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Psicologia Aplicada ao Tráfico de Pessoas
A psicologia aplicada é um campo que se concentra em colocar pesquisas práticas em ação. O ‘Aplicada’ em seu nome é extremamente literal: é a aplicação sistemática de teorias, princípios e técnicas para melhorar os problemas sociais ao mudar a cognição e os comportamentos.
Em qualquer cidade temos pessoas desaparecendo. No Brasil, duzentas desaparecem por dia. O que significa que 8 pessoas desaparecem por hora. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública alertou, porém, que estes números podem ser inferiores à realidade, devido à falta de investigação dos casos. Elas não retornam após sumirem. Um de seus destinos quando não enterradas em algum canto, fruto de assassinatos não solucionados, é o infeliz resultado de se tornarem ferramentas nas mãos de alguém. Estas pessoas são tratadas como mercadoria. Mesmo que recuperadas, quem elas eram já desapareceu há muito tempo.
Todos inseridos no corpo social fazem parte da realidade e comportamentos que se propõe alterar. E o que melhor do que tomar a iniciativa, para fazer isso funcionar? O direito em especial, é um ramo que se debruça sob as doenças da sociedade, e busca dissolver conflitos. 
Então, com base nesta alegação acima, qual seria o ideal, para nós, autores deste estudo e estudantes de direito fazermos nossa parte no combate ao tráfico de pessoas? É este o tema que será abordado a seguir.
Tráfico de Pessoas
Texto da Fenapef – Federação Nacional dos Policiais Federais:
“É um dos crimes mais praticados no mundo. Como outro mercado qualquer, este funciona sob as regras da oferta e demanda, em que a troca ou venda objetivam o lucro.   Os serviços sexuais têm se ampliado e diversificado em qualidade, preço, tipos de consumidores e de profissionais, com isso o tráfico de pessoas para exploração sexual torna-se uma forma de garantir o abastecimento desse mercado.”
Segundo protocolo de UNCTOC, da ONU, art. 3, “o tráfico de pessoas significa o recrutamento, transporte, transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, por meio da ameaça ou uso da força ou outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa ter controle sobre outra pessoa, para fins de exploração. A exploração deverá incluir, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, trabalhos forçados ou serviços forçados, escravidão ou práticas análogas à escravidão, servidão ou a remoção de órgãos.”
Kathryn Farr, redatora do Fenapef esclarece que, segundo pesquisadores, cerca de 95% das mulheres traficadas foram enganadas a respeito do tipo de trabalho para o qual estavam se candidatando. Assim como também os homens podem ser vítimas desse crime, ou seja, os preconceitos relativos a gênero, no tráfico de pessoas, formam obstáculos a prevenção e diminuição desse crime.
A vítima
Algumas vítimas estão escondidas atrás de portas trancadas em bordéis e fábricas. Em outros casos, as vítimas estão em vista e podem interagir com os membros da comunidade, mas a falta generalizada de consciência e compreensão do tráfico leva a níveis baixos de identificação das vítimas pelas pessoas que mais frequentemente as encontram.
Não existe um perfil único para vítimas de tráfico; O tráfico ocorre em adultos e menores em comunidades rurais, suburbanas ou urbanas em todo o país. As vítimas do tráfico de pessoas têm diversas origens socioeconômicas, níveis variados de educação e podem ser documentadas ou indocumentadas. No entanto, existem algumas circunstâncias ou vulnerabilidades que levam a uma maior susceptibilidade. 
 Um estudo em Chicago descobriu que 56% das mulheres prostituídas eram inicialmente jovens fugitivos e números semelhantes foram identificados para populações masculinas. Os jovens já independentes são frequentemente abordados por traficantes em centros de transporte, abrigos ou outros espaços públicos. Esses traficantes fingem ser um namorado ou outro personagem significativo, usando carinho fingido e manipulação para provocar sexo comercial ou serviços da vítima. 
Os indivíduos que sofreram violência e trauma no passado são mais vulneráveis ​​à exploração futura, pois o efeito psicológico do trauma é muitas vezes duradouro e desafiador a superar. As vítimas de violência doméstica, agressão sexual, guerra e conflito ou discriminação social podem ser alvo de traficantes, que reconhecem as vulnerabilidades deixadas por esses abusos prévios. Crenças de indignidade levam à susceptibilidade futura ao tráfico humano.
Comumente, as mulheres vítimas de exploração sexual tornam-se frágeis emocionalmente, podendo apresentar problemas psíquicos, tais como síndrome pós-traumática, dissociação, evitação, desligamento e identificação com o traficante. 
Esses estados psicológicos da vítima fazem com que a investigação desse tipo penal seja diferenciada de outros crimes cuja vítima, muitas vezes, ajuda na investigação e condenação de seus algozes. Quando a vítima não é capaz de auxiliar na investigação, outros meios de obtenção de provas tornam-se essenciais. Sob este aspecto, é importante que a materialidade delitiva seja comprovada de forma técnica, porque a própria vítima pode não reconhecer sua condição, negando os fatos, em razão de questões sociais.
Investigação
No ano passado, a justiça recebeu 735 processos relativos ao tráfico internacional e interno de pessoas, 30% a mais que em 2015, quando os tribunais registraram 508 casos. A informação é do Relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça.
Os dados, alimentados pelos próprios tribunais, somaram 315 processos relativos ao tráfico humano internacional em tramitação no país e 420 casos relativos ao tráfico interno, superando em 43% o ano anterior (2015), quando chegaram à Justiça 238 processos. No primeiro semestre de 2015, foram acompanhados 495 casos, com destaque às situações de trabalho em condições análogas a de escravo, que corresponderam a 176 casos. 
O Brasil tem 241 rotas de tráfico de pessoas. Nesta investigação, promovida pela ONU, aponta-se existência destas rotas, sendo 110 relacionadas ao tráfico interno e 131 ao tráfico internacional. A Região Norte, tem maior concentração de rotas (76), seguida de Nordeste (69), Sudeste (35), Centro-Oeste (33) e Sul (28).
No entanto nem 5% dos casos, em todas as hipóteses de tráfico humano, há condenação.
O tráfico internacional de pessoas para exploração sexual, por suas características, tem na obtenção de provas uma de suas maiores dificuldades. Não basta prender aqueles que praticam o tráfico de pessoas, é necessário que o arcabouço probatório seja consistente a comprovar o delito. A obtenção de provas perde-se se não for realizada durante a investigação policial (no período que precede o processo penal propriamente dito).
Atitude
Há uma cartela com o Diretório de Atitudes à Casos de Tráfico Humano, disponibilizada pela ONU em conjunto com autoridades responsáveis pelos casos nos EUA (Brasil adere à 25%). No entanto, o que os agentes e estudantes de direito podem fazer para intervir? 
É muito simples, basta lembrar aquilo que todos dizem no primeiro semestre do curso: “O direito é o campo que abre mais portas”.
O proposto aqui funda-se em cognição e comportamentos que é a raiz do problema. A sociedade se comporta de forma propicia ao mercado de pessoas: há vícios sustentados por isso. E todo e qualquer um, independente de quem seja é ‘filho de seus hábitos’. A personalidade de alguém é sustentada por uma arvore de vícios, e cada ramo abre prerrogativa para mais um costume. Para todo e qualquer estudante de direito é interessante eliminar o habito de nutrir discriminações. Por que? O destino de alguém que perde sua liberdade depende deste hábito. Só se corta o livre arbítrio de alguém, quando se assume o papel de julga-lo.
Alguém que é tratado como escravo, sofre da discriminação mais ampla possível.
Ao decorrer da jornada pelo direito, é inerenteencontrar pessoas com diversas patologias psicológicas, prestar atenção à o fundo psíquico por trás, de forma compreensiva e calma e a flexível são vícios que podem ser educados. Há um comportamento por trás de quem é traficado a outros países, e isto sustentado por falta de atenção da justiça.
Se não é responsabilidade de quem atua na área judicial, de quem será? Com estes dois costumes adotados por estudantes de direito, talvez acabe-se auxiliando ao combate do tráfico de pessoas sem nem ao menos perceber.
https://www.bestmastersinpsychology.com/faq/what-is-applied-psychology/
http://www.robsonpiresxerife.com/notas/justica-contabiliza-aumento-de-processos-de-trafico-humano/
https://humantraffickinghotline.org/what-human-trafficking/human-trafficking/victims
http://institutoelo.org.br/site/noticias/leitura/1532
http://www.fenapef.org.br/investigacao-no-trafico-internacional-de-pessoas-para-exploracao-sexual/
http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3329/3/Trabalho_21003.pdf

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