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Ebook - Custos e Formação de Preço

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Adriana Matte
FORMAÇÃO DE PREÇOS
Custos e
AdriAnA MAtte
CUSTOS 
E FORMAÇÃO 
DE PREÇOS
JAneiro | 2019
M435c Matte, Adriana Machado.
Custos e formação de preços [recurso eletrônico] / Adriana Matte. – Dados 
eletrônicos. – Canoas, RS : Universidade La Salle EAD, 2018. – (Gestão e negócios)
1. Contabilidade. 2. Contabilidade de custos. 3. Custo. 4. Custeio. 
5. Formação de preços. I. Título. II. Série.
 CDU: 657.47
Bibliotecário responsável: Samarone Guedes Silveira - CRB 10/1418
Universidade La Salle Canoas | Av. Victor Barreto, 2288 | Canoas - RS
CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 | ead@unilasalle.edu.br
Gestão Universidade
Gestão EaD
Reitor
Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., 
Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Administração
Diretora de Graduação
Diretor da Educação a Distância
Diretor de Extensão e Pós-Graduação Lato Sensu 
Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu
Diretor Administrativo
Diretor de Marketing e Relacionamento
Procuradora Jurídica
Assessor de Assuntos Interinstitucionais e Internacionais
Assessor de Inovação e Empreendedorismo
Chefe de Gabinete
Coordenador da Área de Educação e Cultura
Coordenador da Área de Gestão e Negócios
Coordenador da Área de Direito e Política
Coordenadora da Área de Inovação e Tecnologia
Coordenador dos Cursos de Adm., Processos Ger. e Logística
Coordenadora do Curso Gestão de Recursos Humanos
Coordenador do Curso de Ciências Contábeis
Coordenador dos Cursos Gestão Com., Gestão Fin. e Marketing
Coordenadora do Curso de Pedagogia
Coordenadora do Curso de Serviço Social
Coordenadora do Curso de Letras
Coordenador do Curso de Educação Física
Coordenadora do Curso de História
Coordenador do Curso de Engenharia da Produção
Coordenador do Curso de Análise e Desenv. de Sistemas
Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc
Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc
Vitor Benites 
Profª. M.ª Cristiele Magalhães Ribeiro 
Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Prof. Me. Márcio Leandro Michel
Profª. Dr.ª Patricia Kayser Vargas Mangan
Patrick Ilan Schenkel Cantanhede 
Cleiton Bierhals Decker
Michele Wesp Cardoso
Prof. Dr. José Alberto Miranda
Prof. Dr. Jefferson Marlon Monticelli
Prof. Dr. Renaldo Vieira de Souza
Prof. Dr. Renato Ferreira Machado
Prof. Me. Sílvio Denicol Júnior
Prof. Dr. Daniel Silva Achutti
Profª. Drª Ingridi Vargas Bortolaso
Prof. Me. Carlos Eduardo dos Santos Sabrito
Profª. Drª. Denise Macedo Ziliotto
Prof. Me. Eduardo Bugallo de Araújo
Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro Vargas
Profª. Drª Hildegard Susana Jung
Profª. Drª. Michelle Bertoglio Clos
Profª. Drª. Lucia Regina Lucas da Rosa
Prof. Dr. José Rogério Vidal
Profª. Drª. Tatiana Vargas Maia
Prof. Dr. Charles Rech
Prof. Dr. Rafael Kunst
Diretor
Coordenadora Pedagógica
Coordenador de Produção
Coordenadora Técnica 
Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Profª. Drª. Ana Margo Mantovani
Prof. Dr. Jonas Rodrigues Saraiva
Michele de Mattos Kreme
Coordenações Acadêmicas
Equipe de Produção EaD
Anderson Cordova Nunes
Arthur Menezes de Jesus
Daniela dos S. Cardoso
Évelyn Rocha de Araujo 
Gabriel Esteves de Castro
Guilherme P. Rovadoschi
Gustavo Rodrigues L. Haag
Indiara de Oliveira Olivar
Ingrid Rais da Silva
Jorge Fabiano Mendez
Mônica de Souza Chaves
Nathália N. dos Santos S.
Patrícia Menna Barreto
Thaís da Silva Fioravante
Tiago Konrath Araujo
Prezado estudante,
A equipe de gestão da EaD LaSalle sente-se honrada em entregar a 
você este material didático. Ele foi produzido com muito cuidado para 
que cada Unidade de estudos possa contribuir com seu aprendizado 
da maneira mais adequada possível à modalidade que você escolheu 
estudar: a modalidade a distância. Temos certeza de que o conteúdo 
apresentado será uma excelente base para o seu conhecimento e para 
a sua formação. Por isso, indicamos que, conforme as orientações de 
seus professores e tutores, você reserve tempo semanalmente para 
realizar a leitura detalhada dos textos deste livro, buscando sempre 
realizar as atividades com esmero a fim de alcançar o melhor resultado 
possível em seus estudos. Destacamos também a importância de 
questionar, de participar de todas as atividades propostas no ambiente 
virtual e de buscar, para além de todo o conteúdo aqui disponibilizado, 
o conhecimento relacionado a esta disciplina que está disponível por 
meio de outras bibliografias e por meio da navegação online.
Desejamos a você um excelente módulo e um produtivo ano letivo. 
Bons estudos!
Gestão de EaD LaSalle
APRESENTAÇÃO
APRESENTANDO A AUTORA
Adriana Machado Matte
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos (UNISINOS). Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade do 
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora tutora de Contabilidade 
do curso de Ciências Contábeis no Ensino a Distância da UNISINOS e 
professora de Contabilidade do curso de Ciências Contábeis da Faculdade 
de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS).
CUSTOS
E FORMAÇÃO DE PREÇOS
Prezado estudante, 
Bem-vindo à disciplina de Custos e Formação de Preços!
O que é Contabilidade de Custos, para que serve e como aplicá-la nas 
empresas? Essas devem ser questões sobre as quais você certamente 
gostaria de obter respostas. Dessa forma, alguns esclarecimentos iniciais 
são necessários para que você entenda o que estudaremos nesta disciplina.
A Contabilidade de Custos é uma importante ferramenta da Contabilidade 
que auxilia os gestores na tomada decisões, pois irá realizar os registros, 
organizar, analisar e interpretar os dados relativos aos gastos com a 
produção ou com a prestação de serviços. Aplica-se principalmente às 
empresas industriais, mas não é restrito a elas, pois o controle dos custos 
pode ser realizado em qualquer tipo de empresa. 
A partir das informações geradas pela Contabilidade de Custos será possível 
ao administrador determinar o lucro, melhorar a competitividade, realizar 
a gestão eficiente dos recursos e auxiliar na tomada de decisões. 
Dadas essas considerações, a proposta para esse estudo é reunir e 
sistematizar elementos que auxiliem na compreensão, aliando teoria e 
prática. Para melhor organizar seu estudo, este livro está estruturado da 
seguinte forma: 
A Unidade 1 trata do conceito e classificação de custos. Vamos falar sobre 
os diferentes conceitos na área da contabilidade, destacando a importância 
da Contabilidade de Custos como instrumento gerencial; veremos também 
o significado dos termos específicos utilizados pela Contabilidade de 
Custos, bem como as classificações de custos.
APRESENTANDO A DISCIPLINA
Na Unidade 2, serão estudados os Elementos do Custo e Métodos de 
Controle (avaliação) dos Estoques, abordando os aspectos relacionados à 
determinação do custo do material direto e da mão de obra, discutindo-se o 
impacto da tributação e dos métodos de controle dos estoques.
A Unidade 3 apresenta as Filosofias de Custeio e os Critérios de Rateios 
para apropriação dos Custos Indiretos. Serão examinados os diversos 
componentes dos custos de produção e a correta apropriação aos produtos 
ou serviços de acordo a filosofia de custeio definida.
E por fim, na Unidade 4, o tema será a Formação do Preço de Venda. Para 
calcular o valor de venda dos produtos, serviços ou mercadorias das empresas 
é importante conhecer a composição do preço a partir das informações 
fornecidas pela contabilidade de custos. Assim, apresentam-se os principais 
métodos que podem ser utilizados para fins de gestão empresarial.
Bons estudos!
Sumário
UNIDADE 1
Conceito e Classificação de Custos ..................................................................................................... 9
Objetivo Geral ...................................................................................................................................... 9
Objetivos Específicos ..........................................................................................................................9
Questões Contextuais ........................................................................................................................... 9
1.1 Aspectos Históricos .........................................................................................................................10
1.2 A Contabilidade – Conceitos ...........................................................................................................12
1.2.1 A Contabilidade Financeira ............................................................................................................. 12
1.2.2 Contabilidade Gerencial ................................................................................................................... 14
1.2.3 Contabilidade de Custos .................................................................................................................. 15
1.3 Terminologias e Classificação dos Custos .....................................................................................19
1.4 Classificação dos Custos e Despesas ............................................................................................30
1.4.1 Custo Total x Custo Unitário ............................................................................................................. 30
1.4.2 Classificação dos Custos ................................................................................................................. 32
Síntese da Unidade ............................................................................................................................. 39
Referências ......................................................................................................................................... 40
Atividades ........................................................................................................................................... 42
UNIDADE 2
Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques ............................................ 45
Objetivo Geral .................................................................................................................................... 45
Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 45
Questões Contextuais ......................................................................................................................... 45
2.1 Material Direto .................................................................................................................................46
2.1.1 Custo dos Materiais Diretos ............................................................................................................. 46
2.2 Métodos para Valorização do Estoque ...........................................................................................49
2.2.1 Método do Custo Médio Ponderado Móvel ou Variável ..................................................................... 49
2.2.2 Método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO ................................................................. 51
2.2.3 Método UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO ................................................................... 52
2.3 Aspectos Tributários Referentes às Aquisições de Materiais para o Estoque..............................54
2.3.1 Cumulatividade e Não Cumulatividade dos impostos ....................................................................... 54
2.3.2 Impostos Recuperáveis na Aquisição dos Materiais ........................................................................ 55
2.3.3 Simples Nacional ............................................................................................................................. 55
2.3.4 Lucro Presumido ............................................................................................................................. 57
2.3.5 Lucro Real ....................................................................................................................................... 58
2.4 Custo com Mão de Obra ..................................................................................................................61
2.4.1 O Efeito das Provisões ..................................................................................................................... 64
Síntese da Unidade ............................................................................................................................. 69
Referências ......................................................................................................................................... 71
Atividades ........................................................................................................................................... 72
UNIDADE 3
Métodos de Custeio e Critérios de Rateios para Apropriação dos Custos Indiretos ....................... 75
Objetivo Geral .................................................................................................................................... 75
Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 75
Questões Contextuais ......................................................................................................................... 75
3.1 Métodos de Custeio .........................................................................................................................76
3.1.1 Custeio por Absorção Total ou Integral ............................................................................................. 76
3.2 Custeio por Absorção Ideal ou Parcial ..........................................................................................83
3.3 Custeio Variável ...............................................................................................................................88
3.4 Custeio Baseado em Atividades - ABC ...........................................................................................93
Síntese da Unidade ............................................................................................................................. 98
Referências ......................................................................................................................................... 99
Atividades ......................................................................................................................................... 100
UNIDADE 4
Formação do Preço de Venda ......................................................................................................... 103
Objetivo Geral .................................................................................................................................. 103
Objetivos Específicos ...................................................................................................................... 103
Questões Contextuais ....................................................................................................................... 103
4.1 Apropriação dos Custos e Formação do Preço de Venda ............................................................104
4.1.1 Apropriação dos Custos Indiretos ................................................................................................... 104
4.2 Apropriação dos Custos Diretos ...................................................................................................108
4.3 Formação do Preço de Venda .......................................................................................................111
4.3.1 Método com Base no Custo Pleno (Custeio por Absorção) .............................................................. 113
4.3.2 Método com Base no Custo Variável .............................................................................................. 1164.3.3 Método com Base no Retorno do Capital Investido ......................................................................... 118
Síntese da Unidade ........................................................................................................................... 121
Referências ....................................................................................................................................... 122
Atividades ......................................................................................................................................... 123
Gabaritos ........................................................................................................................................... 125
unidade 
1
Conceito e Classificação 
de Custos
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Compreender as Terminologias de Custos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Conhecer o significado dos termos específicos utilizados pela 
Contabilidade de Custos, bem como as classificações de custos em 
diferentes tipos de empresas.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Você sabe qual é a diferença entre a Contabilidade Financeira, 
a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos?
2. O que é custo? Para quem compra o conceito é claro, o custo é o preço 
pago pela aquisição, mas e para quem produz?
3. Como se classificam os gastos do pessoal envolvido diretamente com 
a produção?
4. Como a classificação de uma espécie de custo depende da forma de 
utilização do recurso aplicado em sua produção?
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 10
1.1 Aspectos Históricos
Para iniciar o estudo sobre a Contabilidade de Custos é importante entender 
como a Contabilidade Financeira (ou Contabilidade Geral) relaciona-se com 
a Contabilidade de Custos e com a Contabilidade Gerencial. De acordo com 
Martins (2010), antes da Revolução Industrial, na chamada “Era Mercantilista”, 
só existia a Contabilidade Financeira ou Geral. Tendo em vista a predominância 
no mercado de empresas comerciais, o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 
era conhecido facilmente a partir da diferença entre estoques finais e iniciais, 
acrescido das compras do período. Não existia a necessidade de informações 
sobre custo de produção. 
Após a Revolução Industrial (no final do século XVIII), com o surgimento das 
grandes indústrias, conforme explica Ferreira (2007), encontrar o custo já não 
era tarefa tão fácil, pois a produção era complexa e contava com a utilização 
de vários fatores de produção como matéria-prima, mão de obra e capital 
investido. Com o crescimento das empresas industriais, a complexidade para 
o levantamento dos custos e a necessidade de informações mais específicas, 
houve então o surgimento da Contabilidade de Custos. Através dela foi possível 
calcular o valor dos estoques, preço dos produtos e o resultado das operações 
da empresa. A contabilidade de custos passa a ser utilizada como importante 
ferramenta de auxílio à tomada de decisões.
Figura 1.1 – Evolução da Contabilidade de Custos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Padoveze (2017) explica que, com o surgimento das empresas industriais de 
grande porte, por volta do século XX, a Contabilidade teve que se aprimorar e 
desenvolver instrumentos necessários para conhecer-se o custo dos produtos a 
serem estocados e vendidos. Martins (2010) complementa que a contabilidade 
de custos nasceu da Contabilidade Financeira, tendo em vista a necessidade de 
avaliar os estoques nas empresas industriais. 
Era Mercantilista
Revolução Industrial
Desenvolvimento das 
Empresas Industriais
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 11
Podemos observar que, no início, as aplicações da Contabilidade de Custos 
resumiam-se em conhecer os custos dos bens e serviços e formar o preço 
de venda. Ao observarmos os dias atuais, o mercado é quem decide o preço 
que será praticado. Para que uma gestão de empresas seja eficiente, é preciso 
controlar os custos de forma mais abrangente, ou seja, analisar toda a cadeia de 
valor da empresa. Dessa forma, reduzir custos é fundamental para conseguir-se 
vantagem competitiva.
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 12
1.2 A Contabilidade – Conceitos
Veremos a seguir os conceitos e principais características da Contabilidade 
Financeira (ou Geral) e da Contabilidade Gerencial. Vamos também apresentar 
quem são os usuários das informações geradas por esses subsistemas contábeis. 
E por fim, mostrar como estas áreas relacionam-se com a Contabilidade de 
Custos. 
1.2.1 A Contabilidade Financeira 
Para Iudícibus e Marion (2011), a Contabilidade é um sistema de informação 
voltado principalmente para prover os usuários de dados para tomada de 
decisão. É obrigatória e deve ser realizada de acordo com as Normas Brasileiras 
de Contabilidade, atende às imposições da legislação fiscal e disponibiliza o 
resultado das operações das empresas, para seus diversos usuários, através das 
Demonstrações Contábeis.
Os usuários das informações contábeis são todos os agentes que possuem 
relações com a empresa, sejam internos ou externos. Funcionários, fornecedores, 
investidores, credores, clientes, governo, entre outros, são exemplos de usuários 
das informações geradas pela Contabilidade. 
Segundo Iudícibus (2015, p.3), “o objetivo da Contabilidade é fornecer 
aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de 
informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos 
os tipos de usuários”. Outros objetivos da contabilidade são encontrados na 
literatura, como descrita por Marion (2015, p. 5), a “Contabilidade pode ser 
considerada como sistema de informação destinado a prover seus usuários de 
dados para ajudá-los a tomar decisão”.
Nesse contexto, o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, emitido pelo Comitê de Pronunciamento Contábil 
(CPC), define que o propósito das demonstrações contábeis é atender às 
necessidades de informações dos usuários externos. Contudo, é importante 
ressaltar que essas informações são elaboradas de acordo com o critério 
estabelecido pela legislação societária e não contêm um formato especificamente 
planejado para atender às necessidades peculiares de todos os usuários.
Conforme falamos anteriormente, os usuários das informações contábeis 
são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam 
pela situação da empresa e buscam na Contabilidade suas respostas. 
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 13
O grupo de usuários da informação contábil é amplo e diversificado. 
Esses usuários podem ser internos ou externos à empresa, conforme revela o 
quadro a seguir.
Quadro 1.1 – Usuários da Informação Contábil.
Usuários Características
Entidades Governamentais São interessados em informações que sirvam de base à atribuição como receita, valor adicionado, produtividade e lucro.
Fornecedores e Clientes Interesse na continuidade da empresa e na manutenção da capacidade da empresa em quitar compromissos.
Acionistas e Investidores Interessados no desenvolvimento dos negócios, no fluxo regular de dividendos, valor de mercado da ação e no lucro por ação.
Financiadores e Bancos
Interesse nas informações sobre geração de fluxos de caixa 
futuros suficientes para receber de volta o capital emprestado, 
mais os juros, com segurança.
Empregados e Sindicatos Interessados na continuidade da empresa, bem como na geração dos benefícios.
Administração
Gerentes, administradores e responsáveis pelo retorno 
sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido, 
situação de liquidez e endividamento confortáveis.
Outros InteressadosBuscam constatar a manutenção e o desenvolvimento da empresa, 
bem como a ação no meio em que ela está inserida, como, por 
exemplo, a verificação dos benefícios que ela gera para a sociedade
Fonte: Adaptado de Iudícibus (2015, p. 5).
Como vimos no quadro anterior, a contabilidade financeira gera informações 
que são do interesse dos diversos usuários (internos e externos) sobre a situação 
patrimonial e financeira das empresas. Essas informações são divulgadas por 
meio das demonstrações contábeis, que são apresentadas obrigatoriamente por 
essa área para cumprir as exigências da legislação societária e das Normas 
Brasileiras de Contabilidade. As principais demonstrações elaboradas são o 
Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 
e a Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Clique no link abaixo e conheça a NBC TG 26, que trata da apresentação das 
Demonstrações Contábeis: http://gg.gg/bjwsm.
SAIBA MAIS
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 14
1.2.2 Contabilidade Gerencial
Para Horngren, et al. (2004, p. 2), a Contabilidade Gerencial “mede e relata 
informações financeiras e não financeiras que ajudam os administradores a 
tomar decisões para alcançar os objetivos de uma organização”. Segundo os 
autores, a contabilidade gerencial está baseada em relatórios internos, realizada 
com a finalidade de atender a solicitações específicas. Como por exemplo, para 
a administração verificar se a empresa está obtendo um saldo positivo nas suas 
operações. Marion (2015, p. 8) define que a Contabilidade Gerencial é voltada 
para finalidades internas e procura suprir os gerentes com uma quantidade maior 
de informações, geradas exclusivamente para a tomada de decisões. 
Crepaldi (2014, p. 2) também comenta que as informações produzidas pela 
Contabilidade Gerencial são destinadas a suprir necessidades específicas 
dos usuários. Segundo esse autor, ao integrar as informações obtidas nos 
vários departamentos, a contabilidade gerencial fornece aos administradores 
informações que permitem avaliar o desempenho de projetos e produtos da 
empresa, pois apresentará os dados de acordo com as necessidades de cada 
usuário, de forma clara e objetiva.
Como podemos perceber pelos conceitos acima, a contabilidade gerencial atende 
aos usuários internos das organizações e assim, as informações apresentadas 
não precisam estar no formato exigido pela legislação societária. Os relatórios 
podem ser desenvolvidos da melhor forma para atender aos interesses dos 
administradores. Veja que a contabilidade gerencial tem a finalidade de orientar 
a administração na tomada de decisões, ou seja, gera informações para o usuário 
interno de acordo com os dados e formatos solicitados. 
Nesse contexto, existe uma diferença entre os elementos da contabilidade 
financeira ou geral e da contabilidade gerencial. No quadro a seguir, 
são apresentadas as principais características dessas duas áreas.
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 15
Quadro 1.2 – Caracterísitcas da Contabilidade Financeira 
e da Contabilidade Gerencial.
Itens Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial
Usuário das
informações 
Externo: acionistas, credores 
e autoridades fiscais.
Interno: funcionários, 
gerentes e executivos.
Objetivo
Reportar o desempenho passado com 
finalidades externas; contratos com 
proprietários e credores.
Informar para a tomada de dicisões 
interna feita por empregados, gestores 
e executivos: feedback e controle do 
desempenho das operações.
Temporalidade Histórica; passada. Corrente; orientada pelo futuro.
Diretrizes restritivas
Reguladas: regras direcionadas por 
princípios de contabilidade e por 
autoridades governamentais.
Sem regras estabelecidas: sistemas e 
informações determinados por gerentes 
para encontro de necessidades estratégicas 
e operacionais.
Tipo de 
informação Medidas financeiras somente.
Financeiras mais medidas operacionais 
e físicas sobre processos tecnologias, 
fornecedores, clientes, e competidores.
Natureza da 
 informação
Objetiva, audível, confiável, 
consistente, precisa.
Mais subjetiva e de juízos; válidas, 
relevantes, acuradas.
Escopo Altamente agregado; relatórios sobre a organização inteira.
Desagregado, de informação e 
ações e decisões locais
Unidade de
 mensuração
Padrão monetário do país Qualquer unidade física ou padrão monetário
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2017, p. 10).
Agora que você conhece as diferenças entre a Contabilidade Financeira 
e a Contabilidade Gerencial, vamos ver como a Contabilidade de Custos 
relaciona-se com essas duas áreas.
1.2.3 Contabilidade de Custos
Conhecer as despesas e os custos da produção é uma informação essencial para 
a formação do resultado de uma empresa. Assim, em termos contábeis, os custos 
e as despesas são evidenciados na estrutura da Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), conforme demonstrada a seguir.
A Contabilidade de Custos é a área da contabilidade que tem como finalidade 
básica mensurar o custo unitário dos produtos e serviços para fins contábeis 
e para o processo de tomada de decisões sobre eles (Padoveze, 2017).
DESTAQUE
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 16
Figura 1.1 – Demonstração do Resultado do Exercício.
RECEITA BRUTA OPERACIONAL
Receitas de vendas e/ou prestação de serviços, geradas pela atividade fim da empresa
(-) Deduções da Receita Bruta
Devoluções de vendas, impostos sobre vendas
(=) Receita Líquida Operacional
Diferança entre a Receita da empresa e deduções
(-) Custos
Custos com produtos vendidos (CPV)
Custo com a mercadoria vendida (CMV)
Custo dos serviços prestados (CSP)
(=) Resultado Operacional Bruto
É o resultado obtido após retirar-se o custo da mercadoria/produto/serviço
(-) Despesas Operacionais
Despesas gerais do período com as atividades da empresa
(=) Resultado Operacional Líquido
Resultado obtido após a dedução das despesas operacionais
(-) Outras receitas/despesas
Receitas ou despesas que não estão relacionadas com a atividade fim da empresa
(-) IRPJ e CSLL
Impostos incidentes sobre o lucro
(=) Resultado Líquido do Exercício
Resultado obtido pela empresa, que pode ser lucro ou prejuízo
Fonte: Elaborado pela autora.
Observe que as informações produzidas pela Contabilidade de Custos dão suporte 
à elaboração das Demonstrações Contábeis produzidas pela Contabilidade 
Financeira. O fluxo de dados entre a Contabilidade de Custos e a Contabilidade 
Financeira ou Geral é o seguinte:
Quadro 1.3 – Fluxo de informações entre a Contabilidade de Custos 
e a Contabilidade Geral.
Fonte: Adaptado de Leone (2010, p. 20).
Contabilidade de Custos Contabilidade Geral
DRE BP
Relatórios Lançamentosou
Despesas Gerais
Razão
Relatórios Lançamentosou
Dados das Despesas
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 17
Para Perez Júnior et al. (2012), a Contabilidade de Custos integra a Contabilidade 
Gerencial, pois é um sistema capaz de determinar o custo incorrido no processo 
de produção de bens ou na prestação de serviços, com o objetivo de gerar 
informações úteis à administração das empresas. Os autores explicam ainda que 
os dados produzidos pela Contabilidade de Custos também fornecem subsídios 
para elaboração dos relatórios da Contabilidade Financeira, uma vez que a 
legislação societária exige que as empresas mantenham um controle de custos 
integrado com a escrituração contábil. Ou seja, tudo está interligado!
De acordo com Martins (2010), a Contabilidade de Custos tem duas funções 
relevantes: o controle e o auxílio na tomada de decisões. Com relação ao controle, 
significa dizer que seu objetivo é fornecer dados para o estabelecimento de 
padrões, orçamentos e previsões. Controlar é ter um parâmetro de comparação, 
por exemplo: se a empresa não sabe o quanto gasta para produzir um item, então 
como reduzir os custos? Ela pode controlar o consumo de recursos, verificando 
se eles estão dentro do esperado,eliminando desperdícios do processo produtivo. 
No que diz respeito à tomada de decisões, refere-se ao acompanhamento das 
informações a partir das estratégias da administração.
Ferreira (2007) acrescenta que, além do controle e auxílio na tomada de decisões, 
a contabilidade de custos auxilia na determinação do lucro da empresa. O autor 
destaca ainda que para atingir esses três objetivos, a contabilidade de custos é 
constituída de um sistema, cuja função é identificar, acumular e processar os 
dados, gerando informações de custos.
É a partir de um sistema de custeio eficiente, que se ajuste às constantes mudanças 
nos processos de fabricação, que a administração da empresa terá o suporte 
necessário para tomar a melhor decisão de atuação no mercado. Ferreira (2007) 
explica que as principais características que um sistema de custeio moderno são 
as seguintes:
Figura 1.2 – Características de um Sistema de Custeio Moderno.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Ferreira (2007, p. 10).
Informação sobre 
o que interessa 
ao cliente
Conhecer quais 
os fatores são 
causadores do custo
Deve ser atrativo 
em uma análise 
custo/benefício
Suporta melhoria 
contínua
Medir 
rentabilidade dos 
objetos de custo
Conhecer a 
estrutura de 
custos
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 18
As informações produzidas pela Contabilidade de Custos atende aos usuários 
internos das empresas, pois darão subsídios para a elaboração dos relatórios da 
Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial. Assim, a Contabilidade 
de Custos integrada à Contabilidade Financeira e à Contabilidade Gerencial, 
forma um sistema de informações (figura a seguir). Esse sistema de informações 
gerenciais é capaz de auxiliar na obtenção da capacidade competitiva da empresa 
e de melhorar a gestão do processo produtivo.
Figura 1.3 – Contabilidade de Custos como um 
Sistema de Informações Gerenciais.
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Martins (2010, p.22).
Contabilidade 
de Custos
Contabilidade 
Financeira
Contabilidade 
Gerencial
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 19
1.3 Terminologias e Classificação dos Custos
Como a contabilidade de custos coleta e classifica os dados das atividades 
operacionais, para a melhor compreensão do que será abordado ao longo da 
nossa disciplina é importante que sejam conhecidos os conceitos utilizados. 
Dessa forma, na sequência vamos ver as principais terminologias utilizadas na 
contabilidade de custos, bem como suas classificações.
Desembolso
É o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço, podendo ocorrer 
situações à vista ou a prazo (MARTINS, 2010, p. 25). Podemos dizer que o 
desembolso nada mais é do que todo o dinheiro que sai do caixa (disponível) 
para um pagamento (IUDÍCİBUS E MARİON, 2011, p. 172). São exemplos de 
desembolso: compra de matéria-prima à vista; pagamento de salário do pessoal 
da produção; pagamento da prestação referente ao empréstimo bancário; 
pagamento da parcela ao fornecedor referente à aquisição de uma máquina.
Preço
Segundo Ferreira (2007, p. 24), preço é o “valor estabelecido pelas partes 
(comprador e vendedor) para transferir a propriedade de um bem ou para prestar 
um serviço”.
Gasto
Martins (2010, p.24) apresenta a seguinte definição “Compra de um produto ou 
serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), 
sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos 
(normalmente dinheiro)”. Para Leone (2010, p. 32), “o termo gasto é usado para 
definir as transações financeiras em que há ou uma diminuição do disponível 
ou a assunção de um compromisso em troca de algum bem de investimento ou 
bem de consumo”.
Resumidamente, pode-se dizer que gasto é o consumo de um bem ou serviço. 
São exemplos de gastos: 
• gasto com mão de obra (salários e encargos sociais); 
• gasto com aquisição de mercadorias para revenda; 
• gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização; 
• gasto com aquisição de máquinas e equipamentos; 
• gasto com aluguel de edifício (aquisição de serviços).
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 20
Tipos de Gastos
Segundo Neves (2013, p. 14), “os gastos podem ser classificados em: 
Investimentos, Custos ou Despesas”.
Figura 1.4 – Tipos de Gastos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Vamos ver a seguir o que difere cada um deles.
Investimento
Os investimentos são os gastos necessários para compor a estrutura do 
negócio; fazem parte do Ativo da empresa. Martins (2010, p. 25) explica que 
o Investimento é o “gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios 
atribuíveis a futuros períodos”. Conforme Izidoro (2016, p. 8), “o investimento 
tem a característica de estocagem e não utilização no momento da compra, 
somente no futuro será utilizado, negociado ou consumido”.
Assim, um investimento ocorre quando o item adquirido é ativado, seja no Ativo 
Circulante ou no Ativo Não Circulante. São exemplos de investimentos:
• aquisição de máquinas e equipamentos;
• aquisição de imóveis para uso da empresa;
• aquisição de matéria-prima; aquisição de ações de outras empresas (parti-
cipações societárias).
Custo
A definição de Martins (2010, p. 25) para custos é “gasto relativo a bem ou 
serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Ferreira (2007, p. 
38) complementa, “o custo é reconhecido no momento da utilização dos fatores 
de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução 
de um serviço. Ou seja, é o somatório do esforço físico ou financeiro para a 
Tipos de 
Gastos
Investimento Custo Despesa
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 21
produção de um bem ou serviço”. Assim, de acordo com Padoveze e Takakura 
(2013, p. 23), “custo é o sacrifício de recursos para a obtenção de receitas”, 
conforme demonstra a figura a seguir.
Figura 1.5 – Processo Sistêmico.
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Padoveze e Takakura (2013, p. 24).
Dessa forma, podemos dizer que custo é a aplicação (consumo) de recursos, 
expressa em valores monetários, utilizada na produção de bens ou serviços, ou 
seja, são os gastos da produção.
Figura 1.6 – Fábrica (produção).
Fonte: http://gg.gg/bjx1k.
Nas empresas industriais, podemos dizer que são exemplos de custos os 
seguintes gastos: salários da mão de obra utilizada na produção; depreciação 
de equipamentos utilizados na produção; combustíveis utilizados no processo 
produtivo; consumo de matéria-prima. 
Note que a aquisição da matéria-prima, enquanto não consumida no processo 
produtivo, é registrada no Estoque (Ativo Circulante) e classificada como um 
Investimento, ela somente será classificada como Custo quando for consumida.
Custo Sacrifício Receita
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 22
Padoveze e Takakura (2013) explicam que, nas empresas comerciais, o custo 
da mercadoria vendida (CMV) é calculado a partir dos gastos que a empresa 
faz com a aquisição dos estoques de produtos prontos, que serão revendidos a 
terceiros. Já nas empresas industriais, os custos de fabricação formam o custo 
dos produtos em estoque e causam impacto no resultado somente quando são 
vendidos e passam a integrar o custo dos produtos vendidos (CPV).
O Custo do Serviço Prestado (CSP) é identificado nas empresas prestadoras de 
serviços, cuja a estrutura dos serviços está diretamente ligada aos materiais que 
são consumidos no serviço, como por exemplo:
• no serviço de contabilidade, o gasto com mão de obra dos contadores ou 
consultores técnicos;
• no serviço de transporte, o consumo de combustível.
Essas empresas também possuem custos diretos e indiretos, porém, o que as 
diferencia de uma indústria é o fato de que os serviços não são tangíveis e, 
portanto, não podem ser estocados.
Despesa
Martins (2010, p. 25) explica que o termo despesa aplica-se aos “bens ou 
serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas”. 
Na definição de Neves (2013, p. 14), a despesa é o “gasto combens e serviços 
não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de 
obtenção de receitas”.
Figura 1.7 – Escritório.
Fonte: http://gg.gg/bjx95.
CMV – Custo da Mercadoria Vendida, CPV – Custo do Produto Vendido e 
CSP – Custo do Serviço Prestado
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 23
Assim, entende-se que as despesas correspondem ao consumo de bens ou serviços 
em atividades não relacionadas com a produção. São exemplos de despesas 
administrativas: salários do pessoal de vendas e da administração; energia 
elétrica consumida no escritório; gastos com combustíveis dos vendedores; 
e aluguéis e seguros do escritório.
Custo x Despesa
Figura 1.8 – Custo ou Despesa?
Fonte: http://gg.gg/bjyrc.
Custo - É o consumo de bens ou serviços utilizados na produção de outros 
bens ou serviços. É registrado no Estoque no Ativo circulante.
Despesa - É o consumo de bens ou serviços em atividades não relacionadas 
à produção. As despesas são classificadas contabilmente no resultado e, 
desta forma, representam uma diminuição do lucro, impactando o Patrimôno 
líquido.
DESTAQUE
�
�
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 24
A partir dos conceitos abordados até aqui, vejamos alguns exemplos de 
classificação dos tipos de gastos no quadro a seguir.
Quadro 1.4 – Classificação dos Gastos.
ITENS INVESTIMENTO CUSTO DESPESA
Consumo de energia elétrica no departamento comercial X
Salários pagos para o pessoal da produção X
Consumo de combustível de um veículo 
utilizado exclusivamente para a entrega de vendas X
Aquisição de máquinas X
Consumo de água como insumo no processo produtivo X
Gasto com telefone no setor financeiro X
Compra de matéria-prima X
Manutenção do prédio da fábrica (produção) X
Depreciação das máquinas utilizadas na produção X
Depreciação dos computadores do setor administrativo X
Compra de Equipamento para a produção X
Consumo de materiais de expediente 
 no setor administrativo X
Salários pagos para o pessoal do setor financeiro X
Consumo de matéria-prima X
Fonte: Elaborado pela autora.
Perda
A perda é um gasto não intencional, conforme explica Neves (2013). Ela é 
decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da 
empresa, tais como as sobras de materiais da produção sem aproveitamento e 
sem valor comercial, capacidade ociosa anormal, incêndio, etc. Vejamos agora 
as classificações existentes para as perdas.
Perda Anormal
As perdas serão consideradas despesa quando não forem decorrência normal do 
processo produtivo, como por exemplo, a ocorrência de um roubo de matéria-
prima. Por serem aleatórias e involuntárias, deixam de fazer parte do custo de 
produção e são tratadas como despesa no resultado do período (DRE), conforme 
orientação do CPC 16 (R1) - Estoques.
Exemplos: vazamento de materiais líquidos ou gasosos; material com prazo de 
validade vencido; gastos incorridos em períodos de paralisação devido à falta 
de insumos; problemas com equipamentos; greves; enchentes; inundações; 
sinistros, etc.
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 25
Perda Normal
As perdas normais de matéria-prima na produção são classificadas como custo 
do produto elaborado no período. São previsíveis e ocorrem. Por exemplo, nos 
processos de corte, tratamento térmico, evaporação, reações químicas, etc.
Figura 1.9 – Classificação das Perdas.
Fonte: Elaborado pela autora.
Desperdício
É a perda de materiais, principalmente de matéria-prima, no processo 
produtivo. (MARTINS, 2010, p. 122). Para Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, 
p. 9), desperdícios “são os gastos incorridos nos processos produtivos ou de 
geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade 
ou quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas”. Para os autores, ter 
desperdício no processo de produção indica prejuízo, devido à dificuldade de 
repassar esses valores para o preço do produto. 
Ainda citando os autores Perez Jr., Oliveira e Costa (2012), são exemplos de 
desperdício: retrabalho decorrente de defeitos de fabricação; estocagem e 
movimentação desnecessária de materiais e produtos; relatórios financeiros, 
administrativos e contábeis, emitidos sem qualquer utilidade ou solicitação; 
cargos intermediários de chefia e supervisão desnecessários.
Receita Bruta de Vendas
A receita bruta de vendas é o total das vendas efetuadas pela empresa industrial 
ou comercial. Segundo Iudícibus et al. (2011, p. 54), “receita bruta é o total 
bruto vendido no período”. A receita bruta das empresas que têm por atividade 
a prestação de serviços é o resultado obtido pelos serviços prestados. 
Clique no link abaixo e conheça a CPC 16, que trata dos estoques: 
http://gg.gg/bjxcg. 
SAIBA MAIS
Normal Custo
DespesaAnormal
Perda
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 26
O CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual traz a seguinte definição de receita: 
“A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por 
uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, 
royalties, aluguéis”.
Assim, é possível concluir que a receita bruta de vendas é formada pelas vendas 
de mercadorias, produtos ou serviços. 
Custo de Aquisição de Materiais
Perez Jr., Oliveira e Costa. (2012, p. 24) explicam que “o custo das mercadorias 
e materiais adquiridos deve incluir todos os gastos necessários para que a 
mercadoria ou material chegue ao estabelecimento da empresa compradora”. 
O autor ainda destaca que os impostos recuperáveis não fazem parte do custo 
de aquisição, por tratarem-se de valores que a empresa tem de crédito junto ao 
governo, que serão compensados com impostos da mesma espécie.
Assim, o custo de aquisição dos materiais é composto pelo valor pago ao 
fornecedor e todos os gastos relacionados ao processo de aquisição, tais como: 
gastos referentes à armazenagem do produto, os fretes sobre as compras, 
seguros, impostos não recuperáveis, entre outros.
Vamos ver um exemplo prático?
Suponha que a “Cia. Beta Ltda.” é uma empresa industrial e adquiriu 
matéria-prima no valor de R$ 5.000,00, considerando seguintes informações:
Valor pago ao fornecedor (valor total da nota fiscal): R$ 5.000,00
Impostos a recuperar: ICMS (18%) : R$ 900,00 e IPI (2%): R$ 100,00
Frete (pago pela Cia. Beta a prazo): R$ 200,00
Seguro (pago pela Cia. Beta a prazo): R$ 50,00
A partir dos dados informados, o cálculo do custo de aquisição da 
matéria-prima adquirida pode ser demonstrado da seguinte forma:
Tabela 1.1 – Cálculo do Custo de Aquisição da Matéria-Prima.
Valor pago ao fornecedor 5.000,00
(-) Impostos Recuperáveis
ICMS 18% -900,00
IPI 2% -100,00
(+) Fretes 200,00
(+) Seguro 50,00
(=) Custo de aquisição de matéria-prima 4.250,00
Fonte: Elaborado pela autora.
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 27
Considerando os dados acima, a contabilização dessa aquisição é a seguinte:
Tabela 1.2 – Contabilização.
Contas Débito Crédito
Estoques 4.250,00
Fornecedores a pagar 18% 5.000,00
ICMS a recuperar 900,00
IPI a recuperar 100,00
Fretes a pagar 200,00
Seguros a pagar 50,00
5.250,00 5.250,00
Fonte: Elaborado pela autora.
Composição dos Custos dos Produtos
O custo de cada produto é composto, segundo Silva e Lins (2014, p.15), de 
matéria-prima (MP), mão de obra diretamente identificada ao produto (MOD) e 
os demais custos indiretos de fabricação (CIF).
Figura 1.10 – Composição dos Custos dos Produtos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Custo de Fabricação ou Custo Industrial
Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 6) definem os custos de produção, bens 
e serviços, como “todos os gastos incorridos no processo produtivo de uma 
empresa industrial ou no processo da execução de determinado serviço”. 
Ribeiro (2013, p. 20) explica que “o Custo de Fabricação ou o Custo Industrial 
compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na 
fabricação de outros bens”. De acordo com o autor, três elementos compõem o 
custo de produção: materiais,matéria-prima e gastos gerais de fabricação. 
Custo 
Total
MP
Matéria-Prima
Embalagem
MOD
Mão de Obra
Direta
CIF
Custos Indiretos 
de Fabricação
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 28
A figura abaixo apresenta alguns exemplos de itens que compõem o custo de 
produção ou fabricação.
Figura 1.11 – Composição dos Custos de Produção/Fabricação.
Fonte: Elaborado pela autora.
Observe na Figura 1.11 os principais gastos que formam o custo de fabricação 
em uma empresa industrial. É importante lembrar que esses gastos do processo 
de produção representam a utilização de insumos para a elaboração de um 
produto, denominados de custos, e não representam uma despesa redutora das 
receitas do período.
Materiais
Ribeiro (2013, p. 20) explica que os “materiais são os objetos utilizados no 
processo de fabricação, podendo ou não entrar na composição do produto”. 
Segundo Padoveze (2013, p. 23), “denomina-se materiais diretos os que fazem 
parte do produto final. Eles compõem a estrutura dos produtos e serviços, como 
as matérias-primas, componentes, acessórios e material de embalagem”. 
Já os materiais indiretos, explica o autor, são aqueles que são utilizados no 
processo de produção, mas que não incorporam ao produto. Por exemplo: 
material de expediente, material de segurança dos funcionários, ferramentas, 
materiais auxiliares como lixas, estopas, óleos e lubrificantes para as máquinas, 
entre outros. São itens de difícil identificação no produto final, ou seja, você não 
consegue visualizar no produto. 
Custo dos 
materiais
(+) Mão de Obra(+) Manutenção
(+) Depreciação, etc.
(+) Energia 
Elétrica
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 29
Matéria-Prima (MP)
É a parte do custo do produto que será modificada pela ação da mão de obra direta 
e dos custos indiretos, transformando-se em produto acabado, por exemplo: na 
produção de uma caneta, podemos citar a tinta e o plástico como matéria-prima.
Mão de Obra (MO)
Os gastos com mão de obra incluem os salários e encargos sociais referentes aos 
empregados. Padoveze (2013) esclarece que é considerada mão de obra direta 
os gastos com o pessoal que manipula diretamente os produtos ou executa os 
serviços vendidos. Para Ribeiro (2013), mão de obra é todo o esforço do homem 
aplicado na fabricação dos produtos. 
Gastos Gerais de Fabricação
Os gastos gerais de fabricação compreendem todos os demais gastos necessários 
para que o produto seja fabricado, mas que não se classifiquem no grupo de 
materiais ou mão de obra. (RIBEIRO, 2013, p. 20). São exemplos de gastos 
gerais os gastos com energia elétrica da fábrica, depreciação de máquinas e 
equipamentos utilizados na produção, os gastos com telecomunicação da fábrica, 
aluguel do prédio da fábrica, manutenção e limpeza da fábrica, entre outros.
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 30
1.4 Classificação dos Custos e Despesas
Com o objetivo de facilitar a análise, é importante que cada gasto seja tratado 
de forma distinta, classificando-o, de acordo com a sua natureza, em custo ou 
despesa. Assim, é importante reforçar a diferença entre custo (gastos da fábrica/
produção) e as despesas (gastos com as áreas de administração, finanças e 
comercial) para melhor compreensão dos conceitos que serão trazidos a seguir. 
Note que as despesas são registradas diretamente no resultado. Já os custos 
são primeiramente contabilizados em conta de estoque (de produtos prontos ou 
produtos em elaboração) e somente são reconhecidos no resultado, como custo, 
quando ocorre a venda dos produtos.
Figura 1.12 – Alocação dos Custos e Despesas no Resultado.
Fonte: Elaborado pela autora.
1.4.1 Custo Total x Custo Unitário
Custo Total
Santos et al. (2015, p. 14) definem o custo total como “o somatório dos custos de 
todas as unidades transacionadas (produzidas, fornecidas, serviços prestados, 
etc.) dentro de determinado período de tempo”. É importante compreender que 
o Custo Total de produção refere-se ao valor dos bens ou serviços necessários 
para produzir um conjunto de unidades de um produto ou serviço. 
Vejamos agora um exemplo prático: 
Determinada empresa fabrica e comercializa o produto “X” e para produzir 
1.000 unidades desse item, possui os seguintes gastos:
Despesas
DRE
(+) RECEITAS
(-) Custos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas
(=) RESULTADO LÍQUIDO
Custos
Vendas
Estoque de 
produtos prontos
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 31
Materiais: 300,00
Mão de Obra direta: 900,00
Gastos Gerais de Fabricação: 156,00
= Custo Total: 1.356,00
Assim, podemos dizer que, para produzir 1.000 unidades do produto “X”, 
a empresa tem o custo total é de R$ 1.356,00.
Custo Unitário
O Custo Unitário, para Santos et al. (2015, p. 14), é o custo de cada unidade 
produzida. O Custo Unitário é obtido através da divisão do Custo Total pela 
quantidade produzida em um determinado período. Conhecer o custo unitário 
possibilita que seja estabelecido o preço de venda unitário, assim como, avaliar 
a sua lucratividade (resultado líquido obtido pela empresa, que pode ser lucro 
ou prejuízo). 
O custo unitário pode ser obtido mediante a aplicação da seguinte fórmula:
Onde:
Cu = custo unitário
Ct = custo total 
n = número de unidades produzidas
Vejamos agora um exemplo prático: 
Determinada empresa fabrica e comercializa o produto “XYZ” e o custo total 
dessa produção foi de $ 250.000,00. Já a produção total foi de 5.000 unidades. 
Aplicando a fórmula estudada acima temos:
Cu = Ct
n
Cu = 250.000 = R$ 50,00 por unidade
5.000
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 32
1.4.2 Classificação dos Custos
Os custos podem ser classificados da seguinte forma:
Figura 1.13 – Classificação dos custos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Classificação em Relação ao Produto
Os custos serão classificados como diretos e indiretos em relação ao produto ou 
serviço que está sendo produzido e fornecido pela empresa.
Custos Diretos
Os Custos Diretos são aqueles que integram o produto e suas quantidades e 
valores, são de fácil identificação no produto. Santos et al. (2015, p. 21) explicam 
que os custos diretos são “apropriados aos produtos sem a necessidade de uma 
alocação adicional, ou seja, são perfeitamente identificados”; são apropriados 
de forma objetiva e direta. Exemplos: Custo com materiais (matéria-prima), 
embalagem e custo com mão de obra direta (MOD).
Custos Indiretos (CIF)
Os Custos Indiretos possuem como característica a dificuldade em mensurar as 
quantidades e valores despendidos em relação a cada produto fabricado. Ribeiro 
(2013) explica que a natureza dos custos indiretos é beneficiar a fabricação de 
vários produtos ao mesmo tempo e por isso é difícil a sua identificação. São 
exemplos de custos indiretos: os salários dos supervisores da produção e aluguel 
do prédio da fábrica.
Os custos indiretos são geralmente atribuídos aos produtos através do sistema 
de “rateio”, tendo em vista a dificuldade de mensurar o consumo efetivo em cada 
produto. Leone (2010) explica que o “rateio” é um cálculo realizado mediante 
o emprego de critérios e taxas que resultam na divisão proporcional de um 
montante global e comum. 
Custos
Classificação em 
relação ao volume 
de produção
Fixos Variáveis
Classificação em 
relação ao produto
Diretos Indiretos
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 33
Exemplos de critérios de rateio: unidades produzidas; horas-máquinas utilizadas; 
horas de mão de obra utilizadas; valor material empregado.
Figura 1.14 – Custos diretos x custos indiretos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Classificação em Relação ao Volume de Produção
Os custos serão classificados em fixos ou variáveis conforme a relação do valor 
gasto com o volume produzido.
Representação Gráfica do Comportamento dos Custos
Os gráficos são ferramentas que nos auxiliam visualmente a identificar o 
comportamento dos custos em relação ao volume de produção. Em geral, 
atribui-se o volume de produção à variável representativa do EixoX. Já o valor 
dos custos despendidos no processo produtivo são representados pelo Eixo Y.
Figura 1.15 – Representação dos custos.
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Padoveze (2013, p. 50).
Custos Fixos
Para Padoveze (2013, p.50), “um custo é considerado fixo quando o seu valor 
não se altera com as mudanças, para mais ou para menos, do volume produzido 
ou vendido dos produtos finais”. Os custos fixos permanecem constantes, 
independente do volume de atividades.
CUSTOS Custos Diretos Produto A
Custos Indiretos Alocação (rateio) Produto B
Eixo y
Eixo x
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 34
São exemplos de custos fixos o valor pago pelo aluguel do prédio da fábrica, 
o seguro do prédio da fábrica, depreciação de máquinas e equipamentos da 
produção.
Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) explicam as principais características dos 
custos fixos:
• O valor total permanece constante dentro de determinada faixa de produ-
ção;
• Em termos unitários, o valor da unidade produzida varia à medida que 
ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído 
por uma quantidade maior;
• A alocação dos custos fixos, para os centros de custos, é feita na maioria 
das vezes utilizando critérios de rateio.
Quadro 1.5 – Comportamento dos Custos Fixos Totais 
e Custos Fixos Unitários.
Custo Fixo Total Quantidade Produzida Custo Fixo Unitário
5.000,00 1.000 5,00
5.000,00 2.000 2,50
5.000,00 3.000 1,67
Fonte: Elaborado pela autora.
Custo Fixo Total é aquele que, no seu total, permanece constante e independe 
do volume da produção. A partir do quadro anterior, é possível observar que 
o custo fixo total não varia em função do volume de produção, ou seja, ele 
permanece fixo independente da quantidade produzida.
Por exemplo, uma empresa paga R$ 5.000,00 por mês de aluguel da fábrica e 
produz 1.000 unidades do produto “Y”. Se a empresa aumentar a sua produção 
para 2.000 ou para 3.000 unidades, o valor pago pelo aluguel da fábrica não 
mudará. Ou seja, o custo fixo total do aluguel (R$ 5.000,00) não sofre alteração, 
independente da quantidade de itens que esta empresa vier a produzir.
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 35
Graficamente o comportamento do Custo Fixo Total é o seguinte:
Figura 1.16 – Comportamento dos Custo Fixo Total.
Fonte: Elaborado pela autora.
Em termos unitários, o custo fixo diminui na medida em que o volume 
de produção aumenta. Tomando por base o mesmo exemplo, se a empresa 
produzir 1.000 unidades, terá um custo fixo de R$ 5,00 por unidade produzida 
(R$ 5.000,00/1.000 unidades). Por outro lado, se a empresa produzir 
3.000 unidades, ela terá um custo fixo de R$ 1,67 por unidade produzida 
(R$ 5.000,00/3.000 unidades).
Graficamente o comportamento do Custo Fixo Unitário é o seguinte:
Figura 1.17 – Comportamento dos custos fixos.
Fonte: Elaborado pela autora.
Observa-se que os custos fixos podem aumentar ou diminuir conforme a 
capacidade de produção, assim, quanto maior for a capacidade produtiva com a 
mesma estrutura de custos fixos, melhor será a rentabilidade da empresa.
Custos Variáveis
Padoveze (2013, p. 51) esclarece que “são assim chamados os custos e as despesas 
cujo montante em unidades monetárias varia na proporção direta das variações 
do nível de atividade a que se relacionam”. Para Ribeiro (2013, p. 20) “custos 
Volume (Quantidade)
O custo fixo total permanece 
CONSTANTE, independentemente 
da quantidade produzida.
Volume (Quantidade)
O custo fixo unitário DECRESCE, 
na medida em que a quantidade 
produzida aumenta.
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 36
variáveis são aqueles que variam em decorrência do volume da produção”. 
Quanto maior a quantidade fabricada, maiores serão os custos variáveis.
Vamos ver um exemplo prático? Uma fábrica de chocolates produz 10.000 
bombons por mês e, por consequência, utiliza 10.000 embalagens em sua 
produção mensal. Com a expansão dos negócios, a empresa pretende aumentar 
sua produção para 15.000 bombons por mês. Dessa forma, as embalagens que 
serão utilizadas também serão aumentadas para 15.000 unidades por mês. 
Ou seja, as embalagens utilizadas para embalar os bombons são um exemplo de 
custos variáveis, pois aumentam conforme aumenta a produção.
As características dos custos variáveis, de acordo com a explicação de Perez Jr., 
Oliveira e Costa (2012, p. 14), são as seguintes: seu valor total varia na proporção 
direta do volume de produção e o valor é constante por unidade, independente 
da quantidade produzida.
A alocação aos produtos ou centros de custos é feita de forma direta, 
sem a necessidade de rateios.
Quadro 1.6 – Comportamento dos Custos Variáveis Totais 
e Custos Variáveis Unitários.
Custo Variável Total Quantidade Produzida Custo Variável Unitário
20.000,00 1.000 20,00
40.000,00 2.000 20,00
60.000,00 3.000 20,00
Fonte: Elaborado pela autora.
Ao observar o Quadro 1.6, é possível afirmar que o custo variável unitário 
mantém-se estável por unidade produzida, por exemplo, a empresa gasta R$ 
20,00 de embalagem para cada unidade do produto “X”. Esse valor é constante 
por unidade, independente da quantidade produzida.
Figura 1.18 – Custo Variável Unitário.
Fonte: Elaborado pela autora.
Volume (Quantidade)
O custo variável unitário permanece 
CONSTANTE, independentemente 
da quantidade produzida.
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 37
Já o custo variável total varia proporcionalmente em relação ao volume 
produzido, aumentando conforme aumenta a produção ou diminuindo conforme 
diminui a produção.
Graficamente o comportamento do Custo Variável Total é o seguinte:
Figura 1.19 – Custo Variável Total.
Fonte: Elaborado pela autora.
É possível afirmar que o custo variável é constante por unidade, mas oscila no 
seu total na proporção direta ao volume de produção.
1.4.3 Classificação das Despesas
As despesas estão direta ou indiretamente ligadas à realização de receitas. 
Observa-se que as despesas não são associadas à produção de bens e serviços. 
Assim como os custos podem ser fixos e variáveis com relação à produção, 
as despesas também serão classificadas entre fixas ou variáveis, levando em 
consideração o volume de vendas.
Despesas Fixas
Conforme Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 13), “as despesas fixas são 
aquelas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividades 
geradoras de receitas, independente do volume de vendas ou de prestação de 
serviços, ou seja, uma alteração no volume de receitas para mais ou para menos 
não altera o valor total da despesa”. 
São exemplos de despesas fixas os salários do pessoal do setor administrativo 
e comercial, despesas financeiras, despesas administrativas com aluguéis, 
seguros, entre outros. Observa-se que as despesas fixas totais mantêm-se 
constantes em relação ao volume de vendas, ou seja, independentemente das 
vendas ocorrerem, o salário do pessoal administrativo terá que ser pago ao final 
do mês.
Volume (Quantidade)
O custo variável total CRESCE, na 
medida em que a quantidade 
produzida aumenta.
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 38
Despesas Variáveis
Diferentemente dos custos variáveis, as despesas variáveis de venda são as que 
se alteram proporcionalmente com relação às variações no volume de receitas, 
ou seja, o total de despesas variáveis sofre variação em relação ao volume de 
receitas (PEREZ JR., OLIVEIRA E COSTA, 2012, p. 15). São exemplos de 
despesas variáveis: impostos sobre o faturamento (IPI, ICMS, PIS, COFINS, 
ISS) e comissões sobre vendas e serviços.
Despesas Diretas
Santos et al. (2015) explicam que as despesas diretas são aquelas facilmente 
identificáveis em relação às receitas de vendas ou prestação de serviços. 
São exemplos: os impostos sobre o faturamento (IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS) 
e comissões sobre vendas e serviços.
Despesas Indiretas
O termo “indireto” significa que as despesas são comuns a várias atividades e, 
desta forma, de difícil identificaçãocom as receitas geradas. Para Santos et. al 
(2015), são as despesas que não se identificam especificamente com um produto, 
mercadoria ou serviço. Exemplos: despesas administrativas, aluguel do prédio 
utilizado pela área de vendas, despesas financeiras e despesas com imposto de 
renda e contribuição social.
Quadro 1.7 – Despesas diretas x despesas indiretas.
RECEITAS
REALIZADAS
DESPESAS INCORRIDAS
Diretamente Indiretamente
Receitas de Vendas
Imposto sobre vendas
Custo das vendas
Fretes e comissões
Propaganda e publicidade
Faturamento e cobrança
Aluguéis e depreciação de imóveis, móveis e utensílios
Despesas gerais de vendas
Receitas de Serviços
Imposto sobre serviços
Custo dos serviços prestados
Comissões
Idem acima
Despesas incorridas para administrar 
o processo gerador de receitas
Receitas Financeiras Despesas incorridas para financiar o processo gerador de receitas
Despesas de impostos sobre lucros 
gerados das receitas realizadas
Fonte: Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 9).
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 39
SÍNTESE DA UNIDADE
Nesta unidade, abordamos a evolução histórica da Contabilidade de Custos, 
assim como os conceitos da contabilidade e as finalidades de seus subsistemas: 
a contabilidade financeira ou geral, de custos e a contabilidade gerencial.
Na sequência, apresentamos os significados das principais terminologias 
empregadas na Contabilidade de Custos, tipos de gastos, assim como a as 
classificações dos custos e despesas.
E por fim, estudamos as classificações de custos e despesas quanto à forma de 
alocação ou identificação com o produto/serviço ou receita e com relação às 
variações do volume de produção ou vendas.
Uma forma simples e sistemática de visualizarmos o conteúdo estudado nesta 
unidade pode ser representada pela figura abaixo:
Figura 1.20 – Classificação dos Custos e Despesas.
Fonte: Adaptado de Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 19).
Gastos
Fixos Variáveis
DespesasCustos
Gastos incorridos na 
produção de novos 
bens e serviços
Gastos incorridos 
no processo de 
geração de receitas
Fixas Variáveis
Indiretos Diretos Indiretas Diretas
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 40
REFERÊNCIAS
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC 00 (R1): Estrutura 
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. 
Brasília, dez. 2011. Disponível em: http://gg.gg/bjxrp. Acesso em: 24 jul. 2017.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC 16 (R1) Estoques. 
Brasília, mai. 2009. Disponível em: http://gg.gg/bjxs0. Acesso em 24 jul. 2017.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC 26 (R1): 
Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, dez. 2011. Disponível em: 
http://gg.gg/bjxsg. Acesso em 17 jul. 2017.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial teoria e prática. 7. Ed. São 
Paulo: Atlas, 2014.
CREPALDI, Silvio Aparecido ; CREPALDI, Guilherme Simões. Contabilidade 
Gerencial: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
FERREIRA, José Antonio Stark. Contabilidade de Custos. São Paulo: Prentice Hall, 
2007.
HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; Foster, George. Contabilidade de 
custos: uma abordagem gerencial. Vol. 1 – 11. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo : Atlas, 2015.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores: para as áreas de administração, economia, direito, engenharia. 7. ed. São 
Paulo: Atlas, 2011.
LEONE, George Sebastião Guerra; LEONE, Rodrigo José Guerra. Curso de 
contabilidade de custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 17. ed. São Paulo : Atlas, 2015.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo : Atlas, 2010.
NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 11. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2013.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos fácil. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
PADOVEZE, Clóvis Luís; TAKAKURA Junior, Franco Kaolu. Custo e preços de 
serviços: logística, hospitais, transporte, hotelaria, mão de obra, serviços em geral. 
São Paulo: Atlas, 2013.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade de custos: teoria, prática, Integração com 
Sistemas de Informações (ERP). São Paulo: Cengage Learning, 2013.
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 41
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade geral facilitada. Rio de Janeiro: 
Forense, 2017.
PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério 
Guedes. Gestão estratégica de custos: textos, casos práticos e testes com as respostas. 
8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SILVA, Raimundo Nonato Sousa; LINS, Luiz dos Santos. Gestão de custos: 
contabilidade, controle e análise. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 42
ATIVIDADES
1. Classifique as alternativas em “D” Despesa ou para “C” Custo
Indústria:
( ) Consumo de matéria-prima
( ) Consumo de material de escritório
Comércio:
( ) Aluguel
( ) Mercadoria a ser revendida
Serviços:
( ) Mão de obra aplicada no serviço
( ) Conta de telefone
2. Em um determinado mês, a empresa Comercial Gama Ltda. registrou os 
seguintes valores na sua Demonstração de Resultados do Exercício: 
• salários de funcionários: R$ 30.000,00;
• honorários de contabilidade: R$ 3.000,00;
• energia elétrica: R$ 2.000,00;
• aquisição de mercadorias para estoque: R$ 40.000,00;
• compra de quatro computadores para o caixa: R$ 9.000,00;
• faturamento mensal: R$ 100.000,00;
• pagamento do aluguel, condomínio e telefone: R$ 9.000,00.
Assinale a alternativa que representa investimento da empresa no mês analisado:
a. R$ 9.000,00
b. R$ 18.000,00
c. R$ 42.000,00
d. R$ 49.000,00
e. R$ 10.000,00
 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 43
3. Marque a alternativa correta.
O sacrifício de recursos, representado por valores monetários, utilizados na 
produção de bens ou serviços, é conhecido por:
a. Despesa
b. Custo
c. Gasto
d. Investimento
e. Desembolso
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 44
ANOTAÇÕES
Elementos do Custo e Métodos 
de Controle (avaliação) dos 
Estoques
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem 
foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com 
um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, 
realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma você, com 
certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL 
Determinar os elementos de custos: custo do material direto e custo da 
mão de obra.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Compreender os aspectos relacionados à determinação do custo do 
material direto, discutindo-se o impacto da tributação e dos métodos de 
controle dos estoques no valor do material direto e dos custos da mão 
de obra.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Como devem ser tratados os tributos incidentes sobre as compras 
(ICMS, IPI, PIS e COFINS)?
2. O custo do material consumido se altera conforme o método de 
valorização dos estoques utilizado?
3. Por que os gastos com salários do pessoal administrativo não são 
considerados insumos industriais?
4. Além dos valores incorridos pela empresa com as verbas salariais, 
o que mais deve ser considerado como custo com mão de obra?
unidade 
2
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 46
2.1 Material Direto
2.1.1 Custo dos Materiais Diretos
As empresas industriais têm como objetivo transformar matéria-prima em um 
produto específico. Assim, vamos estudar, nesta unidade, o que integra o valor 
dos materiais que são utilizados diretamente na produção de bens para posterior 
comercialização. 
Podemos entender como material direto a matéria-prima, os componentes 
adquiridos prontos, as embalagens, dentre outros, que serão utilizados no 
processo de produção. Nesse contexto, Neves (2013) explica que o custo de 
aquisição dos materiaisdiretos compreende todos os gastos efetivamente 
incorridos para colocação dos materiais em condição de uso. Por exemplo, ao 
adquirir a matéria-prima, integram os custos o valor pago pelo material, menos 
os impostos recuperáveis. Os impostos recuperáveis são abatidos do custo, tendo 
em vista que serão compensáveis com os impostos devidos pelas vendas geradas 
pela empresa.
Adicionalmente, a empresa poderá incorrer em gastos como frete, armazenagem, 
seguros, impostos de importação e liberação alfandegária, dentre outros. Esses 
gastos também farão parte do custo de aquisição se cobrados separadamente do 
valor dos materiais e arcadas pelo comprador. 
Exemplo 1: Considere a aquisição de matérias-primas para utilização no processo 
produtivo da empresa Exemplo Ltda., cuja nota fiscal de compra apresentou os 
seguintes dados:
Quadro 2.1 – Nota fiscal empresa Exemplo Ltda.
Base de Cálculo 
 de ICMS Valor do ICMS
B.C. ICMS Subst. 
Tributária
Valor do 
ICMS Subst.
Valor Total 
dos Produtos
1.000,00 170,00 1.000,00
Valor
do Frete
Valor
do Seguro
Outras Despesas Valor do IPI
Valor Total 
da Nota
20,00 5,00 50,00 1.075,00
Fonte: Elaborado pela autora.
O custo de aquisição da matéria-prima da empresa Exemplo Ltda. é $855,00, 
conforme cálculo apresentado a seguir:
Valor total da nota fiscal 1.075,00
(-) ICMS 170,00
(-) IPI 50,00
(=) Custo de aquisição 855,00
 Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques | UNIDADE 2 47
A partir do nosso exemplo, podemos concluir que: o gasto com frete e seguro 
referente ao transporte da mercadoria faz parte do custo de aquisição das 
matérias-primas, e os valores referentes ao ICMS e ao IPI , que são impostos 
recuperáveis, são abatidos do custo de aquisição.
O Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) estabelece o tratamento contábil para 
os estoques. No item 11, apresenta a seguinte definição para o custo de aquisição 
dos estoques: “compreende o preço de compra, os impostos de importação e 
outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de 
transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de 
produtos acabados, materiais e serviços”.
Vejamos agora alguns exemplos de recursos consumidos na indústria: 
• Matéria-prima;
• Embalagem;
• Componentes adquiridos prontos;
Outros materiais utilizados no processo de fabricação e que podem ser 
identificados com as unidades produzidas são, por exemplo: adesivos de 
numeração nos pares de sapatos, utilizados na indústria calçadista. 
O termo “materiais” vai fazer referência somente às operações das empresas 
industriais, tendo em vista que o comércio opera com mercadorias, cuja 
finalidade é a revenda. Dessa forma, o custo de aquisição das mercadorias que 
serão vendidas pelas empresas comerciais é composto por todos os gastos para 
colocação da mercadoria em condições de venda (como frete sobre compras, por 
exemplo), abatendo-se também os impostos recuperáveis. Já para as empresas 
prestadoras de serviço, o custo dos materiais diretos é o gasto com a aquisição 
dos materiais empregados na prestação de serviços, diminuídos também dos 
impostos recuperáveis.
Veja o CPC 16 (R1) na íntegra através do site: http://gg.gg/bjxyp.
SAIBA MAIS
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 48
Vale lembrar que a classificação dos impostos como recuperáveis ou não 
recuperáveis vai depender da atividade desenvolvida (indústria, comércio, 
serviços) e do enquadramento tributário da empresa (lucro real, lucro 
presumido e simples nacional), pois cada atividade e forma de tributação 
possui regras e legislações específicas e que não podem ser generalizadas. 
Também é importante relembrar que as despesas financeiras, como os juros 
incidentes sobre as compras realizadas a prazo, não compõem os custos dos 
materiais, elas são debitadas diretamente nas contas de resultado.
Sendo assim, a seguinte equação poderá ser utilizada para o cálculo do custo de 
aquisição:
Figura 2.1 – Custo com aquisição do material direto.
Fonte: Elaborado pela autora.
A seguir, veremos dois aspectos importantes que impactam a definição dos 
custos dos materiais diretos aplicados nas empresas industriais: os métodos 
de controle e valorização do material direto em estoque e o tratamento dos 
impostos recuperáveis no registro contábil de aquisição dos estoques.
Padoveze e Takakura (2013) apresentam a seguinte definição para os custos dos 
materiais, que podem ser aplicados para todos os segmentos: “o custo de um 
recurso é o custo total de cada recurso, que inclui todos os gastos para tê-lo 
disponível para utilização dentro da empresa, excluindo os tributos recuperáveis 
e incluindo os tributos não recuperáveis, conforme as legislações aplicáveis”.
DESTAQUE
Custo de 
Aquisição
Valor de 
Compra
Impostos
Recuperáveis
Gastos para 
disponibilizar 
o bem
 Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques | UNIDADE 2 49
2.2 Métodos para Valorização do Estoque
Para que se possa registrar e controlar as variações quantitativas decorrentes 
da entrada e saída dos materiais em estoque (matérias-primas, produtos 
intermediários, produtos em elaboração, produtos acabados, mercadorias, bens 
de consumo, entre outros), assim como a sua valorização, diferentes métodos 
são usados na prática contábil. Dentre as alternativas, destaca-se o método de 
Custo Médio Ponderado, PEPS ou FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair) 
e UEPS ou LIFO (último a entrar, primeiro a sair), os quais serão abordados 
detalhadamente a seguir.
Figura 2.2 – Critérios de avaliação dos estoques dos materiais diretos.
Fonte: Elaborado pela autora.
2.2.1 Método do Custo Médio Ponderado Móvel 
ou Variável
Segundo Martins (2010), esse é o método mais utilizado no Brasil para avaliação 
dos estoques. Essa sistemática possui o controle constante dos estoques, pois 
atualiza seu preço médio após cada aquisição. O método consiste no seguinte 
cálculo: divide-se o montante pago pela aquisição dos materiais (valor em R$) 
pela quantidade de itens (peças, quilos, litros etc.). Dessa forma, as baixas dos 
materiais do estoque (saídas) serão realizadas pelo custo médio apurado. 
Para demonstrar como esse controle é realizado, veja a seguir um exemplo de 
operações de compra e venda de mercadorias e a sua respectiva ficha de controle 
de estoque pelo método do custo médio ponderado. 
Quadro 2.2 – Exemplo das operações ocorridas no mês de outubro/X1.
Data Operação Quantidade Preço Unit. Valor
1/out Estoque inicial 400 40,00 16.000,00
5/out Compras 300 45,00 13.500,00
12/out Vendas 250 80,00 20.000,00
22/out Compras 300 90,00 27.000,00
24/out Compras 400 50,00 20.000,00
31/out Compras 250 100,00 25.000,00
Fonte: Elaborado pela autora.
Custo Médio 
Ponderado
PEPS ou 
FIFO
UEPS ou 
LIFO
CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 50
Por esse método, também conhecido como custo médio ponderado móvel, 
o custo de cada item será determinado a partir da média ponderada durante o 
período, ou seja, o preço médio do estoque é atualizado após cada aquisição.
Tabela 2.1 – Custo Médio Ponderado Móvel.
DATA OPERAÇÃO
ENTRADAS SAÍDAS ESTOQUE FINAL
Quant. Preço Unitário Total Quant.
Preço 
Unitário Total Quant.
Preço 
Unitário Total
1/out Estoque inicial 400 40,00 16.000,00 400 40,00 16.000,00
5/out Compras 300 45,00 13.500,00 700 42,14 29.500,00
12/out Vendas 250 42,14 10.535,00 450 42,14 18.965,00
22/out Vendas 300 42,14 12.642,00 150 42,15 6.323,00
24/out Compras 400 50,00 20.000,00 550 47,86 26.323,00
31/out Vendas 250 47,86 11.965,00 300 47,86 14.358,00
Total 49.500,00 Total 35.142,00 Total 14.358,00
Fonte: Elaborado pela autora.
Observa-se que, por esse método, as baixas (saídas do estoque) são realizadas 
pelo valor médio apurado das compras. Verifica-se que o custo médio dos 
materiais em estoque é de R$ 47,86 no momento da baixa no dia 31 de outubro 
(R$ 26.323,00/550 unidades). O valor total da coluna das saídas representa o 
Custo da Mercadoria

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