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TRABALHO - FORMAÇÃO DE AGENDA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE MEIO AMBIENTE

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FORMAÇÃO DE AGENDA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE MEIO AMBIENTE NO GOVERNO FEDERAL NO AMBITO DA AGENDA 21
Laiane Cristine Tosta
Discente de Direito do Centro Universitário de Brasília – UniCEUB
Tópicos em Políticas Públicas – Prof. Raquel Boing
A agenda 21 foi o documento construído na Rio 92 ou ECO 92, a Rio 92 foi um evento que aconteceu o no Rio de Janeiro em 1992 e reuniu além da sociedade civil, gestores públicos e presidentes do mundo inteiro, todos seles reunidos pensando na qualidade de vida na preservação do meio ambiente e foi discutido o que seria necessário que todos os países e pessoas fizessem para preservar a qualidade de vida no planeta terra, uma das metas foi que cada país deveria construir a sua agenda 21, o Brasil construiu a sua própria agenda e foi com base nela que muitos estados e municípios desenharam atividades de educação ambiental, culturais, pensando na preservação do meio ambiente do país.
De lá pra cá, muita coisa aconteceu e essas metas foram revistas e vão sendo revistas de tempo em tempo, até porque parte delas são alcançadas e outras precisam ser atualizadas, no ano de 2000 a ONU novamente numa reunião mundial, determinou 8 objetivos para o desenvolvimento do milênio, entre eles a gente tem a preocupação com a educação, com a qualidade de vida de vida da gestante, acabar com a fome e a miséria. Por que só 8 objetivos? Porque eles eram os mais urgentes naquele momento, no ano de 2000 que todos os povos do mundo deveriam se preocupar com eles, recentemente as metas foram revistas novamente e no ano de 2015 surgem os objetivos para o desenvolvimento sustentável, são 17 objetivos focados naqueles primeiros oito, alguns ampliados, que fazem com que os países e as pessoas e cada localidade e cada cidadão pense no que precise ser feito para melhor o mundo e a qualidade de vida, enfim a gente tem uma Agenda 21 como origem de objetivos de coisa que a gente precise realizar para que o mundo e o país em que vivemos seja melhor habitável e a qualidade de vida seja algo sustentável.
No que diz respeito ao Direito Ambiental no nosso país, podemos observar a existência algumas legislações ordinárias dedicadas a proteção do mesmo, e ainda, capítulo constitucional que trata da proteção do ambiente e salvaguarda da sadia qualidade de vida. Contudo, no que pese a existência de tais legislações, na prática o que se observa é uma deficiência em sua implementação, uma vez que os órgãos estatais nem sempre estão suficientemente equipados para dar efetividade no que a lei descreve, nesta seara, também se encontra dificuldades em relação a realidade político-administrativa ou de interesses econômicos, e esses arranjos são muito importantes para implementação destas políticas públicas, assim como descreve, Fernanda dias e Reinaldo Matos:
Outro aspecto importante das novas políticas públicas é a colaboração inter- governamental horizontal, onde despontam os consórcios municipais. São novos arranjos que se constituem em formas de colaboração entre governos de mesmo nível. Por meio dos consórcios, municipalidades vizinhas se articulam para enfrentar em conjunto problemas cuja superação ultrapassa a capacidade de um único Município, como, por exemplo: destinação do lixo, preservação dos recursos hídricos, entre outros. Por meio dos consórcios, estabelece-se uma gestão de polí- ticas públicas de base microrregional, a qual possibilita a ampliação da oferta de serviços e a viabilização de soluções que, isoladamente, cada municipalidade não seria capaz de implementar.[footnoteRef:1] [1: 	DIAS, Reinaldo e MATOS, Fernanda. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012. Pg. 200.] 
Em se tratando especificamente da Agenda 21, podemos dizer que esta é considerada uma das mais importantes políticas públicas implementadas no nosso país, passemos a análise da de como foi a sua Formulação. Preliminarmente, cabe esclarecer como se dá à formulação de uma política pública, para Fernanda Dias e Reinaldo Matos:
O estabelecimento de prioridades, objetivos e metas a serem alcançadas constitui a espinha dorsal de uma política pública, seu aspecto mais concreto, e sinaliza para todos os envolvidos os parâmetros pelos quais devem se orientar as ações na área. São as diretrizes para o setor, quer seja para a área da saúde, da educação, meio ambiente ou turismo, entre outras. Podemos associar as políticas públicas como ferramentas utilizadas pelo Estado para exercer suas funções públicas no atendimento de demandas sociais e solução de problemas que afetam a coletividade.[footnoteRef:2] [2: 	 DIAS, Reinaldo e MATOS, Fernanda. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012. Pg. 61.] 
Na fase de formulação da Agenda 21, a CPDS definiu as áreas temáticas e determinou como se daria a construção do documento Agenda 21 Brasileira. Na escolha dos temas, tiveram a sensibilidade de abarcar a individualidade das diferentes regiões do país, trabalhando com o conceito da sustentabilidade ampliada. Esses temas foram definidos como: Agricultura Sustentável, Cidades Sustentáveis, Infra-estrutura e Integração Regional, Gestão dos Recursos Naturais, Redução das Desigualdades Sociais e Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.
A preocupação com a escolha da temática se deu em volta da gestão dos nossos recursos naturais e também das fragilidades reconhecidas historicamente no nosso processo de desenvolvimento, isto é, as desigualdades sociais.
Ainda, na fase da formulação, foi realizado um trabalho de consulta em diversos segmentos da sociedade. Tudo isso feito sob coordenação do MMA, que utilizou-se de editais de concorrência pública nacional para contratar seis consórcios que se encarregaram de organizar a discussão e elaboração de documentos de referência sobre os temas definidos como centrais da Agenda 21. Um grande destaque foi à participação ativa da sociedade, que se deu por meio de workshops e seminários abertos ao público assim, identificando a opinião dos diferentes atores sociais e os conceitos, os entraves e as propostas para a construção da sustentabilidade. Tudo dentro da grande relevância que tem a criação de uma política pública ambiental, assim como diz Fernanda dias e Reinaldo Matos:
As políticas públicas de meio ambiente são competência comum de todos os entes federados e devem envolver a sociedade, tal como prevê a Constituição Fe- deral. Nesse sentido, é fundamental discutir a temática ambiental em todos os níveis, mas, em particular, no âmbito local, pois é onde ocorrem concretamente os processos que afetam as pessoas integrantes das comunidades relacionadas com o território. [footnoteRef:3] [3: DIAS, Reinaldo e MATOS, Fernanda. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012. Pg. 201.] 
	Com o processo de consultas públicas, a CPDS obteve o resultado esperado de formulação de políticas pactuadas entre os diferentes setores da sociedade brasileira.
Os resultados obtidos com essa pesquisa popular foi submetido ao Presidente da República em 8 de junho de 2000, numa publicação chamada "Agenda 21 Brasileira - Bases para Discussão". O processo de elaboração da Agenda 21 Brasileira foi longo, entre os anos de 2000 e 2001, se realizaram debates estaduais, em encontros regionais, com o objetivo de construir uma Agenda de desenvolvimento sustentável para o país. 
Os debates estaduais resultaram em documento na forma de relatório para cada estado brasileiro, esse documento visou definir os resultados de cada região.
	Ao todo foram realizados  vinte e seis debates estaduais no qual foram discutidas 5.839 propostas, endereçadas aos seis temas da agenda nacional. Agricultura Sustentável foi o tema que mais recebeu propostas (32%), seguido por Gestão dos Recursos Naturais (21%), Infra-Estrutura e Integração Regional (14%), Redução das Desigualdades Sociais (12%), Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável (11%) e Cidades Sustentáveis (10%).Três mil e novecentos representantes de instituições governamentais, civis e do setor produtivo participaram dos debates estaduais realizados.[footnoteRef:4] [4: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-brasileira/item/577.html] 
 
Como vimos, é importante logo de início definir o objetivo dos programas que serão desenvolvidos e as metas a serem alcançadas ajuda na elaboração das linhas de ação a serem aplicadas.
No caso da Agenda 21 foi uma ação definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica, composto também por ações locais, uma parceria entre o Governo e a sociedade civil, trabalhando num plano de Desenvolvimento Sustentável, que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são também definidos os meios de implementação e as responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.[footnoteRef:5] [5: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21.html] 
No processo de formulação de políticas públicas, a primeira providência a ser tomada quando uma situação é vista como problema e, por isso, é incluída na agenda governamental, assim se define as linhas de ação que serão adotadas para resolver a questão, em relação a agenda, para Fernanda dias e Reinaldo Matos:
Caso um problema seja identificado por algum ator político, como, por exemplo, os partidos políticos, os gestores públicos ou as organizações do terceiro setor, e esse ator tem interesse na resolução de tal problema, este poderá então lutar para que o problema entre na lista de prioridades de atuação. Essa lista de prioridades é conhecida como agenda. “A agenda pode tomar forma de um programa de governo, um planejamento orçamentário, um estatuto partidário ou, ainda, de uma simples lista de assuntos que o comitê editorial de um jornal entende como importante.[footnoteRef:6] [6: DIAS, Reinaldo e MATOS, Fernanda. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012. Pg. 71] 
No entanto, a definição de uma agenda sempre pode gerar um embate político entre grupos, uns vão ver as linhas de ação como sendo favoráveis, outros como contrárias a seus interesses. Mas é nesse momento de embates que deve-se aproveitar e definir o objetivo da política pública, quais serão os programas desenvolvidos e as metas a serem alcançadas. Ao final do processo de definição destes três itens, várias propostas de ação serão rejeitadas ou aprovadas.
Assim podemos definir a fase da agenda, utilizando o conceito trago por Pompilio Locks:
A agenda pública, no âmbito da ciência política, é um conjunto múltiplo de assuntos sobre os quais os governos e pessoas ligadas a eles concentram sua atenção em um determinado momento. Birkland (2007) defi - ne agenda como uma coleção de problemas, interpretação de causas, símbolos, soluções, que pedem atenção da população e de gestores públicos. A elaboração da agenda, portanto, é uma construção social (Fuks, 2000), um processo pelo qual problemas e suas possíveis soluções adquirem ou perdem atenção pública, através da interação entre uma enormidade de fatores, como as ideias, os atores, as instituições e o governo.[footnoteRef:7] [7: Locks– Pompilio – Formulação de agenda, políticas públicas e economia solidária no Brasil – 2014 – http://revistas.unisinos.br/index.php/otraeconomia/article/viewFile/otra.2014.814.05/4152 –acesso em: 20 de novembro de 2018.] 
Na elaboração da agenda da Agenda 21, além de se preocupar com a repercussão junto aos grupos sociais, foi levado em conta o que pensa o corpo técnico da administração pública, assim, na 1ª reunião de trabalho da nova CPDS foi apresentada, discutida e consensuada uma proposta preliminar de regimento interno e formados três grupos de trabalho, um de caráter provisório para melhor definir as atribuições da comissão; outro de caráter permanente para o acompanhamento dos instrumentos do planejamento orçamentário nacional: PPA, LDO, LOA, que possibilitam estimar a implementação dos compromissos da Agenda 21 Brasileira, e o GT Agenda 21 e Territorialidade, no sentido da construção do cenário físico-espacial de referência das ações do governo e do conjunto da sociedade para consolidar um modelo de desenvolvimento sustentável para o país. [footnoteRef:8] [8: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/comissao-de-politica-de-desenvolvimento-sustentavel-e-da-agenda-21-brasileira.html] 
Por fim, como se observou a elaboração da política pública da Agenda 21, se deu através de um bom processo de elaboração, no qual seguiu os seguintes passos:
Conversão de estatísticas em informação relevante para o problema;
Análise das preferências dos atores;
Ação baseada no conhecimento adquirido.
Estes procedimentos proporcionaram às autoridades uma série de opiniões que serviram como base para apontar o caminho desejado pelos segmentos sociais, auxiliando na escolha e contribuindo com a legitimidade da proposta.

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