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PSICOPATOLOGIA

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Capítulo 3: O conceito de normalidade em psicopatologia
1). Que áreas da saúde mental estão relacionadas com e implicadas no conceito de normalidade em psicopatologia?
R: O conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria definição do que é saúde e doença mental. Esses temas apresentam desdobramentos em várias áreas da saúde mental. Psiquiatria legal e forense; Epidemiologia psiquiátrica; Planejamento em saúde mental e políticas de saúde; Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria; Orientação e capacitação profissional e Prática clínica.
2). Quais são os principais critérios de normalidade interligados em psicopatologia e quais suas “forças” e “debilidades”?
R: Normalidade de como ausência de doença: o primeiro critério o que geralmente se utiliza é o de saúde como “ausência de sintomas, de sinais ou de doenças”. Tal critério é bastante falho e precário, pois, além de redundante, baseia -se em uma “definição negativa ”, ou seja, defini -se a normalidade não por aquilo que ela suposta mente é, mas, sim, por aquilo que ela não é, pelo que lhe falta. 
Normalidade ideal: a normalidade e tomada como uma certa “ utopia ”. Estabelece -se arbitrariamente uma norma ideal, o que é supostamente “sadio”, mais “e evoluído”. Tal norma é, de fato, socialmente constituída e referendada. 
Normalidade estatística: normalidade estatística identifica norma e frequência. É um critério muitas vezes falho em saúde geral e mental, pois nem tudo o que é frequente é necessariamente “saudável ”, e nem tudo que é raro ou infrequente é patológico. 
Normalidade como bem-estar: Organização Mundial de Saúde (WHO, 1946) definiu a saúde: completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente como ausência de doença. O bem-estar físico é difícil de definir objetivamente, e o completo bem-estar físico e social é tão utópico que poucas pessoas se encaixariam na categoria “saudáveis”.
Normalidade funcional: É considerado patológico a partir do momento em que é disfuncional, produz sofrimento para o próprio indivíduo ou para o seu grupo social.
Normalidade como processo: Considera os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários. Útil em psiquiatria infantil, de adolescentes e geriátricas.
Normalidade subjetiva: Maior ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo em relação a seu estado de saúde, as suas vivências subjetivas. O ponto falho é que muitas pessoas que se sentem bem “muito saudáveis e felizes” apresentam, de fato, um transtorno mental grave.
Normalidade como liberdade: Autores de orientação fenomenológica e existencial propõem conceituar a doença mental como perda da liberdade existencial. Assim saúde mental se vincularia às possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino. A doença mental é constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades existenciais.
Normalidade operacional: Possui finalidades pragmáticas explícitas. Define-se a priori, o que é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com esses conceitos, aceitando as consequências de tal definição prévia.
Capítulo 4: Os principais campos e tipos de psicopatologia
3). Cite e defina oito correntes da psicopatologia.
R: •Psicopatologia descritiva: interessa-se com a formadas alterações psíquicas, com a estrutura dos sintomas, com amaneira como se apresenta essas alterações. Também conhecida como fenomenológica.
•Psicopatologia dinâmica: interessa-se pelo conteúdo das vivências, os movimentos internos dos afetos, desejos, da experiência particular da pessoa
• Psicopatologia medico naturalista: pensa a noção do homem centrada no corpo, no ser biológico. Adoecimento é visto como um mau funcionamento do cérebro, do aparelho biológico.
•Psicopatologia existencial: o doente é visto como existência singular, com ser singular, como ser lançado em um mundo que é histórico e humano
•Psicopatologia comportamental: é vista como conjunto de comportamentos observáveis, verificáveis, regidos por leis e determinantes do aprendizado. A cognitiva centra a atenção nas representações cognitivas conscientes.
•Psicopatologia psicanalítica: o homem é visto como determinado por formas e conflitos inconscientes.
•Psicopatologia categorial: pensa o diagnóstico como espécies únicas, com fronteiras nítidas.
•Psicopatologia dimensional: pensa o diagnóstico ligado a noção de espectro, de continuum.
•Psicopatologia biológica: enfatiza aspectos cerebrais, neuroquímicos, neurofisiológicos de doenças e sintomas. (Doenças mentais são doenças cerebrais)
•Psicopatologia cultural: vê a doença e sintomas como comportamentos desviantes, que surgem a partir de fatores socioculturais, simbólicos e históricos.
4). Discuta as principais diferenças entre a psicopatologia médica e a existencial, assim como entre a psicopatologia categorial e a dimensional.
R: A perspectiva médico-naturalista trabalha com uma noção de homem centrada no corpo, no ser biológico como espécie natural e universal. Assim, o adoecimento mental é visto como um mau funcionamento do cérebro, uma desregulação, uma disfunção de alguma parte do “aparelho biológico”. Já na existencial, o doente é visto principalmente como “existência singular”, como ser lançado a um mundo que é apenas natural e biológico na sua dimensão elementar, mas que é fundamentalmente histórico e humano.
O ser é construído pela experiência particular de cada sujeito, na sua relação com outros sujeitos, na abertura para a construção de cada destino pessoal. A doença mental não é vista tanto como disfunção biológica ou psicológica, mas, sobretudo, como um modo particular de existência, uma forma trágica de ser no mundo, de construir um destino, um modo particularmente doloroso de ser com os outros.
As entidades nosológicas ou transtornos mentais específicos podem ser compreendidos como entidades completamente individualizáveis, com contornos e fronteiras bem demarcados. As categorias diagnósticas seriam “espécies únicas”, tal qual espécies biológicas, cuja identificação precisa seria uma das tarefas da psicopatologia.
Em contraposição a essa visão “categorial”, a visão “dimensional” em psicopatologia seria hipoteticamente mais adequada à realidade clínica. Haveria, então, dimensões como, por exemplo, o espectro esquizofrênico, que incluiria desde formas muito graves, tipo “demência precoce” (com grave deterioração da personalidade, embotamento afetivo, muitos sintomas residuais), formas menos deteriorantes de esquizofrenia, formas com sintomas afetivos, chegando até o polo de transtornos afetivos, incluindo formas com sintomas psicóticos até formas puras de depressão e mania.

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