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INVESTIGAÇÃO DA EFICÁCIA DAS UNIDADES DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO DE UM NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

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FACULDADES INTEGRADAS DO VALE DO IGUAÇU 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS VALDAMERI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INVESTIGAÇÃO DA EFICÁCIA DAS UNIDADES DE TRATAMENTO DE ESGOTO 
SANITÁRIO DE UM NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIÃO DA VITÓRIA - PR 
2018 
 
 
LUCAS VALDAMERI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INVESTIGAÇÃO DA EFICÁCIA DAS UNIDADES DE TRATAMENTO DE ESGOTO 
SANITÁRIO DE UM NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil, Área das Ciências 
Exatas das Faculdades Integradas do Vale do 
Iguaçu – UNIGUAÇU, como requisito à obtenção 
de grau de Bacharel em Engenharia Civil. 
Professor Orientador: Ms. João Chiabai Junior 
Professora Coorientadora: Esp. Larissa Jagnez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIÃO DA VITÓRIA-PR 
2018
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
INVESTIGAÇÃO DA EFICÁCIA DAS UNIDADES DE TRATAMENTO DE ESGOTO 
SANITÁRIO DE UM NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
LUCAS VALDAMERI 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil das Faculdades 
Integradas do Vale do Iguaçu – Uniguaçu, como requisito para obtenção do grau de bacharel 
em Engenharia Civil, considerado aprovado pela banca examinadora e avaliado como nota: 
________ em sua defesa pública. 
 
 
 
_________________________________________________________ 
Orientador: Prof. Ms. João Chiabai Junior 
Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – Uniguaçu 
 
 
 
 
_________________________________________________________ 
Membro da banca: Prof. Esp. Larissa Jagnez 
Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu - Uniguaçu 
 
 
 
 
_________________________________________________________ 
Membro da banca: Prof. Ms. Adriana Contin Bertolin 
Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – Uniguaçu 
 
 
União da Vitória – PR, 22 de janeiro de 2018
AGRADECIMENTOS 
 
Gostaria de agradecer a toda minha família, em especial minha mãe Zilda. De todas as 
pessoas, ela foi quem mais me apoiou durante toda a faculdade, fazendo o possível e o 
impossível para que eu continuasse firme e forte. 
Também cabem agradecimentos a todos os professores que passaram seus 
conhecimentos de forma fácil e interessante, sempre prontos a sanar todas as dúvidas, não 
apenas sobre a matéria, quanto sobre a vida profissional de um engenheiro. 
Agradeço a meus colegas de turma, Jorge Fernando, Juliano, Maria Marília, Mattheus 
e Wagner, os quais posso chamar de amigos. Foram cinco anos de dor e sofrimento juntos; e 
também muitas conquistas. Obrigado pela companhia e pela ajuda! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O sonho é um túnel que passa por baixo da realidade. É um esgoto de água clara, 
mas não deixa de ser esgoto.” 
 
Pierre Reverdy
https://www.pensador.com/autor/pierre_reverdy/
RESUMO 
 
 
VALDAMERI, Lucas. Investigação da eficácia das unidades de tratamento de esgoto 
sanitário de um núcleo de educação infantil. 2018. 53 f. Trabalho de conclusão de curso 
(Bacharelado em Engenharia Civil). Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu – Uniguaçu. 
União da Vitória, 2018. 
 
O tratamento de esgoto sanitário no Brasil ainda é um problema. Em muitas ruas do país 
ainda não existem redes coletoras de esgoto. Em lugares onde não existe o sistema, os esgotos 
necessitam de tratamento prévio antes de serem lançados na água, no solo ou na rede de águas 
pluviais. Para realização deste, usam-se tanques sépticos, filtros anaeróbios e cloradores. Para 
efetivo tratamento, as instalações prediais devem estar em conformidade com as normas 
técnicas vigentes. Caixas de inspeção desempenham papéis fundamentais no sistema, 
proporcionado a inspeção do esgoto e a manutenção das tubulações em casos de 
entupimentos. As caixas de gordura separam os óleos e graxas, evitando assim que os mesmos 
sejam encaminhados para o tanque séptico. Tanques sépticos e filtros anaeróbios fazem o 
tratamento preliminar do esgoto e o clorador promove a desinfecção. Neste trabalho foram 
investigados os dispositivos de tratamento de esgoto de um núcleo de educação infantil, 
existente desde 2001. Foi consultado o projeto sanitário previamente elaborado pelo 
engenheiro na época, como também realizada uma visita de inspeção ao imóvel. Todos os 
dispositivos apresentaram algum tipo de desacordo com as recomendações das normas 
técnicas e/ou do projeto sanitário. Enquanto alguns não cumpriram dimensões mínimas, 
outros estavam totalmente fora dos padrões necessários. É de extrema importância que as 
unidades de tratamento sejam bem construídas e sofram constante manutenção, para que o 
meio ambiente não sofra as consequências de um esgoto mal tratado ou mal disposto. 
 
Palavras-chave: Esgoto; Tanque séptico; Filtro anaeróbio; Clorador. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
VALDAMERI, Lucas. Investigation of the efficacy of the sewage treatment units of a 
nursery school. 2018. 53 p. Final course assignment (Bachelor degree in Civil Engineering). 
Integrated Colleges of the Iguaçu Valley – Uniguaçu. União da Vitória, 2018. 
 
The treatment of sanitary sewage in Brazil is still an issue. In many streets of the country 
there are still no sewerage networks. In places where the system does not exist, sewers need to 
be pre-treated prior to being launched in the water, soil or into the rainwater network. For this 
purpose, septic tanks, anaerobic filters and chlorinators are used. For effective treatment, the 
building installations must comply with the current technical standards. Inspection chambers 
play key roles in the system, providing inspection of the sewer and maintenance of pipes in 
cases of clogging. The grease chambers separate the oils and greases, thus preventing them 
from being sent to the septic tank. Septic tanks and anaerobic filters pre-treat the sewage and 
the chlorinator promotes disinfection. In this assignment, the sewage treatment devices of a 
nursery education center, which has existed since 2001, were investigated. The sanitary 
project, previously prepared by the engineer at the time, as well as an inspection visit to the 
property, were consulted. All the devices presented some type of disagreement with the 
recommendations of the technical standards and/or the sanitary project. While some did not 
complied minimum dimensions, others were totally off the required standards. It is extremely 
important that the treatment units are well built and constantly maintained so that the 
environment does not suffer from the consequences of poorly treated or ill-disposed sewage. 
 
Keywords: Sewage; Septic tank; Anaerobic filter; Chlorinator. 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Detalhe de uma caixa de inspeção .......................................................................... 18 
Figura 2 – Detalhe de uma caixa de gordura ............................................................................ 19 
Figura 3 – Funcionamento geral de um tanque séptico ............................................................ 21 
Figura 4 – Filtro anaeróbio tipo circular com entrada única de esgoto .................................... 24 
Figura 5 - Clorador ................................................................................................................... 27 
Figura 6 – Caixa de inspeção 01 ............................................................................................... 30 
Figura 7 – Caixa de inspeção 02 ............................................................................................... 31 
Figura 8 – Caixa de inspeção 03 e Caixa de gordura ............................................................... 31 
Figura 9 – Caixa de inspeção 04 ...............................................................................................32 
Figura 10 – Caixa de inspeção 05 e Filtro Anaeróbio .............................................................. 32 
Figura 11 – Tanque Séptico 01 ................................................................................................. 34 
Figura 12 – Tanque Séptico 02 ................................................................................................. 35 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
a. C. – antes de Cristo. 
DBO – Demanda bioquímica de oxigênio 
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde 
NBR – Norma Brasileira 
NEI – Núcleo de Educação Infantil 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
pH - Potencial hidrogeniônico 
PVC – Policloreto de polivinila 
SC – Santa Catarina
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 
1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 11 
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 12 
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................... 12 
1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................................... 12 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 13 
2.1 ESGOTO SANITÁRIO ................................................................................................. 13 
2.1.1 Esgoto doméstico ......................................................................................................... 14 
2.1.2 Esgoto industrial .......................................................................................................... 14 
2.1.3 Águas de infiltração ..................................................................................................... 15 
2.1.4 Contribuição pluvial parasitária ................................................................................ 15 
2.2 A RELEVÂNCIA DO TRATAMENTO DO ESGOTO ............................................... 15 
2.3 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS PREDIAIS ................................................. 16 
2.3.1 Caixas de inspeção ....................................................................................................... 17 
2.3.2 Caixas retentoras de gordura ..................................................................................... 18 
2.4 UNIDADES DE TRATAMENTO INDIVIDUAL ....................................................... 20 
2.4.1 Tanques ou fossas sépticas .......................................................................................... 20 
2.4.2 Filtro anaeróbio ........................................................................................................... 23 
2.5 TRATAMENTO COMPLEMENTAR.......................................................................... 25 
2.5.1 Clorador ....................................................................................................................... 27 
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 29 
3.1 OBJETO DE ESTUDO: NEI COMECINHO DE VIDA .............................................. 29 
3.1.1 Detalhes do imóvel ....................................................................................................... 29 
3.1.2 Caixas de inspeção existentes ..................................................................................... 29 
3.1.3 Caixa de gordura existente ......................................................................................... 33 
3.1.4 Tanques sépticos existentes ......................................................................................... 33 
3.1.5 Filtro anaeróbio existente ........................................................................................... 36 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 37 
4.1 ADEQUAÇÃO DAS CAIXAS DE INSPEÇÃO .......................................................... 37 
4.2 ADEQUAÇÃO DA CAIXA DE GORDURA .............................................................. 37 
4.3 ADEQUAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS .................................................................. 38 
4.4 ADEQUAÇÃO DO FILTRO ANAERÓBIO ............................................................... 38 
4.5 ADIÇÃO DO CLORADOR .......................................................................................... 38 
10 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 40 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41 
ANEXO A – PROJETO SANITÁRIO ORIGINAL ............................................................ 43 
ANEXO B – TABELAS DA NBR 7229:1993 ....................................................................... 45 
ANEXO C – TABELAS DA NBR 13969:1997 ..................................................................... 47 
APÊNDICE A – DIMENSIONAMENTO DO TANQUE SÉPTICO EXISTENTE ........ 48 
APÊNDICE B – DIMENSIONAMENTO DO FILTRO ANAERÓBIO EXISTENTE ... 49 
APÊNDICE C – DIMENSIONAMENTO DO NOVO FILTRO ANAERÓBIO .............. 50 
APÊNDICE D – DIMENSIONAMENTO DO CLORADOR ............................................ 51 
APÊNDICE E – PROPOSTA DE PROJETO SANITÁRIO .............................................. 52 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
Durante o curso da história, a preocupação com o esgotamento sanitário veio 
crescendo. No início da civilização, os dejetos eram apenas lançados sem nenhum critério. 
Agora, existem leis e normas específicas para a coleta, transporte e disposição final do esgoto 
sanitário, com objetivo de evitar doenças e a contaminação de rios, lagos e mares, bem como 
dos organismos aquáticos que vivem neles. 
Numa edificação, a coleta dos efluentes acontece por meio de aparelhos sanitários 
(bacias sanitárias, lavatórios, pias de cozinha, caixas sifonadas, ralos secos, ralos sifonados, 
etc.), tubulações (joelho, curvas, tês, tubulação de ventilação, etc.) e dispositivos de inspeção 
(caixas de inspeção, poços de visita, etc.), conjunto esse chamado de instalações sanitárias 
prediais. Após a coleta, o esgoto deve ser encaminhado para a rede especifica, chamada de 
rede coletora de esgoto. 
1.1 JUSTIFICATIVA 
O Brasil ainda peca pela falta de coleta e tratamento desses efluentes. Muitas cidades 
não possuem a rede coletora, sendo assim, necessários dispositivos de tratamento prévio de 
esgoto sanitário antes do efluente ser lançado em corpos receptores. Dentre esses sistemas, 
destacam-se os tanques sépticos e filtros anaeróbios, componentes imprescindíveis para 
edificações localizadas em áreas onde não há rede coletora de esgoto. 
As fossas sépticas tem por objetivo separar e transformar a matéria sólida presente no 
esgoto, enquanto os filtros anaeróbios filtram ainda mais esse efluente, possibilitando assim 
que o esgoto seja lançado no solo (CREDER, 2006). 
Para que as unidades de tratamento de esgoto sejam efetivas em seu propósito, faz-se 
necessário a correta construção e manutenção. Dispositivos mal projetados e/ou mal 
executados pode levar a contaminação indevida do solo das águas subterrâneas e dos corpos 
receptores. Segundo Ramos (2014, p. 1): 
 
Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 70% das internações 
hospitalares da rede pública estão relacionadas com doenças de veiculação hídrica, 
que por sua vez estão diretamente ligadas à ausência de coleta, tratamento e correta 
disposição dos esgotos domésticos. 
 
Sendo assim, estudos e pesquisas sobre o tema têm suma importânciapara que o 
esgoto sanitário seja devidamente disposto, sem colocar em risco a saúde humana, a fauna e a 
flora. 
12 
 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo geral 
Investigar se os dispositivos de tratamento de esgoto estão em bom estado de 
conservação e cumprindo seu propósito em um Núcleo de Educação Infantil. 
1.2.2 Objetivos específicos 
 Identificar as características construtivas da edificação existente, observando suas 
unidades de tratamento; 
 Avaliar se os objetivos do tratamento estão sendo cumpridos, bem como identificar 
possíveis problemas de manutenção e construção; 
 Propor medidas de adequação, se caso observado dispositivos impróprios para o 
tratamento do esgoto; 
 Sugerir tratamento complementar dos efluentes da edificação, de modo a contribuir 
para a conservação dos corpos receptores. 
13 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 ESGOTO SANITÁRIO 
A preocupação com os despejos gerados por águas servidas, o que hoje chama-se 
esgoto sanitário, vem sendo alvo de discussão por muito tempo. Segundo Azevedo Netto 
(1984 apud NUVOLARI, 2011), em 3750 a.C., eram construídas galerias de esgoto em Nipur 
(Índia) e na Babilônia. Em 3100 a.C. já se tem notícia do emprego de manilhas cerâmicas para 
essa finalidade. 
Em todo o percurso do saneamento na história da humanidade, o uso da água e 
disposição final do esgoto sanitário tornaram-se cada vez mais exigentes e diversificadas. 
Junto ao desenvolvimento das grandes cidades, as populações aumentaram em número e 
complexidade, vindo a demandar maior quantidade de água e maiores aportes da tecnologia 
(HELLER, 2010 apud GONTIJO, 2016). 
Azevedo Netto e Fernández (2015) afirmam que os serviços de infraestrutura de 
captação e disposição final das águas servidas são indispensáveis às comunidades civilizadas. 
Para Nuvolari (2011, p. 20) “hoje, apesar de várias cidades brasileiras já contarem com 
Estações de Tratamento de Esgoto, a grande maioria nem coleta e nem trata seus esgotos. 
Fatalmente terão que fazê-lo, sob pena de ficarem sem mananciais de água apropriada para 
abastecimento público, e amargarem sérios problemas de saúde pública.” A intervenção do 
homem, seja nos despejos de esgoto ou na aplicação de defensivos agrícolas no solo, contribui 
para a introdução de organismos na água, afetando sua qualidade (VON SPERLING, 2014). 
Como resultado do crescimento populacional, as necessidades de infraestrutura em 
saneamento básico também aumentaram: “a oferta de saneamento, em especial a coleta e 
tratamento de esgoto, é fundamental para a preservação do meio ambiente e da saúde pública, 
pois isto está intimamente ligado ao controle e redução das doenças de veiculação hídrica.” 
(RAMOS, 2014). 
Segundo Jordão e Pessôa (2005), o termo “esgoto” era inicialmente utilizado como 
definição tanto para a tubulação condutora de águas servidas, como também o líquido que 
fluía pela mesma; hoje, é basicamente usado apenas para a “caracterização dos despejos 
originários das diferentes modalidades do uso e da origem das águas.”. A NBR 9648 (ABNT, 
1986) define esgoto sanitário como “despejo líquido constituído de esgotos doméstico e 
industrial, água de infiltração e a contribuição pluvial parasitária”. 
 
14 
 
2.1.1 Esgoto doméstico 
Por definição da NBR 9648 (ABNT, 1986), esgoto doméstico é um “despejo líquido 
resultante do uso da água para higiene e necessidades fisiológicas humanas.”. De acordo com 
a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) (2006 apud RAMOS, 2014), esgoto doméstico é 
aquele que “provem principalmente de residências, estabelecimentos comerciais, instituições 
ou quaisquer edificações que dispõe de instalações de banheiros, lavanderias e cozinhas. 
Compõem-se essencialmente da água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, 
sabão, detergentes e águas de lavagem.”. 
 Para Braga et al (2005) o esgoto doméstico é a parcela mais significativa dos esgotos 
sanitários e que apesar de variarem em função dos costumes e condições socioeconômicas das 
populações, têm características bem definidas. Segundo Von Sperling (2014), o esgoto 
doméstico é composto por 99,9% de água, e apesar da parcela restante de 0,1% ser pequena, 
esta inclui sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, sendo assim necessário o 
tratamento de esgoto. 
O esgoto doméstico provém do uso da água, logo é medido pela quantidade de água 
consumida, geralmente expressa pela taxa de consumo per capita, variável de acordo com os 
hábitos e costumes de cada local. É usual a taxa de 200 L/ha ∙ dia, porém em grandes centros 
urbanos a quantidade pode ser três ou quatro vezes maior. Nessa taxa também é incluso uma 
parcela do consumo industrial, que se refere às indústrias de pequeno porte, bem como uma 
parcelo referente às perdas do sistema (NUVOLARI, 2011). 
2.1.2 Esgoto industrial 
Segundo a NBR 9648 (ABNT, 1986), o esgoto industrial é o “despejo líquido 
resultante dos processos industriais, respeitados os padrões de lançamento estabelecidos.”. 
Como mencionado anteriormente, o efluente das pequenas indústrias é computado no esgoto 
doméstico; porém, no caso das indústrias de grande porte, onde há volume significativamente 
maior que o esperado na área ocupada pela mesma, essa contribuição é considerada como 
singular ou concentrada na rede de esgoto. Outras edificações, como escolas, hospitais e 
quartéis também são computados como singulares (NUVOLARI, 2011). 
Segundo Braga et al (2005, p. 119) “dependendo do tipo de indústria, ele possui 
características muito específicas; por esta razão a necessidade de se estudar, com o objetivo de 
tratamento e disposição, cada tipo de despejo isoladamente”. 
 
15 
 
2.1.3 Águas de infiltração 
As águas de infiltração são águas subterrâneas que penetram indesejavelmente nas 
galerias de rede coletora de esgotos por meio das paredes das tubulações, pelas juntas mau 
executadas, pelas tubulações defeituosas, pelas estruturas dos poços de visitas e das estações 
elevatórias, entre outros. (HANAI e CAMPOS, 1997). 
Segundo NBR 9648 (ABNT, 1986) podemos considerar como água de infiltração 
“toda água, proveniente do subsolo, indesejável ao sistema separador e que penetra nas 
canalizações.”. As infiltrações dependem muito das características dos materiais empregados 
no sistema coletor e também das características do meio: nível do lençol freático, tipo de solo, 
permeabilidade, entre outros (NUVOLARI, 2011). 
2.1.4 Contribuição pluvial parasitária 
Para a NBR 9648 (ABNT, 1986) essa contribuição é a “parcela de deflúvio superficial 
inevitavelmente absorvida pela rede coletora de esgoto sanitário.”. As águas pluviais não 
deveriam chegar a galeria de esgoto sanitário, mas sempre chegam; seja por meio de 
instalações mal feitas, como atos clandestinos. Dentre os caminhos encontrados para a 
penetração dessas águas, destacam-se: ligações de canalizações pluviais prediais à rede de 
esgoto, interligações de galerias de águas pluviais à rede de esgoto, tampões de poços de 
visita e outras abertura e ligações abandonadas (NUVOLARI, 2011). 
2.2 A RELEVÂNCIA DO TRATAMENTO DO ESGOTO 
O principal objetivo do tratamento de esgoto é melhorar as características indesejáveis 
do mesmo, considerando que o seu uso ou a sua disposição final deve estar de acordo com os 
critérios apresentados na legislação e definidos pelas autoridades regulamentadoras. No 
tratamento deve-se incluir a redução da concentração de pelo menos uma das seguintes 
categorias de poluentes: matéria orgânica biodegradável, sólidos em suspensão, nutrientes 
(nitrogênio e fósforo) e patogênicos (VAN HAANDEL e LETTINGA, 1994 apud RAMOS, 
2014). 
Segundo Braga et al (2005), a “disposição inadequada dos esgotos pode transmitir 
doenças como, febre tifóide, diarréias e disenterias bacterianas, a poliomielite, a hepatite tipo 
A, entre outras”. 
16 
 
A falta do tratamento adequado dos esgotos, em muitos casos, favorece o lançamentoin natura nos corpos d’água, provocando sérios prejuízos à qualidade dessas águas 
(NUVOLARI, 2011). 
Os corpos d’água (rios, lagos, mares, etc) sofrem ação nociva devido as substâncias 
presentes nos esgotos, onde a matéria orgânica pode acarretar a saturação do oxigênio 
dissolvido, causando a morte dos peixes e outros organismos; e consequentemente o 
aparecimento de maus odores. Também ocorre o crescimento desenfreado de algas, devido ao 
excesso de nutrientes; esse fato confere odor e gosto desagradáveis a água, ampliando o 
problema da escassez de água de boa qualidade, o aumento na disseminação de doenças de 
veiculação hídrica, desequilíbrio ecológico, entre outros (BRAGA, et al., 2005) 
De acordo com Pimenta et al (2002 apud RAMOS, 2014) o setor que interfere mais 
diretamente na saúde da população de um país é o saneamento: “a falta de um sistema de 
esgotamento sanitário reflete diretamente nos setores econômicos, políticos e sociais”. O 
investimento público em infraestrutura e qualidade das redes de saneamento é tão efetiva para 
a prevenção de doenças quanto vacinações em massa. Assim sendo, a coleta, o tratamento e a 
disposição final adequada do esgoto sanitário tem fundamental importância para a melhoria 
da saúde. 
A Organização Mundial da Saúde afirmou que, para cada dólar investido em água e 
saneamento, são economizados 4,3 dólares em custos de saúde no mundo (OSM, 2014 apud 
ONUBR, 2014). 
2.3 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS PREDIAIS 
A importância das instalações prediais de esgoto sanitário está associada não apenas 
com as necessidades básicas de higiene e saúde, mas também com as noções de conforto 
impostas por um dinâmico comportamento social. Para Francescato (2005, p. 1) “Neste 
cenário encontra-se o projetista, cuja missão é atender aos anseios sociais, em meio a 
emergentes avanços tecnológicos e à necessidade ímpar de racionalização, questões estas 
singulares na competitiva estrutura econômica estabelecida”. 
Segundo Azevedo Netto e Fernández (2015, p. 511): 
 
A instalação predial de esgoto (leia-se sempre: Esgoto Sanitário) objetiva a coleta e 
o encaminhamento do despejo líquido das edificações ao sistema público de esgoto 
sanitário, ou, na ausência deste, a um destino conveniente sob os pontos de vista 
sanitário, higiênico e ecológico. 
 
http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsId=49377#.VG4ZJXW9-ze
17 
 
No Brasil, as especificações relativas às instalações prediais de esgoto variam de 
acordo com o município, entretanto todas elas se firmam na NBR 8160 – “Sistemas prediais 
de esgoto sanitário - Projeto e execução” (MACINTYRE, 2010). Tal norma estabelece as 
diretrizes referentes ao projeto, execução, ensaio e manutenção dos sistemas prediais de 
esgoto sanitário (ABNT, 1999). 
A instalação interna, isto é, dentro da edificação, contempla, a grossos modos, 
aparelhos sanitários, tubulações de esgoto, tubulações de ventilação, ralos e dispositivos 
sifonados. A partir desse ponto, o efluente é direcionado para subcoletores e coletores 
prediais, passando por pontos de inspeção, para em seguida ser remanejado para a disposição 
final. Nesse contexto, Macintyre (2010, p. 153) afirma: 
 
Ao projetista das instalações cabe solucionar os problemas de uma destinação 
adequada dos esgotos, seja para residências isoladas, seja para edifícios comerciais, 
residências, indústrias, conjuntos habitacionais e complexos industriais, quando se 
verifica a inexistência do coletor público, ou quando há esgotos industriais que 
exigem tratamento antes de sua destinação final. 
 
O papel do projetista é de suma importância para o correto funcionamento das 
instalações. “[...] é oportuno supor que o projetista necessite de informações básicas relativas 
a modernas metodologias de dimensionamento, às inovações tecnológicas, assim como dos 
princípios teóricos que sustentam tanto o convencional quanto o novo.” (FRANCESCATO, 
2005, p. 1). 
2.3.1 Caixas de inspeção 
A caixas de inspeção são utilizadas para realizar desobstruções e limpezas dos 
coletores prediais, subcoletores e ramais de esgoto e de descarga. Assim como poços de visita, 
as caixas de inspeção devem ser impermeabilizadas, possuir ventilação adequada e ser 
construída por materiais não atacáveis pelo esgoto (CREDER, 2006). 
Quanto a acessibilidade do sistema, a NBR 8160 define: 
 
a) a distância entre dois dispositivos de inspeção não deve ser superior a 25,00 m; 
b) a distância entre a ligação do coletor predial com o público e o dispositivo de 
inspeção mais próximo não deve ser superior a 15,00 m; e 
c) os comprimentos dos trechos dos ramais de descarga e de esgoto de bacias 
sanitárias, caixas de gordura e caixas sifonadas, medidos entre os mesmos e os 
dispositivos de inspeção, não devem ser superiores a 10,00 m. 
(ABNT, 1999, p. 6) 
 
18 
 
As caixas de inspeção devem ter profundidade máxima de 1,00 m; forma prismática, 
de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 0,60 m, ou cilíndrica com 
diâmetro mínimo igual a 0,60 m; tampa facilmente removível, permitindo perfeita vedação e 
fundo construído de modo a assegurar rápido escoamento e evitar formação de depósitos 
(MACINTYRE, 2010). 
A Figura 1 mostra um esquema geral de uma caixa de inspeção. 
 
Figura 1 – Detalhe de uma caixa de inspeção 
 
Fonte: MACINTYRE: 2010 
 
2.3.2 Caixas retentoras de gordura 
São dispositivos providos de um septo destinados a reter, na sua parte superior, as 
gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto. Esses materiais podem aderir às paredes das 
tubulações, obstruindo as mesma, sendo assim necessário manutenções periódicas. As caixas 
de gordura devem ser divididas em duas câmaras, uma receptora e outra vertedoura, separadas 
por um septo não removível (AZEVEDO NETTO e FERNÁNDEZ, 2015). 
 
 
 
 
19 
 
Figura 2 – Detalhe de uma caixa de gordura 
 
Fonte: MACINTYRE: 2010 
 
Após reterem tais substâncias, as caixas retentoras de gordura (ou simplesmente caixas 
de gordura) direcionam a parte líquida resultante para a rede de coleta de esgoto ou para um 
tanque séptico ou para a galeria coletora de esgoto. As caixas de gordura devem ser 
impermeabilizadas, providas de dispositivos adequados para inspeção, possuir tampa de fecho 
hermético, ser devidamente ventiladas e constituídas de materiais não atacáveis pelo esgoto 
(ABNT, 1999). 
Para a coleta de apenas uma cozinha, pode ser usada a caixa de gordura pequena ou a 
caixa de gordura simples. Pra a coleta de duas cozinhas, pode ser usada a caixa de gordura 
simples ou a caixa de gordura dupla. Já para a coleta de três até 12 cozinhas, deve ser usada a 
caixa de gordura dupla. Para a coleta de mais de 12 cozinhas, ou ainda, para cozinhas de 
restaurantes, escolas, hospitais, quartéis, etc., devem ser previstas caixas de gordura especiais 
(MACINTYRE, 2010). 
A caixa de gordura pequena (CGP) deve ter diâmetro interno de 0,30 m; parte 
submersa do septo de 0,20 m; capacidade de retenção de 18 L e diâmetro nominal da 
tubulação de saída de Ø 75 mm. A caixa de gordura simples (CGS) deve ter diâmetro interno 
de 0,40 m; parte submersa do septo de 0,20 m; capacidade de retenção de 31 L e diâmetro 
20 
 
nominal da tubulação de saída de Ø 75 mm. A caixa de gordura dupla (CGD) deve ter 
diâmetro interno de 0,60 m; parte submersa do septo de 0,35 m; capacidade de retenção de 
120 L e diâmetro nominal da tubulação de saída de Ø 100 mm. 
E, finalmente, a caixa de gordura especial (CGE) deve ter distância mínima entre o 
septo e a saída de 0,20 m; volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula: 
 
V = 2 N + 20 (1) 
 
Onde N é o número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de 
gordura no turno em que existe maior afluxo e V é o volume, em litros; 
A altura molhada deve ser 0,60 m; a parte submersa do septo deve correspondera 0,40 
m e diâmetro nominal mínimo da tubulação de saída deve ser DN 100 (CREDER, 2006). 
2.4 UNIDADES DE TRATAMENTO INDIVIDUAL 
2.4.1 Tanques ou fossas sépticas 
Dentre os vários mecanismos de tratamento de esgoto para pequenos grupos 
habitacionais, destaca-se o uso de tanques sépticos. De acordo com a NBR 7229, tanque 
séptico é uma “unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para 
tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão.” (ABNT, 1993, p. 
2). 
Tal dispositivo “detêm os despejos por um período que permita a decantação dos 
sólidos e a retenção do material graxo, transformando-os em compostos estáveis.”. A 
principal finalidade do tanque séptico é possibilitar a ação das bactérias aeróbias e anaeróbias, 
permitindo que o efluente possa ser lançado em um sumidouro, vala de infiltração, vala de 
filtração ou ainda num curso d’água (CREDER, 2006). 
As fossas sépticas não possuem grades, caixas de areia, ou outros detentores de 
material, por não serem uma estação de tratamento completa. Por isso não devem receber 
despejos gordurosos, sendo necessário a captação e remoção dos mesmos pela caixa retentora 
de gordura antes que o efluente possa ser direcionado a fossa (MACINTYRE, 2010). 
Para melhor entendimento, na Figura 3 é representado um esquema de funcionamento 
de um tanque séptico: 
 
21 
 
Figura 3 – Funcionamento geral de um tanque séptico 
 
Fonte: NBR 7229: 1993 da ABNT 
 
Define-se escuma como matéria graxa e sólidos em mistura com gases, que flutuam 
no líquido em tratamento. O lodo digerido é a porção do lodo estabilizado por processo de 
digestão; e o lodo em digestão é a porção instável, em início de processo de digestão, também 
chamado lodo fresco (ABNT, 1993). 
Não devem ser encaminhados ao tanque séptico, águas pluviais e qualquer despejo 
capaz de interferir negativamente com o processo de tratamento ou a elevação excessiva da 
vazão, como águas provenientes de lavagens de reservatórios e piscinas (MACINTYRE, 
2010). 
Os sistemas de tanques sépticos devem ser projetados em sua totalidade, 
contemplando disposição final para efluente e lodo, e se necessário o tratamento 
complementar destes conforme a NBR 13969. Os projetos dos sistemas de tratamento 
complementar e disposição final de efluente e de lodo digerido devem atender ao disposto nas 
NBR 5626 e NBR 8160 e nas normas a elas relacionadas (ABNT, 1993). 
Segundo Creder (2006), o volume útil total deve ser calculado pela fórmula: 
 
V = 1000 + N (CT + K Lf) (2) 
 
22 
 
Onde V corresponde ao volume útil, em litros; N corresponde ao número de pessoas 
ou unidades de contribuição; C é a contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em 
litro/unidade x dia; T é o período de detenção, em dias; K refere-se à taxa de acumulação de 
lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco; e Lf corresponde 
à contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (CREDER, 
2006). 
Compreende-se que mesmo que a fossa seja corretamente dimensionada e operada o 
efluente ainda possui odor característico devido ao gás sulfídrico, contendo também aparência 
escura, contendo bactérias em grande quantidade. Numa instalação bem projetada costuma-se 
chegar nos seguintes resultados: 50 a 70% de remoção dos sólidos em suspenção; 40 a 60% 
de redução de bacilos coliformes; 30 a 60% de redução da DBO e 70 a 90% de remoção de 
graxas e gorduras (MACINTYRE, 2010). 
Quando a fossa séptica em funcionamento apresentar odor muito forte, recomenda-se a 
mistura de substância alcalina, como a cal (BORGES e BORGES, 1992). 
A profundidade útil varia de acordo com o volume útil e as tabelas da norma, 
encontrada no ANEXO B deste trabalho; o diâmetro interno mínimo e a largura interna 
mínima são, respectivamente, 1,10 m e 0,80 m. A relação comprimento/largura para tanques 
prismáticos retangulares não deve ser menor que 2:1 e/ou maior que 4:1. 
No que se refere às distancias horizontais, os tanques sépticos devem se encontrar a 
1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração, ramal predial de 
água, poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza; a 3,0 m de árvores e de 
qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água (ABNT, 1993). 
Os materiais de construção, tampões de fechamento e dispositivos internos devem 
possuir resistência mecânica adequada às solicitações a que cada componente seja submetido, 
bem como resistência ao ataque químico e substâncias contidas no esgoto. Os tanques devem 
ser estanques e quando construídos em alvenaria devem ser revestidos internamente com 
material de desempenho equivalente à camada de argamassa de cimento e areia no traço 1:3 e 
espessura de 1,5 cm. A laje do fundo do tanque deve ser construída antes das paredes, exceto 
nos casos plenamente justificados (CREDER, 206). 
Referindo-se a quesitos de estanqueidade, a norma nos diz que o tanque séptico deve 
ser submetido a ensaio realizado após 24h mínimas de saturação. A estanqueidade é medida 
pela variação do nível de água após 12h; a fossa é preenchida até a altura da geratriz inferior 
do tubo de saída e se a variação for maior que 3% da altura útil, a estanqueidade é considerada 
insuficiente, sendo necessária a correção de trincas, fissuras ou juntas. 
23 
 
Para a manutenção da fossa, em momentos de emoção do lodo e da escuma, se faz 
necessário aberturas com a menor dimensão igual ou superior a 0,60 m, permitindo acesso 
direto ao dispositivo (ABNT, 1993). 
O lodo e a escuma acumulados nos tanques sépticos devem ser removidos em 
intervalos equivalentes ao período de limpeza do projeto, este podendo ser diminuído ou 
aumentado sempre que se verificarem alterações nas vazões efetivas de trabalho com relação 
às estimadas (MACINTYRE, 2010). 
A NBR 7229 afirma: “Quando da remoção do lodo digerido, aproximadamente 10% 
de seu volume devem ser deixados no interior do tanque.” Essa remoção deve ser feita por 
profissionais especializados que disponham de equipamentos adequados. Porém, antes da 
realização de qualquer operação no interior da fossa, a tampa deve ser mantida aberta por pelo 
menos 5 min, para remoção de gases tóxicos ou explosivos (ABNT, 1993, p. 7). 
Ao efluente líquido da fossa séptica deve ser dada disposição final de acordo com as 
finalidades do tratamento e as características locais. Dentre os fatores analisados para a 
escolha de lançamento do esgoto, destacam-se a existência de corpos d’água, permeabilidade 
do solo, áreas disponíveis, etc. (BORGES e BORGES, 1992). 
O efluente da fossa séptica pode ser lançado no solo, através de sumidouros e valas de 
infiltração; e também em águas de superfície, com tratamento complementar, por meio de 
valas de filtração ou filtro anaeróbio (CREDER, 2006). 
Nem a escuma nem o lodo devem ser lançados em galerias de água pluvial ou corpos 
d’água, sob hipótese nenhuma. O lodo digerido pode ser disposto em estações de tratamento 
de esgoto (ETE’s) ou em ponto determinados da própria galeria coletora de esgoto cloacal, 
desde que aprovado e regulamentado pelos órgãos responsáveis na área considerada (ABNT, 
1993). 
2.4.2 Filtro anaeróbio 
O filtro anaeróbio é um reator que se caracteriza pela presença de um material suporte 
estacionário e inerte no qual a biomassa adere-se ou fica retida nos interstícios, formando um 
biofilme que degrada o substrato contido na água residuária (YOUNG e MCCARTY, 1969 
apud TONETTI, 2008). 
A NBR 13969 – “Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e 
disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação”, define filtro 
anaeróbio como: 
 
24 
 
Reator biológico com esgoto em fluxo ascendente, composto de uma câmara inferior 
vazia e uma câmara superior preenchida de meio filtrante submersos, onde atuam 
microorganismosfacultativos e anaeróbios, responsáveis pela estabilização da 
matéria orgânica. 
(ABNT, 1997, p. 3). 
 
Tal unidade é usada como um complemento no tratamento iniciado pelo tanque 
séptico. De acordo com o Código de Obras do município de Porto União – SC (2007), quando 
o logradouro não possuir rede coletora de esgoto, e edificação deverá contem tanque séptico e 
filtro anaeróbio, cujo efluente deve ser lançado na galeria de águas pluviais. No caso de não 
existir a coleta de águas pluviais, o efluente deve ser encaminhado para um sumidouro. 
Pode ser tanque circular ou prismático e deve apresentar fundo falso por onde entra o 
afluente da fossa séptica; de modo que o mesmo passe por um meio filtrante. O efluente 
tratado sai por meio de uma calha coletora ou calha vertedoura (MACINTYRE, 2010). 
Para um melhor entendimento, seguem os detalhes contidos na norma, explanados 
pela figura 4: 
 
Figura 4 – Filtro anaeróbio tipo circular com entrada única de esgoto 
 
Fonte: NBR 13969: 1997 da ABNT 
 
Quanto ao cálculo do volume útil, a norma NBR 13969 traz a equação: 
 
Vu = 1,6 NCT (3) 
 
25 
 
Onde N é o número de contribuintes; C é a contribuição de despejos, em litros x 
habitantes/ dia e T é o tempo de detenção hidráulica, em dias. O volume útil mínimo do leito 
filtrante deve ser 1000 L e a altura do leito filtrante deve ser de, no máximo, 1,20 m, já 
levando em consideração o fundo falso. A altura do fundo falso deve ser limitada a 0,60 m, já 
incluindo a espessura da laje. No caso de haver dificuldades de construção de fundo falso, 
todo o volume do leito pode ser preenchido por meio filtrante. Nesse caso, o esgoto afluente 
deve ser introduzido até o fundo, a partir do qual é distribuído sobre todo o fundo do filtro 
através de tubos perfurados. A altura total do filtro anaeróbio, em metros é obtida pela 
equação: 
 
H = h + h1 + h2 (4) 
 
Onde H é a altura total interna do filtro anaeróbio; h é a altura total do leito filtrante; 
h1 é a altura da calha coletora e h2 é a altura sobressalente (variável) (ABNT, 1997). 
O filtro anaeróbio deve possuir um tubo-guia em PVC, com diâmetro de Ø 150 mm, 
permitindo a drenagem do mesmo pelo fluxo no sentido descendente. O material filtrante 
usado é a brita nº 4, de preferência com as dimensões mais uniformes possíveis, para não 
causar a obstrução precoce do filtro. O dispositivo deve cobertura em laje de concreto com 
tampa hermética localizada em cima do tubo-guia para a drenagem (MACINTYRE). 
O filtro anaeróbio deve ser drenado quando for observada a obstrução do leito 
filtrante, utilizando bomba de recalque, introduzindo-se o mangote de sucção pelo tubo-guia. 
Quando o procedimento acima for julgado insuficiente para retirada do lodo, deve ser lançada 
água sobre o leito filtrante, repetindo a drenagem; entretanto, não se deve fazer a limpeza 
completa do filtro, pois retarda a partida da operação após a limpeza. 
Assim como os despejos do tanque séptico, os do filtro não podem em hipótese 
alguma serem encaminhados para cursos d’água ou galerias de águas pluviais. Bem como 
também necessita de aprovação do órgão responsável para ser recebido nas estações de 
tratamento de esgoto (ETE’s) (ABNT, 1997). 
2.5 TRATAMENTO COMPLEMENTAR 
Segundo Ramos (2014), embora a operação e manutenção do sistema de tanques 
sépticos e filtros anaeróbios seja muito simples, compreendendo basicamente na retirada do 
lodo e da escuma, é a disposição deles e do efluente líquido que causam grande preocupação, 
visto que o errôneo lançamento destes podem acarretar doenças e causar graves danos aos 
26 
 
corpos da água tanto superficiais como aos lençóis subterrâneos. Diz ainda: 
“consequentemente, esta prática também contribui com a deterioração dos mananciais, 
prejudicando enormemente o abastecimento de água da população, pelo aumento da 
complexidade e dos custos de tratamento da água.” 
Pode-se considerar que a fossa e o filtro são uma pequena estação de tratamento de 
esgoto; sendo assim responsáveis pelo tratamento primário (MACINTYRE, 2010). Este tem 
objetivo de remover os sólidos sedimentáveis, e uma pequena parte de matéria orgânica 
(VON SPERLING, 2014). 
Entretanto, como visto anteriormente, o sistema de fossa e filtro não remove com 
eficiência compostos patogênicos, estes podendo conter doenças se entrarem em contato 
direto com seres humanos. Para o tratamento complementar do efluente líquido que é 
encaminhado do filtro anaeróbio, a literatura traz como opção a desinfecção com cloro. 
A NBR 13969 especifica que “todos os efluentes que tenham como destino final 
corpos receptores superficiais ou galerias de águas pluviais, além do reuso, devem sofrer 
desinfecção. Esta deve ser efetuada de forma criteriosa, compatível com a qualidade do corpo 
receptor e segundo as diretrizes do órgão ambiental.” (ABNT, 1997). 
A desinfecção tem o objetivo de reduzir consideravelmente o número de coliformes 
totais e fecais (indicadores de contaminação por dejetos humanos) dos efluentes das ETE’s, 
de modo a alcançar níveis que atendam os índices preconizados pelo Conama 20 
(16/06/1986), em função da classificação do corpo receptor (PIANOWSKI e JANISSEK, 
2003) 
O cloro é o desinfetante mais utilizado tanto para águas como para esgoto; é uma 
tecnologia mundialmente conhecida, normalmente aplicada como cloro gasoso, hipoclorito de 
sódio ou de cálcio, e outros compostos de cloro na forma líquida ou sólida. Os compostos de 
cloro adicionados à água reagem formando ácido hipocloroso (HOC1) que se dissocia em 
OC1- e H+. A quantidade de HOC1 e OC1- em solução depende muito do pH e é chamada de 
cloro residual livre disponível. A matéria orgânica contida no esgoto também reage com o 
cloro, formando compostos organoclorados e cloraminas, conhecidos como cloro residual 
combinado (VON SPERLING, 2014). 
A cloração por gotejamento (hipoclorito de sódio) e por pastilha (hipoclorito de 
cálcio), são alternativas mencionadas na norma, sendo estas de menor preocupação em nível 
operacional. Segundo a norma “o menor tempo de detenção hidráulica para o contato ser 
considerado é de 30 minutos. O esgoto clorado deve conter, após o tempo de contato, uma 
concentração de cloro livre de pelo menos 0,5 mg/L.” (ABNT, 1997). 
27 
 
A desvantagem do cloro é o fato dele possuir subprodutos tóxicos, nocivos para a 
saúde humana. Entre eles estão os trihalometanos e haloacetonitrilas (VON SPERLING, 
2014). 
Esses compostos podem causar maior incidência de câncer de bexiga e cólon 
(VILLANUEVA et al., 2000 apud PIANOWSKI e JANISSEK, 2003). 
2.5.1 Clorador 
O processo de cloração é feito em caixas chamadas de caixas cloradoras ou 
simplesmente cloradores. A NBR 13969 traz um detalhe de instalação de um modelo, 
expresso pela Figura 5: 
 
Figura 5 - Clorador 
 
Fonte: NBR 13969:1997 
 
Como observado acima, o detalhe da norma não especifica dimensões. Devido ao fato 
de os cloradores não terem norma específica, podemos usar os princípios da hidráulica a fim 
de dimensioná-los. 
Destarte, como afirmam Pianowski e Janissek (2003), mesmo tendo discussões em 
torno no uso de compostos derivados do cloro, estes ainda são a alternativa mais viável. Isso 
se deve pelo fato desse composto ser eficaz na eliminação dos organismos patogênicos, sua 
aplicação é altamente difundida no Brasil e no mundo, é mais fácil de controlar seus efeitos 
28 
 
adversos, a mão de obra necessária é encontrada mais facilmente e os outros meios de 
desinfecção existentes ainda estão em fase experimental no país. 
Von Sperling (2014) explana que apesar de poder gerar subprodutos tóxicos, deve-se 
levar em consideração o grande benefício que o cloro traz para a saúde pública na remoção 
dos organismos patogênicos. 
 
29 
 
3MATERIAIS E MÉTODOS 
O método de pesquisa usado para a realização desse trabalho foi pesquisa de revisão 
bibliográfica em livros, artigos técnicos e científicos; assim como estudo de caso dos 
dispositivos construídos no local, levando em consideração o projeto sanitário predial 
previamente realizado no ano de 2001 e uma visita ao empreendimento. 
3.1 OBJETO DE ESTUDO: NEI COMECINHO DE VIDA 
3.1.1 Detalhes do imóvel 
A edificação é pública, com área de 260,76 m², de propriedade da Prefeitura Municipal 
de Porto União – SC, sendo esta a responsável pela construção e manutenção do imóvel. A 
Secretaria de Planejamento de Porto União julgou necessário um projeto de reforma e 
ampliação, tendo em vista que o prédio existe há dezesseis anos. 
Como o nome sugere, a edificação é destinada a educação de crianças de 0 a 5 anos, 
contendo salas de aula, BWC’s cozinha, lavanderia e refeitório. O arquiteto responsável 
desenvolveu o projeto arquitetônico, e em cima deste foi realizado proposta de projeto 
sanitário. Todas as instalações hidrossanitárias prediais do interior da edificação existente 
serão renovadas, incluindo tubulações e dispositivos hidráulicos. 
O logradouro não possui rede de coleta de esgoto, sendo necessário o uso de 
dispositivos de tratamento prévio do efluente. Consultando o projeto sanitário de 2001 
constatou-se que já existem na edificação fossa séptica, filtro anaeróbio, caixas de inspeção e 
caixas de gordura. 
3.1.2 Caixas de inspeção existentes 
No projeto antigo do NEI citado acima, há cinco caixas de inspeção, locadas conforme 
ANEXO A. O projeto não especifica dimensões, nem obstante os detalhes de instalação das 
caixas de inspeção, necessitando assim de visita à edificação com objetivo de medir e 
inspecionar tais dispositivos. 
As figuras enumeradas de 6 a 10 mostram a locação das caixas de inspeção 
construídas na edificação: 
 
 
 
30 
 
Figura 6 – Caixa de inspeção 01 
 
Fonte: O autor, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Figura 7 – Caixa de inspeção 02 
 
Fonte: O autor, 2017 
 
Figura 8 – Caixa de inspeção 03 (dir.) e Caixa de gordura (esq.) 
 
Fonte: O autor, 2017 
 
32 
 
Figura 9 – Caixa de inspeção 04 
 
Fonte: O autor, 2017 
 
Figura 10 – Caixa de inspeção 05 (esq.) e Filtro Anaeróbio (dir.) 
 
Fonte: O autor, 2017 
 
Constatou-se que as dimensões das caixas de inspeção estão em desconformidade com 
a NBR 8160, considerando que seu lado interno tem 50 cm ao invés dos 60 cm mínimos 
33 
 
especificados em norma. Outro aspecto importante é a utilização do tipo errado de tampa, 
sendo estas de concreto, o que não se caracteriza como facilmente removível. 
Destarte, os dispositivos obedecem a aspectos como estanqueidade, 
impermeabilização, qualidade do material e distâncias mínimas entre inspeções. 
3.1.3 Caixa de gordura existente 
No ANEXO A, observamos a locação e detalhe de construção da caixa de gordura. 
Observando esses elementos podemos presumir que, de acordo com a NBR 8160, o tipo 
escolhido pelo projetista é a CGD (Caixa de Gordura Dupla). 
Conclui-se que o projetista escolheu esse tipo de caixa baseado no uso da edificação, 
que recebe ocupantes temporários, possui cozinha industrial servindo diversas refeições por 
dia. Observando a Figura 8 do item 3.1.2, percebemos que o dispositivo foi construído com 
base quadrada, diferindo das recomendações na NBR 8160 e do detalhamento de projeto. 
Levando em consideração o tipo da caixa (CGD), a referida norma apenas recomenda o uso 
de caixas cilíndricas e não proíbe o uso de caixas prismáticas quadradas. Tendo isso em vista, 
a forma geométrica do dispositivo não está, necessariamente, fora de norma. 
Outro ponto a ser analisado é o fechamento que, como as caixas de inspeção, é feito 
com tampa de concreto, dificultando a sua retirada em momentos de necessidade de 
manutenção e limpeza. 
Em seu interior, a caixa de gordura deve conter um septo não removível, que faz a 
separação das duas câmaras, uma receptora e outra vertedoura, para efetivo funcionamento 
das mesmas. Durante a visita ao imóvel, devido a tampa ser de difícil remoção, não pode ser 
feita a investigação no interior do dispositivo e, consequentemente, não foi possível averiguar 
a situação interna da caixa. Entretanto, como o material de construção é concreto, e tal 
mistura é conhecida pela sua durabilidade e resistência, podemos concluir que a caixa 
retentora de gordura está em bom estado de conservação. 
3.1.4 Tanques sépticos existentes 
O empreendimento possui dois tanques sépticos, locados conforme ANEXO A. 
Observa-se que o projeto sanitário apresenta os tanques locados em planta baixa com suas 
respectivas medidas; entretanto, não foi possível localizar nenhum memorial de cálculo anexo 
ao projeto, bem como nenhum detalhe de construção dos tanques sépticos. Com objetivo de 
conferir se os volumes e as medidas dos dispositivos se adequam as especificações da NBR 
34 
 
7229, foram realizados cálculos com base nas medidas apresentadas na planta baixa do 
projeto sanitário. 
Como resultado, obteve-se os cálculos do APÊNDICE A – Dimensionamento de 
tanques sépticos: 
Vu = 6,05 m³ 
V = 6,994 m³ 
O volume útil (V) dos tanques somados foi suficiente para garantir o volume calculado 
(Vu). Todos os dados usados no cálculo do volume encontram-se na norma específica, 
tabelados conforme ANEXO B. 
O Tanque 01 possui largura de 1,30 m, comprimento de 2,60 m e altura de 1,30 m. 
Pode-se afirmar que a profundidade útil está de acordo com o recomendado na norma, na 
Tabela 4, encontrada no ANEXO B deste trabalho. Já no que se trata do comprimento e 
largura, percebemos a conformidade com o todos os itens da norma. 
Já o Tanque 02 tem 1,0 m de largura, 2,0 m de comprimento e 1,30 m de altura; 
estando em conformidade com as recomendações da norma em todos itens. 
Assim como as caixas de inspeção e caixa retentora de gordura, as fossas sépticas 
também foram alvo de inspeção externa no dia da visita ao imóvel, executadas conforme 
Figuras 11 e 12: 
 
Figura 11 – Tanque Séptico 01 
 
Fonte: O autor: 2017 
 
35 
 
 
Figura 12 – Tanque Séptico 02 
 
Fonte: O autor: 2017 
 
Verificou-se, entretanto, que as fossas executadas no local não condizem com o 
projeto sanitário. Ambas as fossas são prismáticas quadradas e possuem lado de 1,0 m; A 
distância mínima em relação às construções, definida da NBR 7229, não pode ser respeitada; 
pois, conforme a planta baixa disponível no ANEXO A, a parte externa da edificação é de 
pequeno porte, sendo assim impossível que os tanques sépticos fiquem a 1,50 m de distância 
de construções e limites de terreno. Ao que se refere ao ramal predial de água, o mesmo 
localiza-se a mais de 6 m da fossa mais próxima. 
O material empregado na construção das fossas foi concreto armado, material esse 
adequado às características de qualidade e estabilidade. Pode-se observar que apesar das 
tampas serem de difícil remoção, a abertura das mesmas satisfaz a dimensão mínima fixada 
pela norma. Apesar disto, os tanques sépticos estão em divergência com a NBR 7229 e com o 
projeto sanitário previamente elaborado pelo projetista em 2001. 
 
36 
 
 
3.1.5 Filtro anaeróbio existente 
No ANEXO A, encontra-se detalhe de instalação do filtro anaeróbio instalado no NEI 
Comecinho de Vida, objeto de estudo. Assim como o tanque séptico, o filtro anaeróbio não 
possui memorial de cálculo anexado no projeto sanitário original, sendo assim necessária a 
conferência do dimensionamento feito pelo projetista. 
Tendo isso em vista fez-se o cálculo do volume necessário, esse apresentado no 
APÊNDICE B – Dimensionamento do filtro anaeróbio existente: 
V = 6m³ 
Ve = 5,57 m³ 
Observa-se que as dimensões internas do filtro (diâmetro de 1,50 m e altura útil 3,15 
m) usadas no cálculo do volume efetivo (Ve) são suficientes para chegar muito perto do 
volume útil (V) de 6,0 m³. Foi usado astabelas da NBR 13969 apresentadas no ANEXO C 
para compor o cálculo. 
Julgando pelo cálculo, pode-se dizer que o filtro está dentro da norma, se não fosse por 
um detalhe importante: a altura máxima do leito filtrante é fixada em 1,2 m. 
Após análise de projeto, seguiu-se a visita ao NEI Comecinho de Vida. Conforme 
Figura 10 – Caixa de inspeção 05 e filtro anaeróbio, podemos observar que o filtro foi 
executado diferente do projeto original. Houve divergência não apenas na sua forma 
geométrica, mas também nas suas dimensões; o dispositivo executado tem forma prismática 
quadrada e 50 cm de lado, fugindo da forma cilíndrica e dos 1,5 m de diâmetro contidos no 
projeto. Outro aspecto observado na visita foi a tampa de concreto danificada, seja por má 
qualidade do material ou mau trato na hora de manutenções. 
Apesar de, como já explanado anteriormente, não ser possível a vistoria interna de 
nenhum dispositivo (caixas de inspeção, gordura, tanques e filtro) devido as tampas de 
concreto serem de difícil remoção, nesse caso não faria diferença se a mesma tivesse sido 
possível. Isso se deve ao fato do filtro anaeróbio estar em total desconformidade com o 
projeto sanitário e, principalmente, com a NBR 13969. 
 
 
 
37 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
Visando aumento da eficácia no tratamento do esgoto do NEI estudado, recomenda-se 
a adequação de seus dispositivos às normas vigentes; sendo assim necessária uma nova 
proposta para a reforma e ampliação do imóvel. Tendo base a concepção de novo projeto 
arquitetônico, elaborado pelo arquiteto responsável, realizou-se o projeto sanitário completo, 
porém para o presente estudo só se faz relevante a planta de situação e detalhes construtivos, 
encontrados no APÊNDICE E – Proposta de projeto sanitário. 
4.1 ADEQUAÇÃO DAS CAIXAS DE INSPEÇÃO 
As caixas de inspeção devem ser adaptadas para que seu lado interno tenha 60 cm, 
sendo 10 cm maior que as caixas existentes e atendendo as normas. O fundo (base) de 
concreto pode ser aproveitado, apenas aumentando o mesmo para sustentar as novas paredes 
que serão construídas; e, é claro, substituindo as tampas de concreto por tampas herméticas de 
ferro fundido para maior facilidade em removê-las. 
Entretanto, como observado no APÊNDICE E, as caixas de inspeção 01 e 02 terão que 
ser inutilizadas devido a expansão da edificação, e serão construídas duas caixas de inspeção 
ao lado, para receberem a contribuição antes recebida pelas caixas inutilizadas. 
No momento de realização do projeto dessas caixas, observou-se que o recuo entre a 
edificação e o limite do terreno é muito pequena, sendo necessário a construção de uma das 
caixas com dimensão menor que a recomendada em norma. Porém, visto que a mesma 
receberá contribuição apenas de um banheiro e a edificação terá em seu total seis caixas de 
inspeção, a dimensão inferior do dispositivo pode ser perdoada. 
As fundações dos novos cômodos acrescentados não se sobrepõem às caixas de 
inspeção 01 e 02 existentes no local, não sendo necessária a remoção das mesmas. Não 
obstante, faz-se necessário o aterramento das caixas considerando que serão executados laje e 
piso em cima delas, o que resulta em carga, de peso próprio, incidindo nas caixas. Tendo isso 
em vista, é de extrema importância que o aterramento das caixas seja executado de forma a 
respeitar os parâmetros de compactação do solo, de forma que as caixas e o terrapleno 
trabalhem juntos. 
4.2 ADEQUAÇÃO DA CAIXA DE GORDURA 
É de extrema importância realizar uma inspeção minuciosa na caixa retentora de 
gordura a fim de ter certeza que a mesma está servindo a seu propósito, contendo o septo não 
38 
 
removível; como também se faz necessário a troca da tampa de concreto para tampa de ferro 
fundido de fechamento hermético, como recomenda a NBR 8160. 
4.3 ADEQUAÇÃO DAS FOSSAS SÉPTICAS 
Ao que concerne as fossas sépticas, aquelas encontradas no local deverão ser refeitas 
respeitando o projeto sanitário original feito em 2001 e o memorial de cálculo elaborado neste 
trabalho. Para o cálculo das fossas existentes foram levantados a população, que é de 
aproximadamente 100 pessoas e o intervalo de limpeza que é de 1 (um) ano. 
Constatou-se que a soma dos volumes do Tanque 01 e do Tanque 02 atendem ao 
cálculo de volume necessário para atender a demanda da edificação. 
O projeto, como explanado nesse estudo, respeita as normas brasileiras sobre o 
assunto, sendo imprescindível para o efetivo tratamento do efluente. Porém, o projeto original 
apenas apresenta a planta baixa dos tanques sépticos, assim sendo necessário o detalhamento 
para execução dos mesmos. Na proposta de adequação foi elaborado detalhe de construção 
baseado nas dimensões do projeto original, obedecendo recomendações da NBR 7229. 
4.4 ADEQUAÇÃO DO FILTRO ANAERÓBIO 
Como mencionado anteriormente, o filtro anaeróbio está totalmente fora de norma, 
sendo imprescindível a adequação do mesmo à NBR 13969; cálculo esse exposto no 
APÊNDICE C – Dimensionamento do novo filtro anaeróbio. 
V = 6m³ 
Ve = 6,048 m³ 
O volume efetivo (Ve) corresponde ao volume calculado (V). O novo filtro foi 
dimensionado com base na população e nas recomendações e tabelas da NBR 13969, 
encontradas no ANEXO C deste trabalho. A forma geométrica foi alterada, sendo aderido o 
formato prismático retangular, mais fácil de ser executado. 
4.5 ADIÇÃO DO CLORADOR 
Para complementar o tratamento do esgoto, sugere-se a construção de um clorador 
para o NEI Comecinho de Vida, este dimensionado no APÊNDICE D – Dimensionamento do 
clorador. 
O dimensionamento e disposição da caixa cloradora é de liberdade do projetista, visto 
que a norma não estabelece diretrizes. Pode-se chegar ao valor do volume (V) multiplicando a 
39 
 
vazão (Q) pelo tempo (t). Nesse caso, a vazão que entra no clorador é a mesma que sai do 
filtro anaeróbio, sendo essa usada no cálculo. O tempo (t) é o tempo de detenção hidráulica 
(TDH), fixado em 30 min, na NBR 13969. 
Pode-se fazer uma analogia com os outros sistemas de tratamento de esgoto, 
objetivando especificar materiais e outros componentes adequados ao efluente. Tendo isso em 
vista, podemos adotar: 
 Material de construção: concreto; mesmo material usado na construção das 
caixas de inspeção, gordura, tanques sépticos e filtro anaeróbio; 
 Tampas herméticas de ferro fundido com abertura de 50 cm; 
 Tubos de PVC (policloreto de polivinila) com diâmetro de 100 mm; 
 Dimensões adequadas ao volume necessário; 
 Caixa estanque e impermeável. 
Em geral, é necessária a inspeção interna de todos os dispositivos, bem como as 
adequação pertinentes já citadas, com objetivo de que o tratamento do esgoto sanitário da 
edificação seja eficiente, obedecendo as normas brasileiras e às diretrizes municipais. 
 
 
40 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Para a correta captação e tratamento do esgoto, as instalações sanitárias prediais 
devem ser corretamente dimensionadas, obedecendo os projetos elaborados e as normas 
técnicas vigentes; especialmente em casos onde não há rede de coleta de esgoto, sendo assim 
necessário cuidados adicionais. 
No estudo de caso, foram levantadas as características construtivas da edificação e 
através desse levantamento foi constatado que algumas estão irregulares, contendo problemas 
de construção e manutenção. 
Dispositivos em discrepância com as NBR’s podem prejudicar os processos de 
tratamento primário que ocorrem nas fossas sépticas e filtros anaeróbios; bem como a má 
qualidade dos materiais de construção podem causar infiltrações do efluente no solo. A 
ampliação da edificação será feita em cima de algumas caixas de inspeção, podendo acarretar 
em problemas futuros, como recalque, se as mesmas não forem inutilizadas de maneira 
correta. 
 Entretanto, a correta construção dos dispositivos de tratamento não são suficientes: é 
necessária a correta manutenção destes. A limpeza periódica de tais unidadesdeve ser feita de 
acordo com o projeto elaborado pelo engenheiro. 
Os sistemas de inspeção e tratamento de esgoto do NEI citado neste trabalho passaram 
por análise e foram propostas medidas de adequação para os mesmos. O não cumprimento das 
recomendações pode levar os responsáveis pelo imóvel sofrer consequências judiciais, visto 
que lançar o efluente sem tratamento prévio, ou com tratamento insatisfatório, é considerado 
crime ambiental. 
Como sugestão de tratamento complementar, foi recomendado um clorador, sendo este 
responsável pela desinfecção dos organismos patogênicos presentes no esgoto. A disposição 
final do esgoto previamente tratado na galeria de águas pluviais ainda é permitida pelos 
municípios, mesmo não sendo a melhor alternativa. Investimentos na infraestrutura das redes 
de esgoto em todo o país contribuiria para que todos os logradouros de todos os municípios 
possuíssem rede de coleta de esgoto. 
 
 
 
 
 
41 
 
REFERÊNCIAS 
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operação de sistemas de tanques sépticos. 2. ed. Rio de Janeiro: Copyright, 1993. 15 p. 
 
 
__________. NBR 8160: Sistemas prediais de esgoto sanitário - Projeto e execução. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Copyright, 1999. 74 p. 
 
 
__________. NBR 9648: Estudo de concepção de sistemas de esgoto sanitário. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Copyright, 1986. 5 p. 
 
 
__________. NBR 13969: Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e 
disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. 1. ed. Rio de Janeiro: 
Copyright, 1997. 60 p. 
 
 
AZEVEDO NETTO, José Martiniano de; FERNÁNDEZ, Miguel Fernández y. Manual de 
hidráulica. 9. ed. São Paulo: Blucher, 2015. 
 
 
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hidráulico-sanitárias e de gás. 4. ed. São Paulo: Pini, 1992. 
 
 
BRAGA, Benedito. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo: Person 
Prentice Hall, 2005. 
 
 
CREDER, Hélio. Instalações hidráulicas e sanitárias. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 
 
 
FRANCESCATO, José Assis Galzerano. Apostila de Esgoto. Campinas, 2005. Disponível 
em <http://www.ft.unicamp.br/~jassis/ST626/APOSTILA-ESGOTO-2005.pdf>. Acesso em: 
02 dez. 2017. 
 
 
GONTIJO, Hebert Medeiros. Sustentabilidade econômica no sistema de água e esgoto na 
comunidade rural de Amadeu Lacerda em Divinópolis/MG. 2016. 92 f. Dissertação 
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão – 
Mestrado Profissional, Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2016. Disponível em 
<http://repositorio.ufla.br/handle/1/10996>. Acesso em: 30 nov. 2017. 
 
 
 
HANAI, Frederico Yuri; CAMPOS, José Roberto. Avaliação da infiltração na rede 
coletora de esgotos na bacia do Ribeirão do Ouro da cidade de Araraquara-SP. In: 19° 
42 
 
CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. Foz do 
Iguaçú, set.1997 
 
 
JORDÃO, Eduardo Pacheco; PESSOA, Constantino Arruda. Tratamento de esgotos 
domésticos. 4 ed. Rio de Janeiro: ABES, 2005. 
 
 
MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações hidráulicas: prediais e industriais. 4. ed. Rio 
de Janeiro: LCT, 2010. 
 
 
NUVOLARI, Ariovaldo. et al. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso 
agrícola. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2011. 
 
 
ONUBR. OMS: Para cada dólar investido em água e saneamento, economiza-se 4,3 dólares 
em saúde global. 2014. Disponível em <https://nacoesunidas.org/oms-para-cada-dolar-
investido-em-agua-e-saneamento-economiza-se-43-dolares-em-saude-global/>. Acesso em: 
fev. 2018. 
 
PIANOWSKI, Eloisa Helena; JANISSEK, Paulo Roberto. Desinfecção de efluentes 
sanitários com uso de cloro: avaliação da formação de trihalometanos. Sanare, Revista 
Técnica da Sanepar, Curitiba, v.20, n.20, p. 6-17, jul./dez. 2003. Disponível em 
<http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v20/art01.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2017. 
 
 
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO UNIÃO. Código de Obras e Edificações de 
Porto União. Porto União, 2007. Disponível em 
<http://portouniao.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/37393>. Acesso em: 01 dez. 2017. 
 
 
RAMOS, Lediane Léslie Ramos. Diagnóstico e avaliação de coleta e disposição de lodo de 
fossa e de tanque séptico em Cuiabá – MT. 2014. 87 f. Dissertação (Mestrado) – Programa 
de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Universidade Federal de Mato 
Grosso, Cuiabá, 2014. Disponível em 
<http://ri.ufmt.br/bitstream/1/521/1/DISS_2014_Lediane%20Leslie%20Campos%20Ramos.p
df>. Acesso em: 30 nov. 2017. 
 
 
TONETTI, Adriano Luiz. Tratamento de esgotos pelo sistema combinado de filtro 
anaeróbio e filtros de areia. 2008. Tese (Doutorado) – Faculdade de Engenharia Civil, 
Arquitetura e Urbanismo, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. Disponível 
em 
<http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/258242/1/Tonetti_AdrianoLuiz_D.p
df>. Acesso em: 02 jan. 2018. 
 
 
VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 
4. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. 
Fossa 01
Largura 130 cm
Altura 130 cm
Comprimento 260 cm
Fossa 02
Largura 100 cm
Altura 130 cm
Comprimento 200 cm
Cx. Gordura
Cx. Inspeção 02
Cx. Inspeção 03
Cx. Inspeção 04
Cx. Inspeção 05
Filtro Anaeróbio
Ø120cm
Vai para
galeria
de Águas
Pluviais
Cx. Inspeção 01
5
7
3
,
3
315,5
289,5
2
2
1
9
,
7
611,4
60,6
Hidrômetro
577,7
N. GILMAR PROCÓPIOPROJETO HIDROSSANITÁRIO
PLANTA BAIXA
ESCALA 1/100
43
AutoCAD SHX Text
RUA NILO PEÇANHA - BAIRRO SÃO PEDRO PORTO UNIÃO - SC
AutoCAD SHX Text
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO UNIÃO - SC
AutoCAD SHX Text
260.76 m2
AutoCAD SHX Text
SITUAÇÃO 
AutoCAD SHX Text
CRECHE COMECINHO DE VIDA
AutoCAD SHX Text
DATA
AutoCAD SHX Text
INDICADAS
AutoCAD SHX Text
ESCALAS
AutoCAD SHX Text
REFERENCIA
AutoCAD SHX Text
OBRA
AutoCAD SHX Text
VISTO SC 27.713
AutoCAD SHX Text
CREA 20.636-D PR
AutoCAD SHX Text
JULHO /2001
AutoCAD SHX Text
ÁREA CONSTRUIDA
AutoCAD SHX Text
RESPONSÁVEL TÉCNICO
AutoCAD SHX Text
ADMINISTRAÇÃO
AutoCAD SHX Text
ENDEREÇO
AutoCAD SHX Text
2000/2004
AutoCAD SHX Text
01/02
AutoCAD SHX Text
PRANCHA
Tampão de FF Tipo Leve
5
8
8
7
.
5
1
0
1
5
.
6
7
8 NA
3
5
5
6
.
5
1
2
@
 
6
0
1
2
7
.
5
1
2
3
4
0
2
5
5
FUNDO FILTRANTE
+ESCORAS
150
3
0
1
5
BRITA 4
calha vertedoura
60
tampa de inspeção
ENTRADA
1
5
3
0
PLANTA
chamine de inspeção
saida
N. GILMAR PROCÓPIOPROJETO HIDROSSANITÁRIO
DETALHES FILTRO
ESCALA 1/25
DETALHES CAIXA DE
GORDURA (C.G.D.)
ESCALA 1/25
PLANTA
PLANTA
44
AutoCAD SHX Text
RUA NILO PEÇANHA - BAIRRO SÃO PEDRO PORTO UNIÃO - SC
AutoCAD SHX Text
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO UNIÃO - SC
AutoCAD SHX Text
260.76 m2
AutoCAD SHX Text
DETALHES
AutoCAD SHX Text
CRECHE COMECINHO DE VIDA
AutoCAD SHX Text
DATA
AutoCAD SHX Text
INDICADAS
AutoCAD SHX Text
ESCALAS
AutoCAD SHX Text
REFERENCIA
AutoCAD SHX Text
OBRA
AutoCAD SHX Text
VISTO SC 27.713
AutoCAD SHX Text
CREA 20.636-D PR
AutoCAD SHX Text
JULHO /2001
AutoCAD SHX Text
ÁREA CONSTRUIDA
AutoCAD SHX Text
RESPONSÁVEL TÉCNICO
AutoCAD SHX Text
ADMINISTRAÇÃO
AutoCAD SHX Text
ENDEREÇO
AutoCAD SHX Text
2000/2004
AutoCAD SHX Text
02/02
AutoCAD SHX Text
PRANCHA
45 ANEXO B – TABELAS DA NBR 7229:1993 
 
46 
47 ANEXO C – TABELAS DA NBR 13969:1997 
 
 48VolumeN = 100C= 50L = 5000 L/dia (Calculado pela fórumula: N*C)T= 0,75K= 65Lf= 0,2Vu = 6050 L = 6,05 m³Dimensões do projeto: 1,55 1,551,3 1,31,3 12,6 24,394 2,66,994
com intervalo de limpeza de 1 ano (Tabela 3, NBR 7229:1993, ANEXO B)
H total (m) H útil (m)Fossa 01 H total (m) H útil (m)Fossa 02
APÊNDICE A - DIMENSIONAMENTO DO TANQUE SÉPTICO EXISTENTEVu = 1000 + N (C*T + K*Lf)pessoas (dado obtido com a prefeitura)L/pessoa*dia (Tabela 1, NBR 7229:1993, ANEXO B)dia (Tabela 2, NBR 7229:1993, ANEXO B)L/pessoa*dia (Tabela 1, NBR7229:1993, ANEXO B)
Volume total (m³)Conclui-se que o volume útil dos dois tanques somados são suficientes para garantir o volume calculado (Vu)
Largura (m)Compr. (m)Volume (m³) Largura (m)Compr. (m)Volume (m³)
 49VolumeV = 1,6*N*C*TN = 100C= 50 L/pessoa*dia (Tabela 3, NBR 13969:1997, ANEXO C)L = 5000 L/dia (Calculado pela fórumula: N*C)T= 0,75V = 6000 L = 6 m³h (m) 3,15h1 (m) 0,1h2 (m) 0,15D (m) 1,5 H = h + h1 + h2H = 3,4 m 5,57 m³
pessoas (dado obtido com a prefeitura)dia, considerando a temperatura entre 15 e 25 ° C (Tabela 4, NBR 13969:1997, ANEXO C)APÊNDICE B - DIMENSIONAMENTO DO FILTRO ANAERÓBIO EXISTENTE
Observa-se que o voluem efetivo está muito perto de atender o volume calculado.Dimensões do filtroVolume efetivo = ((π*D²)/4)*hVolume efetivo =
 50
VolumeV = 1,6*N*C*TN = 100C= 50L = 5000 L/dia (Calculado pela fórumula: N*C)T= 0,75V = 6000 L = 6 m³Dimensões do filtroh (m) 1,2h1 (m) 0,1h2 (m) 0,2H = 1,5 m
Largura = 2,1 mComprimento = 2,4 mVolume = 6,048 m³, atendendo ao volume calculado anteriormente.
APÊNDICE C - DIMENSIONAMENTO DO NOVO FILTRO ANAERÓBIOpessoas (dado obtido com a prefeitura)L/pessoa*dia (Tabela 3, NBR 13969:1997, ANEXO C)dia, considerando a temperatura entre 15 e 25 ° C (Tabela 4, NBR 13969:1997, ANEXO C)
 H = h + h1 + h2Como a NBR 13969 fixa a altura útil (h) em 1,2 m, para atender ao volume necessário de 6m³ atribuiu-se os seguintes valores:
 51VolumeV = Q*TDH, onde Q = vazão e TDH = tempo de detenção hidráulicaQ = 5000 L/dia (dado obtido no cálculo do filtro anaeróbio)0,0208 dia (obtido na NBR 13969)V = 104 LDimensões escolhidas:Clorador de base quadrada Lado = 0,5 mAltura = 0,6 mVolume = lado*lado*alturaVolume= 0,15 m³ = 150 L
APÊNDICE D - DIMENSIONAMENTO DO CLORADORTDH = 30 min = As dimensões escolhidas atendem ao volume calculado, com sobra de 46L.
289,5
572,7
2
1
9
9
,
7
437
1
0
0
200
260
1
3
0
C.I. existente 02 a
ser inutilizada
C.I. existente 01 a
ser inutilizada
Tubulação existente
Ø100mm a ser
retirada
C.I. 02 a ser
construída
C.I. 01 a ser
construída
C.I. 03 a ser
construída
Fossa séptica 02 a
ser construída
C.I. existente 03 a
ser ampliada
210
C.G.
EXISTENTE
C.I. existente 04 a
ser ampliada
C.I. existente 05 a
ser ampliada
Fossa séptica 01 a
ser construída
Filtro anaeróbio a
ser construído
60
70
60
70
60
70
6
4
1
60
70
442
60
70
Ramal predial
existente
5
1
8
,
7
50
5
0
Clorador a ser
construído
Vai para galeria de
águas pluviais
2
4
0
50
60
LEGENDA
Edificação existente
Ampliação
ENTRADA
SAÍDA
Ø100mm
Ø100mm
NÍVEL DO TERRENO
5
1
5
1
0
4
0
5
7
0
5 60 5
5
5
0
1
0
5
7
0
70
Alça Móvel
Tampão Hermético
Ø100mm
Ø100mm
Ø
1
0
0
m
m
1
0
9
5
5
1
0
5
105010
3
5
6
0
2
0
15
Vem do
Filtro anaeróbio
Vai para a Rede
de Águas Pluviais
Alça Móvel
Tampão Hermético
Tubo perfurado
DESENHO:
AUTOR PROJETO FOLHA:
01/02
ESTADO:ESCALAS :
MUNICÍPIO:
ÁREA
BAIRRO:
Prefeitura Municipal de Porto União
Secretaria de Planejamento
DATA:
RESPONSÁVEL TÉCNICO 
OUTUBRO/2017
PROPRIETÁRIO
REFERÊNCIA
INDICADA SANTA CATARINA
PORTO UNIÃO
SÃO PEDRO
PLANTA BAIXA
Reforma e Ampliação do Núcleo de Educação Infantil Comecinho de Vida
LOCAL DA OBRA
Projeto Sanitário
Prefeitura Municipal de Porto União
PLANTA BAIXA
ESCALA 1/100
LUCAS VALDAMERI
DETALHE CAIXA DE
ESCALA 1/25
APÊNDICE E - PROPOSTA DE PROJETO SANITÁRIO
DETALHE CLORADOR
ESCALA 1/25
52
AutoCAD SHX Text
5-9-1917
AutoCAD SHX Text
O
AutoCAD SHX Text
E
AutoCAD SHX Text
S
AutoCAD SHX Text
SEMPER
AutoCAD SHX Text
PORTO UNIÃO
Vai para o Filtro
Vem da CI
Alça Móvel
Tampão Hermético
Nível do Terreno
Ø100mm
Ø100mm
15 260 15
290
1
5
4
5
1
1
0
1
5
1
8
5
10
8
5
1
5
5
60
Nível de água
1
3
0
Vai para o Filtro
Vem da CI
Alça Móvel
Tampão Hermético
Nível do Terreno
Ø100mm
Ø100mm
200 15
230
1
5
4
5
1
1
0
1
5
1
8
5
10
8
5
1
5
5
60
Nível de água
1
3
0
15
Vem da
Vai para o
Fundo Falso
Brita nº 4
Canaleta Vertedoura
Tubo guia Ø150 mm
Clorador
15 210 15
50,6
10
89,4
15 45
80
1
2
0
1
5
0
1
5
1
5
4
5
1
5
6
0
1
0
2
0
1
8
0
5
0
Ø100mm
Ø100mm
Fossa Séptica
DESENHO:
AUTOR PROJETO FOLHA:
02/02
ESTADO:ESCALAS :
MUNICÍPIO:
ÁREA
BAIRRO:
Prefeitura Municipal de Porto União
Secretaria de Planejamento
DATA:
RESPONSÁVEL TÉCNICO 
OUTUBRO/2017
PROPRIETÁRIO
REFERÊNCIA
INDICADA SANTA CATARINA
PORTO UNIÃO
SÃO PEDRO
PLANTA BAIXA
Reforma e Ampliação do Núcleo de Educação Infantil Comecinho de Vida
LOCAL DA OBRA
Projeto Sanitário
Prefeitura Municipal de Porto União
LUCAS VALDAMERI
ESCALA 1/25
ESCALA 1/25
ESCALA 1/25
53
AutoCAD SHX Text
5-9-1917
AutoCAD SHX Text
O
AutoCAD SHX Text
E
AutoCAD SHX Text
S
AutoCAD SHX Text
SEMPER
AutoCAD SHX Text
PORTO UNIÃO
	1 introdução
	1.1 justificativa
	1.2 objetivos
	1.2.1 Objetivo geral
	1.2.2 Objetivos específicos
	2 revisão bibliográfica
	2.1 esgoto sanitário
	2.1.1 Esgoto doméstico
	2.1.2 Esgoto industrial
	2.1.3 Águas de infiltração
	2.1.4 Contribuição pluvial parasitária
	2.2 A relevância do tratamento do esgoto
	2.3 instalações hidrossanitárias prediais
	2.3.1 Caixas de inspeção
	Figura 1 – Detalhe de uma caixa de inspeção
	2.3.2 Caixas retentoras de gordura
	Figura 2 – Detalhe de uma caixa de gordura
	2.4 Unidades de tratamento individual
	2.4.1 Tanques ou fossas sépticas
	Figura 3 – Funcionamento geral de um tanque séptico
	2.4.2 Filtro anaeróbio
	Figura 4 – Filtro anaeróbio tipo circular com entrada única de esgoto
	2.5 tratamento complementar
	2.5.1 Clorador
	Figura 5 - Clorador
	3 materiais e métodos
	3.1 objeto de estudo: nei comecinho de vida
	3.1.1 Detalhes do imóvel
	3.1.2 Caixas de inspeção existentes
	Figura 6 – Caixa de inspeção 01
	Figura 7 – Caixa de inspeção 02
	Figura 8 – Caixa de inspeção 03 (dir.) e Caixa de gordura (esq.)
	Figura 9 – Caixa de inspeção 04
	Figura 10 – Caixa de inspeção 05 (esq.) e Filtro Anaeróbio (dir.)
	3.1.3 Caixa de gordura existente
	3.1.4 Tanques sépticos existentes
	Figura 11 – Tanque Séptico 01
	3.1.5 Filtro anaeróbio existente
	4 resultados e discussões
	4.1 adequação das caixas de inspeção
	4.2 adequação da caixa de gordura
	4.3 adequação das fossas sépticas
	4.4 adequação do filtro anaeróbio
	4.5 adição do clorador
	5 considerações finais
	REFERÊNCIAS
	Sheets and Views
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	Layout2
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