 
Fonte: ECOTELHADO (2019) 
 
41 
 
2.4.3 Proteção contra incêndios 
 
O telhado verde pode contribuir para a prevenção de incêndios de duas formas diferentes. 
A primeira é funcionando como uma barreira na propagação de fogo entre os edifícios e a 
outra é do edifício para o telhado, isso se deve, principalmente, aos valores elevados de 
umidade no substrato. Contudo, as plantas secas podem apresentar perigo de fogo, e como 
alternativa para minimizar esse aspecto podem ser colocados materiais que não entram em 
combustão ao longo da cobertura, como pedras e cascalhos. (LOPES, 2006). 
 
Figura 21 – Telhado Verde com Cascalhos 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Amanda Forte Arquitetura (2019) 
 
42 
 
2.4.4 Proteção acústica 
 
Alguns estudos indicam que as coberturas verdes podem funcionar como bom isolante do 
som exterior. A vegetação e a camada de ar, entre esta e o substrato e o próprio substrato, 
podem bloquear determinadas frequências. Segundo (SANTOS, 2012), o substrato tende a 
bloquear frequências mais baixas, enquanto a vegetação permite bloquear as frequências mais 
elevadas. (PERUSSI, 2016). 
 
 
2.4.5 Transferência de calor 
 
Podemos entender a função do telhado verde na diminuição da condução de calor através 
da Lei de Fourier. Esta estabelece que Qx é a quantidade de calor transmitida através de uma 
espessura L em uma direção normal à superfície de áreaA, devido à diferença de temperatura 
∆T. O coeficiente k representa a condutividade térmica e é uma propriedade do material 
dependente do meio, da temperatura, densidade e ligação molecular. 
 
 
 
 
 
 
Então, pela Lei de Fourier, quanto maior a condutividade térmica, maior a taxa de 
transferência de calor pelo material. Um telhado verde pode, que possui materiais com baixa 
condutividade térmica, solo e água, pode assim diminuir a transferência de calor por condução. 
(WARK, 2011). 
Considerando também o conceito de calor latente, podemos entender de forma mais 
ampla o funcionamento desse sistema. O calor latente é uma grandeza física que designa a 
quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo enquanto seu estado físico se modifica. 
Devido à retenção de água pluvial e seguinte evapotranspiração, na qual a água muda de estado 
43 
 
e volta à atmosfera, a porção de calor que entra na residência é minimizada como 
exemplificado no esquema abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Figura 22 – Comparação de Transferência de Calor em Cobertura verde e de laje 
Fonte: RIOS (2016) 
 
2.4.6 Devolve a biodiversidade à cidade 
 
A crescente urbanização modifica o cenário habitacional e uma das consequências é a 
perca da diversidade biológica nas cidades. Dito isto, Coffman e Waite (2011) apresentam 
dados sobre a diversidade de espécies que habitam telhados verdes, como insetos, aranhas 
e ave; e consequentemente esse sistema pode funcionar como um agente que devolve a 
biodiversidade à cidade. 
44 
 
Existe, contudo uma preocupação quanto à biodiversidade atraída pelo telhado verde. Este 
sistema atrai borboletas, besouros, joaninhas e outras espécies de habitat externo à moradia, 
insetos são essenciais à vida de outros seres. Já insetos ditos como indesejados, como baratas, 
moscas, mosquitos, pulgas, são atraídos apenas por detritos humanos. (ECOTELHADO, 2019) 
 
Figura 23 – Telhado verde com casa de passarinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Green Roof Shelters <https://greenroofshelters.co.uk/green-roof-
shelters-container-family/> acesso em 2 de junho de 2019 
https://greenroofshelters.co.uk/green-roof-shelters-container-family/
https://greenroofshelters.co.uk/green-roof-shelters-container-family/
45 
 
2.5 Camadas 
 
Um telhado verde é uma estrutura que pode ser dividida em camadas: 1) A membrana de 
impermeabilização fica imediatamente sobre a estrutura do telhado para evitar a entrada de 
umidade na edificação. 2 ) Acima dela, uma camada de drenagem, para transportar o 
escoamento. Logo após, 3) o substrato e 4) a vegetação finalizam o sistema. (OLIVEIRA, 
2012). 
 
2.5.1 Impermeabilização E Camada Anti-Raiz 
 
A camada de impermeabilização normalmente é construída com a função de 
hidrorrepelentes, no sentido de evitar o contato da água com a estrutura do telhado; enquanto uma 
camada protetora também é empregada, destinando-se à retenção da umidade e nutrientes acima 
da estrutura do telhado, fornecendo uma proteção física contra o crescimento das raízes (TASSI 
et all, 2014). 
Nakamura (2019) Elencou resistência mecânica e durabilidade como os principais 
requisitos técnicos a serem atendidos pela impermeabilização. Resguardando essas 
recomendações Storte aponta soluções comumente indicadas para impermeabilizar telhados 
verdes como a manta asfáltica antiraiz, na qual um biocida é disperso em toda a massa, e 
a solução asfáltica antiraiz, aplicada na forma de pintura. (NAKAMURA, 2019). 
 
 
2.5.2 Drenagem 
Os telhados verdes absorvem água pluvial e devolvem parte dela para o meio por 
transpiração. Todavia, existe um excesso, e dependendo da espessura do sistema, da intensidade 
da chuva e do tipo de telhado aplicado, esse excesso de água deve ser drenado para fora da 
cobertura, podendo até ser acumulado para posterior reuso. Esses caminhos de drenagem da água 
devem estar livres de resíduos de substratos e sob manutenção periódica. (FERRAZ, 2014) 
46 
 
Outra opção é a utilização de resíduos de demolição triturados - pedras, tijolos e concreto, 
por consistirem em alternativa viável para implementação como sistema de drenagem em meio 
ao substrato, na cobertura verde. Além disso, apresentam benefícios na escala ambiental, pois 
incluem reaproveitamento de materiais e reduzem a necessidade de transporte e disposição final 
dos resíduos da construção (GREEN ROOFS, 2016). 
 
2.5.3 Substrato 
 
Ferraz (2014) caracteriza o substrato como a base do telhado verde. A espessura, os 
nutrientes e a aeração do substrato devem ser determinadas de acordo com o tipo e sistema do 
telhado verde. Dependendo do tipo de telhado verde existe uma ampla variedade de substratos. 
Para escolha perante essa variedade eles podem ser caracterizados quanto à sua granulação, 
porcentagem de matéria orgânica, estabilidade estrutural, resistência à erosão pelo vento, 
permeabilidade, capacidade máxima de retenção de água, quantidade de nutrientes, aeração e pH. 
(FERRAZ, 2014) 
Santos fez um experimento em 2016 com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes 
substratos no desenvolvimento em telhados verdes. No trabalho, foram utilizados três 
componentes de substrato: areia, solo e matéria orgânica. Como resposta, os substratos que 
apresentaram matéria orgânica em sua composição obtiveram os melhores resultados para os 
parâmetros avaliados. Ainda foi observado que o uso apenas de solo em telhados verdes, isto é, 
sem matéria orgânica, pode ocasionar altas temperaturas e elevados níveis de compactação. 
(SANTOS et al., 2016) 
Em outro estudo, Willes (2014) selecionou e avaliou o desempenho de dez tipos de 
substratos, identificando as melhores técnicas de aplicação, de acordo com a necessidade de 
cada sistema e ambiente. Perante às características avaliadas, a turfa marrom apresentou o 
menor valor de densidade seca, maior porosidade total, maiores valores de água facilmente 
disponível, água disponível e capacidade de retenção de água, sendo um bom material para o 
uso em telhados verdes. 
 
 
47 
 
2.5.4 Vegetação 
 
Na construção do telhado verde, uma das partes determinantes é a escolha da vegetação. 
Esta deve ser escolhida com base em determinados critérios, entre eles deve ser de fácil 
manutenção, para que o telhado seja conservado sempre limpo e bem tratado, resistentes ao sol e 
ao vento existentes para as condições climáticas do local onde está a construção. 
(PENSAMENTO VERDE, 2013) 
Quintella (2012) elenca as plantas mais usadas como: 
- Capim-Chorão, gramínea muito rústica e quase sem exigências de cultivo, deve ser 
mantida com ate 50 cm de altura; 
- Erva- 6 gorda, muito boa para telhados verde, e resistente a solos rasos; 
 - Capuchina, herbácea comestível sem exigência quanto ao solo, pode se comportar como 
forrageira; 
- Rabo-de-gato, Rasteira leve e ornamental que suporta bem o sol, mas não é aconselhada 
para locais aonde ocorrem geadas; 
 - Mal-me-quer, excelente para dar estabilidade a telhados muito inclinados: resistente a 
extremos de umidade; 
 - Grama esmeralda, muito usada em telhados verdes, tem efeito atapetado e baixa 
necessidade de poda, e também contém o avanço de ervas daninhas. (QUINTELLA, 2012) 
Ademais, com base em parâmetros como irrigação, consumo de água, luz, manutenção e 
adubação a empresa Ecocasa elaborou o quadro abaixo com 12 espécies diferentes e sua análise: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
Quadro 02 – Especificidades de Vegetações 
 
Fonte: ECOCASA (2019) 
 
49 
 
 Após a instalação, em geral, alguns cuidados são recomendados. A princípio, irrigar 
abundantemente o sistema, com frequência, diariamente pelo período mínimo de 45 dias ou até 
que a vegetação se observe que a vegetação está adaptada ao seu novo habitat. Em caso de 
vegetação com cor amarelada: deve-se adubar com substrato vegetal leve. Deve-se adubar em 
pouca quantidade e irrigar frequentemente, apósa adubação, assim evitando o crescimento 
exagerado, pois este pode causar o acamamento. 
Não obstante aos cuidados iniciais, a vegetação com aparência seca e enrugada: deve-se 
irrigar, de forma uniforme, até seu restabelecimento. No caso de obras maiores obrigatoriamente 
deve-se utilizar sistema automatizado de irrigação. Quanto à manutenção e poda deve ocorrer, 
mas em menor frequência do que em jardim convencional já que a vegetação cresce mais 
lentamente do que a plantada no chão, pois tem uma quantidade controlada de nutrientes 
disponíveis. (ECOTELHADO, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
2.6 Custo 
 
A princípio, a determinação dos custos do telhado foi feita através de uma empresa 
especialista no ramo: Ecotelhado. Foi solicitado os custos de material para uma laje plana de 
100m², com telhado verde no sistema modular alveolar leve. Os materiais e quantidades 
necessários para a execução foram determinados pela própria empresa conforme listados no 
quadro 03: 
Quadro 03 – Materiais para telhado verde alveolar leve 
 
Fonte: Orçamento oferecido pela empresa Ecotelhado 
 
Sendo o orçamento final para os materiais caracterizado como: 
 
Seguindo recomendações de trabalhos anteriores, utilizou-se também um sistema de 
impermeabilização. Para impermeabilização empregou-se uma composição com insumos e 
51 
 
valores retirados da tabela Sinapi de abril de 2019 e adequamos para a área de 100m² simulada 
para os materiais, obtendo o valor apresentado na tabela 02: 
 
Tabela 02 – Orçamento Impermeabilização 
 
Fonte: acervo próprio do autor (2019) 
 
Para 1 m² foi encontrado o total de R$ 67,14; como foi simulado para uma cobertura de 
100m², o custo total de impermeabilização pode ser considerado de R$ 6.714,00. Não foi 
encontrado empresa especializada em instalação na região, então, para efeito de simulação 
utilizamos o trabalho de Pereira et al (2015) em pesquisa de mercado feita em 2015 na cidade de 
São Paulo, a mão-de-obra para instalação do telhado gira em torno de R$ 2500,00. Totalizando 
uma estimativa (impermeabilização + materiais + instalação) de R$ 17287,00. 
Para efeito de comparação do aplicação de gastos para o material, usamos o trabalho de 
OLIVEIRA (2016). No qual foram comparados duas estruturas de telhado verde diferentes e uma 
de telha colonial convencional, tradicional na região, para uma laje de 203,01m². A primeira 
estrutura de Telhado Verde (TV1) é composto por Geomembrana + Geotêxtil + Substrato, já o 
Telhado Verde 2 (TV2), por Geomembrana + Geocomposto + Substrato. 
 Os preços foram obtidos em consulta ao comércio local de Natal/RN e nas tabelas SINAPI 
(Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e SEINFRA (Secretaria 
da Infraestrutura) com dados referentes ao mês de agosto de 2016, conforme tabela 03. 
 
 
Impermeabilização de superfície com manta asfáltica, uma camada E=3MM. AF 06/2018
Descrição do item Un COEF
Preço 
Unitário
Custo Total 
para 1M²
Primer para manta asfáltica a base de asfalto modificado, aplicação a frio L 0,615 R$ 12,91 R$ 7,93
Manta asfáltica elastomérica em Poliéster 3MM, Tipo III, Classe B, Acabamento PP M² 1,125 R$ 35,02 R$ 39,39
Gás de cozinha - GLP KG 0,26 R$ 5,27 R$ 1,37
Ajudante especializado com encargos complementares H 0,192 R$ 14,71 R$ 2,82
Impermeabilizador com encargos complementares H 0,948 R$ 16,49 R$ 15,62
52 
 
Tabela 03 – Preço dos telhados considerando área de projeção da cobertura 
 
Fonte: adaptado de OLIVEIRA (2016) 
 
A diferença de custo é justificada em parte pela desproporção da área projetada de 
cobertura, já que a telha colonial necessita de uma inclinação bem maior para evitar escoamento, 
cerca de 80cm além da laje. Em contrapartida, o telhado verde pode ser adotado como do 
tamanho da laje, visto que existe a camada drenante de brita, escoando para um tubo de PVC 
com destino ao solo. 
Elaborado por Mendes (2014) os gráficos apresentados na figura 24 simulam as 
tendências de benefício e custos no tempo de instalação e uso de telhado verde. São considerados 
parâmetros positivos financeiramente para o telhado verde a economia de energia e um 
hipotético incentivo fiscal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipo Preço Total Área (m²) Preço/m²
Telhado Verde 1 R$ 14.794,78 203,01 R$ 72,88
Telhado Verde 2 R$ 14.689,19 203,01 R$ 72,36
Telhado Colonial R$ 20.874,80 249,49 R$ 83,67
53 
 
 
Figura 24 – Gráfico de Ponto de Compensação de Telhado Verde 
 
Fonte: adaptado de Mendes (2014) 
54 
 
 
2.7 Incentivos na Legislação Do Brasil 
 
Como ferramentas de incentivo algumas iniciativas públicas e leis já são adotadas ao 
redor do mundo. No Brasil, já existem alguns instrumentos, quer sejam incentivos e benefícios 
fiscais, quer seja determinação de uso do telhado verde em prédios públicos ou que 
compreendam determinadas características. À exemplo disso, podem ser elencadas algumas 
dessas leis já em vigor ao longo do território nacional: 
- Florianópolis (Lei 14.243 de 2007): objetiva legitimar o poder executivo a oferecer 
incentivos e parcerias a adoção de telhados verde em espaços dito como urbanos e densamente 
povoados. 
- Rio de Janeiro (Lei 6.3490 de 2012): conversa sobre a obrigatoriedade de instalação do 
telhado verde em prédios públicos. Ficando o poder executivo autorizado a prever a construção 
nesses prédios públicos, nas autarquias e fundações do estado do Rio de Janeiro. 
- Goiânia (Lei complementar 235 de 2012): A partir do programa IPTU VERDE, institui 
benefícios fiscais à quem adote ações ditas como sustentáveis. Contemplando dentro do corpo da 
lei a implantação de telhado verde e dispondo de desconto no Imposto Predial e Territorial 
Urbano/IPTU no valor de 3% para os adeptos. 
 - Recife (Lei 18.112 de 2015): Impõe a implantação do sistema em projetos de 
edificações multifamiliares com mais de quatro pavimentos, e para edificações não 
habitacionais com área de cobertura superior a 400m². 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
2.8 Casos-Exemplo 
 
Para ilustrar o tema abordado e finalizar o referencial teórico desse trabalho, foram 
escolhidos 3 casos-exemplos de cidades que incentivaram a implantação de telhados verdes. 
 
2.8.1 Toronto 
 
Em Toronto, no Canadá, a Lei de Telhados Verdes de 2010 apresenta como necessária a 
cobertura verde para novas construções acima de 200 m
2
. Após dois anos da lei entrar em vigor, 
em 2012, já tinham sido instalados 113.000 metros quadrados de telhados verde. Originando mais 
de 125 empregos relacionados a produção, design, manutenção e instalação dos mesmos. E ainda 
uma redução de 125 mil metros cúbicos de águas pluviais a cada ano e economia 1.5 milhões 
de kWh de energia para os proprietários dos edifícios. (ECOTELHADO, 2014) 
 Para demonstrar este crescimento visualmente, alunos da Universidade de Toronto 
desenvolveram imagens ilustrando estas mudanças, dividindo os cenários em uma perspectiva 
para o ano de 2012, um ano e dez anos após a publicação da referida Lei, conforme Figura 25 a 
seguir: 
56 
 
Figura 25 – Impacto da lei de Telhado Verde em Chicago
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Benfeld (2012) 
57 
 
2.8.2 São Paulo 
 
O uso do telhado verde pode ser um instrumento importante para reduzir os impactos de 
ilhas de calor formadas especialmente em grandes centros urbanos. Ao comparar dois prédios da 
capital paulista, um com área verde (o edifício Conde Matarazzo), e outro com laje de concreto (o 
Mercantil/Finasa), o geógrafo Humberto Catuzzo verificou em 2013 que a temperatura no topo 
do edifício com jardim ficou até 5,3°C mais baixa. Também houve ganho de 15,7% em relação à 
umidade relativa do ar. 
Figura 26 – Edifício Conde Matarazzo 
 
 
 
2.8.3 João Pessoa 
 
João Pessoa oferece desconto de 10% no IPTU no caso da manutenção de 30% de área 
permeável, permitindo para isso o uso de tetos verdes, além de descontos relativosà coleta e 
reaproveitamento de água de chuva (10%), entre outras medidas, chegando a 50% de isenção. 
(MENDES, 2014). 
Fonte: Research Gate (2019) 
 
58 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir da revisão sobre o tema é possível extrair que mesmo tendo sido utilizado como 
atrativo estético e recreativo por muito tempo, o telhado verde passou a ser enxergado, também, 
como uma realidade de solução ecológica. Graças à difusão do método, é possível observar 
vários casos-exemplo de sucesso pelo mundo e um crescente interesse na análise e métrica dos 
benefícios do seu uso. 
Por mérito desse interesse já se é possível encontrar uma ampla literatura sobre a 
capacidade de absorção das águas pluviais e as consequências dessa habilidade. Segundo dados 
do IBGE, em 2017, dos municípios com mais de 500 mil habitantes, 93% foram atingidos por 
alagamentos e 62% por deslizamentos, aumentando ainda mais o apelo por alternativas como o 
telhado verde. Em vista disso, dentre os benefícios causados pela absorção de água, encontram-se 
muitos estudos sobre a redução do pico de escoamento e a retenção e manejo dessas águas. 
 Não obstante aos prós supracitados, a tratativa sobre as preocupações com formas de 
economia de energia em edificações familiares ou comerciais legitima a pesquisa do telhado 
verde nesse âmbito. Justificando o interesse e tornando o estudo do sistema como um amenizador 
climático e redutor das ilhas de calor outro ponto nevrálgico dentro do tema. 
Mesmo com numerosas pesquisas, é observado que ainda se há a necessidade de 
incentivos iniciais para que as aplicações teóricas se tornem práticas e o telhado verde seja uma 
realidade material na sociedade. Em geral, os incentivos analisados vinham em formato de lei, 
vezes oferecendo descontos e benefícios fiscais, vezes sugerindo o uso em espaços públicos, ou 
mesmo, impondo o uso de acordo com determinadas características da edificação. 
Ao redor do mundo, esses incentivos podem ter suas consequências positivas analisadas 
há mais tempo e com dados consistentes, como em Chicago, por exemplo. O Brasil apresenta 
uma legislação, relativamente, recente e em maturação sobre telhado verdes. Esse fato torna 
interessante um estudo futuro sobre o impacto dos incentivos e os formatos com maior eficácia. 
É notada uma tendência em se caracterizar o telhado verde como uma aplicabilidade de 
alto custo. Contudo, como observado no trabalho, a depender da estrutura adotada, o método já 
pode ser admitido como economicamente viável e, até mesmo, com o custo de material inferior 
ao de formatos tradicionais, como telhas coloniais. 
59 
 
Apesar do sobredito, regionalmente, ainda é difícil avaliar o valor de custo total devido à 
dificuldade em encontrar empresas especializadas. A falta de mão-de-obra torna-se um entrave à 
difusão prática do método. Sendo também, um ponto interessante a se observar em estudos 
futuros: práticas, limitações e adequações que referenciem aos regionalismos, ao clima, ao bioma 
e às tradições construtivas do Nordeste. 
Em suma, o telhado verde pode se tornar uma realidade mais visível no Brasil. Todavia, 
para acelerar o processo, sua implantação poderia ser auxiliada por diferentes frentes. Por parte 
do governo, com uma legislação que abranja incentivos fiscais e também vise o início do uso em 
prédios públicos. Por parte da academia com estudos sobre a implantação prática e o período no 
qual a alternativa se justifique como economicamente viável e até mesmo vantajosa. E por fim, 
dos profissionais da área, que busquem práticas de conhecimento e mão-de-obra especializada na 
instalação e manutenção do sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
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