Buscar

Juliana Oliveira Ribeiro

Prévia do material em texto

9
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL SANTA LÚCIA
FACULDADE SANTA LÚCIA
CURSO DE DIREITO
A EFICÁCIA DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E A LEI DE LICITAÇÃO VIGENTE NO BRASIL
Juliana Oliveira Ribeiro
Mogi Mirim
2019
Juliana Oliveira Ribeiro
A EFICÁCIA DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E A LEI DE LICITAÇÃO VIGENTE NO BRASIL
Monografia apresentada à Faculdade Santa Lúcia, da Associação Educacional e Assistencial Santa Lúcia, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito.
Orientador: Prof. Me. Henrique Francisco Seixas
Mogi Mirim
2019
Associação Educacional e Assistencial Santa Lúcia
Faculdade Santa Lúcia
Professor Mestre José Marcos Zanella Pinto
Diretor da Faculdade Santa Lúcia
Professor Mestre Dairson Mendes de Souza
Coordenador do Curso de Direito
	 
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL E ASSISTENCIAL SANTA LÚCIA
FACULDADE SANTA LÚCIA
Graduação em Direito
FOLHA DE APROVAÇÃO
Membros da Comissão Julgadora da Monografia de Graduação de JULIANA OLIVEIRA RIBEIRO, apresenta a monografia A EFICÁCIA DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E A LEI DE LICITAÇÃO VIGENTE NO BRASIL à Faculdade Santa Lúcia da Associação Educacional e Assistencial Santa Lúcia, em 28/09/2019.
COMISSÃO JULGADORA
______________________________________
Nome
Prof. Me. Tacílio Alves da Silva.
_______________________________________
Nome
Prof. Me. Luiz Felipe Nobre Braga
_______________________________________
Prof. Me. Henrique Francisco Seixas
Faculdade Santa Lúcia
Dedico este trabalho aos meus amigos e colegas, pelas alegrias, tristezas compartilhadas e a todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de mim, fazendo esta vida valer cada vez mais a pena.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a meu orientador Prof. Me. Henrique Francisco Seixas, por seus ensinamentos, paciência e confiança ao longo das supervisões das minhas atividades acadêmicas, além das suas extraordinárias aulas de Direito Administrativo com quem eu tive o privilégio de ser discente na instituição.
Agradeço a Deus, que sempre me conduziu com as devidas lições de amor, fraternidade e compaixão hoje e sempre.
Meus colegas de graduação, principalmente ao Edilson, Juliano e Leonardo que batalharam juntamente comigo durante esses anos acadêmicos, compartilhando vitórias, tristezas e me ajudaram a superar as barreiras que apareceram em minha vida.
Agradeço à minha família, em especial aos meus pais, Vilça e Valdomiro, a minha irmã Aline, aos meus tios Edson e Cleisiane, que entenderam as minhas ausências e não mediram esforços para que esse sonho se tornasse realidade, sempre com muito carinho e fé. 
Agradeço a minha amiga Rafaela, que mesmo chegando ao final dessa trajetória, fez uma enorme diferença, me dando confiança e força para seguir em frente, dia após dia, e por ter sido parceira desde quando éramos criança.
Agradeço a todos os professores da instituição, pelos ensinamentos durante a minha formação acadêmica, pelas sugestões de doutrinas e valiosas dicas sobre o exame da ordem e afins.
Agradeço aos funcionários pelo carinho e atenção no auxílio do atendimento.
Agradeço aos Doutores Benedito Francisco Pereira Filho e Luciana Vendrame por me darem oportunidade de alcançar conhecimento jurídico durante os estágios forenses.
Agradeço as minhas colegas de trabalho, em especial à Louana, Danielle, Maria Aparecida, Alessandra, Jair por me acompanharem de perto o meu crescimento acadêmico quando iniciei o desenvolvimento do meu trabalho de conclusão de curso, assim como profissional, que adquiri dentro do da Diretoria de Desenvolvimento e Cidadania da Prefeitura Municipal de Santo Antônio de Posse.
Por fim, eu gostaria de agradecer aos demais colegas e familiares que torceram positivamente por mim durante esses anos de vida acadêmica, serei eternamente grata à cada um de vocês.
“Eu faço da dificuldade a minha motivação. A volta por cima vem na continuação”.
Charlie Brown Jr.
RIBEIRO, J.O. A eficácia dos Contratos Administrativos e a lei de Licitação vigente no Brasil. Monografia apresentada ao curso de Direito da Santa Lúcia – Mogi Mirim-SP, 2019.
RESUMO
A finalidade do presente trabalho é investigar o instituto da Licitação e seus Contratos Administrativos relacionados, desde o início do século XX até os dias atuais, explorar as sanções previstas em lei, assim como a aplicabilidade de sua eficácia que deverá ser utilizada em todas as suas modalidades. Neste assunto, é obrigatório citar o artigo 37 e alguns de seus incisos da Constituição Federal e a lei 8666, de 21 de junho de 1993, sendo esta a lei de Licitação vigente no Brasil. Neste trabalho, acrescenta-se o estudo de suas peculiaridades, as diferenças existentes entre o contrato público e os contratos particulares regidos pelo Código Civil, visto que não há semelhança entre estes pelo regime jurídico administrativo. Adiciona também que há exatos contratos que possuem uma utilização maior que outros existentes, como por exemplo o Contrato de Obra Pública. Ressalta-se que as obras, concessões, permissões, alienações, serviços e locações pertencentes à Administração Pública devem inevitavelmente serem precedidos de licitação, com ressalvas às exceções. Sendo assim, as fases licitatórias são iniciadas e logo após os Contratos Administrativos surgem com o objetivo de estabelecer com visibilidade e precisão as disposições para a sua execução, expressas com cláusulas que deliberem as obrigações, responsabilidade e direitos de ambas as partes, visto que também estão assegurados os seus direitos e garantias na respectiva lei de Licitação e Contrato Administrativo tem como finalidade atingir o interesse público. A Administração Pública também tem o poder de fiscalização, pode examinar e acompanhar o cumprimento do contrato quando desejar. Inclui a previsão de alteração, desde que haja motivos legais, por parte da Administração Pública ou até mesmo por acordo entre as partes. Esses Contratos Administrativos poderão ser extintos pelo fechamento de objeto, finalização do prazo ou até mesmo por invalidação do contrato. O processo administrativo deverá ser isonômico, a qual a administração opta pela proposta mais vantajosa, menos onerosa e com melhor qualidade possível, para a transação de uma obra, de um serviço, da compra de um produto, locação ou alienação respectiva.
Palavras–chave: Licitação. Contratos Administrativos. Constituição Federal. Modalidades. Eficácia. Administração Pública.
RIBEIRO, J.O. The effectiveness of the Administrative Contracts and the Law of Bidding in force in Brazil. Monografia apresentada ao curso de Direito da Santa Lúcia – Mogi Mirim-SP, 2019.
ABSTRACT
The purpose of this paper is to investigate the Institute of Bidding and its related Administrative Contracts, from the beginning of the twentieth century to the present day, explore the sanctions provided for by law, as well as the applicability of their effectiveness that should be used in all its modalities. In this matter, it is obligatory to cite Article 37 and some of its items of the Federal Constitution and Law 8666 of June 21, 1993, which is the current Bidding Law in Brazil. In this work, we add the study of their peculiarities, the differences between the public contract and the private contracts governed by the Civil Code, since there is no similarity between them by the administrative legal regime. It also adds that there are exact contracts that have greater use than existing ones, such as the Public Works Contract. It is noteworthy that works, concessions, permits, disposals, services and leases belonging to the Public Administration must inevitably be preceded by bidding, with exceptions to the exceptions. Thus, the bidding phases are initiated and soon after the Administrative Contracts arise with the objective of establishing with visibility and precision the provisions for their execution, expressed with clausesthat deliberate the obligations, responsibility and rights of both parties, since they also Your rights and guarantees are ensured in the respective Bidding Law and Administrative Contract to achieve the public interest. The Public Administration also has the supervisory power, can examine and monitor the fulfillment of the contract at any time. It includes the expected change, provided there are legal reasons, by the Public Administration or even by agreement between the parties. These Administrative Agreements may be terminated by closing of object, expiration of the term or even invalidation of the contract. The administrative process should be isonomic, where management chooses the most advantageous, least expensive and best possible proposal for the transaction of a work, a service, the purchase of a product, a lease or a sale.
Key-words: Bidding. Administrative Contracts. Federal Constitution. Modalities. Efficiency. Public Administrative
LISTA DE SIGLAS
CF/88 – Constituição Federal de 1988
CEP - Código de Endereçamento Postal
CPF – Cadastro de Pessoa Física
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
CRC – Certificação de Registro Cadastral
PPP - Parcerias público - privadas
RDC – Regime Diferenciado de Contratação
REsp – Recurso Especial
STF – Supremo Tribunal Federal
STJ – Supremo Tribunal de Justiça
TCU – Tribunal de Contas da União
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	1
2. CONCEITO DE LICITAÇÃO	3
2.1 Direito Positivo	3
2.2 Princípios que regem a Licitação	5
2.3 Obrigatoriedade de licitar	13
2.4 Dispensa e inexigibilidade	14
2.5 Modalidades	16
2.6 Fases	21
2.6.1 Edital	22
2.6.2 Habilitação	23
2.6.3 Apresentação das propostas	24
2.6.4 Julgamento	25
2.6.5 Homologação e Adjudicação	25
2.7 Sanções	26
3. CONCEITO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS	29
3.1 Peculiaridades	29
3.2 Contratos Administrativos na Doutrina Brasileira	30
3.3 Diferença entre o contrato público e o privado	31
3.4 Características dos Contratos Administrativos	32
3.5 Modalidades	33
3.5.1 Contratos de obra pública e de prestação de serviços	33
3.5.2 Contrato de fornecimento	36
3.5.3 Contrato de gestão	37
3.5.4 Contrato de concessão	38
3.5.5 Outros contratos	40
3.6 Administração contratada	43
3.7 Serviços de publicidade	44
3.8 Remuneração variável	45
4. A EFICÁCIA DESSES INSTITUTOS	46
4.1 Forma prescrita em lei	46
4.2 Garantia de uso	47
4.3 Órgãos competentes para fiscalização	49
4.4 A compatibilidade do princípio da eficiência com o princípio da eficácia	51
4.5 Rejeição da eficácia	52
4.6 Punição para o afastamento da eficácia	54
4.7 Cautela necessária de modo ao não comprometimento da Administração Pública	57
CONCLUSÃO	61
REFERÊNCIAS	63
xi
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordará uma das leis mais conhecidas e seus recursos mais utilizados pela Administração Pública: a Licitação, sendo que esta abrange os âmbitos da União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
Antes do ano de 1993, eram utilizadas outras legislações que tratavam deste assunto, onde as entidades governamentais deveriam promover propostas vantajosas com o objetivo de adequar de forma benéfica o interesse público desses campos do território brasileiro, além disso, os seus princípios e modalidades estão ostentados de forma explícita na lei 8666 de 21 de junho de 1993, além do artigo 37 e incisos e outros dispositivos que são tratados na atual Constituição Cidadã (BRASIL, 1988). 
Sendo assim, quando o processo licitatório termina, logo após vem os Contratos Administrativos para obter a sua eficácia de forma integral descrita na mesma lei, ou seja, a parte vencida que assinará o contrato de Licitação.
A Administração Pública deverá manter o equilíbrio financeiro e econômico para manter o valor originariamente do contrato pelo maior tempo possível, caso haja abalo nesse instituto, será realizada a revisão de contrato ou até mesmo o reajuste. Para ter validade, licitude e outros requisitos, são necessários a presença dos princípios que regem esse conteúdo do Direito Público, entre eles a eficácia, em consonância com o princípio constitucional da eficiência citado no caput do artigo 37 da Constituição Federal. 
Dentro do cenário da Administração Pública, há presença de certas entidades que não aderem aos requisitos deste contrato, acarretando problemas internos com a outra parte e externos com a conveniência pública, onde pode acontecer desonestidade, má-fé, prevendo a lei determinadas sanções para o agente ou o terceiro que descumprir as normas de Licitação. 
O objetivo deste trabalho é propiciar pesquisas sobre as tradicionais modalidades de contratos públicos citados, visto que são de grande uso nas prefeituras, gestões estaduais e federais na nação brasileira. Ambos possuem princípios e regras de proveniência do interesse público, visto que portam supremacia quanto ao interesse público.
Realmente concluída a Licitação, não fica a Administração Pública obrigada a celebrar o contrato, mas se o fizer, há de ser com o proponente vencedor. Muitas vezes, ocorrem desvios de finalidade causando a improbidade administrativa prevista na lei 8429/92 que prevê situações de importação de enriquecimento ilícito, dos atos que causam prejuízo ao erário, dos atos de improbidade administrativa decorrentes de concessão ou aplicação indevida ao benefício financeiro ou tributário, dos atentados contra a Administração Pública e outros atos presentes nessa lei.
Além disso, há previsão de condutas passíveis de sanções nos artigos 89 a 99 da lei 8666/93. Compreende-se que os contratos administrativos devem respeitar o princípio da supremacia do interesse público, em especial à Administração Pública.
2. CONCEITO DE LICITAÇÃO
2.1 Direito Positivo
Di Pietro (2018) afirma que na Constituição de 1967, não existia lei ostentando a competência objetivando legislar em relação a Licitação, o que deu margem a formação de duas correntes doutrinárias: a primeira explicando o seu conceito que é matéria de direito financeiro, onde cabe à União determinar normas gerais e, enquanto aos Estados, as diretrizes supletivas, enquanto que a outra corrente enxerga a Licitação como conteúdo de Direito Administrativo, de capacidade legislativa de cada uma das unidades de federação.
A legislação brasileira em favor da Licitação tem como norma central a redação exposta no artigo 37, XXI, da Carta Magna, que mostra a exigência desse debate, estabelecendo-o como condição expressa dos ajustes firmados pela Administração Pública.
Justen Filho (2005) apud Remédio (2018, p. ) determina que a licitação é:
um procedimento administrativo disciplinado por lei e por ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção da proposta de contratação mais vantajosa, com observância de princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica.
A Lei Maior discorre que:
as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de Licitação Pública que assegure colocar igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas de propostas nos termos da lei. (BARRETO, 2015, p. ).
Meirelles (2015) afirma que na Constituição de 1988, o sistema licitatório e o contrato administrativo padecem de mudanças no Direito Brasileiro em um desenvolvimento que vem desde o seu principiante tratamento no Código de Contabilidade Pública da União, de 1922, que dispunha a seguinte redação:
Art. 1º A Contabilidade da União, comprehendendo todos os actos relativos ás contas de gestão do patrimonio nacional, a inspecção e registro da receita e despesa federaes, é centralizada no Ministerio da Fazenda, sob a immediata direcção da Directoria Central de Contabilidade da Republica e fiscalização do Tribunal de Contas.
Art. 2º A Directoria Central de Contabilidade da Republica organizará, orientará e fiscalizará todos os serviços de escripturação das repartições federaes, expedindo as necessarias instrucções, exigindo todos os elementos de informação e exercendoinspecção por funccionarios designados para esse fim. (BRASIL, 1922).
Com a promulgação no Decreto-Lei 200/67 (BRASIL,1967) tratava-se da estrutura da Administração Federal e a competência constitucional do Poder Legislativo que era atribuído na época de sua vigência e no governo de Humberto Castelo Branco, sendo que este foi o primeiro presidente que governou o Brasil durante o golpe militar aplicado entre 1964 a 1985 no território brasileiro.
Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo regulará a estruturação, as atribuições e funcionamento dos órgãos da Administração Federal.
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações públicas. (BRASIL, 1967).
Vale citar que o Decreto-Lei 2300/86 foi revogado e substituído por diplomas legais posteriores à Carta Magna atual, e seus primeiros artigos traziam os objetivos, vedações e algumas de suas funções foram utilizadas antes do surgimento da lei que rege a licitação brasileira, in verbis:
Art. 1º Este decreto-lei institui o estatuto jurídico das licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações, concessões e locações, no âmbito da Administração Federal centralizada e autárquica.
Art. 2º As obras, serviços, compras e alienações da Administração, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas neste decreto-lei. 
Art 3º A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.
§ 1º É vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir, ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que:
I - comprometam, restrinjam, ou frustrem, o caráter competitivo do procedimento licitatório;
II - estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes.
§ 2º Observadas condições satisfatórias de especificação de desempenho e de qualidade, de prazo de entrega e de garantia, será assegurada preferência aos bens e serviços produzidos no País. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 2.360, de 1987)
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos, e acessíveis ao público, os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. (BRASIL, 1986).
Para Barreto (2016), a Lei 8666/93 estabelece diversas regras com aplicação às licitações e contratos administrativos, sendo que a eficácia da licitação pública é aplicável em todas as esferas existentes (federal, distrital, estadual e por último a municipal).
Vale ressaltar que a licitação já existia antes do surgimento da lei 8666/93 que vigora em todo o território nacional atualmente.
2.2 Princípios que regem a Licitação
A Constituição de 1988 trouxe em sua redação ao artigo 37, que dispõe a obrigatoriedade deste certame, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além disso, o artigo 3º da Lei nº 8666/93 estabeleceu os princípios a serem vistos nos procedimentos de licitação, então, outros enunciados podem ser elencados, sendo que não estão sendo citados por lei, também poderão ser aplicados (BARRETO, 2015).
Meirelles (2015) foi o doutrinador que relacionou o maior número de princípios como o procedimento formal, a publicidade, igualdade entres os licitantes, sigilo das propostas, vinculação aos termos do instrumento convocatório, julgamento objetivo e adjudicação compulsória, porém há divergências de outras modalidades existentes no ordenamento jurídico, como Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2018) destacou que a apresentação dos princípios da igualdade, legalidade, impessoalidade em moralidade, probidade, publicidade, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, adjudicação compulsória, ampla defesa e licitação sustentável.
Já Mello (2015) argumenta a sua posição de realidade os princípios e se subdividem em: impessoalidade, igualdade, publicidade, moralidade, vinculação ao instrumento convocatório, e julgamento objetivo.
A Administração Pública poderá anular de forma subjetiva, ou seja, unilateralmente o contrato.
Di Pietro (2018) critica que o princípio da igualdade é um dos alicerces da licitação e não visa apenas consentir a Administração a seleção de melhor apresentação, assim como certificar igualdade de direitos a todos os interessados em contratar.
O artigo 37, XXI da Constituição Federal faz menção a esse princípio onde veda o estabelecimento de situações que envolvam preferência em favor de estipulados licitantes em detrimento dos demais:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (BRASIL, 1988).
Meirelles (2015) aduziu que a igualdade entre os licitantes impede a discriminação entre os participantes do processo licitatório, quer através de argumentos que, no edital ou convite, amparem uns em detrimento dos outros, quer mediante julgamento faccioso, que desiguale os iguais ou iguale os desiguais, sendo que quando esse princípio é desatendido, ocorre o desvio de poder, sendo que a Administração Pública quebra a isonomia entre os licitantes, razão pelo qual o judiciário tem abolido julgamentos e editais em que se descobre a importunação ou a predileção administrativa, sem nenhum objetivo ou benefício ao interesse público.
Barreto (2016) cita que é o princípio que decorre da isonomia constitucional, dando as partes a precaução de uma disputa paritária, sem discriminações que marquem ou impeçam a atuação dos interessados. Admite relativização, sendo que deverá haver tratamento igual em ambas as partes, sob pena de adquirir problemas futuros.
Mello (2015) entende o dever não somente de tratar de forma igualitária todos os que afluírem ao certame e também o de ensejar oportunidade de disputá-lo a quaisquer interessados, que desejando dele participar, facultar oferecer as indispensáveis condições de garantia.
O princípio da legalidade é considerado um vetor fundamental de toda ação administrativa estatal e não apenas das licitações. Nessas, funciona como elemento condicionante das posturas dos gestores públicos e das comissões de licitação, impedindo-os de adotar medidas não previstas ou vedadas nas normas que disciplinem esses certames (BARRETO, 2015).
Possui suma relevância e seu procedimento está integralmente vinculado à lei, visto que a sua observação foi incorporada em interesse difuso passível de ser protegido por determinação do próprio cidadão e que a lei 8666/93 fez previsão de inúmeras formas de participação popular no controle da legalidade do procedimento (DI PIETRO, 2018).
Em relação ao princípio da impessoalidade, os atos sempre devem ser colocados em prática com o intuito de alcançar as finalidades públicas e não e de atender seus interessesou pretensões particulares, então, as condutas durante o embate que mostrarem favoritismo ou perseguições, serão vedados (BARRETO, 2015).
Mello (2015) encarece a proscrição de qualquer favoritismo ou discriminações pertinentes, sublinhando o dever de que, no procedimento licitatório, sejam todos os licitantes tratados com absoluta neutralidade, esse princípio não é senão uma forma de designar o princípio da igualdade de todos perante a Administração.
Segundo Di Pietro (2018, p. 418), ela compreende esse princípio como:
Todos os licitantes devem ser tratados igualmente, em termos de direitos e obrigações, devendo a Administração, em suas decisões, pautar-se por critérios objetivos, sem levar em consideração as condições pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamente prevista em lei ou no instrumento convocatório.
Outro princípio ligado ao artigo 37, caput da Constituição Federal é a moralidade, onde a boa-fé e a honestidade sempre devem estar presentes em todas as ocasiões possibilitadas pelas entidades governamentais, cm vistas a acondicionar a própria proteção, sendo que este pensamento extremamente necessário a validade do comando público. (BARRETO, 2015).
Para Mello (2015), este destaca que o procedimento de licitação terá de se desdobrar na analogia de padrões éticos valorizáveis, o que impõe para a Administração e partes, um empenho correto e honesto dos licitantes.
Esse princípio "exige da administração comportamento não apena lícito, mas também consoante com a moral e os bons costumes, as regras da boa administração e os princípios da justiça" (DI PIETRO, 2018, p. 418). 
Segundo Barreto (2015, p. 213), o princípio da publicidade advém:
Notória relevância nesta matéria, haja vista que o seu cumprimento reflete a própria transparência e lisura exigida em todas as fases procedimentais da licitação. Impõe a ampla publicitação de todos os atos de certame, compreendendo os instrumentos de convocação, o acesso ás propostas ofertadas e o fornecimento de certidões ou cópias de quaisquer documentos constantes no processo respectivo,
Não há como emaranhar, portanto, a abertura da documentação e das propostas do seu julgamento, aquela sempre será em ato público e poderá ser realizado em lugar fechado e sem a presença dos interessados, afim de que os julgadores tenham a cautela para apreciarem os componentes no exame e que possam argumentar de maneira livre as questões (MEIRELLES, 2015).
Sobre a o princípio da probidade administrativa, a correção e a honestidade são obrigações inerentes ao exercício de alguma função estatal, além a de promover licitações, e se houver violação desta, acarretará a desonestidade e má-fé contra a parte contrária. (BARRETO, 2015)
"A correção e a honestidade são deveres ínsitos ao exercício de qualquer função pública incluída a de promover licitações" (BARRETO, 2016, p.84).	
A utilização do ato de improbidade está definida na lei 8429/92 em seus dispositivos de infração no seu artigo 1º e parágrafo único, in verbis:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (BRASIL, 1992).
O próximo princípio a ser citado é o procedimento formal sendo que este impõe a vinculação licitatório as prescrições de lei que a regem em todos os seus atos e fases e não decorre somente de forma legal, assim como de regulamento, caderno de obrigações, edital ou convite que complementam as normas supremas (MEIRELLES, 2015).
Esse advento está previsto no artigo 4ª da lei 8666/93 que assim dispõe:
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. 
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. (BRASIL, 1993).
Já o princípio da vinculação ao instrumento convocatório enseja nulidade no rito e está previsto no artigo 3º da lei 8666/93, e esse procedimento apresenta três requisitos impostergáveis, como o tutela dos interesses públicos e recursos governamentais, o respeito aos princípios da isonomia e impessoalidade e por último obediência aos reclames da probidade administrativa (MARINELA, 2015).
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (BRASIL, 1993).
Este preceito demonstra a regra da correlação entre os preceitos contidos no instrumento de convocação licitatório e as medidas verdadeiramente implementadas pela comissão no decorrer do transcurso das várias fases do certame do procedimento de licitação feito na Administração Pública. (BARRETO, 2016).
“Obriga a Administração a respeitar estritamente as regras que haja previamente estabelecido para disciplinar o certame, como, aliás, está consignado no artigo 41 da lei 8666/93” (MELLO, 2015, p. 552).
O artigo 41 desta lei arquiteta alguns requisitos de seu procedimento e julgamento, in verbis:
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. 
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no §1º do art. 113. 
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. 
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes. (BRASIL, 1993).
Barreto, (2015) critica que a regra de correlação entre os padrões contidos no instrumento convocatório da licitação e as medidas efetivamente implementadas pela comissão processante, durante o transcurso de várias fases do certame, assim, fixando a Administração Pública a forma, os critérios e o modo de participação dos interessados, não poderá alterar esses fatores no decorrer do procedimentomodificando as condições previamente fixadas no instrumento convocatório ou inovando as regras já estabelecidas. 
O princípio do julgamento objetivo é correspondente ao princípio da legalidade e está escrito de forma expressa no artigo 45 da lei 8666/93:
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: 
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
II - a de melhor técnica; 
III - a de técnica e preço. (BRASIL, 1993).
Nas palavras de Meirelles (2015), esse termo baseia-se no método apropriado no edital e nos termos apropriados das propostas. É o princípio de toda a licitação que seu julgamento se apoie em fatores concretos pedidos pela Administração, em confronto com o ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital ou convite. Visa a afastar o discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os julgadores a aterem-se ao critério predeterminado pela Administração, com o que demarca e se define a margem de enaltecimento subjetivo, sempre presente em qualquer entendimento.
Barreto, (2015, p. 214) assim considera esse princípio:
Considerando-se a aplicabilidade do princípio da impessoalidade nas licitações públicas, que afasta o subjetivismo desses certames, tem-se que o julgamento da proposta vencedora baseia-se em critérios de ordem objetiva, sempre apostos no instrumento convocatório. Assim, a determinação da melhor proposta para a Administração Pública deve estar fundamentada em fatores objetivos fixados em lei, que, aliás, servem também para se definir o tipo de licitação, de acordo com o critério de julgamento utilizado.
Com base na aplicação do princípio da impessoalidade no processo licitatório, que desvia o subjetivismo desses certames, tem-se que a sessão da proposta vencedora baseia-se que o julgamento da proposta vencedora de acordo com o objeto que está sendo julgado (BARRETO, 2016).
A Adjudicação compulsória, obsta que a Administração, finalizado o procedimento de licitação, conceda seu objeto a outrem que não o legítimo vencedor (MEIRELLES, 2015, p.313).
"Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade". (BRASIL, 1993).
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. (BRASIL, 1993).
Di Pietro (2018) destaca que a expressão adjudicação compulsória está errada, pelo fato de dar concepção de que, uma vez arrematado o julgamento, a Administração está obrigada a adjudicar, visto que não ocorre esse ato porque a nulidade motivada pode ocorrer em qualquer fase da licitação. 
Ainda cita a existência de mais 2 (dois) princípios: ampla defesa e licitação sustentável (DI PIETRO, 2018, p.421):
Ainda uma palavra a respeito de um princípio pouco mencionado em matéria de licitação: trata-se do princípio da ampla devesa, já reconhecido, em alguns casos concretos, pela jurisprudência. Cite-se acordão do STF na RTJ 105/162, em que, embora sem, julgamento do mérito porque o problema de defesa envolvia matéria de fato, inapreciável em mandando de segurança, ficou implícito o reconhecimento do direito de defesa na licitação, como procedimento administrativo que é. A matéria foi também examinada pelo Tribunal Federal de Recursos, em hipótese em que houve desclassificação de empresa licitante, por falta de idoneidade técnica, sem assegurar o direito de defesa.
O artigo 87 da lei 8666/93 prevê esse princípio para a aplicabilidade das penas administrativas, senão vejamos:
Art. 87. pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV -declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. (BRASIL, 1993).
Impende salientar que esses princípios existentes devem estar presentes no início, nas etapas, assim como em sua finalização, obtendo assim a sua integral licitude.
2.3 Obrigatoriedade de licitar
É exigível a licitação para os contratos de obras, serviços, compras e alienações, assim como a concessão e a permissão de serviços públicos no inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal, e também no artigo 175 do mesmo dispositivo que dispõe a seguinte redação, in verbis:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (BRASIL, 1988).
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. (BRASIL, 1988).
Os órgãos da Administração Pública direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios a obrigatoriedade de licitar, sendo que possuem alto grau de importância, além de serem as partes participantes durante o procedimento da licitação (DI PIETRO, 2018).
Meirelles (2015) aduz queas empresas estatais que possuem personalidade jurídica de Direito Público estão submetidas a regras de operação mais sistemáticas que as pessoas jurídicas de Direito Privado, com fundamento no princípio implícito da supremacia do interesse público.
O artigo 173, § 2º dispõe que " As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado" (BRASIL, 1988).
A obrigatoriedade de licitar possui duplo sentido, destacando não só apenas a compulsoriedade da licitação em geral, assim como da forma prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios da moralidade e eficiência da Administração a utilização desta, comumente mais onerosa, quando o objeto do rito licitatório não a comporta.
Pode-se ilustrar o conceito de obrigatoriedade, conforme o trecho de Alex Muniz Barreto, (2015, p. 216):
Por força do imperativo constitucional, a licitação surge como pressuposto inafastável dos contratos administrativos, sendo que, portanto, procedimento obrigatório a ser realizado pela Administração Indireta, quando pretender celebrá-los. Mesmo para as sociedades de economia mista e empresas públicas subsiste a obrigatoriedade de licitação.
As contratações celebradas pelo Poder Público devem obrigatoriamente ser precedidas de licitação, exceto nas hipóteses previstas legalmente (REMÉDIO, 2018, p. 402).
Nesse sentido, deve-se dizer que quando houver algum tipo de obra, serviço, compras e alienações, assim como a concessão e permissão de serviços públicos, deverá ser precedido de um rito licitatório.
2.4 Dispensa e inexigibilidade
A lei 8666/93 estabelece os casos de inexigibilidade no artigo 17, enquanto os artigos 24 e 25 preveem as hipóteses de inexigibilidade, os quais destacamos alguns:
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; 
[...] (BRASIL, 1993).
Como há a existência de casos em que a licitação é dispensada, a alienação de bens da Administração é subordinada à vivência de interesse coletivo devidamente deslindado, bem como deverá ser precedida de avaliação (REMÉDIO, 2018): 
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
[...] (BRASIL, 1993).
Di Pietro (2018) analisa de maneira mínima entre os institutos que, na dispensa há contingência de rivalidade que explique a licitação, sendo que a lei faculta a dispensa que fica inserta na competência discricionária na Administração Pública. Nas hipóteses de inexigibilidade, não há viabilidade de competição, pelo fato de existir apenas um instrumento um indivíduo que acolha as obrigações administrativas; a licitação, é indecifrável.
O artigo 29 da lei 13303, de 30 de junho de 2016 dispõe, in suma:
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e sociedades de economia mista:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma só vez;
III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condições preestabelecidas;
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes;
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
[...] (BRASIL, 2016).
A licitação dispensada pode ser apresentada como dispensa a própria norma, com referência à alienação de bens à Administração, enquanto que na licitação dispensável, a lei confirma de maneira expressa a superfluidade de sua produção, porém, a conduta somente averigua ao gestor público a expectativa de realizar ou não o certame, com fundamento na apreciação quanto à eventualidade de uma das hipóteses do artigo 24 da lei 8666/93 (BARRETO, 2016).
Art. 24. É dispensável a licitação: 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; 
[...] (BRASIL, 1993).
Complementa-se que a inexigibilidade licitatória deverá conter documentos e justificativas detalhadas em relação aos motivos que levaram da sua não obrigatoriedade.2.5 Modalidades
As modalidades licitatórias estão previstas no rol do artigo 22 da lei 8666/93 e o inciso I destaca o tipo concorrência, dispondo da seguinte redação, in verbis:
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. (BRASIL, 1993).
"Do conceito decorrem suas características básicas, que são a ampla publicidade e a universalidade" (DI PIETRO, 2018, p. 445).
Barreto (2015) trata dessa modalidade dentre nas contratações de grande valor e nas compras e alienações dos bens imóveis da Administração, sendo que é admitida a participação de quaisquer interessados, desde que satisfaçam as condições previamente estabelecidas no edital.
Quaisquer interessados podem participar, porém deverão cumprir os pressupostos do respectivo edital, sendo que essa modalidade possui ampla publicidade, com imposição de divulgação de sua realização nos órgãos da imprensa oficial, e também, em jornais privados de grande circulação (BARRETO, 2016).
A lei 9412, de 18 de junho de 2018 atualizou os valores das modalidades de licitação, sendo que consta no atual texto, in verbis:
na modalidade concorrência – acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais, e quando se sujeitar para as compras e serviços, excluindo toda a parte de engenharia, será calculado acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais). (BRASIL, 2018).
A tomada de preços possui previsão no artigo 22 § 2º, o qual dispõe da seguinte redação:
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. (BRASIL, 1993a).
Di Pietro (2018, p. 448) criou uma especulação sobre o conceito dessa modalidade em seus ensinamentos doutrinários:
A lei 8666/93 mudou o conceito de tomada de preços, uma vez que, pela legislação anterior, ela se limitava aos licitantes previamente cadastrados; estava ausente a universalidade, já que a licitação era aberta apenas aqueles inscritos no registro cadastral; a lei atual, de certa forma, desnaturou o instituto ao permitir a participação de interessados que apresentem a documentação exigida para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. O objetivo evidente foi o de abrir as portas para há dúvida de que o procedimento da tomada de preços veio tornar-se praticamente mais complexo, já que a comissão de licitação tem que examinar a documentação dos licitantes que participarem dessa forma. A grande vantagem da tomada de preços estaria na fase de habilitação, em que a comissão se limitava a examinar os certificados de registro cadastral; pela nova lei, essa fase praticamente se iguala á da concorrência, quando houver licitantes utilizando-se dessa nova forma de participação.
É o tipo de modalidade feita entre os empenhados previamente cadastrados na Administração Pública, sendo que a habilitação dos participantes é antecipada, o que diferencia o seu procedimento daquele que se adota na forma da concorrência. O teste dos documentos para os licitantes habilitados é comutado pela apresentação do Certificado de Registro Cadastral – CRC, declaração fornecida pela entidade que promove a licitação ou por outro ente público, que confere o atestado da qualificação técnica do participante para o instrumento que está sendo licitado (BARRETO, 2016).
“Na tomada de preços, a habilitação dos participantes é prévia, o que diferencia o seu procedimento daquele que é adotado pela concorrência” (BARRETO, 2016, p. 94).
Como foi citado na modalidade da concorrência, também houve alteração em seus valores, assim como nas demais categorias:
I – para obras de engenharias: b) na modalidade tomada de preços: até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais), II – para compras e serviços não incluídos no inciso II: b) na modalidade tomada de preços – até R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais). (BRASIL, 2018).
A terceira modalidade a ser citada é o convite e está estabelecida no artigo 22, § 3o da lei 8666/93:
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. (BRASIL, 1993).
O artigo 21, §2º, IV faz adução sobre o prazo da referida lei, in verbis:
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:
IV- cinco dias úteis para convite.
[...] (BRASIL, 1993).
Outra hipótese sobre o convite é que Di Pietro (2018) cita em relação a inovação da lei 8666/93: permitiu na participação da licitação outros interessados, desde que cadastrados e que manifestem seu interesse com a antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas. A medida contribui para aumentar o rol de licitantes, mas torna mais complexo um rito que se caracteriza e se justifica de forma exata por sua maior simplicidade, decorrente de fato de que essa modalidade de licitação é cabível para os contratos de pequeno valo e para permitir essa participação, o artigo 22, §3º exige que a unidade administrativa afixe, em lugar apropriado, cópia do instrumento convocatório.
O instrumento convocatório dessa modalidade não se perfaz mediante edital, mas sim por intermédio de carta (convite), dirigida a, pelo menos, três empresas no ramo do objeto licitado. Além dos convidados, outros interessados poderão participar do certame, desde que manifestem esse interesse com antecedência de até 24 horas da data da apresentação das propostas. (BARRETO, 2015).
“Há de se notar que, a cada novo convite que possua objeto idêntico ao anterior, deve ser enviada a carta a um novo interessado que não participou do certame precedente” (BARRETO, 2016, p.95)
Nota-se que houve a alteração dos valores correspondentes a lei 9412/2018 que prevê a seguinte disposição: I – Para obras e serviços de engenharia: a) na modalidade convite – até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais); II- para compras e serviços não incluídos no inciso I: a) na modalidade convite – até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais) (BRASIL, 2018).
Há também a modalidade chamada concurso, sendo que esta possui previsão no artigo 22, §4º, in verbis:
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. (BRASIL, 1993).
O concurso possui previsão no artigo 21, §2º, e o rito dessa modalidade deve estar previsto em regulamento autônomo, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital e deverá apontar a qualificação demandada dos participantes, as diretrizes e a feição da apresentação do trabalho, as condições de realização do concurso e os prêmios concedidos. (MARINELA, 2015).
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez.
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:
I - quarenta e cinco dias para concurso;(BRASIL, 1993).
Para Barreto (2015), o concurso possui o objetivo de eleger trabalho técnico, científico ou artístico, por intermédio de entidade de prêmios ou remuneração aos vencedores, de acordo com os critérios fixados no instrumento convocatório e em disposições de cada concurso. É obrigatório indicar: a qualificação exigida dos participantes as diretrizes e a forma de oferecimento dos trabalhos; as condições de realização do concurso; os prêmios a serem concedidos aos vencedores. Podem participar do concurso quaisquer interessados que adequam aos requisitos do edital.
O pregão é o tipo de modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública (DI PIETRO, 2018).
Barreto (2016) retrata que é uma especificidade licitatória instituída pelo legislador pátrio e é regida pela lei 10.520/2002 que dá a faculdade de adotar quando a Administração Pública pretender adquirir os chamados bens e serviços comuns, que são aqueles cujos padrões de desempenho e extrema qualidade que possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de caracterizações usuais no mercado.
Art. 1º para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. (BRASIL, 2002b).
O procedimento do pregão tem como início a fase preparatória, sendo que a autoridade competente deve comprovar a necessidade de negociação, assim como (BARRETO, 2015, p.232):
definir o objeto do certame, sendo vedadas as especificações excessivas ou desnecessárias que limitem a competitividade; b) indicar as exigências quanto á habilitação dos interessados; c) fixar os critérios de aceitação das propostas; d) estabelecer as sanções por inadimplemento das condições estabelecidas; e) estipular as cláusulas contratuais, inclusive os prazos para fornecimento do bem ou serviço; f) designar o pregoeiro, escolhendo – o dentre os servidores do ente realizador do certame, e a respectiva equipe de apoio, a ser integrada, em sua maioria, por servidores ocupantes do cargo efetivo ou emprego público, preferencialmente, do quadro permanente da Administração. São atribuições do pregoeiro, dentre outras, as de receber e analisar as propostas, habilitar os participantes e adjudicar o objeto licitado ao vencedor.
O leilão é a espécie de licitação utilizada para a venda de bens móveis e está prevista no artigo 22, § 5o, in verbis:
§ 5o leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (BRASIL, 1993).
Para Marinela (2015), essa modalidade se instituiu com o objetivo de aperfeiçoar o regime licitatório, viabilizando o aumento da competitividade e a ampliação das oportunidades de participação nas licitações, também desburocratizar os ritos para a habilitação e o implemento da sequência de etapas do procedimento, coadjuvando para a diminuição de despesas e concedendo maior flexibilidade nas compras.
Cumpre observar que as empresas estrangeiras também podem participar no processo de licitação que ocorre frequentemente no território nacional, salvo exceções.
2.6 Fases
2.6.1 Edital
É o instrumento de convocação pelo qual a Administração leva a conhecimento público o início da licitação nas espécies concorrência, tomada de preços, concurso, leilão e pregão, imobilizada os requisitos para sua efetuação e convoca os interessados para cooperar por meio da apresentação de propostas (REMÉDIO, 2012).
Mello (2015) aduz que é o ato por cujo meio a Administração Pública faz de forma pública seu plano de licitar um objeto determinado, estabelece os requisitos dos participantes e das asserções, regula os termos conforme os quais os qualificará e fixa as cláusulas do eventual contrato a ser estipulado.
O artigo 40 da lei 8666/93 contempla a funções desempenhadas pelo edital:
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;
III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto; 
[...] (BRASIL, 1993).
Di Pietro (2018) analisa o edital como o ato da Administração Pública que divulga o exórdio da concorrência e fixa os requisitos para a participação, estipula o objeto e as condições básicas do contrato e apresenta a todos os interessados para que mostrem as suas propostas.
A publicação do edital é exigível pela imprensa oficial e particular o que a lei exige é a notícia da abertura da licitação, isto é, do aviso de maneira resumida do edital, e não de seu texto completo, pois este os interessados obterão no local indicado na comunicação. Nada impede, entretanto, que a Administração, em oposição a necessidade da licitação, promova a publicação na íntegra e em maior número de vezes que o legalmente exigido. (MEIRELLES, 2015).
Por sua vez, haverá nulidade se houver descumprimento e ausência de rigor nas apresentações das propostas, sendo que o edital é o ato pelo qual a Administração divulga determinada oferta de contrato a todos os interessados e fixa os pressupostos para a sua participação.
2.6.2 Habilitação
Afirma que a segunda fase do procedimento da licitação é a da habilitação, em que há a abertura dos envelopes documentação e sua apreciação, conforme previsto no artigo 43, I. (DI PIETRO, 2018, p.455).
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: 
I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; (BRASIL, 1993).
Barreto, (2015) afirma que a fase tem início com a vistoria documental comprobatória da regularização dos licitantes, analisando aferir se estes detêm os requisitos mínimos para a fim de constituir a celebração e executar o futuro contrato com a Administração Pública. A documentação pedida dos participantes com o objetivo de constituir a habilitação deverá ser relativa a habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista além de observância do preceito do inciso XXXIII do artigo 7º da Constituição Federal.
Para Daiane Garcias Barreto (2016, p. 101), a processo de habilitação advém da seguinte hipótese:
A homologação é o ato de controle interno, mediante o qual a autoridade hierarquicamente superior ratifica os atos e decisões da Comissão processante. Ao fazê-lo, a autoridade passa a responder por todosos atos praticados, admite-se que a autoridade determine o retorno dos autos á Comissão respectiva para que esclareça determinada situação ou retifique algum elemento irregular.
Figueiredo (2008) apud Remédio (2018) compreende que é o ato vinculado por meio do qual a Administração reconhece a capacidade do interessado para licitar.
Se houver a ausência da comprovação reivindicada no edital, estaria insultando os princípios da legalidade, igualdade, além da vinculação do instrumento convocatório.
2.6.3 Apresentação das propostas
Para Carvalho Filho (2011) Como esse requisito vale apenas como dado objetivo de comprovação da qualidade econômico financeira dos licitantes, as referências ao capital mínimo e ao patrimônio líquido mínimo devem corresponder aos apresentação valores existentes na data da apresentação das propostas, e não em momento anterior, sendo legal, então, até mesmo atualizar os preços para ficarem adequados com a data da das propostas.
As propostas consideradas inexequíveis ou ilegais estão previstas no artigo 173, § 4º da Constituição Federal, in verbis:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. (BRASIL, 1988).
As propostas devem ser ajustadas conforme o edital, assim como pela lei, como intuitivamente se percebe, é a que se contém no interior das possibilidades de oferta neles permitidas, as propostas sérias é aquela feita não só com objetivo, mas também em detrimento de ser mantida e finalizada (MELLO, 2015).
Segundo o Tribunal de Contas da União (2010, p.472), as propostas devem ser ostentadas no sentido de:
Clareza, sem emendas, rasuras, acréscimos ou entrelinhas; folhas numeradas e rubricadas; razão social da empresa licitante, número do CNPJ (MF), endereço com CEP e, se houver, número de telefone (s), de fax, endereço eletrônico (e-mail); menção à modalidade e ao número da licitação; descrição detalhada e correta das características do bem, da obra ou dos serviços, conforme especificações constantes do ato convocatório, indicação, quando for o caso, da marca e do modelo do bem, a fim de caracterizar o produto oferecido, preço em real (R$), por item global, lote ou grupo; valores expressos em algarismos e, no que couber, por extenso, prazos de validade das propostas, entrega ou fornecimento do bem, execução da obra, prestação dos serviços, montagem, instalação, quando for o caso; menção expressa do prazo de garantia oferecido, data e assinatura de quem tenha poderes para esse fim, outras informações julgadas, necessárias e convenientes do objeto da licitação. 
Conclui-se que a apresentação das propostas é resultante do princípio da legalidade entre as partes licitantes de modo que ficaria em vantagem o proponente que viesse conhecer antes da apresentação de seu projeto.
2.6.4 Julgamento
“O julgamento é o ato pelo qual são confrontadas e ordenadas as propostas classificadas, segundo critérios previstos no edital ou no ato convocatório da licitação” (REMÉDIO, 2018, 438).
No julgamento das propostas, o artigo 44 caput e seu § 2º da lei 8666/93 prevê os elementos negativos desse instituto:
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei. 
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes. (BRASIL, 1993).
Quando houver empate entre duas ou mais propostas, dará preferência aos bens e serviços produzidos dentro do território brasileiro, sendo que o Brasil conseguirá levar vantagem em relação aos produtos, bens ou serviços fabricados em uma nação estrangeira. (BARRETO, 2015).
A ideia do julgamento sempre foi de almejar no Direito Público o nível de congruência existente na área privada, sendo que é de extrema importância estabelecer regras a serem seguidas pela Administração a fim de tutelar os interesses da sociedade e conservar a notabilidade do julgador da licitação.
2.6.5 Homologação e Adjudicação
Equivale a aprovação do procedimento; ela é precedida do exame dos atos que o integraram pela autoridade competente, a qual, se verificar algum vício de ilegalidade, anulará o procedimento ou determinará seu saneamento, se cabível. (DI PIETRO, 2018, p.463).
Mello (2015) entende que a homologação é o feito pelo qual a autoridade competente, estranha a comissão, após investigar todas as práticas pertencentes ao andamento do certame licitatório, proclama-lhe o acerto forense se estiver conforme às exigências jurídicas.
Meirelles (2010) apud Remédio (2018, p. ) conceitua que a “homologação é o ato de controle pelo qual a autoridade competente a quem incumbir a deliberação final sobre o julgamento confirma a classificação das propostas e adjudica o objeto da licitação ao proponente vencedor”.
A adjudicação é o ato pelo qual a Administração, pela mesma autoridade competente com a intenção de homologar, sendo que atribui ao objeto da licitação, sendo que este é o ato final do procedimento, ou seja, é o feito assertivo que é inconfundível com a celebração de contrato, pois, a Administração Pública anuncia que o instrumento licitatório é entregue ao vencedor (DI PIETRO, 2018).
Segundo Mazza (2016, p. 642), a adjudicação é tratada da seguinte forma:
Trata-se de ato administrativo declaratório porque reconhece a condição do adjudicatório, de vencedor da competição. Além disso, a adjudicação é o ato vinculado à medida que a comissão é obrigada, após a homologação, a encerrar o procedimento com a prática desse ato que declara como adjudicatário o vencedor do certame.
Medauar (2010), apud Remédio (2018, p. ) entende que “a adjudicação é o ato por meio do qual o objeto do futuro contrato é atribuído ao vencedor da licitação”.
A homologação simboliza a aceitação da proposta e vincula a Administração com a parte licitante, aspirando o aprimoramento do contrato e através da adjudicação que a Administração conduz a finalidade fundamental do processo, sendo que designa o contratante escolhido pelos múltiplos procedimentos do processo de licitação.
2.7 Sanções
Mello (2015) cita que as penas podem variar dependendo do crime praticado, entre 6 (seis) meses de detenção a seis anos incluindo multa superior a 2% e inferior a 5% da taxa do contrato licitatório ou até mesmo comemorado com dispensa ou inexigibilidade da licitação.
“A ação penal será sempre pública incondicionada, sendo o agente servidor público, estará sujeito a perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo” (BARRETO, 2016, p.104).
As sanções estão previstas entre os artigos 89 á 98 da lei 8666/93 que preveem inúmeras penalidades, como por exemplo, o artigo 89:
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público. (BRASIL, 1993).
O Regime Diferenciado de Contratação (RDC) é um contrato cuja aplicação é de maneira exclusiva às licitações e contratos administrativos necessários a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, Copa do Mundo, por exemplo e é prevista na lei 12.462/2011 onde faz determinação sobre as sanções administrativas e criminais em seu artigo 47, § 2o que prevê o seguinte conteúdo, in verbis: 
Art. 47. Ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, pelo prazo de até 5 (cinco)anos, sem prejuízo das multas previstas no instrumento convocatório e no contrato, bem como das demais cominações legais, o licitante que:
§ 2o As sanções administrativas, criminais e demais regras previstas no Capítulo IV da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, aplicam-se às licitações e aos contratos regidos por esta Lei. (BRASIL, 1993).
Referida lei diz respeito somente ao prenúncio da pena de impedimentos de licitar e contratar com todos os entes existentes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), pelo prazo de 05 (cinco anos), sem prejudicar as multas previstas no instrumento convocatório e no contrato, bem como das demais cominações legais (DI PIETRO, 2018).
Ainda, o artigo 83 da Lei 8666/93 traz a disposição sobre as sanções licitatória, in verbis: “Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.” (BRASIL, 1993).
A Administração Pública possui o dever de penalizar o particular contraventor diante do risco de ser responsabilizado. No tocante à aplicação as penalidades, não se pode recorrer a discricionariedade para deslocar a possiblidade de o Poder Judiciário rever o feito sancionador.
3. CONCEITO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
3.1 Peculiaridades
Di Pietro (2018, p. 289) aponta as peculiaridades dos contratos administrativos como:
A expressão contrato da administração é utilizada em sentido amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela Administração Pública, seja, sob regime de direito público seja sob regime de direito privado. E a expressão contratos administrativos é reservada para designar tão somente os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público.
Mello (2013) destaca que a disciplina se marca, sobretudo, apenas não só pela possibilidade de a Administração Pública instabilizar a conexão, seja mudando de forma unilateral o que fora pactuado em relação as obrigações do contratante, extinguindo unilateralmente o vínculo, sendo que estas formas de mutabilidade constituem um direito da Administração, com ressalva a identidade do objeto da avença e a íntegra garantia dos interesses legais da outra parte.
Pode constar que o contrato administrativo como sendo o acordo de vontades conduzido essencialmente pelo formalismo do Direito Público e famigerado pela Administração Pública com um particular ou outro ente estatal, objetivando o acolhimento dos interesses coletivos. (BARRETO, 2015).
Possui característica principal materializada na participação da Administração Pública com supremacia do poder, repercutem para o contrato administrativo exatas peculiaridades que os contratos comuns, com sujeição as normas de Direito Privado, não apresentam. Tais particularidades instalam, genericamente, as chamadas cláusulas exorbitantes, explícitas ou implícitas em todo e qualquer contrato administrativo. (MEIRELLES, 2015).
Barreto (2016) conceitua que o contrato administrativo como sendo o pacto de vontades regidos pelos preceitos de Direito Público e glorificado pela Administração com um particular ou outro ente estatal, visando o auxílio da relevância da coletividade.
Figueiredo (2008) apud Remédio (2018) cita que temos os contratos mais rigidamente alocados dentro do Direito Público, chamados contratos administrativos e de outro, os denominados contratos da administração pública, regidos em grande parte pelo Direito Privado, porém sob forte influência do Direito Público.
Nota-se que a Administração Pública surge com uma sequência de regalias que asseveram sua supremacia sobre o particular, ou seja, a principal regra do Direito Administrativo é que o interesse coletivo sempre será superior em comparação aos objetivos particulares.
3.2 Contratos Administrativos na Doutrina Brasileira
Mello (2013, p. 630) esclarece que os contratos administrativos:
Contratos em que os poderes reconhecíveis ao Poder Público advêm diretamente das disposições legais e por isso não lhe poderão ser negados mesmo que as cláusulas contratuais não os estabeleçam;
“contratos” em que os poderes de instabilização da relação jurídica existiriam independentemente de qualquer previsão contratual ou normativa explícita. É o que se passa com as concessões de serviços públicos ou de utilização do domínio público. Parece-nos, todavia que, nestas hipóteses há instabilidade justamente porque o objeto da relação jurídica serve para identificá-la, mas não é suscetível de um contrato propriamente dito e por isso não pode estratificar-se por obra da conjugação da vontade da Administração e não do particular
Esclarece que na doutrina brasileira, esses contratos embora típicos do Direito Privado, a instituição do contrato é utilizada pela Administração Pública na sua forma originária (contratos realizados pela Administração Pública) ou com as correções necessárias aos negócios públicos (contratos administrativos propriamente ditos), daí porque a teoria geral do contrato é a mesma tanto. (MEIRELLES, 2015).
Di Pietro (2018) cita que há a existência de inúmeras divergências doutrinárias, como a negação da subsistência do contrato administrativo, em relação ao sentido oposto, acha que todos os contratos celebrados pela Administração são considerados contratos administrativos e a aceitação do surgimento desses contratos, como espécie do gênero contrato, com regime jurídico de direito público, derrogatório e exorbitante do direito comum.
Os contratos administrativos estão previstos a partir do artigo 54 da lei 8666/93, o qual dispõe a seguinte redação, in verbis:
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta. (BRASIL, 1993).
Destaca-se que nem todo contrato a ser celebrado pela Administração Pública, constituirá a um contrato administrativo, sendo que apenas os consertos que aquela atua com predominância em face da outra parte, fazendo valer seu posicionamento superior defronte dos interesses privados, recebem essa denotação (BARRETO, 2016).
Os Contratos Administrativos possuem ajustes celebrados pela Administração Pública por intermédio de regras antecipadamente estipuladas por esta, sob a regência do Direito Público, pretendendo o interesse público. 
3.3 Diferença entre o contrato público e o privado
Quando a Administração celebra contratos, acontece, com grande frequência, que ela obedece a um contrato-padrão (e isso ocorre até com determinados contratos de direito privado, como a locação de imóvel destinado a instalação de repartição pública). Em outras hipóteses, como na concessão de serviços, as condições de contratação, na parte referente a execução do contrato, constam de regulamento, denominado, pelos franceses, de “caderno de encargos”, escrito de forma unilateral pela Administração e que, em geral, se limita a repetir preceitos de lei. Isto leva alguns autores a verem nos contratos administrativos simples atos unilaterais da Administração ou verdadeiras normas jurídicas. (DI PIETRO, 2018).
Di Pietro (2018, p.293) analisa as respectivas diferenças nesses contratos:
1. os contratos de direito privado, como a compra e venda, a doação, o comodato, regidos pelo Código Civil, parcialmente derrogados por normas publicistas;
2. Os contratos administrativos, dentre as quais incluem-se: 
a) os tipicamente

Continue navegando