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SILVIA HELENA RÊGO DE OLIVEIRA TELHADO VERDE: UMA POSSIBILIDADE SUSTENTÁVEL NATAL - RN 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Sílvia Helena Rêgo de Oliveira Telhado Verde: Uma possibilidade Sustentável Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Camara de Queiroz NATAL - RN 2019 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede Oliveira, Sílvia Helena Rêgo de. Telhado verde: uma possibilidade sustentável / Sílvia Helena Rêgo de Oliveira. - 2019. 66f.: il. Monografia (Graduação)-Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal, 2019. Orientador: Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz. 1. Telhado Verde - Monografia. 2. Sustentabilidade - Monografia. 3. Clima Urbano - Monografia. I. Queiroz, Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de. II. Título. RN/UF/BCZM CDU 624:504 Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429 Sílvia Helena Rêgo de Oliveira Telhado Verde: Uma possibilidade Sustentável Trabalho de conclusão de curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Aprovado em dia . Prof. Dr Luiz Alessandro Pinheiro da Camara de Queiroz - Orientador Prof. Dr Marcos Lacerda Almeida – Examinador Interno Prof.ª Drª Jozilene de Souza – Examinadora Externa Natal-RN 2019 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos que divido minha casa, minha vida e meus sonhos. AGRADECIMENTOS Devo à minha mãe e às madrugadas que a vi estudando me estímulou para tentar ser melhor nas manhãs seguintes. Aprendi com ela que, assim como a ternura e o exemplo, bons trabalhos se constroem de parte por parte. Agradeço a Deus pelos meus caminhos e pelas pessoas que colocou neles como atalhos e amortecedores. Ao meu irmão pela compreensão e temperamento que ainda mais que acalentam, ensinam. Aos meus educadores, que me estimularam a entender os fatos e não apenas a decorá-los. Por fim, aos meus parentes e amigos que, simultaneamente, suavizaram minha jornada e fortaleceram meus passos em busca de melhores versões deste trabalho e de mim. RESUMO O telhado verde pode ser definido como uma estrutura que permite suportar vegetação sobre a cobertura de uma edificação. Trata-se de uma técnica construtiva que vêm ganhando visibilidade em diferentes frentes de estudo. Ao longo da história da arquitetura, o telhado verde vem sendo utilizado com motivações distintas: à principio com uma decisão estética e recreativa até, mais recentemente, como uma alternativa ecológica e sustentável. A relação de benefícios abarca aspectos como a amenização das ilhas de calor e a captação e drenagem de águas pluviais. Mesmo com um espaço cada vez maior nos estudos teóricos, a técnica ainda encontra entraves para sua expansão prática. Desta forma, esse trabalho realizou uma revisão bibliográfica que reúna o posicionamento histórico, alguns benefícios, técnicas de aplicação e discuta os principais entraves. Palavras chave: Telhado verde, Sustentabilidade, Clima Urbano. ABSTRACT The green roof is a structure that allows to support vegetation on the roof of a building. It is a constructive technique that has gained visibility on different fronts of study. Throughout the history of architecture, the green roof has been used with distinct motivations: initially with an aesthetic and recreational decision until, more recently, as an ecological and sustainable alternative. The benefits relation covers aspects such as the mitigation of heat islands and the abstraction and drainage of rainwater., the ability to mitigate floods places the technique as a possible political instrument. Even with an increasing space in theoretical studies, the technique still finds obstacles for its practical expansion. In this way, this work intends to carry out a bibliographical review that brings together the historical positioning, some benefits, application techniques and discusses the main obstacles. Keywords: Green roof, Sustainability, Urban Climate. LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Distribuição do Consumo de Energia....................................................................19 Figura 02 – Jardins da Babilônia...............................................................................................20 Figura 03 – Torre Guinigi.........................................................................................................21 Figura 04 - Palácio Gustavo Capanema....................................................................................22 Figura 05 – Telhado Verde Intensivo na Fundação Acros........................................................26 Figura 06 - Telhado verde Semi-intensivo em Chicago............................................................27 Figura 07 – Telhado Verde Extensivo......................................................................................28 Figura 08 - Inclinações adotadas para coberturas verdes extensivas entre 0° e 40°.................29 Figura 09 - Biesbosch Museum, National Park De Biesbosch, the Netherlands.................29 Figura 10 – Telhado Verde Laminar.........................................................................................30 Figura 11 – Telhado Verde Modular........................................................................................30 Figura 12 –Estrutura do Telhado Verde Hidromodular...........................................................31 Figura 13 – Estrutura do Telhado Verde Laminar Alto............................................................33 Figura 14 - Estrutura do Telhado Verde Laminar Médio.........................................................34 Figura 15 - Telhado Verde Laminar Médio..............................................................................34 Figura 16 - Estrutura do Telhado Verde Alveolar Grelhado.....................................................36 Figura 17 - Telhado Verde Alveolar Grelhado.........................................................................36 Figura 18 – Esquema comparativo de Ciclo de água................................................................38 Figura 19 – Esquema para Telhado Verde Laminar Alto.........................................................39 Figura 20 – Sistema de Armazenamento de água.....................................................................40 Figura 21 – Telhado Verde com Cascalhos..............................................................................41 Figura 22 – Comparação de Transferência de Calor em Cobertura verde e de laje................43 Figura 23 – Telhadoverde com casa de passarinho..................................................................44 Figura 24 – Gráfico de Ponto de Compensação de Telhado Verde..........................................53 Figura 25 – Impacto da lei de Telhado Verde em Chicago.......................................................56 Figura 26 – Edifício Conde Matarazzo.....................................................................................57 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Avanço da população urbana no Brasil e no mundo...........................................23 Tabela 02 – Orçamento impermeabilização.............................................................................51 Tabela 03 – Preço dos telhados considerando área de projeção da cobertura.........................52 LISTA DE QUADROS Quadro 01 –Tipos de telhado verde..........................................................................................24 Quadro 02 – Especificidades de vegetações............................................................................48 Quadro 03 – Materiais para telhado verde alveolar leve..........................................................50 SIMBOLOGIA SÍMBOLO SIGNIFICADO C Coeficiente de Run Off Qx Quantidade de Calor L Espessura A Superfície de Área ΔT Diferença de temperatura k Coeficiente de Condutividade Térmica SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................13 1.1 JUSTIFICATIVA.............................................................................................15 1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................16 1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................16 1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................16 1.3 METODOLOGIA............................................................................................17 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................18 2.1 HISTÓRICO.....................................................................................................20 2.2 CONCEITO......................................................................................................24 2.3 CLASSIFICAÇÕES.........................................................................................25 2.3.1 Quanto ao tipo de vegetação.......................................................................25 2.3.1.1 Sistema Intensivo..................................................................................25 2.3.1.2 Sistema Semi-Intensivo.........................................................................26 2.3.1.3 Sistema Extensivo.................................................................................27 2.3.2 Quanto à Declividade..................................................................................28 2.3.3 Quanto ao Sistema.......................................................................................30 2.3.3.1 Telhado Verde Hidromodular...............................................................26 2.3.3.2 Telhado Verde Laminar Alto................................................................27 2.3.3.3 Telhado Verde Laminar Médio.............................................................33 2.3.3.4 Telhado Verde Alveolar Leve...............................................................35 2.3.3.5 Sistema Modular Alveolar Grelhado....................................................36 2.4 BENEFÍCIOS...................................................................................................38 2.4.1 Redução do Pico de Escoamento................................................................38 2.4.2 Retenção das Águas Pluviais......................................................................39 2.4.3 Proteção Contra Incêndios..........................................................................41 2.4.4 Proteção Acústica........................................................................................42 2.4.5 Transferência de Calor................................................................................42 2.4.6 Devolve a Biodiversidade à cidade.............................................................43 2.5 CAMADAS.......................................................................................................45 2.5.1 Impermeabilização e Camada anti-raiz.......................................................45 2.5.2 Drenagem....................................................................................................45 2.5.3 Substrato......................................................................................................36 2.5.4 Vegetação....................................................................................................47 2.6 CUSTO..............................................................................................................50 2.7 INCENTIVOS NA LEGISLAÇÃO DO BRASIL............................................54 2.8 CASOS-EXEMPLO..........................................................................................55 2.8.1 Toronto........................................................................................................55 2.8.2 São Paulo.....................................................................................................57 2.8.3 João Pessoa..................................................................................................57 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................58 4. REFERÊNCIAS...........................................................................................................60 13 1. INTRODUÇÃO As preocupações com o meio ambiente vêm estimulando discussões em busca de uma engenharia mais sustentável, o que provoca o aumento da necessidade de estudos de práticas e materiais construtivos que conduzam a alternativas sustentáveis. Em razão do crescimento populacional e consequente urbanização, as construções e pavimentações descontroladas reduziram o volume de área verde. Ecossistemas são estruturas que apresentam variadas capacidades de absorção dos danos causados pelas atividades do ser humano. Tais danos podem ser classificados como perturbação quando o local afetado consegue voltar ao seu estado anterior (ex.: retirada e plantio de árvores) ou como degradação quando o local não apresenta condições de retorno ao seu estado anterior, como poluição de mananciais ou da atmosfera (POLETO, 2010). Nesse último caso deve-se considerar que as áreas degradadas, por fruto de ação antrópica, só retornarão a uma condição estável após uma intervenção ativa de recuperação. Nesse contexto, pode-se classificar a construção civil como uma atividade degradadora. Segundo dados do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável – CBCS, 2017, a construção civil consome cerca de 20% a 50% de todos os recursos naturais. Este dado confere ao setor a posição de maior consumidor individual de recursos naturais disponíveis. Como destacado anteriormente, para o retorno da estabilidade, a degradação antrópica precisa de intervenção ativa e, nessa conjuntura, se desenvolve a necessidade de um olhar mais crítico e inovador sobre a forma de construir.Buscando esse aperfeiçoamento, também deve-se pensar no alcance da redução do consumo de energia no controle das condições ambientais em edifícios e para tanto, compreender que as soluções de arquitetura e de engenharia dos sistemas estão juntas na concepção de um projeto que possa ser chamado de integrado (BODE, 2015). Pensando em novas alternativas que unam esse projeto a pilares como a motivação ambiental e a viabilidade econômica, o presente trabalho pretende discutir a técnica de telhado verde. Uma das soluções ecológicas discutidas é o uso de telhado verde – a cobertura consiste, brevemente, em um substrato leve e uma vegetação apropriada plantada sobre uma base impermeável (WILLES, 2014). Embasado nessa problemática, o trabalho foi orientado 14 com base no estudo de telhado verde como agente amenizador do aumento de temperatura nos centros urbanos, captador de água pluvial e demais benefícios. 15 1.1 Justificativa Em um contexto de preocupação com questões climáticas e ambientais, a adoção de técnicas construtivas que contribuam com uma forma mais sustentável de construção civil justifica o aprofundamento dos estudos sobre a adoção de telhados verdes como opção capaz de atenuar temperaturas ao nível urbano e no interior das edificações, servir como filtro biológico, reduzir a poluição do ar e contribuir para o sistema de drenagem urbana. Somada às motivações ambientais, o telhado verde pode trazer viabilidade financeira, justificando-se assim também do ponto de vista econômico. Em virtude de funcionar como um amenizador da temperatura, promovendo conforto térmico e diminuindo a necessidade de meios de resfriamento artificiais, como por exemplo, ar condicionado (REIS E SILVA, 2014). Apesar de todas as vantagens citadas, a técnica ainda é pouco utilizada e estudada no Brasil. Devido ao clima tropical úmido, predominante em grande parte do território nacional, tanto do ponto de vista de adaptação das espécies vegetais quanto da necessidade de redução do calor e do consumo de energia para climatização. Justifica-se o presente estudo como forma de registrar o estágio atual das pesquisas sobre a técnica citada, ampliando-se o entendimento sobre legislações municipais, custos e casos-exemplos que podem incentivar a adoção do telhado verde como opção de cobertura para edificações. 16 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral: Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento do referencial a respeito dos tipos, exemplos e métodos para aplicação de telhado verde. 1.2.2 Objetivos específicos: - Apresentar diferentes tipos de telhado verde aplicado em edificações e suas especificações; - Resumir os benefícios ambientais e viabilidade financeira em uma estrutura de telhado verde; - Discutir políticas de incentivo já utilizadas para aplicação de telhado verde. 17 1.3 Metodologia Este trabalho tem caráter exploratório e informativo, através da pesquisa realizada em literatura clássica, teses, dissertações e outros trabalhos científicos já existentes para a reunião de conteúdo que serão apresentados e discutidos. O estudo pode ser dividido em etapas maiores principais: - Consulta a sites especializados, como Periódico Capes, Google Acadêmico, Portal EMBRAPA e bancos de dissertações acadêmicas de outras instituições de ensino. Foram utilizadas palavras chave como “telhado verde” e “cobertura vegetal”. - Seleção de trabalhos que afinavam mais com os objetivos e pontos nevrálgicos dentro destes. - Segmentação do selecionado em temas recorrentes e expressivos. - Consulta de empresas especializadas para suporte a dúvidas técnicas e solicitação de orçamentos. Por fim, a pesquisa será feita com uma abordagem coerente com a recorrente potencialização dos métodos e formas de aplicação de telhado verde, visando uma ótica eficiente e crítica sobre a técnica. 18 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O telhado verde é um sistema construtivo caracterizado por uma cobertura vegetada feita com grama ou plantas, instalado em lajes ou sobre telhados convencionais além de camadas de impermeabilização e de drenagem, as quais recebem o solo e a vegetação indicada para o projeto. (CORSINI, 2011). Historicamente, o sistema assumiu diferentes papéis na sociedade e em vista de uma consciência ecológica, os estudos sobre sua aplicabilidade vêm se voltando pra esse sentido. Isto é, a capacidade de absorção e armazenamento de água e o processo de evapotranspiração associado ao telhado verde são as características que vêm recebendo notada atenção. Em resumo, a habilidade de captação e drenagem da água podem ser designadas como instrumentos de reuso de água e gestão de riscos contra alagamento. Já o processo de evapotranspiração permite que uma grande quantidade de energia absorvida no solo possa ser lançada para o ambiente externo na forma de dissipação de calor latente; justificando a atuação como amenizador climático e das ilhas de calor. (FERRAZ, 2012) O interesse pelo tema induz a um maior conhecimento sobre as formas de aplicabilidade, suas limitações, custos e estratégias diferentes para seu uso. O que virá a ser discutido em seguida. 19 Figura 01 – Distribuição do Consumo de Energia Fonte: adaptado de: Edifício Ambiental (2015) e de EPE (2012) e de Perez-Lombard, Ortiz e Pout (2008). 20 2.1 Histórico Existem relatos do telhado verde em diferentes momentos da história, ora como tecnologia estética, ora como solução ecológica. Desde a antiguidade, várias civilizações têm aprimorado suas técnicas e métodos em busca de uma convergência entre a economia, as necessidades do homem e da natureza. As primeiras utilizações de telhado verde datam por volta de 600 a.C. na antiga Mesopotâmia, atual Iraque, e ficou conhecido como “jardins suspensos da Babilônia”. Na história, Nabucodonosor os construiu para agradar sua esposa doente que tinha saudades de arvores da Pérsia, como ilustrado na figura 02. (BUENO, 2010) Os jardins suspensos, devido a sua beleza e imponência, são considerados hoje uma das sete maravilhas do mundo antigo, em época essas construções recebiam por nome Zigurates e o mais famoso era o Etemenanki, na Babilônia, que tinha estrondosos 91m de altura e uma base de 91x91m (QUINTELLA, 2012) Figura 02 – Jardins da Babilônia São encontrados outros exemplares de telhado verde datados de diversas épocas em culturas diferentes e, por vezes, não correlacionadas. Em países frios como Escandinávia, Islândia e Rússia, assim como em países de clima quente como a Tanzânia, além de cidades como Pompéia e outras cidades importantes do Império Romano e, posteriormente, no período renascentista italiano, quando os tetos com vegetação eram comuns na cidade de Fonte: Dicas de Arquitetura (209) 21 Gênova. No período pré-colombiano, essas estruturas também existiam em outros países, como no México. (PECK et al, 1999). Um período que merece destaque para a construção de telhados verdes é o renascimento. Uma amostra disso é a Torre Guinigi, na figura 03, que foi construída na segunda metade do século XIV pela família de ricos comerciantes como um símbolo do movimento. Figura 03 – Torre Guinigi No Brasil, o primeiro telhado verde foi implantado no Palácio Gustavo Capanema – sendo atualmente a sede do Ministério da Educação – no Rio de Janeiro em 1947, pelo arquiteto Lucio Costa, conforme figura 04. (CANERO e REDONDO, 2010). Fonte: Guia Florença (2019) 22 Figura 04 - Palácio Gustavo Capanema Percebe-seque, no Brasil, desde a década de 1990, a utilização do telhado verde está se expandindo lentamente. Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os mais notórios na aplicação destes sistemas, havendo inclusive, nas capitais destes estados, leis de incentivo à construção de coberturas vegetadas. (FERRAZ, 2012). Apesar da lenta expansão da ferramenta construtiva no Brasil, nos Estados Unidos já é mais familiar, e na Europa já possui uma longa história. Na década de 1960, com as crescentes preocupações com a destruição do meio ambiente, renovou se o interesse das coberturas verdes e ficou conhecido no Norte da Europa como uma “solução verde”. (QUINTELLA, 2012). Ao mesmo tempo, uma rápida expansão populacional global junto com a tendência urbanística está pressionando cada vez mais as cidades e seus sistemas de suporte à população. Dentre as vantagens, as infraestruturas verdes se encainxam no contexto de preocupação ambiental quando considera-se suas capacidades em melhorar o efeito da ilha de calor urbana, contribuindo positivamente para qualidade de vida e possibilitando a sustentabilidade em meios urbanos com densidade elevada. A partir da década de 1970, com o aumento da densidade urbana e diminuição das áreas verdes, a preocupação com o declínio da qualidade de vida nas cidades renovou o Fonte: Faculdade Max (2019) 23 interesse em telhados vegetados. A tabela 01 abaixo mostra em porcentagem a população urbana no Brasil e no mundo, elucidando a pratica de novas abordagens construtivas: Tabela 01 – Avanço da população urbana no Brasil e no mundo Fonte: adaptado de GARRIDO NETO (2012) 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 Brasil 55,91 60,79 65,47 69,86 73,92 77,61 81,19 84,23 86,53 88,24 Mundo 36,08 37,21 38,92 40,78 42,62 44,45 46,4 48,63 50,46 52,37 Anos 24 2.2 Conceito Telhado verde é uma técnica arquitetural que consiste em aplicar solo e vegetação sobre estruturas de cobertura impermeáveis, em diversos tipos de edificações. Telhados verdes existem – ou existiram – em regiões diversas, tais como Alemanha, Argentina, Tanzânia e Islândia, e em diversas fases históricas (REDA; TANZILLO; COSTA, 2012). Para a IGRA, International Green Roof Association, (2011), os critérios descritos no quadro 1 podem ser utilizados para classificar as três formas principais de Telhados Verdes: entre extensivos, semi-intensivos e intensivos. Quadro 01 –Tipos de telhado verde Fonte: REIS E SILVA, (2014) 25 2.3 Classificações O telhado verde pode ser classificado quanto ao tipo de vegetação em sistema intensivo, semi-intensivo e extensivo; quanto à declividade ou ainda quanto ao sistema de instalação das empresas em telhado verde hidromodular, telhado verde laminar alto, telhado verde laminar médio e telhado verde alveolar leve. 2.3.1 Quanto ao tipo de vegetação A depender da altura e peso da vegetação sob o telhado verde, este pode ser, tradicionalmente, classificado em Sistema Intensivo, Sistema Semi-Intensivo e Sistema Extensivo. 2.3.1.1 Sistema Intensivo O primeiro deles, sistema de telhados intensivos, comportam plantas de maior porte: nível médio a grande, em uma estrutura de 15 cm a 40 cm, onde a carga prevista varia entre 180 kg/m² e 500 kg/m². Resultando em uma maior demanda de água e adubo, e de uma camada de substrato maior, no mínimo 30 cm, além de um reforço estrutural que suporte maior capacidade de carga. (IGRA, 2012) Em contrapeso aos esforços empregados, o telhado verde intensivo pode ter outras utilizações. Dependendo da concepção utilizada, podem destinar-se a fins desportivos, recreativos, de lazer e culturais; por isso, muitas vezes, são indistinguíveis de jardins naturais em sua aparência. (SANTOS et al., 2017) 26 Figura 05 – Telhado verde intensivo na fundação Acros 2.3.1.2 Sistema Semi-Intensivo De acordo com a Associação Internacional de Telhados (IGRA, 2012), as coberturas verdes semi-intensivas podem ser classificadas como um meio termo entre as outras classificações, intensivas e extensivas, uma espécie de combinação entre elas. Num sistema de 12 cm a 25 cm. Pode exercer uma carga de 120 kg/m² a 200 kg/m². Como o peso é maior que o das extensivas, necessitam de mais manutenção e os custos são mais elevados, a comparação inversa pode ser feita às intensivas. Todavia, permitem que seja feito um paisagismo mais elaborado, como na figura 06, em Chicago. Fonte: Metalica (2019) 27 Figura 06 - Telhado verde Semi-intensivo em Chicago 2.3.1.3 Sistema Extensivo Nesse modelo as plantas tem uma configuração de pequeno porte, rasteiras; a altura da estrutura, descontada a vegetação, vai de 6 cm a 20 cm. O peso do conjunto fica entre 60 kg/m² e 150 kg/m². Conforme Perussi (2011), um telhado verde extensivo (TVE) pode ser construído em prativamente todos os tipos de coberturas (telhas cerâmicas, de fibrocimento, coberturas de aço e lajes). Geralmente esse tipo de telhado é aplicado onde o ambiente será visitado ou visto por pessoas, e tem sua beleza espelhada em uma área gramada. Deve-se dar prioridade ao uso de vegetação nativa da região, mais adaptada ao clima local. No geral, os tipos de vegetação mais usados são os musgos, herbáceas, gramíneas e suculentas, dentre estas as do gênero Sedum sp. (PERUSSI, 2017) Fonte: Wendy City Chicago (2019). 28 Figura 07 – Telhado Verde Extensivo 2.3.2 Quanto à declividade Segundo Minke (2003), outro parâmetro relevante que caracteriza a escolha do tipo de cobertura entre extensiva, semi-intensiva ou intensiva de um projeto de telhado verde é a declividade da cobertura. As declividades comumente utilizadas estão no intervalo de 0° a 40° (0% a 84%), sendo classificadas como coberturas planas quando 0°, coberturas com pouca inclinação para inclinações em torno de 3° (5%), coberturas com inclinação moderada para 20° (36%) e coberturas muito inclinadas 40° (84%), podendo se observar na figura 08 as classificações e um exemplo na figura 09. Fonte: ECOTELHADO (2019) 29 Figura 08 - Inclinações adotadas para coberturas verdes extensivas entre 0° e 40° Fonte: Minke (2003). Figura 09 - Biesbosch Museum, National Park De Biesbosch, the Netherlands Fonte: Architectural Digest < https://www.architecturaldigest.com/gallery/green- roof-living-roof-designs> acesso em 23 de abril de 2019 https://www.architecturaldigest.com/gallery/green-roof-living-roof-designs https://www.architecturaldigest.com/gallery/green-roof-living-roof-designs 30 2.3.3 Quanto ao Sistema A instalação do telhado verde pode ser feita através de sistema um laminar, onde os componentes das camadas são instalados diretamente no local, ou através de sistemas modulares, com bandejas pré-vegetadas que já possuem as camadas formadas (PERUSSI, 2016). Figura 10 – Telhado Verde Laminar Fonte: PERUSSI (2016). Figura 11 – Telhado Verde Modular Fonte: PERUSSI (2016). 31 2.3.3.1 Telhado Verde Hidromodular Este sistema possui um mecanismo de reserva de água caracterizado por três módulos. 1, o Módulo Piso Nuvem - responsável pela drenagem controlada e retenção de água para as raízes da vegetação, dispensando a instalação de uma irrigação superficial; 2, o Módulo Galocha que armazena água nas lajes; 3, uma Membrana de Absorção, que retém parcialmente água e nutrientes para nutrição das raízes. Juntos, para um sistema de 7 cm de altura do Módulo piso nuvem e 5 cm para o módulo piso galocha, conseguem reservar até 50 l/m² de água.(ECOTELHADO, 2019) Figura 12 –Estrutura do Telhado Verde Hidromodular Em virtude desse sistema de armazenamento de água e nutrientes,quando colocado com grama o sistema se caracteriza como semi-hidropônico, ou seja, dispensa o uso de solo, suas Fonte: ECOTELHADO (2019) 32 raízes desenvolvem-se em cultivo de substrato (EMBRAPA, 2011). Ademais, essa necessidade de utilizar menos solo, contribui para outras vantagens do sistema Hidromodular, como por exemplo, em virtude do menor peso, os custos de instalação, manutenção e eventual retirada são mais simples. 2.3.3.2 Telhado Verde Laminar Alto De acordo com a Organização das Nações Unidas, cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água por dia para atender às necessidades de consumo e higiene. O telhado verde Laminar alto garante um abastecimento de até 180 l/m², e dessa forma é o único sistema de telhado verde que serve como cisterna e que é independente de irrigação com água potável. Segundo o manual de especificações da empresa ECOTELHADO, o sistema funciona com base em diferentes camadas. Uma Membrana de Absorção que tem por finalidade retenção de água e nutrientes para suprir parcialmente as raízes da vegetação. Uma camada de substrato Leve, composto de materiais orgânicos e sintéticos capaz de reter água, nutrientes e compreender uma carga de peso baixa. E por fim, uma camada de argila expandida, que, suportada dentro do modulo hexagonal ecodreno, participa como um substrato, poder de retenção de água representativo e suporte para as raízes, conforme apresenta figura 13. 33 Figura 13 – Estrutura do Telhado Verde Laminar Alto 2.3.3.3 Telhado Verde Laminar Médio Muito semelhante ao hidromodular, exceto por ser de um sistema laminar e dispensar o uso da placa de plástico para reserva de água. Possui a capacidade de retenção de 50 a 60 l/m², se tornando ideal para ser instalado em cobertura de prédios ou lajes planas de residências. Fonte: adaptado de ECOTELHADO (2019) 34 Figura 14 - Estrutura do Telhado Verde Laminar Médio Figura 15 - Telhado Verde Laminar Médio Fonte: adaptado de ECOTELHADO (2019) Fonte: ECOTELHADO (2019) 35 2.3.3.4 Telhado Verde Alveolar Leve O sistema alveolar leve é caracterizado por ser um sistema que permite aplicação em telhados com pouca inclinação (de até 10° ou 20%) e possui uma carga leve; segundo dados do Manual de especificações do ECOTELHADO, o local deverá suportar o peso de 80kg/m². A principal característica desse sistema é a presença do módulo alveolar, este é fornecido em placas e com reservatórios de formato retangular. Possui uma retenção de água: 35 l/m² e tem por finalidade capacitar uma drenagem controlada, retenção de água para as raízes da vegetação (reserva de água sob as raízes), e evitar contato direto da vegetação com a laje. Figura 15 - Estrutura do Telhado Verde Alveolar Leve Fonte: ECOTELHADO (2019) 36 2.3.3.5 Sistema Modular Alveolar Grelhado Além das camadas do telhado verde alveolar leve , esse sistema possui como diferencial a inclusão de uma grelha tridimensional de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), que possui a capacidade de reter substrato dentro de seus círculos, o que não permite que o mesmo escoe com a inclinação, conforme figura 16. Dessa forma o sistema modular alveolar grelhado é o mais indicado para coberturas inclinadas, permitindo uma inclinação de até 20° ou 30%. Figura 16 - Estrutura do Telhado Verde Alveolar Grelhado Fonte: ECOTELHADO (2019) 37 Figura 17 - Telhado Verde Alveolar Grelhado Fonte: ECOTELHADO (2019) 38 2.4 Benefícios Diante dos estudos sobre o uso e consequências de telhado verde é possível encontrar uma série de benefícios, podendo-se elencar nesse trabalho alguns deles: Redução do pico de escoamento, Retenção das águas pluviais, Proteção contra incêndios, Proteção acústica, Transferência de calor e Devolve a biodiversidade das cidades. 2.4.1 Redução do pico de escoamento O aumento das áreas impermeáveis nos centros urbanos pode resultar em uma sobrecarga nas formas de drenagem existentes e, por conseguinte, alagamentos cada vez mais frequentes. Posto isso, formas de precaução vêm sendo um ponto de suma importância na discussão sobre novas políticas de infraestrutura e moradia. O telhado verde pode assumir o papel de uma estratégia admissível, tendo em vista a redução do coeficiente de escoamento e consequente pico. Uma das características mais estudadas na aplicação de telhado verde é a retenção de água e seus consequentes benefícios. A vegetação capta e armazena a água das chuvas juntas do substrato e, em seguida, libera parte dela para o ambiente por meio da evapotranspiração. Essa capacidade de retenção de água pode ser mensurada através do Coeficiente de runoff (C), que é calculado pela seguinte fórmula: (JOBIM, 2013). 39 Figura 18 – Esquema comparativo de Ciclo de água Fonte: adaptado de BEZERRA (2013) 2.4.2. Retenção das águas pluviais Além da preocupação com alagamentos, a capacidade de retenção de água pelo telhado verde pode ser incorporado na discussão de reutilização da água. Com o crescente debate sobre desperdício e novas consciências ambientais, novas alternativas construtivas e habitacionais tidas como soluções ecológicas vêm surgindo, uma delas é um sistema de armazenamento atrelado ao telhado verde. De acordo com Basso, (2013), os sistemas para utilização da captação de água para fins não potáveis são relativamente simples e eficazes. Segundo a empresa ECOTELHADO, 2010, uma das formas de captação dessa água é pelo meio do telhado verde alveolar alto, unido a um sistema de drenagem, conforme esquemas abaixo. As águas pluviais são filtradas pelas camadas do telhado verde e encaminhadas para as 40 calhas com destino aos reservatórios. O sistema permite a utilização de reservatórios de água, no solo ou subsolo. (ECOTELHADO, 2010) Figura 19 – Esquema para Telhado Verde Laminar Alto Fonte: ECOTELHADO (2019) Figura 20 – Sistema de Armazenamento de água Fonte: ECOTELHADO (2019) 41 2.4.3 Proteção contra incêndios O telhado verde pode contribuir para a prevenção de incêndios de duas formas diferentes. A primeira é funcionando como uma barreira na propagação de fogo entre os edifícios e a outra é do edifício para o telhado, isso se deve, principalmente, aos valores elevados de umidade no substrato. Contudo, as plantas secas podem apresentar perigo de fogo, e como alternativa para minimizar esse aspecto podem ser colocados materiais que não entram em combustão ao longo da cobertura, como pedras e cascalhos. (LOPES, 2006). Figura 21 – Telhado Verde com Cascalhos Fonte: Amanda Forte Arquitetura (2019) 42 2.4.4 Proteção acústica Alguns estudos indicam que as coberturas verdes podem funcionar como bom isolante do som exterior. A vegetação e a camada de ar, entre esta e o substrato e o próprio substrato, podem bloquear determinadas frequências. Segundo (SANTOS, 2012), o substrato tende a bloquear frequências mais baixas, enquanto a vegetação permite bloquear as frequências mais elevadas. (PERUSSI, 2016). 2.4.5 Transferência de calor Podemos entender a função do telhado verde na diminuição da condução de calor através da Lei de Fourier. Esta estabelece que Qx é a quantidade de calor transmitida através de uma espessura L em uma direção normal à superfície de áreaA, devido à diferença de temperatura ∆T. O coeficiente k representa a condutividade térmica e é uma propriedade do material dependente do meio, da temperatura, densidade e ligação molecular. Então, pela Lei de Fourier, quanto maior a condutividade térmica, maior a taxa de transferência de calor pelo material. Um telhado verde pode, que possui materiais com baixa condutividade térmica, solo e água, pode assim diminuir a transferência de calor por condução. (WARK, 2011). Considerando também o conceito de calor latente, podemos entender de forma mais ampla o funcionamento desse sistema. O calor latente é uma grandeza física que designa a quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo enquanto seu estado físico se modifica. Devido à retenção de água pluvial e seguinte evapotranspiração, na qual a água muda de estado 43 e volta à atmosfera, a porção de calor que entra na residência é minimizada como exemplificado no esquema abaixo. Figura 22 – Comparação de Transferência de Calor em Cobertura verde e de laje Fonte: RIOS (2016) 2.4.6 Devolve a biodiversidade à cidade A crescente urbanização modifica o cenário habitacional e uma das consequências é a perca da diversidade biológica nas cidades. Dito isto, Coffman e Waite (2011) apresentam dados sobre a diversidade de espécies que habitam telhados verdes, como insetos, aranhas e ave; e consequentemente esse sistema pode funcionar como um agente que devolve a biodiversidade à cidade. 44 Existe, contudo uma preocupação quanto à biodiversidade atraída pelo telhado verde. Este sistema atrai borboletas, besouros, joaninhas e outras espécies de habitat externo à moradia, insetos são essenciais à vida de outros seres. Já insetos ditos como indesejados, como baratas, moscas, mosquitos, pulgas, são atraídos apenas por detritos humanos. (ECOTELHADO, 2019) Figura 23 – Telhado verde com casa de passarinho Fonte: Green Roof Shelters <https://greenroofshelters.co.uk/green-roof- shelters-container-family/> acesso em 2 de junho de 2019 https://greenroofshelters.co.uk/green-roof-shelters-container-family/ https://greenroofshelters.co.uk/green-roof-shelters-container-family/ 45 2.5 Camadas Um telhado verde é uma estrutura que pode ser dividida em camadas: 1) A membrana de impermeabilização fica imediatamente sobre a estrutura do telhado para evitar a entrada de umidade na edificação. 2 ) Acima dela, uma camada de drenagem, para transportar o escoamento. Logo após, 3) o substrato e 4) a vegetação finalizam o sistema. (OLIVEIRA, 2012). 2.5.1 Impermeabilização E Camada Anti-Raiz A camada de impermeabilização normalmente é construída com a função de hidrorrepelentes, no sentido de evitar o contato da água com a estrutura do telhado; enquanto uma camada protetora também é empregada, destinando-se à retenção da umidade e nutrientes acima da estrutura do telhado, fornecendo uma proteção física contra o crescimento das raízes (TASSI et all, 2014). Nakamura (2019) Elencou resistência mecânica e durabilidade como os principais requisitos técnicos a serem atendidos pela impermeabilização. Resguardando essas recomendações Storte aponta soluções comumente indicadas para impermeabilizar telhados verdes como a manta asfáltica antiraiz, na qual um biocida é disperso em toda a massa, e a solução asfáltica antiraiz, aplicada na forma de pintura. (NAKAMURA, 2019). 2.5.2 Drenagem Os telhados verdes absorvem água pluvial e devolvem parte dela para o meio por transpiração. Todavia, existe um excesso, e dependendo da espessura do sistema, da intensidade da chuva e do tipo de telhado aplicado, esse excesso de água deve ser drenado para fora da cobertura, podendo até ser acumulado para posterior reuso. Esses caminhos de drenagem da água devem estar livres de resíduos de substratos e sob manutenção periódica. (FERRAZ, 2014) 46 Outra opção é a utilização de resíduos de demolição triturados - pedras, tijolos e concreto, por consistirem em alternativa viável para implementação como sistema de drenagem em meio ao substrato, na cobertura verde. Além disso, apresentam benefícios na escala ambiental, pois incluem reaproveitamento de materiais e reduzem a necessidade de transporte e disposição final dos resíduos da construção (GREEN ROOFS, 2016). 2.5.3 Substrato Ferraz (2014) caracteriza o substrato como a base do telhado verde. A espessura, os nutrientes e a aeração do substrato devem ser determinadas de acordo com o tipo e sistema do telhado verde. Dependendo do tipo de telhado verde existe uma ampla variedade de substratos. Para escolha perante essa variedade eles podem ser caracterizados quanto à sua granulação, porcentagem de matéria orgânica, estabilidade estrutural, resistência à erosão pelo vento, permeabilidade, capacidade máxima de retenção de água, quantidade de nutrientes, aeração e pH. (FERRAZ, 2014) Santos fez um experimento em 2016 com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes substratos no desenvolvimento em telhados verdes. No trabalho, foram utilizados três componentes de substrato: areia, solo e matéria orgânica. Como resposta, os substratos que apresentaram matéria orgânica em sua composição obtiveram os melhores resultados para os parâmetros avaliados. Ainda foi observado que o uso apenas de solo em telhados verdes, isto é, sem matéria orgânica, pode ocasionar altas temperaturas e elevados níveis de compactação. (SANTOS et al., 2016) Em outro estudo, Willes (2014) selecionou e avaliou o desempenho de dez tipos de substratos, identificando as melhores técnicas de aplicação, de acordo com a necessidade de cada sistema e ambiente. Perante às características avaliadas, a turfa marrom apresentou o menor valor de densidade seca, maior porosidade total, maiores valores de água facilmente disponível, água disponível e capacidade de retenção de água, sendo um bom material para o uso em telhados verdes. 47 2.5.4 Vegetação Na construção do telhado verde, uma das partes determinantes é a escolha da vegetação. Esta deve ser escolhida com base em determinados critérios, entre eles deve ser de fácil manutenção, para que o telhado seja conservado sempre limpo e bem tratado, resistentes ao sol e ao vento existentes para as condições climáticas do local onde está a construção. (PENSAMENTO VERDE, 2013) Quintella (2012) elenca as plantas mais usadas como: - Capim-Chorão, gramínea muito rústica e quase sem exigências de cultivo, deve ser mantida com ate 50 cm de altura; - Erva- 6 gorda, muito boa para telhados verde, e resistente a solos rasos; - Capuchina, herbácea comestível sem exigência quanto ao solo, pode se comportar como forrageira; - Rabo-de-gato, Rasteira leve e ornamental que suporta bem o sol, mas não é aconselhada para locais aonde ocorrem geadas; - Mal-me-quer, excelente para dar estabilidade a telhados muito inclinados: resistente a extremos de umidade; - Grama esmeralda, muito usada em telhados verdes, tem efeito atapetado e baixa necessidade de poda, e também contém o avanço de ervas daninhas. (QUINTELLA, 2012) Ademais, com base em parâmetros como irrigação, consumo de água, luz, manutenção e adubação a empresa Ecocasa elaborou o quadro abaixo com 12 espécies diferentes e sua análise: 48 Quadro 02 – Especificidades de Vegetações Fonte: ECOCASA (2019) 49 Após a instalação, em geral, alguns cuidados são recomendados. A princípio, irrigar abundantemente o sistema, com frequência, diariamente pelo período mínimo de 45 dias ou até que a vegetação se observe que a vegetação está adaptada ao seu novo habitat. Em caso de vegetação com cor amarelada: deve-se adubar com substrato vegetal leve. Deve-se adubar em pouca quantidade e irrigar frequentemente, apósa adubação, assim evitando o crescimento exagerado, pois este pode causar o acamamento. Não obstante aos cuidados iniciais, a vegetação com aparência seca e enrugada: deve-se irrigar, de forma uniforme, até seu restabelecimento. No caso de obras maiores obrigatoriamente deve-se utilizar sistema automatizado de irrigação. Quanto à manutenção e poda deve ocorrer, mas em menor frequência do que em jardim convencional já que a vegetação cresce mais lentamente do que a plantada no chão, pois tem uma quantidade controlada de nutrientes disponíveis. (ECOTELHADO, 2019). 50 2.6 Custo A princípio, a determinação dos custos do telhado foi feita através de uma empresa especialista no ramo: Ecotelhado. Foi solicitado os custos de material para uma laje plana de 100m², com telhado verde no sistema modular alveolar leve. Os materiais e quantidades necessários para a execução foram determinados pela própria empresa conforme listados no quadro 03: Quadro 03 – Materiais para telhado verde alveolar leve Fonte: Orçamento oferecido pela empresa Ecotelhado Sendo o orçamento final para os materiais caracterizado como: Seguindo recomendações de trabalhos anteriores, utilizou-se também um sistema de impermeabilização. Para impermeabilização empregou-se uma composição com insumos e 51 valores retirados da tabela Sinapi de abril de 2019 e adequamos para a área de 100m² simulada para os materiais, obtendo o valor apresentado na tabela 02: Tabela 02 – Orçamento Impermeabilização Fonte: acervo próprio do autor (2019) Para 1 m² foi encontrado o total de R$ 67,14; como foi simulado para uma cobertura de 100m², o custo total de impermeabilização pode ser considerado de R$ 6.714,00. Não foi encontrado empresa especializada em instalação na região, então, para efeito de simulação utilizamos o trabalho de Pereira et al (2015) em pesquisa de mercado feita em 2015 na cidade de São Paulo, a mão-de-obra para instalação do telhado gira em torno de R$ 2500,00. Totalizando uma estimativa (impermeabilização + materiais + instalação) de R$ 17287,00. Para efeito de comparação do aplicação de gastos para o material, usamos o trabalho de OLIVEIRA (2016). No qual foram comparados duas estruturas de telhado verde diferentes e uma de telha colonial convencional, tradicional na região, para uma laje de 203,01m². A primeira estrutura de Telhado Verde (TV1) é composto por Geomembrana + Geotêxtil + Substrato, já o Telhado Verde 2 (TV2), por Geomembrana + Geocomposto + Substrato. Os preços foram obtidos em consulta ao comércio local de Natal/RN e nas tabelas SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e SEINFRA (Secretaria da Infraestrutura) com dados referentes ao mês de agosto de 2016, conforme tabela 03. Impermeabilização de superfície com manta asfáltica, uma camada E=3MM. AF 06/2018 Descrição do item Un COEF Preço Unitário Custo Total para 1M² Primer para manta asfáltica a base de asfalto modificado, aplicação a frio L 0,615 R$ 12,91 R$ 7,93 Manta asfáltica elastomérica em Poliéster 3MM, Tipo III, Classe B, Acabamento PP M² 1,125 R$ 35,02 R$ 39,39 Gás de cozinha - GLP KG 0,26 R$ 5,27 R$ 1,37 Ajudante especializado com encargos complementares H 0,192 R$ 14,71 R$ 2,82 Impermeabilizador com encargos complementares H 0,948 R$ 16,49 R$ 15,62 52 Tabela 03 – Preço dos telhados considerando área de projeção da cobertura Fonte: adaptado de OLIVEIRA (2016) A diferença de custo é justificada em parte pela desproporção da área projetada de cobertura, já que a telha colonial necessita de uma inclinação bem maior para evitar escoamento, cerca de 80cm além da laje. Em contrapartida, o telhado verde pode ser adotado como do tamanho da laje, visto que existe a camada drenante de brita, escoando para um tubo de PVC com destino ao solo. Elaborado por Mendes (2014) os gráficos apresentados na figura 24 simulam as tendências de benefício e custos no tempo de instalação e uso de telhado verde. São considerados parâmetros positivos financeiramente para o telhado verde a economia de energia e um hipotético incentivo fiscal. Tipo Preço Total Área (m²) Preço/m² Telhado Verde 1 R$ 14.794,78 203,01 R$ 72,88 Telhado Verde 2 R$ 14.689,19 203,01 R$ 72,36 Telhado Colonial R$ 20.874,80 249,49 R$ 83,67 53 Figura 24 – Gráfico de Ponto de Compensação de Telhado Verde Fonte: adaptado de Mendes (2014) 54 2.7 Incentivos na Legislação Do Brasil Como ferramentas de incentivo algumas iniciativas públicas e leis já são adotadas ao redor do mundo. No Brasil, já existem alguns instrumentos, quer sejam incentivos e benefícios fiscais, quer seja determinação de uso do telhado verde em prédios públicos ou que compreendam determinadas características. À exemplo disso, podem ser elencadas algumas dessas leis já em vigor ao longo do território nacional: - Florianópolis (Lei 14.243 de 2007): objetiva legitimar o poder executivo a oferecer incentivos e parcerias a adoção de telhados verde em espaços dito como urbanos e densamente povoados. - Rio de Janeiro (Lei 6.3490 de 2012): conversa sobre a obrigatoriedade de instalação do telhado verde em prédios públicos. Ficando o poder executivo autorizado a prever a construção nesses prédios públicos, nas autarquias e fundações do estado do Rio de Janeiro. - Goiânia (Lei complementar 235 de 2012): A partir do programa IPTU VERDE, institui benefícios fiscais à quem adote ações ditas como sustentáveis. Contemplando dentro do corpo da lei a implantação de telhado verde e dispondo de desconto no Imposto Predial e Territorial Urbano/IPTU no valor de 3% para os adeptos. - Recife (Lei 18.112 de 2015): Impõe a implantação do sistema em projetos de edificações multifamiliares com mais de quatro pavimentos, e para edificações não habitacionais com área de cobertura superior a 400m². 55 2.8 Casos-Exemplo Para ilustrar o tema abordado e finalizar o referencial teórico desse trabalho, foram escolhidos 3 casos-exemplos de cidades que incentivaram a implantação de telhados verdes. 2.8.1 Toronto Em Toronto, no Canadá, a Lei de Telhados Verdes de 2010 apresenta como necessária a cobertura verde para novas construções acima de 200 m 2 . Após dois anos da lei entrar em vigor, em 2012, já tinham sido instalados 113.000 metros quadrados de telhados verde. Originando mais de 125 empregos relacionados a produção, design, manutenção e instalação dos mesmos. E ainda uma redução de 125 mil metros cúbicos de águas pluviais a cada ano e economia 1.5 milhões de kWh de energia para os proprietários dos edifícios. (ECOTELHADO, 2014) Para demonstrar este crescimento visualmente, alunos da Universidade de Toronto desenvolveram imagens ilustrando estas mudanças, dividindo os cenários em uma perspectiva para o ano de 2012, um ano e dez anos após a publicação da referida Lei, conforme Figura 25 a seguir: 56 Figura 25 – Impacto da lei de Telhado Verde em Chicago Fonte: Benfeld (2012) 57 2.8.2 São Paulo O uso do telhado verde pode ser um instrumento importante para reduzir os impactos de ilhas de calor formadas especialmente em grandes centros urbanos. Ao comparar dois prédios da capital paulista, um com área verde (o edifício Conde Matarazzo), e outro com laje de concreto (o Mercantil/Finasa), o geógrafo Humberto Catuzzo verificou em 2013 que a temperatura no topo do edifício com jardim ficou até 5,3°C mais baixa. Também houve ganho de 15,7% em relação à umidade relativa do ar. Figura 26 – Edifício Conde Matarazzo 2.8.3 João Pessoa João Pessoa oferece desconto de 10% no IPTU no caso da manutenção de 30% de área permeável, permitindo para isso o uso de tetos verdes, além de descontos relativosà coleta e reaproveitamento de água de chuva (10%), entre outras medidas, chegando a 50% de isenção. (MENDES, 2014). Fonte: Research Gate (2019) 58 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da revisão sobre o tema é possível extrair que mesmo tendo sido utilizado como atrativo estético e recreativo por muito tempo, o telhado verde passou a ser enxergado, também, como uma realidade de solução ecológica. Graças à difusão do método, é possível observar vários casos-exemplo de sucesso pelo mundo e um crescente interesse na análise e métrica dos benefícios do seu uso. Por mérito desse interesse já se é possível encontrar uma ampla literatura sobre a capacidade de absorção das águas pluviais e as consequências dessa habilidade. Segundo dados do IBGE, em 2017, dos municípios com mais de 500 mil habitantes, 93% foram atingidos por alagamentos e 62% por deslizamentos, aumentando ainda mais o apelo por alternativas como o telhado verde. Em vista disso, dentre os benefícios causados pela absorção de água, encontram-se muitos estudos sobre a redução do pico de escoamento e a retenção e manejo dessas águas. Não obstante aos prós supracitados, a tratativa sobre as preocupações com formas de economia de energia em edificações familiares ou comerciais legitima a pesquisa do telhado verde nesse âmbito. Justificando o interesse e tornando o estudo do sistema como um amenizador climático e redutor das ilhas de calor outro ponto nevrálgico dentro do tema. Mesmo com numerosas pesquisas, é observado que ainda se há a necessidade de incentivos iniciais para que as aplicações teóricas se tornem práticas e o telhado verde seja uma realidade material na sociedade. Em geral, os incentivos analisados vinham em formato de lei, vezes oferecendo descontos e benefícios fiscais, vezes sugerindo o uso em espaços públicos, ou mesmo, impondo o uso de acordo com determinadas características da edificação. Ao redor do mundo, esses incentivos podem ter suas consequências positivas analisadas há mais tempo e com dados consistentes, como em Chicago, por exemplo. O Brasil apresenta uma legislação, relativamente, recente e em maturação sobre telhado verdes. Esse fato torna interessante um estudo futuro sobre o impacto dos incentivos e os formatos com maior eficácia. É notada uma tendência em se caracterizar o telhado verde como uma aplicabilidade de alto custo. Contudo, como observado no trabalho, a depender da estrutura adotada, o método já pode ser admitido como economicamente viável e, até mesmo, com o custo de material inferior ao de formatos tradicionais, como telhas coloniais. 59 Apesar do sobredito, regionalmente, ainda é difícil avaliar o valor de custo total devido à dificuldade em encontrar empresas especializadas. A falta de mão-de-obra torna-se um entrave à difusão prática do método. Sendo também, um ponto interessante a se observar em estudos futuros: práticas, limitações e adequações que referenciem aos regionalismos, ao clima, ao bioma e às tradições construtivas do Nordeste. Em suma, o telhado verde pode se tornar uma realidade mais visível no Brasil. Todavia, para acelerar o processo, sua implantação poderia ser auxiliada por diferentes frentes. Por parte do governo, com uma legislação que abranja incentivos fiscais e também vise o início do uso em prédios públicos. Por parte da academia com estudos sobre a implantação prática e o período no qual a alternativa se justifique como economicamente viável e até mesmo vantajosa. E por fim, dos profissionais da área, que busquem práticas de conhecimento e mão-de-obra especializada na instalação e manutenção do sistema. 60 4. REFERÊNCIAS ARQUITETURA SUSTENTÁVEL. (2012) Espécies de plantas para um telhado verde. Disponível em: <http://arquiteturasustentavel.org/2012/07/25/6-especies-de-plantasideais-para- um-telhado-verde/>. Acesso em: 01 maio de 2019. BASSO, A., (2013) Cobertura verde como sistema de reaproveitamento de água da chuva e águas servidas. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco. BEZERRA, J. C. (2018) Telhados Verdes: Métodos de Pesquisa e Propriedades. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Rio Grande do Norte. Natal. BODE, K; GONÇALVES, J. C. S. 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