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Adriana Matte FORMAÇÃO DE PREÇOS Custos e AdriAnA MAtte CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS JAneiro | 2019 M435c Matte, Adriana Machado. Custos e formação de preços [recurso eletrônico] / Adriana Matte. – Dados eletrônicos. – Canoas, RS : Universidade La Salle EAD, 2018. – (Gestão e negócios) 1. Contabilidade. 2. Contabilidade de custos. 3. Custo. 4. Custeio. 5. Formação de preços. I. Título. II. Série. CDU: 657.47 Bibliotecário responsável: Samarone Guedes Silveira - CRB 10/1418 Universidade La Salle Canoas | Av. Victor Barreto, 2288 | Canoas - RS CEP: 92010-000 | 0800 541 8500 | ead@unilasalle.edu.br Gestão Universidade Gestão EaD Reitor Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação Pró-Reitor de Administração Diretora de Graduação Diretor da Educação a Distância Diretor de Extensão e Pós-Graduação Lato Sensu Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu Diretor Administrativo Diretor de Marketing e Relacionamento Procuradora Jurídica Assessor de Assuntos Interinstitucionais e Internacionais Assessor de Inovação e Empreendedorismo Chefe de Gabinete Coordenador da Área de Educação e Cultura Coordenador da Área de Gestão e Negócios Coordenador da Área de Direito e Política Coordenadora da Área de Inovação e Tecnologia Coordenador dos Cursos de Adm., Processos Ger. e Logística Coordenadora do Curso Gestão de Recursos Humanos Coordenador do Curso de Ciências Contábeis Coordenador dos Cursos Gestão Com., Gestão Fin. e Marketing Coordenadora do Curso de Pedagogia Coordenadora do Curso de Serviço Social Coordenadora do Curso de Letras Coordenador do Curso de Educação Física Coordenadora do Curso de História Coordenador do Curso de Engenharia da Produção Coordenador do Curso de Análise e Desenv. de Sistemas Prof. Dr. Paulo Fossatti - Fsc Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc Vitor Benites Profª. M.ª Cristiele Magalhães Ribeiro Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool Prof. Me. Márcio Leandro Michel Profª. Dr.ª Patricia Kayser Vargas Mangan Patrick Ilan Schenkel Cantanhede Cleiton Bierhals Decker Michele Wesp Cardoso Prof. Dr. José Alberto Miranda Prof. Dr. Jefferson Marlon Monticelli Prof. Dr. Renaldo Vieira de Souza Prof. Dr. Renato Ferreira Machado Prof. Me. Sílvio Denicol Júnior Prof. Dr. Daniel Silva Achutti Profª. Drª Ingridi Vargas Bortolaso Prof. Me. Carlos Eduardo dos Santos Sabrito Profª. Drª. Denise Macedo Ziliotto Prof. Me. Eduardo Bugallo de Araújo Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro Vargas Profª. Drª Hildegard Susana Jung Profª. Drª. Michelle Bertoglio Clos Profª. Drª. Lucia Regina Lucas da Rosa Prof. Dr. José Rogério Vidal Profª. Drª. Tatiana Vargas Maia Prof. Dr. Charles Rech Prof. Dr. Rafael Kunst Diretor Coordenadora Pedagógica Coordenador de Produção Coordenadora Técnica Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool Profª. Drª. Ana Margo Mantovani Prof. Dr. Jonas Rodrigues Saraiva Michele de Mattos Kreme Coordenações Acadêmicas Equipe de Produção EaD Anderson Cordova Nunes Arthur Menezes de Jesus Daniela dos S. Cardoso Évelyn Rocha de Araujo Gabriel Esteves de Castro Guilherme P. Rovadoschi Gustavo Rodrigues L. Haag Indiara de Oliveira Olivar Ingrid Rais da Silva Jorge Fabiano Mendez Mônica de Souza Chaves Nathália N. dos Santos S. Patrícia Menna Barreto Thaís da Silva Fioravante Tiago Konrath Araujo Prezado estudante, A equipe de gestão da EaD LaSalle sente-se honrada em entregar a você este material didático. Ele foi produzido com muito cuidado para que cada Unidade de estudos possa contribuir com seu aprendizado da maneira mais adequada possível à modalidade que você escolheu estudar: a modalidade a distância. Temos certeza de que o conteúdo apresentado será uma excelente base para o seu conhecimento e para a sua formação. Por isso, indicamos que, conforme as orientações de seus professores e tutores, você reserve tempo semanalmente para realizar a leitura detalhada dos textos deste livro, buscando sempre realizar as atividades com esmero a fim de alcançar o melhor resultado possível em seus estudos. Destacamos também a importância de questionar, de participar de todas as atividades propostas no ambiente virtual e de buscar, para além de todo o conteúdo aqui disponibilizado, o conhecimento relacionado a esta disciplina que está disponível por meio de outras bibliografias e por meio da navegação online. Desejamos a você um excelente módulo e um produtivo ano letivo. Bons estudos! Gestão de EaD LaSalle APRESENTAÇÃO APRESENTANDO A AUTORA Adriana Machado Matte Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora tutora de Contabilidade do curso de Ciências Contábeis no Ensino a Distância da UNISINOS e professora de Contabilidade do curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS). CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Prezado estudante, Bem-vindo à disciplina de Custos e Formação de Preços! O que é Contabilidade de Custos, para que serve e como aplicá-la nas empresas? Essas devem ser questões sobre as quais você certamente gostaria de obter respostas. Dessa forma, alguns esclarecimentos iniciais são necessários para que você entenda o que estudaremos nesta disciplina. A Contabilidade de Custos é uma importante ferramenta da Contabilidade que auxilia os gestores na tomada decisões, pois irá realizar os registros, organizar, analisar e interpretar os dados relativos aos gastos com a produção ou com a prestação de serviços. Aplica-se principalmente às empresas industriais, mas não é restrito a elas, pois o controle dos custos pode ser realizado em qualquer tipo de empresa. A partir das informações geradas pela Contabilidade de Custos será possível ao administrador determinar o lucro, melhorar a competitividade, realizar a gestão eficiente dos recursos e auxiliar na tomada de decisões. Dadas essas considerações, a proposta para esse estudo é reunir e sistematizar elementos que auxiliem na compreensão, aliando teoria e prática. Para melhor organizar seu estudo, este livro está estruturado da seguinte forma: A Unidade 1 trata do conceito e classificação de custos. Vamos falar sobre os diferentes conceitos na área da contabilidade, destacando a importância da Contabilidade de Custos como instrumento gerencial; veremos também o significado dos termos específicos utilizados pela Contabilidade de Custos, bem como as classificações de custos. APRESENTANDO A DISCIPLINA Na Unidade 2, serão estudados os Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques, abordando os aspectos relacionados à determinação do custo do material direto e da mão de obra, discutindo-se o impacto da tributação e dos métodos de controle dos estoques. A Unidade 3 apresenta as Filosofias de Custeio e os Critérios de Rateios para apropriação dos Custos Indiretos. Serão examinados os diversos componentes dos custos de produção e a correta apropriação aos produtos ou serviços de acordo a filosofia de custeio definida. E por fim, na Unidade 4, o tema será a Formação do Preço de Venda. Para calcular o valor de venda dos produtos, serviços ou mercadorias das empresas é importante conhecer a composição do preço a partir das informações fornecidas pela contabilidade de custos. Assim, apresentam-se os principais métodos que podem ser utilizados para fins de gestão empresarial. Bons estudos! Sumário UNIDADE 1 Conceito e Classificação de Custos ..................................................................................................... 9 Objetivo Geral ...................................................................................................................................... 9 Objetivos Específicos ..........................................................................................................................9 Questões Contextuais ........................................................................................................................... 9 1.1 Aspectos Históricos .........................................................................................................................10 1.2 A Contabilidade – Conceitos ...........................................................................................................12 1.2.1 A Contabilidade Financeira ............................................................................................................. 12 1.2.2 Contabilidade Gerencial ................................................................................................................... 14 1.2.3 Contabilidade de Custos .................................................................................................................. 15 1.3 Terminologias e Classificação dos Custos .....................................................................................19 1.4 Classificação dos Custos e Despesas ............................................................................................30 1.4.1 Custo Total x Custo Unitário ............................................................................................................. 30 1.4.2 Classificação dos Custos ................................................................................................................. 32 Síntese da Unidade ............................................................................................................................. 39 Referências ......................................................................................................................................... 40 Atividades ........................................................................................................................................... 42 UNIDADE 2 Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques ............................................ 45 Objetivo Geral .................................................................................................................................... 45 Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 45 Questões Contextuais ......................................................................................................................... 45 2.1 Material Direto .................................................................................................................................46 2.1.1 Custo dos Materiais Diretos ............................................................................................................. 46 2.2 Métodos para Valorização do Estoque ...........................................................................................49 2.2.1 Método do Custo Médio Ponderado Móvel ou Variável ..................................................................... 49 2.2.2 Método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) ou FIFO ................................................................. 51 2.2.3 Método UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) ou LIFO ................................................................... 52 2.3 Aspectos Tributários Referentes às Aquisições de Materiais para o Estoque..............................54 2.3.1 Cumulatividade e Não Cumulatividade dos impostos ....................................................................... 54 2.3.2 Impostos Recuperáveis na Aquisição dos Materiais ........................................................................ 55 2.3.3 Simples Nacional ............................................................................................................................. 55 2.3.4 Lucro Presumido ............................................................................................................................. 57 2.3.5 Lucro Real ....................................................................................................................................... 58 2.4 Custo com Mão de Obra ..................................................................................................................61 2.4.1 O Efeito das Provisões ..................................................................................................................... 64 Síntese da Unidade ............................................................................................................................. 69 Referências ......................................................................................................................................... 71 Atividades ........................................................................................................................................... 72 UNIDADE 3 Métodos de Custeio e Critérios de Rateios para Apropriação dos Custos Indiretos ....................... 75 Objetivo Geral .................................................................................................................................... 75 Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 75 Questões Contextuais ......................................................................................................................... 75 3.1 Métodos de Custeio .........................................................................................................................76 3.1.1 Custeio por Absorção Total ou Integral ............................................................................................. 76 3.2 Custeio por Absorção Ideal ou Parcial ..........................................................................................83 3.3 Custeio Variável ...............................................................................................................................88 3.4 Custeio Baseado em Atividades - ABC ...........................................................................................93 Síntese da Unidade ............................................................................................................................. 98 Referências ......................................................................................................................................... 99 Atividades ......................................................................................................................................... 100 UNIDADE 4 Formação do Preço de Venda ......................................................................................................... 103 Objetivo Geral .................................................................................................................................. 103 Objetivos Específicos ...................................................................................................................... 103 Questões Contextuais ....................................................................................................................... 103 4.1 Apropriação dos Custos e Formação do Preço de Venda ............................................................104 4.1.1 Apropriação dos Custos Indiretos ................................................................................................... 104 4.2 Apropriação dos Custos Diretos ...................................................................................................108 4.3 Formação do Preço de Venda .......................................................................................................111 4.3.1 Método com Base no Custo Pleno (Custeio por Absorção) .............................................................. 113 4.3.2 Método com Base no Custo Variável .............................................................................................. 1164.3.3 Método com Base no Retorno do Capital Investido ......................................................................... 118 Síntese da Unidade ........................................................................................................................... 121 Referências ....................................................................................................................................... 122 Atividades ......................................................................................................................................... 123 Gabaritos ........................................................................................................................................... 125 unidade 1 Conceito e Classificação de Custos Prezado(a) estudante. Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina. OBJETIVO GERAL Compreender as Terminologias de Custos. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Conhecer o significado dos termos específicos utilizados pela Contabilidade de Custos, bem como as classificações de custos em diferentes tipos de empresas. QUESTÕES CONTEXTUAIS 1. Você sabe qual é a diferença entre a Contabilidade Financeira, a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos? 2. O que é custo? Para quem compra o conceito é claro, o custo é o preço pago pela aquisição, mas e para quem produz? 3. Como se classificam os gastos do pessoal envolvido diretamente com a produção? 4. Como a classificação de uma espécie de custo depende da forma de utilização do recurso aplicado em sua produção? CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 10 1.1 Aspectos Históricos Para iniciar o estudo sobre a Contabilidade de Custos é importante entender como a Contabilidade Financeira (ou Contabilidade Geral) relaciona-se com a Contabilidade de Custos e com a Contabilidade Gerencial. De acordo com Martins (2010), antes da Revolução Industrial, na chamada “Era Mercantilista”, só existia a Contabilidade Financeira ou Geral. Tendo em vista a predominância no mercado de empresas comerciais, o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) era conhecido facilmente a partir da diferença entre estoques finais e iniciais, acrescido das compras do período. Não existia a necessidade de informações sobre custo de produção. Após a Revolução Industrial (no final do século XVIII), com o surgimento das grandes indústrias, conforme explica Ferreira (2007), encontrar o custo já não era tarefa tão fácil, pois a produção era complexa e contava com a utilização de vários fatores de produção como matéria-prima, mão de obra e capital investido. Com o crescimento das empresas industriais, a complexidade para o levantamento dos custos e a necessidade de informações mais específicas, houve então o surgimento da Contabilidade de Custos. Através dela foi possível calcular o valor dos estoques, preço dos produtos e o resultado das operações da empresa. A contabilidade de custos passa a ser utilizada como importante ferramenta de auxílio à tomada de decisões. Figura 1.1 – Evolução da Contabilidade de Custos. Fonte: Elaborado pela autora. Padoveze (2017) explica que, com o surgimento das empresas industriais de grande porte, por volta do século XX, a Contabilidade teve que se aprimorar e desenvolver instrumentos necessários para conhecer-se o custo dos produtos a serem estocados e vendidos. Martins (2010) complementa que a contabilidade de custos nasceu da Contabilidade Financeira, tendo em vista a necessidade de avaliar os estoques nas empresas industriais. Era Mercantilista Revolução Industrial Desenvolvimento das Empresas Industriais Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 11 Podemos observar que, no início, as aplicações da Contabilidade de Custos resumiam-se em conhecer os custos dos bens e serviços e formar o preço de venda. Ao observarmos os dias atuais, o mercado é quem decide o preço que será praticado. Para que uma gestão de empresas seja eficiente, é preciso controlar os custos de forma mais abrangente, ou seja, analisar toda a cadeia de valor da empresa. Dessa forma, reduzir custos é fundamental para conseguir-se vantagem competitiva. CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 12 1.2 A Contabilidade – Conceitos Veremos a seguir os conceitos e principais características da Contabilidade Financeira (ou Geral) e da Contabilidade Gerencial. Vamos também apresentar quem são os usuários das informações geradas por esses subsistemas contábeis. E por fim, mostrar como estas áreas relacionam-se com a Contabilidade de Custos. 1.2.1 A Contabilidade Financeira Para Iudícibus e Marion (2011), a Contabilidade é um sistema de informação voltado principalmente para prover os usuários de dados para tomada de decisão. É obrigatória e deve ser realizada de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, atende às imposições da legislação fiscal e disponibiliza o resultado das operações das empresas, para seus diversos usuários, através das Demonstrações Contábeis. Os usuários das informações contábeis são todos os agentes que possuem relações com a empresa, sejam internos ou externos. Funcionários, fornecedores, investidores, credores, clientes, governo, entre outros, são exemplos de usuários das informações geradas pela Contabilidade. Segundo Iudícibus (2015, p.3), “o objetivo da Contabilidade é fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmente, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários”. Outros objetivos da contabilidade são encontrados na literatura, como descrita por Marion (2015, p. 5), a “Contabilidade pode ser considerada como sistema de informação destinado a prover seus usuários de dados para ajudá-los a tomar decisão”. Nesse contexto, o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis, emitido pelo Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), define que o propósito das demonstrações contábeis é atender às necessidades de informações dos usuários externos. Contudo, é importante ressaltar que essas informações são elaboradas de acordo com o critério estabelecido pela legislação societária e não contêm um formato especificamente planejado para atender às necessidades peculiares de todos os usuários. Conforme falamos anteriormente, os usuários das informações contábeis são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na Contabilidade suas respostas. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 13 O grupo de usuários da informação contábil é amplo e diversificado. Esses usuários podem ser internos ou externos à empresa, conforme revela o quadro a seguir. Quadro 1.1 – Usuários da Informação Contábil. Usuários Características Entidades Governamentais São interessados em informações que sirvam de base à atribuição como receita, valor adicionado, produtividade e lucro. Fornecedores e Clientes Interesse na continuidade da empresa e na manutenção da capacidade da empresa em quitar compromissos. Acionistas e Investidores Interessados no desenvolvimento dos negócios, no fluxo regular de dividendos, valor de mercado da ação e no lucro por ação. Financiadores e Bancos Interesse nas informações sobre geração de fluxos de caixa futuros suficientes para receber de volta o capital emprestado, mais os juros, com segurança. Empregados e Sindicatos Interessados na continuidade da empresa, bem como na geração dos benefícios. Administração Gerentes, administradores e responsáveis pelo retorno sobre o ativo, retorno sobre o patrimônio líquido, situação de liquidez e endividamento confortáveis. Outros InteressadosBuscam constatar a manutenção e o desenvolvimento da empresa, bem como a ação no meio em que ela está inserida, como, por exemplo, a verificação dos benefícios que ela gera para a sociedade Fonte: Adaptado de Iudícibus (2015, p. 5). Como vimos no quadro anterior, a contabilidade financeira gera informações que são do interesse dos diversos usuários (internos e externos) sobre a situação patrimonial e financeira das empresas. Essas informações são divulgadas por meio das demonstrações contábeis, que são apresentadas obrigatoriamente por essa área para cumprir as exigências da legislação societária e das Normas Brasileiras de Contabilidade. As principais demonstrações elaboradas são o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração dos Fluxos de Caixa. Clique no link abaixo e conheça a NBC TG 26, que trata da apresentação das Demonstrações Contábeis: http://gg.gg/bjwsm. SAIBA MAIS CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 14 1.2.2 Contabilidade Gerencial Para Horngren, et al. (2004, p. 2), a Contabilidade Gerencial “mede e relata informações financeiras e não financeiras que ajudam os administradores a tomar decisões para alcançar os objetivos de uma organização”. Segundo os autores, a contabilidade gerencial está baseada em relatórios internos, realizada com a finalidade de atender a solicitações específicas. Como por exemplo, para a administração verificar se a empresa está obtendo um saldo positivo nas suas operações. Marion (2015, p. 8) define que a Contabilidade Gerencial é voltada para finalidades internas e procura suprir os gerentes com uma quantidade maior de informações, geradas exclusivamente para a tomada de decisões. Crepaldi (2014, p. 2) também comenta que as informações produzidas pela Contabilidade Gerencial são destinadas a suprir necessidades específicas dos usuários. Segundo esse autor, ao integrar as informações obtidas nos vários departamentos, a contabilidade gerencial fornece aos administradores informações que permitem avaliar o desempenho de projetos e produtos da empresa, pois apresentará os dados de acordo com as necessidades de cada usuário, de forma clara e objetiva. Como podemos perceber pelos conceitos acima, a contabilidade gerencial atende aos usuários internos das organizações e assim, as informações apresentadas não precisam estar no formato exigido pela legislação societária. Os relatórios podem ser desenvolvidos da melhor forma para atender aos interesses dos administradores. Veja que a contabilidade gerencial tem a finalidade de orientar a administração na tomada de decisões, ou seja, gera informações para o usuário interno de acordo com os dados e formatos solicitados. Nesse contexto, existe uma diferença entre os elementos da contabilidade financeira ou geral e da contabilidade gerencial. No quadro a seguir, são apresentadas as principais características dessas duas áreas. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 15 Quadro 1.2 – Caracterísitcas da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial. Itens Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Usuário das informações Externo: acionistas, credores e autoridades fiscais. Interno: funcionários, gerentes e executivos. Objetivo Reportar o desempenho passado com finalidades externas; contratos com proprietários e credores. Informar para a tomada de dicisões interna feita por empregados, gestores e executivos: feedback e controle do desempenho das operações. Temporalidade Histórica; passada. Corrente; orientada pelo futuro. Diretrizes restritivas Reguladas: regras direcionadas por princípios de contabilidade e por autoridades governamentais. Sem regras estabelecidas: sistemas e informações determinados por gerentes para encontro de necessidades estratégicas e operacionais. Tipo de informação Medidas financeiras somente. Financeiras mais medidas operacionais e físicas sobre processos tecnologias, fornecedores, clientes, e competidores. Natureza da informação Objetiva, audível, confiável, consistente, precisa. Mais subjetiva e de juízos; válidas, relevantes, acuradas. Escopo Altamente agregado; relatórios sobre a organização inteira. Desagregado, de informação e ações e decisões locais Unidade de mensuração Padrão monetário do país Qualquer unidade física ou padrão monetário Fonte: Adaptado de Crepaldi (2017, p. 10). Agora que você conhece as diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial, vamos ver como a Contabilidade de Custos relaciona-se com essas duas áreas. 1.2.3 Contabilidade de Custos Conhecer as despesas e os custos da produção é uma informação essencial para a formação do resultado de uma empresa. Assim, em termos contábeis, os custos e as despesas são evidenciados na estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme demonstrada a seguir. A Contabilidade de Custos é a área da contabilidade que tem como finalidade básica mensurar o custo unitário dos produtos e serviços para fins contábeis e para o processo de tomada de decisões sobre eles (Padoveze, 2017). DESTAQUE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 16 Figura 1.1 – Demonstração do Resultado do Exercício. RECEITA BRUTA OPERACIONAL Receitas de vendas e/ou prestação de serviços, geradas pela atividade fim da empresa (-) Deduções da Receita Bruta Devoluções de vendas, impostos sobre vendas (=) Receita Líquida Operacional Diferança entre a Receita da empresa e deduções (-) Custos Custos com produtos vendidos (CPV) Custo com a mercadoria vendida (CMV) Custo dos serviços prestados (CSP) (=) Resultado Operacional Bruto É o resultado obtido após retirar-se o custo da mercadoria/produto/serviço (-) Despesas Operacionais Despesas gerais do período com as atividades da empresa (=) Resultado Operacional Líquido Resultado obtido após a dedução das despesas operacionais (-) Outras receitas/despesas Receitas ou despesas que não estão relacionadas com a atividade fim da empresa (-) IRPJ e CSLL Impostos incidentes sobre o lucro (=) Resultado Líquido do Exercício Resultado obtido pela empresa, que pode ser lucro ou prejuízo Fonte: Elaborado pela autora. Observe que as informações produzidas pela Contabilidade de Custos dão suporte à elaboração das Demonstrações Contábeis produzidas pela Contabilidade Financeira. O fluxo de dados entre a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Financeira ou Geral é o seguinte: Quadro 1.3 – Fluxo de informações entre a Contabilidade de Custos e a Contabilidade Geral. Fonte: Adaptado de Leone (2010, p. 20). Contabilidade de Custos Contabilidade Geral DRE BP Relatórios Lançamentosou Despesas Gerais Razão Relatórios Lançamentosou Dados das Despesas Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 17 Para Perez Júnior et al. (2012), a Contabilidade de Custos integra a Contabilidade Gerencial, pois é um sistema capaz de determinar o custo incorrido no processo de produção de bens ou na prestação de serviços, com o objetivo de gerar informações úteis à administração das empresas. Os autores explicam ainda que os dados produzidos pela Contabilidade de Custos também fornecem subsídios para elaboração dos relatórios da Contabilidade Financeira, uma vez que a legislação societária exige que as empresas mantenham um controle de custos integrado com a escrituração contábil. Ou seja, tudo está interligado! De acordo com Martins (2010), a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o controle e o auxílio na tomada de decisões. Com relação ao controle, significa dizer que seu objetivo é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e previsões. Controlar é ter um parâmetro de comparação, por exemplo: se a empresa não sabe o quanto gasta para produzir um item, então como reduzir os custos? Ela pode controlar o consumo de recursos, verificando se eles estão dentro do esperado,eliminando desperdícios do processo produtivo. No que diz respeito à tomada de decisões, refere-se ao acompanhamento das informações a partir das estratégias da administração. Ferreira (2007) acrescenta que, além do controle e auxílio na tomada de decisões, a contabilidade de custos auxilia na determinação do lucro da empresa. O autor destaca ainda que para atingir esses três objetivos, a contabilidade de custos é constituída de um sistema, cuja função é identificar, acumular e processar os dados, gerando informações de custos. É a partir de um sistema de custeio eficiente, que se ajuste às constantes mudanças nos processos de fabricação, que a administração da empresa terá o suporte necessário para tomar a melhor decisão de atuação no mercado. Ferreira (2007) explica que as principais características que um sistema de custeio moderno são as seguintes: Figura 1.2 – Características de um Sistema de Custeio Moderno. Fonte: Elaborado pela autora com base em Ferreira (2007, p. 10). Informação sobre o que interessa ao cliente Conhecer quais os fatores são causadores do custo Deve ser atrativo em uma análise custo/benefício Suporta melhoria contínua Medir rentabilidade dos objetos de custo Conhecer a estrutura de custos CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 18 As informações produzidas pela Contabilidade de Custos atende aos usuários internos das empresas, pois darão subsídios para a elaboração dos relatórios da Contabilidade Financeira e da Contabilidade Gerencial. Assim, a Contabilidade de Custos integrada à Contabilidade Financeira e à Contabilidade Gerencial, forma um sistema de informações (figura a seguir). Esse sistema de informações gerenciais é capaz de auxiliar na obtenção da capacidade competitiva da empresa e de melhorar a gestão do processo produtivo. Figura 1.3 – Contabilidade de Custos como um Sistema de Informações Gerenciais. Fonte: Elaborado pela autora, com base em Martins (2010, p.22). Contabilidade de Custos Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 19 1.3 Terminologias e Classificação dos Custos Como a contabilidade de custos coleta e classifica os dados das atividades operacionais, para a melhor compreensão do que será abordado ao longo da nossa disciplina é importante que sejam conhecidos os conceitos utilizados. Dessa forma, na sequência vamos ver as principais terminologias utilizadas na contabilidade de custos, bem como suas classificações. Desembolso É o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço, podendo ocorrer situações à vista ou a prazo (MARTINS, 2010, p. 25). Podemos dizer que o desembolso nada mais é do que todo o dinheiro que sai do caixa (disponível) para um pagamento (IUDÍCİBUS E MARİON, 2011, p. 172). São exemplos de desembolso: compra de matéria-prima à vista; pagamento de salário do pessoal da produção; pagamento da prestação referente ao empréstimo bancário; pagamento da parcela ao fornecedor referente à aquisição de uma máquina. Preço Segundo Ferreira (2007, p. 24), preço é o “valor estabelecido pelas partes (comprador e vendedor) para transferir a propriedade de um bem ou para prestar um serviço”. Gasto Martins (2010, p.24) apresenta a seguinte definição “Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”. Para Leone (2010, p. 32), “o termo gasto é usado para definir as transações financeiras em que há ou uma diminuição do disponível ou a assunção de um compromisso em troca de algum bem de investimento ou bem de consumo”. Resumidamente, pode-se dizer que gasto é o consumo de um bem ou serviço. São exemplos de gastos: • gasto com mão de obra (salários e encargos sociais); • gasto com aquisição de mercadorias para revenda; • gasto com aquisição de matérias-primas para industrialização; • gasto com aquisição de máquinas e equipamentos; • gasto com aluguel de edifício (aquisição de serviços). CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 20 Tipos de Gastos Segundo Neves (2013, p. 14), “os gastos podem ser classificados em: Investimentos, Custos ou Despesas”. Figura 1.4 – Tipos de Gastos. Fonte: Elaborado pela autora. Vamos ver a seguir o que difere cada um deles. Investimento Os investimentos são os gastos necessários para compor a estrutura do negócio; fazem parte do Ativo da empresa. Martins (2010, p. 25) explica que o Investimento é o “gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos”. Conforme Izidoro (2016, p. 8), “o investimento tem a característica de estocagem e não utilização no momento da compra, somente no futuro será utilizado, negociado ou consumido”. Assim, um investimento ocorre quando o item adquirido é ativado, seja no Ativo Circulante ou no Ativo Não Circulante. São exemplos de investimentos: • aquisição de máquinas e equipamentos; • aquisição de imóveis para uso da empresa; • aquisição de matéria-prima; aquisição de ações de outras empresas (parti- cipações societárias). Custo A definição de Martins (2010, p. 25) para custos é “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Ferreira (2007, p. 38) complementa, “o custo é reconhecido no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Ou seja, é o somatório do esforço físico ou financeiro para a Tipos de Gastos Investimento Custo Despesa Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 21 produção de um bem ou serviço”. Assim, de acordo com Padoveze e Takakura (2013, p. 23), “custo é o sacrifício de recursos para a obtenção de receitas”, conforme demonstra a figura a seguir. Figura 1.5 – Processo Sistêmico. Fonte: Elaborado pela autora, com base em Padoveze e Takakura (2013, p. 24). Dessa forma, podemos dizer que custo é a aplicação (consumo) de recursos, expressa em valores monetários, utilizada na produção de bens ou serviços, ou seja, são os gastos da produção. Figura 1.6 – Fábrica (produção). Fonte: http://gg.gg/bjx1k. Nas empresas industriais, podemos dizer que são exemplos de custos os seguintes gastos: salários da mão de obra utilizada na produção; depreciação de equipamentos utilizados na produção; combustíveis utilizados no processo produtivo; consumo de matéria-prima. Note que a aquisição da matéria-prima, enquanto não consumida no processo produtivo, é registrada no Estoque (Ativo Circulante) e classificada como um Investimento, ela somente será classificada como Custo quando for consumida. Custo Sacrifício Receita CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 22 Padoveze e Takakura (2013) explicam que, nas empresas comerciais, o custo da mercadoria vendida (CMV) é calculado a partir dos gastos que a empresa faz com a aquisição dos estoques de produtos prontos, que serão revendidos a terceiros. Já nas empresas industriais, os custos de fabricação formam o custo dos produtos em estoque e causam impacto no resultado somente quando são vendidos e passam a integrar o custo dos produtos vendidos (CPV). O Custo do Serviço Prestado (CSP) é identificado nas empresas prestadoras de serviços, cuja a estrutura dos serviços está diretamente ligada aos materiais que são consumidos no serviço, como por exemplo: • no serviço de contabilidade, o gasto com mão de obra dos contadores ou consultores técnicos; • no serviço de transporte, o consumo de combustível. Essas empresas também possuem custos diretos e indiretos, porém, o que as diferencia de uma indústria é o fato de que os serviços não são tangíveis e, portanto, não podem ser estocados. Despesa Martins (2010, p. 25) explica que o termo despesa aplica-se aos “bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas”. Na definição de Neves (2013, p. 14), a despesa é o “gasto combens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas”. Figura 1.7 – Escritório. Fonte: http://gg.gg/bjx95. CMV – Custo da Mercadoria Vendida, CPV – Custo do Produto Vendido e CSP – Custo do Serviço Prestado Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 23 Assim, entende-se que as despesas correspondem ao consumo de bens ou serviços em atividades não relacionadas com a produção. São exemplos de despesas administrativas: salários do pessoal de vendas e da administração; energia elétrica consumida no escritório; gastos com combustíveis dos vendedores; e aluguéis e seguros do escritório. Custo x Despesa Figura 1.8 – Custo ou Despesa? Fonte: http://gg.gg/bjyrc. Custo - É o consumo de bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços. É registrado no Estoque no Ativo circulante. Despesa - É o consumo de bens ou serviços em atividades não relacionadas à produção. As despesas são classificadas contabilmente no resultado e, desta forma, representam uma diminuição do lucro, impactando o Patrimôno líquido. DESTAQUE � � CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 24 A partir dos conceitos abordados até aqui, vejamos alguns exemplos de classificação dos tipos de gastos no quadro a seguir. Quadro 1.4 – Classificação dos Gastos. ITENS INVESTIMENTO CUSTO DESPESA Consumo de energia elétrica no departamento comercial X Salários pagos para o pessoal da produção X Consumo de combustível de um veículo utilizado exclusivamente para a entrega de vendas X Aquisição de máquinas X Consumo de água como insumo no processo produtivo X Gasto com telefone no setor financeiro X Compra de matéria-prima X Manutenção do prédio da fábrica (produção) X Depreciação das máquinas utilizadas na produção X Depreciação dos computadores do setor administrativo X Compra de Equipamento para a produção X Consumo de materiais de expediente no setor administrativo X Salários pagos para o pessoal do setor financeiro X Consumo de matéria-prima X Fonte: Elaborado pela autora. Perda A perda é um gasto não intencional, conforme explica Neves (2013). Ela é decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa, tais como as sobras de materiais da produção sem aproveitamento e sem valor comercial, capacidade ociosa anormal, incêndio, etc. Vejamos agora as classificações existentes para as perdas. Perda Anormal As perdas serão consideradas despesa quando não forem decorrência normal do processo produtivo, como por exemplo, a ocorrência de um roubo de matéria- prima. Por serem aleatórias e involuntárias, deixam de fazer parte do custo de produção e são tratadas como despesa no resultado do período (DRE), conforme orientação do CPC 16 (R1) - Estoques. Exemplos: vazamento de materiais líquidos ou gasosos; material com prazo de validade vencido; gastos incorridos em períodos de paralisação devido à falta de insumos; problemas com equipamentos; greves; enchentes; inundações; sinistros, etc. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 25 Perda Normal As perdas normais de matéria-prima na produção são classificadas como custo do produto elaborado no período. São previsíveis e ocorrem. Por exemplo, nos processos de corte, tratamento térmico, evaporação, reações químicas, etc. Figura 1.9 – Classificação das Perdas. Fonte: Elaborado pela autora. Desperdício É a perda de materiais, principalmente de matéria-prima, no processo produtivo. (MARTINS, 2010, p. 122). Para Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 9), desperdícios “são os gastos incorridos nos processos produtivos ou de geração de receitas e que possam ser eliminados sem prejuízo da qualidade ou quantidade dos bens, serviços ou receitas geradas”. Para os autores, ter desperdício no processo de produção indica prejuízo, devido à dificuldade de repassar esses valores para o preço do produto. Ainda citando os autores Perez Jr., Oliveira e Costa (2012), são exemplos de desperdício: retrabalho decorrente de defeitos de fabricação; estocagem e movimentação desnecessária de materiais e produtos; relatórios financeiros, administrativos e contábeis, emitidos sem qualquer utilidade ou solicitação; cargos intermediários de chefia e supervisão desnecessários. Receita Bruta de Vendas A receita bruta de vendas é o total das vendas efetuadas pela empresa industrial ou comercial. Segundo Iudícibus et al. (2011, p. 54), “receita bruta é o total bruto vendido no período”. A receita bruta das empresas que têm por atividade a prestação de serviços é o resultado obtido pelos serviços prestados. Clique no link abaixo e conheça a CPC 16, que trata dos estoques: http://gg.gg/bjxcg. SAIBA MAIS Normal Custo DespesaAnormal Perda CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 26 O CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual traz a seguinte definição de receita: “A receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis”. Assim, é possível concluir que a receita bruta de vendas é formada pelas vendas de mercadorias, produtos ou serviços. Custo de Aquisição de Materiais Perez Jr., Oliveira e Costa. (2012, p. 24) explicam que “o custo das mercadorias e materiais adquiridos deve incluir todos os gastos necessários para que a mercadoria ou material chegue ao estabelecimento da empresa compradora”. O autor ainda destaca que os impostos recuperáveis não fazem parte do custo de aquisição, por tratarem-se de valores que a empresa tem de crédito junto ao governo, que serão compensados com impostos da mesma espécie. Assim, o custo de aquisição dos materiais é composto pelo valor pago ao fornecedor e todos os gastos relacionados ao processo de aquisição, tais como: gastos referentes à armazenagem do produto, os fretes sobre as compras, seguros, impostos não recuperáveis, entre outros. Vamos ver um exemplo prático? Suponha que a “Cia. Beta Ltda.” é uma empresa industrial e adquiriu matéria-prima no valor de R$ 5.000,00, considerando seguintes informações: Valor pago ao fornecedor (valor total da nota fiscal): R$ 5.000,00 Impostos a recuperar: ICMS (18%) : R$ 900,00 e IPI (2%): R$ 100,00 Frete (pago pela Cia. Beta a prazo): R$ 200,00 Seguro (pago pela Cia. Beta a prazo): R$ 50,00 A partir dos dados informados, o cálculo do custo de aquisição da matéria-prima adquirida pode ser demonstrado da seguinte forma: Tabela 1.1 – Cálculo do Custo de Aquisição da Matéria-Prima. Valor pago ao fornecedor 5.000,00 (-) Impostos Recuperáveis ICMS 18% -900,00 IPI 2% -100,00 (+) Fretes 200,00 (+) Seguro 50,00 (=) Custo de aquisição de matéria-prima 4.250,00 Fonte: Elaborado pela autora. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 27 Considerando os dados acima, a contabilização dessa aquisição é a seguinte: Tabela 1.2 – Contabilização. Contas Débito Crédito Estoques 4.250,00 Fornecedores a pagar 18% 5.000,00 ICMS a recuperar 900,00 IPI a recuperar 100,00 Fretes a pagar 200,00 Seguros a pagar 50,00 5.250,00 5.250,00 Fonte: Elaborado pela autora. Composição dos Custos dos Produtos O custo de cada produto é composto, segundo Silva e Lins (2014, p.15), de matéria-prima (MP), mão de obra diretamente identificada ao produto (MOD) e os demais custos indiretos de fabricação (CIF). Figura 1.10 – Composição dos Custos dos Produtos. Fonte: Elaborado pela autora. Custo de Fabricação ou Custo Industrial Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 6) definem os custos de produção, bens e serviços, como “todos os gastos incorridos no processo produtivo de uma empresa industrial ou no processo da execução de determinado serviço”. Ribeiro (2013, p. 20) explica que “o Custo de Fabricação ou o Custo Industrial compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na fabricação de outros bens”. De acordo com o autor, três elementos compõem o custo de produção: materiais,matéria-prima e gastos gerais de fabricação. Custo Total MP Matéria-Prima Embalagem MOD Mão de Obra Direta CIF Custos Indiretos de Fabricação CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 28 A figura abaixo apresenta alguns exemplos de itens que compõem o custo de produção ou fabricação. Figura 1.11 – Composição dos Custos de Produção/Fabricação. Fonte: Elaborado pela autora. Observe na Figura 1.11 os principais gastos que formam o custo de fabricação em uma empresa industrial. É importante lembrar que esses gastos do processo de produção representam a utilização de insumos para a elaboração de um produto, denominados de custos, e não representam uma despesa redutora das receitas do período. Materiais Ribeiro (2013, p. 20) explica que os “materiais são os objetos utilizados no processo de fabricação, podendo ou não entrar na composição do produto”. Segundo Padoveze (2013, p. 23), “denomina-se materiais diretos os que fazem parte do produto final. Eles compõem a estrutura dos produtos e serviços, como as matérias-primas, componentes, acessórios e material de embalagem”. Já os materiais indiretos, explica o autor, são aqueles que são utilizados no processo de produção, mas que não incorporam ao produto. Por exemplo: material de expediente, material de segurança dos funcionários, ferramentas, materiais auxiliares como lixas, estopas, óleos e lubrificantes para as máquinas, entre outros. São itens de difícil identificação no produto final, ou seja, você não consegue visualizar no produto. Custo dos materiais (+) Mão de Obra(+) Manutenção (+) Depreciação, etc. (+) Energia Elétrica Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 29 Matéria-Prima (MP) É a parte do custo do produto que será modificada pela ação da mão de obra direta e dos custos indiretos, transformando-se em produto acabado, por exemplo: na produção de uma caneta, podemos citar a tinta e o plástico como matéria-prima. Mão de Obra (MO) Os gastos com mão de obra incluem os salários e encargos sociais referentes aos empregados. Padoveze (2013) esclarece que é considerada mão de obra direta os gastos com o pessoal que manipula diretamente os produtos ou executa os serviços vendidos. Para Ribeiro (2013), mão de obra é todo o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos. Gastos Gerais de Fabricação Os gastos gerais de fabricação compreendem todos os demais gastos necessários para que o produto seja fabricado, mas que não se classifiquem no grupo de materiais ou mão de obra. (RIBEIRO, 2013, p. 20). São exemplos de gastos gerais os gastos com energia elétrica da fábrica, depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na produção, os gastos com telecomunicação da fábrica, aluguel do prédio da fábrica, manutenção e limpeza da fábrica, entre outros. CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 30 1.4 Classificação dos Custos e Despesas Com o objetivo de facilitar a análise, é importante que cada gasto seja tratado de forma distinta, classificando-o, de acordo com a sua natureza, em custo ou despesa. Assim, é importante reforçar a diferença entre custo (gastos da fábrica/ produção) e as despesas (gastos com as áreas de administração, finanças e comercial) para melhor compreensão dos conceitos que serão trazidos a seguir. Note que as despesas são registradas diretamente no resultado. Já os custos são primeiramente contabilizados em conta de estoque (de produtos prontos ou produtos em elaboração) e somente são reconhecidos no resultado, como custo, quando ocorre a venda dos produtos. Figura 1.12 – Alocação dos Custos e Despesas no Resultado. Fonte: Elaborado pela autora. 1.4.1 Custo Total x Custo Unitário Custo Total Santos et al. (2015, p. 14) definem o custo total como “o somatório dos custos de todas as unidades transacionadas (produzidas, fornecidas, serviços prestados, etc.) dentro de determinado período de tempo”. É importante compreender que o Custo Total de produção refere-se ao valor dos bens ou serviços necessários para produzir um conjunto de unidades de um produto ou serviço. Vejamos agora um exemplo prático: Determinada empresa fabrica e comercializa o produto “X” e para produzir 1.000 unidades desse item, possui os seguintes gastos: Despesas DRE (+) RECEITAS (-) Custos (=) LUCRO BRUTO (-) Despesas (=) RESULTADO LÍQUIDO Custos Vendas Estoque de produtos prontos Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 31 Materiais: 300,00 Mão de Obra direta: 900,00 Gastos Gerais de Fabricação: 156,00 = Custo Total: 1.356,00 Assim, podemos dizer que, para produzir 1.000 unidades do produto “X”, a empresa tem o custo total é de R$ 1.356,00. Custo Unitário O Custo Unitário, para Santos et al. (2015, p. 14), é o custo de cada unidade produzida. O Custo Unitário é obtido através da divisão do Custo Total pela quantidade produzida em um determinado período. Conhecer o custo unitário possibilita que seja estabelecido o preço de venda unitário, assim como, avaliar a sua lucratividade (resultado líquido obtido pela empresa, que pode ser lucro ou prejuízo). O custo unitário pode ser obtido mediante a aplicação da seguinte fórmula: Onde: Cu = custo unitário Ct = custo total n = número de unidades produzidas Vejamos agora um exemplo prático: Determinada empresa fabrica e comercializa o produto “XYZ” e o custo total dessa produção foi de $ 250.000,00. Já a produção total foi de 5.000 unidades. Aplicando a fórmula estudada acima temos: Cu = Ct n Cu = 250.000 = R$ 50,00 por unidade 5.000 CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 32 1.4.2 Classificação dos Custos Os custos podem ser classificados da seguinte forma: Figura 1.13 – Classificação dos custos. Fonte: Elaborado pela autora. Classificação em Relação ao Produto Os custos serão classificados como diretos e indiretos em relação ao produto ou serviço que está sendo produzido e fornecido pela empresa. Custos Diretos Os Custos Diretos são aqueles que integram o produto e suas quantidades e valores, são de fácil identificação no produto. Santos et al. (2015, p. 21) explicam que os custos diretos são “apropriados aos produtos sem a necessidade de uma alocação adicional, ou seja, são perfeitamente identificados”; são apropriados de forma objetiva e direta. Exemplos: Custo com materiais (matéria-prima), embalagem e custo com mão de obra direta (MOD). Custos Indiretos (CIF) Os Custos Indiretos possuem como característica a dificuldade em mensurar as quantidades e valores despendidos em relação a cada produto fabricado. Ribeiro (2013) explica que a natureza dos custos indiretos é beneficiar a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo e por isso é difícil a sua identificação. São exemplos de custos indiretos: os salários dos supervisores da produção e aluguel do prédio da fábrica. Os custos indiretos são geralmente atribuídos aos produtos através do sistema de “rateio”, tendo em vista a dificuldade de mensurar o consumo efetivo em cada produto. Leone (2010) explica que o “rateio” é um cálculo realizado mediante o emprego de critérios e taxas que resultam na divisão proporcional de um montante global e comum. Custos Classificação em relação ao volume de produção Fixos Variáveis Classificação em relação ao produto Diretos Indiretos Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 33 Exemplos de critérios de rateio: unidades produzidas; horas-máquinas utilizadas; horas de mão de obra utilizadas; valor material empregado. Figura 1.14 – Custos diretos x custos indiretos. Fonte: Elaborado pela autora. Classificação em Relação ao Volume de Produção Os custos serão classificados em fixos ou variáveis conforme a relação do valor gasto com o volume produzido. Representação Gráfica do Comportamento dos Custos Os gráficos são ferramentas que nos auxiliam visualmente a identificar o comportamento dos custos em relação ao volume de produção. Em geral, atribui-se o volume de produção à variável representativa do EixoX. Já o valor dos custos despendidos no processo produtivo são representados pelo Eixo Y. Figura 1.15 – Representação dos custos. Fonte: Elaborado pela autora, com base em Padoveze (2013, p. 50). Custos Fixos Para Padoveze (2013, p.50), “um custo é considerado fixo quando o seu valor não se altera com as mudanças, para mais ou para menos, do volume produzido ou vendido dos produtos finais”. Os custos fixos permanecem constantes, independente do volume de atividades. CUSTOS Custos Diretos Produto A Custos Indiretos Alocação (rateio) Produto B Eixo y Eixo x CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 34 São exemplos de custos fixos o valor pago pelo aluguel do prédio da fábrica, o seguro do prédio da fábrica, depreciação de máquinas e equipamentos da produção. Perez Jr., Oliveira e Costa (2012) explicam as principais características dos custos fixos: • O valor total permanece constante dentro de determinada faixa de produ- ção; • Em termos unitários, o valor da unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior; • A alocação dos custos fixos, para os centros de custos, é feita na maioria das vezes utilizando critérios de rateio. Quadro 1.5 – Comportamento dos Custos Fixos Totais e Custos Fixos Unitários. Custo Fixo Total Quantidade Produzida Custo Fixo Unitário 5.000,00 1.000 5,00 5.000,00 2.000 2,50 5.000,00 3.000 1,67 Fonte: Elaborado pela autora. Custo Fixo Total é aquele que, no seu total, permanece constante e independe do volume da produção. A partir do quadro anterior, é possível observar que o custo fixo total não varia em função do volume de produção, ou seja, ele permanece fixo independente da quantidade produzida. Por exemplo, uma empresa paga R$ 5.000,00 por mês de aluguel da fábrica e produz 1.000 unidades do produto “Y”. Se a empresa aumentar a sua produção para 2.000 ou para 3.000 unidades, o valor pago pelo aluguel da fábrica não mudará. Ou seja, o custo fixo total do aluguel (R$ 5.000,00) não sofre alteração, independente da quantidade de itens que esta empresa vier a produzir. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 35 Graficamente o comportamento do Custo Fixo Total é o seguinte: Figura 1.16 – Comportamento dos Custo Fixo Total. Fonte: Elaborado pela autora. Em termos unitários, o custo fixo diminui na medida em que o volume de produção aumenta. Tomando por base o mesmo exemplo, se a empresa produzir 1.000 unidades, terá um custo fixo de R$ 5,00 por unidade produzida (R$ 5.000,00/1.000 unidades). Por outro lado, se a empresa produzir 3.000 unidades, ela terá um custo fixo de R$ 1,67 por unidade produzida (R$ 5.000,00/3.000 unidades). Graficamente o comportamento do Custo Fixo Unitário é o seguinte: Figura 1.17 – Comportamento dos custos fixos. Fonte: Elaborado pela autora. Observa-se que os custos fixos podem aumentar ou diminuir conforme a capacidade de produção, assim, quanto maior for a capacidade produtiva com a mesma estrutura de custos fixos, melhor será a rentabilidade da empresa. Custos Variáveis Padoveze (2013, p. 51) esclarece que “são assim chamados os custos e as despesas cujo montante em unidades monetárias varia na proporção direta das variações do nível de atividade a que se relacionam”. Para Ribeiro (2013, p. 20) “custos Volume (Quantidade) O custo fixo total permanece CONSTANTE, independentemente da quantidade produzida. Volume (Quantidade) O custo fixo unitário DECRESCE, na medida em que a quantidade produzida aumenta. CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 36 variáveis são aqueles que variam em decorrência do volume da produção”. Quanto maior a quantidade fabricada, maiores serão os custos variáveis. Vamos ver um exemplo prático? Uma fábrica de chocolates produz 10.000 bombons por mês e, por consequência, utiliza 10.000 embalagens em sua produção mensal. Com a expansão dos negócios, a empresa pretende aumentar sua produção para 15.000 bombons por mês. Dessa forma, as embalagens que serão utilizadas também serão aumentadas para 15.000 unidades por mês. Ou seja, as embalagens utilizadas para embalar os bombons são um exemplo de custos variáveis, pois aumentam conforme aumenta a produção. As características dos custos variáveis, de acordo com a explicação de Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 14), são as seguintes: seu valor total varia na proporção direta do volume de produção e o valor é constante por unidade, independente da quantidade produzida. A alocação aos produtos ou centros de custos é feita de forma direta, sem a necessidade de rateios. Quadro 1.6 – Comportamento dos Custos Variáveis Totais e Custos Variáveis Unitários. Custo Variável Total Quantidade Produzida Custo Variável Unitário 20.000,00 1.000 20,00 40.000,00 2.000 20,00 60.000,00 3.000 20,00 Fonte: Elaborado pela autora. Ao observar o Quadro 1.6, é possível afirmar que o custo variável unitário mantém-se estável por unidade produzida, por exemplo, a empresa gasta R$ 20,00 de embalagem para cada unidade do produto “X”. Esse valor é constante por unidade, independente da quantidade produzida. Figura 1.18 – Custo Variável Unitário. Fonte: Elaborado pela autora. Volume (Quantidade) O custo variável unitário permanece CONSTANTE, independentemente da quantidade produzida. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 37 Já o custo variável total varia proporcionalmente em relação ao volume produzido, aumentando conforme aumenta a produção ou diminuindo conforme diminui a produção. Graficamente o comportamento do Custo Variável Total é o seguinte: Figura 1.19 – Custo Variável Total. Fonte: Elaborado pela autora. É possível afirmar que o custo variável é constante por unidade, mas oscila no seu total na proporção direta ao volume de produção. 1.4.3 Classificação das Despesas As despesas estão direta ou indiretamente ligadas à realização de receitas. Observa-se que as despesas não são associadas à produção de bens e serviços. Assim como os custos podem ser fixos e variáveis com relação à produção, as despesas também serão classificadas entre fixas ou variáveis, levando em consideração o volume de vendas. Despesas Fixas Conforme Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 13), “as despesas fixas são aquelas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividades geradoras de receitas, independente do volume de vendas ou de prestação de serviços, ou seja, uma alteração no volume de receitas para mais ou para menos não altera o valor total da despesa”. São exemplos de despesas fixas os salários do pessoal do setor administrativo e comercial, despesas financeiras, despesas administrativas com aluguéis, seguros, entre outros. Observa-se que as despesas fixas totais mantêm-se constantes em relação ao volume de vendas, ou seja, independentemente das vendas ocorrerem, o salário do pessoal administrativo terá que ser pago ao final do mês. Volume (Quantidade) O custo variável total CRESCE, na medida em que a quantidade produzida aumenta. CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 38 Despesas Variáveis Diferentemente dos custos variáveis, as despesas variáveis de venda são as que se alteram proporcionalmente com relação às variações no volume de receitas, ou seja, o total de despesas variáveis sofre variação em relação ao volume de receitas (PEREZ JR., OLIVEIRA E COSTA, 2012, p. 15). São exemplos de despesas variáveis: impostos sobre o faturamento (IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS) e comissões sobre vendas e serviços. Despesas Diretas Santos et al. (2015) explicam que as despesas diretas são aquelas facilmente identificáveis em relação às receitas de vendas ou prestação de serviços. São exemplos: os impostos sobre o faturamento (IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS) e comissões sobre vendas e serviços. Despesas Indiretas O termo “indireto” significa que as despesas são comuns a várias atividades e, desta forma, de difícil identificaçãocom as receitas geradas. Para Santos et. al (2015), são as despesas que não se identificam especificamente com um produto, mercadoria ou serviço. Exemplos: despesas administrativas, aluguel do prédio utilizado pela área de vendas, despesas financeiras e despesas com imposto de renda e contribuição social. Quadro 1.7 – Despesas diretas x despesas indiretas. RECEITAS REALIZADAS DESPESAS INCORRIDAS Diretamente Indiretamente Receitas de Vendas Imposto sobre vendas Custo das vendas Fretes e comissões Propaganda e publicidade Faturamento e cobrança Aluguéis e depreciação de imóveis, móveis e utensílios Despesas gerais de vendas Receitas de Serviços Imposto sobre serviços Custo dos serviços prestados Comissões Idem acima Despesas incorridas para administrar o processo gerador de receitas Receitas Financeiras Despesas incorridas para financiar o processo gerador de receitas Despesas de impostos sobre lucros gerados das receitas realizadas Fonte: Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 9). Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 39 SÍNTESE DA UNIDADE Nesta unidade, abordamos a evolução histórica da Contabilidade de Custos, assim como os conceitos da contabilidade e as finalidades de seus subsistemas: a contabilidade financeira ou geral, de custos e a contabilidade gerencial. Na sequência, apresentamos os significados das principais terminologias empregadas na Contabilidade de Custos, tipos de gastos, assim como a as classificações dos custos e despesas. E por fim, estudamos as classificações de custos e despesas quanto à forma de alocação ou identificação com o produto/serviço ou receita e com relação às variações do volume de produção ou vendas. Uma forma simples e sistemática de visualizarmos o conteúdo estudado nesta unidade pode ser representada pela figura abaixo: Figura 1.20 – Classificação dos Custos e Despesas. Fonte: Adaptado de Perez Jr., Oliveira e Costa (2012, p. 19). Gastos Fixos Variáveis DespesasCustos Gastos incorridos na produção de novos bens e serviços Gastos incorridos no processo de geração de receitas Fixas Variáveis Indiretos Diretos Indiretas Diretas CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 40 REFERÊNCIAS COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC 00 (R1): Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, dez. 2011. Disponível em: http://gg.gg/bjxrp. Acesso em: 24 jul. 2017. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC 16 (R1) Estoques. Brasília, mai. 2009. Disponível em: http://gg.gg/bjxs0. Acesso em 24 jul. 2017. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. CPC 26 (R1): Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, dez. 2011. Disponível em: http://gg.gg/bjxsg. Acesso em 17 jul. 2017. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial teoria e prática. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2014. CREPALDI, Silvio Aparecido ; CREPALDI, Guilherme Simões. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. FERREIRA, José Antonio Stark. Contabilidade de Custos. São Paulo: Prentice Hall, 2007. HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; Foster, George. Contabilidade de custos: uma abordagem gerencial. Vol. 1 – 11. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 11. ed. São Paulo : Atlas, 2015. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de administração, economia, direito, engenharia. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LEONE, George Sebastião Guerra; LEONE, Rodrigo José Guerra. Curso de contabilidade de custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 17. ed. São Paulo : Atlas, 2015. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo : Atlas, 2010. NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos fácil. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. PADOVEZE, Clóvis Luís; TAKAKURA Junior, Franco Kaolu. Custo e preços de serviços: logística, hospitais, transporte, hotelaria, mão de obra, serviços em geral. São Paulo: Atlas, 2013. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade de custos: teoria, prática, Integração com Sistemas de Informações (ERP). São Paulo: Cengage Learning, 2013. Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 41 PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade geral facilitada. Rio de Janeiro: Forense, 2017. PEREZ JUNIOR, José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de; COSTA, Rogério Guedes. Gestão estratégica de custos: textos, casos práticos e testes com as respostas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. SILVA, Raimundo Nonato Sousa; LINS, Luiz dos Santos. Gestão de custos: contabilidade, controle e análise. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 42 ATIVIDADES 1. Classifique as alternativas em “D” Despesa ou para “C” Custo Indústria: ( ) Consumo de matéria-prima ( ) Consumo de material de escritório Comércio: ( ) Aluguel ( ) Mercadoria a ser revendida Serviços: ( ) Mão de obra aplicada no serviço ( ) Conta de telefone 2. Em um determinado mês, a empresa Comercial Gama Ltda. registrou os seguintes valores na sua Demonstração de Resultados do Exercício: • salários de funcionários: R$ 30.000,00; • honorários de contabilidade: R$ 3.000,00; • energia elétrica: R$ 2.000,00; • aquisição de mercadorias para estoque: R$ 40.000,00; • compra de quatro computadores para o caixa: R$ 9.000,00; • faturamento mensal: R$ 100.000,00; • pagamento do aluguel, condomínio e telefone: R$ 9.000,00. Assinale a alternativa que representa investimento da empresa no mês analisado: a. R$ 9.000,00 b. R$ 18.000,00 c. R$ 42.000,00 d. R$ 49.000,00 e. R$ 10.000,00 Conceito e Classificação de Custos | UNIDADE 1 43 3. Marque a alternativa correta. O sacrifício de recursos, representado por valores monetários, utilizados na produção de bens ou serviços, é conhecido por: a. Despesa b. Custo c. Gasto d. Investimento e. Desembolso CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 44 ANOTAÇÕES Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques Prezado(a) estudante. Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma você, com certeza, alcançará os objetivos propostos para essa disciplina. OBJETIVO GERAL Determinar os elementos de custos: custo do material direto e custo da mão de obra. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Compreender os aspectos relacionados à determinação do custo do material direto, discutindo-se o impacto da tributação e dos métodos de controle dos estoques no valor do material direto e dos custos da mão de obra. QUESTÕES CONTEXTUAIS 1. Como devem ser tratados os tributos incidentes sobre as compras (ICMS, IPI, PIS e COFINS)? 2. O custo do material consumido se altera conforme o método de valorização dos estoques utilizado? 3. Por que os gastos com salários do pessoal administrativo não são considerados insumos industriais? 4. Além dos valores incorridos pela empresa com as verbas salariais, o que mais deve ser considerado como custo com mão de obra? unidade 2 CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 46 2.1 Material Direto 2.1.1 Custo dos Materiais Diretos As empresas industriais têm como objetivo transformar matéria-prima em um produto específico. Assim, vamos estudar, nesta unidade, o que integra o valor dos materiais que são utilizados diretamente na produção de bens para posterior comercialização. Podemos entender como material direto a matéria-prima, os componentes adquiridos prontos, as embalagens, dentre outros, que serão utilizados no processo de produção. Nesse contexto, Neves (2013) explica que o custo de aquisição dos materiaisdiretos compreende todos os gastos efetivamente incorridos para colocação dos materiais em condição de uso. Por exemplo, ao adquirir a matéria-prima, integram os custos o valor pago pelo material, menos os impostos recuperáveis. Os impostos recuperáveis são abatidos do custo, tendo em vista que serão compensáveis com os impostos devidos pelas vendas geradas pela empresa. Adicionalmente, a empresa poderá incorrer em gastos como frete, armazenagem, seguros, impostos de importação e liberação alfandegária, dentre outros. Esses gastos também farão parte do custo de aquisição se cobrados separadamente do valor dos materiais e arcadas pelo comprador. Exemplo 1: Considere a aquisição de matérias-primas para utilização no processo produtivo da empresa Exemplo Ltda., cuja nota fiscal de compra apresentou os seguintes dados: Quadro 2.1 – Nota fiscal empresa Exemplo Ltda. Base de Cálculo de ICMS Valor do ICMS B.C. ICMS Subst. Tributária Valor do ICMS Subst. Valor Total dos Produtos 1.000,00 170,00 1.000,00 Valor do Frete Valor do Seguro Outras Despesas Valor do IPI Valor Total da Nota 20,00 5,00 50,00 1.075,00 Fonte: Elaborado pela autora. O custo de aquisição da matéria-prima da empresa Exemplo Ltda. é $855,00, conforme cálculo apresentado a seguir: Valor total da nota fiscal 1.075,00 (-) ICMS 170,00 (-) IPI 50,00 (=) Custo de aquisição 855,00 Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques | UNIDADE 2 47 A partir do nosso exemplo, podemos concluir que: o gasto com frete e seguro referente ao transporte da mercadoria faz parte do custo de aquisição das matérias-primas, e os valores referentes ao ICMS e ao IPI , que são impostos recuperáveis, são abatidos do custo de aquisição. O Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) estabelece o tratamento contábil para os estoques. No item 11, apresenta a seguinte definição para o custo de aquisição dos estoques: “compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços”. Vejamos agora alguns exemplos de recursos consumidos na indústria: • Matéria-prima; • Embalagem; • Componentes adquiridos prontos; Outros materiais utilizados no processo de fabricação e que podem ser identificados com as unidades produzidas são, por exemplo: adesivos de numeração nos pares de sapatos, utilizados na indústria calçadista. O termo “materiais” vai fazer referência somente às operações das empresas industriais, tendo em vista que o comércio opera com mercadorias, cuja finalidade é a revenda. Dessa forma, o custo de aquisição das mercadorias que serão vendidas pelas empresas comerciais é composto por todos os gastos para colocação da mercadoria em condições de venda (como frete sobre compras, por exemplo), abatendo-se também os impostos recuperáveis. Já para as empresas prestadoras de serviço, o custo dos materiais diretos é o gasto com a aquisição dos materiais empregados na prestação de serviços, diminuídos também dos impostos recuperáveis. Veja o CPC 16 (R1) na íntegra através do site: http://gg.gg/bjxyp. SAIBA MAIS CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 48 Vale lembrar que a classificação dos impostos como recuperáveis ou não recuperáveis vai depender da atividade desenvolvida (indústria, comércio, serviços) e do enquadramento tributário da empresa (lucro real, lucro presumido e simples nacional), pois cada atividade e forma de tributação possui regras e legislações específicas e que não podem ser generalizadas. Também é importante relembrar que as despesas financeiras, como os juros incidentes sobre as compras realizadas a prazo, não compõem os custos dos materiais, elas são debitadas diretamente nas contas de resultado. Sendo assim, a seguinte equação poderá ser utilizada para o cálculo do custo de aquisição: Figura 2.1 – Custo com aquisição do material direto. Fonte: Elaborado pela autora. A seguir, veremos dois aspectos importantes que impactam a definição dos custos dos materiais diretos aplicados nas empresas industriais: os métodos de controle e valorização do material direto em estoque e o tratamento dos impostos recuperáveis no registro contábil de aquisição dos estoques. Padoveze e Takakura (2013) apresentam a seguinte definição para os custos dos materiais, que podem ser aplicados para todos os segmentos: “o custo de um recurso é o custo total de cada recurso, que inclui todos os gastos para tê-lo disponível para utilização dentro da empresa, excluindo os tributos recuperáveis e incluindo os tributos não recuperáveis, conforme as legislações aplicáveis”. DESTAQUE Custo de Aquisição Valor de Compra Impostos Recuperáveis Gastos para disponibilizar o bem Elementos do Custo e Métodos de Controle (avaliação) dos Estoques | UNIDADE 2 49 2.2 Métodos para Valorização do Estoque Para que se possa registrar e controlar as variações quantitativas decorrentes da entrada e saída dos materiais em estoque (matérias-primas, produtos intermediários, produtos em elaboração, produtos acabados, mercadorias, bens de consumo, entre outros), assim como a sua valorização, diferentes métodos são usados na prática contábil. Dentre as alternativas, destaca-se o método de Custo Médio Ponderado, PEPS ou FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair) e UEPS ou LIFO (último a entrar, primeiro a sair), os quais serão abordados detalhadamente a seguir. Figura 2.2 – Critérios de avaliação dos estoques dos materiais diretos. Fonte: Elaborado pela autora. 2.2.1 Método do Custo Médio Ponderado Móvel ou Variável Segundo Martins (2010), esse é o método mais utilizado no Brasil para avaliação dos estoques. Essa sistemática possui o controle constante dos estoques, pois atualiza seu preço médio após cada aquisição. O método consiste no seguinte cálculo: divide-se o montante pago pela aquisição dos materiais (valor em R$) pela quantidade de itens (peças, quilos, litros etc.). Dessa forma, as baixas dos materiais do estoque (saídas) serão realizadas pelo custo médio apurado. Para demonstrar como esse controle é realizado, veja a seguir um exemplo de operações de compra e venda de mercadorias e a sua respectiva ficha de controle de estoque pelo método do custo médio ponderado. Quadro 2.2 – Exemplo das operações ocorridas no mês de outubro/X1. Data Operação Quantidade Preço Unit. Valor 1/out Estoque inicial 400 40,00 16.000,00 5/out Compras 300 45,00 13.500,00 12/out Vendas 250 80,00 20.000,00 22/out Compras 300 90,00 27.000,00 24/out Compras 400 50,00 20.000,00 31/out Compras 250 100,00 25.000,00 Fonte: Elaborado pela autora. Custo Médio Ponderado PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS | Adriana Matte 50 Por esse método, também conhecido como custo médio ponderado móvel, o custo de cada item será determinado a partir da média ponderada durante o período, ou seja, o preço médio do estoque é atualizado após cada aquisição. Tabela 2.1 – Custo Médio Ponderado Móvel. DATA OPERAÇÃO ENTRADAS SAÍDAS ESTOQUE FINAL Quant. Preço Unitário Total Quant. Preço Unitário Total Quant. Preço Unitário Total 1/out Estoque inicial 400 40,00 16.000,00 400 40,00 16.000,00 5/out Compras 300 45,00 13.500,00 700 42,14 29.500,00 12/out Vendas 250 42,14 10.535,00 450 42,14 18.965,00 22/out Vendas 300 42,14 12.642,00 150 42,15 6.323,00 24/out Compras 400 50,00 20.000,00 550 47,86 26.323,00 31/out Vendas 250 47,86 11.965,00 300 47,86 14.358,00 Total 49.500,00 Total 35.142,00 Total 14.358,00 Fonte: Elaborado pela autora. Observa-se que, por esse método, as baixas (saídas do estoque) são realizadas pelo valor médio apurado das compras. Verifica-se que o custo médio dos materiais em estoque é de R$ 47,86 no momento da baixa no dia 31 de outubro (R$ 26.323,00/550 unidades). O valor total da coluna das saídas representa o Custo da Mercadoria
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