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Apostila 1

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MATERIAL DO CURSO 
 
TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS 
APOSTILA 
 
O INTÉRPRETE E TRADUTOR DE LÍNGUA DE SINAIS 
 
O INTÉRPRETE E TRADUTOR DE LÍNGUA DE 
SINAIS 
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS 
• Em vários países há tradutores e intérpretes de língua de sinais. A 
história da constituição deste profissional se deu a partir de 
atividades voluntárias e na medida em que os surdos foram 
conquistando o seu exercício de cidadania. 
• A participação de surdos nas discussões sociais representou e 
representa a chave para a profissionalização dos tradutores e 
intérpretes de língua de sinais e língua portuguesa. 
NO BRASIL 
 
• Presença de intérpretes de língua de sinais em trabalhos religiosos 
iniciados por volta dos anos 80. 
• Em 1988,o I Encontro Nacional de Intérpretes de Língua de Sinais 
organizado pela FENEIS o intercâmbio entre alguns intérpretes do 
Brasil e a avaliação sobre a ética do profissional intérprete. 
• Em 1992, o II Encontro Nacional de Intérpretes de Língua de Sinais, 
também organizado pela FENEIS que promoveu o intercâmbio 
entre as diferentes experiências dos intérpretes no país, discussões 
e votação do regimento interno do Departamento Nacional de 
Intérpretes fundado mediante a aprovação do mesmo. 
• A partir dos anos 90, foram estabelecidas unidades de intérpretes 
ligadas aos escritórios regionais da FENEIS. 
• No dia 24 de abril de 2002, foi homologada a lei federal que 
reconhece a língua brasileira de sinais como língua oficial das 
comunidades surdas. 
• LEI N° 10A36, DE 24 DE ABRIL DE 2002 Dispõe sobre a Língua 
Brasileira de Sinais- Libras e dá outras providências. 
• Art. 1° É reconhecida como meio legal de comunicação e 
expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos 
de expressão a ela associados. 
• Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais –
Libras, a forma de comunicação e expressão, em que o sistema 
linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical 
própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias 
e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
 
 
• Art. 2º Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e 
empresas concessionárias de serviços públicos, formas 
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de 
Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização 
das comunidades surdas do Brasil 
• Art. 3° As instituições públicas e empresas concessionárias de 
serviços públicos de assistência à saúde devem garantir 
atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência 
auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. 
• Art. 4º O sistema educacional federal, estadual municipal e do 
Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação 
de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus 
níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - 
Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. 
• Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá 
substituir a modalidade escrita da língua portuguesa. 
A FORMAÇÃO DO INTÉRPRETE NO MUNDO 
• Há vários níveis de formação de intérpretes para surdos no mundo. 
Desde o nível secundário ao nível de mestrado, pessoas 
especializando-se para se tornarem profissionais mais qualificados. 
• Essa variação em níveis de qualificação reflete um desenvolvimento 
sociocultural da comunidade surda. 
Hansen (1991) apresenta aspectos ao desenvolvimento de intérpretes, 
como: 
 
• A aceitação da língua de sinais na sociedade e na educação dos 
surdos; 
• O direito das pessoas surdas a oportunidades sociais, educacionais 
e vocacionais como a maioria da sociedade; 
• A legalização do direito das pessoas surdas de terem disponíveis 
serviços de interpretação gratuitamente; 
• O reconhecimento do intérprete de língua de sinais como um 
profissional qualificado com possibilidades de emprego e carreira; 
• A correspondência entre o número de intérpretes requeridos e a 
demanda; 
• Estabelecimento de cursos de formação de intérpretes com 
treinamento e educação formal. 
FORMAÇÃO DE INTÉRPRETES NA FINLÂNDIA 
• Formação básica: prestar serviços de interpretação para surdos, 
surdo-cegos e pessoas ensurdecidas; 
• Cursos de curta duração para formação de intérpretes eram 
realizados pela Associação de Surdos, num total de 170 horas. 
• Os conteúdos desenvolvidos eram a informação teórica sobre 
surdez, reabilitação e serviços sociais para o surdo; os princípios 
éticos da interpretação e sobre a língua de sinais e como essa é 
usada na interpretação. Durante o curso, a interpretação é praticada 
e avaliada em pequenos grupos com a presença de intérpretes e 
instrutores surdos. 
• Cursos de longa duração são realizados por uma escola (Christian 
Community College in Turku) desde 1988. Exige como pré-requisito 
a realização de outros cursos. A parte teórica é muito mais longa 
que nos cursos de curta duração. 
• Conteúdos desenvolvidos inicialmente são várias aulas de língua de 
sinais. O treinamento inclui teoria e prática. 
• A parte teórica inclui informações sobre surdez, língua de sinais, 
interpretação, aspectos sócio-políticos e aspectos psicológicos. 
• A parte prática inclui encontros com pessoas surdas e a prática de 
interpretação. Os estudantes também aprendem como ensinar a 
língua de sinais e métodos especiais de comunicação com pessoas 
surdo-cegas e ensurdecidas. 
FORMAÇÃO DE INTÉRPRETES NA 
DINAMARCA 
• Necessidade de intérpretes em 1973, 10.000h de interpretação 
foram realizadas; em 1980, 20.000h; em 1982, 43.000h e em 1985, 
55.000h. Esses serviços beneficiaram aproximadamente 2.500 
pessoas surdas com um custo em torno de $ 1.500.000,00 por ano. 
• Cursos de formação de intérpretes são oferecidos pelo Centro de 
Comunicação Total em cooperação com o Colégio do Comércio; 
inclui dois anos de tempo integral; admite 20 alunos por ano. Os 
alunos entram no curso sem conhecimento da língua de sinais. 
• Primeiro ano são 1200h aulas expositivas e 800h de língua de 
sinais. 
• Língua de Sinais tinha, comunicação, exercícios gramaticais, 
exercícios tatos-manuais e soletração. 
• No geral tinha, linguística geral, bilinguismo, correntes 
educacionais, organizações para surdos (nacionais e 
internacionais), história da comunidade surda e sua cultura, 
línguas de sinais estrangeiras e internacional, gramática da 
língua de sinais, notação de sinais, desenvolvimento histórico 
da língua de sinais e dos sinais, causas e consequências da 
surdez. 
• Segundo ano, ensino sobre a língua de sinais, interpretação, ética, 
métodos de interpretação, processos envolvidos na interpretação, 
além de aulas em laboratórios equipados com mesas, vídeo, fones 
e câmaras individuais para treinamento intensivo. 
• Atividades extras, são várias atividades com surdos fora da relação 
professor surdo e aluno (clube, esportes, etc.) são incentivadas. 
FORMAÇÃO DE INTÉRPRETES NOS EUA 
• O Departamento de Linguística e Interpretação da 
Universidade de Gallaudet instituiu um programa de 
mestrado para intérpretes com ênfase na interpretação da 
língua de sinais com a proposta de oferecer qualidade na 
formação do intérprete através de um programa 
interdisciplinar e multidisciplinar baseado nas habilidades de 
comunicação. 
• O programa de mestrado requer dois anos em tempo integral 
mais um verão. Requer que sejam completados de 52 a 58 
créditos. 
 
• Os Conteúdo são estudos com base em pesquisas sobre 
interpretação; ensino de princípios básicos de linguagem e 
comunicação; habilidades de tradução e técnicas para ensino de 
tradução e interpretação. O ensino inicia com atividades de 
tradução consecutiva e passa para tradução simultânea, 
observando vários graus de exigência até atingir o nível a que o 
curso se propõe. 
 
FORMAÇÃO DE INTÉRPRETES NO BRASIL 
• Não existemfórmulas de como formar intérpretes, portanto, um 
processo constante de reflexão e avaliação tornará realidade a 
formação desse profissional no Brasil. 
• Algumas das questões que devem ser consideradas ao se propor 
cursos de formação no Brasil são: 
 
• Qual o nível de aceitação da língua de sinais na comunidade em 
Geral? 
• Quais as oportunidades sociais que a comunidade surda encontra em 
seu meio? 
• Qual a atitude da comunidade em geral diante do intérprete? 
• Os surdos sabem usar todas as possibilidades de atuação de um 
intérprete? 
• Qual o nível de integração existente entre os surdos e os intérpretes? 
• Quem são os intérpretes de língua de sinais? 
• Quais as condições que são oferecidas a esses intérpretes para 
atuarem? 
• Qual o nível de formação destes intérpretes? 
• Quais são os objetivos em um curso de formação de intérpretes? 
• Em que nível deve ser a formação dos intérpretes no Brasil? 
• Quem formará estes intérpretes? 
O FUTURO PROFISSIONAL TRADUTOR E 
INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS 
• O intérprete de língua de sinais no Brasil é um profissional com uma 
carreira promissora. Considerando as conquistas em nível legal, o contexto 
sócio histórico e o momento político atual, pode-se projetar um futuro 
brilhante para os futuros profissionais desta área. Há vários cursos de 
capacitação sendo ministrados em diferentes pontos do Brasil. 
• Tais cursos funcionam como cursos de validação, pois são voltados para 
àqueles profissionais intérpretes de língua de sinais que atuam 
sistematicamente sem nenhum tipo de formação formal. 
• Estão sendo propostos cursos sequenciais, cursos de formação em nível 
superior com duração de dois a dois anos e meio. Esses cursos preveem a 
formação de intérpretes oferecendo disciplinas que contemplam as 
competências e habilidades em relação às línguas envolvidas, as 
competências e habilidades técnicas e o domínio de conhecimentos 
específicos em relação à tradução e interpretação. 
• O profissional intérprete de língua de sinais será um profissional altamente 
qualificado e prestará serviços observando os preceitos éticos e suas 
competências nas áreas em que atuará como intérprete. 
O INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS 
O QUE ENVOLVE O ATO DE INTERPRETAR? 
 
• Envolve um ato cognitivo – linguístico é um processo em que o 
intérprete estará diante de pessoas que apresentam intenções 
comunicativas específicas e que utilizam línguas diferentes . 
QUEM É INTÉRPRETE EM LÍNGUA DE SINAIS? 
 
• É o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do 
país e que é qualificado para desempenhar a função de intérprete. 
No Brasil, o intérprete deve dominar a língua brasileira de sinais e 
língua portuguesa. 
• Além do domínio das línguas envolvidas no processo de tradução e 
interpretação, o profissional precisa ter qualificação específica para 
atuar como tal. 
QUAL O PAPEL DO INTÉRPRETE? 
 
• Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e 
vice-versa observando os seguintes preceitos éticos: 
• Confiabilidade; 
• Imparcialidade; 
• Discrição; 
• Distância profissional; 
• Fidelidade. 
O QUE ACONTECE QUANDO HÁ CARÊNCIA 
DE PROFISSIONAIS INTÉRPRETES? 
 
• A interação entre surdos e pessoas que desconhecem a língua de 
sinais fica prejudicada. As implicações disso são, pelo menos, as 
seguintes: 
• Os surdos não participam de vários tipos de atividades (sociais, 
educacionais, culturais e políticas); 
• Os surdos não conseguem avançar em termos educacionais; 
• Os surdos ficam desmotivados a participarem de encontros, 
reuniões, etc. 
• Os surdos não têm acesso às discussões e informações veiculadas 
na língua falada sendo, portanto, excluído da interação social, 
cultural e política sem direito ao exercício de sua cidadania; 
• Os surdos não se fazem "ouvir"; 
• Os ouvintes que não dominam a língua de sinais não conseguem se 
comunicar com os surdos. 
ALGUNS MITOS SOBRE O PROFISSIONAL 
INTÉRPRETE 
PROFESSORES DE SURDOS SÃO 
INTÉRPRETES DE LÍNGUA DE SINAIS? 
 
• Não é verdade que professores de surdos sejam necessariamente 
intérpretes de língua de sinais. Na verdade, os professores são 
professores e os intérpretes são intérpretes. 
AS PESSOAS OUVINTES QUE DOMINAM A 
LÍNGUA DE SINAIS SÃO INTÉRPRETES? 
 
• Não é verdade que dominar a língua de sinais seja suficiente para a 
pessoa exercer a profissão de intérprete de língua de sinais. 
• Muitas pessoas que dominam a língua de sinais não querem e nem 
almejam atuar como intérpretes de língua de sinais. 
• Também, há muitas pessoas que são fluentes na língua de sinais, 
mas não têm habilidade para serem intérpretes. 
OS FILHOS DE PAIS SURDOS SÃO 
INTÉRPRETES DE LÍNGUA DE SINAIS 
 
• Não é verdade que o fato de ser filho de pais surdos seja suficiente 
para garantir que o mesmo seja considerado intérprete de língua de 
sinais. Normalmente os filhos de pais surdos intermediam as 
relações entre os seus pais e as outras pessoas, mas desconhecem 
técnicas, estratégias e processos de tradução e interpretação, pois 
não possuem qualificação específica para isso. 
RESOLUÇÕES DO ENCONTRO DE 
MONTEVIDÉU 
• Em 2001, foi realizado um encontro internacional sobre a formação 
de intérpretes de língua de sinais na América Latina. Este evento foi 
realizado em Montevidéu, Uruguai, no período de 13 a 17 de 
Novembro com o apoio da Federação Mundial de Surdos. 
• Que foram apresentadas conclusões e recomendações feitas: 
• Que a comunidade de pessoas surdas seja consciente da 
importância de sua própria língua e dos Intérpretes profissionais. 
• Que as associações e federações de pessoas surdas sejam 
fortalecidas em todos os aspectos, por si mesmas, e com o apoio 
de organismos públicos e internacionais. 
• Que em todos os países se reconheça a Língua de Sinais a nível 
• Que exista reconhecimento da profissão e titulação de Intérprete de 
Língua de Sinais. 
• Que exista reconhecimento da profissão e titulação de formador de 
Intérpretes de Língua de Sinais. 
• Que se dê importância equivalente à Língua de Sinais e à Língua 
Oficial do pais. 
• Que os programas de formação incluam um estudo sistemático de 
ambas as línguas. 
• Que se estimule e favoreça a garantia à primeira língua. 
• Que a comunidade de pessoas surdas assuma um papel protagônico 
nos processos de investigação, junto com os especialistas. 
• Que exista um trabalho conjunto ente intérpretes e pessoas surdas 
na formação de futuros intérpretes e de futuros formadores de 
intérpretes. 
 
• Que exista uma base de lineamentos gerais para planejar um curso 
de Língua de Sinais; 
• Que os quatro países que atualmente dispõem de cursos de Língua 
de Sinais e de formação de intérpretes (Argentina, Brasil, Colômbia 
e Uruguai) prestem seu apoio aos países que ainda não contam 
com estes cursos (Bolívia, Paraguai, Chile, Equador, Peru e 
Venezuela) para o qual cada um dos primeiros quatro designará a 
duas pessoas: uma ouvinte e outra surda especialistas em 
formação, que sirvam como formadores, assessores e consultores 
dos futuros agentes multiplicadores de cada um dos seis países. 
• Os critérios para selecionar os agentes multiplicadores deverão ser 
desenvolvidos. A Federação Mundial de Surdos designará um 
especialista que será o coordenador de todo este processo. 
• Os agentes multiplicadores, com a ajuda do especialista 
coordenador, contribuirão para o estabelecimento de um programa 
de capacitação em Língua de Sinais e outro de Formação de 
Intérpretes em cada país. Estes programas poderão aplicar-se de 
forma sequencial (primeiro um depois o outro) ou paralelamente 
(ambos programas de uma vez, considerando que, por exemplo, os 
intérpretes empíricos sejam os primeiros alunos dos cursos de 
Formação de Intérpretes). 
CÓDIGO DE ÉTICA 
• É um instrumento que orienta o profissional intérprete na sua 
atuação. Justifica-se a partir do tipo de relação que o intérprete 
estabelececom as partes envolvidas na interação. 
• O intérprete está para intermediar um processo interativo que 
envolve determinadas intenções conversacionais e discursivas. 
Nestas interações, o intérprete tem a responsabilidade pela 
veracidade e fidelidade das informações. Assim, ética deve estar na 
essência desse profissional. O código de ética que é parte integrante 
do Regimento Interno do Departamento Nacional de Intérpretes 
(FENEIS). 
• Artigo 1º. São deveres fundamentais do intérprete: O intérprete deve 
ser uma pessoa de alto caráter moral, honesto, consciente, 
confidente e de equilíbrio emocional. Ele guardará informações 
confidenciais e não poderá trair confidencias, as quais foram 
confiadas a ele; 
• 2º. O intérprete deve manter uma atitude imparcial durante o 
transcurso da interpretação, evitando interferências e opiniões 
próprias, a menos que seja requerido pelo grupo a fazê-lo; 
• 3º. O intérprete deve interpretar fielmente e com o melhor da sua 
habilidade, sempre transmitindo o pensamento, a intenção e o 
espírito do palestrante. Ele deve lembrar dos limites de sua função e 
não ir além da responsabilidade; 
• 4°. O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e 
ser prudente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros 
intérpretes e/ou profissionais, quando necessário, especialmente em 
palestras técnicas; 
• 5°. O intérprete deve adotar uma conduta adequada de se vestir, 
sem adereços, mantendo a dignidade da profissão e não chamando 
atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função; 
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL 
• 8°. O intérprete jamais deve encorajar pessoas surdas a buscarem 
decisões legais ou outras em seu favor; 
• 9º. O intérprete deve considerar os diversos níveis da Língua 
Brasileira de Sinais bem como da Língua Portuguesa; 
• 11º. O intérprete deve procurar manter a dignidade, o respeito e a 
pureza das línguas envolvidas. Ele também deve estar pronto para 
aprender e aceitar novos sinais, se isso for necessário para o 
entendimento; 
• 12°. O intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de 
assistência ao surdo e fazer o melhor para atender as suas 
necessidades particulares. 
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS DA ÁREA DA 
EDUCAÇÃO 
• Um aluno surdo universitário pede a você para fazer anotações 
quando ele não estiver presente na aula, uma vez que você será 
remunerado de qualquer forma. Qual seria a forma apropriada de 
proceder? 
• Se a sala tem janelas, onde o intérprete deve se sentar? 
• O que você deveria fazer ao perceber que o professor está 
delegando a você a responsabilidade de passar o conteúdo 
desenvolvido em sala de aula? 
• O "professor-intérprete" pode interferir com comentários a respeito 
do assunto durante as aulas? 
REGULAMENTO PARA ATUAÇÃO COMO 
TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS 
• Em alguns estados brasileiros, surgiu a necessidade de 
regulamentar a atuação do profissional intérprete de língua de 
sinais. O estado do Rio Grande do Sul iniciou a capacitação de 
seus profissionais intérpretes em 1997 através de cursos 
certificados pela FENEIS/RS e pela UFRGS. Neste estado, desde 
1988 são realizados encontros sistemáticos para discussão sobre a 
qualidade da interpretação e sobre os princípios éticos. Portanto, o 
estado do Rio Grande do Sul apresenta um histórico bastante 
interessante no sentido de organização deste profissional. 
CONCEITUAÇÃO 
• Haverá três tipos de intérpretes: o profissional, o com atestado e o 
temporário. 
• O intérprete profissional deverá ter realizado o curso de intérprete pela 
FENEIS-RS e ter recebido o certificado emitido pela mesma, que o 
reconhece como profissional intérprete. 
• O intérprete com atestado ainda não tem o certificado, mas é fluente em 
LIBRAS e reconhecido pela FENEIS-RS como profissional intérprete. Este 
atestado terá validade até o próximo curso de intérprete promovido pela 
FENEIS-RS e/ou até 1 ano, podendo ser renovado. 
• Os intérpretes temporários são aqueles que atuarão em determinadas 
situações, com o respaldo de um certificado emitido pela FENEIS-RS para 
esta determinada situação. Após, seu certificado não será mais válido. 
• Todo intérprete deverá ser fluente em LIBRAS e Português (expressão e 
recepção). Isto é, deverá ser capaz de traduzir ou interpretar. Sugere-se 
que o intérprete aprenda outras línguas (sinais e/ou orais). 
INTÉRPRETE NA SALA DE AULA INCLUSIVA 
• O intérprete de língua de sinais é uma figura pouco conhecida no 
âmbito acadêmico. 
• Na busca de solucionar os problemas de comunicação enfrentados 
pelos alunos surdos, quando de sua inserção no ensino regular 
surgem propostas de reconhecimento de que estes necessitam de 
apoio específico, de forma permanente ou temporária, para 
alcançar os objetivos finais da educação e, então, devem ser 
oferecidos, apoios tecnológicos e humanos que contemplem suas 
possibilidades (Volterra, 1994). Um desses apoios humanos é o 
intérprete de língua de sinais, o qual foi incorporado há vários anos 
no espaço educacional. 
• Quando se insere um intérprete de língua de sinais na sala de aula 
abre-se a possibilidade do aluno surdo receber a informação 
escolar em língua de sinais, através de uma pessoa com 
competência nesta língua. 
• Por outro lado, a presença de um intérprete de língua de sinais não 
assegura que questões metodológicas, levando em conta os 
processos próprios de acesso ao conhecimento, sejam 
consideradas ou que o currículo escolar sofra ajustes para 
contemplar peculiaridades e aspectos culturais da comunidade 
surda. 
• O Artigo 12, § 2º da Resolução CNE/CEB nº. 2 (11/09/2001) e 
posteriormente a Lei nº. 10.436 (24/04/2002), sugerem a 
importância do intérprete, mas não preveem explicitamente sua 
presença, o que implica na organização da comunidade surda e 
ouvinte para a obtenção desse recurso. 
O PAPEL DO INTÉRPRETE NA ESCOLA 
• Stewart and Kluwin (1996). Na formação de intérpretes pouco é 
discutido em relação a sua atuação como intérprete educacional. 
Não se conhece muito sobre o que é feito em sala de aula e quais 
são os efeitos destas práticas. 
• Isso porque nas décadas de 1980 e 1990 aumentou muito o número 
de crianças surdas incluídas em escola regulares nos EUA e, 
consequentemente, a procura por intérpretes educacionais. 
• Por não haver número suficiente de profissionais formados, 
qualquer pessoa que soubesse língua de sinais e se dispusesse ao 
trabalho era potencialmente um intérprete educacional, ou seja, não 
sendo exigida nenhuma formação ou qualificação especifica, em 
muitos casos. 
• Schick faz uma avaliação em um grupo de intérpretes educacionais 
e os resultados indicam que os conteúdos são frequentemente 
distorcidos e inadequados em relação à informação desejada. O 
vocabulário é, em geral, muito melhor que o desempenho dos 
intérpretes em aspectos gramaticais e discursivos. Argumentam que 
este modelo de inclusão favorece que um intérprete trabalhe em 
uma escola isolada, e que não tenha possibilidades de trocas 
frequentes. O que ocorre na escola não é avaliado por ninguém, e 
todos os problemas escolares apresentados podem erroneamente 
ser atribuídos a dificuldades da criança. 
• O papel do intérprete é de ensinar língua de sinais, atender a 
demandas pessoais do aluno, cuidados com aparelho auditivo, 
atuar frente ao comportamento do aluno, estabelecer uma posição 
adequada em sala de aula, atuar como educador frente a 
dificuldades de aprendizagem do aluno) que o aproximam muito de 
um educador. 
• Os autores destacam que estas questões são particularmente 
preocupantes no ensino fundamental, que atua com crianças que 
estão adquirindo conceitos fundamentais, valores sociais e éticos, 
além de estarem em pleno desenvolvimento de linguagem. 
 
 
• No Brasil, pesquisas sobre intérpretes de línguas de sinais em sala 
de aula são escassas, já que este trabalho, quando é realizado, tem 
ainda um caráter experimentalna maioria dos estados e municípios. 
A formação de intérpretes em Libras é algo recente e só aqueles 
que frequentam os grandes centros têm acesso a essa formação, 
promovida pelas associações de surdos. 
 
• Ferreira (2002) aponta vários problemas semelhantes àqueles já 
levantados pelos autores estrangeiros. pois se espera que o 
intérprete seja um recurso mecânico de comunicação que não 
censura e nem transforma as informações, mas, que na realidade, 
precisa atuar como educador, muitas vezes. 
Produção, Edição, Elaboração e Revisão de Texto: 
ESCON - Escola de Cursos Online 
Proibida a reprodução total ou parcial sem permissão expressa da ESCON. (Lei 9.610/98)

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