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Prefeitura de Florianópolis-SC 
Compreensão e interpretação de texto. .............................................................................. 1 
Redação oficial: características e especificidades. ............................................................ 12 
Ortografia oficial; ............................................................................................................... 39 
Acentuação Gráfica. ......................................................................................................... 56 
Flexão nominal e verbal. .................................................................................................... 61 
Pronomes: emprego, forma de tratamento e colocação. Emprego de tempos e modos 
verbais.................................................................................................................................... 67 
Regência nominal e verbal. ............................................................................................... 89 
Concordância nominal e verbal. ...................................................................................... 100 
Ocorrência de crase. ........................................................................................................ 116 
Pontuação. ...................................................................................................................... 124 
 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
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por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1583437 E-book gerado especialmente para LIDIANE VITTO
 
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COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a 
captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é 
suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos 
discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo 
discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. 
Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se 
informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, 
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras 
como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia 
do sentido global proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos 
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira 
clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à 
compreensão do texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito 
cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de 
empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma 
ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, 
vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve 
ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases 
e períodos desconexos. 
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando 
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o 
período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e 
semanticamente resultam num texto coeso. 
 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, 
ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em 
conta o tipo de texto. 
Compreensão e interpretação de texto. 
 
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Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los 
de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de 
construir personagens e de relacionar ações e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição 
É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que 
vai ser descrito um modelo inconfundível. 
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma 
impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por 
isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração 
É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da 
descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. 
 
Dissertação 
É apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar 
e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação 
argumentativa, mais brilhante será o desempenho. 
 
Sentidos dos Textos 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que 
“flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. 
Osentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. 
O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” 
O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido 
imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que 
comumente ocorre. 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à 
mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. 
 
Sentido Imediato 
É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua 
ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que 
restringem a decodificação, tais como: 
- as frases seguem modelos completos de oração da língua; 
- discurso lógico; 
- se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, 
então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; 
- significados encontrados no dicionário; 
- existe concordância entre termos sintáticos; 
- abstrai-se a conotação; 
- supõe-se que não há anomalias linguísticas; 
- abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; 
- supõe-se pertinência ao contexto; 
- abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do 
significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de 
contiguidade); 
- abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; 
- não se concebe a existência de locuções e frases feitas; 
- supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; 
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- abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o 
que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. 
O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando 
alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um 
oxímoro. 
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como 
uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os 
recursos de retórica são anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em 
contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto 
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. 
Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, 
o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição 
tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea 
consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido 
preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo 
sem higiene”. 
Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem 
em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte 
exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. 
Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido 
“figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor 
sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial 
de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Questões 
 
01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: 
(A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para 
exibi-los na estante. 
(B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não 
chegou a impressionar os críticos dos jornais. 
(C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a 
maior parte dos críticos também o teriam apreciado. 
(D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o 
quanto poderão nos valer num futuro próximo. 
(E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem 
predileção. 
 
02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) 
 
Comunicação Política na Suíça 
 
Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano 
aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas 
votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) 
sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais 
dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que 
permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no 
caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. 
(Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) 
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O texto abaixo que carece de coerência é: 
(A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) 
(B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) 
(C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) 
(D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. 
(Mencken) 
(E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 
 
03. (Pref. de Teresina/PI - Professor Português - NUCEPE/2016) 
 
SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho 
De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. 
 
O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. 
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma 
(A) coesão referencial. 
(B) coerência argumentativa. 
(C) coesão sequencial. 
(D) coerência narrativa. 
(E) contiguidade. 
 
04. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado 
pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes 
cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão 
foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - 
do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no 
centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros 
pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking 
são ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos 
Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, 
em comparação, dão mais importância àsrelações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera 
aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. 
Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a 
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infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte 
público? 
(Veja, 02.12.2009) 
 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. 
(E) não se pode confiar no serviço público? 
 
 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) 
 
Sua excelência, o leitor 
 
Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é 
preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao 
mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho 
em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante 
e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes 
indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura 
alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, 
"Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com 
um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente 
dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre 
textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a 
página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. 
TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). 
 
Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? 
(A) “gritam para ser lidas” 
(B) “capa contra capa” 
(C) “logo viram a página” 
(D) “enquanto bebem café” 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de 
conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 
 
02. Resposta. E 
Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 
 
03. Resposta: C 
A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus 
sentidos, ligando-as. 
 
04. Resposta: D 
A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para 
sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 
 
05. Resposta: A 
A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada 
devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica 
da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. 
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INTERPRETAÇÃO 
Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer 
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de 
entender um texto? 
Para se compreender um texto precisa entender o que um texto não é conforme diz Platão e Fiorin: 
 
“Não é amontoando os ingredientes que se prepara uma receita; assim também não é superpondo 
frases que se constrói um texto”.1 
 
Ou seja, um texto não é um aglomerado de frases, ele tem um começo, meio, fim, uma mensagem a 
transmitir, tem coerência, e cada frase faz parte de um todo. 
Na verdade, o texto pode ser a questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E 
como é possível cometer um erro numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se 
imagina. Se na hora da leitura, deixamos de prestar atenção numa só palavra, como um “não”, já muda 
a interpretação. Veja a diferença: 
Qual opção abaixo não pertence ao grupo? 
Qual opção abaixo pertence ao grupo? 
 
Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que 
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais 
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. 
Partindo desse princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os 
erros que podemos cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso 
que é preciso melhorar a capacidade de leitura e compreensão. 
 
Texto: conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz 
de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). 
 
Contexto: um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que a 
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser 
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases 
é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá 
ter um significado diferente daquele inicial. O contexto pode ser entendido como unidade linguística maior 
onde se encaixa uma unidade linguística menor.2 
 
Intertexto: quando um texto retoma outro, constrói-se com base em outro. 
 
Intertextualidade: é exatamente a relação entre dois textos. 
 
Interpretação de Texto: o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações 
ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova o candidato é convidado a: 
Identificar: reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma 
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 
Comparar: descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 
Comentar: relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 
Resumir: concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 
Parafrasear: reescrever o texto com outras palavras. Exemplo: 
Título do Texto Paráfrases 
“O Homem Unido” 
A integração do mundo. 
A integração da humanidade. 
A união do homem. 
Homem + Homem = Mundo. 
A macacada se uniu. (sátira) 
 
1 PLATÃO, Fiorin, Lições sobre o texto. Ática 2011. 
2 PLATÂO, Fiorin, Para entender o texto, Ática, 1990. 
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Condições Básicas para Interpretar 
 
Faz-se necessário: 
- Conhecimento histórico/literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática. 
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado 
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, 
polissemia, figuras de linguagem, entre outros. 
- Capacidade de observação e de síntese. 
- Capacidade de raciocínio. 
 
Interpretar X Compreender 
 
Interpretar significa Compreender significa 
Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, 
deduzir. 
Tipos de enunciados: 
- através do texto, infere-se que... 
- é possível deduzir que... 
- o autor permite concluir que... 
- qual é a intenção do autor ao afirmar que... 
Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente 
está escrito. 
Tiposde enunciados: 
- o texto diz que... 
- é sugerido pelo autor que... 
- de acordo com o texto, é correta ou errada a 
afirmação... 
- o narrador afirma... 
 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes 
são: 
Extrapolação (viagem): ocorre quando se sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no 
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. 
Redução: é o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que o texto 
é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. 
Contradição: não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões 
equivocadas e, consequentemente, errando a questão. 
 
Atenção: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais. 
 
Coesão 
É o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre 
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (nexos), 
ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. 
São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do 
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode 
esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso a 
necessidade de adequação ao antecedente. 
 
Vícios de Linguagem 
Há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia); no dia a dia, porém, existem 
expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se erros graves como: 
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte. 
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”. 
- “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me). 
 
Algumas dicas para Interpretar um Texto 
 
- Leia bastante textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de pensar. 
Leia textos de bom nível. 
- Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza que 
estamos prestando atenção na leitura. 
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- Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e nem 
lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura num 
ponto que estávamos prestando atenção, e reler. 
- Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja, nos 
ajuda a compreender melhor o assunto do texto. 
- Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar 
hipóteses e saber sobre o que se fala. 
- Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza tempo 
se no meio da leitura identificar uma possível resposta. 
- Preste atenção nas informações não verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser usado ao 
seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura. 
- Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois cada um 
tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto. 
 
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado 
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, 
mas também um aprendizado. 
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação, 
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria 
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de 
memória. 
 
Organização do Texto e Ideia Central 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos 
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da 
margem esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central 
extraída de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto. 
 
Exemplos: 
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos 
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da 
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado. 
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos 
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos. 
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes) 
 
Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram: 
(A) os portugueses. 
(B) os negros. 
(C) os índios. 
(D) tanto os índios quanto aos negros. 
(E) a miscigenação de portugueses e índios. 
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.) 
 
Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas 
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto. 
 
- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir: 
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes. 
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular. 
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular. 
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi. 
 
Explicações: 
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes. 
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(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes. 
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que 
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos. 
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados. 
(5) Marcão é chamado para cantar. 
(6) Marcão pratica a ação de cantar. 
 
Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele: 
“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e 
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação 
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor.” 
 
Frase para análise. 
Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande 
desafio do professor moderno. 
 
- Não é mencionado que a escola seja da rede privada. 
- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra 
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há 
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério. 
 
- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). 
- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por 
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa 
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano 
= portugueses). 
 
Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos: 
- Certos alunos no Brasil não convivem com afalta de professores. 
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores. 
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores. 
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores. 
 
Explicações: 
- Certos alunos = qualquer aluno. 
- Alunos certos = aluno correto. 
- Alunos determinados = alunos decididos. 
- Determinados alunos = qualquer aluno. 
 
Questões 
 
01. (TRE/GO - Analista Judiciário - CESPE) A ciência moderna teve de lutar com um inimigo 
poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a religião, o estado, a família ou o partido. Foi 
uma luta travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão ser indispensáveis para criar um 
conhecimento emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de interpretação é um bem absoluto da 
humanidade. 
No entanto, como a ciência moderna colonizou as outras formas de racionalidade, destruindo assim, 
o equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em detrimento desta, o êxito da luta contra os 
monopólios de interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão temível quanto o anterior, e que 
a ciência moderna não podia senão ignorar: a renúncia à interpretação, paradigmaticamente patente no 
utopismo automático da tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas. 
 
Depreende-se da argumentação do texto que 
(A) a criação de um conhecimento pós-moderno apoia-se na utopia da ideologia e da prática 
consumista. 
(B) tanto uma interpretação monopolizada quanto a falta de interpretação são prejudiciais à 
humanidade. 
(C) tanto a ciência moderna quanto outras formas de racionalidade prejudicaram a luta contra os 
monopólios de interpretação. 
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(D) o fim dos monopólios de interpretação teve como uma de suas consequências o enfraquecimento 
da religião, do Estado, da família e dos partidos. 
 
02. (CFP - Técnico em Informática - Quadrix) 
 
 
 
Sobre a interpretação dos quadrinhos, assinale a alternativa correta. 
(A) Os quadrinhos não causariam o riso, independentemente do perfil do leitor e da leitura realizada. 
(B) Depois de o marido afirmar ser estéril, não seria possível de maneira alguma a mulher estar grávida. 
(C) Na verdade, pode-se concluir que a mulher mentiu para o marido em relação à gravidez, querendo 
apenas assustá-lo. 
(D) As imagens em nada se relacionam ao texto dos quadrinhos. 
(E) No primeiro quadrinho, a maneira de falar e as imagens mostram que a mulher imaginou que daria 
uma boa notícia ao marido. 
 
03. (MPE/ES - Promotor de Justiça Substituto - FAPEC) 
 
A arte de ser feliz 
Cecília Meireles 
 
Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. 
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. 
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. 
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas 
gotas de água sobre as plantas. 
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, pra que o jardim não morresse. 
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros 
e meu coração ficava completamente feliz. 
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. 
Outras vezes encontro nuvens espessas. 
Avisto crianças que vão para a escola. 
Pardais que pulam pelo muro. 
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. 
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. 
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. 
Às vezes, um galo canta. 
Às vezes, um avião passa. 
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. 
E eu me sinto completamente feliz. 
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que 
essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é 
preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. 
Glossário: Félix Lope de Vega y Carpio 
 
A partir da leitura e interpretação do texto acima, assinale a alternativa correta: 
(A) O texto apresenta o modo descritivo-narrativo, trazendo como uma de suas mensagens a ideia de 
que o ser humano precisa aprender a ver com olhos conscientes para poder captar a realidade em sua 
plenitude. 
(B) O texto apresenta o modo dissertativo-argumentativo, porque está baseado na defesa de uma ideia 
visando convencer o leitor de que as pessoas precisam enxergar as coisas e fatos mais singelos do 
cotidiano para alcançar a felicidade. 
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(C) O texto apresenta somente o modo narrativo, trazendo a ideia de que todos devem ter uma só 
visão sobre o mundo. 
(D) O texto apresenta somente o modo injuntivo ou instrucional, pois objetiva, sobretudo, trazer 
explicações sobre a visão do ser humano, sem a finalidade de convencer o leitor por meio de argumentos. 
(E) O texto apresenta somente o modo descritivo ao fazer o retrato minucioso escrito de um lugar, uma 
cena, uma pessoa e alguns animais, identificados como “pequenas felicidades certas”. 
 
04. (Pref. São José/PR - Agente Administrativo - FAUEL/2017) 
 
Cassini faz primeiro mergulho entre Saturno e seus anéis; cientistas esperam dados de 
qualidade inédita. 
 
Após 13 anos em órbita, a sonda CassiniHuygens já está enviando informações para a Terra após ter 
feito seu primeiro “mergulho” entre os anéis de Saturno - são 22 planejados para os próximos cinco 
meses. 
A Cassini começou a executar a manobra - considerada difícil e delicada - na última quarta-feira e 
restabeleceu contato com a Nasa (agência espacial americana) na manhã desta quinta. A sonda se 
movimenta a 110 mil km/h, tão rapidamente que qualquer colisão com outros objetos - mesmo partículas 
de terra ou gelo - poderia provocar danos. 
Um objetivo central é determinar a massa e, portanto, a idade dos anéis - formados, acredita-se, por 
gelo e água. Quanto maior a massa, mais velhos eles podem ser, talvez tão antigos quanto Saturno. Os 
cientistas pretendem descobrir isso ao estudar como a velocidade da sonda é alterada enquanto ela voa 
entre os campos gravitacionais gerados pelo planeta e pelas faixas de gelo que giram em torno dele. 
Fragmento do texto publicado no site da BBC Brasil, por Jonathan Amos, correspondente de Ciência da BBC, dia 27 de abril de 2017. 
 
Quanto ao gênero e interpretação do texto, é CORRETO afirmar que se trata de um trecho de: 
(A) uma biografia dos cientistas Cassini e Huygens. 
(B) uma notícia sobre um avanço científico. 
(C) uma reportagem política sobre a Nasa. 
(D) um artigo científico sobre velocidade. 
(E) um texto acadêmico sobre a Via Láctea. 
 
05. (CREF 12ª Região - Assistente Administrativo - QUADRIX) 
 
 
 
 
A interpretação da tirinha, de uma maneira global, permite compreender que: 
(A) As razões pelas quais Ágatha troca Gaturro por um novo namorado são puramente sentimentais. 
(B) Ágatha não consegue apresentar quaisquer razões para ter trocado de namorado. 
(C) Ágatha e Gaturro continuam sendo namorados, apesar de ela afirmar o contrário. 
(D) À medida que Ágatha apresenta suas razões, Gaturro se sente mais e mais humilhado, sentimento 
que tem seu ápice nos dois últimos quadrinhos. 
(E) A relação entre Ágatha e Gaturro sempre foi conturbada, o que se pode comprovar pelas feições 
alternadas de Gato Viga ao longo do desenrolar dos fatos. 
 
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Gabarito 
 
01.B / 02.E / 03.A / 04.B / 05.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
O texto argumenta a dificuldade que a ciência moderna teve em relação a quebrar paradigmas 
estabelecidos, que existe um monopólio de interpretação e que este somente pode ser prejudicial não 
permitindo outras formas de interpretação. 
 
02. Resposta: E 
Em relação as quadrinhos é necessário para uma boa interpretação, prestar atenção nos desenhos e 
na linguagem. No primeiro quadrinho a esposa realmente com um rosto feliz pensaque sua fala será 
impactante e alegre para o seu marido. 
 
03. Resposta: A 
O modo descritivo-narrativo se apresenta no texto, uma vez que existe a descrição de um personagem 
que molha as plantas, e uma narrativa ao mesmo tempo, a descrição é bem sucinta, ou seja, bem rápida 
e leve. 
 
04. Resposta: B 
O texto expõe claramente um tema sobre avanço científico, sobre a sonda que faz 13 anos está em 
órbita enviando informações para a terra. 
 
05. Resposta: D 
Sim, à medida que Ágatha vai mencionando partes do corpo do seu novo namorado, o Gaturro chega 
à conclusão que é melhor inverter o discurso, para não precisar ouvir mais qualidades do seu novo 
namorado, e suas expressões evidenciam isso claramente. 
 
 
 
Caro candidato(a), o Manual de Redação da Presidência possui 6 capítulos. 
Em nossa apostila, abordaremos apenas os capítulos 1 e 2, já que os demais capítulos 
correspondem a conteúdos gramaticais. 
 
Capítulo I 
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL3 
 
1. Panorama da comunicação oficial 
 
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicação, são 
necessários: 
a) alguém que comunique; 
b) algo a ser comunicado; 
c) alguém que receba essa comunicação. 
 
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aquela 
Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum 
assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; e o destinatário dessa comunicação é o público, 
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes. 
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a finalidade do documento, para que o texto 
esteja adequado à situação comunicativa. 
 
3 http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. 
Redação oficial: características e especificidades 
 
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13 
 
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e nos expedientes oficiais 
decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. 
Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta 
dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades públicos, o que só é alcançado se, 
em sua elaboração, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, 
cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade. 
 
2. O que é redação oficial 
 
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público redige 
comunicações oficiais e atos normativos. Neste Manual, interessa-nos tratá-la do ponto de vista da 
administração pública federal. 
A redação oficial não é necessariamente árida e contrária à evolução da língua. É que sua finalidade 
básica – comunicar com objetividade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da 
língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular etc. 
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial, passemos à análise 
pormenorizada de cada um de seus atributos. 
 
3. Atributos da redação oficial 
 
A redação oficial deve caracterizar-se por: 
- clareza e precisão; 
- objetividade; 
- concisão; 
- coesão e coerência; 
- impessoalidade; 
- formalidade e padronização; e 
- uso da norma padrão da língua portuguesa. 
 
Fundamentalmente, esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no art. 37: “A administração 
pública direta, indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
(...)”. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a 
administração pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais. 
 
3.1 Clareza e precisão 
 
CLAREZA 
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se definir como claro aquele texto 
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se concebe que um documento oficial ou um ato 
normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua 
compreensão. A transparência é requisito do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto oficial 
ou um ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O princípio constitucional da publicidade não se 
esgota na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à necessidade de que o texto seja claro. 
Para a obtenção de clareza, sugere-se: 
a) utilizar palavras e expressões simples, em seu sentido comum, salvo quando o texto versar sobre 
assunto técnico, hipótese em que se utilizará nomenclatura própria da área; 
b) usar frases curtas, bem estruturadas; apresentar as orações na ordem direta e evitar intercalações 
excessivas. Em certas ocasiões, para evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da ordem inversa da 
oração; 
c) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; 
d) não utilizar regionalismos e neologismos; 
e) pontuar adequadamente o texto; 
f) explicitar o significado da sigla na primeira referência a ela; e 
g) utilizar palavras e expressões em outro idioma apenas quando indispensáveis, em razão de serem 
designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as 
em itálico, conforme orientações do subitem 10.2 deste Manual. 
 
 
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PRECISÃO 
O atributo da precisão complementa a clareza e caracteriza-se por: 
a) articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia veiculada no 
texto; 
b) manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego de 
sinonímia com propósito meramente estilístico; e 
c) escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto. 
 
É indispensável, também, a releitura de todo o texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de 
trechos obscuros provém principalmente da falta da releitura, o que tornaria possível sua correção. Na 
revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreensão por seu destinatário. O que 
nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos, 
em decorrência de nossa experiência profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos como de 
conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos 
técnicos, o significado das siglas e das abreviações e os conceitos específicos que não possam ser 
dispensados. 
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre 
compromete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, 
pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no texto redigido. 
A clareza e a precisão não são atributos que se atinjam por si sós: elas dependem estritamente das 
demais características da redação oficial, apresentadas a seguir. 
 
3.2 Objetividade 
 
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para 
conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as 
secundárias. 
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as 
fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, 
exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao 
texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também 
proporcionará mais objetividade ao texto. 
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem 
subterfúgios,sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a 
delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro. 
 
3.3 Concisão 
 
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que 
consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma 
entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto 
com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, 
redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. 
Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve evitar caracterizações e comentários supérfluos, 
adjetivos e advérbios inúteis, subordinação excessiva. A seguir, um exemplo1 de período mal construído, 
prolixo: 
 
Exemplo: 
Apurado, com impressionante agilidade e precisão, naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à 
população acriana, verificou-se que a esmagadora e ampla maioria da população daquele distante estado 
manifestou-se pela efusiva e indubitável rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não 
satisfeita, inconformada e indignada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da 
população do Acre demonstrou que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando cinco horas a 
menos que em Greenwich. 
 
Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de adjetivos 
(impressionante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada), o que lhe confere carga afetiva 
injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados os excessos, 
o período ganha concisão, harmonia e unidade: 
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15 
 
Exemplo: 
Apurado o resultado da consulta à população acreana, verificou-se que a maioria da população 
manifestou-se pela rejeição da alteração realizada pela Lei no 11.662/2008. Não satisfeita com a nova 
hora legal vinculada ao terceiro fuso, a maioria da população do Acre demonstrou que a ela seria melhor 
regressar ao quarto fuso, estando cinco horas menos que em Greenwich. 
 
3.4 Coesão e coerência 
 
É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, 
a harmonia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência quando se 
lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, dando 
continuidade uns aos outros. 
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um texto são: referência, substituição, 
elipse e uso de conjunção. 
A referência diz respeito aos termos que se relacionam a outros necessários à sua interpretação. Esse 
mecanismo pode dar-se por retomada de um termo, relação com o que é precedente no texto, ou por 
antecipação de um termo cuja interpretação dependa do que se segue. 
 
Exemplos: 
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrupção. Ele aguardou a decisão do Plenário. 
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assinatura e de identificação no documento. 
 
A substituição é a colocação de um item lexical no lugar de outro(s) ou no lugar de uma oração. 
 
Exemplos: 
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder Executivo federal propôs reduzir as alíquotas. 
O ofício está pronto. O documento trata da exoneração do servidor. 
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em seguida, os prefeitos fizeram o mesmo. 
 
A elipse consiste na omissão de um termo recuperável pelo contexto. 
 
Exemplo: 
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (Na segunda oração, houve a 
omissão do verbo “regulamenta”). 
 
Outra estratégia para proporcionar coesão e coerência ao texto é utilizar conjunção para estabelecer 
ligação entre orações, períodos ou parágrafos. 
 
Exemplo: 
O Embaixador compareceu à reunião, pois identificou o interesse de seu Governo pelo assunto. 
 
3.5 Impessoalidade 
 
A impessoalidade decorre de princípio constitucional (Constituição, art. 37), e seu significado remete 
a dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que a administração pública proceda de modo a não 
privilegiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, sempre, o interesse público; o segundo, a 
abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a ação administrativa ser exercida 
por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. 
A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao 
interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser 
tratados de outra forma que não a estritamente impessoal. 
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das 
comunicações oficiais decorre: 
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um 
expediente assinado por Chefe de determinada Seção, a comunicação é sempre feita em nome do serviço 
público. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que as comunicações elaboradas 
em diferentes setores da administração pública guardem entre si certa uniformidade; 
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b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre 
concebido como público, ou a uma instituição privada, a outro órgão ou a outra entidade pública. Em 
todos os casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal; e 
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais 
se restringe a questões que dizem respeito ao interesse público, é natural não caber qualquer tom 
particular ou pessoal. 
 
Não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de 
uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação 
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade de quem a elabora. A concisão, a clareza, a 
objetividade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, 
para que seja alcançada a necessária impessoalidade. 
 
3.6 Formalidade e padronização 
 
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma 
(BRASIL, 2015a). Isso é válido tanto para as comunicações feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-
mail , o documento gerado no SEI!, o documento em html etc.), quanto para os eventuais documentos 
impressos. 
É imperativa, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata somente do correto emprego deste 
ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível, mais do que isso: a formalidade 
diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. 
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uniformidade das comunicações. Ora, 
se a administração pública federal é una, é natural que as comunicações que expeça sigam o mesmo 
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas 
as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. 
A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo, nas exceções em que se fizer 
necessária a impressão, e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização. 
Consulte o Capítulo II, “As comunicações oficiais”, a respeito de normas específicas para cada tipo de 
expediente. 
Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais 
requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e emprega um 
léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto, 
imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas,regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades linguísticas. 
Recomendações: 
- a língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade; 
- o uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de 
linguagem próprias do estilo literário; 
- a consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto. 
 
Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da 
norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de 
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso 
não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O 
jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. 
 
Capítulo II 
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS 
 
4. Introdução 
 
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo 
I, “Aspectos gerais da redação oficial”. Além disso, há características específicas de cada tipo 
 de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análise, 
vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial. 
 
 
 
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17 
 
4.1 Pronomes de tratamento 
 
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de 
maneira indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário 
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no 
vocativo e no corpo do texto. No vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No 
corpo do texto, pode-se empregar os pronomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. 
O endereçamento é o texto utilizado no envelope que contém a correspondência oficial. 
A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes de tratamento no texto oficial. 
 
Autoridade Endereçamento Vocativo 
Tratamento no 
corpo do texto 
Abreviatura 
Presidente da 
República 
A Sua Excelência o Senhor 
Excelentíssimo Senhor 
Presidente da República, 
Vossa Excelência Não se usa 
Presidente do 
Congresso Nacional 
A Sua Excelência o Senhor 
Excelentíssimo Senhor 
Presidente do Congresso 
Nacional, 
Vossa Excelência Não se usa 
Presidente do 
Supremo Tribunal 
Federal 
A Sua Excelência o Senhor 
Excelentíssimo Senhor 
Presidente do Supremo 
Tribunal Federal, 
Vossa Excelência Não se usa 
Vice-Presidente da 
República 
A Sua Excelência o Senhor 
Senhor Vice-Presidente da 
República, 
Vossa Excelência V. Exa. 
Ministro de Estado A Sua Excelência o Senhor Senhor Ministro, Vossa Excelência V. Exa. 
Secretário- Executivo 
de Ministério e 
demais ocupantes de 
cargos de natureza 
especial 
A Sua Excelência o Senhor 
Senhor Secretário- 
Executivo, 
Vossa Excelência V. Exa. 
 
Autoridade Endereçamento Vocativo 
Tratamento no 
corpo do texto 
Abreviatura 
Embaixador A Sua Excelência o Senhor Senhor Embaixador, Vossa Excelência V. Exa. 
Oficial-General das 
Forças Armadas 
A Sua Excelência o Senhor Senhor + Posto, Vossa Excelência V. Exa. 
Outros postos 
militares 
Ao Senhor Senhor + Posto, Vossa Senhoria V. Sa. 
Senador da República A Sua Excelência o Senhor Senhor Senador, Vossa Excelência V. Exa. 
Deputado Federal A Sua Excelência o Senhor Senhor Deputado, Vossa Excelência V. Exa. 
Ministro do Tribunal 
de Contas da União 
A Sua Excelência o Senhor 
Senhor Ministro do Tribunal 
de Contas da União, 
Vossa Excelência V. Exa. 
Ministro dos Tribunais 
Superiores 
A Sua Excelência o Senhor Senhor Ministro, Vossa Excelência V. Exa. 
 
Os exemplos acima são meramente exemplificativos. A profusão de normas estabelecendo hipóteses 
de tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias especifícas tornou inviável arrolar 
todas as hipóteses. 
 
4.1.1 Concordância com os pronomes de tratamento 
 
Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias verbal, 
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala), 
levam a concordância para a terceira pessoa. Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são 
utilizados para se comunicar diretamente com o receptor. 
 
 
 
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18 
 
Exemplo: 
Vossa Senhoria designará o assessor. 
 
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da 
terceira pessoa. 
 
Exemplo: 
Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso substituto”) 
 
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo 
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. 
 
Exemplos: 
Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado. 
Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está atarefada. 
 
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade (indiretamente). 
 
Exemplo: 
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento do 
expediente) 
 
4.2 Signatário 
 
4.2.1 Cargos interino e substituto 
 
Na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar os termos interino e 
substituto, conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar transitoriamente cargo 
público durante a vacância; substituto é aquele designado para exercer as atribuições de cargo público 
vago ou no caso de afastamento e impedimentos legais ou regulamentares do titular. Esses termos devem 
ser utilizados depois do nome do cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo. 
 
Exemplos: 
Diretor-Geral interino 
Secretário-Executivo substituto 
 
4.2.2 Signatárias do sexo feminino 
 
Na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no 
gênero feminino. 
 
Exemplos: 
Ministra de Estado 
Secretária-Executiva interina 
Técnica Administrativa 
Coordenadora Administrativa 
 
4.3 Grafia de cargos compostos 
 
Escrevem-se com hífen: 
a) cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral; 
b) postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário; 
c) postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente; 
 
Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general de 
exército, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra; 
 
d) cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-
chefe, editor-assistente, sócio-gerente, diretor-executivo; 
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19 
 
e) cargos formados por numerais: primeiro-ministro, primeira-dama; 
f) cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”: ex-diretor, vice-coordenador. 
 
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas 
reverencialmente, por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente francês ou o presidente 
francês). Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscula, deve-se 
manter a escolha para a grafia de todos os elementos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente” 
ou “vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”. 
 
4.4 Vocativo 
 
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas comunicações oficiais, o vocativo será sempre 
seguido de vírgula. 
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou 
Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula. 
 
Exemplos: 
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, 
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor 
ou Senhora seguido do cargo respectivo. 
 
Exemplos: 
Senhora Senadora, 
Senhor Juiz, 
Senhora Ministra, 
 
Na hipótese de comunicação com particular, pode-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma 
utilizada pela instituição para referir-se ao interlocutor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc. 
 
Exemplos: 
Senhora Beneficiária, 
Senhor Contribuinte, 
 
Ainda, quando o destinatário for um particular, no vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido 
do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo “Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”. 
 
Exemplos: 
Senhora [Nome], 
Prezado Senhor, 
 
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). 
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por meio de Senhor confere a 
formalidade desejada. 
 
5. O padrão ofício 
 
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela 
finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se 
adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que chamamos de padrão ofício. 
A distinção básica anterior entre os três era: 
a) aviso: era expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia; 
b) ofício: era expedido para e pelas demais autoridades; e 
c) memorando: era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão. 
 
Atenção: Nesta nova edição ficou abolida aquela distinção e passou-se a utilizar o termo ofício nas 
três hipóteses. 
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20 
 
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão ofício, de acordo com a ordem com que cada 
elemento aparece no documento oficial. 
 
5.1 Partes do documento no padrão ofício 
 
5.1.1 Cabeçalho 
 
O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada 
pela formatação (ver subitem “5.2 Formatação e apresentação”). 
No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos: 
a) brasão de Armas da República: no topo da página. Não há necessidade de ser aplicado em cores. 
O uso de marca da instituição deve ser evitado na correspondência oficial para não se sobrepor ao Brasão 
de Armas da República. 
b) nome do órgão principal; 
c) nomes dos órgãos secundários, quando necessários, da maior para a menor hierarquia; e 
d) espaçamento: entrelinhas simples (1,0). 
 
Exemplo: 
 
[Nome do órgão] 
[Secretaria/Diretoria] 
[Departamento/Setor/Entidade] 
 
Os dados do órgão, tais como endereço, telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio 
eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento, centralizados. 
 
5.1.2 Identificação do expediente 
 
Os documentos oficiais devem ser identificados da seguinte maneira: 
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas; 
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como Nº; 
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede 
o documento, da menor para a maior hierarquia, separados por barra (/); e 
d) alinhamento: à margem esquerda da página. 
 
Exemplo: 
OFÍCIO Nº 652/2018/SAA/SE/MT 
 
5.1.3 Local e data do documento 
 
Na grafia de datas em um documento, o conteúdo deve constar da seguinte forma: 
a) composição: local e data do documento; 
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se 
deve utilizar a sigla da unidade da federação depois do nome da cidade; 
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os 
demais dias do mês. Não se deve utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês; 
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula; 
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; e 
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página. 
 
Exemplo: Brasília, 2 de fevereiro de 2018. 
 
 
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21 
 
5.1.4 Endereçamento 
 
O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente. 
Nele deverão constar os seguintes elementos: 
a) vocativo: na forma de tratamento adequada para quem receberá o expediente (ver subitem “4.1 
Pronomes de tratamento”); 
b) nome: nome do destinatário do expediente; 
c) cargo: cargo do destinatário do expediente; 
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas: primeira linha: 
informação de localidade/logradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, informação 
do setor; 
segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação, separados por espaço simples. Na separação 
entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso 
de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação 
da cidade/unidade da federação; e 
e) alinhamento: à margem esquerda da página. 
 
O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por 
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. 
Quando o tratamento destinado ao receptor for Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é 
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou 
“A Sua Senhoria a Senhora”. 
 
Exemplos: 
 
A Sua Excelência o Senhor À Senhora Ao Senhor 
[Nome] [Nome] [Nome] 
Ministro de Estado da Justiça Diretora de Gestão de Pessoas Chefe da Seção de Compras 
Esplanada dos Ministérios Bloco T 
70064-900 Brasília/DF 
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I 
70070-030 Brasília. DF 
Diretoria de Material, Seção 
Brasília – DF 
 
5.1.5 Assunto 
 
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado 
da seguinte maneira: 
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de 
dois-pontos; 
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial 
maiúscula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras; 
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito; 
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto; e 
e) alinhamento: à margem esquerda da página. 
 
Exemplos: 
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018. 
Assunto: Aquisição de computadores. 
 
5.1.6 Texto do documento 
 
O texto do documento oficial deve seguir a seguinte padronização de estrutura: 
I – nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter 
a seguinte estrutura: 
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a 
honra de, Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, 
Comunico; 
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o 
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; e 
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. 
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22 
 
II – quando forem usados para encaminhamento de documentos, a estrutura é modificada: 
a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a 
remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, 
que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem 
ou signatário e assunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado; e 
 
Exemplos: 
Em resposta ao Ofíciono 12, de 1o de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício no 34, de 3 de 
abril de 2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que trata da requisição do servidor Fulano 
de Tal. 
 
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício no 12, de 1o de fevereiro de 2018, do 
Presidente da Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto de modernização de técnicas 
agrícolas na região Nordeste. 
 
b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do 
documento que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há 
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para encaminhamento de documentos. 
 
III – tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte 
maneira: 
a) alinhamento: justificado; 
b) espaçamento entre linhas: simples; 
c) parágrafos: 
i espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; 
ii recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda; 
iii numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o 
primeiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho; 
d) fonte: Calibri ou Carlito; 
i corpo do texto: tamanho 12 pontos; 
ii citações recuadas: tamanho 11 pontos; e 
iii notas de Rodapé: tamanho 10 pontos; 
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e 
Wingdings; 
 
5.1.7 Fechos para comunicações 
 
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o 
destinatário. Os modelos para fecho anteriormente utilizados foram regulados pela Portaria no 1, de 1937, 
do Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões. 
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois 
fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: 
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: 
Respeitosamente, 
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente, 
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a 
rito e tradição próprios. 
O fecho da comunicação deve ser formatado da seguinte maneira: 
a) alinhamento: alinhado à margem esquerda da página; 
b) recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda; 
c) espaçamento entre linhas: simples; 
d) espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; e 
e) não deve ser numerado. 
 
5.1.8 Identificação do signatário 
 
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações 
oficiais devem informar o signatário segundo o padrão: 
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a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa 
linha acima do nome do signatário; 
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. 
As preposições que liguem as palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e 
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página. 
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. 
Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho. 
 
Exemplo: 
 
(espaço para assinatura) 
NOME 
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República 
 
(espaço para assinatura) 
NOME 
Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas 
 
5.1.9 Numeração das páginas 
 
A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. 
Ela deve ser centralizada na página e obedecer à seguinte formatação: 
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e 
b) fonte: Calibri ou Carlito. 
 
5.2 Formatação e apresentação 
 
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte formatação: 
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm); 
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura; 
c) margem lateral direita: 1,5 cm; 
d) margens superior e inferior: 2 cm; 
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel; 
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento; 
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. 
Nesse caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem 
espelho); 
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, 
a impressão colorida para gráficos e ilustrações; 
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso 
de itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de 
formatação que afete a sobriedade e a padronização do documento; 
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico; 
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto 
preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, 
preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto 
utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF. 
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte 
maneira: 
tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do 
conteúdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exemplo: 
Ofício 123_2018_relatório produtividade anual 
 
Seguem exemplos de Ofício: 
 
 
 
 
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27 
 
 
 
6 Tipos de documentos 
 
6.1 Variações dos documentos oficiais 
 
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações: 
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais 
de um órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente. 
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o 
mesmo expediente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe. 
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28 
 
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, 
conjuntamente, o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes 
constarão na epígrafe. 
 
Exemplos: 
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC 
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ 
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE 
 
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé 
as siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente. 
 
6.2 Exposição de Motivos 
 
6.2.1 Definição e finalidade 
 
Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- Presidente 
para: 
a) propor alguma medida; 
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou 
c) informá-lo de determinado assunto. 
 
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos 
em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos 
os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial. 
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência 
numérica das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano 
civil. 
 
6.2.2 Forma e estrutura 
 
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente: 
a) apontar, na introdução: o problema que

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